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Farmacodinâmica: Estudo dos Efeitos das Drogas

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FARMACODINÂMICA
Paulo André Dias Barbosa
Farmacodinâmica estuda o fármaco após chegar no seu sitio de ação. É o estudo dos efeitos fisiológicos e bioquímicos das drogas.
A ação biológica depende essencialmente de sua estrutura química. Ligam-se aos receptores, alteram o funcionamento celular.
O fármaco produz a resposta terapêutica através da transdução de sinal.
Etapas da transdução de sinal: Sinal biológico (ex: aumento da produção de adrenalina, de insulina, glucagon, etc) > Recepção (se liga aos receptores) > Transdução > Resposta fisiológica (terapêutica ou tóxica)
Característica da transdução de sinal:
Especificidade: receptores específicos
Amplificação: um sinal é capaz de produzir muitos outros sinais intracelularmente.
Dessensitização/Adaptação: A resposta inibe o receptor
Integração: Múltiplos sinais são integrados. Os sinais interagem entre si. Dois sinais apresentam efeitos opostos sobre uma característica metabólica. 
Alvos terapêuticos: receptores (mais importantes); transportadores; enzimas; parede/membrana celular; genes
O receptor na maioria das vezes são proteínas. A estrutura do fármaco deve se posicionar para que os grupos hidrofílicos do fármaco interajam com os grupos hidrofílicos da proteína, e os hidrofóbicos do fármaco interaja com os hidrofóbicos da proteína.
Essas interações acontecem por interações eletrostáticas. Podem ser iônica, onde a carga a elétrica positiva do fármaco e a carga negativa da proteína vão se atrair. Podem também ser por dipolo (permanente ou não).
Tem também as interações de van der walls, onde não tem variação de carga significativa.
Subfamília de receptores: receptores que abrem canais iônicos; receptores acoplados a proteína g; receptores que apresentam atividade enzimática; receptores citoplasmáticos (agem dentro da célula).
Receptores que abrem canais iônicos: são regulados por ligante, por voltagem ou por segundo mensageiro. 
Os regulados por voltagem têm sensores de voltagem que podem se carregar positivamente ou negativamente, facilitando ou dificultando a entrada do íon, a despolarização da membrana favorece a passagem do fluxo iônico, a hiperpolarização fecha o canal.
Os regulados por ligante, por exemplo, a ACh se liga ao receptor e o canal se abre.
Receptor tirosina-cinase: capacidade de fosforilar resíduos de tirosina. Formado por subunidade alfa e beta.
Receptor guanilil-ciclase- quebra o GTP e produz o GMP cíclico.
Receptores associados a proteína G – vão ativar o segundo mensageiro, que vai ser ativado por uma proteína G. Tem proteína G estimuladora Gs (ativa os canis de Ca2+ e ativa a adenilil ciclase), inibitória Gi (ativa os canais de K+ e inibe a adenilil ciclase), Go (inibe os canais de Ca2+), Gq (ativa a fosfolipase C), G12/13 (diversas interações com transportadores de íons).
Principal função do PKA: fosforilação de enzimas que propagaram o sinal do AMPc.
Receptores nucleares (citoplasmáticos): ligados a fármacos altamente lipofílicos. Receptores esteroides por exemplo. Transcrição genética.
Ação da droga: combinação da droga com seu receptor
Efeito da droga: alteração final da função biológica, consequência da ação da droga
Tipos de efeito: 
Estimulação – aumento da atividade celular
Depressão – redução da atividade celular
Irritação – efeito lesivo sobre células
Reposição – acrescentar molécula ausente ou deficiente
Citotóxica – destruição seletiva de células
Dose: quantidade adequada de uma droga para produzir certo grau de resposta em determinado paciente. Deve ser determinada de acordo com a resposta escolhida, exemplo: aspirina em doses menores tem ação analgésica, em doses maiores tem ação anti-inflamatória.
Tipos de doses: terapêutica (atinge o efeito desejado), profilática (impede que a condição patológica se inicie) ou tóxica (gera efeitos adversos).
Afinidade: tendência de uma droga para combinar-se com um tipo particular de receptor. Podem ser agonistas ou antagonistas.
Eficácia: efeito máximo que uma droga pode produzir
Droga + Receptor – Efeito máximo: agonista pleno/total; efeito parcial: agonista parcial; nenhum efeito: antagonista.
Potência: avalia a potência através da concentração efetiva 50 (CE50), que é a concentração em que produz 50% de sua resposta máxima.
Agonistas totais/pleno: produzem resposta máxima porque ocupam todos os receptores ou parte deles.
Agonistas parciais: não produzem resposta máxima mesmo quando ocupam todos os receptores.
Antagonistas impedem que os agonistas se liguem ao receptor
Antagonistas competitivos: se ligam no mesmo sítio do agonista no receptor (ligação reversível). Reduz a potência da droga.
Antagonistas não competitivos: se ligam no mesmo sítio do agonista no receptor (ligação irreversível). Reduz a eficácia da droga.
Antagonistas alostéricos: se ligam num sítio alostérico e impedem que o agonista se ligue ao receptor. Reduz a eficácia da droga.
Dose efetiva 50: 50% da população testada fazendo uso de tal fármaco terá a resposta desejada.
Dose letal 50: dose capaz de matar 50% da população.
Diferença entre a dose efetiva 50 e dose letal 50 indica o índice terapêutico, e quantifica a segurança relativa de um fármaco.
Menor que 5,0 – índices baixos
Entre 5 e 10 – índices médios
Maior que 10 – índices altos
Índice de terapêutico e margem de segurança. Margem de segurança leva em consideração a dose letal 1% dividido pela dose efetiva 99%.

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