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• Após o fármaco chegar ao seu sítio de ligação, ele irá interagir com um receptor e gerar uma resposta farmacólogica; • Então, a farmacodinâmica é basicamente o estudo dos efeitos fisiológicos e bioquímicos da drogas e dos seus mecanismos ao chegar ao sítio de ação; - Local de ação; - Mecanismo de ação; - Efeitos terapêuticos e tóxicos. • A farmacodinâmica descreve o mecanismo de ação dos fármacos no organismo e as influências das suas concentrações na magnitude das respostas; • Considerando um medicamento hipotético: - Sua ação biológica depende essencialmente de sua estrutura química; - Ligam-se aos receptores formando um complexo, o qual vai alterar o funcionamento celular; Ex: Alguns anti-hipertensivos causam relaxamento dos vasos sanguíneos e diminuição da pressão arterial. É o processo pelo qual o fármaco produz a resposta terapêutica na célula; Os fármacos atuam como sinais e seus receptores atuam como detectores de sinais. Os sinais transduzem o reconhecimento de um agonista ligado, iniciando uma série de reações que resultam em uma resposta intracelular especifica; Um fármaco se liga a um alvo terapêutico na célula, o qual irá transformar o efeito farmacológico em um efeito fisiológico na célula; O que conduz a resposta farmacológica não é o ligante, mas sim o receptor. Etapas da transdução de sinal; - Emissão do sinal; - Recepção do sinal; - Amplificação do sinal; - Transdução do sinal; - Resposta fisiológica que pode ser terapêutica ou tóxica. Características da transdução de sinal: Especificidade: a molécula sinalizadora se encaixa perfeitamente no sítio de ligação do receptor complementar; outros sinais não se encaixam. Ou seja, caso a transdução não seja específica, a molécula não conseguirá se ligar ao receptor; Amplificação: um sinal é capaz de produzir muitos outros sinais intracelulares. Um exemplo é quando enzimas ativam enzimas e o número de moléculas farmacodinamica afetadas aumenta geometricamente na cascata enzimática; Dessensibilização/adaptação: a administração repetida ou continua de um fármaco pode causar alteraç~ies na responsividade do receptor. Para evitar possíveis lesões às células, quando o receptor é ativado, é disparado um circuito de retroalimentação que desliga o receptor ou o remove da superfície celular, fazendo com que o fármaco não faça mais efeito; • A sensibilização de receptores torna a célula mais sensível aos agonistas e mais resistente ao efeito dos antagonistas. Integração: quando dois sinais apresentam efeitos opostos sobre uma característica metabólica, para se ter uma resposta farmacólogica, é necessário que haja ativação integrada dos dois receptores; Alvos terapêuticos • Receptores; • Transportadores; • Enzimas; • Parede/membrana celular; • Genes. Interações eletrostáticas São as interações que a molécula do fármaco faz com o receptor para que ocorra a transdução de sinal. Geralmente, os receptores são proteínas formadas por encadeamento de aminoácidos; Sendo assim, as proteínas apresentam diversos grupos na sua cadeia lateral de aminoácidos; Para que ocorra a interação entre o fármaco e o receptor, os grupos hidrofílicos do fármaco devem interagir com os grupos hidrofílicos da proteína (receptor) ou os grupos hidrofóbicos do fármaco devem interagir com os grupos hidrofóbicos da proteína. Essas interações são estabelecidas através das ligações químicas: • Dipolo permanente-Íon; • Íon-Íon; • Dipolo-Dipolo; • Van der Walls (ligação mais fraca). Sinalização celular Para que um fármaco possa modular uma resposta ele precisa se ligar a receptores: • Por contato: por proteínas de superfície celulares; • Parácrina: produção de alguma proteína que vai até outra célula e se liga ao receptor. Estão no mesmo espaço; • Autócrina: produção de uma substância que se liga a um receptor na própria célula; • Endócrina: produção de um composto, geralmente hormônio, que vai para regiões muito longe no corpo; • Nervosa: sinalização muito rápida, via sináptica. Os receptores pode ser qualquer molécula biológica à qual um fármaco se fixa e produz uma resposta mensurável; No entanto, como citado anteriormente, a fonte mais rica e terapeuticamente relevante de receptores farmacológicos são proteínas que transduzem sinais extracelulares em respostas intracelulares. Esse receptores se dividem em: Receptores que abrem canais iônicos • Os canais iônicos disparados por ligantes são responsáveis pelo controle do fluxo de íons através das membranas celulares. Este controle se dá por meio da sua interação com ligantes; • Quando os fármacos se ligam, os canais se abrem e permitem a entrada ou a saída de íons, gerando alterações no potencial de membrana, o que pode desencadear, por exemplo, despolarizações ou hiperpolarizações das células; • Sendo assim, o canal está fechado até que o receptor seja ativado por um agonista que abre o canal rapidamente; • Os receptores podem mediar diversas funções, incluindo neurotransmissão e contração cardíaca ou muscular; • Os canais iônicos também podem ter locais de fixação de ligantes que podem regular a função do canal. Por exemplo, os anestésicos locais se ligam ao canal de sódio disparado por voltagem, inibindo o influxo de sódio e diminuindo a condução neuronal. Receptores acoplados à proteína G • O domínio extracelular deste receptor contém a área de fixação do ligante e o domínio intracelular interage com a proteína G ou com a molécula efetora; • As proteínas G são formadas por três subunidades de proteínas: - A subunidade α liga GTP e as subunidades β e γ ancoram a proteína G na membrana celular; • A ligação de um agonista ao receptor aumenta a ligação GTP-α, causando a separação do complexo GTP-α do complexo βγ. Sendo assim, esses dois complexos podem interagir com outros efetores celulares responsáveis por ações adicionais dentro da célula; • Algumas vezes, os efetores ativados produzem segundos mensageiros que ativam outros efetores adicionais na célula, causando um efeito cascata. Recptores ligados a enzimas • Consiste em receptores que podem formar complexos de subunidades múltiplos; • Quando ativados, esses receptores sofrem alterações conformacionais, resultando em aumento de aitivade enzimática no citosol; • O receptor ativado se autofosforila e fosforila resíduos de tirosina em proteínas específicas. A fosforilação pode modificar de modo substancial a estrutura da proteína-alvo, atuando, assim, como um interruptor molecular que ativa múltiplas vias sinalizadoras; • Esse mecanismo ocorre, por exemplo, com os receptores de insulina. Receptores citoplasmáticos (intracelulares) • O receptor é inteiramente intracelular e, portanto, o ligante precisa ser lipossolúvel para entrar dentro da célula para interagir com os receptores; • Uma vez formados os complexos fármaco- receptor, os alvos primários serão fatores de transcrição do núcleo da célula que levam à transcrição do DNA em RNA e à tradução do RNA em uma série de proteínas; • Devido à modificação da expressão gênica e, por isso, da síntese proteica, as respostas celulares só são observadas após um tempo considerável (30 minutos ou mais), e a duração da resposta (horas ou dias) é muito maior do que dos outros receptores; • Exemplos de receptores intracelulares são os receptores de hormônios esteroides e tireoidianos. Ação e efeito das drogas Ação: combinação da droga com seu receptor; Efeito: consiste na alteração final da função biológica, consequência da ação da droga; • Tipos de efeito das drogas: - Estimulação: aumento da atividade celular (ex: adrenalina estimula as glândulas salivares); - Depressão: reduçãoda atividade celular (ex: barbitúricos deprimem o SNC); - Irritação: efeito lesivo sobre células (ex:: ácidos irritam a mucosa gástrica); - Reposição: acrescentar molécula ausente ou deficiente (ex: insulina na diabetes); - Citotóxica: destruição seletiva de células (ex: antibióticos destruindo bactérias). Dose Quantidade adequada de uma droga que é necessária para produzir certo grau de resposta em determinado paciente; • A dose de uma droga deve ser determinada em termos de resposta escolhida: Ex: Dose analgésica da Aspirina: 0,3 a 0,6g/dia; Dose anti-inflamatória da Aspirina: 3 a 6g/dia; • Tipos de doses: - Dose terapêutica; - Dose profilática; - Dose tóxica. Afinidade Descreve a tendência de uma droga para combinar-se com um tipo particular de receptor; Os fármacos antagonistas servem para se ligar a um determinado receptor e impedir que outras substâncias se liguem a esse receptor. Como esses fármacos não produzem nenhum efeito, As substâncias químicas que possuem afinidade por um dado receptor podem ser classificadas como: agonistas ou antagonistas; Eficácia: Habilidade do fármaco e provocar resposta farmacológica quando interage com um receptor. Ou seja, quando todos os receptores estiverem ocupados, o fármaco atingirá o seu efeito máximo e não se obterá aumento na resposta com maior concentração do fármaco (Emáx); Por isso, a resposta máxima difere entre agonistas totais e parciais, mesmo que um antagonista ocupe 100% dos receptores, não ocorre ativação e o efeito máximo será zero; A eficácia é uma característica clinicamente mais útil do que a potência, pois um fármaco com maior eficácia é mais benéfico terapeuticamente do que um que seja mais potente. Potência Medida da quantidade de fármaco necessária para produzir um efeito de determinada intensidade; Para a determinação da potência, analise-se a concentração do fármaco que produz 50% do efeito máximo (CE50); Entre dois fármacos (A e Z), se para alcançar metade do efeito máximo, o fármaco Z requer concentração maior que o fármaco A, pode-se afirmar que o fármaco A é mais potente que o Z, já que uma concentração inferior é capaz do mesmo efeito. Um agonista liga-se a um receptor e produz uma resposta biológica baseada na concentração do agonista e na fração de receptores ativados; A atividade intrínseca de uma droga determina sua capacidade de ativar total ou parcialmente os receptores; Agonistas totais/plenos • Tipo de fármaco que se liga a um receptor e produz resposta biológica máxima que mimetiza a resposta do ligante endógeno; • Se ligam ao receptor e o estabilizam no seu estado ativo, dizendo assim que eles possuem atividade intrínseca unitária; • Todos os agonistas totais de uma população de receptores devem produzir a mesma eficácia máxima; • Um agonista pode ter vários efeitos mensuráveis, incluindo ações em moléculas intracelulares, em células, em tecidos e no organismo inteiro. Agonistas parciais • Têm atividade intrínseca maior do que zero, mas menor do que um; • Não conseguem produzir a mesma eficácia que o agonista total, mesmo ocupando todos os receptores; • Entretanto, o agonista parcial pode ter uma afinidade que é maior ou menor que a do agonista total, ou equivalente a ela. Quando o receptor é exposto ao agonista parcial e ao total simultaneamente, o agonista parcial pode atuar como antagonista do agonista total (Esse potencial dos agonistas parciais de atuar como agonista e antagonista pode ser usado terapeuticamente). Agonistas inversos • Ao contrário dos agonistas totais, os agonistas inversos estabilizam a forma inativa do receptor inativo e convertem receptor ativo em inativo. Isso diminui o número de receptores ativados por menos do que observado na ausência do fármaco; • Assim, os agonistas inversos têm atividade intrínseca menor que zero, revertem a atividade dos receptores e exercem efeito farmacológico oposto ao dos agonistas; Antagonistas • Ligam-se ao receptor com alta afinidade, mas têm atividade intrínseca nula, pois não tem efeito na ausência de agonistas, mas pode diminuir o efeito do agonista quando estiver presente; • O antagonismo pode ocorrer pelo bloqueio da ligação do fármaco ao receptor ou da capacidade de ativar o receptor; • Antagonistas competitivos: acontece quando ambos, antagonista e agonista se ligam ao mesmo local do receptor de modo reversível. O antagonista competitivo impede que o agonista se ligue ao seu receptor e mantém esse receptor no estado inativo. Geralmente, essa inibição do agonista pode ser superada aumentando-se a sua concentração (ligação reversível); - Os antagonistas competitivos deslocam as curvas dose-reposta para direita (aumenta o CE50) sem afetar o Emáx;. • Antagonistas irreversíveis: se fixam de modo covalente ao local ativo do receptor, reduzindo assim o número de receptores disponíveis para o agonista. - O antagonista irreversível reduz o Emáx sem alterar o valor de CE50; - Em contraste com os antagonistas competitivos, o efeito dos antagonistas irreversíveis não consegue ser superado pela adição de mais agonistas (ligação irreversível); • Antagonistas alostéricos (não competitivo): também diminui a eficácia máxima sem alterar o valor da potência do agonista. Esse tipo de antagonista se fixa em um local (local alostérico) diferente do local de ligação do agonista e evita que o receptor seja ativado pelo agonista; • Antagonista funcional: também conhecido como antagonismo fisiológico, ele pode atuar em um receptor completamente separado, iniciando eventos que são funcionalmente opostos aos do agonista; • Quantifica a marca de segurança do fármaco; • É a relação entre a dose que produz toxicidade em metade da população (DL50) e a dose que produz o efeito efcaz ou clinicamente desejado em metade da população (DE50); • Quanto maior a relação, mais seguro é o fármaco; • Farmacos com IT muito altos são extremamente seguros e incluem alguns antibióticos como Benzilpenicilina, a menos que ocorram respostas alérgicas; • Fármacos com baixo IT devem ser administrados com cautela como é o caso da varfarina (anticoagulante). Referências: WHALEN, K. Farmacologia Ilustrada - 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. Valorize o meu trabalho! 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