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ATIVIDADE DE TEORIA GERAL DO DIREITO - FONTES DO DIREITO - 15 4 2021 -

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ATIVIDADE DE TEORIA GERAL DO DIREITO
NOME: Edson Luiz Bomfim Araujo RA: 210295
Leia o editorial do jornal O Estado de S. Paulo e, após, responda às questões formuladas. 
“O homem atrás do telex
 Houve períodos, durante o autoritarismo, em que o personagem mais temido, inclusive pelos próprios militares, era aquele que utilizava o telex e expedia ordens: ‘De ordem do Sr. Generalcomandante, determino que (...)’. Muitas vezes, era o ‘homem atrás do telex’ que inventava as ordens supostamente do superior. Bastava, porém, que o destinatário pedisse a confirmação delas por ofício para que morressem onde haviam nascido. Hoje, passados tantos anos, os cidadãos em geral estão sujeitos a outro tipo de ‘homem atrás do telex’: são os solertes funcionários da Receita Federal que sentenciam ‘Há base legal para isto ou aquilo’ e determinam que os contribuintes façam. 
A prática do ‘há base legal’ não é nova — tempos houve em que a Receita exigia do contribuinte que comprovasse haver pago o Imposto de Renda de anos e anos atrás, muito embora a lei estabelecesse claramente o período sobre o qual se poderia exigir a comprovação. Jogava-se com a sorte. 
Quem tivesse o comprovante se livrava do aborrecimento. Quem não tivesse, embora a lei estivesse de seu lado, pagava de novo. Agora, o ‘homem atrás do telex’ acaba de determinar que todos os brasileiros que usam cartão de crédito são obrigados a dizer quanto gastaram com eles, cartão por cartão, em 1991. 
No período autoritário, bastava solicitar a confirmação do telex por ofício para que a ‘ordem’fosse cancelada. No regime democrático em que vivemos a Receita Federal diz claramente que quem não declarar quanto gastou com cartão de crédito pagará multa de 20% sobre aquilo que despendeu e não comunicou, multa essa atualizada monetariamente pela variação da Unidade Fiscal de Referência (Ufir). Seguramente, o ‘homem atrás do telex’ está movido da melhor das intenções, desejando apanhar na rede da Receita quem sonega mediante gastos com cartões de crédito — como se fosse a única maneira de sonegar impostos neste país de fábula! Esquece-se, porém, como seu correligionário na caça às bruxas dos anos 70, que está violando a Constituição e, segundo alguns, a própria lei — aliás, punindo todos aqueles brasileiros que detestam guardar faturas como se sonegadores fossem. A rigor, para o ‘homem atrás do telex’ pouco importa a Constituição; o fundamental é aumentar a receita da União a fim de que o superávit acusado possa aproximar-se dos números que foram estabelecidos por alguns poucos que se reúnem em torno de uma mesa e se julgam destinados a salvar a Pátria. 
O ‘homem atrás do telex’ não se comove com a ideia de que pode estar violentando a intimidade de milhões de brasileiros. Como todo bom esquerdista (ou direitista, dá no mesmo) tupiniquim, raciocina como um fascista: 
‘Nada fora do Estado, nada contra o Estado, tudo pelo Estado’. Pior do que essa mentalidade facciosa, que a prevalecer, em breve estará adentrando a alcova e a sala de jantar, ou a biblioteca de não se sabe quantos, é que o ‘homem atrás do telex’ não sabe interpretar a lei e, onde ela obriga a declarar aquilo que pode ser deduzido, lê que tudo deve ser comunicado à Receita, que se transforma na nova polícia política do regime, com poderes superiores aos da Polícia Federal. Contra o delegado arbitrário há sempre o recurso do apelo ao juiz; contra o ‘homem atrás do telex’ adiantará o mandado de segurança, invocando o art. 5º, X, da Constituição Federal, se depois se correrá o risco não de ver a determinação cancelada, mas de assistir a redobrados esforços da fiscalização para, num espírito de vendeta, fazer o contribuinte pagar pela ousadia de haver recorrido à justiça na defesa de sua ‘intimidade e de sua vida privada’? 
A insensibilidade do ‘homem atrás do telex’ — que acabará marcando a gestão Marcílio Marques Moreira mais que seu eventual êxito na luta contra a inflação — chega aos aspectos técnicos. Ele parte do princípio de que os brasileiros fazem sua contabilidade todos os meses e estão em condições de dizer, agora em março/abril de 1992, quanto gastaram em cartões de crédito em 1991. Embora insensível, ele é generoso, porém. Por isso, se alguém não tiver as faturas, bastará pedi-las às administradoras de cartões, que elas estão obrigadas a fornecer-lhe os números fatais, que funcionarão contra o contribuinte. Sucede, porém, que a maioria das administradoras arquiva seus dados por 12 meses, não mais. O que significa que tudo o que se gastou em janeiro, fevereiro e possivelmente março de 1991 já terá sido destruído quando o contribuinte pedir que lhe forneçam a prova de que delinquiu, para informar o carrasco! 
Só num país em que a administração se refugia atrás do telex é que se pode conceber que funcionários de alto nível passem por cima da Constituição e interpretem a seu bel-prazer a lei para liquidar os contribuintes. Diante da reação das administradoras em fornecer à Receita os dados que ela quer para cortar a cabeça dos sonegadores, o ‘homem atrás do telex’ decidiu levar o desespero a todos os contribuintes, certo de que arrecadará 20% sobre uns bons bilhões de cruzeiros. A Constituição que seja defendida pelos tribunais; atrás do telex, manda ele, o homem sem face, com poderes maiores do que os dos repressores do período militar. Este é o Brasil Novo!” 
PERGUNTAS:
1. A crítica do jornal dirige-se a que órgão da Administração Pública? 
R – Ministério da Fazenda/Receita Federal, órgãos ligados ao Poder Executivo.
2. Classifique o ato praticado por esse órgão: qual o tipo de norma? 
R – Anonimato (Art. 5º, Inc. IV) e violação da vida privada (Art. 5º Inc. X). Norma Constitucional.
3. Por que tal norma estaria ferindo a Constituição? 
R – Porque invade a privacidade econômica do pagador de impostos.
4. Quais as fontes do Direito que podem ser identificadas por meio do texto? Justifique.
R – Implicitamente, trata-se de Fonte Estatal, mas com abstração, haja visto que a matéria não é uma situação jurídica concreta, norma não expressa, muito pelo contrário, fere cláusula pétrea da Constituição Federal.

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