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Peça Prático Profissional nº 03 Marilene procura você, como advogado(a), assustada, porque, há duas semanas, recebeu a visita de um Oficial de Justiça, que entregou a ela um Mandado de Citação e Intimação. O Mandado refere-se à ação de execução de título extrajudicial ajuizada por Breno, distribuída para a 1ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, em que é pretendida a satisfação de crédito de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), consubstanciado em instrumento particular de confissão de dívida, subscrito por Marilene e duas testemunhas, e vencido há mais de um mês. Breno indicou à penhora valores que Marilene tem em três contas bancárias, um carro e o imóvel em que reside com sua família. Alegou ainda que a executada estaria buscando desfazer-se dos bens, razão pela qual o juízo deferiu de plano a indisponibilidade dos ativos financeiros de Marilene pelo sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional. Pelo andamento processual no sítio do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, você verifica que o mandado de citação e intimação positivo foi juntado aos autos há dois dias. Marilene, muito nervosa, relata que manteve relacionamento com Breno, durante o qual ele insistiu que ela assinasse alguns papéis, informando se tratar de documentos necessários para que ele pudesse receber um benefício previdenciário acumulado. Ela, sem muito estudo, assinou, acreditando estar apenas declarando que ele, Breno, ainda não tinha recebido R$ 15.000,00 (quinze mil reais), aos quais alegava fazer jus frente ao INSS. Informa, inclusive, que uma das pessoas que assinou como testemunha é uma vizinha sua, que sabe que ele a induziu a acreditar que estava assinando apenas uma declaração para que ele obtivesse o benefício. Esclarece que, quando o relacionamento acabou, Breno se tornou agressivo e afirmou que tomaria dela as economias que sabia ter em uma poupança, mas, na época, ela achou que era uma ameaça vazia de um homem ressentido. Ela está especialmente preocupada em resguardar sua moradia e os valores que tem em uma de suas contas bancárias, que é uma poupança, que se tornou fundamental para a subsistência da família, já que sua mãe está se submetendo a um tratamento médico que pode vir a demandar a utilização dessas economias, informando que, em caso de necessidade, preferia ficar sem o carro que sem o dinheiro. Gostaria, todavia, de impugnar o processo executivo como um todo, para não mais sofrer nas mãos de Breno. Na qualidade de advogado(a) de Marilene, elabore a defesa cabível voltada a impugnar a execução que foi ajuizada, desconsiderando a impugnação prevista no Art. 854, § 3º, do CPC/15. Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. AO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP DEPENDÊNCIA AO PROCESSO nº XXXXXXX MARILENE, já qualificada, vem por meio de seu representante, que abaixo subscreve, propor, com fulcro no art. 914 e seguintes da Lei 13.105 de 2015, a presente AÇÃO DE EMBARGOS AO DEVEDOR DA EXECUÇÃO I - PRELIMINARMENTE A embargante é pobre no sentido legal do termo visto que não pode arcar com as custas judiciais sem prejuízo ao sustento próprio ou de sua família, conforme declaração de hipossuficiência juntada em anexo (ANEXO I), com base no art. 98 e art. 99, §3º do CPC: “Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.” “Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso § 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.” II - DA TEMPESTIVIDADE O presente instrumento é tempestivo visto que foi constatado o mandado de citação e intimação positivo que foram juntados aos autos há dois dias, com base no normativo regido por meio do art. 915 da Lei 13.105 de 2015 aduz que: “Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231.” III - DOS FATOS A embargante, há duas semanas, recebeu a visita de um Oficial de Justiça, que entregou a ela um Mandado de Citação e Intimação. O Mandado refere-se à ação de execução de título extrajudicial ajuizada pelo embargado, distribuída para a 1ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, em que é pretendida a satisfação de crédito de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), consubstanciado em instrumento particular de confissão de dívida, subscrito pela embargante e duas testemunhas, e vencido há mais de um mês. O embargado indicou à penhora valores que a embargante tem em três contas bancárias, um carro e o imóvel em que reside com sua família. Alegou ainda que a executada estaria buscando desfazer-se dos bens, razão pela qual o juízo deferiu de plano a indisponibilidade dos ativos financeiros da embargante pelo sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional. Pelo andamento processual no sítio do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, você verifica que o mandado de citação e intimação positivo foi juntado aos autos há dois dias. A embargante, muito nervosa, relata que manteve relacionamento com o embargado, durante o qual ele insistiu que ela assinasse alguns papéis, informando se tratar de documentos necessários para que ele pudesse receber um benefício previdenciário acumulado. Ela, sem muito estudo, assinou, acreditando estar apenas declarando que ele, Breno, ainda não tinha recebido R$ 15.000,00 (quinze mil reais), aos quais alegava fazer jus frente ao INSS. Informa, inclusive, que uma das pessoas que assinou como testemunha é uma vizinha sua, que sabe que ele a induziu a acreditar que estava assinando apenas uma declaração para que ele obtivesse o benefício. Esclarece que, quando o relacionamento acabou, o embargado se tornou agressivo e afirmou que tomaria dela as economias que sabia ter em uma poupança, mas, na época, ela achou que era uma ameaça vazia de um homem ressentido. Ela está especialmente preocupada em resguardar sua moradia e os valores que tem em uma de suas contas bancárias, que é uma poupança, que se tornou fundamental para a subsistência da família, já que sua mãe está se submetendo a um tratamento médico que pode vir a demandar a utilização dessas economias, informando que, em caso de necessidade, preferia ficar sem o carro que sem o dinheiro. IV - DO DIREITO IV.I - DA IMPENHORABILIDADE A caderneta de poupança vinculada o CPF da embargante não deve ser penhorada segundo o estabelecido por meio do art. 833, inciso X do CPC de 2015 e seu imóvel, que é bem de família, também não deve fazer parte do rol de bens penhoráveis, como aduz o art. 1º da Lei 8.009/90: “Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.” A embargante alega que dispõe, para tanto, de seu carro, mas não pode ficar sem o capital acumulado em sua caderneta de poupança, pois sua mãe encontra-se em tratamento. IV.II - DA INEXEQUIBILIDADE DO TÍTULO O presente objeto de litígio foi oriundo de fraude e não merece deferimento, com fulcro no art. 80, inciso II do CPC de 2015, já que a embargante não sabia o que assinava por não entender sobre o assunto. Confiando em seu companheiro, ora embargado, ela preencheu tal documento acreditando tratar-se de benefício previdenciário. Espera-se que a testemunha arrolada nos autos ajude na elucidação do ocorrido. A inexequibilidade dotítulo pode ser suscitada segundo o previsto no art. 917, inciso I do CPC: “Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;” V - DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA Solicita-se efeito suspensivo com fulcro no art. 919, §1º do CPC de 2015, e constatado o periculum in mora e fumus boni iuris, já que terá prejuízo ao resultado útil do processo o fato de a mãe da embargante passar por complicações, já que no momento encontra-se em tratamento. VI - DOS PEDIDOS Tendo o exposto requer-se: a) a concessão de gratuidade de justiça; b) a proteção no que se refere à impenhorabilidade de sua caderneta de poupança e seu imóvel, que é bem de família; c) que o título torne-se inexequível por ser o embargado um litigante de má-fé e que o mesmo seja condenado ao pagamento de multa, a ser definida pelo juízo e condenado também a indenizar a embargante caso não seja concedida gratuidade de justiça, segundo o art. 81 do CPC de 2015; d) a antecipação da tutela para que seja atribuído o efeito suspensivo já que constam os pré-requisitos elencados no art. 919 do CPC de 2015; e) a possibilidade de provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos, em especial a testemunhal. Dá-se à causa o valor de R$15.000,00 (quinze mil reais). Nestes termos, pede deferimento. ___________________________ Advogado OAB UFXXXXX Testemunha: Vizinha, nacionalidade, estado civil, profissão, com CPF nº XXX.XXX.XXX-XX e RG nº X.XXX.XXX, com endereço eletrônico ____________________ residente em ______________________ na cidade __________ - UF, CEP XXXXX-XXX. FICOU COM DÚVIDA? MANDA SUA PERGUNTA AÍ!
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