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25 2 2021 - ATIVIDADE DE TEORIA GERAL DO DIREITO

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O texto a seguir foi extraído de “Verdade e política”, capítulo de Entre o passado e o
futuro, de Hannah Arendt (São Paulo, Ed. Perspectiva, 1972, montagem de p. 283 e 288).
Leia-o e, após, responda às questões formuladas.
“O tema destas reflexões é um lugar-comum. Jamais alguém pôs em dúvida que verdade e política não se dão muito bem uma com a outra, e até hoje ninguém, que eu saiba, incluiu entre as virtudes políticas a sinceridade. Sempre se consideraram as mentiras como ferramentas necessárias e justificáveis ao ofício não só do político ou do demagogo, como também do estadista.
Por que é assim? E o que isso significa, por um lado, para a natureza e dignidade do âmbito político, e, por outro, para a natureza e dignidade da verdade e da veracidade? É da essência mesma da verdade o ser impotente e da essência mesma do poder o ser embusteiro? E que espécie de realidade a verdade possui, se é importante no âmbito público, que mais que qualquer outra esfera da vida humana assegura a realidade da existência a homens sujeitos a nascimento e morte — isto é, a seres que sabem ter surgido do não ser e que, após curto intervalo, novamente nele desaparecerão? E, por fim, não será a verdade impotente tão desprezível como o poder que não dá atenção à verdade?
Essas questões são incômodas, porém emergem necessariamente de nossas convicções correntes sobre esse assunto. Embora as verdades de maior importância política sejam fatuais, o conflito entre verdade e política foi descoberto e articulado pela primeira vez, com respeito à verdade racional. O contrário de uma asserção racionalmente verdadeira é ou erro e ignorância, como nas Ciências, ou ilusão e opinião, como na Filosofia.
A falsidade deliberada, a mentira cabal, somente entra em cena no domínio das afirmações fatuais e parece significativo, e um tanto estranho, que no longo debate acerca desse antagonismo de verdade e política, desde Platão até Hobbes, ninguém, aparentemente, tenha jamais acreditado em que a mentira organizada, tal como a conhecemos hoje em dia, pudesse ser uma arma adequada contra a verdade.
Em Platão o que narra a verdade corre perigo de vida, e em Hobbes, onde é transformado em um autor, é ameaçado com a queima de seus livros; a mendacidade não constitui um desfecho. É antes o sofista e o néscio do que o mentiroso quem ocupam a reflexão de Platão, e, quando este distingue o erro da mentira — isto é, a ‘pseudos involuntária da voluntária’ — ele é, peculiarmente, muito mais severo com os que ‘chafurdam na ignorância suína’ do que com os mentirosos.
Seria por que a mentira organizada, dominando a esfera pública, enquanto distinta do mentiroso particular que tenta a sorte por sua própria conta, fosse ainda desconhecida? Ou isso tem algo a ver com o notável fato de que, com exceção do Zoroastrismo, nenhuma das grandes religiões inclui a mentira como tal, enquanto distinta do ‘prestar falso testemunho’, em seus catálogos de pecados graves?
Somente com o ascenso da moralidade puritana, que coincide com o surgimento da ciência organizada, cujo progresso teve que se assegurar sobre o solo firme da absoluta veracidade e fidedignidade de todo cientista, foram as mentiras consideradas ofensas sérias.”
Perguntas:
1. Relacione verdade e política e a instrumentalização do Direito pelo Estado.
R - Segundo a autora, verdade parte de premissas arraigadas na moral e na ética, fatores essenciais para o desenvolvimento político sobre a sociedade haja visto que nele partem as decisões que recaem sobre o indivíduo, uma alusão ao Direito Positivo.
2. A ciência só cresce na verdade ou pode estar relacionada à mentira organizada?
R - A Ciência é um consenso coletivo em primeitor lugar, ou seja, para que a verdade seja aceita no meio científico é necessário a difusão de uma ideia em comum. No texto, a autora faz uma contraposição entre a verdade científica e a dúvida filosófica.
3. De que forma surgiu a ciência organizada?
R - ..."Somente com o ascenso da moralidade puritana". A ciência organizada surge da necessidade de se coibir a mentira e demagogia que predominavam em tempos passados e tentar assim minar sua influência na sociedade e no conhecimento, uma vez que em outras eras -- de Platão a Hobbes -- ao que parece imperava uma certa inocência no pensar, ou seja, a mentira não era temida ou estudada com maior profundidade. Hoje, nosso ângulo de visão sobre a mentira é de que ela realmente se faz uma arma perigosa, representando uma séria ameaça à sociedade;
4. Que deve a Ciência do Direito investigar: Dê exemplos.
R - A Ciência do Direito busca investigar e estabelecer a mais profunda e absoluta verdade acerca de fatos cotidianos em sociedade, dirimir dúvidas e visando sua aplicabilidade, estando atrelada ao positivismo jurídico. Exemplo: Direitos e deveres do indivíduos
5. Defina Direito.
R - Direito é o conjunto de normas e condutas estabelecidas pelo poder político, reguladores da sociedade (controle social).

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