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Manejo reprodutivo dos suínos

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Manejo reprodutivos dos suínos
Discente: Juliana Mota dos Santos
	Tendo em vista que na atualidade a carne suína é a fonte de proteína animal mais consumida no mundo, tornou-se necessário para atender as demandas e desejos do mercado, uma evolução genética que propiciou a redução do nível de gordura da carne em cerca de 25%. Além de outros avanços, como, por exemplo: Em 1995 a quantidade de leitões desmamados/fêmea era de 25, em 20115 de 32 e atualmente, 2020, 36 leitões. Além disso, em 2000 a quantidade de tetos das fêmeas era de 12 a 14, em 2016 já aumentou para 16. O que demonstra o quanto o melhoramento genético é importante para que a carne suína continue sendo a mais consumida do mundo.
O processo reprodutivo na espécie suína é muito importante e exige atenção especial em aspectos como ambiência e bem-estar animal, além de fatores climáticos tais como temperatura, umidade do ar, radiação solar e ventos. Uma vez que o estresse térmico causa redução do volume de consumo voluntário, da capacidade de termorregulação e produtividade de leite, também está associada ao aumento da mortalidade embrionária e perca de score corporal, em que o ideal está em torno de 2,5 a 3,0 na saída da maternidade e entre 3,0 a 3,5 na saída de gestação para a maternidade.
	Com relação ao manejo da fêmea suína, na modernidade elas são selecionadas de acordo com o tamanho da leitegada, vitalidade, intervalo entre o desmame e o estro, eficiência na lactação entre outros. Nas granjas suínas o plantel de reprodução é composto por:
1) Marrãs pré-púberes: Não manifestaram o primeiro cio;
2) Marrãs púberes: Em preparação para a cobertura ou gestantes;
3) Multíparas.
Após a chegada na granja ocorre uma adaptação sanitária e o manejo de indução da puberdade aos 150 a 160 dias de idade da fêmea, em seguida ao entrarem em estro, elas devem ser reagrupadas. O ideal é que 95% esteja em estro em até 30 dias para evitar prejuízos econômicos. O cio é detectado no momento em que a fêmea aceita ser coberta, para se obter um diagnóstico de cio ideal é necessário realizar tal manejo pelo menos duas vezes ao dia com machos diferentes. Já com relação a fêmea de reposição, elas devem ser alojadas em baias com espaçamento de 2 a 2,2m² por fêmea, podendo haver de 6 a 10 animais por baia, com um piso de qualidade, água a vontade e comedouros adequados.
Ademais, existem ainda 5 tipos de estros, que são:
1) Normal: A cada 21 dias, caso a fêmea não esteja em gestação ou lactação;
2) Silencioso: Ocorre em 1,5% das fêmeas, há ovulação, mas os sintomas não são exteriorizados;
3) Estro pós-parto: Aproximadamente 60 horas após o parto, não ocorre ovulação;
4) Estro falso: Raro e ocorre durante a gestação;
5) Estro pós desmame: 3 a 7 dias após o desmame.
No que se refere ao ciclo estral, existem 4 fases, segue abaixo:
1) Pró-estro: Fase que dura de 2 a 3 dias e a fêmea fica inquieta, com edema vulvar e monta em outras fêmeas, mas não aceita ser montada;
2) Estro: A fêmea apresenta edema e hiperemia vulvar, secreção vaginal (muco claro), orelhas eretas, urina frequentemente, tem perda de apetite, procura o macho, fica com o lombo arqueado e tem reflexo de tolerância ao homem e ao macho;
3) Metaestro: Fase que dura de 2 a 3 dias, período em que ocorre a ovulação, início da formação do corpo lúteo, não aceitação de monta e vulva menos edemaciada;
4) Diestro: Fase que dura de 13 a 14 dias, formação completa do corpo lúteo, ápice da produção de progesterona e útero recebe óvulos fertilizados (embriões). No caso de fêmeas não prenhes ocorre a luteólise e recomeço do ciclo.
No tocante ao manejo do reprodutor, antes de tudo é necessário decidir se a granja é multiplicadora ou comercial, em seguida adquirir animais de granjas de reprodutores suídeos certificado (GRSC) aos 5 meses de idade. E por fim prever a reposição de animais com até 3 meses de antecedência. Tendo tudo isso encaminhado pode-se dar inicial ao manejo do reprodutor, que é tão importante quanto da fêmea uma vez que representa 50% da genética dos leitões. A proporção macho-fêmea é de 1 para 20 e a frequência de utilização dele para monta natural deve ser de 2 montas por semana (1 fêmea) em machos entre 7 e 9 meses. Já em machos entre 10 e 12 meses pode ser feito 4 montas por semana (2 fêmeas) e machos com mais de 12 meses, 6 montas por semana (3 fêmeas). O ideal para se fazer a monta natural é observar a libido (comportamento), acompanhar a cobertura para evitar monta errônea, se necessário auxiliar na cobertura por meio da introdução do pênis e evitar o excesso de montas frustradas.
Já para o treinamento dos reprodutores para realização de inseminação artificial ela deve ser iniciada de 7 a 8 meses e é recomendado que seja realizada na própria baia do macho para evitar estresse. No caso de machos já adaptados a esse tipo de manejo, deve ser feita a condução do animal até o manequim, coleta de esperma do macho mais experiente primeiro, a altura do manequim deve estar de acordo com a do macho, a fêmea precisa estar à frente do manequim e no final do processo pode-se recompensar o animal com rações pós coleta. Além disso, existem alguns fatores que podem interferir na qualidade espermática, como: Genética, idade, tamanho testicular, nutrição, ambiente, peso e condição corporal. Eles também devem ser levados em consideração durante uma coleta para que se obtenha esperma de máxima qualidade possível.
Portanto em decorrência da necessidade de se ampliar cada vez mais a produção de suínos para atender a demanda crescente do mercado, todos esses tópicos referentes ao melhoramento genético e manejo reprodutivo devem ser levados em conta e ser cada vez mais estudados e aprimorados a medida em que o tempo passar.

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