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Aula 04 –Concordância e Regência Curso: Português Básico para Concursos Prof: Bruno Spencer e Luiz Miranda Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 2 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Olá amigos! Nesta aula vamos abordar 02 tópicos QUE SEMPRE SÃO COBRADOS em provas de concursos públicos: Concordância e Regência. Arriscamos a dizer que se em uma prova de concurso público não houver nenhuma questão de concordância ou regência, das duas uma: ou você está fazendo a prova errada ou o examinador preparou a prova pensando que era para outra disciplina. Para acostumar vocês com uma das bancas mais “temidas” do mercado de concursos, escolhemos para esta aula exclusivamente questões do CESPE. Estudem os tópicos com paciência, para assimilarem bem todo o conteúdo. Depois, “divirtam-se” com as questões! Boa aula!!! Sumário 1 – Concordância Nominal e Verbal ..................................................... 3 2 – Regência Nominal e Verbal .......................................................... 15 3 – Questões Comentadas ................................................................. 22 4 – Lista de Exercícios ....................................................................... 91 5 - Gabarito e Referencial Bibliográfico .......................................... 136 Aula 04 – Concordância e Regência Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 3 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Existem 02 tipos de concordância na Língua Portuguesa: Verbal e Nominal: Regra geral da Concordância Nominal: os termos acessórios devem concordar com o principal. 1º Caso - Adjetivo anteposto aos substantivos No caso de o adjetivo vir antes do nome, e regra geral é que ele concorde com o substantivo mais próximo (concordância atrativa). Exemplos: Visitamos lindas praias e campos em nossa viagem. Ela tem bom ânimo e humor para enfrentar as adversidades da vida. Há, porém, exceção a essa regra. Quando nos referimos a pessoas (nomes próprios), devemos concordar com o conjunto dos elementos considerados como um todo – (concordância gramatical). NOMINAL artigos - pronomes adjetivos adjetivos - numerais NOME VERBAL verbo SUJEITO NOME Adjunto Adnominal Predicativo do Sujeito Predicativo do Objeto adjetivo - AA substantivos atrativa 1 – Concordância Nominal e Verbal Concordância Nominal Concordância Nominal do Adjunto Adnominal Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 4 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Exemplos: As belas Ana e Marina foram à festa. 2º Caso - Adjetivo posposto aos substantivos Se o adjetivo estiver após os substantivos a que se refere, a concordância é FACULTATIVA, podendo ser do tipo atrativa ou gramatical. Exemplos: Tinha sentimento e intenção boa. Tinha sentimento e intenção bons. Quando os substantivos forem SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS ou até mesmo quando expressarem uma ideia de GRADAÇÃO, devemos utilizar a concordância atrativa obrigatoriamente. Exemplos: Vivemos tristeza e alegria intensa. A luz e a claridade divina tomaram a minha mente. OBSERVAÇÃO - No caso de concordância gramatical, quando temos substantivos masculinos e femininos, o adjetivo será masculino INDEPENDENTEMENTE do número de substantivos femininos. Fazendo uma brincadeira para ajudar na memorização: A concordância gramatical é “machista”. Ex: se tivermos 927 termos femininos e apenas 01 termo masculino, pela concordância gramatical o adjetivo deve flexionar no gênero masculino plural. substantivos adjetivo - AA gramatical ou atrativa Masc + Masc = Masculino Masc + Fem = Masculino Fem + Masc = Masculino Fem + Fem = Feminino GRAMATICAL Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 5 de 136 www.exponencialconcursos.com.br 2º Caso Mais de um adjetivo para um substantivo Depende da posição do artigo definido. Observem: Comeu as batatas inglesa e doce. X Comeu a batata inglesa e a doce. Gosto das cores azul e amarela. X Gosto da cor azul e da amarela. REGRA GERAL: O predicativo concorda com o sujeito em gênero e número. Exemplos: Ela parecia pálida. (fem/sing) Todos estavam assombrados com o acontecido. (masc/plural) 1º Caso - Sujeito composto ANTEPOSTO Exemplos: Os árbitros e as jogadoras estavam preparados para o torneio. A criança e a mãe pareciam cansadas. 2º Caso - Sujeito composto POSPOSTO Exemplos: Estavam preparadas para o torneio as jogadoras e os árbitros. (atrativa) Estavam preparados para o torneio as jogadoras e os árbitros. (gramatical) 3º Caso - Sujeito não determinado por ARTIGO X determinado sujeito composto PDS gramatical PDS sujeito composto gramatical ou atrativa Concordância Nominal do Predicativo do Sujeito Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 6 de 136 www.exponencialconcursos.com.br 4º Caso - Sujeito é pronome de tratamento Quando o sujeito é substituído por pronome de tratamento, a concordância vai depender do sexo da pessoa a quem se dirige. Exemplos: Vossa senhoria está correto. (homem) Vossa senhoria está correta. (mulher) REGRA GERAL: O predicativo concorda com o objeto em gênero e número. Exemplos: Mantenha os olhos abertos. (masc/plural) Ele tem as mãos calejadas. (masc/plural) N ã o d e te r m in a d o Água é bom. É necessário fé para seguir em frente. Foi necessário firmeza para resolver o problema. D e te r m in a d o A água é boa. A fé é necessária para seguir em frente. Foi necessária a firmeza para resolver o problema. Concordância Nominal do Predicativo do Objeto Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 7 de 136 www.exponencialconcursos.com.br 1º Caso -Objeto composto ANTEPOSTO Exemplos: O juiz considerou a mulher e o marido culpados. (gramatical) Ele mantinha a carroça e o animal limpos. (gramatical) Objeto composto POSPOSTO Exemplos: O juiz considerou culpada a mulher e o marido. (atrativa) O juiz considerou culpados a mulher e o marido. (gramatical) Mantenha limpa a carroça e os animais. (atrativa) Mantenha limpos a carroça e os animais. (gramatical) Vamos ver alguns termos frequentemente cobrados pelas bancas examinadoras por suscitarem alguma dúvida em relação a suas concordâncias. OBS. A expressão “em anexo” é invariável. Ex. Os papéis seguem em anexo. objeto composto PDO gramatical PDO objeto composto gramatical ou atrativa •Os papéis seguem anexos. •As provas foram inclusas nos autos. •Nós vamos todos juntos. •Muito obrigada, disse ela. •Ela está quite com a justiça. •Cometeram crimes de lesa-pátria. ANEXO INCLUSO JUNTO LESO OBRIGADO QUITE Casos Especiais da Concordância Nominal Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 8 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Note que o número 1,3 é menor que 2, portanto devemos levar em consideração apenas o número inteiro (1 - singular). Cuidadopara não fazer a concordância com a fração (0,3). • Ela anda meio desligada. (advérbio - invariável) •Ele comeu meia melancia. (numeral - variável) MEIO • Ela comeu bastante. (advérbio - invariável) •Ela comeu bastantes bananas. (pronome ou adjetivo - variável BASTANTE •Elas só pensam naquilo! (palavra denotativa - invariável) •Eles estão sós. (adjetivo - variável) SÓ •Ela melhorou a olhos vistos.A OLHOS VISTOS •Quanto menos gente melhor!MENOS •Mais de 1,3 milhão de pessoas foram à festa.NUMERAIS Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 9 de 136 www.exponencialconcursos.com.br A regra geral é que o verbo concorda com o sujeito em pessoa, gênero e número, pois é ele que pratica ou sofre a ação. A concordância verbal do sujeito simples é muito fácil, nem vale a pena abrir um tópico específico neste caso. Vejamos alguns exemplos João COMEU as frutas. As crianças DEIXARAM os brinquedos em casa. Em relação à concordância do verbo com o sujeito composto, teremos duas situações: 1. O sujeito antes do verbo; 2. O sujeito depois do verbo. 1º Caso - Sujeito composto ANTES do verbo Exemplos: Pedro e sua esposa foram ao restaurante. (3ª pessoa) A vida e a morte fazem parte de um grande ciclo. (3ª pessoa) Eu e meus irmãos somos unidos. (1ª pessoa) Tu e Maria seguirão suas vidas em paz. (3ª pessoa - vocês) Temos apenas uma exceção a essa regra. Existe a possibilidade de usarmos o verbo no singular (concordância atrativa), quando os núcleos são sinônimos ou constituem uma sequência gradativa. Exemplo: A luz e a claridade nos faz enxergar. A luz e a claridade nos fazem enxergar. 2º Caso - Sujeito composto APÓS o verbo Concordância Verbal Concordância Verbal do Sujeito Composto Quando o sujeito vem ANTES do verbo, que é a ordem direta da oração, a regra é a concordância gramatical, ou seja, o verbo vai para o plural. Quando o sujeito vem DEPOIS do verbo, a concordância é FACULTATIVA, podendo ser gramatical ou atrativa. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 10 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Exemplos: Dormiram felizes as crianças e os pais. (3ª pessoa) Chegou Paulo e seus amigos duas horas após o início da festa. (3ª pessoa) Falamos alto eu e os demais convidados. (1ª pessoa) Falei alto eu e os demais convidados. (1ª pessoa) 1º Caso - Verbo SER Observação: PDS = Predicativo do Sujeito 2º Caso - Verbos impessoais HAVER, FAZER, PASSAR, CHOVER São verbos que não têm sujeito, quando indicam tempo ou fenômenos naturais. São conjugados na 3ª pessoa do singular. Sujeito = pronomes tudo, isto, isso, aquilo O verbo SER pode concordar com o PDS ou com o sujeito Aqui tudo são flores. (forma usual) Aqui tudo é flores. (forma permitida) Sujeito = coisa no singular e PDS é plural O verbo SER concorda com o PDS Seu segredo são suas habilidades. Sujeito = pessoas no singular e PDS é plural O verbo SER concorda com o sujeito Maria é só sorrisos. Sujeito = quantidade, medida é muito - é pouco - é suficiente - é mais que Dois reais é pouco. Dez metros é muito. Indicando horas e datas o verbo SER é impessoal, não tem sujeito O verbo SER concorda com o número É uma e meia da tarde. São seis horas da manhã. Casos Especiais da Concrodância Verbal Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 11 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Exemplos: Choveu por dez dias seguidos. Há dois anos que não a vejo. Ontem fez quarenta graus. Tem dias que não vou até lá. (sentido de haver/existir) Já passa das dez horas da noite. Ainda vai haver muitas manifestações contra a corrupção. ATENÇÃO: Repare que o verbo auxiliar “vai” também fica invariável. 3º Caso - Verbos BATER, DAR, SOAR Tais verbos quando indicam horas, concordam com o sujeito, que no caso, podem ser as horas ou o relógio. Exemplos: Bateram oito horas no relógio da catedral. O relógio deu dez horas. 4º Caso - Voz Passiva X Sujeito Indeterminado Se o verbo é transitivo direto – TD, (SE é pronome apassivador). Sendo assim, o verbo concorda com o sujeito. Se o verbo é intransitivo e transitivo indireto (SE é particula de indeterminação do sujeito). Nesses casos o verbo é INVARIÁVEL. Voz Passiva X Sujeito Indeterminado Alugam-se casas. (VTD = voz passiva) Precisa-se de trabalhadores. (suj. indeterminado/verbo INVARIÁVEL) Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 12 de 136 www.exponencialconcursos.com.br 5º Caso - Concordância obrigatória no SINGULAR Provocam o mesmo tipo de concordância os termos NADA, TUDO ISSO e etc. As orações subordinadas substantivas subjetivas (função de sujeito da oração principal), podem ser “substituídas” por ISSO ou ELE. Quando o pronome indefinido que faz parte do sujeito está no singular o verbo deve concordar obrigatoriamente com ele. Seguem a forma acima as expressões NENHUM DE..., ALGUM DE..., ALGUM DELES, CADA UM DELES, CADA QUAL, QUALQUER UM. 6º Caso - Concordância FACULTATIVA no singular ou plural NENHUM DELES Nenhum deles compareceu à reunião. HAJA VISTA O evento foi cancelado hajam vista os recentes acontecimentos. O evento foi cancelado haja vista os recentes acontecimentos. PARECER Eles parecem estar bem Eles parece estarem bem RESUMO Sexo, drogas, rock and roll, tudo ficou no passado. Família, amigos, colegas, ninguém faltou à sua festa. Sujeito ORACIONAL É importante que você estude bastante. Quem é de bem faz o bem. UM OU OUTRO Um ou outro candidato ousou falar a verdade. MAIS DE UM Mais de uma pessoa realizou a travessia. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 13 de 136 www.exponencialconcursos.com.br No primeiro exemplo, o destaque é para o primeiro núcleo do sujeito “senhor Clóvis”, enquanto no segundo, a ênfase é para o grupo. Esta última é a forma mais utilizada, porém ambas são consideradas corretas. ATENÇÃO: Quando a conjunção “ou” indicar exclusão ou retificação, o verbo deverá concordar com o núcleo mais próximo. Exemplo: Eu ou ele será escolhido para chefe. Quando as formas infinitivas forem antecedidas por artigo, usa-se o verbo no plural. Exemplo: O pensar e o fazer são partes do processo. Caso o coletivo não venha especificado, o verbo deverá vir no singular, que, em todos os casos é a forma mais usual. Este exemplo é similar ao coletivo e também se enquadram nessa regra expressões como: METADE DE, GRANDE PARTE DE, A MAIORIA DE, GRANDE NÚMERO DE. ...COM... Senhor Clóvis com seus alunos chegou cedo. Senhor Clóvis com seus alunos chegaram cedo. ...OU... Um livro ou uma revista ajudariam a passar o tempo. Um livro ou uma revista ajudaria a passar o tempo. INFINITIVO Ler e estudar enriquece o conhecimento. Ler e estudar enriquecem o conhecimento. COLETIVO A multidão de pessoas invadiu o local. A multidão de pessoas invadiram o local. PARTE DE Parte das pessoas ficou parada. Parte das pessoas ficaram paradas. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 14 de 136 www.exponencialconcursos.com.br A concordância acima, no plural é preferível,pois é a forma consagrada pela gramática, porém, muitos gramáticos aprovam a concordância no singular. A mesma regra serve para as expressões quais de nós, quais de vós, alguns de nós e etc. ATENÇÃO: Se o pronome vier no singular, o verbo também virá. Exemplo: Qual de nós conhece os mistérios de Deus? 7º Caso – Concordância dos NUMERAIS Comportam a mesma concordância os numerais bilhão e trilhão UM DOS QUE Fui um dos que discordaram da decisão. Fui um dos que discordou da decisão. QUANTOS DE NÓS Quantos de nós conhecem os mistérios de Deus? Quantos de nós conhecemos os mistérios de Deus? QUEM Somos nós quem paga a conta. Somos nós quem pagamos a conta. PORCENTAGENS Apenas 1% dos candidatos fechou a prova. Cerca de 20% não compareceram. MILHÃO Meio milhão de pessoas foram à praia hoje. FRAÇÕES Um terço das pessoas entendeu a explicação. Dois terços das pessoas ficaram "voando". Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 15 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Este assunto estuda a relação entre um principal ou regente e um subordinado ou regido, de forma que o termo regido complementa o sentido do termo regente. Exemplos: • estudaram o assunto • amor ao próximo • fé em Deus • foram ao teatro Observe que normalmente há uma PREPOSIÇÃO ligando os dois termos. ESSA É A PROBLEMÁTICA CENTRAL DO ASSUNTO REGÊNCIA: saber se o termo regente exige preposição e qual é a preposição exigida. Lembre-se de que os verbos transitivos diretos - TD não pedem preposição!!! Estuda essa relação de subordinação quando o termo regente é um NOME (substantivo, adjetivo ou advérbio). Exemplos: • liberdade de expressão (substantivo) • medo da chuva (substantivo) • diferente de mim (adjetivo) • hábil no ofício (adjetivo) • favoravelmente ao projeto (advérbio) • igualmente a nós (advérbio) Vamos ver alguns nomes e suas respectivas regências: •O texto era acessível a todos. •O texto era acessível para todos. ACESSÍVEL a/para 2 – Regência Nominal e Verbal Regência Nominal Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 16 de 136 www.exponencialconcursos.com.br REPARE QUE SERIA INVIÁVEL DECORAR A REGÊNCIA DE TODAS AS PALAVRAS... Por outro lado, vejamos abaixo uma lista com a regência de alguns nomes mais frequentemente abordados em provas de concursos. •Fez tudo por amor à pátria. •Nada maior que o amor de mãe. •"Como é grande o meu amor por você." AMOR a/de/por •Estava feliz com a mudança. •Ficou feliz de poder auxiliar o amigo. •Ficou feliz em poder auxiliar o amigo. •Ficou feliz por eles. FELIZ com/de/em/por •Tinha obediência ao pai. •Sua obediência de filho impressionava. •Tinha obediência para com o seu pai. OBEDIÊNCIA a/de/para com •Ele é residente na Rua da União, nº 9. •Entregamos em domicílio. RESIDENTE /ENTREGA em ACOSTUMADO - a/com ADMIRAÇÃO - a/por AFEIÇÃO - a/por/para com ANÁLOGO - a ANSIOSO - de/para/por ATENCIOSO - com/para com CAPACIDADE - de/em/para COERENTE - com COMPATÍVEL - com CONSTITUÍDO - com/de/por CONTENTE - com/de/em/por CURIOSO - de/por DESPREZO - a/de/por DEVOÇÃO - a/para com/por ESSENCIAL - a/para/em FÁCIL - a/de/para HABILIDADE - de/em/para JUNTO - a/de RELACIONADO - a/com RESPEITO - a/com/de/para com/por SENSÍVEL - a/para TENTATIVA - contra/de/para/para com VIZINHO - a/com/de UNIÃO - a/com/entre Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 17 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Na regência verbal, temos que considerar a transitividade do verbo. Como vimos na aula sobre função sintática, os verbos transitivos diretos exigem complemento sem preposição (objeto direto) e os transitivos indiretos pedem complemento com preposição (objeto indireto). Alguns verbos possuem mais de um sentido e para cada um deles, normalmente, há uma regência diferente. Exemplos: • Assistimos ao jogo de futebol. (sentido de ver/presenciar – TI (a)) • Assistimos o doente por todo o dia. (sentido de prestar assistência - TD) • Exigiu os direitos que lhe assistem. (sentido de caber o direito – TI (a)) • Ele assistia na França há um ano. (sentido de morar/residir - I) Em alguns casos, o verbo admite mais de uma regência para um mesmo sentido. Exemplos: • Falaram da vida. • Falaram sobre a vida. • Falaram a respeito da vida. Podemos omitir a preposição antes do “que” é quando este vocábulo é uma conjunção integrante. Exemplo: • Ele esqueceu-se de que era preciso ser forte. = Ele esqueceu-se disso. • Ele esqueceu-se que era preciso ser forte. Lembre-se que os pronomes relativos introduzem as orações adjetivas, enquanto as conjunções integrantes introduzem as orações substantivas (aquelas que podem ser substituídas por “ISSO”). Regência Verbal Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 18 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Sempre que podermos substituir “que” por “o qual”, “a qual” já sabemos que ele é pronome relativo, portanto a preposição NÃO poderá ser omitida. • O rapaz com que falamos está ali. • O rapaz com o qual falamos está ali. Quando a oração introduzida pela conjunção integrante “que” complementa um nome (tem a função de complemento nominal – CN), há autores que abonam tal omissão e outros que condenam. Por isso, cuidado!!!!! Repare que o verbo CHEGAR não permite a construção “chegar em”. •A mãe agradou o filho amorosamente. (fazer carinho) •O calouro agradou ao jurado. (contentar, satisfazer) AGRADAR TD / TI (a) •Ela aspirou o ar puro da serra. (inalar, inspirar) •Ele aspirava a uma vida melhor. (desejar) ASPIRAR TD / TI (a) •As enfermeiras assitem os doentes pacientemente. (cuidar, prestar assitência) •Assistimos ao jogo em silêncio. (ver, presenciar) •Esse direito não lhe assiste. (caber um direito) •Ele assistia em Rondônia. (morar, residir) ASSISTIR TD / TI (a) / TI (a) / I (em) •Chegou ao aeroporto na hora certa. •Chegamos a Recife pela manhã. CHEGAR TI (a) Exemplos Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 19 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Nos verbos acima podemos também utilizar preposições tal como: sobre, a respeito de (locução). ATENÇÃO: Veja que o verbo namorar não admite a forma “namorar com”. Os verbos acima têm a mesma regência: PAGAR/PERMITIR/CONTAR/PERDOAR/RESPONDER/REVELAR algo (OD) a alguém (OI). •Esqueceu a aula. •Lembrou a lição. •Esqueceu-se da aula. •Lembrou-se da lição. ESQUECER LEMBRAR TD / TI (de) •Informaram aos candidatos o resultado das provas. •Avisamos as pessoas sobre o acidente. •Cientifiquei o contribuinte da decisão. INFORMAR AVISAR CIENTIFICAR TDI (de) •Um filho implica muitas responsabilidades. (acarretar) •Os delatores o implicaram no escândalo de corrupção. (envolver, comprometer) •Ela implica com os coleguinhas. (discutir, brigar) IMPLICAR TD / TDI (em) / TI (com) •Ana namorava João. •Ela só namorava rapazes ricos. NAMORAR TD •Pagou a dívida ao banco. •Permitiu aos alunos que filmassem a aula. •Contou a estória ao filho. •Perdoou a dívida aos devedores. •Respondeu a carta aos fãs. •Revelou o segredo ao filho. PAGAR PERMITIR CONTAR PERDOAR RESPONDER REVELAR TDI (a) Curso: Português Básicopara Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 20 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Alguns autores e gramáticos admitem o uso de VISAR no sentido de objetivar como transitivo direto. Ex: Nós visamos um grande objetivo. Porém, CUIDADO, o padrão é o seu uso como transitivo indireto - TI. Portanto examine bem a questão. Há frase em que há dois ou mais verbos que possuem o mesmo complemento. Nesses casos, podemos ter duas situações: 1. Os verbos possuem a mesma regência; 2. Os verbos possuem regências diferentes. Os verbos possuem a mesma regência Nesse caso, você pode repetir ou não o complemento facultativamente. Exemplos: • Os noivos abraçaram e beijaram-se. • Os noivos abraçaram-se e beijaram-se. •Ele presidiu o encontro. •Ele presidiu ao encontro. PRESIDIR TD ou TI (a) facultativo •Procedeu ao inquérito. (realizar) •Ele procede de outro país. (originar-se) •O seu depoimento procede. (ter fundamento) PROCEDER TI (a) (de) I •O processo trata de uma restituição. •No processo trata-se de uma restituição. TRATAR TI (de) •O competidor visou o alvo. (apontar) •A chefe visou os documentos. (por visto) •Nós visamos a um grande objetivo. (objetivar) VISAR TD TD TI (a) Dois verbos com um mesmo complemento Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 21 de 136 www.exponencialconcursos.com.br No exemplo acima os dois verbos são TD, por isso nenhum deles pede preposição. Os verbos possuem regências diferentes. Nesse caso, é necessário que cada verbo seja adequadamente complementado. Exemplos: • Chegamos àquela casa e fizemos dela o nosso lar. • Fomos a Brasília e voltamos de lá rapidamente. A forma acima é a considerada gramaticalmente correta! O ilustre gramático Domingos Paschoal Cegalla observa em sua gramática que é admissível a utilização de um só complemento para ambos os verbos por motivo de concisão. Entretanto, CUIDADO, pois a banca pode adotar este critério ou não, já que há autores que condenam esse tipo de construção. É preciso examinar atentamente todas as alternativas da questão. Veja como ficariam as orações acima: • Chegamos e fizemos daquela casa o nosso lar. • Fomos e voltamos de Brasília rapidamente. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 22 de 136 www.exponencialconcursos.com.br 1) CESPE/AFCE/TCE SC/Cont. Externo/Administração/2016 Texto CB2A2BBB O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade e de seu potencial danoso à sociedade, exige, além de uma atuação repressiva, também uma ação preventiva do Estado. Portanto, é preciso estimular a integridade no serviço público, para que seus agentes sempre atuem, de fato, em prol do interesse público. Entende-se que a integridade pública representa o estado ou condição de um órgão ou entidade pública que está “completa, inteira, perfeita, sã”, no sentido de uma atuação que seja imaculada ou sem desvios, conforme as normas e valores públicos. De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a integridade é mais do que a ausência de corrupção, pois envolve aspectos positivos que, em última análise, influenciam os resultados da administração, e não apenas seus processos. Além disso, a OCDE compreende um sistema de integridade como um conjunto de arranjos institucionais, de gerenciamento, de controle e de regulamentações que visem à promoção da integridade e da transparência e à redução do risco de atitudes que violem os princípios éticos. Nesse sentido, a gestão de integridade refere-se às atividades empreendidas para estimular e reforçar a integridade e também para prevenir a corrupção e outros desvios dentro de determinada organização. Internet: <www.cgu.gov.br> (com adaptações). Ainda com relação a aspectos linguísticos do texto CB2A2BBB, julgue o item subsequente. A coesão e a correção gramatical do trecho “e à redução do risco de atitudes que violem os princípios éticos” seriam mantidas caso a forma verbal “violem” fosse flexionada no singular, passando, então, a concordância a restringir-se ao termo “risco”. Certo Errado Comentários: O uso do singular não é possível, pois o verbo VIOLAR diz respeito ao termo “atitudes” ao qual o termo QUE se refere. Note que o trecho “que violem os princípios éticos” trata-se de uma oração subordinada adjetiva restritiva que especifica determinados tipos de “atitudes”. 3 – Questões Comentadas Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 23 de 136 www.exponencialconcursos.com.br “e à redução do risco de atitudes que/AS QUAIS violem os princípios éticos” Gabarito: Errado 2) CESPE/Agente/PF/1997 Quanto ao uso correto da língua portuguesa, julgue o item a seguir. O vendedor chegou a supor que seu freguês estava desejoso de adquirir alguma dessas revistas pornográficas, que estampam fotos de homens e de mulheres nus. Certo Errado Comentários: O adjetivo “nu” (adjunto adnominal) pode concordar de forma atrativa com o nome “mulheres” (nuas) ou gramaticalmente (nus) com os dois substantivos que vêm a ele antepostos. homens e de mulheres nus homens e de mulheres nuas Gabarito: C 3) CESPE/AUFC/TCU/Auditoria Governamental/2007 Berço da civilização ocidental, o mar Mediterrâneo banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano. Pesquisa recente mostra que ele é o mais poluído dos mares do planeta. A cada ano, suas águas recebem: 9 milhões de toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados, 60% produzidos por França, Itália e Espanha; 15 milhões de toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas que visitam suas praias; 600.000 toneladas de petróleo derramadas por navios durante o movimento de carga e descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes; redes de pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de 50.000 focas que confundem esses objetos com alimentos. Veja, 1.º/8/2007, p.1167 (com adaptações). Acerca das estruturas lingüísticas do texto acima e da organização de suas idéias, julgue os itens subseqüentes, considerando, ainda, aspectos relativos à questão ambiental no mundo contemporâneo. substantivos adjetivo - AA gramatical ou atrativa Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 24 de 136 www.exponencialconcursos.com.br O desenvolvimento da argumentação do texto mostra que seriam mantidas a correção gramatical e a coerência textual se o termo "derramadas" fosse substituído por derramado. Certo Errado Comentários: A concordância nesse caso é FACULTATIVA, podendo ser gramatical, com a quantidade “600.000 toneladas” ou atrativa, concordando com o termo “petróleo”. Gabarito: C 4) CESPE/Cont./MTE/2014 (...) Há ainda outros mitos que fazem parte do comportamento do brasileiro. Entre eles, destacam-se o conceito de que, para ser investidor, é preciso ter muito dinheiro disponível e a ideia de que os produtos existentes no mercado financeiro são muito complexos. Mauro Calil. Deixe de ser devedor. Internet: <www.exame.com> (com adaptações) . Julgue o item subsequente, referente às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima. A forma verbal “Há” poderia ser substituída por Existe sem que houvesse prejuízo para a correção gramatical do período.Certo Errado Comentários: O verbo HAVER no sentido de existir é IMPESSOAL, ou seja, não tem sujeito, por isso é sempre conjugado na terceira pessoa do singular. Já o verbo EXISTIR é PESSOAL, pois você pode dizer eu existo, por exemplo. Assim, ele vai concordar normalmente com o sujeito da oração, que nesse caso seria o termo “outros mitos”. Então, teríamos: existem ainda outros mitos... Gabarito: E 5) CESPE/Agente/PF/2009 Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 25 de 136 www.exponencialconcursos.com.br geral, a democratização das sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem para a fixação de uma tradição democrática. Penso que temos de refletir um pouco a respeito do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com características fixas, mas de um processo que, apesar de constituir formas institucionais, não se esgota nelas. É tempo de voltar ao filósofo Espinosa e imaginar a democracia como uma potencialidade do social, que, se de um lado exige a criação de formas e de configurações legais e institucionais, por outro não permite parar. A democratização no século XX não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as chamadas sociedades ocidentais. Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). Com base nas estruturas linguísticas e nas relações argumentativas do texto acima, julgue o item seguinte. Na linha 4, a flexão de singular em "não se trata" deve-se ao emprego do singular em "um regime". Certo Errado Comentários: O pronome SE, pode assumir dois papeis quando acompanha os verbos. Um deles é de pronome apassivador - PA, é o que acontece quando o verbo é transitivo DIRETO – TD, assim, o SE auxilia a formar a voz passiva sintética. Quando o verbo é transitivo INDIRETO ou INTRANSITIVO, o SE é classificado como partícula de indeterminação do sujeito - PIS, porque auxilia a formar um sujeito INDETERMINADO. No caso acima, o verbo TRATAR é TI, porque, nesse sentido que está escrito, quem trata, trata de alguma coisa, algum assunto. Como já vimos, se o SE for pronome apassivador, o verbo concorda com o sujeito. Já quando o SE for PIS, o verbo ficará invariável no singular. Gabarito: E 6) CESPE/Analista/MPU/Apoio Jurídico/Direito/2013 Voz Passiva X Sujeito Indeterminado Alugam-se casas. (VTD = voz passiva) Precisa-se de trabalhadores. (suj. indeterminado/verbo INVARIÁVEL) Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 26 de 136 www.exponencialconcursos.com.br O direito a distância semelha um bloco de justiça como a montanha semelha um bloco de azul. E é isso a justiça: um azul de montanha. À medida que nos aproximamos, esse azul se esvai. A nitidez e a harmonia desfazem-se num turbilhão caótico de detalhes grosseiros. A beleza do direito transfunde-se no cipoal entrançado do formalismo. Ao que nele penetrou espanta somente encontrar fórmulas, só ouvir fórmulas, só conseguir fórmulas — tudo amarelo, cor de ouro, e nada, nada azul, a cor da justiça. O azul, a justiça, a harmonia, a equidade — puras ilusões da ótica humana. (...) José Bento Monteiro Lobato. Literatura do minarete. São Paulo: Globo, 2008, p. 265 (com adaptações). A respeito das ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item que se segue. Na linha 3, a forma verbal “espanta” flexiona-se no singular para concordar com o sujeito oracional “Ao que nele penetrou”. Certo Errado Comentários: De fato, há na oração um sujeito oracional, no entanto não é o termo indicado acima. Vamos analisar o período: “Ao que nele penetrou espanta somente encontrar fórmulas...”. Vamos perguntar ao verbo, o que espanta? “Somente encontrar fórmulas”. Então, econtramos o sujeito. Podemos tirar a prova, substituindo a expressão por ISSO (isso espanta). E o trecho “ao que nele penetrou” o que é? Como o verbo espanta é transitivo direto (algo ou alguém espanta alguém), concluimos que o trecho é o OD da oração, no entanto ele está prepositivado para evitar confusão com o sujeito. Se estiver em dúvidas em relação a esse tipo de construção, dê uma olhada na aula 03, tranquilo? Para concluir, vamos lembrar que o verbo fica no singular quando tiver sujeito oracional. Sujeito ORACIONAL É importante que você estude bastante. Quem é de bem faz o bem. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 27 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Gabarito: E 7) CESPE/TJ/TRE ES/Administrativa/"Sem Especialidade"/2011 Considerando que o item seguinte, na ordem em que esta apresentado, é parte sucessiva de um texto adaptado do jornal Estado de Minas de 29/11/2010, julgue-o com referência à correção gramatical. O empenho da Igreja Católica e de organizações não governamentais reunidas no Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral e o permanente acompanhamento da imprensa forçou a tramitação relativamente rápida do projeto nas duas casas do Congresso. Certo Errado Comentários: O verbo FORÇAR deve concordar com o sujeito composto cujos núcleos são “empenho” e “acompanhamento”, pois ele vem ANTES do verbo que, portanto, deve vir no plural (concordância gramatical). Repare que tudo abaixo que está em vermelho faz parte do sujeito e tem função de adjunto adnominal. O empenho (núcleo do sujeito) da Igreja Católica e de organizações não governamentais reunidas no Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (adjunto adnominal - AA) e o permanente (AA) acompanhamento (núcleo do sujeito) da imprensa (AA) FORÇARAM a tramitação relativamente rápida do projeto nas duas casas do Congresso. Gabarito: Errado 8) CESPE/TJ/TRE ES/Apoio Especializado/Taquigrafia/2011 Convocada por D. Pedro em junho de 1822, a constituinte só seria instalada um ano mais tarde, no dia 3 de maio de 1823, mas acabaria dissolvida seis meses de pois, em 12 de novembro. Os membros da constituinte eram escolhidos por meio dos mesmos critérios estabelecidos para a eleição dos deputados às cortes de Lisboa. Os eleitores eram apenas os homens livres, com mais de vinte anos e que residissem por, pelo menos, um ano na localidade em que viviam, e proprietários de terra. Cabia a eles escolher um colégio eleitoral, que, por sua vez, indicava os deputados de cada região. Estes tinham de saber ler e escrever, possuir bens e virtudes. Em uma época em que a taxa de analfabetismo alcançava 99% da população, só um entre cem brasileiros era elegível. Os nascidos em Portugal tinham de estar residindo por, pelo menos, doze anos no Brasil. Do total de cem deputados Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 28 de 136 www.exponencialconcursos.com.br eleitos, só 89 tomaram posse. Era a elite intelectual e política do Brasil, composta de magistrados, membros do clero, fazendeiros, senhores de engenho, altos funcionários, militares e professores. Desse grupo, sairiam mais tarde 33 senadores, 28 ministros de Estado, dezoito presidentes de província, sete membros do primeiro conselho de Estado e quatro regentes do Império. O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia sido remodelada pelo vice-rei conde dos Arcospara abrigar parte da corte portuguesa de D. João. No dia da abertura dos trabalhos, D. Pedro chegou ao prédio em uma carruagem puxada por oito mulas. Discursou de cabeça descoberta, o que, por si só, sinalizava alguma concessão ao novo poder constituído nas urnas. A coroa e o cetro, símbolos do seu poder, também foram deixados sobre uma mesa. Laurentino Gomes. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010, p. 21316 (com adaptações). Julgue o item seguinte, relativo às relações sintáticas e semânticas do texto. Nas duas orações do primeiro parágrafo do texto em que o sujeito está elíptico, a referência é o termo "a constituinte" tal como expressa a concordância, em número e gênero, desse termo com os particípios a ele relacionados. Certo Errado Comentários: O período abaixo possui três orações. Na oração principal a locução verbal “seria instalada” concorda com o sujeito “a constituinte” que está explícito. As duas outras orações, que também possuem verbos no particípio (“convocada” e “dissolvida”), também se referem ao termo “a constituinte”, sujeito que se encontra elíptico nessas orações. Ambas as formas verbais concordam corretamente com ele. Regra geral: o verbo concorda com o sujeito em gênero e número, pois é ele que pratica ou sofre a ação. Convocada por D. Pedro em junho de 1822 (oração adjetiva explicativa reduzida de particípio), a constituinte só seria instalada um ano mais tarde, no dia 3 de maio de 1823 (oração principal), mas acabaria dissolvida seis meses de pois, em 12 de novembro (oração coordenada adversativa). Gabarito: Certo 9) CESPE/AJ/TRE ES/Administrativa/2011 As eleições no Brasil mobilizam os veículos de informação também pelo anedotário que produzem. Curiosamente, a presença crescente de indígenas no Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 29 de 136 www.exponencialconcursos.com.br processo eleitoral nos é transmitida exatamente nesse registro. De certo modo, a participação dos indígenas na disputa por vagas nos Poderes Legislativo e Executivo é apresentada no mesmo tom de estranheza com que o jornalismo brasileiro descreve xinguanos paramentados com sandálias havaianas e calções adidas. É como se a candidatura indígena selasse, solenemente, a inexorável aculturação. Para além desse anedotário há, de fato, muito que refletirmos. Afinal, os mais diversos povos indígenas estão lidando com as grandes instituições da sociedade branca e com processos políticos pertencentes a uma gramática social e simbólica que lhes é absolutamente estranha, ao menos na maneira como estamos acostumados a pensar. A começar pela representação política, que envolve, no mínimo, premissas e categorias mentais muito distintas dos modos nativos de fazer política. A política, que em muitas formulações nativas atravessa a vida social de maneira ampla, articulando-se simultaneamente às regras do parentesco, ao complexo ritual e religioso, ao discurso cosmológico, passa então a circular em uma ordem específica, a ordem política, regida por uma racionalidade burocrática e fundamentada em valores que se pretendem universalmente válidos. Formas tradicionais de liderança política como, por exemplo, a assumida pelo sábio ancião, com sua oratória sensível, seu zelo pela reatualização permanente do legado mitológico e da tradição, seu prestígio guerreiro − cedem lugar para uma nova forma de liderança, dessa vez protagonizada por jovens talentosos, escolarizados, falantes do português, minimamente conhecedores dos códigos e peculiaridades do mundo dos brancos. Marcos Pereira Rufino. Instituições dos brancos. Internet: <www.pib.socioambiental.org>, set./2000 (com adaptações). Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item a seguir. A forma verbal "é" está flexionada no singular porque concorda com o nome "disputa". Certo Errado Comentários: A forma verbal “é” concorda com o núcleo do sujeito, “participação”. O termo “disputa” integra o adjunto adverbial marcado abaixo em vermelho. “... a participação (núcleo do sujeito) dos indígenas (adjunto adnominal) na disputa por vagas nos Poderes Legislativo e Executivo (adjunto adverbial - AAV) é apresentada...” Gabarito: Errado Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 30 de 136 www.exponencialconcursos.com.br 10) CESPE/AJ/TRE RJ/Administrativa//2012 Texto para o item As mulheres sabem que a participação democrática é o principal meio de defesa de seus interesses e de conquista de representação política, tal como a implantação do sistema de quotas para aumentar o número de representantes eleitas. O número reduzido de mulheres que ocupam cargos públicos — atualmente, uma média mundial de 19% nas assembleias nacionais — constitui um déficit a corrigir. A participação das mulheres em todos os níveis do governo democrático — local, nacional e regional — diversifica a natureza das assembleias democráticas e permite que o processo de tomada de decisões responda a necessidades dos cidadãos não atendidas no passado. Internet: <http://www.unric.org/pt/> (com adaptações). Julgue o item que se segue, relativo a aspectos estruturais do texto. Se a palavra "atendidas" fosse flexionada no masculino — atendidos —, estariam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto. Certo Errado Comentários: O adjetivo “atendidas” refere-se ao nome “necessidades”, que além de plural, está no feminino, concordando com ele. Caso o adjetivo viesse no masculino, passaria a concordar com “cidadãos”. Portanto, mesmo preservando a correção gramatical, o sentido da oração ficaria alterado. “A participação das mulheres ... diversifica a natureza das assembleias democráticas e permite que o processo de tomada de decisões responda a necessidades dos cidadãos não atendidas no passado.” Gabarito: Errado 11) CESPE/AJ/TRE GO/Administrativa/2015 Texto I Os primeiros anos que se seguiram à Proclamação da República foram de grandes incertezas quanto aos trilhos que a nova forma de governo deveria seguir. Em uma rápida olhada, identificam-se dois grupos que defendiam diferentes formas de se exercer o poder da República: os civis e os militares. Os civis, representados pelas elites das principais províncias — São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul —, queriam uma república federativa que desse muita autonomia às unidades regionais. Os militares, por outro lado, defendiam um Poder Executivo forte e se opunham à autonomia Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 31 de 136 www.exponencialconcursos.com.br buscada pelos civis. Isso sem mencionar as acirradas disputas internas de cada grupo. Esse era um quadro que demonstrava a grande instabilidade sentida pelos cidadãos que viveram naqueles anos. Mas havia cidadãos? Formalmente, a Constituição de 1891 definia como cidadãos os brasileiros natos e, em regra, os naturalizados. Podiam votar os cidadãos com mais de vinte e um anos de idade que tivessem se alistado conforme determinação legal. Mas o que, exatamente, significava isso? Em 1894, na primeira eleição para presidente da República, votaram 2,2% da população. Tudo indica que, apesar de a República ter abolido o critério censitário e adotado o voto direto, a participação popular continuou sendo muito baixa em virtude, principalmente, da proibição do voto dos analfabetos e das mulheres. No que se refere à legislação eleitoral, alguns instrumentos legais vieram a público, mas nenhum deles alterou profundamente o processo eleitoral da época. Asprincipais alterações promovidas na legislação contemplaram o fim do voto censitário e a manutenção do voto direto. Essas modificações, embora importantes, tiveram pouca repercussão prática, já que o voto ainda era restrito — analfabetos e mulheres não votavam — e o processo eleitoral continuava permeado por toda sorte de fraudes. Ane Ferrari Ramos Cajado, Thiago Dornelles e Amanda Camylla Pereira. Eleições no Brasil: uma história de 500 anos. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, 2014, p. 278. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações). Julgue o item que se segue, acerca das estruturas linguísticas do texto I. O trecho “votaram 2,2% da população” poderia, sem prejuízo gramatical ou de sentido para o texto, ser reescrito da seguinte forma: 2,2% da população votou. Certo Errado Comentários: Esse é um caso de concordância FACULTATIVA. O verbo pode vir no plural concordando com o numeral 2 (antes da vírgula) ou no singular, concordando com o termo “da população”. ... 2,2% da população votaram. ... 2,2% da população votou. Gabarito: Certo 12) CESPE/Ana/FUNPRESP/Administrativa/2016 Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 32 de 136 www.exponencialconcursos.com.br O homem que só tinha certezas quase nunca usava ponto de interrogação. Em seu vocabulário, não constavam as expressões: talvez, quiçá, quem sabe, porventura. Parece que foi de nascença. Ele já teria vindo ao mundo assim, com todas as certezas junto, pulou a fase dos porquês e nunca soube o que era curiosidade na vida. Cresceu achando natural viver derramando afirmações pela boca. A notícia espalhou-se rapidamente. Não demorou muito para se tornar capa de todas as revistas e personagem assíduo dos programas de TV. Para cada pergunta havia uma só resposta certa e era essa que ele dava, invariavelmente, exterminando aos pouquinhos todas as dúvidas que existiam, até que só restou uma dúvida no mundo: será que ele não vai errar nunca? Mas ele nunca errava, e já nem havia mais o que errar, uma vez que não havia mais dúvidas. Um dia aconteceu um imprevisto, e o homem que só tinha certezas, quem diria, acordou apaixonado. Para se assegurar de que aquela era a mulher certa para ele, formulou cento e vinte perguntas, as quais ela respondeu sem vacilar. Os dois se amaram noites adentro, foram a Barcelona, tiraram fotos juntos, compraram álbuns, porta-retratos... Desde então, por alguma razão desconhecida, o homem que só tinha certezas foi perdendo todas elas, uma por uma. No início ainda tentou disfarçar. Mas as dúvidas multiplicavam-se como praga, espalhavam-se pelo mundo, e agora, meu Deus? Deus existe? Existe sim. Ou será que não? Ele não estava bem certo. Adriana Falcão. O homem que só tinha certezas. In: O doido da garrafa. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003, p. 75 (com adaptações). Julgue o item seguinte, referente aos aspectos linguísticos e às ideias do texto O homem que só tinha certezas. A forma verbal “havia”, em “não havia mais dúvidas”, poderia ser corretamente substituída por existia. Certo Errado Comentários: Quando utilizamos o verbo HAVER no sentido de existir, “dúvidas” é um objeto direto e o verbo é impessoal (não tem sujeito), portanto, conjuga-se na 3ª pessoa do singular. Por sua vez, quando utilizamos o verbo EXISTIR (que é intransitivo) o termo “dúvidas” passa a ser sujeito, devendo, assim, o verbo concordar com ele no plural. Gabarito: Errado Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 33 de 136 www.exponencialconcursos.com.br 13) CESPE/AUFC/TCU/Controle Externo/Auditoria Governamental/2008 Ao apresentar a perspectiva local como inferior à perspectiva global, como incapaz de entender, de explicar e, em última análise, de tirar proveito da complexidade do mundo contemporâneo, a concepção global atualmente dominante tem como objetivo fortalecer a instauração de um único código unificador de comportamento humano, e abre o caminho para a realização do sonho definitivo de economias globais de escala. Como resultado deste processo, o "modelo econômico" alcança sua perfeição, que não é somente descrever o mundo, mas efetivamente governá-lo. E esta é a essência mesma do paradigma moderno de desenvolvimento e de progresso, cujo estágio supremo de perfeição a globalização representa. Fica claro que a escala não poderia ser melhor ou maior do que sendo global e é somente neste nível que a sua primazia e universalidade são finalmente afirmadas, junto com a certeza de que jamais poderia surgir alguma alternativa viável ao sistema ideologicamente dominante fundado no livre mercado, dada a ausência de qualquer cultura ou sistema de pensamento alternativo. Se virmos o fenômeno da globalização sob esta luz, creio que não poderemos escapar da conclusão de que o processo é totalmente coerente com as premissas da ideologia econômica que têm se afirmado como a forma dominante de representação do mundo ao longo dos últimos 100 anos, aproximadamente. A globalização não é, portanto, um acontecimento acidental ou um excesso extravagante, mas uma extensão simples e lógica de um "argumento". Parece realmente muito difícil conceber um resultado final que fizesse mais sentido e fosse mais coerente com as bases ideológicas sobre as quais está fundado. Em suma, a globalização representa a realização acabada e a perfeição do projeto de modernidade e de seu paradigma de progresso. G. Muzio. A globalização como o estágio de perfeição do paradigma moderno: uma estratégia possível para sobreviver à coerência do processo. Trad. Luís Cláudio Amarante. In: Francisco de Oliveira e Maria Célia Paoli (Org.). Os sentidos da democracia. Políticas do dissenso e hegemonia global. 2.ª ed. Petrópolis RJ: Vozes; Brasília: NEDIC, 1999, p. 1389 (com adaptações). Com relação aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto, julgue o item seguinte. A forma verbal "têm" em "têm se afirmado" estabelece relação de concordância com o termo antecedente "ideologia". Certo Errado Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 34 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Comentários: “… o processo é totalmente coerente com as premissas da ideologia econômica que têm se afirmado” Considerando que não há erros no texto, podemos observar que o verbo TER na forma “têm” está no plural porque concorda com algum termo também no plural, que no caso é “as premissas” OK? Lembre-se de que a regra geral é que o verbo concorda com o sujeito, pois é este quem pratica a ação. Se o verbo estivesse no singular poderíamos inferir que ele estaria referindo-se a um termo que está no singular (“ideologia econômica” por exemplo). Gabarito: E 14) CESPE/AUFC/TCU/Controle Externo/Auditoria Governamental/2008 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e noventa. Duas forças serviram principalmente à empresa de as congregar: o emprego da língua delas, desde que pude discerni-la um pouco, e o sentimento de terror que lhes infundi. A minha estatura, as vestes talares, o uso do mesmo idioma fizeram-lhes crer que eu era o deus das aranhas, e desde então adoraram-me. E vede o benefício desta ilusão. Como as acompanhasse com muita atenção e miudeza, lançando em um livro as observações que fazia, cuidaram que o livro era o registro dos seus pecados, e fortaleceram-se ainda mais nas práticas das virtudes. (...) Não bastava associá-las; era preciso dar-lhes um governo idôneo. Hesitei na escolha; muitos dos atuais pareciam-mebons, alguns excelentes, mas todos tinham contra si o existirem. Explico-me. Uma forma vigente de governo ficava exposta a comparações que poderiam amesquinhá-la. Era-me preciso ou achar uma forma nova ou restaurar alguma outra abandonada. Naturalmente adotei o segundo alvitre, e nada me pareceu mais acertado do que uma república, à maneira de Veneza, o mesmo molde, e até o mesmo epíteto. Obsoleto, sem nenhuma analogia, em suas feições gerais, com qualquer outro governo vivo, cabia-lhe ainda a vantagem de um mecanismo complicado, o que era meter à prova as aptidões políticas da jovem sociedade. A proposta foi aceita. Sereníssima República pareceu-lhes um título magnífico, roçagante, expansivo, próprio a engrandecer a obra popular. Não direi, senhores, que a obra chegou à perfeição, nem que lá chegue tão cedo. Os meus pupilos não são os solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares. Nem o tempo é operário que ceda a outro a lima ou o alvião; ele fará mais e melhor do que as teorias do papel, válidas no papel e mancas na prática. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 35 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 3378. Julgue o seguinte item, que se refere a aspectos lingüísticos do texto. O verbo ter está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no singular, sem concordar com o sujeito da oração "vinte aranhas". Certo Errado Comentários: “ ...(eu) tinha (VTD) comigo (AAV) vinte aranhas (OD)” Na verdade, o verbo TER está empregado no seu sentido usual de possuir, devendo concordar normalmente com o seu sujeito (eu) que está oculto. Exemplo de TER impessoal (sentido de HAVER): Tinha crianças na rua. Observe que não há sujeito na oração. Gabarito: E 15) CESPE/ACE/TCDF/2012 A Teoria Geral do Estado mostra como surgiu e se organizou, ao longo do tempo, o Estado. Nas formas primitivas de organização social, ainda tribais, o poder era concentrado nas mãos de um único chefe, soberano e absoluto, com poder de vida e morte sobre seus subordinados, fazendo e executando as leis. Na Antiguidade Clássica, as civilizações grega e romana foram as que primeiro fizeram uma tentativa de compartilhar o poder, criando instituições como a Eclésia e o Senado. Contudo, essa experiência foi posta de lado quando as trevas medievais tomaram conta da Europa, fazendo-a mergulhar em mil anos de estagnação, sob as mãos de senhores feudais, reis e papas, que não conheciam outro limite senão seu próprio poder. O fim da Idade Média, no século XV, e o ressurgimento das cidades, no período renascentista, representaram profundas mudanças para a sociedade da época, mas, do ponto de vista político, assistiu-se a uma concentração ainda maior do poder nas mãos dos soberanos, reis absolutos, que, sob o peso de sua autoridade, unificaram os diversos feudos e formaram vários dos Estados modernos que hoje conhecemos. Exceção a essa regra foi a Inglaterra, onde, já em 1215, o poder do rei passou a ser um tanto limitado pelos nobres, que o obrigaram a pedir autorização a um conselho constituído por vinte e cinco barões para aumentar os impostos. A fim de fazer valer essa exigência, foi assinada a Magna Carta. Nascia o embrião do parlamento moderno, com a finalidade precípua de limitar o poder do rei. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 36 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Elton E. Polveiro Júnior. Desafios e perspectivas do poder legislativo no século XXI. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações). Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue. A forma verbal "representaram" está no plural para concordar com o sujeito composto da oração, cujos núcleos são "fim", "século" e "ressurgimento". Certo Errado Comentários: “O fim da Idade Média, no século XV, e o ressurgimento das cidades, no período renascentista, representaram profundas mudanças” Olha a pegadinha! O termo “no século XV” não é sujeito e sim AAV de tempo. Os outros dois termos em azul são os núcleos do sujeito. ATENÇÃO: Observe a preposição “em” antes de “o século” e lembre-se de que o sujeito não pode vir preposicionado. Gabarito: E 16) CESPE/Técnico/INSS/2016 Texto Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e os livros. Na parede da esquerda ficaria a grande e sonhada estante onde caberiam todos os meus livros. Tratei de encomendá-la a seu Joaquim, um marceneiro que tinha oficina na rua Garcia D’Ávila com Barão da Torre. O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era quase em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre a Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje Vinicius de Moraes. Estava ali havia uma semana e nem decorara ainda o número do prédio. Tanto que, quando seu Joaquim, ao preencher a nota de encomenda, perguntou-me onde seria entregue a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só um momento. Pensei rápido: “Se o prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em frente, deve ser 227”. Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela primeira vez, observara que, apesar de ficar em frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração. ― Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim desenhou o endereço na nota. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 37 de 136 www.exponencialconcursos.com.br ― Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá sua estante. ― Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse prazo. ― A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três semanas. Ferreira Gullar. A estante. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989 (com adaptações). Julgue o seguinte item, a respeito de aspectos linguísticos do texto. A forma verbal “teria” está flexionada na terceira pessoa do singular, para concordar com “apartamento”, núcleo do sujeito da oração em que ocorre. Certo Errado Comentários: “Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá (AAV de lugar) pela primeira vez (eu) teria um escritório para trabalhar. Não era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a minha tenda de reflexões” O termo “apartamento” faz parte do adjunto adverbial de lugar que situa espacialmente a narração. O sujeito da forma verbal “teria” está oculto na oração, porém, no período seguinte, podemos identificá-lo como o próprio autor, por meio do pronome possessivo “minha”. Gabarito: Errado 17) CESPE/AIE/MPOG/Área I/2012 É um erro buscar o crescimento pelo crescimento, sem levar em conta os seus efeitos mais amplos e as suas consequências. É necessário ponderar, entre outros fatores, o impacto ambiental. É fundamental também usar os frutos do crescimento, para aprimorar a qualidade de vida da população de maneira abrangente, e não apenas para favorecer certos grupos. Precisamos prestar atenção em como podemos tirar o melhor proveito do enriquecimento do país. Sou contra o crescimento pelo crescimento, e ofereço todas as minhas críticas àqueles que são a favor. Entretanto, àqueles que não buscam nenhum crescimento, como é o caso da Europa hoje em dia, minhas críticas são ainda mais severas. Adam Smith estava certo quandoobservou que o crescimento aumenta a renda da população e, assim, amplia a capacidade das pessoas de ter acesso a melhores condições de vida. Estava certo também quando disse que o crescimento gera os recursos necessários para que os governos possam exercer suas atividades essenciais. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 38 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Amartya Sem. Mercado, justiça e liberdade. In: Veja, 2/5/2012 (com adaptações). No que se refere à organização das ideias no texto acima, julgue o item seguinte. O emprego da flexão de masculino em "necessário" justifica-se pelo fato de esse vocábulo concordar com a expressão "o impacto ambiental". Certo Errado Comentários: O vocábulo “necessário” está escrito no masculino pois ele é predicativo do sujeito – PDS, portanto deve concordar com o sujeito da oração, que nesse caso é oracional. Ponderar (sujeito) é (VL) necessário (PDS). Veja que podemos substituir “ponderar” por ISSO (ISSO é necessário). Gabarito: E 18) CESPE/AIE/MPOG/Área I/2012 O aumento da população, o crescimento econômico e a sofisticação das relações sociais requerem mais serviços públicos, de maior qualidade e crescente complexidade. Para fazer frente a essas demandas, o dimensionamento adequado da força de trabalho no setor público é condição necessária, mas não N ã o d e te r m in a d o Água é bom. É necessário fé para seguir em frente. Foi necessário firmeza para resolver o problema. D e te r m in a d o A água é boa. A fé é necessária para seguir em frente. Foi necessária a firmeza para resolver o problema. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 39 de 136 www.exponencialconcursos.com.br suficiente. Elas requerem que o Estado atente também para a qualificação de uma força de trabalho às voltas com questões cada vez mais complicadas. O desafio é a construção de um Estado "inteligente". A tese do inchaço da "máquina pública" e da consequente necessidade de redução do "tamanho do Estado" no Brasil merece uma análise mais aprofundada. É fato que os números absolutos impressionam. Sendo um país de dimensões continentais e com uma das cinco maiores populações do mundo, é natural que o Brasil conte com uma quantidade expressiva de servidores públicos. Ciente de que não houve explosão do quantitativo de servidores no Poder Executivo federal, porém convencido de que novas autorizações de ingresso devem ser feitas de forma criteriosa, o governo federal vem buscando conferir maior racionalidade à gestão de pessoas no serviço público, atentando para as necessidades mais prementes de áreas que implementam programas fundamentais para o país e esforçando-se para profissionalizar cada vez mais a gestão pública. Marcelo V. E. de Moraes et al. O mito do inchaço da força de trabalho do Executivo federal. Internet: <www.planejamento.gov.br> (com adaptações). Julgue o próximo item, a respeito da organização das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima. A flexão de plural em "requerem" justifica-se pelo emprego do plural em "relações sociais". Certo Errado Comentários: “O aumento da população, o crescimento econômico e a sofisticação das relações sociais (sujeito composto) requerem (VTD) mais serviços públicos (OD)” Pela análise sintática acima, vemos que a forma verbal “requerem” concorda com o sujeito composto que está indicado. Quem ou o que requer mais serviços? O aumento da população, o crescimento econômico e a sofisticação das relações sociais. Gabarito: E 19) CESPE/OTI/ABIN/Administração/2010 (…) A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), deve assumir a missão de centralizar, Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 40 de 136 www.exponencialconcursos.com.br processar e distribuir dados e informações estratégicas para municiar os órgãos policiais (federais, estaduais e municipais) nas ações de combate ao crime organizado. Além disso, a ABIN é responsável por manter contato com os serviços de inteligência parceiros, para favorecer a troca de informações e a cooperação multilateral. Cristina Célia Fonseca Rodrigues. A atividade operacional em benefício da segurança pública: o combate ao crime organizado. In: Revista Brasileira de Inteligência. Brasília: ABIN, n.o 5, out./2009. Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações). Com referência às estruturas linguísticas empregadas no texto, julgue o item subsequente. A substituição do termo "estratégicas" por estratégicos não causaria prejuízo à correção gramatical nem ao sentido do texto. Certo Errado Comentários: Temos duas regras de concordância: a concordância com o nome mais próximo – atrativa e a concordância com o conjunto dos nomes – gramatical. Vindo o adjetivo, após os substantivos a que se refere, a concordância é FACULTATIVA, podendo ser atrativa ou gramatical. Exemplos: Tinha sentimento e intenção boa. Tinha sentimento e intenção bons. Homens, mulheres e crianças agradecidas pagaram promessas. Homens, mulheres e crianças agradecidos pagaram promessas. Quando os substantivos forem SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS ou até mesmo quando expressarem uma ideia de GRADAÇÃO, devemos utilizar a concordância atrativa. Exemplos: Vivemos tristeza e alegria intensa. A luz e a claridade divina tomaram a minha mente. substantivos adjetivo - AA gramatical ou atrativa Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 41 de 136 www.exponencialconcursos.com.br A concordância do adjetivo “estratégicas” (adjunto adnominal) é FACULTATIVA. Ou seja, tanto pode haver concordância atrativa com o nome “informações” (estratégicas) como gramatical com os dois substantivos que qualifica e que vêm a ele antepostos “dados e informações” (estratégicos). Gabarito: C 20) CESPE/ATI/ABIN/Administração/2010 Para Calvino, a rapidez a ser valorizada em nosso tempo não poderia ser exclusivamente aquele tipo de velocidade inspirada por Mercúrio, o deus de pés alados, leve e desenvolto. Por meio de Mercúrio se estabelecem as relações entre os deuses e os homens, entre leis universais e casos particulares, entre a natureza e as formas de cultura. Hoje, escreve Calvino, a velocidade de Mercúrio precisaria ser complementada pela persistência flexível de Vulcano, um "deus que não vagueia no espaço, mas que se entoca no fundo das crateras, fechado em sua forja, onde fabrica interminavelmente objetos de perfeito lavor em todos os detalhes joias e ornamentos para os deuses e deusas, armas, escudos, redes e armadilhas". Da combinação entre velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge a noção contemporânea de agilidade, transformada em principal característica de nosso tempo. Uma agilidade que vem se tornando lugar comum, se não na vida prática das organizações, pelo menos nos discursos. Empresas, governos, universidades, exércitos e indivíduos querem ser ágeis. Também os serviços de inteligência querem ser ágeis, uma exigência cada vez mais decisiva para justificar sua própria existência no mundo de hoje. Marco A. C. Cepik. Serviços de inteligência: agilidade e transparência como dilemas de institucionalização. Rio de Janeiro: IUPERJ, 2001. Tese de doutorado. Internet: <www2.mp.pa.gov.br> (com adaptações). Julgue o próximo item, referente às estruturas do texto e ao vocabulário nele empregado.A forma verbal "surge" poderia, sem prejuízo gramatical para o texto, ser flexionada no plural, para concordar com "velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade". Certo Errado Comentários: ATENÇÃO a esta questão! Vamos analisar o verbo SURGIR... Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 42 de 136 www.exponencialconcursos.com.br algo ou alguém (sujeito) surge (V Intransitivo) de algum lugar (AAV) a noção contemporânea de agilidade (sujeito) surge (VI) da combinação entre velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade (AAV de lugar) Portanto, nada de flexão no plural, já que o sujeito está no singular. Gabarito: E 21) CESPE/ATI/ABIN/Administração/2010 Para Calvino, a rapidez a ser valorizada em nosso tempo não poderia ser exclusivamente aquele tipo de velocidade inspirada por Mercúrio, o deus de pés alados, leve e desenvolto. Por meio de Mercúrio se estabelecem as relações entre os deuses e os homens, entre leis universais e casos particulares, entre a natureza e as formas de cultura. Hoje, escreve Calvino, a velocidade de Mercúrio precisaria ser complementada pela persistência flexível de Vulcano, um "deus que não vagueia no espaço, mas que se entoca no fundo das crateras, fechado em sua forja, onde fabrica interminavelmente objetos de perfeito lavor em todos os detalhes joias e ornamentos para os deuses e deusas, armas, escudos, redes e armadilhas". Da combinação entre velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge a noção contemporânea de agilidade, transformada em principal característica de nosso tempo. Uma agilidade que vem se tornando lugar comum, se não na vida prática das organizações, pelo menos nos discursos. Empresas, governos, universidades, exércitos e indivíduos querem ser ágeis. Também os serviços de inteligência querem ser ágeis, uma exigência cada vez mais decisiva para justificar sua própria existência no mundo de hoje. Marco A. C. Cepik. Serviços de inteligência: agilidade e transparência como dilemas de institucionalização. Rio de Janeiro: IUPERJ, 2001. Tese de doutorado. Internet: <www2.mp.pa.gov.br> (com adaptações). Julgue o próximo item, referente às estruturas do texto e ao vocabulário nele empregado. Se os adjetivos "leve" e "desenvolto" fossem empregados no plural, seriam mantidas a correção gramatical e a coerência do texto, mas seu sentido original seria alterado. Certo Errado Comentários: “... inspirada por Mercúrio, o deus de pés alados, leve e desenvolto.” Observe que os adjetivos concordam com “Mercúrio”, pois estão no singular. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 43 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Se flexionarmos os adjetivos no plural, passarão a concordar com “pés alados” e a referir-se a esse termo. Portanto, não haveria erro gramatical, porém, o sentido seria modificado. Gabarito: C 22) CESPE/AUFC/TCU/Apoio Técnico e Administrativo/Tecnologia da Informação/2010 A experiência cultural das sociedades, em nossa época, é cada vez mais moldada e "globalizada" pela transmissão e difusão das formas significativas, visuais e discursivas, via meios de comunicação de massa. Conquanto o desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado absolutamente frágeis os limites que separavam o público do privado, assiste-se hoje a uma nova tendência de politização e visibilidade do privado, com a estruturação de novas relações familiares, bem como à privatização do público. Faz-se necessário frisar que o imaginário social acompanha lentamente essa evolução, nem sempre aceitando o rompimento dos costumes fortemente arraigados. Vera Lúcia Pires. A identidade do sujeito feminino: uma leitura das desigualdades. In: M. I. Ghilardi-Lucena (Org.). Representações do feminino. PUC: Átomo, 2003, p. 209 (com adaptações). Julgue o item seguinte, relativo à organização das ideias no texto acima e aos seus aspectos gramaticais. Na linha 4, a flexão de masculino em "necessário" estabelece concordância desse termo com "imaginário social"; no desenvolvimento da argumentação, essa relação sintática enfatiza "imaginário social" como o primeiro termo na comparação com "evolução". Certo Errado Comentários: “Faz-se necessário frisar que o imaginário social acompanha lentamente essa evolução (sujeito oracional = ISSO)” A primeira afirmação está errada, pois “necessário” está no masculino, pois concorda com um sujeito oracional. Sujeito ORACIONAL É importante que você estude bastante. Quem é de bem faz o bem. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 44 de 136 www.exponencialconcursos.com.br A segunda afirmativa não faz sentido, visto que na frase em análise não há qualquer ideia de comparação entre os termos “imaginário social” e “evolução”. Gabarito: E 23) CESPE/AUFC/TCU/Tecnologia da Informação/2010 A relação de poder e status entre grupos está ligada à identidade social, que permite ao grupo dominante na sociedade, por deter o poder e o status, impor valores e ideologias, que, por sua vez, servem para legitimar e perpetuar o status quo. Vale lembrar que os indivíduos nascem já inseridos em uma estrutura social e, simplesmente em função do sexo ou da classe social, entre outros itens, são colocados em um ou em outro grupo social. Dessa forma, adquirem as categorias sociais definitivas dos grupos aos quais pertencem e que podem ter valores sociais positivos ou negativos. Os membros dos grupos dominantes e de status superior passam a ter identidade social positiva e maior grau de autoestima. Da mesma forma, os membros de status inferior ou de grupos subordinados têm ou adquirem identidade social menos positiva e menor autoestima. Entretanto, se a mobilidade para uma classe superior parece impossível e os membros do grupo inferior percebem as fronteiras entre os grupos como impenetráveis, eles podem vir a adotar estratégias coletivas para criar uma identidade social mais positiva para o seu grupo. Tais mudanças são denominadas mudanças sociais. Astrid N. Sgarbieri. A mulher brasileira: representações na mídia. In: M. I. Ghilardi Lucena (Org.). Representações do feminino. PUC: Átomo, 2003, p. 1289 (com adaptações). Com referência à organização dos sentidos e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item subsequente. A preposição a, em "aos quais", estabelece relações sintático-semânticas com o verbo pertencer; por tal motivo, essa preposição não poderia ser omitida no período, mesmo se o pronome fosse substituído por a que. Certo Errado Comentários: Lembram-se do caso que comentamos sobre a conjunção “que”? Aí está!!! É comum o examinador tentar nos confundir com questões abordando a omissão de preposições quando da presença do “que”. Nesse caso a banca facilitou a nossa vida, já que o pronome original do texto é “o qual” que todos sabemos que é um pronome relativo. Curso: Português Básico para Concursos Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda - Aula 04 Prof. Bruno Spencer e Luiz Miranda 45 de 136 www.exponencialconcursos.com.br Nesse caso a questão está praticamente resolvida, já que apenas podemos omitir a preposição antes do “que” é quando ele é conjunção integrante. Lembre-se que os pronomes relativos introduzem as orações adjetivas, enquanto as conjunções integrantes introduzem as orações substantivas. Sempre que podermos substituir “que” por “o qual”, “a qual” já sabemos que ele é pronome relativo, portanto a preposição deverá seguir estritamente
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