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Faculdade Guilherme Guimbala @sarahhuft 1 Termos técnicos e introdução O plano frontal também é conhecido como plano coronal, assim denominado por ser paralelo ao osso frontal ao longo da sutura coronal do crânio. Esse plano divide o corpo nas partes anterior e posterior. Os movimentos que ocorrem no plano frontal são: • Abdução e adução (quadril, ombro e dedos); • Desvio ulnar e radial (um tipo de abdução/adução do punho); • Flexão lateral ou inclinação (pescoço e tronco). Em suma, esses movimentos ocorrem no plano frontal e em torno de um eixo perpendicular ao plano frontal, indo do aspecto anterior para o posterior do corpo. O plano sagital é assim denominado por ser paralelo à sutura sagital do crânio, dividindo o corpo nos lados direito e esquerdo. Fotograficamente, trata-se de uma vista lateral. Os exemplos mais claros de movimentos articulares que ocorrem no plano sagital são definidos como: • Flexão e extensão (pescoço, tronco, cotovelo e muitos outros); • Flexão dorsal e flexão plantar (tornozelo). O plano horizontal ou transverso é assim denominado por ser paralelo ao horizonte e ao solo. Divide o corpo nas partes superior e inferior. Os movimentos que ocorrem nesse plano são: • Rotação medial e lateral (quadril e ombro); • Pronação e supinação (antebraço); • Eversão e inversão (pé). • Flexão: Realizado no plano sagital e ao redor do eixo transversal, reduz o ângulo entre duas partes do corpo. • Extensão: Realizado no plano sagital e ao redor do eixo transversal, retornando da flexão ou aumenta o ângulo entre duas partes do corpo. • Abdução: realizado no plano coronal e ao redor do eixo sagital, afasta parte do corpo do plano mediano ou aumenta o ângulo entre duas partes do corpo. • Adução: realizado no plano coronal e ao redor do eixo sagital, aproxima parte do corpo do plano mediano ou diminui o ângulo entre duas partes do corpo. • Rotação: girar em torno do próprio eixo, ou seja, realizado ao redor do eixo longitudinal, podendo ser, lateral ou medial; PLANO FRONTAL PLANO SAGITAL PLANO HORIZONTAL MOVIMENTOS DOS SEGMENTOS DO CORPO Faculdade Guilherme Guimbala @sarahhuft 2 • Supinação: movimento de rotação do antebraço com o rádio girando lateralmente ao redor de seu próprio eixo; o dorso da mão fica voltado posteriormente e a palma anteriormente (posição anatômica); • Pronação: movimento de rotação do antebraço com o rádio girando medialmente ao redor de seu próprio eixo; o dorso da mão fica voltado anteriormente e a palma posteriormente; • Eversão: movimento realizado na articulação talocalcânea, afastando a planta do pé do plano mediano; • Inversão: movimento realizado na articulação talocalcânea, aproximando a planta do pé do plano mediano; • Oposição ou oponência: dirigir a polpa do polegar (primeiro dedo) em direção à polpa do dedo mínimo (quinto dedo); • Reposição: é o retorno do polegar à posição anatômica; • Elevação: levantar uma parte do corpo; • Depressão (abaixamento): abaixar uma parte do corpo; • Protrusão: movimento realizado para frente; • Retrusão: movimento realizado para trás; • Circundação: movimento circular combinado (flexão-abdução-extensão-adução) que descreve um cone cujo ápice é o centro da articulação Faculdade Guilherme Guimbala @sarahhuft 3 Faculdade Guilherme Guimbala @sarahhuft 4 Sinartrose: São as articulações fibrosas, localizadas entre um osso e outro, caracterizadas por serem inflexíveis. Anfiartrose: São articulações semi-móveis, flexíveis e cartilaginosas. Elas possuem cartilagens entre os ossos e permitem movimentos que evitam o desgaste excessivo dos ossos. Diartrose: São articulações flexíveis, caracterizadas pela presença de bolsas sinoviais, que contém o líquido sinovial, que evita o desgaste ocasionado pelo atrito. Elas localizam-se entre a pele e os ossos. Exemplos: articulações do ombro, joelhos e cotovelos. Os graus de liberdade equivalem ao número de planos em que a articulação se movimenta. Dado que o corpo e seus segmentos se movem em três planos de movimento, os graus de liberdade são, no máximo, três. 1. Uniaxiais São articulações que se movem em um plano em torno de um eixo e possuem um grau de liberdade. Incluem dois tipos, em razão de sua anatomia estrutural: em dobradiça ou em pivô. Exemplos de articulações uniaxiais em dobradiça são as articulações interfalângicas e a umeroulnar. 2. Biaxiais Se a articulação se move em torno de dois eixos e os segmentos se movem em dois planos, dizemos que a articulação possui dois graus de liberdade de movimento. Essas articulações são biaxiais e incluem três tipos estruturais: condiloide, elipsoidal e sela. TIPOS DE ARTICULAÇÃO Graus de liberdade das articulações Faculdade Guilherme Guimbala @sarahhuft 5 3 – Triaxiais As articulações triaxiais possuem três graus de liberdade. O movimento acontece em torno de três eixos principais, todos os quais passam pelo centro de rotação da articulação. São do tipo bola e soquete, como as articulações do quadril e glenoumeral. É uma medida clínica importante utilizada para definir a quantidade de movimento articular tanto ativo como passivo. Ombro Flexão 0° a 180° (150° a 180°) Extensão 0° Hiperextensão 0° a 45° (40° a 60°) Abdução 0° a 180° (150° a 180°) Rotação medial 0° a 90° (70° a 90°) Rotação lateral 0° a 90° (80° a 90°) Cotovelo Flexão 0° a 145° (120° a 160°) Extensão 0° Antebraço Supinação 0° a 90° (80° a 90°) Pronação 0° a 80° (70° a 80°) Punho Neutro quando a linha mediana entre a flexão e a extensão é 0° e quando o antebraço e o terceiro meta- carpo estão alinhados Flexão 0° a 90° Punho (75° a 90°) Extensão 0° a 70° (65° a 70°) Desvio radial/abdução 0° a 20° (15° a 25°) Desvio ulnar/adução 0° a 30° (25° a 40° Dedos Flexão MCF 0° a 90° (85° a 100°) Hiperextensão MCF 0° a 20° (0° a 45°) Abdução MCF 0° a 20° Adução MCF 0° Flexão AIP 0° a 120° (90° a 120°) Flexão AID 0° a 90° (80° a 90°) Extensão AI 0° Polegar Flexão MCF 0° a 45° (40° a 90°) Abdução e adução MCF (negligenciável) Flexão AI 0° a 90° (80° a 90°) Quadril Flexão 0° a 120° (110° a 125°) Hiperextensão 0° a 10° (0° a 30°) Abdução 0° a 45° (40° a 55°) Adução 0° (30° a 40° transversal à linha mediana) Rotação lateral 0° a 45° (40° a 50°) Rotação medial 0° a 35° (30° a 45°) Joelho Flexão 0° a 120° (120° a 160°) Extensão 0° Tornozelo/pé Neutro com o pé em um ângulo reto com a perna e o joelho estendidos Flexão plantar 0° a 45° (40° a 50°) Flexão dorsal 0° a 15° (10° a 20°) Inversão e eversão Dedos dos pés Flexão MTF 0° a 40° (30° a 45°) Hiperextensão MTF 0° a 80° (50° a 90°) Abdução MTF (leve) Flexão AI 0° a 60° (50° a 80°) Extensão AI 0° Os valores em negrito são números arredondados. Os valores em parênteses são as amplitudes médias de movimento normal registradas em diversas fontes. AID: articulação interfalângica distal AI: articulação interfalângica MCF: articulação metacarpofalângica; MTF: articulação metatarsofalângica; AIP: articulação interfalângica proximal; GONIOMETRIA CLINICA Faculdade Guilherme Guimbala @sarahhuft 6 Em cinesiologia, uma combinação de diversas articulações que unem segmentos sucessivos constitui uma cadeia cinemática É aquele que ocorre quando o segmento distal de uma extremidade se move livremente no espaço, resultando no movimento isolado de uma articulação. Ex: a perna se movimentando na fase de balanço da corrida; o ato de chutar uma bola, o aceno de mão ou o ato de levar um copo a boca para beber água. Características da CCA • Na maioria das vezes o movimento ocorre em uma articulação; • Movimentos balísticos ependulares • Maiores acelerações; • Maiores desacelerações; • Aumento das forças de cisalhamento (shear) • Diminuição das forças compressivas; • Melhora a força e amplitude do movimento; • Maior risco de lesão; É aquele nas quais as articulações distais encontram resistência externa considerável a qual impede ou restringe sua movimentação livre. Ex: flexão (apoio), leg press, agachamento (para membros inferiores). Características da CCF • Forças compressivas maiores • Forças de cisalhamento (shear) menores • Menores acelerações • Menores desacelerações • Melhor ativação proprioceptora • Melhor estabilidade dinâmica • Mais indicada em atividades O modo como uma articulação sinovial se move depende da configuração estrutural de todas as superfícies em articulação e de como elas se movem uma em relação à outra. Mais uma vez, vê-se que a estrutura e a função estão intimamente relacionadas: a estrutura permite o objetivo funcional da articulação e a função pode ser obtida graças às características estruturais da articulação. Apesar de termos visto que os movimentos os teocinemáticos principais em articulação são rotatórios por natureza, é importante observar que, quando as superfícies se movem ou fazem rotação uma em torno da outra, as superfícies articulares também se submetem a movimentos artrocinemáticos simultâneos. Quando uma articulação se move em movimento artrocinemático, três tipos de movimento básico podem ocorrer entre as duas superfícies: (1) rolamento; (2) deslizamento; (3) giro; CADEIA CINEMÁTICA CADEIA CINEMÁTICA ABERTA CADEIA CINEMÁTICA FECHADA MOVIMENTOS ARTICULARES ARTROCINEMÁTICOS BÁSICOS Faculdade Guilherme Guimbala @sarahhuft 7 A maioria dos movimentos articulares envolve uma combinação desses movimentos. Movimentos das superfícies articulares: a) rolamento puro ou movimento de dobradiça do fêmur ou da tíbia pode causar luxação articular; B) movimento normal do joelho demonstra uma combinação de rolamento, deslizamento e giro nos últimos 20° de extensão (rotação terminal do joelho). As alavancas possuem 4 componentes - braço de alavanca, pivô, força e carga. Em nossos corpos: • Ossos funcionam como braços de alavancas; • Articulações agem como pivô (ou fulcro); • Músculos oferecem as forças de esforço para mover carga; • Forças de carga são geralmente os pesos das partes do corpo que estão sendo movidas ou forças necessárias para erguer, empurrar objetos; Alavanca de Primeira Classe / Interfixa No corpo humano é utilizada para manter uma postura ou equilíbrio. o eixo de rotação fica posicionado entre a força e a resistência. Ex: Uma gangorra, músculos posturais, articulação atlanto-occipital. Neste exemplo o crânio é o braço de alavanca e os músculos do pescoço na parte de trás garantem a força para elevar a cabeça contra o peso da cabeça. Quando os músculos do pescoço relaxam, a cabeça pende para frente Alavanca de segunda Classe / Inter- resistente As alavancas de segunda classe fornecem vantagem de FORÇA (maior alavancagem), de modo que grandes pesos podem ser suportados ou movidos por uma pequena força. A força resistente está localizada entre o apoio e o ponto de aplicação da força. Ex: o movimento de ficar na ponta dos pés. Neste exemplo o eixo é formado pelas articulações metatarsofalangeanas, a resistência é o peso do corpo e a força é aplicada ao calcâneo por meiodo tríceps sural via tendão de Aquiles Alavanca de terceira Classe / Interpotente As alavancas de terceira classe são as mais comuns no corpo humano. O braço de PESO é sempre MAIOR que o braço de FORÇA, (desvantagem mecânica). Esta disposição é projetada para proporcionar VELOCIDADE do segmento distal e para mover um peso pequeno a longa distância. Este tipo de alavanca também oferece a vantagem de uma maior velocidade de movimento. Ex: contração do bíceps braquial. Neste exemplo a articulação do cotovelo é o eixo, a resistência (peso) é representada pelos antebraços, punho e mão. A força é o bíceps quando o cotovelo é fletido. A contração do bíceps produz um movimento amplo no antebraço ALAVANCAS CLASSES DE ALAVANCAS Faculdade Guilherme Guimbala @sarahhuft 8 Torque é um conceito físico, relativo ao movimento de rotação de um corpo após a aplicação de determinada força sobre ele. O tecido muscular é composto basicamente por três tipos de fibras musculares: 1-Tipo I também são chamadas fibras de contração lenta, tônicas ou oxidativas lentas (OL), porque, do ponto de vista biomecânico, elas dependem de metabolismo de energia aeróbica ou oxidativa. 2- A fibra muscular do tipo II tem aparência clara (como a carne branca de um frango doméstico*) porque contém poucas mitocôndrias e apenas quantidades mínimas de mioglobina. As fibras musculares do tipo II, subdivididas em IIa e IIb, são de contração rápida, mas dependem de processos glicolíticos (anaeróbicos) e de processos metabólicos oxidativos (aeróbicos). As fibras musculares do tipo II, também chamadas de fibras de contração rápida, fásicas, glicolíticas rápidas (GR) ou glicolíticas oxidativas rápidas (GOR), têm maiores diâmetro do que as do tipo I. Um músculo é capaz de produzir diferentes tipos de tensão muscular, com ou sem movimento. Há diversos tipos de movimentos que a ativação muscular produz, são eles: Quando um músculo produz força sem mudança aparente no ângulo articular, a ativação é isométrica. As ativações isométricas também são chamadas de contrações estáticas ou sustentação. Durante as atividades funcionais, a ativação isométrica estabiliza as articulações. Por exemplo, para levantar a mão a fim de alcançar algo à frente, a escápula deve estar estabilizada contra o tórax. TORQUE TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES ATIVAÇÃO MUSCULAR ISOMÉTRICA CONCÊNTRICA Faculdade Guilherme Guimbala @sarahhuft 9 O encurtamento do músculo é uma atividade concêntrica. Exemplos incluem o músculo quadríceps quando um indivíduo se levanta de uma cadeira ou os flexores do cotovelo quando o indivíduo leva um copo de água até́ a boca. O movimento concêntrico ocorre quando o músculo se encurta e os pontos de inserção proximal e distal do músculo se aproximam. A atividade concêntrica produz aceleração dos segmentos do corpo. Quando o músculo se alonga durante a ativação, ocorre uma atividade excêntrica. Por exemplo, o quadríceps ativa-se excentricamente quando o corpo se move da posição vertical para a sentada, assim como os flexores do cotovelo ao levar um copo de água da boca até a mesa. O movimento excêntrico ocorre quando o músculo se alonga e seus pontos de inserção se distanciam. O movimento excêntrico geralmente ocorre contra a gravidade, já que o músculo controla a velocidade com que ela move a articulação. A atividade excêntrica desacelera os segmentos corporais e oferece amortecimento, como ao aterrissar de um salto ou durante a caminhada. A contração isotônica, também conhecida por contração dinâmica, é a contração muscular que provoca um movimento articular. Há alteração do comprimento do músculo sem alterar sua tensão máxima Uma contração isocinética, ocorre quando a amplitude de movimento é constante. Durante o exercício isocinético, a resistência acomoda a força externa na alavanca esquelética de forma que o músculo mantenha a produção máxima durante a amplitude de movimento total. São músculos que se contraem para produzir um movimento específico. São músculos que se opõem aos agonistas e movem o osso em direção oposta. EXCÊNTRICA ISOTÔNICA ISOCINÉTICA AGONISTAS OU MOTORES PRIMÁRIOS ANTAGONISTAS Faculdade Guilherme Guimbala @sarahhuft 10 Forças aplicadas aos músculosproduzem estresse a esses músculos, que consiste em uma força ou sobrecarga aplicada a um corpo, segmento ou músculo. Os estresses podem ocorrer como compressão, distração, cisalhamento, torsão, flexão, rotação ou alguma combinação destes. Viscosidade é a resistência a uma força externa que causa deformação permanente. A extensibilidade e a elasticidade são intimamente ligados. Extensibilidade é a capacidade de estirar, alongar ou expandir-se. Elasticidade é a capacidade de ceder a uma força de alongamento e, em seguida, retornar ao comprimento normal quando a força é liberada. O estresse é uma força ou sobre- carga a que o corpo ou suas partes resistem. A maneira como essas estruturas resistem ao estresse depende de sua capacidade de deformar, a qual é chamada tensão de uma estrutura, isto é, a quantidade de deformação que ela é capaz de suportar antes de ceder ao estresse. Todas as estruturas, naturais e artificiais, possuem sua própria relação específica entre estresse e tensão, a qual é chamada de curva tensão-deformação ou princípio de tensão- deformação. Arraste é o alongamento do tecido causado pela aplicação de uma sobrecarga leve por um longo período de tempo. Força muscular é um termo geral sem definição exata. Entre as muitas definições de força estão o estado de ser forte, a capacidade de um músculo de produzir força e de gerar tensão ativa. A forma como os músculos produzem força depende de diversos fatores. Além dos fatores neurológicos, metabólicos, endócrinos e psicológicos que afetam a força muscular, muitos outros fatores a determinam. A forma como essa força é produzida depende de diversos fatores específicos de cada músculo ou grupo muscular, que incluem: • o tamanho do músculo; • a arquitetura das fibras musculares; • os componentes passivos do músculo; • o comprimento fisiológico do músculo ou sua relação comprimento-tensão; • o comprimento do braço de momento do músculo; • a velocidade da contração muscular • a tensão ativa; • idade e sexo. CARACTERÍSTICAS MUSCULARES VISCOSIDADE ELASTICIDADE E EXTENSIBILIDADE TENSÃO-DEFORMAÇÃO ARRASTE FORÇA MUSCULAR Faculdade Guilherme Guimbala @sarahhuft 11
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