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Extinção de Obrigações Tributárias

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Aula 20. Extinção das obrigações tributárias
Questões: 
1. Identifique e explique, de forma sucinta, como se dá cada uma das causas de extinção do crédito tributário. 
R. As principais causas extintivas encontram-se enumeradas no art. 156 do CTN: pagamento; compensação; transação; remissão; prescrição e decadência; a conversão de depósito em renda; o pagamento antecipado e a homologação do lançamento, nos termos do disposto no art. 150 e seus §§ 1.º e 4.º; a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2.º do art. 164; a decisão administrativa irreformável, assim entendida a defendida na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; a decisão judicial passada em julgado; a dação em pagamento de bens imóveis, na forma e condições estabelecidas na lei. O rol é exemplificativo, havendo mais três causas de extinção enumeradas pela doutrina: confusão; desaparecimento, sem sucessor, do sujeito ativo do tributo; desaparecimento, sem sucessor, do sujeito passivo do tributo. As causas extintivas têm o poder de libertar o contribuinte da relação de sujeição que possui com a Fazenda Pública. A obrigação tributária não permanece no tempo, não é eterna.
2. Que é pagamento? Pagamento antecipado, nos termos do art. 150, § 4o, do Código Tributário Nacional, extingue a obrigação tributária no momento de sua realização ou no átimo de sua homologação, nos termos do art. 150, § 1o, combinado com o art. 156, VII, do CTN?
R. Pagamento é o cumprimento do objeto da prestação tributária. É um fenômeno jurídico e não só tributário. Pode ser considerado quanto: ao tempo (apontado genericamente na lei e especificamente no ato administrativo de lançamento. Se o pagamento do tributo for feito em prestações, o inadimplemento de qualquer uma delas acarretará o vencimento antecipado das demais), ao lugar (o domicílio ou sede do contribuinte), ao modo [os tributos são pagos em moeda ou equivalente (cheque, títulos da dívida pública resgatáveis, selo ou papel selado ou estampilha)]. Quando pago em cheque, dá-se ao contribuinte uma quitação provisória, que se tornará definitiva após a devida compensação. A premissa adotada para justificar este entendimento é que com o pagamento antecipado, total ou parcial, terá extinção do crédito, constituído por ele, mas sob a condição resolutória. Isso significa que, havendo pagamento em qualquer quantia, o crédito se encontrará extinto em sua totalidade, até o advento da condição resolutória da não-homologação do pagamento, no prazo de cinco anos (art. 150, §4º, CTN). Extrai-se, assim, que, se não houver qualquer pagamento, não terá extinção do crédito, visto que o §1º do art. 150, CTN, é manifesto, reitera-se, no sentido de que é o pagamento antecipado que extingue o crédito, sob condição resolutória. E mais, se houver pagamento antecipado extingue o crédito tributário na sua totalidade. Mas se, dentro do prazo de cinco anos, conforme o art. 150, §4º, CTN, houver a não-homologação da atividade do sujeito passivo, por ser o pagamento insuficiente, apenas o montante pago terá extinção, não incidindo a condição resolutória da não-homologação, mas o valor não pago, incidirá, “restabelecendo” o crédito tão-somente nesta dimensão. Havendo apenas pagamento parcial, o valor antecipado será homologado pela Administração, mas resolverá a extinção do crédito no tocante ao valor não recolhido, para prosseguir na sua cobrança, desde que a não-homologação tenha respeitado o prazo de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador (art. 150, §4º, CTN).
3. A hipótese de dação em pagamento de bens imóveis como causa extintiva do crédito tributário altera a cláusula do art. 3º do CTN quanto à prestação tributária qualificar-se como estritamente pecuniária? Justifique. 
R. A Dação em pagamento de imóveis é uma das modalidades de extinção do crédito tributário, conforme previsão do inciso XI do art. 156 do CTN na forma e condições fixadas em lei. A lei a que se refere o texto do Código Tributário Nacional é aquela em sentido estrito elaborada e sancionada pela entidade política tributante competente por inserir essa modalidade de extinção de crédito tributário na seara do direito administrativo tributário. No âmbito da União, a primeira lei a prever esse tipo de extinção do crédito tributário foi a Lei nº 13.259, de 16-3-2016 que dispôs em seu art. 4º:
Art. 4º. A extinção do crédito tributário pela dação em pagamento em imóveis, na forma do inciso XI do art. 156 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, atenderá às seguintes condições:
I – será precedida de avaliação judicial do bem ou bens ofertados, segundo critérios de mercado; II – deverá abranger a totalidade do débito ou débitos que se pretende liquidar com atualização, juros, multa e encargos, sem desconto de qualquer natureza, assegurando-se ao devedor a possibilidade de complementação em dinheiro de eventual diferença entre os valores da dívida e o valor do bem ou bens ofertados em dação.
Entretanto, a Medida Provisória nº 719, de 2016, veio estabelecer restrições à redação original do art. 4º retro transcrito, nos seguintes termos:
Art. 4º. O crédito tributário inscrito em dívida ativa da União poderá ser extinto, nos termos do inciso XI do caput do art. 156 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, mediante dação em pagamento de bens imóveis, a critério do credor, na forma desta Lei, desde que atendidas as seguintes condições
I – a dação seja precedida de avaliação do bem ou dos bens ofertados, que devem estar livres e desembaraçados de quaisquer ônus, nos termos de ato do Ministério da Fazenda; 
II – a dação abranja a totalidade do crédito ou créditos que se pretende liquidar com atualização, juros, multa e encargos legais, sem desconto de qualquer natureza, assegurando-se ao devedor a possibilidade de complementação em dinheiro de eventual diferença entre os valores da totalidade da dívida e o valor do bem ou dos bens ofertados em dação.
1º. O disposto no caput não se aplica aos créditos tributários referentes ao Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional.
2º. Caso o crédito que se pretenda extinguir seja objeto de discussão judicial, a dação em pagamento somente produzirá efeitos após a desistência da referida ação pelo devedor ou corresponsável e a renúncia do direito sobre o qual se funda a ação, devendo o devedor ou o corresponsável arcar com o pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios.
3º. A União observará a destinação específica dos créditos extintos por dação em pagamento, nos termos de ato do Ministério da Fazenda”.
Verifica-se do novo texto que a dação em pagamento ficou restrita à extinção de créditos tributários inscritos na dívida ativa. E o que antes era um direito do contribuinte-devedor, agora, tornou-se uma faculdade do poder público a ser exercida a seu critério, o que se depreende pelo exame da expressão “poderá ser extinto” e “a critério do credor”.
O § 1º veda a dação em pagamento em relação a créditos tributários submetidos ao regime do Simples Nacional. O § 2º dispõe sobre o óbvio, pois quem requer a extinção do crédito tributário mediante dação em pagamento é porque abriu mão da continuidade da discussão judicial daquele crédito tributário. E o § 3º é norma de natureza orçamentária, sem interesse para o contribuinte. Por fim, a Medida Provisória nº 719/16 foi convertida na Lei nº 13.313, de 14-7-2016 sem alterações.
4. Sobre a compensação pergunta-se:
a) Quando nasce o direito subjetivo à compensação tributária: (i) na data em que se tornar vigente a lei autorizadora da compensação; (ii) no momento do nascimento do crédito tributário; (iii) quando surgir o indébito ou (iv) no momento em que se realizam essas três situações jurídicas? Determinada lei editada em momento posterior ao do nascimento do direito subjetivo à compensação poderá limitar o exercício do direito à compensação, estipulando tetos máximos?R. Nas palavras de Paulo de Barros, a compensação trata-se do ‘’acerto de contas’’ entre o fisco e o contribuinte, sendo assim, uma hipótese legal onde ocorre a compensação de débitos do contribuinte com créditos que ele detém perante o fisco. É dizer, a extinção da obrigação entre dois sujeitos os quais são reciprocamente devedores um do outro. O direito subjetivo a compensação nasce com a edição e entrada em vigor da lei autorizadora. Surge aí duas normas individuais e concretas: uma constitui o débito do fisco e a outra o crédito do contribuinte. A lei editada em momento posterior ao nascimento do direito subjetivo à compensação não poderá limitar o exercício do direito à compensação, justamente em razão do direito adquirido, sendo que tal matéria ainda encontra divergências nos tribunais. Com isso, não se pode admitir que lei posterior prejudique situações já consolidadas. 
b) Quanto aos precatórios de terceiros: (i) É possível utilizar para compensação tributária? (ii) É necessário legislação de cada ente, autorizando a compensação? (iii) Qual a natureza dos créditos de precatórios possíveis: tributária, comum e/ou alimentar? 
R. (i) Com o objetivo de driblar a crise e movimentar os caixas, as empresas têm buscado as opções mais viáveis. Dessa forma, um caminho que surge é a possibilidade de utilizar os precatórios para o pagamento de impostos. Essa alternativa foi oferecida pelo Direito Tributário. Isso significa que as empresas podem pagar os impostos com o benefício, dependendo dos tipos de precatórios judicias alimentares. Além disso, a regra vale mesmo que o título seja adquirido de terceiros. Até o ano de 2017, isso não era possível diretamente. Para fazer a compensação de pagamentos de impostos com precatórios, era preciso conferir caso a caso. Isso acontecia devido à necessidade de checar se o órgão público ao qual pertencia o tributo contava com uma lei autorizando a compensação, ou não. Entretanto, com a Emenda Constitucional nº 99, de 14 de dezembro de 2017, essa regra mudou. Do § 2º e § 3º ao artigo 105 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), o prazo determinado é de 120 dias para que os Estados, Municípios e Distritos Federais façam o pagamento de seus precatórios na data correta. Logo, se não houver a regulamentação após esse prazo, os credores de precatórios podem realizar a compensação mesmo sem uma lei definida. Porém, isso não é válido para o Governo Federal ou Precatórios Estaduais e Precatórios Municipais que não estejam no regime especial de pagamento. Em outras palavras, entes que pagam seus precatórios em dia.
(ii) Em regra, para que seja possível a compensação de tributos com precatórios é necessária a autorização do ente público respectivo por meio de lei específica. É o que prevê o art. 170 do Código Tributário Nacional,: “Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.” Todavia, pouquíssimos entes públicos editaram a referida lei autorizativa, impossibilitando a utilização da compensação para extinção de créditos tributários. Sem falar que, além de não editarem a referida lei, também acumulavam um passivo de precatórios exorbitantes, não pagando seus credores em dia. Diante desse cenário foi então editada Emenda Constitucional nº 99, de 14 de dezembro de 2017, a fim de mitigar essa discricionaridade que existia para o ente público em criar ou não lei autorizativa que possibilitasse a compensação.
(iii) A Constituição Federal de 05 de outubro de 1988 manteve a previsão do regime de precatório, inovando quanto à natureza dos créditos devidos pela Fazenda Pública, classificando-os em créditos de natureza alimentícia e créditos de natureza não-alimentícia.

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