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Samara Pires-MED25 Suporte Básico de Vida e Biossegurança XABCDE do trauma- PHTLS 8 ed. cap. 07, 9 ed. cap. 06 ● Um paciente pode apresentar uma ou mais lesões em um ou mais sistemas, por isso a avaliação primária é fundamental; ● Cada caso é um caso, por isso deve-se avaliar o tempo que o prestador de cuidados pré-hospitalares dispõe; 1. IMPRESSÃO GERAL : ao se aproximar inicialmente de um paciente, o prestador de cuidados pré-hospitalares deve procurar hemorragias severas compressíveis e observar se o paciente parece buscar o ar de forma eficaz, esteja desperto ou não, e responda e se está movendo-se espontaneamente. Se ele responder às perguntas do prestador de serviços pré-hospitalares de forma adequada, coerente e completa, ele pode concluir que a vítima apresenta respiração suficiente para apoiar a fala, perfusão cerebral adequada e razoável funcionamento neurológico. 2. X- Hemorragia Exsanguinante (controle do sangramento externo grave) ● Esse é o primeiro passo de cuidado de um paciente que sofre risco de vida. Envolve tipicamente o sangramento arterial de uma extremidade, no couro cabeludo ou na junção de uma extremidade com outra; ● Hemorragia arterial exsanguinante: colocar torniquete o mais proximal possível da extremidade afetada; ● Pressão direta, embalagem hemostática e curativos devem ser aplicados em casos não arteriais, em sangramentos graves nas extremidades e nos locais tronculares (perigo de luxação das articulações ou de necrose caso seja utilizado o torniquete); TIPOS DE SANGRAMENTOS: A) Sangramento capilar: geralmente, não é grave e não apresenta ameaça à vida. Não são necessários métodos de controle da hemorragia exsanguinante nesse caso; B) Sangramento venoso: laceração de uma veia, o que ocasiona o fluxo de sangue vermelho vinho. Pode ser controlado por pressão direta e não apresenta ameaça à vida salvo em condições de hemorragia prolongada C) Sangramento arterial: esse é o de maior gravidade; deve ser controlado com um torniquete ou por pressão direta. O sangue é de cor vermelho vivo. COMO CONTROLAR HEMORRAGIA? A) Pressão direta: pode-se colocar um curativo, como uma gaze hemostática, e pressioná-la contra a ferida aberta, fechando a área com um curativo. A pressão deve ser aplicada o mais precisamente e focalmente possível. Outros Samara Pires-MED25 métodos são: pressionar com o dedo uma gaze por pelo menos 3 minutos ou até 10 minutos no local e usar bandagem israelense. B) Torniquetes: há controvérsias acerca do uso de torniquete, porque algumas fontes indicam que pode haver perda do membro por necrose do tecido. No entanto, se não houver possibilidade de o prestador de serviços pré-hospitalares aplicar continuamente pressão sobre o local ou se um curativo de pressão não conseguir controlar a hemorragia em uma extremidade, pode-se utilizar o torniquete. Obs.: no caso de hemorragias em locais juncionais, isto é, axilas, virilha, abdome inferior e extremidade proximal, é mais complicado empregar as técnicas de pressão direta ou torniquete. Nesse caso, há a opção da compressão direta dos grandes vasos que se estendem na área proximal da lesão e do uso do ligante pélvico . No caso da compressão, deve-se fazê-la nos vasos que abrangem a área lesionada e na parte aberta da ferida também. 3. A- Tratamento da via aérea e estabilização da coluna cervical Não deve haver perigo de obstrução das vias aéreas do paciente. Faz-se a abertura das vias aéreas por meio da estabilização da coluna cervical. Estabilização manual da coluna cervical: até que a possibilidade seja descartada, deve-se suspeitar de lesão medular. Nesse caso, não deve-se utilizar a manobra de Rubem (hiperextensão do pescoço) . Caso haja suspeita de trauma, indica-se a imobilização manual da coluna cervical A) Manobra de Rubem ou de inclinação da cabeça com elevação do mento: apenas para pacientes clínicos, sem trauma. ● Posicionar uma das mãos sobre a testa e a outra com os dedos indicador e médio tocando o mento do paciente. ● Realizar movimento de elevação do mento do paciente. ● Simultaneamente, efetuar uma leve extensão do pescoço. ● Manter a boca do paciente aberta. B) Manobra de tração da mandíbula no trauma (Jaw Thrust): ● Posicionar-se à cabeceira do paciente. ● Realizar o controle manual da coluna cervical para alinhamento e estabilização em posição neutra, colocando as mãos espalmadas uma de cada lado da face do paciente. Os dedos indicadores do socorrista devem inicialmente apontar para a direção dos pés. ● Posicionar os dedos polegares próximos ao mento e os demais ao redor do ângulo da mandíbula do paciente. Samara Pires-MED25 ● Simultaneamente, enquanto mantém o alinhamento com as mãos, aplicar força simétrica para elevar a mandíbula anteriormente, enquanto promove a abertura da boca com os polegares. C) Manobra de Chin Lift: ● São necessários 2 profissionais (ideal). ● O primeiro profissional se posiciona à cabeceira do paciente e executa o alinhamento manual da cabeça em posição neutra, estabilizando a coluna. ● O segundo profissional se posiciona ao lado do paciente e com a mão pinça a arcada dentária inferior usando como base o queixo do paciente. ● Com os dedos posicionados, o profissional traciona o queixo anteriormente e levemente para baixo, elevando a mandíbula enquanto abre a boca do paciente. Obs.: retirar com pinças ou com espátula quaisquer corpos estranhos que estejam obstruindo as vias aéreas da vítima. OVACE (Obstrução das vias aéreas por Corpo Estranho): episódio testemunhado ou referido de engasgo com tosse e/ou sinais de sufocação. A obstrução leve ocorre quando o paciente consegue responder se está engasgado. Nesse caso, cabe ao provedor de serviços de saúde incentivá-lo a tossir e supervisionar a evolução da situação (melhora ou piora). Quando o paciente mostra o sinal universal de asfixia (levar as mãos ao pescoço e apertá-lo), não consegue falar e apresenta respiração ruidosa, tosse silenciosa ou inconsciência, é obstrução grave . A) Manobra de Heimlich (paciente responsivo) ● Posicionar-se por trás do paciente, com seus braços à altura da crista ilíaca; ● Posicionar uma das mãos fechada, com a face do polegar encostada na parede abdominal, entre apêndice xifóide e a cicatriz umbilical; ● Com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em movimentos rápidos, direcionados para dentro e pra cima (em J); Samara Pires-MED25 ● Repetir a manobra até a desobstrução ou o paciente tornar-se não responsivo. Obs: em pacientes obesas e gestantes no últimotrimestre, realize as compressões sobre o esterno (linha intermamilar) e não sobre o abdome. B) Paciente irresponsivo : ● Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida; ● Diante de irresponsividade e de ausência de respiração com pulso, executar compressões torácicas com objetivo de remoção do corpo estranho; ● Abrir vias aéreas, visualizar a cavidade oral e remover o corpo estranho, se visível e alcançável (com dedos ou pinça)- não fazer varredura digital; ● Se nada encontrado, realizar 1 insuflação e se o ar não passar ou o tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente; ● Mantendo as manobras, ligar para o serviço de saúde. C) Obstrução por líquidos ou semilíquidos : utilizar uma gaze ou pano absorvente para retirar parte do líquido que está obstruindo a via aérea do paciente (geralmente sangue). Se for vômito, colocar a vítima deitada lateralmente com a coluna e a cabeça alinhadas e transportá-la para a unidade de saúde (posição de recuperação). D) Posição de recuperação : usada para pessoas que estão respirando e têm pulso. É a posição em que deve-se deixar uma vítima para chamar o serviço de saúde, por exemplo, caso o socorrista esteja sozinho. Depende da possibilidade diagnóstica e dos sintomas prioritários. Ex.: em decúbito elevado quando tiver dispneia, em decúbito lateral quando estiver vomitando, em decúbito lateral esquerdo quando estiver grávida, etc. Na obstrução de vias aéreas, há o risco de parada respiratória (PR) e de parada cardiorrespiratória (PCR) O que fazer? Ventilação assistida A ventilação deve ser aplicada após 30 compressões torácicas na ressuscitação cardiopulmonar (RCP). A) Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP): instruções para realizar compressões torácicas. ● Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus joelhos com certa distância um do outro, para que tenha melhor estabilidade. Samara Pires-MED25 ● Afaste ou corte a roupa da vítima (se uma tesoura estiver disponível), para deixar o tórax desnudo. ● Coloque a região hipotenar de uma mão sobre a metade inferior do esterno da vítima e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a. ● Estenda os braços e os mantenha cerca de 90º acima da vítima. ● Comprima na frequência de 100 a 120 compressões/ minuto. ● Comprima com profundidade de, no mínimo, 5 cm (evitando compressões com profundidade maior que 6 cm). ● Permita o retorno completo do tórax após cada compressão, evitando apoiar-se no tórax da vítima. ● Minimize interrupções das compressões, pause no máximo 10 segundos para realização de duas ventilações. ● Se possível, reveze com outro socorrista para evitar compressões de má qualidade. B) Ventilação : Deve-se, primeiro, realizar a abertura das vias aéreas. Posteriormente, inicia-se o ciclo de 30 compressões para duas ventilações de um segundo cada uma. Não é indicada a hiperventilação e recomenda-se a realização do procedimento com EPI: bolsa-válvula-máscara e pocket-mask (máscara de bolso). Quando há apenas parada respiratória: nesse caso, há pulso palpável no paciente, mas ele respira de forma ineficaz (gasping). Basta fazer apenas a ventilação (uma a cada 5 a 6 segundos ou 10 a 12 por minuto). Checar o pulso a cada dois minutos para ver se a PR não evoluiu para PCR. C) Utilização do Desfibrilador Externo automático (DEA): deve ser utilizado em caso de fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso-FV/TV SP (tipo de arritmia cardíaca). Quando o ritmo não for de FV/TV sem pulso, o uso do DEA não é recomendado, sendo mais ideal a continuação das massagens cardíacas. O equipamento deve ser usado no paciente inconsciente; ele automaticamente calcula o ritmo cardíaco, seleciona o nível de energia e carrega, cabendo ao socorrista pressionar o botão de choque. ● A cada dois minutos, o DEA analisa o ritmo novamente e pode indicar novo choque, se necessário. Se não indicar choque, deve-se reiniciar a RCP imediatamente, caso a vítima não retome a consciência; ● Mesmo se a vítima retomar a consciência, o aparelho não deve ser desligado e as pás não devem ser removidas ou desconectadas até que o serviço médico de emergência assuma o caso; ● Se não houver suspeita de trauma, e a vítima já apresentar respiração normal e pulso, o socorrista pode deixá-la na posição de recuperação; ● Locais de posicionamento das pás do DEA: ↪ Posicionamento ânterolateral: remova as roupas e descubra a vítima, coloque uma pá imediatamente abaixo da clavícula direita. Coloque a outra pá ao lado do mamilo esquerdo, com a borda superior da pá alguns centímetros abaixo da axila Samara Pires-MED25 ↪ Posicionamento anteroposterior : deixe o tórax desnudo. Aplique uma pá do DEA no lado esquerdo do tórax, entre o lado esquerdo do esterno e o mamilo esquerdo, e a outra no lado esquerdo das costas, próximo à coluna. 4. B- Ventilação (Breathing ) Mesmo que a via aérea do doente esteja permeável, é importante garantir que a quantidade adequada de oxigênio está chegando aos tecidos. É esse o propósito da etapa B da avaliação primária. As lesões que podem produzir deficiência na ventilação e na oxigenação são o pneumotórax hipertensivo, tórax instável com contusão pulmonar, hemotórax maciço e pneumotórax aberto. Deve-se avaliar a profundidade e a frequência ventilatória (observe que o termo “frequência ventilatória” é mais correto que “frequência respiratória”, porque a ventilação é a que descreve o processo de oxigenação que passa pelos pulmões). Ventilação por minuto : volume corrente x frequência ventilatória. Avaliar também os sons respiratórios por meio da ausculta dos pulmões, identificando murmúrios vesiculares reduzidos ou ausentes. Para que não haja nenhum distúrbio, a oxigenação deve ser superior a 94%. ● Apneia : a vítima não está ventilando. Nesse caso, deve-se começar o procedimento da ventilação assistida. ● Ventilação lenta : frequência ventilatória lenta gera insuficiente oxigenação para os tecidos. Se ocorrer bradipneia (frequência ventilatória inferior a 10 ventilações/minuto), deve-se fazer ventilação assistida + oxigênio suplementar. ● Eupneia : ventilação normal (de 10 a 20 ventilações/minuto). Supervisionar o paciente. ● Taquipneia : ventilação rápida (entre 20 e 30 ventilações/minuto). Isso quer dizer que a falta de oxigênio e o aumento de dióxido de carbono no organismo desse paciente leva à ventilação acelerada. Deve-se administrar oxigênio suplementar. ● Ventilação muito rápida : superior a 30 ventilações/minuto. Indica hipóxia, metabolismo anaeróbio ou ambos,resultando em acidose. Aplicar ventilação com bolsa-válvula-máscara aliada ao oxigênio suplementar. 5. C- Circulação e hemorragia (perfusão e sangramento) Nessa etapa, avalia-se a capacidade de oxigenação dos tecidos pelo organismo do doente. Os locais primários de hemorragia interna maciça incluem o tórax (cavidades pleurais), o abdome (cavidade peritoneal), o espaço retroperitoneal e os ossos longos, como as fraturas de fêmur. Se houver suspeita de hemorragia interna, deve-se expor o local e apalpá-lo. Porém, o mais indicado é contatar a unidade de suporte avançado. Verificação da perfusão: pode-se avaliar pela pele (cor, temperatura e umidade) ou pelo pulso. Samara Pires-MED25 A) Pulso : varia quanto à presença, à qualidade e à regularidade. Pode-se verificar a pressão arterial, a frequência cardíaca e outros problemas, como parada cardiorrespiratória. Se houver perfusão comprometida + ventilação prejudicada pode ser o caso de pneumotórax hipertensivo. Tratamento → descompressão por agulha. B) Pele : a cor pálida está associada à perfusão deficiente e a azulada, oxigenação incompleta. Pode-se fazer o exame do leito ungueal : basta pressionar a pele dessa região e observar a taxa de retorno do sangue nessa parte distal. Se for maior que 2 segundos, há um indicativo de perfusão inadequada. No entanto, esse exame não é 100% confiável, pois a presença de outros variantes, como aterosclerose e a baixa temperatura, podem provocar o mesmo efeito. A pele fria indica baixa perfusão independente da causa e a pele seca indica boa perfusão. 6. D- Disfunção Neurológica Exame da função cerebral: determinar o nível de consciência do paciente e verificar o potencial para hipóxia do cérebro. O grau de funcionamento neurológico do paciente indica ao socorrista os seguintes aspectos: ● Oxigenação cerebral diminuída; ● Lesão do Sistema Nervoso Central; ● Intoxicação por drogas ou álcool; ● Distúrbios metabólicos: diabetes, convulsão, parada cardíaca. A) Uso da ECG (Escala de Goma de Gasglow): permite avaliar a qualidade da resposta do paciente a cada estímulo dado. Ela é mais específica que a escala usada para leigos (AVDI: alerta, estímulo verbal, dor, inconsciência) e divide-se em três componentes: OVM→ abertura ocular, melhor resposta verbal e melhor resposta motora. Se a vítima está impossibilitada de responder, como no caso de pacientes intubados, deve-se colocar uma letra T. Samara Pires-MED25 A pontuação mais alta é 15 e a mais baixa, 3. Se o doente não estiver acordado, orientado ou capaz de seguir aos comandos, o socorrista deve avaliar suas pupilas. Pupilas podem ser isocóricas (iguais) e fotorreagentes ou parciais e inexistentes. Assim, subtrai-se o valor da avaliação pupilar ao número final da ECG. 7. E- Exposição e ambiente ● Remover apenas as roupas necessárias para determinar a presença ou a ausência de uma condição ou lesão. ● Tomar cuidado com a hipotermia: depois de avaliar as partes expostas, cobrir novamente o paciente para conservar o calor do corpo; ● Não destruir evidências no caso de crimes violentos; ● A manutenção da temperatura corporal do doente é mais importante que o conforto dos socorristas. Trauma da cabeça- PHTLS 8 ed. cap. 10 1. Anatomia da cabeça e do cérebro ● A caixa craniana é resistente e protetora para o cérebro, no entanto existem regiões mais finas (ossos temporal e etmoidal) que estão mais propensas a fraturas. ● Meninges : membranas que cobrem o cérebro. a) Dura-máter : mais externa, composta por tecido fibroso rígido. Sob condições normais, o espaço entre a dura-máter e o interior do crânio, o espaço epidural , não existe. O rompimento da artéria meníngea média provoca hematomas epidurais. Normalmente, há espaço entre a dura-máter e o cérebro, o qual é denominado espaço subdural; b) Pia-máter : camada que adere ao cérebro (cobertura final). Sobre ela passam vasos sanguíneos cerebrais; c) Membrana aracnoide : fica acima dos vasos sanguíneos e se assemelha a teias de aranha cobrindo o cérebro. Se houver lesão no espaço subaracnoide, ocorre uma hemorragia interna devido ao extravasamento de sangue. ● Cérebro : dividido em cérebro (télencéfalo- abriga as funções motoras e intelectuais), cerebelo (coordena o movimento), tronco cerebral (contém a medula, a qual controla a frequência cardíaca e a respiração). ● Fluido Cefalorraquidiano (LCR) : amortece o cérebro, está contido no espaço subaracnoide. Samara Pires-MED25 ● Pressão intracraniana (PIC) : é constante e, nos traumas de cabeça, é frequentemente alterada, podendo gerar a compressão de nervos importantes. Ex.: a compressão do NCIII (oculomotor) provoca dilatação na pupila. 2. Fisiologia ● Pressão sistólica : pressão máxima gerada no pico da contração cardíaca (⅓ do ciclo cardíaco). ● Pressão diastólica: pressão basal → coração em repouso. ● Pressão de pulso (adicionada no ciclo cardíaco)= pressão sistólica-pressão diastólica ● Pressão arterial média (PAM)= pressão diastólica+ ⅓ pressão de pulso. ● Pressão de perfusão cerebral (PPC) = PAM-PIC. Expressa a pressão necessária para o sangue se movimentar na circulação cerebral. ● Em adultos: PIC normal→ abaixo de 15 mm Hg. ● Autorregulação: mantém o fluxo cerebral constante, por exemplo, quando a pessoa muda de posição. Assim, deve-se alterar a resistência vascular cerebral dilatando os vasos→ cérebro compensa mudanças. ● Fluxo sanguíneo cerebral= Pressão de Perfusão Cerebral/Resistência Vascular Cerebral. ● Declínio do fluxo sanguíneo cerebral→ isquemia→ lesão cerebral. ● Hipocapnia (diminuição de CO₂ no sangue): gera vasoconstrição; hipercapnia (aumento de CO₂ no sangue): gera vasodilatação . ● Hiperventilação : estado do paciente no qual ele elimina rapidamente o dióxido de carbono dos pulmões, o que reduz a pressão parcial do gás e altera os valores de pH do tampão sanguíneo. Por conseguinte, a hipocapnia resulta em vasoconstrição, diminuindo o fluxo sanguíneo nos vasos, o que diminui a PIC (fator positivo), mas aumenta a resistência vascular cerebral (fator negativo), que gera a redução do fluxo sanguíneo cerebral → lesão isquêmica. Quando em hiperventilação, o cérebro não faz a autorregulação, a qual é extremamente importante para o seu funcionamento normal. 3. Fisiopatologia ● Lesão primária: danos diretos ao cérebro → contusão, hemorragia, laceração. Há pouca possibilidade de regeneração. ● Lesão secundária: danos que continuam ocorrendo em decorrência da lesão primária. Os atendimentos pré-hospitalar e hospitalar buscam evitar tais danos → efeito em massa, PICelevada, herniação, hipóxia, hipotensão. ● A herniação é a consequência do efeito em massa e do aumento da pressão intracraniana; Samara Pires-MED25 ● A hipotensão prejudica o fluxo sanguíneo, tornando insuficiente a oxigenação do cérebro e, consequentemente, o fornecimento de energia às células (glicose) → hipóxia → mecanismos celulares de apoptose (morte celular). 4. Lesão secundária- Herniação e efeito em massa Doutrina de Monro-Kellie O efeito em massa força alguma estrutura a sair da caixa craniana, pois todos os espaços são preenchidos e as estruturas ocupam posições definidas. No efeito em massa, um tumor, um edema ou um hematoma ocupa parte do espaço da caixa craniana, o que força o líquido cefalorraquidiano (LCR) a sair e diminui o volume de sangue sem, no começo, aumentar a pressão intracraniana (PIC). Entretanto, quando a saída do líquido atinge um limite, a PIC aumenta e gera a herniação com todas as suas consequências, entre elas, o fornecimento deficiente de sangue arterial para o cérebro. ● Hérnia de úncus: a parte medial do lobo temporal é forçada sobre o NCIII (N. Oculomotor), sobre o trato motor, sobre o tronco cerebral e sobre o sistema de ativação reticular daquele lado, gerando dilatação pupilar e perda do trato motor ipsilateralmente à hérnia, acompanhado de fraqueza motora contralateral . O paciente pode entrar em coma. ● Hérnia cingulada : o giro do cíngulo (porção do cérebro em forma de C) da superfície medial dos hemisférios cerebrais se move contra a foice, a qual divide ambos os hemisférios do cérebro. ● Hérnia tonsilar : a medula espinhal é esmagada contra a borda anterior do forame magno juntamente com o cerebelo, o que provoca uma série de complicações, como parada cardiorrespiratória. Coning → quando o conteúdo da fossa posterior do crânio é empurrado para dentro do forame magno. COMPLICAÇÕES DA HERNIAÇÃO ● Dilatação e letargia da pupila ipsilateral; ● Hemiplegia do lado oposto; ● Reflexo de Babinski: extensão do hálux (primeiro dedo do pé) e abertura em leque dos demais dedos mediante estímulo palmar; ● Lesão de tronco cerebral: decorticação e descerebração (este último é mais grave); ● Ritmos respiratórios anormais, como a Ventilação de Cheyne-Stokes→ ciclo de repetição de respirações lentas e superficiais e de respirações mais profundas e rápidas que se alternam; ● Fenômeno (ou Tríade) de Cushing : combinação de pressão arterial elevada, bradicardia (baixa frequência cardíaca) devido à PIC alterada. Quando a Samara Pires-MED25 pressão intracraniana aumenta, o corpo começa um mecanismo compensatório elevando a PAM para manter a adequada perfusão cerebral. No entanto, o sistema nervoso parassimpático se ativa e induz a desaceleração da frequência cardíaca, resultando em bradicardia; ● O aumento da PIC por causa da herniação gera isquemia cerebral e redução no fornecimento de oxigênio. 5. Lesão secundária- Edema cerebral ● É o inchaço do cérebro. Frequentemente, ocorre no mesmo local que o da lesão primária; ● Acúmulo de fluidos dentro dos neurônio e nos espaços intersticiais; ● Resulta em hipertensão intracraniana → o edema pode ser avaliado pelos monitores de PIC (somente hospitalar). O aumento da pressão intracraniana é uma causa e um sintoma de edema. COMPLICAÇÕES DO TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO ● Hipoglicemia e hiperglicemia : ambas são prejudiciais para o tecido cerebral isquêmico, pois os neurônios são danificados. Evitar primordialmente a hiperglicemia, porque é uma ameaça mais imediata; ● Convulsões: hipóxia, hipoglicemia e anormalidades no eletrólitos podem levar à convulsão → piora ainda mais a isquemia cerebral. 6. Avaliação Secundária ● Apalpar a face do doente a fim de encontrar possíveis fraturas ósseas → crepitação, depressão; ● Drenagem de fluido claro: pode ser Líquido Cefalorraquidiano (LCR). Como frequentemente ele está misturado com sangue, uma forma fácil de identificação é pingar o líquido suspeito em um tecido branco (como gaze, por exemplo) e verificar se há dispersão de um halo amarelado. ● Histórico = SAMPLE → Symptoms, Allergies, Medications, Past history, Last meal, Events. Ex. prático: diabetes mellitus, distúrbios de convulsão e intoxicação medicamentosa ou alcoólica podem disfarçar o trauma cranioencefálico. ● Avaliar a Escala de Coma de Gasglow mais de uma vez, a fim de observar possíveis pioras no estado mental do indivíduo, especialmente se houver piora de mais de dois pontos. 7. Fraturas de crânio ● As fraturas de crânio com afundamento podem ser palpadas; ● Fraturas sem afundamento aumentam o risco de um hematoma intracraniano; ● Fraturas abertas→ local propenso à entrada de bactérias, podendo ocorrer inflamação das meninges (meningite). Suspeita de fratura basilar (do assoalho) do crânio : LCR saindo pelas narinas ou pelo canal auditivo. Outros sinais são a equimose (extravasamento de sangue de menor calibre, como um hematoma menor) periorbital (olhos de guaxinim) e o sinal Samara Pires-MED25 de Battle (equimose atrás das orelhas, no processo mastoide). O exame com otoscópio permite ver sangue atrás do tímpano. 8. Lesões do cérebro CONCUSSÃO CEREBRAL: o paciente perde uma função neurológica e depois volta ao normal. Indicadores: ● Olhar vago; ● Amnésia pós-traumática; ● Confusão→ distrai-se facilmente; ● Fala arrastada ou incoerente; ● Desorientação; ● Perda de coordenação: não consegue andar em linha reta, por exemplo; ● Dor de cabeça severa, náusea, vômito frequente. Os sintomas de uma concussão devem ser totalmente resolvidos antes que o paciente volte às atividades normais, pois a chamada síndrome do impacto secundário é decorrente de um segundo trauma e resulta em herniação e morte cerebral. Concussões sucessivas podem gerar problemas a longo prazo, como dores de cabeça severas, tonturas, distúrbios do sono, etc. HEMATOMA INTRACRANIANO: podem produzir rápido aumento da PIC. a) Hematoma epidural : dano na artéria meníngea média, o que provoca um sangramento arterial entre o crânio e a dura-máter → espaço epidural cheio de sangue ● Sintomas: perda de consciência, intervalo lúcido e perda da consciência novamente, com queda do valor da Escala de Coma de Gasglow. Pupila dilatada e letárgica , ou não reativa, ipsilateral à lesão e hemiparesia/hemiplegia contralateral ao da lesão. ● Geralmente, após a remoção do hematoma, há boa recuperação do doente. b) Hematoma subdural : são mais comuns que os hematomas epidurais. Resultam de um sangramento venoso após um impacto violento na cabeça. O sangue, então, se acumulano espaço subdural, entre a dura-máter e a membrana aracnóide subjacente. ● Risco de efeito de massa → sangue acumulado + edema do cérebro lesionado. O efeito de massa gera estado mental deprimido no paciente. Quando não exerce o efeito de massa, o hematoma subdural pode estar clinicamente oculto. ● Pode ocorrer de o paciente não ter efeito de massa no começo, mas, devido à dissolução do sangue e de pequenos sangramentos repetidos no hematoma liquefeito, pode começar a acontecer efeito de massa. Nesse caso, o doente não apresenta os efeitos imediatos dessa condição clínica, pois a evolução é gradual e só depois o efeito de massa é descoberto → confusão de sintomas inespecíficos. Samara Pires-MED25 ● Pacientes que tomam anticoagulantes podem ter, frequentemente, um agravo de sua condição, uma vez que ela pode evoluir para herniação. → atendimento de urgência, mesmo aos que sofreram traumas aparentemente leves. CONTUSÃO CEREBRAL : dano no cérebro, o que inclui vasos sanguíneos e hemorragias, eventualmente. Pode ocorrer devido a traumas contusos, a ferimentos por arma branca ou de fogo. Sinais clínicos: queda da ECG, dor de cabeça frequente (em caso de piora com efeito em massa). HEMORRAGIA SUBARACNÓIDE : sangramento que ocorre abaixo da membrana aracnoide. O sangue não consegue entrar no espaço subdural e raramente ocorre efeito em massa. Sintomas: dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, tontura, sinais meníngeos → dor e rigidez no pescoço, fotofobia. ● Risco de aumento da pressão intracraniana. LESÃO CRANIANA PENETRANTE : lesão devastadora, porque, por exemplo, o ferimento por arma de fogo não apenas afeta o local por onde a bala entrou, mas também envolve grande troca de energia e onda de choque no caminho do projétil. Ocorre fratura, risco de infecção, déficit neurológico como sequela, dano aos órgãos dos sentidos, etc. Trauma torácico -PHTLS 8 ed. cap. 12 ● Lesões no tórax: prejuízo à oxigenação, à perfusão, ao fluxo de oxigênio, à ventilação → hipercapnia, hipóxia, acidose, choque (oxigênio insuficiente para alcançar órgãos e tecidos). 1. Anatomia ● Pleura parietal : fina membrana contida na cavidade do abdome; ● Pleura visceral: membrana fina que cobre os dois pulmões na cavidade peitoral; ● Geralmente, não há espaço entre ambas as membranas, apenas uma fina camada de água que as mantém juntas. Surge um problema quando ar e fluidos se acumulam entre as pleuras; ● Mediastino: espaço entre os dois pulmões que contém a traqueia, os brônquios principais, o coração e os principais vasos que que passam pelo coração e pelo esôfago. 2. Fisiologia VENTILAÇÃO ● Inspiração : contração dos músculos intercostais externos (separam os arcos costais) + diafragma (movimenta-se para baixo) → aumento do volume da cavidade torácica → criação de uma pressão mais baixa no interior do tórax em relação à externa → ar entra nos pulmões; ● Expiração : contração dos músculos intercostais internos + relaxamento do diafragma → retorno às posições de descanso → diminuição do volume da Samara Pires-MED25 caixa torácica → pressão interna maior do que a externa → saída do ar dos pulmões. ● Controle da ventilação: tronco encefálico por meio dos quimiorreceptores e dos mecanorreceptores. Os quimiorreceptores identificam a PaCO₂ nas artérias aorta e carótida e estimulam o centro respiratório a aumentar a frequência e a profundidade das ventilações, caso a quantidade do gás carbônico esteja em nível elevado. Os mecanorreceptores identificam o volume pulmonar, notificando o centro respiratório. CIRCULAÇÃO ● Coração: bomba biológica. Deve funcionar bem e com níveis adequados de sangue para manter a circulação corporal. Ele se contrai entre 70 e 80 vezes por minuto e ejeta aproximadamente 70 mL a cada batimento para a artéria aorta. ● Problemas: perda de sangue por hemorragia, pneumotórax hipertensivo, contusão cardíaca prejudicam o funcionamento do coração e alteram a pressão arterial. Então, os barorreceptores são capazes de reconhecer essas alterações e provocar maior esforço e frequência dos batimentos cardíacos. ● Espaço morto: quantidade de ar que entra nos pulmões e que não realiza trocas gasosas nos capilares alveolares. Ex.: ar da traqueia e dos brônquios. ● Esforço respiratório: trabalho físico ou esforço para realizar os movimentos que envolvem a ventilação. O aumento da ventilação minuto e a rigidez pulmonar elevam esse esforço. ● Ventilação minuto : volume total que entra e sai dos pulmões em 1 minuto. 3. Lesões específicas do tórax FRATURA DE ARCOS COSTAIS ● A gravidade depende da quantidade de arcos costais fraturados, a presença de fraturas bilaterais e o avanço da idade. ● As extremidades quebradas podem rasgar o músculo, o pulmão e os vasos sanguíneos, com a possibilidade de contusão pulmonar associada, pneumotórax ou hemotórax. ● Sintomas : dor torácica ao respirar ou se mover, dificuldade de respirar → sentir a crepitação óssea, examinar a frequência ventilatória, a profundidade da respiração e a oxigenação, se possível, com um oxímetro. ● Tratamento: imobilizar a região com ataduras e faixas, administrar analgésicos narcóticos, incentivar a vítima a tossir e a respirar profundamente → isso evita colapso dos alvéolos (atelectasia) e pneumonia. Pode-se oferecer assistência na ventilação e administrar suplemento de oxigênio. TÓRAX INSTÁVEL ● Dois ou mais arcos costais estão fraturados em mais de um ponto ao longo de seu comprimento → uma parte da costela não se comunica mais ao restante dos ossos do tórax. Samara Pires-MED25 ● Geralmente, há contusão pulmonar sobrejacente, o que impede as trocas gasosas, porque os alvéolos ficam inundados de sangue. Essa é uma complicação comum do tórax instável de grande mortalidade. ● Sinais/sintomas : dificuldade na ventilação (gerando hipóxia), movimento paradoxal (na contração muscular da inspiração, o segmento fraturado move-se para dentro do tórax e, no relaxamento muscular da expiração, o mesmo move-se para fora, quando deveria ocorrer ao contrário), dor torácica aguda (paciente evita respirar fundo por causa disso) → palpar para observar crepitação óssea. ● Tratamento: alívio da dor com analgésicos narcóticos, suporte ventilatório, monitoramento do quadro (verificar frequência respiratória), oxigenação suplementar. Para tempo de transporte longo, pode-se realizar um acesso intravenoso. PNEUMOTÓRAX ● Pneumotórax simples : presença de ar dentro do espaço pleural. ● Sinais e sintomas: dor ao respirar (dor torácicapleurítica), falta de ar, diminuição do murmúrio vesicular. ● Tratamento : administração de oxigênio, acesso endovenoso, monitoramento de oximetria de pulso e de capnografia de onda → evitar a formação de pneumotórax hipertensivo. ● Pneumotórax aberto : falha na parede torácica que permite a entrada e saída do ar vindo com esforço ventilatório. A vítima não consegue respirar de forma adequada, pois o ferimento tem uma abertura tão grande que os tecidos em volta não conseguem fechá-la durante a inspiração. No caso de ferimentos por lesão penetrante, como empalamentos, arma de fogo e arma branca, o ar pode encontrar menos resistência ao passar pelo buraco do ferimento do que ao entrar pelos pulmões, o que gera grave insuficiência respiratória. Assim, ao realizar esse trajeto, o ar faz um ruído, daí o nome “ferimento torácico soprante”. Quanto maior a abertura da ferida, menos resistência haverá para a passagem do ar. ● Sinais e sintomas: desconforto respiratório, taquipneia, ferimento faz sons durante a inspiração e borbulha durante a expiração. ● Tratamento : fechar a área com um curativo ventilado ou com um curativo não ventilado que apresente três aberturas oclusas e uma aberta. NÃO fechar totalmente a área, porque, nesse caso, pode evoluir para um pneumotórax hipertensivo, uma vez que a oclusão da lesão do tórax não exclui o fato de que o pulmão também apresenta uma abertura lesionada, por onde o ar continua entrando, o que pode gerar um acúmulo de gases no espaço pleural. Se o doente desenvolver taquicardia ou taquipneia, retire o curativo e ajude a ventilação por alguns segundos. Outras opções de tratamento são a Samara Pires-MED25 drenagem pleural (toracocentese) e a ventilação por pressão positiva, a qual, por si só, já trata a fisiopatologia. ● Pneumotórax hipertensivo: o ar continua a entrar e fica preso no espaço pleural, o que gera aumento da pressão intratorácica. Agravamento → deslocamento das estruturas mediastinais, como o coração e alguns vasos da região, redução da pressão arterial, torção da veia cava inferior e deslocamento da traqueia. Todo paciente com lesão torácica e com submissão à ventilação por pressão positiva corre risco de desenvolver pneumotórax hipertensivo. ● Sinais e sintomas : dor no peito, dificuldade em respirar, diminuição do murmúrio vesicular no lado da lesão, percussão timpânica, taquipneia, taquicardia, distensão da veia jugular. ● Tratamento : descomprimir o pneumotórax hipertensivo → retirar o curativo oclusivo se presente na vítima, realizar descompressão (toracostomia) com agulha no segundo ou no terceiro espaço intercostal na linha média da clavícula, o que transformará o pneumotórax hipertensivo e pneumotórax aberto simples, por isso, posteriormente, deve-se prover oxigênio complementar e suporte ventilatório quando necessário ao paciente. Antes da descompressão, é preciso avaliar se o tubo endotraqueal (caso de pacientes já intubados) está posicionado corretamente e se não sofreu torção. HEMOTÓRAX ● Entra sangue no espaço pleural, o que gera perda de sangue significativa e pode provocar um pneumotórax hipertensivo. O sangramento pode vir dos músculos do tórax, dos grandes vasos do tórax, dos vasos pulmonares, etc. ● Sinais e sintomas: dor no peito, falta de ar, taquicardia, taquipneia, hipotensão, sons respiratórios reduzidos ou ausentes, som de percussão fraco (bem menor se comparado à percussão timpânica do pneumotórax). Geralmente não há veias distendidas, pois a perda de sangue é grande. ● Tratamento: administração de oxigênio, ventilação assistida, acesso intravenoso (manter a devida perfusão), transfusão sanguínea e intervenção cirúrgica (suporte avançado). TAMPONAMENTO CARDÍACO ● Fluidos, principalmente o sangue, se acumulam entre o saco pericárdico e o coração. A pressão no local aumenta e impede o retorno venoso para o coração (diminui o débito cardíaco), reduzindo a pressão arterial. ● Ferimento frequentemente causado por arma branca no coração → laceração do miocárdio. O ventrículo direito é o mais atingido. Quando causado por arma de fogo ou por empalamento, ocorre rápida hemorragia exsanguinante que se estende por toda a cavidade torácica, por isso o risco de morte é maior. Samara Pires-MED25 ● Sinais e sintomas: tríade de Beck → sons cardíacos distantes ou abafados, distensão venosa jugular (o aumento da pressão no saco pericárdico gera o acúmulo de sangue nas veias do pescoço) e baixa pressão arterial; pulso paradoxal (queda acentuada da pressão sistólica). ● Tratamento: intervenção cirúrgica imediata. Administrar oxigênio em alta concentração, acesso intravenoso, terapia com fluidos (a fim de aumentar a pressão venosa central). Em casos raros, pode-se fazer a pericardiocentese ( punção de Marfan ), que é a inserção de agulha no espaço pericárdico, mas há grande risco de lesões. RUPTURA TRAQUEOBRÔNQUICA ● Ocorre ruptura da própria traqueia ou de um dos brônquios principal ou secundário. Por conseguinte, o ar é direcionado para o espaço pleural, gerando um aumento da pressão na caixa torácica e provocando um pneumotórax hipertensivo. A toracostomia com agulha piora o quadro, porque gera um fluxo de ar contínuo e lesiona ainda mais a área, resultando em alta disfunção respiratória. Os esforços de ventilação com pressão positiva também agravam a situação. ● Normalmente, a ruptura ocorre após uma lesão penetrante. ● Sinais e sintomas: insuficiência respiratória, desconforto respiratório (uso de músculos acessórios, como o esternocleidomastóideo, os escalenos, o peitoral menor e o serrátil anterior), enfisema subcutâneo (acúmulo de gases), distensão da veia jugular, desvio da traqueia (verificado com apalpação), aumento da frequência respiratória e a saturação de oxigênio diminui, pode ocorrer hemoptise (tosse com sangue) e hemotórax. ● Tratamento: administração de suplemento de oxigênio, ventilação assistida, monitoramento para ver se não haverá piora do quadro.
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