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Curso de teologia - BÍBLIA do Pregador Pentecostal

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Prévia do material em texto

Curso	básico	de	Teologia
Índice
INTRODUÇÃO
Além	de	colocar	à	disposição	de	todos	os	pregadores	e	estudantes	da	Palavra	de	Deus	em	geral	uma
Bíblia	com	mais	de	mil	sermões	para	serem	pregados	em	todas	as	ocasiões,	estamos	colocando	à
disposição	dos	leitores	desta	Bíblia	um	cursinho	básico	de	teologia.	É	algo	bem	simples	e	resumido.	O
objetivo	é	facilitar	a	vida	de	tantos	obreiros	da	seara	do	Senhor	que	não	tiveram	a	oportunidade	e	nem
mesmo	condições	de	fazer	um	curso	mais	amplo	de	teologia.	Pessoas	que	não	residem	nos	grandes
centros	encontram	dificuldade	para	fazer	um	curso,	seja	ele	básico,	médio	ou	superior	em	teologia.	Daí	a
razão	de	apresentarmos	este	cursinho	de	teologia	composto	de	12	matérias	teológicas,	com	o	objetivo	de
pelo	menos	dar	uma	pequena	noção	do	que	é	teologia,	sua	importância	para	o	crescimento	espiritual,
intelectual	e	bíblico	de	todos	os	estudantes	em	geral	da	Bíblia	Sagrada.	Os	conceitos	técnicos	e	basilares
da	teologia	cristã	são	encontrados	nos	melhores	manuais	de	teologia.	Portanto,	não	há	como	fazer
invenções	teológicas.	Destas	12	matérias	teológicas,	dez	são	de	teologia	sistemática:	teologia,
cristologia,	paracletologia,	bibliologia,	angelologia,	antropologia,	hamartiologia,	soteriologia,
eclesiologia	e	escatologia;	duas	fazem	parte	da	teologia	exegética:	homilética	e	hermenêutica.
1)	Teologia	—	A	Doutrina	de	Deus
INTRODUÇÃO
A	doutrina	que	estuda	sobre	Deus	chama-se	“teologia”.	O	termo	teologia,	segundo	seus	aspectos
etimológicos,	é	composto	de	duas	palavras	gregas:	theos,	que	significa	Deus	e	logos,	que	significa
“ciência”	ou	“tratado”.	A	teologia	estuda	o	seguinte	sobre	Deus:	sua	personalidade,	seus	atributos
naturais	e	morais,	sua	existência,	sua	eternidade,	sua	santidade,	sua	misericórdia,	sua	graça,	seu	amor,
sua	espiritualidade,	sua	imutabilidade,	seus	nomes,	sua	retidão,	sua	providência,	sua	paternidade,	a
Trindade	e	tudo	mais	que	a	teologia	pode	nos	revelar	acerca	de	Deus.	Embora	não	encontremos	nas
Escrituras	Sagradas	a	palavra	“teologia”,	ela	é	bíblica	em	seu	caráter.	Vejamos:
I.	CLASSIFICAÇÃO	DA	TEOLOGIA
A	teologia	é	envolvida	com	Deus,	o	homem	e	a	religião	e	por	isso	tem	várias	divisões.	A	teologia	está
classificada	em	cinco	principais	ramos:
TEOLOGIA	EXEGÉTICA:	Este	ramo	da	teologia	procura	descobrir	o	verdadeiro	significado	das
Escrituras,	mostrando	a	arte	de	interpretar	as	línguas	originais	em	que	foi	escrita	a	Bíblia,	decifrando	as
dificuldades	de	interpretação,	como	no	caso	a	hermenêutica	sagrada.
TEOLOGIA	HISTÓRICA:	Este	ramo	da	teologia	traça	a	história	do	desenvolvimento	da	interpretação
doutrinária,	envolvendo	o	estudo	da	história	da	Igreja,	como	por	exemplo,	a	história	do	cristianismo.
TEOLOGIA	DOGMÁTICA:	Este	ramo	da	teologia	estuda	as	verdades	fundamentais	da	fé	como	se	nos
apresenta	nos	credos	da	Igreja,	como	por	exemplo	a	teologia	calvinista,	luterana	e	outras	mais.
TEOLOGIA	BÍBLICA:	Este	ramo	da	teologia	traça	o	progresso	da	verdade,	através	dos	diversos
livros	da	Bíblia	e	descreve	a	maneira	de	cada	escritor	apresentar	as	doutrinas	importantes	como	por
exemplo	a	teologia	do	Antigo	Testamento,	teologia	do	Novo	Testamento,	teologia	do	Pentateuco	etc.
TEOLOGIA	SISTEMÁTICA:	Neste	ramo	de	estudo	da	teologia,	os	ensinos	bíblicos	concernentes	a
Deus	e	aos	homens	são	agrupados	em	tópicos	de	acordo	com	um	sistema	definido	por	matérias	e
distribuído	em	disciplinas	autônomas,	como	por	exemplo:	teologia	(doutrina	de	Deus),	cristologia
(doutrina	de	Cristo),	paracletologia	(doutrina	do	Espírito	Santo),	bibliologia	(doutrina	da	Bíblia),
angelologia	(doutrina	dos	anjos),	antropologia	(doutrina	do	homem),	hamartiologia	(doutrina	do	pecado),
soteriologia	(doutrina	da	salvação),	eclesiologia	(doutrina	da	igreja)	e	escatologia	(doutrina	das	últimas
coisas).	De	acordo	com	o	teólogo	anglicano	William	Henry	Thomas:	“A	teologia	é	a	expressão	técnica	da
revelação	de	Deus.	Faz	parte	da	teologia	examinar	todos	os	fatos	espirituais	da	revelação,	calcular	o	seu
valor	e	arranjá-los	em	um	corpo	de	ensinamentos”.	Vejamos:
II.	ORIGEM	DO	TERMO	“TEOLOGIA”
O	termo	“teologia”	foi	usado	pela	primeira	vez	por	Platão	no	diálogo	“A	república”,	para	referir-se	à
compreensão	da	natureza	divina	de	forma	racional,	em	oposição	à	compreensão	literária	própria	da
poesia,	tal	como	era	conduzida	pelos	seus	conterrâneos.	Mais	tarde,	Aristóteles	empregou	o	termo	em
numerosas	ocasiões,	com	dois	significados:	(1)	teologia	como	o	ramo	fundamental	da	filosofia,	também
chamada	“filosofia	primeira”	ou	“ciência	dos	primeiros	princípios”,	mais	tarde	chamada	de	metafísica
por	seus	seguidores;	e	(2)	teologia	como	denominação	do	pensamento	mitológico	imediatamente	anterior
à	filosofia.	O	teólogo	protestante	suíço	Karl	Barth	definiu	a	teologia	como	um	“falar	a	partir	de	Deus”.
III.	A	IMPORTÂNCIA	DA	TEOLOGIA
A	teologia,	o	estudo	de	Deus,	já	foi	classificada	no	passado	como	a	“rainha	das	matérias
universitárias”,	por	pesquisar	e	estudar	sobre	o	maior	de	todos	os	mistérios	do	Universo	—	Deus.	E,
também,	por	ser	um	dos	mais	antigos	cursos	universitários	da	história.	Aliás,	as	primeiras	universidades
da	Europa	ofereciam	basicamente	três	cursos:	teologia,	filosofia	e	direito.	Hoje,	com	a	extrema
secularização	das	universidades,	o	curso	de	teologia	sofre	toda	a	discriminação	da	comunidade
científica,	por	sua	associação	com	a	religião	e	pelo	fato	de	ir	contra	todos	os	argumentos	e	teorias
científicas	acerca	da	origem	do	homem	e	do	Universo,	como	a	teoria	da	Evolução,	teoria	do	Big	Bang	e
tantas	outras	teorias.
Eles	previam	que	o	povo	perderia	o	interesse	pela	religião	e,	consequentemente,	Deus	seria	tirado	da
pauta.	Todavia	apesar	do	materialismo	das	pessoas,	elas	resolveram	querer	Deus	e	também	a
prosperidade	econômica.	Portanto	Deus	nunca	saiu	e	nem	jamais	sairá	da	mente	humana.	Ele	sempre	será
o	assunto	principal	do	mundo.	Os	maiores	conflitos	hoje	ao	redor	do	planeta	ainda	são	por	questões
religiosas.	As	previsões	teóricas	dos	sábios	deste	mundo	fracassaram	e	a	teologia	voltou	a	ficar	em
evidência.	Os	teólogos	estão	cada	vez	mais	se	tornando	fonte	de	consulta	para	os	problemas	existenciais
da	vida	humana.	O	próprio	MEC	(Ministério	da	Educação	e	Cultura)	passou	a	reconhecer	o	curso	de
bacharel	em	teologia	como	um	curso	de	nível	superior.	Hoje,	os	teólogos	estão	sendo	convidados	pelos
populares	programas	de	auditório	na	televisão	e	programas	de	debate	nas	rádios,	nas	redes	sociais	e	nos
demais	meios	de	comunicação	para	responder	questões	de	moralidade,	ética	e	fé.	Daí	a	necessidade	de
cada	cristão,	ou	obreiro	da	seara	do	Mestre,	ter	pelo	menos	um	conhecimento	básico	de	teologia.
IV.	O	OBJETIVO	PRINCIPAL	DA	TEOLOGIA
O	principal	objetivo	da	teologia	é	fazer	o	homem	entender	o	maior	mistério	do	Universo	—	Deus.	A
pergunta	que	Pilatos	fez	a	Jesus	é	uma	pergunta	que	não	se	cala:	“Que	é	a	verdade?”	(Jo	18.38).	Tanto
filósofos	como	teólogos	tentam	explicar	Deus.	Para	o	filósofo	grego	Platão:	“Ele	é	o	começo,	meio	e	fim
de	todas	as	coisas.	É	a	metade	ou	a	razão	suprema;	a	causa	eficiente	de	todas	as	coisas;	eterno,	imutável,
onisciente,	onipotente.	Tudo	permeia	e	tudo	controla.	É	justo,	santo,	sábio	e	bom;	o	absolutamente
perfeito,	começo	de	toda	a	verdade,	a	fonte	de	toda	a	lei	e	justiça,	a	origem	de	toda	a	ordem	e	beleza	e,
especialmente,	a	causa	de	todo	o	bem”.	Essa	descrição	foi	aceita	por	muitos	teólogos.
Para	o	grande	teólogo	cristão	Anselmo	de	Cantuária,	o	pai	da	Escolástica,	“Deus	é	o	princípio	e	o	fim
de	todas	as	coisas;	ele	existe	antes,	durante	e	depois	de	todas	as	coisas,	pois	ele	criou	tudo,	mantém	tudo
e	permanecerá	eterno	e	imutável	depois	que	todas	as	coisas	tiverem	seu	fim.	Em	tudo	se	pode	notar	Deus,
pois	em	cada	criatura	está	uma	inscrição	de	seu	Criador.	Ele	criou	todas	as	coisas	existentes	às	nossas
realidades	sensíveis	e	também	aquelas	que	nossa	limitação	sensitiva	não	é	capaz	de	perceber,	mas
somente	sofrer	suas	consequências.	Tu	estás	inteiro	por	toda	a	parte	e	a	tua	eternidade	é	inteira	e
imperecível.	Tu	estás	de	tal	maneira	fora	do	espaço	que	não	há	em	ti	nemmeio,	nem	metade,	nem	parte
alguma.	Tu	és	misericordioso	porque	és	sumamente	bom;	és	sumamente	bom	porque	és	sumamente	justo,
deve-se	admitir	que	és	verdadeiramente	misericordioso	porque	és	sumamente	justo.	Portanto,	tu	és	justo
conforme	a	tua	natureza,	ó	Deus	justo	e	benigno,	tanto	ao	castigar	como	ao	perdoar.	Tu	não	és	apenas
aquilo	de	que	não	é	possível	pensar	nada	maior,	mas	és,	também,	tão	grande	que	superas	a	nossa
possibilidade	de	pensar-te”.	Já	dizia	o	profeta	Isaías:	“Verdadeiramente,	tu	és	o	Deus	que	te	ocultas,	o
Deus	de	Israel,	o	Salvador”	(Is	45.15).
Em	Is	57.15,	o	próprio	Deus	dá	a	definição	de	si	mesmo,	dizendo:	“Porque	assim	diz	o	Alto	e	o
Sublime,	que	habita	na	eternidade	e	cujo	nome	é	Santo:	Em	um	alto	e	santo	lugar	habito	e	também	com	o
contrito	e	abatido	de	espírito,	para	vivificar	o	espírito	dos	abatidos	e	para	vivificar	o	coração	dos
contritos”.	Aqui	Deus	revela	a	sua	transcendência	e	a	sua	imanência.	Ele	é	um	Deus	que	transcende	a
tudo	e	está	acima	de	tudo,	porém,	é	um	Deus	imanente,	o	qual	está	bem	perto	de	sua	criação	e	mora
também	dentro	do	coração	das	pessoas	contritas.
V.	A	EXISTÊNCIA	DE	DEUS
A	existência	de	Deus	é	uma	verdade	fundamental	das	Escrituras,	que	não	tecem	argumentos	para
afirmá-la	ou	comprová-la.	A	Bíblia	já	inicia	apresentando	a	realidade	da	existência	de	Deus,	dizendo:
“No	princípio,	criou	Deus	os	céus	e	a	terra”	(Gn	1.1).	Deus	não	precisa	que	o	homem	creia	que	ele	existe
para	poder	existir.	Independente	do	homem	crer	ou	não	crer	na	existência	de	Deus	—	ele	existe!	Nossa
principal	base	para	crer	na	realidade	de	Deus	se	encontra	nas	páginas	da	Bíblia	Sagrada.	A	Bíblia,
portanto,	não	se	destina	ao	ateu,	que	nega	a	existência	de	Deus,	nem	ao	agnóstico,	que	nega	a
possibilidade	de	crer	ou	não	na	existência	de	Deus,	nem	para	o	incrédulo,	que	rejeita	a	revelação	de
Deus.	Definir	exatamente	quem	é	Deus	não	é	algo	que	pode	ser	feito	meramente	por	palavras.	Se	não
houvesse	uma	revelação,	acima	de	tudo,	do	próprio	Deus	ao	homem,	nunca	iríamos	compreendê-lo.
Acreditando	ou	não	na	existência	de	Deus,	o	homem	necessita	do	Senhor	para	compreender	a	si	mesmo.
Eis	a	questão	que	definirá	o	nosso	destino	eterno.	A	definição	básica	que	os	dicionários	bíblicos	dão
sobre	Deus	é	esta:	“Deus	é	um	ser	existente	por	si	mesmo,	infinito,	supremo,	criador	e	conservador	do
Universo”.
Teorias	sobre	a	existência	de	Deus
Existem	várias	teorias	a	respeito	do	que	o	homem	pensa	sobre	a	existência	de	Deus,	e	se	difundiram
através	da	história,	existindo	até	hoje	adeptos	destas	teorias.
ATEÍSMO:	O	ateísmo	se	define	hoje	como	um	movimento	humanista	radical	que	nega	a	existência	de
Deus.	O	ateu	nega	o	conceito	de	Deus	por	não	ser	capaz	de	descobrir	no	Universo	material	a	existência
de	Deus.	Porque	Deus	sendo	Espírito	não	pertence	à	categoria	da	matéria	e,	portanto,	não	pode	ser
descoberto	por	investigações	meramente	naturais	ou	humanas.	Entretanto	a	Bíblia	mostra	que	o	Universo
material	proclama	a	glória	de	Deus	(Sl	19.1).	A	crença	na	existência	de	Deus	é	universal.	Nunca
existiram	povos	ateus.	Ficou	provado,	tanto	pela	história	como	pela	arqueologia,	que	“nunca	se	encontrou
tribo	ou	nação	que	não	tenha	alguma	noção	de	um	ser	supremo,	um	Deus	que	através	de	suas	religiões
procuram	se	aproximar	dele	e	agradar-lhe	por	meio	de	sacrifícios,	às	vezes	até	de	sangue”.	O	moralista	e
historiador	grego	Plutarco	(45-125	d.C.)	costumava	dizer	o	seguinte:	“É	possível	encontrar	cidades	sem
muralhas,	sem	ginásios,	sem	leis,	sem	moedas,	sem	cultura	literária,	mas	um	povo	sem	Deus,	sem
orações,	sem	juramentos,	sem	ritos	religiosos,	sem	sacrifícios	jamais	foi	encontrado”.
POLITEÍSMO:	O	politeísmo	é	conhecido	como	“culto	de	muitos	deuses”.	Era	característico	das
religiões	antigas,	mas	até	hoje	é	praticado	entre	muitos	povos	e	nações,	principalmente	na	Índia,	onde	se
acredita	que	existam	treze	milhões	de	deuses.	Baseia-se	o	politeísmo	na	ideia	de	que	o	Universo	é
governado	não	só	por	uma	força,	mas	sim	por	muitas	forças,	de	maneira	que	há	um	deus	na	água,	um	deus
no	fogo,	um	deus	em	cada	animal,	um	deus	nos	pássaros,	nas	montanhas	etc.	O	apóstolo	Paulo	descreve
como	surgiu	o	politeísmo,	dizendo:	“E	mudaram	a	glória	do	Deus	incorruptível	em	semelhança	da
imagem	de	homem	corruptível,	e	de	aves,	e	de	quadrúpedes,	e	de	répteis”	(Rm	1.23).	A	Palavra	de	Deus
derruba	totalmente	esta	teoria,	dizendo:	“Um	só	Deus	e	Pai	de	todos,	o	qual	é	sobre	todos,	e	por	todos,	e
em	todos”	(Ef	4.6).
PANTEÍSMO:	O	panteísmo	é	proveniente	de	duas	palavras	gregas,	que	significam	“tudo	é	Deus”.	É
um	sistema	de	pensamento	que	confunde	Deus	com	a	natureza	e	o	identifica	com	o	Universo,	árvores,
pedras,	terra,	água	etc.	O	apóstolo	Paulo	também	descreve	como	surgiu	o	panteísmo,	dizendo:	“pois
mudaram	a	verdade	de	Deus	em	mentira	e	honraram	e	serviram	mais	a	criatura	do	que	o	Criador,	que	é
bendito	eternamente.	Amém!”	(Rm	1.25).	A	Bíblia	afirma	que:	“Os	céus	manifestam	a	glória	de	Deus	e	o
firmamento	anuncia	a	obra	das	suas	mãos”	(Sl	19.1).	Portanto,	a	natureza	apenas	expressa	a	glória	do
Criador!
DEÍSMO:	O	deísmo	admite	que	haja	um	Deus	pessoal	que	criou	o	mundo,	mas	insiste	que,	depois	da
criação,	Deus	abandonou	o	mundo	e	entregou	para	ser	governado	pelas	leis	naturais.	A	Bíblia	condena
totalmente	esta	teoria,	dizendo:	“Exaltado	está	o	SENHOR,	acima	de	todas	as	nações,	e	a	sua	glória,	sobre
os	céus.	Quem	é	como	o	SENHOR,	nosso	Deus,	que	habita	nas	alturas;	que	se	curva	para	ver	o	que	está	nos
céus	e	na	terra;	que	do	pó	levanta	o	pequeno	e,	do	monturo,	ergue	o	necessitado,	para	o	fazer	assentar
com	os	príncipes,	sim,	com	os	príncipes	do	seu	povo;	que	faz	com	que	a	mulher	estéril	habite	em	família
e	seja	alegre	mãe	de	filhos?	Louvai	ao	SENHOR!”	(Sl	113.4-9).	Este	texto	revela	a	transcendência	e
imanência	de	Deus.	Como	transcendente,	Deus	é	excelso	e	está	acima	de	tudo!	Porém	como	imanente,	ele
se	inclina	para	observar	a	sua	criação	e	interfere	no	dia	a	dia	das	pessoas,	exaltando	o	humilde,	fazendo
até	a	mulher	estéril	ser	alegre	mãe	de	filhos!
AGNOSTICISMO:	O	vocábulo	“agnosticismo”,	proveniente	de	um	termo	grego,	tem	o	sentido	de	“não
conhecer”.	Esse	sistema	de	ensino	tem	por	objetivo	negar	a	capacidade	humana	de	conhecer	a	Deus.	“A
mente	finita	não	pode	alcançar	o	infinito”,	afirma	o	agnóstico.	A	Bíblia	refuta	totalmente	esta	teoria,
dizendo:	“Conheçamos	e	prossigamos	em	conhecer	o	SENHOR:	como	a	alva,	será	a	sua	saída;	e	ele	a	nós
virá	como	a	chuva,	como	chuva	serôdia	que	rega	a	terra”	(Os	6.3).	Portanto,	o	conhecimento	de	Deus	é
progressivo!
MONOTEÍSMO:	O	monoteísmo	é	a	crença	de	que	existe	um	só	Deus	que	criou	todas	as	coisas	e
sustenta	pela	sua	Palavra	todo	o	Universo	(Hb	1.1-3).	O	“monoteísmo”	é	o	oposto	do	“politeísmo”	e
defende	o	“culto	verdadeiro	de	adoração	a	um	só	Deus”.	O	monoteísmo	é	defendido	pelo	judaísmo	e
pelas	duas	maiores	religiões	do	planeta,	cristianismo	e	islamismo.	A	Bíblia	apoia	claramente	esta
doutrina,	dizendo:	“Todavia,	para	nós	há	um	só	Deus,	o	Pai,	de	quem	é	tudo	e	para	quem	nós	vivemos;	e
um	só	Senhor,	Jesus	Cristo,	pelo	qual	são	todas	as	coisas,	e	nós	por	ele”	(1Co	8.6).	O	próprio	Deus
confirma	esta	doutrina,	dizendo:	“Olhai	para	mim	e	sereis	salvos,	vós,	todos	os	termos	da	terra;	porque
eu	sou	Deus,	e	não	há	outro”	(Is	45.22).
VI.	OS	ATRIBUTOS	DE	DEUS
Os	atributos	de	Deus	são	aquelas	características	essenciais	permanentes	e	distintivas	que	podem	ser
afirmadas	a	respeito	de	seu	ser.	Seus	atributos	são	suas	perfeições	inseparáveis	de	sua	natureza	e	que
condicionam	seu	caráter.	Os	teólogos	têm	feito	muitas	tentativas	para	classificar	os	atributos	de	Deus	em
atributos	naturais	e	atributos	morais.	Os	atributos	naturais	de	Deus	são	todos	aqueles	que	pertencem	à	sua
existência	como	Espírito	infinito	e	racional.	Enquanto	que	os	atributos	morais	de	Deus	são	aqueles
atributos	adicionais	que	lhe	pertencem	como	Espírito	infinito	e	justo.
Os	atributos	naturais	de	Deus
Os	atributos	naturais	de	Deus	são:	eternidade,	imutabilidade,	onisciência,	onipotência	e	onipresença.
ETERNIDADE:	A	eternidade	de	Deus	éa	duração	infinita	sem	começo	e	sem	fim.	Deus	não	teve
princípio	e	não	terá	fim	(Jó	36.26).	Ele	conhece	os	acontecimentos	presentes.	Contudo	o	passado,
presente	e	futuro	são	igualmente	conhecidos	para	ele.	Para	nós	os	acontecimentos	ocorrem	um	a	um.	Mas
Deus	vê	todos	os	acontecimentos	como	um	todo	ligado,	como	se	fosse	um	único	acontecimento.	Moisés
escreveu	sobre	a	eternidade	de	Deus,	dizendo:	“Antes	que	os	montes	nascessem,	ou	que	tu	formasses	a
terra	e	o	mundo,	sim,	de	eternidade	a	eternidade,	tu	és	Deus”	(Sl	90.2).
IMUTABILIDADE:	A	imutabilidade	de	Deus	não	admite	a	possibilidade	de	mudança	e	nem	sombra	de
variação.	Na	qualidade	de	ser	infinito,	absoluto,	independente	e	eterno,	Deus	está	acima	de
possibilidades	de	mudanças	e	variações.	O	apóstolo	Tiago	escreveu	sobre	a	imutabilidade	de	Deus,
dizendo:	“Toda	boa	dádiva	e	todo	dom	perfeito	vêm	do	alto,	descendo	do	Pai	das	luzes,	em	quem	não	há
mudança,	nem	sombra	de	variação”	(Tg	1.17).	O	Senhor	também	falou	de	sua	imutabilidade	através	do
profeta	Malaquias,	dizendo:	“Porque,	eu,	o	SENHOR,	não	mudo;	por	isso,	vós,	ó	filhos	de	Jacó,	não	sois
consumidos”	(Ml	3.6).
ONISCIÊNCIA:	A	onisciência	de	Deus	é	um	termo	teológico	que	se	refere	ao	conhecimento	e
sabedoria	infinitos	de	Deus	e	sua	capacidade	de	conhecer	perfeitamente	todas	as	coisas.	Calvino	definiu
a	onisciência	como	“Aquele	atributo	mediante	o	qual	Deus	conhece	a	si	mesmo	e	a	todas	as	outras	coisas
em	um	só	e	simplicíssimo	ato	eterno”.	Davi	escreveu	sobre	a	onisciência	de	Deus,	dizendo:	“Tu	conheces
o	meu	assentar	e	o	meu	levantar;	de	longe	entendes	o	meu	pensamento.	Cercas	o	meu	andar	e	o	meu
deitar;	e	conheces	todos	os	meus	caminhos.	Sem	que	haja	uma	palavra	na	minha	língua,	eis	que,	ó
SENHOR,	tudo	conheces.	Tu	me	cercaste	em	volta	e	puseste	sobre	mim	a	tua	mão.	Tal	ciência	é	para	mim
maravilhosíssima;	tão	alta,	que	não	a	posso	atingir”	(Sl	139.2-6).
ONIPOTÊNCIA:	A	onipotência	de	Deus	é	um	termo	teológico	que	se	refere	ao	poder	ilimitado	de
Deus.	Davi	também	escreveu	sobre	a	onipotência	de	Deus,	dizendo:	“Grande	é	o	SENHOR	e	muito	digno
de	louvor;	e	a	sua	grandeza,	inescrutável”	(Sl	145.3).	O	próprio	Deus	revelou	para	Abraão	a	sua
onipotência,	dizendo:	“Eu	sou	o	Deus	Todo-Poderoso”	(Gn	17.1).	Jesus	também	revelou	a	onipotência	de
Deus,	dizendo:	“Mas	a	Deus	tudo	é	possível”	(Mt	19.26).
ONIPRESENÇA:	A	onipresença	de	Deus	é	um	termo	teológico	que	se	refere	à	natureza	ilimitada	de
Deus	ou	à	sua	capacidade	de	estar	em	todos	os	lugares	ao	mesmo	tempo.	Davi	também	escreveu	sobre	a
onipresença	de	Deus,	dizendo:	“Para	onde	me	irei	do	teu	Espírito	ou	para	onde	fugirei	da	tua	face?	Se
subir	ao	céu,	tu	aí	estás;	se	fizer	no	Seol	a	minha	cama,	eis	que	tu	ali	estás	também;	se	tomar	as	asas	da
alva,	se	habitar	nas	extremidades	do	mar,	até	ali	a	tua	mão	me	guiará	e	a	tua	destra	me	susterá.	Se	disser:
decerto	que	as	trevas	me	encobrirão;	então,	a	noite	será	luz	à	roda	de	mim.	Nem	ainda	as	trevas	me
escondem	de	ti;	mas	a	noite	resplandece	como	o	dia;	as	trevas	e	a	luz	são	para	ti	a	mesma	coisa”
(Sl	139.7-12).	O	escritor	da	carta	aos	Hebreus	também	escreveu	sobre	a	onipresença	de	Deus,	dizendo:
“E	não	há	criatura	alguma	encoberta	diante	dele;	antes,	todas	as	coisas	estão	nuas	e	patentes	aos	olhos
daquele	com	quem	temos	de	tratar”	(Hb	4.13).
Os	atributos	morais	de	Deus
Os	atributos	morais	de	Deus	são:	santidade,	retidão,	justiça,	amor,	misericórdia	e	graça.
SANTIDADE:	A	santidade	de	Deus	é	seu	atributo	mais	exaltado	e	destacado,	pois	expressa	a
majestade	de	sua	natureza	e	caráter	moral.	A	santidade	de	Deus	poderia	se	chamar	também	de	“atributo
moral	enfático	de	Deus”.	A	Bíblia	descreve	como	Deus	é	incomparável	em	santidade,	dizendo:	“Não	há
santo	como	o	SENHOR;	porque	não	há	outro	além	de	ti;	e	Rocha	não	há,	nenhuma,	como	o	nosso	Deus”
(1Sm	2.3).	Os	seres	viventes	proclamam	dia	e	noite	a	santidade	de	Deus,	dizendo:	“Santo,	Santo,	Santo	é
o	Senhor	Deus,	o	Todo-Poderoso,	aquele	que	era,	que	é	e	que	há	de	vir”	(Ap	4.8).	Os	serafins	também
fazem	isso,	dizendo:	“Santo,	Santo,	Santo	é	o	SENHOR	dos	Exércitos;	toda	a	terra	está	cheia	da	sua	glória”
(Is	6.3).
RETIDÃO:	A	retidão	de	Deus	é	a	imposição	de	leis	e	exigências	retas,	podendo	ser	chamada	de
“santidade	legislativa”.	Nesse	atributo	vemos	revelado	o	empenho	de	Deus	pela	santidade	que	sempre	o
impele	a	fazer	e	a	exigir	o	que	é	reto	(Sl	145.17;	116.5).	Todos	os	requisitos	exigidos	por	Deus	aos
homens	são	absolutamente	retos	em	seu	caráter.	Davi	escreveu	sobre	a	retidão	de	Deus,	dizendo:	“Bom	e
reto	é	o	SENHOR;	pelo	que	ensinará	o	caminho	aos	pecadores”	(Sl	25.8).
JUSTIÇA:	A	justiça	de	Deus	é	a	execução	das	penalidades	impostas	por	suas	leis;	essa	pode	ser
chamada	de	“santidade	judicial”.	Nesse	atributo	vemos	revelado	seu	ódio	contra	o	pecado,	uma
indignação	tal	que,	livre	de	toda	paixão	ou	capricho,	sempre	o	impele	a	ser	justo	e	a	exigir	o	que	é	justo
(Sf	3.5;	Dt	32.4).	Todos	os	tratos	de	Deus	com	os	homens	se	baseiam	na	justiça	absoluta.	A	Bíblia	fala	da
retidão	e	justiça	de	Deus,	dizendo:	“Ele	mesmo	julgará	o	mundo	com	justiça;	julgará	os	povos	com
retidão”	(Sl	9.8).
AMOR:	O	amor	é	aquele	atributo	de	Deus	pelo	qual	ele	se	inclina	a	buscar	os	melhores	interesses	de
suas	criaturas	(Jo	3.16;	Mt	5.44-45).	O	cristianismo	é	realmente	a	única	religião	que	exibe	o	ser	supremo
como	amor	(1Jo	4.8).	Os	deuses	dos	pagãos	são	irascíveis	e	odiosos,	que	necessitam	ser	constantemente
apaziguados.	Não	é	assim	o	nosso	Deus.	Seu	amor,	qual	ponte,	transpõe	o	abismo	do	tempo.	Permanece
firme	sob	as	mais	pesadas	pressões.	As	pressões	e	o	peso	do	pecado	do	homem	não	têm	quebrado	a
ponte	do	amor,	que	se	reflete	na	longanimidade	de	Deus.	Paulo	escreveu	sobre	a	demonstração	prática	do
amor	de	Deus	pelos	pecadores,	dizendo:	“Mas	Deus	prova	o	seu	amor	para	conosco	em	que	Cristo
morreu	por	nós,	sendo	nós	ainda	pecadores”	(Rm	5.8).
MISERICÓRDIA:	A	misericórdia	de	Deus	é	aquele	princípio	e	qualidade	que	descreve	sua
disposição	e	ação	em	relação	aos	pecaminosos	e	sofredores,	sustando	penalidades	merecidas	e	aliviando
os	angustiados.	A	Bíblia	fala	da	eternidade	da	misericórdia	de	Deus,	dizendo:	“Mas	a	misericórdia	do
SENHOR	é	de	eternidade	a	eternidade,	sobre	aqueles	que	o	temem,	e	a	sua	justiça,	sobre	os	filhos	dos
filhos”	(Sl	103.17).	Com	base	nisso,	o	profeta	Jeremias	descreve	a	infinita	misericórdia	do	Senhor,
dizendo:	“As	misericórdias	do	SENHOR	são	a	causa	de	não	sermos	consumidos;	porque	as	suas
misericórdias	não	têm	fim.	Novas	são	cada	manhã;	grande	é	a	tua	fidelidade”	(Lm	3.22-23).
GRAÇA:	A	graça	de	Deus	é	seu	favor	não	merecido,	contrário	ao	merecimento,	mediante	o	qual	a
penalidade	merecida	e	consequente	é	suspensa	e	todas	as	bênçãos	positivas	são	concedidas	ao	crente
arrependido.	O	salmista	Davi	descreveu	tão	bem	a	plenitude	da	graça	de	Deus,	dizendo:	“Mas	tu,	Senhor,
és	um	Deus	cheio	de	compaixão,	e	piedoso,	e	sofredor,	e	grande	em	benignidade	e	em	verdade”
(Sl	86.15).	O	apóstolo	Paulo	também	escreveu	sobre	a	extensão	da	graça	de	Deus,	dizendo:	“Porque	a
graça	de	Deus	se	há	manifestado,	trazendo	salvação	a	todos	os	homens”	(Tt	2.11).
VII.	A	SANTÍSSIMA	TRINDADE
A	Bíblia	afirma,	de	forma	categórica,	em	suas	páginas:	“Há	um	só	Deus”	(1Co	8.6;	Ef	4.6).	Entretanto,
esse	Deus	único	se	manifesta	em	três	pessoas	divinas:	O	Deus	Pai,	o	Deus	Filho	e	o	Deus	Espírito	Santo
(Mt	28.19).	A	palavra	“Trindade”	não	se	encontra	na	Bíblia,	mas	foi	primeiramente	empregada	por
Tertuliano,	um	dos	mais	importantes	teólogos	do	período	Patrístico,	para	descrever	o	que	as	Escrituras
ensinam	sobre	a	natureza	do	Deus	trino.	A	Bíblia	afirma	que	o	único	Deus	verdadeiro	existe	como	uma
Trindade:	O	Pai,	o	Filho	e	o	Espírito	Santo.	Estas	três	pessoas,	que	formam	uma	única	divindade,	são
distinguíveis	uma	da	outra	na	mesma	natureza,	na	mesma	essência,	e	se	relacionam	entre	si	numa
comunhão	ininterrupta.	A	Trindade	é	uma	comunhão	eterna	que	já	existia	muito	antes	de	todas	as	coisas,
portanto,	não	é	uma	invenção	de	Tertuliano;	ele	apenas	usou	pela	primeira	vez	o	termo	“Trindade”.
A	doutrina	da	Trindadeexiste	para	descrever	a	plenitude	da	divindade,	que	se	fundamenta	na	tríplice
manifestação	de	Deus,	nos	eventos	narrados	no	Antigo	e	Novo	Testamento.	Desde	a	criação	observamos
alguns	verbos	e	pronomes	que	se	referem	a	mais	de	uma	pessoa:	(1)	na	criação	do	homem:	“Façamos	o
homem	à	nossa	imagem,	conforme	a	nossa	semelhança”	(Gn	1.26);	(2)	na	confusão	das	línguas:	“Eia,
desçamos	e	confundamos	ali	a	sua	língua,	para	que	não	entenda	um	a	língua	do	outro”	(Gn	11.7);	(3)	na
visão	de	Isaías,	quando	do	seu	chamamento,	lemos	que	Deus	perguntou:	“A	quem	enviarei,	e	quem	há	de
ir	por	nós?”	Estas	citações	no	Antigo	Testamento	definem	mais	de	uma	pessoa	na	Trindade	presente	em
ação.
No	Novo	Testamento,	a	doutrina	da	Trindade	é	claramente	explícita	nas	seguintes	ocasiões:	(1)	a
tríplice	manifestação	divina	é	evidenciada	por	ocasião	do	batismo	de	Jesus	(Mt	3.16-17);	(2)	pela
menção	das	Três	Pessoas	da	Trindade	na	grande	ordenança	de	Jesus	acerca	do	batismo	dos	salvos
(Mt	28.19);	(3)	na	referência	das	Três	Pessoas	da	Trindade	na	bênção	apostólica	(2Co	13.13)	e	(4)	pela
menção	das	Três	Pessoas	divinas	nos	ensinos	de	Cristo	e	Paulo	em	várias	outras	passagens	do	Novo
Testamento,	que	revelam	claramente	a	doutrina	da	Trindade.
A	santíssima	Trindade	não	é	três	deuses	como	ensina	a	teoria	conhecida	como	“triteísmo”.	A	Trindade
não	é	três	manifestações	de	uma	só	pessoa	como	ensina	a	teoria	conhecida	como	“sabelianismo”.	A
Trindade	também	não	é	três	elementos	essenciais	de	um	Deus	como	ensina	a	teoria	conhecida	como
“swedenborgianismo”.	Entretanto	qual	é	a	teoria	correta	que	define	a	Trindade?	O	Credo	Atanasiano
define	muito	bem	a	santíssima	Trindade	dizendo:	“Adoramos	um	só	Deus	em	Trindade	e	uma	Trindade
em	unidade,	não	confundindo	as	pessoas	e	nem	dividindo	a	substância”.	A	Trindade,	portanto,	são	três
pessoas	eternamente	“interconstituídas”,	inter-relacionadas,	“interexistentes”	e	inseparáveis	dentro	de	um
único	ser	e	de	uma	única	substância	ou	essência.
Em	1Co	12.4-6,	Paulo	distingue	de	forma	clara	as	três	pessoas	da	Trindade,	dizendo:	“Ora,	há
diversidade	de	dons,	mas	o	Espírito	é	o	mesmo.	E	há	diversidade	de	ministérios,	mas	o	Senhor	é	o
mesmo.	E	há	diversidade	de	operações,	mas	é	o	mesmo	Deus	que	opera	tudo	em	todos”.
Em	Ef	4.4-6,	Paulo	ainda	reforça	o	argumento,	dizendo:	“Há	um	só	corpo	e	um	só	Espírito,	como
também	fostes	chamados	em	uma	só	esperança	da	vossa	vocação;	um	só	Senhor,	uma	só	fé,	um	só
batismo;	um	só	Deus	e	Pai	de	todos,	o	qual	é	sobre	todos,	e	por	todos,	e	em	todos”.
CONCLUSÃO
Em	Jo	17.3,	o	Senhor	Jesus	Cristo	nos	deu	o	resumo	de	toda	a	teologia	cristã,	dizendo:	“E	a	vida
eterna	é	esta:	que	conheçam	a	ti	só	por	único	Deus	verdadeiro	e	a	Jesus	Cristo,	a	quem	enviaste”.
2)	CRISTOLOGIA	—	A	DOUTRINA	DE	CRISTO
INTRODUÇÃO
A	cristologia	é	uma	disciplina	da	teologia	sistemática	que	estuda	acerca	da	pessoa	e	obra	de	Cristo.	O
termo	“cristologia”,	é	uma	associação	do	nome	messiânico	de	Jesus	em	grego,	que	é	“Cristo”,	o
“Ungido”,	com	o	sufixo	logia,	que	é	“estudo”,	“doutrina”	ou	“ensino”.	Portanto,	cristologia	é	o	estudo,	a
doutrina	ou	o	ensino	acerca	de	Cristo.	Esta	matéria	teológica	se	reveste	de	grande	importância,	pelo	fato
de	estudar	sobre	o	fundador	do	cristianismo,	a	maior	religião	do	planeta.	Jesus	Cristo	possui	uma	relação
tão	vital	com	o	cristianismo	que	nenhum	outro	fundador	de	religião	possui.	Todas	as	demais	religiões	são
de	profetas	e	mestres	mortos.	O	cristianismo,	porém,	é	a	única	religião	que	o	seu	fundador	vive	para
sempre.	Vamos	resumir	esta	matéria	tão	extensa	em	oito	principais	ensinos	acerca	de	Cristo:	I)	A	pessoa
de	Jesus	Cristo;	II)	A	humanidade	de	Jesus	Cristo;	III)	A	divindade	de	Jesus	Cristo;	IV)	O	caráter	de
Jesus	Cristo;	V)	A	obra	de	Jesus	Cristo;	VI)	O	significado	da	morte	de	Jesus	Cristo;	VII)	A	ressurreição
de	Jesus	Cristo	e	VIII)	A	ascensão	de	Jesus	Cristo.	Vejamos:
I.	A	PESSOA	DE	JESUS	CRISTO
Jesus	Cristo	é	o	centro	e	âmago	da	história	do	mundo.	A	própria	história	do	mundo	se	divide	entre
antes	e	depois	de	Cristo.	Como	definiu	muito	bem	o	teólogo	Bancroft:	“A	pessoa	de	Jesus	Cristo	não
somente	está	firmemente	engastada	na	história	humana	e	gravada	nas	páginas	abertas	das	Escrituras
Sagradas,	mas	também	é	experimentalmente	materializada	nas	vidas	de	milhões	de	crentes	e	entrelaçada
no	tecido	de	toda	a	civilização	digna	desse	nome”.	Por	mais	que	os	historiadores	e	pensadores	do
presente	século	queiram	classificar	Jesus	Cristo	como	um	simples	fundador	de	religião	como	Maomé,
Buda,	Confúcio,	Zoroastro	e	tantos	outros,	jamais	conseguirão	ofuscar	o	brilho	e	a	influência	da	obra	de
Cristo	no	coração	de	milhares	e	milhares	de	pessoas	através	da	história	e	nos	dias	atuais.	Quanto	mais
tentam	sepultar	o	cristianismo,	mais	vigoroso	e	glorioso	ele	ressurge	em	todo	o	mundo.	Nisto	concordo
com	as	palavras	de	outro	grande	teólogo:	“O	cristianismo	não	pode	ser	comparado	com	outros	cultos,
como	também	Jesus	Cristo	não	pode	ser	comparado	com	outras	pessoas.	Cristo	é	o	incomparável;	ele
está	acima	dos	homens	como	os	céus	estão	acima	da	terra.	Da	mesma	forma,	o	cristianismo	é
incomparável.	Acha-se	em	plano	tão	afastado	do	nível	das	religiões	humanas,	quanto	está	o	Ocidente
afastado	do	Oriente”	(Neighbor).
II.	A	HUMANIDADE	DE	JESUS	CRISTO
Jesus	Cristo	é	homem	verdadeiro	e	Deus	verdadeiro.	A	encarnação	do	Verbo	é,	sem	dúvida,	um	dos
grandes	mistérios	do	cristianismo	(Jo	1.14).	Para	o	teólogo	Bushnell:	“Cristo	pertence	à	raça	e	dela
participa,	nascido	de	mulher,	vivendo	dentro	da	linhagem	humana,	sujeito	às	condições	humanas	e
fazendo	parte	integral	da	história	do	mundo”.	Cristo	não	foi	50%	homem	e	nem	50%	Deus.	Ele	é	100%
homem	e	100%	Deus.	Jesus	Cristo	tornou-se	homem	através	de	uma	concepção	sobrenatural,	como	bem
já	definia	o	Credo	dos	Apóstolos:	“Nasceu	do	Espírito	Santo	e	da	virgem	Maria”.	Desta	maneira	as
Escrituras	confirmam,	dizendo:	“Ora,	o	nascimento	de	Jesus	Cristo	foi	assim:	Estando	Maria,	sua	mãe,
desposada	com	José,	antes	de	se	ajuntarem,	achou-se	ter	concebido	do	Espírito	Santo”	(Mt	1.18).	E
Paulo	resume	este	assunto,	dizendo:	“Mas,	vindo	a	plenitude	dos	tempos,	Deus	enviou	seu	Filho,	nascido
de	mulher,	nascido	sob	a	lei”	(Gl	4.4).
III.	A	DIVINDADE	DE	JESUS	CRISTO
Jesus	Cristo	possuía	duas	naturezas:	a	divina	e	a	humana.	“A	união	da	divindade	com	a	humanidade
era	essencial	à	constituição	da	pessoa	de	Cristo.	Segue-se,	portanto,	que	Cristo	é	o	Deus-Homem”,	assim
definiu	Pendleton.	Ainda	de	acordo	com	o	teólogo	Bancroft:	“Para	quem	aceita	a	doutrina	bíblica	da
Trindade,	evidentemente	não	há	necessidade	de	argumentos	para	provar	a	divindade	de	Cristo,	pois	a
aceitação	de	uma	abrange	a	outra:	Se	Cristo	é	a	segunda	pessoa	da	Trindade,	é	da	mesma	essência	do	Pai
e	do	Espírito	Santo,	possuindo	igual	poder	e	glória.	Em	Deus	Pai	vemos	a	fonte	da	divindade;	em	Jesus
Cristo,	a	divindade	a	transbordar;	na	corrente	está	toda	a	perfeição	da	fonte.	O	Pai	é	a	fonte	da	glória;
Jesus	Cristo,	o	Filho,	é	o	resplendor	dessa	glória.”
A	Bíblia	afirma	que	Jesus	Cristo	é	“o	resplendor	da	sua	glória,	e	a	expressa	imagem	da	sua	pessoa”
(Hb	1.3).	Portanto,	Cristo	é	a	expressão	exata	da	natureza	e	da	essência	da	divindade.	O	apóstolo	Paulo
apresenta	Jesus	Cristo	como	o	próprio	Deus,	dizendo:	“Aguardando	a	bem-aventurada	esperança	e	o
aparecimento	da	glória	do	grande	Deus	e	nosso	Senhor	Jesus	Cristo”	(Tt	2.13).	Pedro	também	apresenta
Jesus	Cristo	como	o	próprio	Deus,	dizendo:	“Simão	Pedro,	servo	e	apóstolo	de	Jesus	Cristo,	aos	que
conosco	alcançaram	fé	igualmente	preciosa	pela	justiça	do	nosso	Deus	e	Salvador	Jesus	Cristo”
(2Pe	1.1).	O	apóstolo	João	chama	a	Jesus	Cristo	de	verdadeiro	Deus,	dizendo:	“E	sabemos	que	já	o	Filho
de	Deus	é	vindo	e	nos	deu	entendimento	para	conhecermos	o	que	é	verdadeiro;	e	no	que	é	verdadeiro
estamos,	isto	é,	em	seu	Filho	Jesus	Cristo.	Este	é	o	verdadeiro	Deus	e	a	vida	eterna”	(1Jo	5.20).
IV.	O	CARÁTER	DE	JESUS	CRISTO
O	estudo	sobre	o	caráter	de	Jesus	Cristo	se	reveste	de	grande	importância	pelo	fato	de	colocar	em
relevo	tudo	aquilo	que	ele	afirmou	ser,além	de	elevar	a	sua	ética	bem	acima	de	todos	os	demais	homens
que	já	pisaram	nesta	terra.	A	ética	e	a	moral	de	Cristo	eram	tão	elevadas	que	até	os	pensadores	ímpios	a
reconheceram.
Pecaut,	um	célebre	infiel	francês,	reconheceu	a	pureza	moral	do	caráter	de	Jesus	Cristo,	dizendo:	“O
caráter	moral	de	Cristo	elevou-se	incomparavelmente	acima	de	qualquer	outro	grande	homem	da
antiguidade.	Nenhum	outro	foi	tão	meigo,	tão	humilde	e	tão	bondoso	como	ele.	Em	Espírito,	ele	viveu	na
casa	de	seu	Pai	celestial.	Sua	vida	moral	está	totalmente	impregnada	de	Deus.”	Portanto,	o	caráter	puro	e
santo	de	Jesus	Cristo	demonstrado	nos	Evangelhos	apenas	confirmam	a	sua	superioridade	ética	e	moral
bem	acima	dos	demais	fundadores	de	religião.
De	acordo	com	o	grande	estudioso	cristão	Neighbor:	“A	ética	do	cristianismo	é	incomparavelmente
superior	à	ética	das	demais	religiões.”	A	Bíblia	comprova	o	caráter	puro	de	Jesus	Cristo,	dizendo:
“Porque	nos	convinha	tal	sumo	sacerdote,	santo,	inocente,	imaculado,	separado	dos	pecadores	e	feito
mais	sublime	do	que	os	céus”	(Hb	7.26).	O	apóstolo	Pedro,	que	conviveu	por	três	anos	e	meio	com	Jesus
Cristo,	deu	o	seu	testemunho	do	caráter	puro	e	santo	de	Jesus,	dizendo:	“Porque	para	isto	sois	chamados,
pois	também	Cristo	padeceu	por	nós,	deixando-nos	o	exemplo,	para	que	sigais	as	suas	pisadas,	o	qual
não	cometeu	pecado,	nem	na	sua	boca	se	achou	engano,	o	qual,	quando	o	injuriavam,	não	injuriava	e,
quando	padecia,	não	ameaçava,	mas	entregava-se	àquele	que	julga	justamente,	levando	ele	mesmo	em	seu
corpo	os	nossos	pecados	sobre	o	madeiro,	para	que,	mortos	para	os	pecados,	pudéssemos	viver	para	a
justiça;	e	pelas	suas	feridas	fostes	sarados.	Porque	éreis	como	ovelhas	desgarradas;	mas,	agora,	tendes
voltado	ao	Pastor	e	Bispo	da	vossa	alma”	(1Pe	2.21-25).
V.	A	OBRA	DE	JESUS	CRISTO
Por	obra	de	Jesus	Cristo	entendemos	tudo	aquilo	que	ele	realizou	para	o	nosso	bem	mediante	a	sua
morte	e	ressurreição.	Não	se	pode	mensurar	nem	avaliar	o	tamanho	da	obra	de	Cristo	em	favor	da
humanidade.	“Todas	as	bênçãos	que	Deus	tem	para	o	homem	encontram-se	em	Jesus	Cristo	e	são	dadas
por	meio	dele”	(A.	Lindsay	Glegg).
A	obra	de	Jesus	Cristo	se	define	por	tudo	aquilo	que	ele	conquistou	para	nós	como	legado	perpétuo:	a
vida	eterna,	a	paz	eterna	e	a	alegria	eterna	(Jo	3.16;	14.27;	16.22).	“As	realizações	de	Cristo	ultrapassam
as	suas	promessas”	(Nehemiah	Rogers).	A	salvação,	a	redenção,	a	remissão,	a	justificação,	a	expiação,	a
regeneração,	a	reconciliação,	a	santificação	e	o	perdão	são	obras	que	somente	Jesus	Cristo	tinha
condições	de	realizar	em	favor	da	humanidade	pecadora.	Martinho	Lutero,	o	grande	reformador,	assim
definiu	a	obra	de	Jesus	Cristo:	“Em	sua	vida,	Cristo	foi	um	exemplo	edificante,	que	nos	traçou	normas
salutares	de	conduta;	em	sua	morte,	um	sacrifício	propiciatório	pelos	nossos	pecados;	em	sua
ressurreição,	um	conquistador;	em	sua	ascensão,	um	rei;	em	sua	intercessão,	um	sumo	sacerdote.”
A	obra	principal	de	Jesus	foi	clara	e	objetivamente	definida	por	ele	mesmo:	“Porque	o	Filho	do
Homem	veio	buscar	e	salvar	o	que	se	havia	perdido”	(Lc	19.10).	Existe	obra	maior	do	que	esta?	Esta	foi
e	continua	sendo	a	principal	missão	de	Jesus	Cristo	em	favor	do	homem.
VI.	A	MORTE	DE	JESUS	CRISTO
O	cristianismo	é	uma	religião	redentora.	Daí	o	fato	da	morte	de	Jesus	Cristo	ter	o	primeiro	lugar	em
sua	mensagem	evangélica.	Dessa	forma,	o	cristianismo	assume	uma	posição	sem	paralelo	entre	todas	as
religiões	do	mundo.	Somente	o	sangue	de	Jesus	Cristo,	que	pelo	Espírito	eterno	se	ofereceu	a	si	mesmo
sem	mancha	a	Deus,	pode	purificar	a	nossa	consciência	de	obras	mortas	a	fim	de	servirmos	ao	Deus
vivo.	“A	encarnação	tinha	em	vista	a	expiação.	Cristo	encarnou-se	a	fim	de	poder	fazer	expiação	e
propiciação.	Nasceu	para	morrer.	Manifestou-se	para	tirar	os	pecados.	Encarnou-se	a	fim	de	que,	ao
assumir	natureza	semelhante	à	nossa,	oferecesse	sua	vida	como	sacrifício	pelos	pecados	dos	homens.	A
encarnação	foi	da	parte	de	Deus	uma	declaração	do	seu	propósito	de	promover	salvação	para	o	mundo.
Essa	salvação	só	podia	ser	provida	pelo	sangue	expiador	de	Cristo”	(Bancroft).	O	apóstolo	Paulo
resumiu	todo	o	conteúdo	do	evangelho	no	seguinte	credo:	“Também	vos	notifico,	irmãos,	o	evangelho	que
já	vos	tenho	anunciado,	o	qual	também	recebestes	e	no	qual	também	permaneceis;	pelo	qual	também	sois
salvos,	se	o	retiverdes	tal	como	vo-lo	tenho	anunciado,	se	não	é	que	crestes	em	vão.	Porque
primeiramente	vos	entreguei	o	que	também	recebi:	que	Cristo	morreu	por	nossos	pecados,	segundo	as
Escrituras,	e	que	foi	sepultado,	e	que	ressuscitou	ao	terceiro	dia,	segundo	as	Escrituras”	(1Co	15.1-4).
Reconhecendo	ainda	o	grande	valor	da	morte	de	Jesus	Cristo,	Paulo	escreveu,	dizendo:	“Porque	nada	me
propus	saber	entre	vós,	senão	a	Jesus	Cristo	e	este	crucificado”	(1Co	2.2).
VII.	A	RESSURREIÇÃO	DE	JESUS	CRISTO
A	ressurreição	de	Jesus	Cristo	é	a	coluna	mestra	que	sustenta	o	edifício	da	fé	cristã.	A	ressurreição	de
Cristo	é	um	dos	fatos	mais	bem	comprovados	da	história	humana.	É	sustentado	e	apoiado	por	provas
corroborativas	e	infalíveis,	como	bem	poucos	fatos	históricos.	A	ressurreição	de	Jesus	Cristo	é
comprovada	pelo	sepulcro	vazio	e	pelas	aparições	pessoais	do	Senhor	ressurreto	para	dezenas	e
centenas	de	pessoas	de	uma	só	vez.	Como	bem	atestou	o	doutor	Lucas,	ao	investigar	o	fato	como	um
legítimo	médico	legista,	dizendo:	“aos	quais	também,	depois	de	ter	padecido,	se	apresentou	vivo,	com
muitas	e	infalíveis	provas,	sendo	visto	por	eles	por	espaço	de	quarenta	dias	e	falando	do	que	respeita	ao
Reino	de	Deus”	(At	1.3).	A	morte	e	ressurreição	do	Senhor	Jesus	Cristo	são	dois	pilares	que	sustentam	o
cristianismo	e	o	coloca	infinitamente	bem	acima	de	todas	as	demais	religiões	do	planeta.	A	ressurreição
de	Jesus	Cristo	é	a	comprovação	de	que	tudo	aquilo	que	ele	falou	é	verdadeiro.	É	a	prova	cabal	de	que
Jesus	é	o	Deus	vivo	e	verdadeiro,	“o	qual	por	nossos	pecados	foi	entregue	e	ressuscitou	para	nossa
justificação”	(Rm	4.25).	A	ressurreição	de	Jesus	Cristo	lavou	a	alma	de	seus	discípulos	acanhados	pela
sua	morte	e	pelos	inimigos	que	acusavam	seu	Senhor	e	Mestre	de	apenas	mais	um	embusteiro	(Jo	20.19).
O	antes	medroso	Pedro	podia	dizer	com	autoridade:	“Varões	israelitas,	escutai	estas	palavras:	A	Jesus
Nazareno,	varão	aprovado	por	Deus	entre	vós	com	maravilhas,	prodígios	e	sinais,	que	Deus	por	ele	fez
no	meio	de	vós,	como	vós	mesmos	bem	sabeis;	a	este	que	vos	foi	entregue	pelo	determinado	conselho	e
presciência	de	Deus,	tomando-o	vós,	o	crucificastes	e	matastes	pelas	mãos	de	injustos;	ao	qual	Deus
ressuscitou,	soltas	as	ânsias	da	morte,	pois	não	era	possível	que	fosse	retido	por	ela”	(At	2.22-24).	O
apóstolo	Paulo	declara	que	a	nossa	crença	na	ressurreição	de	Jesus	Cristo	é	fator	determinante	para	a
nossa	salvação,	dizendo:	“Se,	com	a	tua	boca,	confessares	ao	Senhor	Jesus	e,	em	teu	coração,	creres	que
Deus	o	ressuscitou	dos	mortos,	serás	salvo”	(Rm	10.9).
VIII.	A	ASCENSÃO	DE	JESUS	CRISTO
A	ascensão	visível	de	Jesus	Cristo	em	corpo	ressurreto	aos	céus	é	a	prova	mais	contundente	de	que
ele	havia	descido	lá	do	alto,	mediante	a	sua	encarnação	e	agora	retornava	para	o	céu	reassumindo	a
glória	que	ele	já	possuía	muito	antes	da	fundação	do	mundo	(Jo	17.5,13,24).	A	ascensão	de	Jesus	Cristo
foi	um	“até	breve”	do	rei	que	retornará	da	mesma	forma	visível	com	que	foi	assunto	ao	céu.	“E,	quando
dizia	isto,	vendo-o	eles,	foi	elevado	às	alturas,	e	uma	nuvem	o	recebeu,	ocultando-o	a	seus	olhos.	E,
estando	com	os	olhos	fitos	no	céu,	enquanto	ele	subia,	eis	que	junto	deles	se	puseram	dois	varões
vestidos	de	branco,	os	quais	lhes	disseram:	Varões	galileus,	por	que	estais	olhando	para	o	céu?	Esse
Jesus,	que	dentre	vós	foi	recebido	em	cima	no	céu,	há	de	vir	assim	como	para	o	céu	o	vistes	ir”	(At	1.9-
11).
CONCLUSÃO
O	pensador	cristão	Thomas	Brooks	assim	concluiu	o	que	pensa	acerca	de	Jesus	Cristo:	“Cristo	é
admirável,	Cristo	é	muito	admirável,	Cristo	é	o	mais	admirável,	Cristo	é	sempre	admirável,	Cristo	é
totalmente	admirável”.	E	o	grande	e	cristocêntrico	apóstoloPaulo	disse:	“Porque	dele,	e	por	ele,	e	para
ele	são	todas	as	coisas;	glória,	pois,	a	ele	eternamente.	Amém!”	(Rm	11.36).
3)	PARACLETOLOGIA	—	A	DOUTRINA	DO	ESPÍRITO
SANTO
INTRODUÇÃO
A	disciplina	teológica	que	estuda	sobre	o	Espírito	Santo	é	“paracletologia”,	termo	extraído	do
vocábulo	grego	parakletos	e	traduzido	por	“advogado”,	termo	este	utilizado	por	Jesus	para	se	referir	a
vinda	do	“Consolador”	(Jo	14.26),	que	significa	“Alguém	chamado	para	o	lado	de	outro	para	o	ajudar”
ou	“Alguém	que	aparece	em	defesa	de	outra	pessoa”,	como	faz	um	advogado	que	aparece	ao	lado	de
alguém	para	defendê-lo	perante	um	tribunal.	Este	termo	foi	o	mesmo	utilizado	para	referir-se	a	Cristo
como	“Advogado”	(1Jo	2.1),	confirmando	a	expressão	grega	de	Jo	14.16,	cujo	termo	utilizado	para
“outro	consolador”	é	allos	parakletos,	que	significa	“outro	do	mesmo	tipo”	ou	“outro	da	mesma	espécie”
e	não	heteros,	que	significa	“outro”,	porém,	de	espécie	diferente.	Noutras	palavras,	o	Espírito	Santo
continuaria	fazendo	exatamente	o	que	Cristo	faria	se	continuasse	aqui	na	terra.	Aliás,	Cristo	continua
presente	conosco	todos	os	dias,	por	meio	do	Espírito	Santo	que	nos	foi	enviado	(Mt	28.20;	Fp	1.19).	O
vocábulo	parakletos,	utilizado	por	Jesus	para	se	referir	ao	Espírito	Santo,	pode	ser	traduzido	ainda
como:	consolador,	fortalecedor,	conselheiro,	socorro,	advogado,	companheiro,	intercessor,	ajudador,
aliado	e	amigo	(Rm	8.26).	A	matéria	teológica	que	estuda	sobre	o	Espírito	Santo	é	também	conhecida
como	“pneumatologia”,	que	provém	do	vocábulo	grego	pneuma,	que	significa	“vento”	ou	“espírito”.
Prefiro,	entretanto,	o	termo	“paracletologia”.	Vejamos:
I.	DISPENSAÇÃO	DO	ESPÍRITO	SANTO
Vivemos	na	dispensação	do	Espírito	Santo.	O	dia	de	Pentecostes	marcou	para	sempre	a	descida	do
Espírito	Santo	para	habitar	com	a	Igreja.	O	Espírito	Santo	veio	para	morar	dentro	de	cada	crente.	O
nosso	corpo	é	templo	do	Espírito	Santo.	O	Espírito	Santo	habitando	dentro	de	cada	crente	é	o	próprio
Deus	morando	em	nosso	coração.	O	domínio	que	prevalece	nesta	dispensação	é	o	domínio	do	Espírito
Santo.	O	Espírito	Santo	é	o	comandante	da	Igreja.	Cristo,	sendo	a	cabeça	da	Igreja,	ele	orienta	a	sua
Igreja,	através	do	Espírito	Santo	que	habita	conosco.	Foi	o	próprio	Jesus	Cristo	quem	disse	em	Jo	14.16-
17:	“E	eu	rogarei	ao	Pai,	e	ele	vos	dará	outro	Consolador,	para	que	fique	convosco	para	sempre,	o
Espírito	da	verdade,	que	o	mundo	não	pode	receber,	porque	não	o	vê,	nem	o	conhece;	mas	vós	o
conheceis,	porque	habita	convosco	e	estará	em	vós”.	Portanto,	o	Espírito	Santo	é	o	guia	da	Igreja	nesta
dispensação.	Até	mesmo	quando	Cristo	se	dirige	à	sua	Igreja	na	terra,	ele	o	faz	através	do	Espírito	Santo.
Ao	enviar	as	sete	cartas	para	as	sete	igrejas	da	Ásia,	no	livro	do	Apocalipse,	na	introdução	de	cada	carta
é	Jesus	Cristo	quem	se	identifica	como	o	remetente	(Ap	2.1,8,12,18;	3.1,7,14).	Porém	quem	assina	cada
carta	no	final	é	o	Espírito	Santo	(Ap	2.7,11,17,29;	3.6,13,22).
II.	A	OBRA	DO	ESPÍRITO	SANTO	NA	HISTÓRIA	BÍBLICA
A	obra	do	Espírito	Santo	pode	ser	vista	e	percebida	através	de	toda	a	história	bíblica.	Em	cada
manifestação	das	obras	de	Deus	registradas	na	Bíblia	percebemos	a	Trindade	santa	trabalhando	para	o
bem	da	criação.	De	acordo	com	alguns	teólogos,	o	Pai	é	o	autor,	o	Filho	é	o	executor	e	o	Espírito	Santo	é
o	ativador	de	cada	obra	iniciada.	Em	todos	os	momentos	da	história,	desde	a	criação	dos	céus	e	da	terra
em	Gênesis,	até	o	estabelecimento	do	novo	céu	e	da	nova	terra,	em	Apocalipse,	percebemos	o	trabalhar	e
o	mover	do	Espírito	Santo	através	dos	líderes	do	povo,	sacerdotes,	juízes,	libertadores	e	profetas	na
antiga	aliança,	como	também	através	de	Jesus	e	dos	seus	santos	apóstolos	no	estabelecimento	da	nova
aliança	e	na	inauguração	da	Igreja	no	dia	de	Pentecostes.	A	Bíblia	já	inicia	mostrando	o	Espírito	Santo
trabalhando	para	dar	forma	à	terra,	dizendo:	“E	a	terra	era	sem	forma	e	vazia;	e	havia	trevas	sobre	a	face
do	abismo;	e	o	Espírito	de	Deus	se	movia	sobre	a	face	das	águas”	(Gn	1.2).	Da	criação	até	Cristo,	o
Espírito	Santo	atuava	de	forma	esporádica	através	dos	homens	que	Deus	levantava	para	liderar	o	seu
povo	(Nm	11.24-29;	Jz	3.10;	6.34;	11.29;	13.25;	1Sm	10.6;	16.13;	2Cr	15.1;	20.14;	Is	61.1;	Mq	3.8	etc.).
Do	nascimento	de	Cristo	até	Pentecostes,	o	Espírito	Santo	atuou	por	meio	do	ministério	glorioso	de
Cristo.	Tudo	o	que	Jesus	fez	por	ocasião	de	seu	ministério	terreno,	foi	orientado	pela	atuação	do	Espírito
Santo	(Mt	3.16-17;	Lc	4.1;	4.14;	4.18-19).	De	Pentecostes	até	o	arrebatamento	da	Igreja,	o	Espírito	Santo
habita	na	Igreja,	a	qual	é	o	corpo	de	Cristo.	Neste	período,	o	Espírito	Santo	habita	individualmente	em
cada	crente,	fazendo	do	nosso	corpo	o	santuário	onde	Deus	habita	(1Co	3.16-17;	6.19-20).
III.	A	OBRA	DO	ESPÍRITO	SANTO	NA	IGREJA	PRIMITIVA
A	marcha	triunfal	da	Igreja	na	terra	está	no	poder	do	Espírito	Santo.	A	Igreja	primitiva	era	uma	igreja
triunfante	porque	caminhava	no	poder	do	Espírito	Santo.	Basta	ler	os	28	capítulos	do	livro	de	Atos	dos
Apóstolos	e	constatar	esta	verdade.	Igreja	que	caminha	no	poder	do	Espírito	Santo	é	uma	igreja	avivada.
A	igreja,	porém,	que	não	tem	o	poder	do	Espírito	é	uma	igreja	fria.	Existe	uma	grande	diferença	entre	a
Igreja	avivada	e	a	igreja	fria,	por	isso	Paulo	já	havia	advertido	a	igreja	de	Tessalônica,	dizendo:	“Não
extingais	o	Espírito”	(1Ts	5.19).	Infelizmente,	aquilo	que	Paulo	temia	aconteceu.	Após	o	primeiro	século
de	avivamento	apostólico,	a	Igreja	já	não	tinha	mais	a	chama	do	Espírito	ardendo	em	seu	coração	e
começou	o	período	das	discussões	teológicas	colocando	em	dúvida	a	divindade	de	Cristo,	rebatidas
pelos	apologistas	do	segundo	século.	Em	seguida	veio	o	período	da	Patrística,	onde	a	filosofia
influenciou	profundamente	a	teologia	cristã,	o	conhecimento	da	letra	apagou	o	brilho	do	Espírito,	dando
início	à	Igreja	romana,	ascensão	do	papado	e	tantas	outras	coisas	mais	que	a	doce	voz	do	Espírito	foi
silenciada	por	quase	mil	anos,	entre	o	início	do	catolicismo	romano,	no	século	quinto,	até	o	alvorecer	da
Reforma	protestante,	nos	séculos	15	e	16.
IV.	O	SILÊNCIO	DO	ESPÍRITO	SANTO
O	período	mais	angustiante	para	a	Igreja	nesta	dispensação,	foi	o	silêncio	do	Espírito	Santo	entre	os
anos	500	d.C.	(início	do	paganismo	na	Igreja)	a	1500	d.C.	(início	da	grande	Reforma).	A	Igreja	tornou-se
ritualística	e	entrou	numa	fase	sombria	da	sua	história.	Com	a	conversão	de	Constantino,	o	primeiro
imperador	romano	cristão,	houve	uma	tentativa	tanto	política	como	religiosa	de	cristianizar	o	mundo
pagão.	Entretanto	se	o	paganismo	foi	cristianizado,	o	cristianismo	também	foi	paganizado,	com	a
ascensão	da	Igreja	romana	como	“matriz”	da	cristandade	católica.	Além	disso,	uma	das	piores	mentiras
que	o	inimigo	vendeu	para	a	Igreja	e	boa	parte	dos	primeiros	pais	da	Igreja	compraram,	foi	a	chamada
“teoria	cessacionista”,	aquela	que	afirma	que	os	dons	espirituais	e	a	operação	sobrenatural	do	Espírito
Santo,	com	a	evidência	das	línguas	faladas	no	dia	de	Pentecostes,	haviam	cessado	com	o	fim	do	período
apostólico.	Essa	desastrosa	teoria	causou	mais	estrago	espiritual	à	Igreja	no	decorrer	desses	séculos	de
silêncio	do	Espírito	Santo	do	que	a	maldita	teoria	da	Evolução	de	Charles	Darwin.	Quantos	séculos
perdidos	se	passaram	desde	o	período	Patrístico	até	a	Reforma	protestante,	seguida	pelos	avivamentos
da	Inglaterra,	pelos	grandes	despertamentos	nos	Estados	Unidos	e	pelo	avivamento	da	rua	Azuza,	no
limiar	do	século	20?
V.	ATUAÇÃO	DO	ESPÍRITO	SANTO	NA	HISTÓRIA	DA	IGREJA
Para	alguns,	durante	a	Reforma	protestante	no	século	16,	pelo	esforço	de	homens	como	Martinho
Lutero,	o	trabalho	do	Espírito	Santo	reviveu	após	mil	anos	de	silêncio.	Porém	a	própria	Reforma	só	não
surtiu	mais	efeito,	porque	muitos	líderes	da	Reforma	ainda	defendiam	essa	desastrosa	teoria
cessacionista.	Mais	adiante,	por	meio	de	grandes	avivalistas	como	Jonathan	Edwards,	John	Wesley,
George	Whitefield,	Charles	Finney	e	Dwight	Moody	a	grande	atuação	do	Espírito	Santo	começou	a
reaparecer.	Deus	estava	amadurecendo	o	mundo	para	um	grande	avivamento.	E,	por	voltado	ano	1900,	o
mundo	todo	começou	a	receber	de	novo	o	Espírito	Santo	com	as	mesmas	evidências	ocorridas	no	dia	de
Pentecostes	(At	2.1-4).	Precisamente	no	ano	de	1906,	mais	uma	vez,	à	exemplo	do	que	aconteceu	no	dia
de	Pentecostes,	o	avivamento	não	começou	no	meio	de	pessoas	intelectuais,	mas	sim	no	meio	de	120
pessoas	simples	que	aguardavam	ansiosamente	a	promessa	do	Pai.	E	assim	foi	também	no	Pentecostes	da
rua	Azuza.	O	Espírito	Santo	voltou	a	descer	sobre	pessoas	simples	e	humildes,	até	discriminadas	da
sociedade,	como	foi	o	caso	do	pastor	afro-americano	Wiliam	Seymour,	que	liderou	através	do	Espírito
Santo	o	grande	avivamento	do	começo	do	século	20.	Foi	desse	grande	avivamento	que	resultou	o
Movimento	Pentecostal	que	se	espalhou	rapidamente	como	um	fogo	por	todo	o	mundo.	O	Espírito	Santo
continua	agindo	e	guiando	a	Igreja	do	Senhor	na	terra,	convencendo	o	mundo,	do	pecado,	da	justiça	e	do
juízo	(Jo	16.7-11).	Ele	é	simplesmente	o	glorioso	Espírito	Santo	que	nos	adestra	para	a	batalha	e	está
preparando	a	noiva	de	Cristo	para	o	seu	encontro	com	o	Senhor	Jesus	Cristo	(Ap	22.17).
VI.	OS	DONS	ESPIRITUAIS
O	Espírito	Santo	continua	distribuindo	os	dons	espirituais	para	a	sua	amada	Igreja	ainda	hoje
(1Co	12.7-11).	A	palavra	“dom”,	vem	do	grego	charisma	no	singular	e	charismata	no	plural.	Os	dons	são
talentos	e	habilidades	dadas	por	Deus	à	sua	Igreja	com	o	objetivo	de	servir	melhor	aos	santos.	Os	dons
espirituais	podem	ser	classificados	em	três	grupos:	Os	dons	de	revelação,	os	dons	de	poder	e	os	dons
vocais.	Os	dons	de	revelação	servem	para	a	orientação	espiritual	da	Igreja	e	do	ministério	na	sua	tomada
de	decisões.	Os	dons	de	poder	servem	para	a	manifestação	do	poder	de	Deus	na	Igreja	através	de	sinais,
prodígios	e	maravilhas	e	os	dons	vocais	servem	para	comunicar	os	desígnios	de	Deus	para	a	Igreja	no
sentido	de	exortar,	edificar	e	consolar	o	povo	através	da	elocução,	que	é	a	ação	de	anunciar	o
pensamento	por	meio	de	palavras.	Vejamos:
1.	OS	DONS	DE	REVELAÇÃO
1.	 Os	dons	de	revelação	são:	A	palavra	de	sabedoria,	a	palavra	do	conhecimento	e	o	discernimento	de
espíritos	(1Co	12.7-10).	Esses	dons	buscam	a	orientação	divina	para	a	Igreja	do	Senhor	na	terra!
2.	 Os	dons	de	revelação	têm	a	finalidade	de	capacitar	pessoas	escolhidas	por	Deus	para	transmitir	ao
povo	uma	sabedoria	superior	à	sabedoria	humana,	um	conhecimento	superior	e	um	entendimento
superior	do	mundo	espiritual	(Jr	33.3).
3.	 A	palavra	da	sabedoria	se	manifestava	com	intensidade	na	vida	de	Salomão	(1Rs	3.28).	A	palavra
do	conhecimento	e	o	discernimento	de	espíritos	se	manifestavam	de	forma	intensa	nos	ministérios
dos	profetas	Eliseu	e	Daniel	(2Rs	6.8-23;	Dn	1.17;	2.19-22).
4.	 O	Deus	da	Bíblia	é	o	Deus	das	grandes	revelações.	Em	Dn	2.19-22,	a	Palavra	de	Deus	afirma	que:
“Então,	foi	revelado	o	segredo	a	Daniel	numa	visão	de	noite;	e	Daniel	louvou	o	Deus	do	céu.	Falou
Daniel	e	disse:	Seja	bendito	o	nome	de	Deus	para	todo	o	sempre,	porque	dele	é	a	sabedoria	e	a
força;	ele	muda	os	tempos	e	as	horas;	ele	remove	os	reis	e	estabelece	os	reis;	ele	dá	sabedoria	aos
sábios	e	ciência	aos	inteligentes.	Ele	revela	o	profundo	e	o	escondido	e	conhece	o	que	está	em
trevas;	e	com	ele	mora	a	luz”.
2.	OS	DONS	DE	PODER
1.	 Os	dons	de	poder	são	dons	sobrenaturais	pelos	quais	o	poder	de	Deus	se	manifesta,	a	fim	de
transmitir	uma	resposta	miraculosa	através	de	uma	intervenção,	até	mesmo	na	natureza	física.
2.	 Todos	esses	dons	espirituais	são	distribuídos	às	pessoas	pelo	Espírito	Santo,	de	acordo	com	sua
própria	vontade,	para	benefício	e	crescimento	da	Igreja,	o	corpo	de	Cristo	(1Co	12.11).
3.	 Os	dons	de	poder	são:	O	dom	da	fé,	os	dons	de	curar	e	o	dom	de	operação	de	maravilhas.	Os	dons
de	poder	se	manifestavam	de	forma	intensa	na	vida	de	Moisés,	Elias,	Eliseu,	Jesus,	os	apóstolos,
Pedro,	Filipe	e	Paulo.
4.	 Em	Rm	15.19,	Paulo	menciona	a	operação	destes	dons	de	poder	no	seu	ministério,	dizendo:	“pelo
poder	dos	sinais	e	prodígios,	na	virtude	do	Espírito	de	Deus;	de	maneira	que,	desde	Jerusalém	e
arredores	até	ao	Ilírico,	tenho	pregado	o	evangelho	de	Jesus	Cristo”.
3.	OS	DONS	VOCAIS
1.	 Os	dons	vocais	ou	dons	de	expressão	são	os	dons	do	Espírito	Santo	manifestados	através	de
expressões	vocais	ou	orais,	que	são:	O	dom	de	profecia,	o	dom	de	interpretação	de	línguas	e	o	dom
de	variedade	de	línguas.
2.	 Estes	três	dons	transmitidos	através	da	língua,	são	os	dons	da	comunicação	divina	para	edificação
pessoal	do	portador	do	dom	e	para	edificação	e	exortação	espiritual	da	Igreja.
3.	 Em	1Co	14.1,	Paulo	aconselhou	os	crentes	buscarem	com	zelo	os	dons	espirituais,	dando	um
destaque	especial	ao	dom	de	profecia,	dizendo:	“Segui	o	amor	e	procurai	com	zelo	os	dons
espirituais,	mas	principalmente	o	de	profetizar”.
4.	 Em	At	19.6,	Lucas	revela	a	operação	dos	dons	vocais	em	Éfeso,	dizendo:	“E,	impondo-lhes	Paulo
as	mãos,	veio	sobre	eles	o	Espírito	Santo;	e	falavam	línguas	e	profetizavam”.
VII.	OS	DONS	MINISTERIAIS
O	Espírito	Santo	também	é	responsável	por	distribuir	os	dons	ministeriais	para	a	sua	Igreja
(At	20.28).	Em	Ef	4.11,	o	apóstolo	Paulo	afirma	que:	“E	ele	mesmo	deu	uns	para	apóstolos,	e	outros	para
profetas,	e	outros	para	evangelistas,	e	outros	para	pastores	e	doutores”.	Vejamos:
1.	APÓSTOLOS
O	apóstolo	é	um	enviado	especial,	que	representa	a	pessoa	que	o	envia.	Em	Lc	6.13,	Jesus	“chamou	a
si	os	seus	discípulos,	e	escolheu	doze	deles,	a	quem	também	deu	o	nome	de	apóstolos”.	O	equivalente	no
aramaico	que	Jesus	utilizou	para	“apóstolo”	é	shaliah,	que	significa	“alguém	que	recebeu	a	comissão	e
autoridade	explícitas	daquele	que	o	enviou,	mas	sem	capacidade	de	transferir	seus	atributos	para	outro”.
Cada	apóstolo	teve	uma	chamada	explícita,	individual	e	intransferível.
2.	PROFETAS
Em	At	13.1,	Lucas	escreve	que:	“Havia	na	igreja	de	Antioquia	profetas	e	mestres:	Barnabé,	Simeão,
por	sobrenome	Níger,	Lúcio	de	Cirene,	Manaém,	colaço	de	Herodes,	o	tetrarca,	e	Saulo”.	Portanto,
mesmo	não	havendo	tanta	intensidade	de	profetas	quanto	havia	na	antiga	aliança,	havia	também	profetas
de	Deus	na	nova	aliança.	Entretanto,	os	profetas	da	nova	aliança,	profetizam	através	do	dom	de	profecia
(1Co	12.10).	O	profeta	maior	já	veio	e,	nestes	últimos	dias,	Deus	nos	fala	através	dele	—	O	seu	Filho
Jesus	Cristo	(Hb	1.1).	Os	verdadeiros	profetas	do	Senhor	comunicam	a	palavra	de	Deus	pela	inspiração
do	Espírito	Santo	(2Pe	1.21).
3.	EVANGELISTAS
O	evangelista	é	o	mensageiro	de	boas-novas.	O	evangelista	exerce	o	ministério	itinerante,	levando	a
mensagem	do	evangelho	de	Cristo	a	todas	as	nações	(At	1.8).	Em	At	21.8,	a	Bíblia	destaca	a	visita	que
Paulo	fez	a	casa	de	Filipe,	o	evangelista.	E,	em	At	8.4-40,	a	Palavra	de	Deus	destaca	a	notoriedade	do
ministério	itinerante	deste	grande	evangelista	chamado	Filipe.	Em	2Tm	4.5,	Paulo	recomendou	a
Timóteo,	dizendo:	“Faze	o	trabalho	de	um	evangelista”.	Timóteo	era	pastor	da	igreja	de	Éfeso	e	Paulo	o
aconselhou	a	realizar	também	o	trabalho	de	um	evangelista.	Em	nossos	dias,	temos	muitos	pastores
polivalentes,	que	pastoreiam,	ensinam,	pregam	e	ainda	exercem	um	ministério	evangelístico	(2Tm	1.11).
4.	PASTORES
O	pastor	é	o	homem	que	apascenta	as	ovelhas.	Quis	Deus,	na	sua	graça,	que	o	seu	povo	fosse	chamado
de	ovelhas	e	os	seus	líderes	de	pastores	(Nm	27.15-17).	Deus	é	o	pastor	maior	do	seu	povo,	pois	no
Sl	100.3,	o	salmista	disse:	“Sabei	que	o	SENHOR	é	Deus;	foi	ele,	e	não	nós,	que	nos	fez	povo	seu	e
ovelhas	do	seu	pasto”.	Aleluia!	Os	pastores	foram	levantados	por	Deus,	para	pastorearem	o	rebanho	do
Senhor.	Em	At	20.28,	a	Palavra	de	Deus	afirma:	“Olhai,	pois,	por	vós	e	por	todo	o	rebanho	sobre	que	o
Espírito	Santo	vos	constituiu	bispos,	para	apascentardes	a	igreja	de	Deus,	que	ele	resgatou	com	seu
próprio	sangue”.	Em	Hb	13.20,	a	Bíblia	afirma	que	Jesus	Cristo	é	o	“grande	Pastor	das	ovelhas”,	pelo
sangue	da	eterna	aliança.	Portanto,	os	pastores	devem	cuidar	bem	do	rebanho	de	Deus,	pois	hão	de
prestar	contas	das	ovelhas	de	Cristo	(Hb	13.17).
5.	MESTRES	OU	DOUTORES
Os	mestres	são	conhecidos	como	os	doutores	da	palavra.	São	aqueles	que	conseguemsistematizar	a
doutrina	cristã	e	revelar	um	conhecimento	mais	profundo	da	Palavra	de	Deus.	Em	2Tm	1.11,	o	próprio
Paulo	afirma	que,	foi	designado	por	Cristo	“pregador,	apóstolo	e	mestre”.	Paulo	conseguiu,	por	meio	da
revelação	divina,	sistematizar	toda	a	doutrina	do	evangelho	de	Cristo	(Gl	1.11-12).	Em	2Pe	3.15,	o
próprio	Pedro,	o	líder	do	colégio	apostólico,	reconheceu	a	grande	sabedoria	de	Paulo,	dizendo:	“…	e
tende	por	salvação	a	longanimidade	de	nosso	Senhor,	como	também	o	nosso	amado	irmão	Paulo	vos
escreveu,	segundo	a	sabedoria	que	lhe	foi	dada”.	Em	At	13.1,	a	Palavra	de	Deus	afirma	que:	“Na	igreja
que	estava	em	Antioquia	havia	alguns	profetas	e	doutores”.	Jesus	Cristo	é	o	Mestre	por	excelência.	Ele	é
o	Mestre	dos	mestres.	Em	Jo	13.13,	ele	mesmo	disse:	“Vós	me	chamais	Mestre	e	Senhor	e	dizeis	bem,
porque	eu	o	sou”.	Jesus	Cristo	é	o	Mestre	único	e	inconfundível	(Mt	23.8).
6.	SOCORRO
Em	1Co	12.28,	o	apóstolo	Paulo	acrescenta	mais	alguns	dons	ministeriais	em	uma	outra	lista,	dizendo:
“E	a	uns	pôs	Deus	na	igreja,	primeiramente,	apóstolos,	em	segundo	lugar,	profetas,	em	terceiro,	doutores,
depois,	milagres,	depois,	dons	de	curar,	socorros,	governos,	variedades	de	línguas”.	Os	“operadores	de
milagres	e	dons	de	curar”	podem	ser	uma	referência	aos	evangelistas	(At	8.5-8;	Ef	4.11);	e,	a	“variedade
de	línguas”	nesta	lista	de	dons	ministeriais	pode	se	referir	ao	ministério	de	profetas	(1Co	14.29-31;
Ef	4.11).	Neste	caso,	as	novidades	em	relação	a	lista	de	Ef	4.11	seriam	apenas	duas:	socorros	e
governos.	O	ministério	de	socorro	é	dado	para	os	que	possuem	o	dom	de	ajudar	as	pessoas,	realizando
grandes	obras	sociais	e	assistenciais	(Rm	12.8;	At	4.36-37;	1Tm	6.17-19;	Lc	8.1-3;	Fm	22;	3Jo	5-8).
7.	GOVERNO
O	dom	ministerial	de	“governos”	é	concedido	pelo	Espírito	Santo	aos	que	ele	capacita	para	presidir	e
exercer	com	prudência	os	cargos	que	envolvem	a	administração	eclesiástica.	Em	Rm	12.8,	Paulo	também
se	refere	a	este	dom,	dizendo:	“O	que	preside,	com	cuidado”.	Neste	cargo	estão	incluídos	os	pastores
presidentes	de	igrejas	e	convenções,	bem	como	bispos	e	supervisores	de	um	aglomerado	de	igrejas
filiadas	a	um	setor	ou	campo	eclesiástico	(Fp	1.1;	1Tm	3.1-7;	Tt	1.5-9).
VIII.	O	FRUTO	DO	ESPÍRITO	SANTO
O	fruto	do	Espírito	Santo	é	constituído	daquelas	virtudes	cristãs	que	devem	ser	cultivadas	e	praticadas
por	todas	as	pessoas	que	foram	regeneradas,	ao	nascerem	do	Espírito	e	não	da	carne	(Jo	3.5-6).	O	fruto
do	Espírito	é	formado	por	nove	gomos	importantes.	Através	do	fruto	do	Espírito,	podemos	compreender
ainda	mais	sobre	o	caráter	do	Espírito	Santo.	Vejamos:
1.	AMOR
O	primeiro	gomo	do	fruto	do	Espírito	Santo	é	o	amor.	O	amor	é	a	maior	e	mais	sublime	de	todas	as
virtudes	cristãs	(1Co	13.13).	A	Trindade	santa	demonstra	através	das	Escrituras	um	amor	incomensurável
em	favor	dos	homens.	O	Pai	amou	o	mundo	de	uma	maneira	inexplicável	(Jo	3.16).	O	amor	do	Filho
supera	todas	as	dimensões	imagináveis	e	excede	a	toda	a	compreensão	humana	(Ef	3.18-19).	O	amor	do
Espírito	Santo	é	tão	grande	por	nós	que	ele	chega	a	ter	ciúmes	e	um	zelo	profundo	por	nossa	vida
(Rm	15.30;	Tg	4.5).
2.	ALEGRIA	OU	GOZO
O	segundo	gomo	do	fruto	do	Espírito	Santo	é	a	alegria.	A	alegria	pode	ser	definida	como	um	estado
emocional	de	júbilo,	contentamento	e	prazer	moral.	Como	fruto	do	Espírito,	a	alegria	é	a	manifestação	do
gozo	do	Espírito	Santo,	mesmo	em	face	das	tribulações	da	vida	presente	(1Ts	1.6).
3.	PAZ
O	terceiro	gomo	do	fruto	do	Espírito	Santo	é	a	paz.	A	paz	pode	ser	definida	como	a	tranquilidade	da
alma	e	o	bem-estar	em	todas	as	áreas	da	vida.	A	palavra	hebraica	para	“paz”	é	shalom,	que	é	sinônimo
de	harmonia,	plenitude	e	firmeza.	É	a	sensação	de	tranquilidade	e	harmonia	no	relacionamento	com	Deus
e	com	os	homens	(Rm	5.1;	12.18;	Tg	3.18).
4.	LONGANIMIDADE
O	quarto	gomo	do	fruto	Espírito	Santo	é	a	longanimidade.	A	longanimidade	pode	ser	definida	como	a
capacidade	de	suportar	com	paciência	a	afronta	ou	ofensa	recebida.	O	próprio	Deus	é	constantemente
exaltado	e	adorado	por	sua	longanimidade	para	com	todos	nós	(Êx	34.6).	Longânimo	é	uma	pessoa	que
demora	ficar	irada,	alguém	que	tarda	em	irar-se	(Tg	1.19).
5.	BENIGNIDADE
O	quinto	gomo	do	fruto	do	Espírito	Santo	é	a	benignidade.	A	benignidade	pode	ser	definida	como	a
qualidade	que	uma	pessoa	possui	de	ser	misericordioso	e	benevolente.	A	santíssima	Trindade	possui	em
abundância	todos	os	gomos	do	fruto	do	Espírito,	e	servem	de	modelo	para	todos	nós	seguirmos.	Uma	das
coisas	mais	louvadas	e	exaltadas	na	Bíblia	é	a	benignidade	do	nosso	Deus.	Todos	os	26	versículos	do
Salmo	136	exaltam	a	benignidade	do	Senhor	para	com	o	seu	povo	(Sl	136.1-26).
6.	BONDADE
O	sexto	gomo	do	fruto	do	Espírito	Santo	é	a	bondade.	A	bondade	pode	ser	definida	como	a	qualidade
de	uma	pessoa	boa	e	clemente.	O	próprio	Espírito	Santo	é	chamado	na	Bíblia	de	“bom	Espírito”
(Sl	143.10).	Existem	pelo	menos	sete	virtudes	da	divindade	muito	correlacionadas	entre	si,	que	são:	a
benignidade,	a	bondade,	a	longanimidade,	a	fidelidade,	a	misericórdia,	a	beneficência	e	a	clemência
(Êx	34.6;	9.17;	Sl	103.8;	Is	63.7).
7.	FIDELIDADE	OU	FÉ
O	sétimo	gomo	do	fruto	do	Espírito	Santo	é	a	fidelidade.	A	“fidelidade”	é	definida	como	a	lealdade
de	uma	pessoa	a	outra.	A	fidelidade	é	marcada	por	uma	lealdade	constante	e	inabalável	a	alguém	com
quem	estamos	unidos	por	promessa,	compromisso,	fidedignidade	e	honestidade	(Sl	101.6).	Deus	é
conhecido	nas	Escrituras	pela	sua	fidelidade	(Sl	100.5).	Na	Almeida	Revista	e	Corrigida,	este	gomo	do
fruto	do	Espírito	é	mencionado	como	fé.	Além	da	fé	salvadora,	da	fé	comum	e	da	fé	como	dom,	existe	a
fé	como	fruto	do	Espírito,	que	está	associada	a	confiança,	fidelidade	e	lealdade	incondicional	a	Deus!
8.	MANSIDÃO
O	oitavo	gomo	do	fruto	do	Espírito	Santo	é	a	mansidão.	A	mansidão	pode	ser	definida	como	a
brandura	de	gênio,	índole	pacífica	e	a	serenidade	que	uma	pessoa	possui	(Sl	37.11).	O	nosso	querido
Salvador	Jesus	Cristo	possuía	este	fruto	com	muita	intensidade,	pois	ele	mesmo	disse:	“Aprendei	de
mim,	que	sou	manso	e	humilde	de	coração,	e	encontrareis	descanso	para	a	vossa	alma”	(Mt	11.29).
9.	TEMPERANÇA
O	nono	gomo	do	fruto	do	Espírito	Santo	é	a	temperança.	A	temperança	pode	ser	definida	como	a
qualidade	ou	virtude	de	quem	é	moderado,	sensato	e	equilibrado	(Pv	19.11).	Na	Versão	Almeida	Revista
e	Atualizada,	o	nono	fruto	do	Espírito	aparece	como	“domínio	próprio”.	Quem	tem	temperança	possui
domínio	próprio.	Ter	temperança,	é	ser	temperante,	equilibrado	e	que	domina	o	seu	próprio	ímpeto.	O
Senhor	Jesus	Cristo	nos	deu	uma	aula	de	temperança	e	equilíbrio	diante	das	mais	terríveis	dificuldades
enfrentadas	no	seu	ministério	(Lc	9.51-56;	23.28;	23.34	etc.).
IX.	A	PESSOA	DO	ESPÍRITO	SANTO
O	Espírito	Santo	é	a	terceira	pessoa	da	santíssima	Trindade	(Mt	28.19).	Esta	definição	foi	dada	pelo
próprio	Jesus	ao	citar	o	Espírito	Santo	como	uma	pessoa	coexistente	com	o	Pai	e	com	o	Filho.	O	Espírito
Santo	não	é	uma	energia	cósmica	ou	uma	força	impessoal	como	muitas	seitas	ensinam.	Através	das
Escrituras,	aprendemos	que	o	Espírito	Santo	é	representado	como	um	agente	pessoal,	a	realizar	atos	que
só	podem	ser	atribuídos	a	uma	pessoa.	Portanto	o	Espírito	Santo	não	é	um	mero	poder	ou	influência
iluminadora,	como	alguns	ensinam,	mas	sim	uma	pessoa	dotada	de	inteligência,	vontade	e	emoções	que
somente	alguém	dotado	de	personalidade	pode	ter	e	sentir.
Características	pessoais	do	Espírito	Santo
Ao	se	referir	ao	Espírito	Santo,	Jesus	usou	pronomes	de	tratamento	que	só	podem	ser	aplicados	a	uma
pessoa.	Em	Jo	16.13,	Jesus	disse:	“Mas,	quando	vier	aquele	Espírito	da	verdade,	ele	vos	guiará	em	toda
a	verdade,	porque	não	falará	de	si	mesmo,	mas	dirá	tudo	o	que	tiver	ouvido	e	vos	anunciará	o	que	há	de
vir”.	O	Senhor	Jesus	Cristo	usou	aqui	o	pronome	de	tratamento	masculino	“ELE”.
1.	 Como	pessoa,	o	Espírito	Santo	fala	(2Sm	23.2;	Ap	2.29).	Como	pessoa,	o	Espírito	Santo	se
entristece	(Ef	4.30).
2.	 Como	pessoa,	o	Espírito	Santo	se	alegra	(At	13.52;	Rm	14.17).	Como	pessoa,	o	Espírito	Santo
possui	vontade	(1Co	12.11).3.	 Como	pessoa,	o	Espírito	Santo	guia	e	ensina	(Jo	14.26;	Rm	8.14).	Como	pessoa,	o	Espírito	Santo
intercede	e	geme	(Rm	8.26).
4.	 Como	pessoa,	o	Espírito	Santo	chama	e	envia	outras	pessoas	(At	13.1-4)	Como	pessoa,	o	Espírito
Santo	tem	amor	(Rm	15.30;	Gl	5.22;	Cl	1.8).
5.	 Como	pessoa,	o	Espírito	Santo	possui	inteligência	e	habilidade	(Êx	31.2).	Como	pessoa,	o	Espírito
Santo	investiga	e	revela	as	coisas	(1Co	2.10-11).
6.	 Como	pessoa,	o	Espírito	Santo	ajuda	e	convence	outras	pessoas	(Rm	8.26;	Jo	16.7-11).	Como
pessoa,	o	Espírito	Santo	tem	até	ciúme	de	nós	(Tg	4.5).	O	Espírito	Santo	pode	ser	representado	por
vários	símbolos,	que	ilustram	verdades	espirituais	acerca	de	sua	pessoa	gloriosa,	como:	AZEITE
(1Sm	16.13),	ÁGUA	(Is	44.3),	VENTO	(Jo	3.8),	FOGO	(1Ts	5.19),	ORVALHO	(Os	14.5),	RIO
(Jo	7.37-38),	VINHO	(Ef	5.18),	VESTES	(Jz	6.34),	POMBA	(Mt	3.16-17)	etc.	O	Espírito	Santo	não
é	uma	pomba,	nem	o	vento,	nem	o	fogo	e	nem	a	água;	ele	é	a	terceira	pessoa	da	santíssima	Trindade
(Mt	28.19;	2Co	13.13).
X.	O	ESPÍRITO	SANTO	É	DEUS
O	Espírito	Santo	possui	atributos	que	só	uma	pessoa	pode	ter.	O	Espírito	Santo	possui	os	mesmos
atributos	divinos	que	a	pessoa	do	Pai	e	a	pessoa	do	Filho	possuem.	Como	a	terceira	pessoa	da	santíssima
Trindade,	o	Espírito	Santo	faz	parte	da	divindade,	sendo	coigual,	coeterno	e	da	mesma	substância	do	Pai
e	do	Filho	(Mt	28.19;	2Co	13.13).	A	Trindade	não	é	uma	composição	de	três	deuses,	mas	sim	uma	única
divindade	que	subsiste	em	três	pessoas	(1Co	12.4-6).	Uma	é	a	pessoa	do	Pai,	outra	é	a	pessoa	do	Filho	e
outra	é	a	pessoa	do	Espírito	Santo	(Ef	4.4-6).	Porém,	estas	três	pessoas	divinas,	formam	uma	única
divindade,	que	é	também	chamada	de	único	Deus	e	único	Senhor	(Dt	6.4;	Ef	4.4-6).	Sendo	Deus,	o
Espírito	Santo	é	onipotente,	onipresente	e	onisciente	(Sl	139.7-12;	Is	40.13-18;	1Co	2.10-11).	O	Espírito
Santo	é	Criador	(Sl	104.30).	O	Espírito	Santo	é	eterno	(Hb	9.14).	O	Espírito	Santo	é	Senhor	(2Co	3.17).
O	Espírito	Santo	é	Deus	(At	5.3-4).	Portanto,	o	Espírito	Santo	possui	os	mesmos	atributos	de	Deus	Pai	e
de	Deus	Filho.
O	Espírito	Santo	é	o	nosso	amigo	pessoal
O	Espírito	Santo	é	o	nosso	fiel	amigo	e	companheiro	e	esteve	presente	em	todos	os	grandes	momentos
da	história	humana,	mesmo	quando	os	homens	o	ignoraram,	o	que	por	si	só	revela	sua	natureza	mansa	e
pacífica.	Como	nosso	amigo	pessoal,	o	Espírito	Santo	mora	em	nós	(Jo	14.17).	O	nosso	corpo	é	o	templo
do	Espírito	Santo	(1Co	3.16;	6.19-20).	O	Espírito	Santo	não	veio	passar	férias	conosco	e	nem	muito
menos	passar	alguns	dias	conosco;	ele	veio	morar	para	sempre	conosco	(Jo	14.16).	Como	nosso	amigo
pessoal,	o	Espírito	Santo	nos	ajuda	em	nossas	fraquezas,	nos	ensina	a	orar	e	ainda	intercede	por	nós	com
gemidos	inexprimíveis	(Rm	8.26).
CONCLUSÃO
“O	dia	de	Pentecostes	marcou	o	raiar	de	um	novo	dia	nas	relações	entre	o	Espírito	Santo	e	a
humanidade.	Ele	veio	para	habitar	na	Igreja.	Todo	o	trabalho	eficaz	que	a	Igreja	tem	feito	é	realizado	no
poder	do	Espírito	Santo.	A	incredulidade,	a	dúvida	e	a	crítica	podem	atacá-la,	mas	não	podem	derrotá-la.
A	Igreja,	o	verdadeiro	corpo	de	Cristo,	habitado	pelo	Santo	Espírito	de	Deus,	é	tão	indestrutível	como	o
trono	de	Deus”	(E.	H.	Bancroft).
4)	BIBLIOLOGIA	—	A	DOUTRINA	DA	BÍBLIA
INTRODUÇÃO
Bibliologia	é	a	doutrina	que	estuda	a	Bíblia	sob	seus	aspectos	e	observações	gerais.	Sua	leitura,	seu
estudo,	sua	estrutura,	sua	divisão	em	livros,	capítulos	e	versículos,	sua	classificação,	suas
particularidades,	seu	tema	central,	sua	tradução,	sua	preservação,	sua	história,	sua	cronologia,	sua
formação,	sua	autoridade	como	livro	divino,	sua	autenticidade	como	Palavra	de	Deus,	sua	infalibilidade,
sua	integridade	e	sua	veracidade.	A	verdadeira	teologia	é	extraída	da	Bíblia.	Por	ser	uma	matéria	de
grande	vastidão,	a	bibliologia	não	pode	ser	comentada	em	todos	os	seus	aspectos	em	pouco	espaço;
entretanto	vamos	aprender	um	pouco	sobre	o	livro	de	ouro	da	teologia	cristã.	Vejamos:
I.	TERMO	E	ORIGEM	DA	BIBLIOLOGIA
O	termo	“bibliologia”	vem	da	palavra	grega	biblos,	que	os	gregos	davam	à	uma	folha	de	papiro
preparada	para	a	escrita.	Um	rolo	de	papiro	de	tamanho	pequeno	era	chamado	de	biblion;	vários	destes
rolos	juntos	eram	chamados	de	“bíblia”.	E	desta	palavra	“bíblia”,	surgiram	os	derivados:	bibliologia,
bibliografia,	biblioteca	e	bibliófilo.	O	vocábulo	“Bíblia”,	foi	empregado	pela	primeira	vez	por	volta	do
ano	400	d.C.,	por	João	Crisóstomo,	patriarca	de	Constantinopla	e	conhecido	pregador	de	sua	época
chamado	de	“Boca	de	ouro”.	A	bibliologia	é	matéria	de	grande	importância	dentro	da	teologia,	é	como
um	carro	chefe	que	puxa	as	demais	matérias.	A	mãe	da	teologia	é	a	Bíblia,	pois	todas	as	verdades
teológicas	são	extraídas	deste	livro	divino.	O	próprio	Deus,	que	é	o	Pai	da	teologia,	é	revelado	na
bibliologia	como	o	autor	da	Bíblia.
II.	A	BÍBLIA	COMO	UM	LIVRO
A	Bíblia	é	um	livro	antigo	quanto	à	sua	formação,	mas	é	um	livro	moderno	quanto	à	sua	mensagem.	Os
livros	antigos	tinham	a	forma	de	rolos.	E	a	Bíblia	foi	originalmente	escrita	na	forma	de	rolos.	A	palavra
“Bíblia”	significa	“coleção	de	pequenos	livros”	e	“livro	por	excelência”.	A	Bíblia	é	o	livro	mais	lido,
mais	traduzido,	mais	editado,	mais	pesquisado,	mais	conhecido,	mais	valioso,	mais	ensinado,	mais
proclamado,	mais	exaltado	e	mais	amado	do	mundo.	A	Bíblia	é	um	livro	tão	forte	e	poderoso	que	foi
citada	tanto	por	Jesus	(Mt	4.1-11),	como	também	pelo	próprio	diabo	(Mt	4.6).	“A	Bíblia	é	o	mapa	do
viajante,	o	cajado	do	peregrino,	a	bússola	do	navegante,	a	espada	do	soldado	e	o	guia	do	cristão.	Por
meio	dela	o	paraíso	é	restaurado,	os	céus	são	abertos	e	as	portas	do	inferno	são	cerradas.	Cristo	é	o	seu
assunto,	nosso	bem	é	o	seu	propósito	e	a	glória	de	Deus	o	seu	fim”.	“Lâmpada	para	os	meus	pés	é	a	tua
palavra	e	luz,	para	o	meu	caminho”	(Sl	119.105).
III.	MATERIAL	GRÁFICO	EMPREGADO	NA	BÍBLIA
ORIGINALMENTE
A	princípio,	o	material	gráfico	empregado	na	Bíblia	foi	o	“papiro”.	O	papiro	era	uma	planta	aquática
que	crescia	junto	aos	rios,	lagos	e	banhados	no	Oriente,	cuja	entrecasca	servia	para	escrever.	As	tiras
extraídas	do	papiro	eram	colocadas	umas	às	outras	até	formarem	um	rolo	de	qualquer	extensão.	O	papiro
é	conhecido	em	algumas	versões	da	Bíblia	como	“juncos”	(Êx	2.3;	Jó	8.11).	É	da	palavra	“papiro”	que
se	deriva	a	palavra	“papel”,	inventado	pelos	chineses	no	século	2.	O	uso	do	papiro,	porém,	como
material	gráfico,	existe	desde	o	ano	3000	a.C.	Com	o	passar	do	tempo	surgiu	um	material	gráfico	melhor
que	o	papiro,	conhecido	como	“pergaminho”,	feito	de	peles	de	animais	curtida	e	polida.	Seu	uso	vem
desde	os	primórdios	da	Era	Cristã.	O	pergaminho	é	mencionado	na	Bíblia	em	2Tm	4.13;	antigamente
cada	livro	da	Bíblia	era	um	“rolo	de	pergaminho”	ou	um	“rolo	de	papiro”.	Jesus	leu	na	sinagoga	de
Nazaré	provavelmente	em	um	“rolo	de	pergaminho”	do	profeta	Isaías.	E	ainda	hoje,	devido	aos	ritos
tradicionais,	os	rolos	sagrados	das	Escrituras	hebraicas	continuam	sendo	lidos	e	usados	nas	sinagogas
judaicas.
IV.	O	AUTOR	DA	BÍBLIA
Deus	é	o	próprio	autor	da	Bíblia,	o	intérprete	é	o	Espírito	Santo	e	o	tema	central	e	coração	da	Bíblia	é
o	Senhor	Jesus	Cristo.	Tudo	o	que	o	homem	quer	saber	e	precisa	saber	espiritualmente	de	Deus,	sua
redenção,	conduta	cristã	e	felicidade	eterna,	está	revelado	na	Bíblia.	Deus	não	tem	outra	revelação
escrita	além	da	Bíblia.	Tudo	o	que	Deus	tem	para	o	homem	está	na	Bíblia.	Jesus	é	a	Palavra	viva	que	está
no	céu	dos	céus,	enquanto	que	a	Bíblia	é	a	Palavra	viva	que	está	na	terra.	A	expressão	“Assim	diz	o
Senhor”	aparece	cerca	de	três	mil	vezes	nas	Escrituras,	autenticando	a	Bíblia	como	a	inconfundível,
infalível	e	inspirada	Palavra	de	Deus.	A	palavra	Yahweh,	o	nome	sagrado	de	Deus,	aparece	quase	sete
mil	vezes	nas	Escrituras	(6.855),	confirmando	que	a	Bíblia	é	mesmo	o	livro	de	Deus.	“A	Bíblia	contém	a
mente	de	Deus,	o	estado	do	homem,	a	ruína	dos	impenitentes	e	a	eterna	felicidade	dos	crentes.	Suas
doutrinas	são	santas,	seus	preceitos	são	justos,	suas	histórias	verdadeiras	e	suas	decisões	imutáveis.	Leia
a	Bíblia	para	ser	sábio,	creianela	para	estar	seguro	e	pratique-a	para	ser	santo.	Ela	contém	luz	para
dirigi-lo,	alimento	para	sustentá-lo,	consolo	para	animá-lo	e	armadura	para	defendê-lo”.
V.	NOMES	CANÔNICOS	DA	BÍBLIA
A	Bíblia,	a	inspirada	Palavra	de	Deus,	dá	a	si	mesma	diversos	nomes.	Seus	nomes	inspirados
encontrados	em	suas	páginas	sagradas	são	os	seguintes:
1.	 ESCRITURAS	(Mt	21.42);
2.	 SAGRADAS	ESCRITURAS	(Rm	1.2);
3.	 LIVRO	DO	SENHOR	(Is	34.16);
4.	 A	PALAVRA	DE	DEUS	(Hb	4.12);
5.	 OS	ORÁCULOS	DE	DEUS	(Rm	3.2);
6.	 LIVRO	DA	LEI	(2Cr	34.15).
Além	desses	nomes	canônicos,	a	Palavra	de	Deus	também	é:	pão	que	alimenta,	lâmpada	que	ilumina,
luz	que	dissipa	as	trevas,	escudo	que	protege,	vara	que	corrige,	martelo	que	esmiúça	a	pedra,	fogo	que
queima	o	pecado,	semente	que	produz,	água	que	limpa,	espada	que	combate	o	mal,	espelho	que	revela
nossa	verdadeira	imagem,	candeia	que	brilha	em	lugar	escuro	e	mel	que	traz	doçura	para	a	nossa	alma.
VI.	TEMA	CENTRAL	DA	BÍBLIA
Cristo	é	o	centro	e	coração	da	Bíblia.	O	Antigo	Testamento	descreve	uma	nação.	O	Novo	Testamento
descreve	um	homem.	O	Antigo	Testamento	descreve	Deus	nutrindo	a	nação	de	Israel,	para	que	o	Novo
Testamento	descrevesse	e	desse	ao	mundo	o	homem	que	mudou	a	história	da	humanidade.	Cristo	é	o
centro	e	âmago	da	Bíblia,	centro	e	âmago	da	história,	centro	e	âmago	de	nossa	vida.	Em	cada	livro	da
Bíblia,	do	Gênesis	ao	Apocalipse,	Cristo	está	presente,	direta	e	indiretamente,	através	de	suas	aparições
e	nomes	diferentes.	O	Antigo	Testamento	prepara	o	cenário	do	aparecimento	de	Cristo,	enquanto	que	o
Novo	Testamento	descreve	como	foi	este	aparecimento.	Todo	o	Antigo	Testamento	fala	de	sua
“preparação”,	os	Evangelhos	falam	de	sua	“manifestação”,	o	livro	de	Atos	dos	Apóstolos	fala	de	sua
“propagação”,	as	Epístolas	falam	da	“explanação”	de	sua	mensagem,	enquanto	que	o	Apocalipse	fala	da
“consumação”	de	sua	obra.
VII.	A	ESTRUTURA	E	CLASSIFICAÇÃO	DOS	LIVROS	DA	BÍBLIA
A	Bíblia	divide-se	em	duas	partes	principais:	Antigo	e	Novo	Testamento.	O	Antigo	Testamento	foi
escrito	antes	do	nascimento	de	Cristo	e	o	Novo	Testamento	depois	da	morte	de	Cristo.	A	Bíblia	tem	ao
todo	66	livros,	1.189	capítulos,	31.173	versículos,	773.692	palavras	e	3.566.480	letras	(de	acordo	com	o
tipo	de	tradução).	Os	66	livros	da	Bíblia	podem	ser	classificados	por	assuntos	na	seguinte	ordem:	LEI,
HISTÓRIA,	POESIA,	PROFECIA,	EVANGELHOS,	HISTÓRIA	DA	IGREJA	PRIMITIVA	E
APOCALIPSE.
Antigo	Testamento
1.	LEI	—	São	os	primeiros	cinco	livros	da	Bíblia,	conhecidos	como	“Pentateuco”	e	chamados	pelos
judeus	de	Torah,	reconhecidos	pela	maioria	de	judeus	e	cristãos	como	sendo	de	autoria	do	grande
legislador	hebreu	Moisés:	Gênesis,	Êxodo,	Levítico,	Números	e	Deuteronômio.
2.	HISTÓRIA	—	Ao	todo	são	12:	Josué,	Juízes,	Rute,	1Samuel,	2Samuel,	1Reis,	2Reis,	1Crônicas,
2Crônicas,	Esdras,	Neemias	e	Ester.
3.	POESIA	—	Ao	todo	são	cinco:	Jó,	Salmos,	Provérbios,	Eclesiastes	e	Cantares	de	Salomão.
Representam	a	categoria	dos	livros	poéticos	ou	devocionais	da	Bíblia,	contendo	o	seguinte:	“um	drama
poético”	(livro	de	Jó);	“poesias	líricas”	(livro	de	Salmos);	“didática	poética”	(livro	de	Provérbios);
“idílios	poéticos”	(livro	de	Cantares	de	Salomão);	“didática	filosófica”	(livro	de	Eclesiastes).
4.	PROFECIA	—	Ao	todo	são	17:	Isaías,	Jeremias,	Lamentações	de	Jeremias,	Ezequiel,	Daniel,
Oseias,	Joel,	Amós,	Obadias,	Jonas,	Miqueias,	Naum,	Habacuque,	Sofonias,	Ageu,	Zacarias	e	Malaquias.
Correspondem	aos	livros	que	levam	o	nome	dos	respectivos	profetas	literários.	Durante	três	séculos,	a
sequência	dos	profetas	clássicos	hebreus	constitui	um	fenômeno	totalmente	ímpar	na	história.	O	profeta	é
sempre	um	gênio	da	linguagem,	cujo	ritmo	e	simbolismo	desafiam	o	mais	brilhante	tradutor	a	alcançar	um
inimitável	original.	Estão	subdivididos	em	dois	grupos:
PROFETAS	MAIORES	—	São	Isaías,	Jeremias,	Ezequiel	e	Daniel.
PROFETAS	MENORES	—	São	Oseias,	Joel,	Amós,	Obadias,	Jonas,	Miqueias,	Naum,	Habacuque,
Sofonias,	Ageu,	Zacarias	e	Malaquias.	O	termo	empregado	para	maiores	ou	menores	não	se	refere
ao	mérito	ou	notoriedade	do	profeta,	mas	ao	tamanho	do	livro	e	a	extensão	do	respectivo
ministério.
Novo	Testamento
1.	EVANGELHOS	—	São	quatro	os	Evangelhos:	Mateus,	Marcos,	Lucas	e	João.	Contêm	a	biografia
do	Senhor	Jesus	Cristo	e	a	descrição	de	seu	glorioso	ministério	terreno,	cuja	vida,	obra	e	seus
ensinamentos	formam	o	alicerce	do	cristianismo.	É	nos	Evangelhos	que	resplandece	a	cultura	moral	e
espiritual	do	cristianismo,	condensado	nos	ensinamentos	do	Mestre	dos	mestres	—	Jesus	Cristo	—	a
pessoa	mais	pura	que	já	pisou	nesta	terra.
2.	HISTÓRIA	DA	IGREJA	PRIMITIVA	—	É	o	livro	de	Atos	dos	Apóstolos,	narrado	por	Lucas,	onde
é	descrito	um	resumo	do	início	do	cristianismo	pós-ressurreição	e	ascensão	de	Jesus	Cristo	ao	céu,	com
a	descida	do	Espírito	Santo	no	dia	da	festa	judaica	de	Pentecostes,	culminando	com	o	início	triunfal	da
maior	sociedade	cosmopolita	do	mundo	—	a	Igreja	cristã.
3.	EPÍSTOLAS	APOSTÓLICAS	—	São	cerca	de	21	Epístolas	apostólicas	endereçadas	aos	primitivos
cristãos	e	igrejas	espalhadas	pelo	vasto	Império	Romano.	Contém	o	desenvolvimento	sistemático	dos
ensinamentos	de	Cristo,	naquilo	que	podemos	denominar	de	teologia	apostólica,	teologia	paulina,
teologia	petrina,	teologia	joanina	etc.	As	epístolas	apostólicas	podem	ser	subdivididas	em	dois	grupos:
EPÍSTOLAS	PAULINAS	—	São	ao	todo	13:	Romanos,	1Coríntios,	2Coríntios,	Gálatas,	Efésios,
Filipenses,	Colossenses,	1Tessalonicenses,	2Tessalonicenses,	1Timóteo,	2Timóteo,	Tito	e
Filemom.	Escritas	por	Paulo	(Saulo	de	Tarso),	que	veio	a	tornar-se	no	maior	teólogo	do
cristianismo	e	o	grande	mentor	intelectual	da	fé	cristã	por	todo	o	mundo;
EPÍSTOLAS	GERAIS	—	Ao	todo	são	oito:	Hebreus,	Tiago,	1Pedro,	2Pedro,	1João,	2João,	3João	e
Judas.	Escritas	por	Tiago,	Pedro,	João	e	Judas,	à	exceção	da	Epístola	aos	Hebreus,	cujo	autor	é
desconhecido	até	hoje.
4.	PROFECIA	—	O	livro	do	Apocalipse	—	É	o	último	livro	da	Bíblia	onde,	numa	linguagem
excessivamente	figurativa,	enigmática	e	simbólica,	João	recebe	na	ilha	de	Patmos	(no	mar	Egeu)	a	grande
revelação	do	fim	do	mundo,	descrevendo	em	vivas	cores	a	vinda	pessoal	de	Cristo	à	terra	para
estabelecer	o	seu	governo	universal	e	proferir	a	grande	sentença	do	famoso	juízo	final,	havendo	em
seguida	uma	fusão	do	reino	terreno	com	o	reino	celestial	e	eterno.
VIII.	O	CÂNON	DA	BÍBLIA
Cânon,	ou	Escrituras	Canônicas,	é	a	coleção	completa	dos	livros	divinamente	inspirados	por	Deus	que
constituem	a	Bíblia.	Cânon	é	uma	palavra	grega	que	significa	“vara	reta	de	medir”.	Assim	como	uma
régua	serve	de	regra	para	medir,	no	sentido	religioso	tem	o	significado	de	“regra	escrita	de	fé	e	prática”.
E	realmente	para	nós,	povo	de	Deus,	a	Bíblia	é	nossa	regra	de	fé	e	prática	que	serve	para	medir	a	nossa
conduta	cristã.	O	termo	“cânon”,	foi	empregado	primeiramente	por	Orígenes	(185-254	d.C.),	professor
da	escola	teológica	de	Alexandria,	para	diferenciar	os	livros	canônicos	dos	livros	“apócrifos”.
1.	O	CÂNON	DO	ANTIGO	TESTAMENTO
O	cânon	do	Antigo	Testamento,	como	temos	hoje,	ficou	completo	desde	o	tempo	de	Esdras	em	445
a.C.	A	divisão	dos	livros	no	cânon	hebraico	é	diferente	da	nossa.	Jesus	citou	a	divisão	do	cânon	hebraico
em	Lc	24.44	(Lei	de	Moisés,	Profetas	e	Salmos).	O	cânon	hebraico	consiste	em	24	livros	e	não	39	livros
como	em	nossa	Bíblia.	Isso	porque	alguns	livros	são	divididos	em	dois,	em	nossa	Bíblia,	como	nos	casos
de	Samuel,	Reis	e	Crônicas,	os	quais,	na	Bíblia	hebraica	formam	um	só	volume.	Esdras	e	Neemias	são
também	um	só	volume.	Os	Profetas	Menores,	que	são	12	em	nossa	Bíblia	(Oseias	a	Malaquias),	na	Bíblia
hebraica	são	um	só	volume.	A	nossa	divisão	do	Antigo	Testamento	em	39	livros	vem	da	Septuaginta,
através	da	Vulgata	Latina.	A	diferença	da	divisão	do	cânon	hebraico,	da	divisão	do	cânon	de	nossa
Bíblia,	não	altera	a	veracidade	das	Escrituras	Sagradas;	o	mais	importante	é	que	não	foi	alterada	a
mensagem.	O	cânon	do	Antigo	Testamento	foi	formado	num	espaço	de	mais	ou	menos	1046	anos.	Moisés
escreveu	as	primeiras	palavras	do	Pentateuco,	por	volta	do	ano

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