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CURSO DE BÁSICO DE TEOLOGIA

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CURSO BÁSICO DE 
TEOLOGIA 
12 DISCIPLINAS 
Carlos Henrique C. Seabra 
PASTOR E PROFESSOR 
chseabra@gmail.com 
wts: 91 98353-8470 
NOME: 
_______________________________________________ 
VERSICULO CHAVE: 
_______________________________________________
_______________________________________________ 
mailto:chseabra@gmail.com
 CURSO BÁSICO DE TEOLOGIA 
 
 
1 
Sumário 
1) Teologia — A Doutrina de Deus ................................................................................................................... 5 
2) CRISTOLOGIA — A DOUTRINA DE CRISTO ........................................................................................... 13 
3) PARACLETOLOGIA — A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO ................................................................. 18 
4) BIBLIOLOGIA — A DOUTRINA DA BÍBLIA ............................................................................................... 28 
5) ANGELOLOGIA — A DOUTRINA DOS ANJOS ........................................................................................ 34 
6) ANTROPOLOGIA BÍBLICA — A DOUTRINA DO HOMEM ....................................................................... 37 
7) HAMARTIOLOGIA — A DOUTRINA DO PECADO ................................................................................... 41 
8) SOTERIOLOGIA — A DOUTRINA DA SALVAÇÃO .................................................................................. 44 
9) ECLESIOLOGIA — A DOUTRINA DA IGREJA ......................................................................................... 48 
10) ESCATOLOGIA — A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS .................................................................... 55 
11) HOMILÉTICA — A ARTE DE PREGAR ................................................................................................... 66 
12) HERMENÊUTICA — A ARTE DE INTERPRETAR O TEXTO ................................................................. 69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CURSO BÁSICO DE TEOLOGIA 
 
 
2 
CURSO DE BÁSICO DE TEOLOGIA 
1) Teologia 
— A Doutrina de Deus 
I. CLASSIFICAÇÃO DA TEOLOGIA 
II. ORIGEM DO TERMO “TEOLOGIA” 
III. A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA 
IV. O OBJETIVO PRINCIPAL DA TEOLOGIA 
V. A EXISTÊNCIA DE DEUS 
VI. OS ATRIBUTOS DE DEUS 
VII. A SANTÍSSIMA TRINDADE 
 
2) CRISTOLOGIA 
— A DOUTRINA DE CRISTO 
I. A PESSOA DE JESUS CRISTO 
II. A HUMANIDADE DE JESUS CRISTO 
III. A DIVINDADE DE JESUS CRISTO 
IV. O CARÁTER DE JESUS CRISTO 
V. A OBRA DE JESUS CRISTO 
VI. A MORTE DE JESUS CRISTO 
VII. A RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO 
VIII. A ASCENSÃO DE JESUS CRISTO 
 
3) PARACLETOLOGIA 
— A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO 
I. DISPENSAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO 
II. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA HISTÓRIA BÍ-
BLICA 
III. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA IGREJA PRIMI-
TIVA 
IV. O SILÊNCIO DO ESPÍRITO SANTO 
V. ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NA HISTÓRIA DA 
IGREJA 
VI. OS DONS ESPIRITUAIS 
VII. OS DONS MINISTERIAIS 
VIII. O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO 
IX. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO 
X. O ESPÍRITO SANTO É DEUS 
 
4) BIBLIOLOGIA 
— A DOUTRINA DA BÍBLIA 
I. TERMO E ORIGEM DA BIBLIOLOGIA 
II. A BÍBLIA COMO UM LIVRO 
III. MATERIAL GRÁFICO EMPREGADO NA BÍBLIA 
ORIGINALMENTE 
IV. O AUTOR DA BÍBLIA 
V. NOMES CANÔNICOS DA BÍBLIA 
VI. TEMA CENTRAL DA BÍBLIA 
VII. A ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS 
DA BÍBLIA 
VIII. O CÂNON DA BÍBLIA 
 
5) ANGELOLOGIA 
— A DOUTRINA DOS ANJOS 
I. OS ANJOS SÃO CRIATURAS DE DEUS 
II. OS ANJOS SÃO CRIATURAS SUPERIORES AOS 
HOMENS 
III. A CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS 
 
6) ANTROPOLOGIA BÍBLICA 
— A DOUTRINA DO HOMEM 
I. A COROA DA CRIAÇÃO DE DEUS 
II. O HOMEM MATERIAL 
III. O HOMEM RACIONAL E ESPIRITUAL 
IV. O PECADO DO HOMEM 
V. O DIA EM QUE DEUS VIROU HOMEM 
VI. A SALVAÇÃO DO HOMEM 
 
 
 
 CURSO BÁSICO DE TEOLOGIA 
 
 
3 
7) HAMARTIOLOGIA 
— A DOUTRINA DO PECADO 
I. A ORIGEM DO PECADO 
II. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO DO HOMEM 
III. A SOLUÇÃO DE DEUS PARA O PECADO DO HO-
MEM 
 
8) SOTERIOLOGIA 
— A DOUTRINA DA SALVAÇÃO 
I. O AMOR DE DEUS 
II. A EXPIAÇÃO 
III. A GRAÇA 
IV. A FÉ 
V. O ARREPENDIMENTO 
VI. A CONVERSÃO 
VII. A RECONCILIAÇÃO 
VIII. A REGENERAÇÃO 
IX. A JUSTIFICAÇÃO 
X. A SANTIFICAÇÃO 
 
9) ECLESIOLOGIA 
— A DOUTRINA DA IGREJA 
I. IGREJA DO DEUS VIVO 
II. A IGREJA COMO COLUNA 
III. BALUARTE DA VERDADE 
IV. AS DUAS GRANDES ORDENANÇAS DA IGREJA 
V. SISTEMAS DE GOVERNO DA IGREJA 
VI. A MISSÃO DA IGREJA 
 
10) ESCATOLOGIA 
— A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS 
I. O ARREBATAMENTO DA IGREJA 
II. O TRIBUNAL DE CRISTO 
III. AS BODAS DO CORDEIRO 
IV. A GRANDE TRIBULAÇÃO 
V. A MANIFESTAÇÃO DO ANTICRISTO 
VI. A BATALHA DO ARMAGEDOM 
VII. A SEGUNDA VINDA DE CRISTO EM GLÓRIA 
VIII. O MILÊNIO 
IX. O JUÍZO FINAL 
X. A ETERNIDADE COM DEUS 
XI. NOVOS CÉUS E NOVA TERRA 
XII. A PERFEIÇÃO E A GRANDEZA DA NOVA JERU-
SALÉM (Ap 22.1-5) 
 
11) HOMILÉTICA 
— A ARTE DE PREGAR 
I. JESUS CRISTO — O MAIOR PREGADOR DA HIS-
TÓRIA 
II. A SENSIBILIDADE DO PREGADOR 
III. A PREGAÇÃO PRECISA TER GRAÇA E UNÇÃO 
IV. O PREGADOR PRECISA SER AUTÊNTICO EM 
SUA PREGAÇÃO 
V. CRISTO DEVE SER O PRINCIPAL CONTEÚDO DA 
NOSSA PREGAÇÃO 
VI. OS TIPOS DE SERMÕES 
VII. O PREPARO INTELECTUAL E DEVOCIONAL DO 
PREGADOR 
 
12) HERMENÊUTICA 
— A ARTE DE INTERPRETAR O TEXTO 
I. A BÍBLIA EXPLICA ELA MESMA 
II. NÃO SE PODE INTERPRETAR UM TEXTO BÍ-
BLICO DE FORMA ISOLADA 
III. É PRECISO CONHECER AS FIGURAS DE LIN-
GUAGEM DO TEXTO SAGRADO 
IV. É PRECISO APLICAR A EXEGESE DE FORMA 
CORRETA 
V. É PRECISO ESTUDAR A BÍBLIA DE FORMA DE-
VOCIONAL
 
Seja bem-vindo ao Curso de Teologia, com certeza será uma experiência nova e dinâmica para sua vida, aprender 
mais e mais da Palavra de Deus. 
 
Nosso objetivo e compromisso é transmitir a todos conhecimentos necessário para o crescimento espiritual, a res-
ponsabilidade para com a Palavra de Deus que é a nossa única regra de fé, visando oferecer a todos um caminho de 
integridade, através da ética Ministerial, com honra e muita seriedade, levando a você a oportunidade de crescimento 
na Graça e no Conhecimento, para que nas palavras do Apostolo Paulo formemos homens e mulheres aprovados, 
que manejem bem a Palavra da verdade. 
 
 
INTRODUÇÃO 
Além de colocar à disposição de todos os pregadores e estudantes da Palavra de Deus em geral uma Bíblia com mais 
de mil sermões para serem pregados em todas as ocasiões, estamos colocando à disposição dos leitores desta Bíblia 
um cursinho básico de teologia. É algo bem simples e resumido. O objetivo é facilitar a vida de tantos obreiros da seara 
do Senhor que não tiveram a oportunidade e nem mesmo condições de fazer um curso mais amplo de teologia. Pes-
soas que não residem nos grandes centros encontram dificuldade para fazer um curso, seja ele básico, médio ou 
superior em teologia. Daí a razão de apresentarmos este cursinho de teologia composto de 12 matérias teológicas, 
com o objetivo de pelo menos dar uma pequena noção do que é teologia, sua importância para o crescimento espiritual, 
intelectual e bíblico de todos os estudantes em geral da Bíblia Sagrada. 
Os conceitos técnicos e basilares da teologia cristã são encontrados nos melhores manuais de teologia. Portanto, não 
há como fazer invenções teológicas. Destas 12 matérias teológicas, dez são de teologia sistemática: teologia, cristolo-
gia, paracletologia, bibliologia, angelologia, antropologia, hamartiologia, soteriologia, eclesiologia e escatologia; duas 
fazem parte da teologia exegética: homilética e hermenêutica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CURSO BÁSICO DE TEOLOGIA 
 
 
5 
1) Teologia — A Doutrina de Deus 
 
INTRODUÇÃO 
A doutrina que estuda sobre Deus chama-se “teologia”. O termo teologia, segundo seus aspectos 
etimológicos, é composto de duas palavras gregas: theos, que significa Deus e logos, que significa 
“ciência” ou “tratado”. A teologia estuda o seguinte sobre Deus: sua personalidade,seus atributos 
naturais e morais, sua existência, sua eternidade, sua santidade, sua misericórdia, sua graça, seu amor, 
sua espiritualidade, sua imutabilidade, seus nomes, sua retidão, sua providência, sua paternidade, a 
Trindade e tudo mais que a teologia pode nos revelar acerca de Deus. Embora não encontremos nas 
Escrituras Sagradas a palavra “teologia”, ela é bíblica em seu caráter. Vejamos: 
I. CLASSIFICAÇÃO DA TEOLOGIA 
A teologia é envolvida com Deus, o homem e a religião e por isso tem várias divisões. A teologia está 
classificada em cinco principais ramos: 
TEOLOGIA EXEGÉTICA: Este ramo da teologia procura descobrir o verdadeiro significado das 
Escrituras, mostrando a arte de interpretar as línguas originais em que foi escrita a Bíblia, decifrando as 
dificuldades de interpretação, como no caso a hermenêutica sagrada. 
TEOLOGIA HISTÓRICA: Este ramo da teologia traça a história do desenvolvimento da interpretação 
doutrinária, envolvendo o estudo da história da Igreja, como por exemplo, a história do cristianismo. 
TEOLOGIA DOGMÁTICA: Este ramo da teologia estuda as verdades fundamentais da fé como se nos 
apresenta nos credos da Igreja, como por exemplo a teologia calvinista, luterana e outras mais. 
TEOLOGIA BÍBLICA: Este ramo da teologia traça o progresso da verdade, através dos diversos 
livros da Bíblia e descreve a maneira de cada escritor apresentar as doutrinas importantes como por 
exemplo a teologia do Antigo Testamento, teologia do Novo Testamento, teologia do Pentateuco etc. 
TEOLOGIA SISTEMÁTICA: Neste ramo de estudo da teologia, os ensinos bíblicos concernentes a 
Deus e aos homens são agrupados em tópicos de acordo com um sistema definido por matérias e 
distribuído em disciplinas autônomas, como por exemplo: teologia (doutrina de Deus), cristologia 
(doutrina de Cristo), paracletologia (doutrina do Espírito Santo), bibliologia (doutrina da Bíblia), 
angelologia (doutrina dos anjos), antropologia (doutrina do homem), hamartiologia (doutrina do pecado), 
soteriologia (doutrina da salvação), eclesiologia (doutrina da igreja) e escatologia (doutrina das últimas 
coisas). De acordo com o teólogo anglicano William Henry Thomas: “A teologia é a expressão técnica da 
revelação de Deus. Faz parte da teologia examinar todos os fatos espirituais da revelação, calcular o seu 
valor e arranjá-los em um corpo de ensinamentos”. Vejamos: 
 
II. ORIGEM DO TERMO “TEOLOGIA” 
 CURSO BÁSICO DE TEOLOGIA 
 
 
6 
O termo “teologia” foi usado pela primeira vez por Platão no diálogo “A república”, para referir-se à 
compreensão da natureza divina de forma racional, em oposição à compreensão literária própria da 
poesia, tal como era conduzida pelos seus conterrâneos. Mais tarde, Aristóteles empregou o termo em 
numerosas ocasiões, com dois significados: (1) teologia como o ramo fundamental da filosofia, também 
chamada “filosofia primeira” ou “ciência dos primeiros princípios”, mais tarde chamada de metafísica 
por seus seguidores; e (2) teologia como denominação do pensamento mitológico imediatamente anterior 
à filosofia. O teólogo protestante suíço Karl Barth definiu a teologia como um “falar a partir de Deus”. 
 
III. A IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA 
A teologia, o estudo de Deus, já foi classificada no passado como a “rainha das matérias 
universitárias”, por pesquisar e estudar sobre o maior de todos os mistérios do Universo — Deus. E, 
também, por ser um dos mais antigos cursos universitários da história. Aliás, as primeiras universidades 
da Europa ofereciam basicamente três cursos: teologia, filosofia e direito. Hoje, com a extrema 
secularização das universidades, o curso de teologia sofre toda a discriminação da comunidade 
científica, por sua associação com a religião e pelo fato de ir contra todos os argumentos e teorias 
científicas acerca da origem do homem e do Universo, como a teoria da Evolução, teoria do Big Bang e 
tantas outras teorias. 
Eles previam que o povo perderia o interesse pela religião e, consequentemente, Deus seria tirado da 
pauta. Todavia apesar do materialismo das pessoas, elas resolveram querer Deus e também a 
prosperidade econômica. Portanto Deus nunca saiu e nem jamais sairá da mente humana. Ele sempre será 
o assunto principal do mundo. Os maiores conflitos hoje ao redor do planeta ainda são por questões 
religiosas. As previsões teóricas dos sábios deste mundo fracassaram e a teologia voltou a ficar em 
evidência. Os teólogos estão cada vez mais se tornando fonte de consulta para os problemas existenciais 
da vida humana. O próprio MEC (Ministério da Educação e Cultura) passou a reconhecer o curso de 
bacharel em teologia como um curso de nível superior. Hoje, os teólogos estão sendo convidados pelos 
populares programas de auditório na televisão e programas de debate nas rádios, nas redes sociais e nos 
demais meios de comunicação para responder questões de moralidade, ética e fé. Daí a necessidade de 
cada cristão, ou obreiro da seara do Mestre, ter pelo menos um conhecimento básico de teologia. 
 
IV. O OBJETIVO PRINCIPAL DA TEOLOGIA 
O principal objetivo da teologia é fazer o homem entender o maior mistério do Universo — Deus. A 
pergunta que Pilatos fez a Jesus é uma pergunta que não se cala: “Que é a verdade?” (Jo 18.38). Tanto 
filósofos como teólogos tentam explicar Deus. Para o filósofo grego Platão: “Ele é o começo, meio e fim 
de todas as coisas. É a metade ou a razão suprema; a causa eficiente de todas as coisas; eterno, imutável, 
 CURSO BÁSICO DE TEOLOGIA 
 
 
7 
onisciente, onipotente. Tudo permeia e tudo controla. É justo, santo, sábio e bom; o absolutamente 
perfeito, começo de toda a verdade, a fonte de toda a lei e justiça, a origem de toda a ordem e beleza e, 
especialmente, a causa de todo o bem”. Essa descrição foi aceita por muitos teólogos. 
Para o grande teólogo cristão Anselmo de Cantuária, o pai da Escolástica, “Deus é o princípio e o fim 
de todas as coisas; ele existe antes, durante e depois de todas as coisas, pois ele criou tudo, mantém tudo 
e permanecerá eterno e imutável depois que todas as coisas tiverem seu fim. Em tudo se pode notar Deus, 
pois em cada criatura está uma inscrição de seu Criador. Ele criou todas as coisas existentes às nossas 
realidades sensíveis e também aquelas que nossa limitação sensitiva não é capaz de perceber, mas 
somente sofrer suas consequências. Tu estás inteiro por toda a parte e a tua eternidade é inteira e 
imperecível. Tu estás de tal maneira fora do espaço que não há em ti nem meio, nem metade, nem parte 
alguma. Tu és misericordioso porque és sumamente bom; és sumamente bom porque és sumamente justo, 
deve-se admitir que és verdadeiramente misericordioso porque és sumamente justo. Portanto, tu és justo 
conforme a tua natureza, ó Deus justo e benigno, tanto ao castigar como ao perdoar. Tu não és apenas 
aquilo de que não é possível pensar nada maior, mas és, também, tão grande que superas a nossa 
possibilidade de pensar-te”. Já dizia o profeta Isaías: “Verdadeiramente, tu és o Deus que te ocultas, o 
Deus de Israel, o Salvador” (Is 45.15). 
Em Is 57.15, o próprio Deus dá a definição de si mesmo, dizendo: “Porque assim diz o Alto e o 
Sublime, que habita na eternidade e cujo nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o 
contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos 
contritos”. Aqui Deus revela a sua transcendência e a sua imanência. Ele é um Deus que transcende a 
tudo e está acima de tudo, porém, é um Deus imanente, o qual está bem perto de sua criação e mora 
também dentro do coração das pessoas contritas. 
 
V. A EXISTÊNCIA DE DEUS 
A existência de Deus é uma verdade fundamental das Escrituras, que não tecem argumentos para 
afirmá-la ou comprová-la. A Bíblia já inicia apresentando a realidade da existência de Deus, dizendo: 
“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Deus não precisa que o homem creiaque ele existe 
para poder existir. Independente do homem crer ou não crer na existência de Deus — ele existe! Nossa 
principal base para crer na realidade de Deus se encontra nas páginas da Bíblia Sagrada. A Bíblia, 
portanto, não se destina ao ateu, que nega a existência de Deus, nem ao agnóstico, que nega a 
possibilidade de crer ou não na existência de Deus, nem para o incrédulo, que rejeita a revelação de 
Deus. Definir exatamente quem é Deus não é algo que pode ser feito meramente por palavras. Se não 
houvesse uma revelação, acima de tudo, do próprio Deus ao homem, nunca iríamos compreendê-lo. 
Acreditando ou não na existência de Deus, o homem necessita do Senhor para compreender a si mesmo. 
 CURSO BÁSICO DE TEOLOGIA 
 
 
8 
Eis a questão que definirá o nosso destino eterno. A definição básica que os dicionários bíblicos dão 
sobre Deus é esta: “Deus é um ser existente por si mesmo, infinito, supremo, criador e conservador do 
Universo”. 
Teorias sobre a existência de Deus 
Existem várias teorias a respeito do que o homem pensa sobre a existência de Deus, e se difundiram 
através da história, existindo até hoje adeptos destas teorias. 
ATEÍSMO: O ateísmo se define hoje como um movimento humanista radical que nega a existência de 
Deus. O ateu nega o conceito de Deus por não ser capaz de descobrir no Universo material a existência 
de Deus. Porque Deus sendo Espírito não pertence à categoria da matéria e, portanto, não pode ser 
descoberto por investigações meramente naturais ou humanas. Entretanto a Bíblia mostra que o Universo 
material proclama a glória de Deus (Sl 19.1). A crença na existência de Deus é universal. Nunca 
existiram povos ateus. Ficou provado, tanto pela história como pela arqueologia, que “nunca se encontrou 
tribo ou nação que não tenha alguma noção de um ser supremo, um Deus que através de suas religiões 
procuram se aproximar dele e agradar-lhe por meio de sacrifícios, às vezes até de sangue”. O moralista e 
historiador grego Plutarco (45-125 d.C.) costumava dizer o seguinte: “É possível encontrar cidades sem 
muralhas, sem ginásios, sem leis, sem moedas, sem cultura literária, mas um povo sem Deus, sem 
orações, sem juramentos, sem ritos religiosos, sem sacrifícios jamais foi encontrado”. 
POLITEÍSMO: O politeísmo é conhecido como “culto de muitos deuses”. Era característico das 
religiões antigas, mas até hoje é praticado entre muitos povos e nações, principalmente na Índia, onde se 
acredita que existam treze milhões de deuses. Baseia-se o politeísmo na ideia de que o Universo é 
governado não só por uma força, mas sim por muitas forças, de maneira que há um deus na água, um deus 
no fogo, um deus em cada animal, um deus nos pássaros, nas montanhas etc. O apóstolo Paulo descreve 
como surgiu o politeísmo, dizendo: “E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da 
imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis” (Rm 1.23). A Palavra de Deus 
derruba totalmente esta teoria, dizendo: “Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e 
em todos” (Ef 4.6). 
PANTEÍSMO: O panteísmo é proveniente de duas palavras gregas, que significam “tudo é Deus”. É 
um sistema de pensamento que confunde Deus com a natureza e o identifica com o Universo, árvores, 
pedras, terra, água etc. O apóstolo Paulo também descreve como surgiu o panteísmo, dizendo: “pois 
mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é 
bendito eternamente. Amém!” (Rm 1.25). A Bíblia afirma que: “Os céus manifestam a glória de Deus e o 
firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1). Portanto, a natureza apenas expressa a glória do 
Criador! 
DEÍSMO: O deísmo admite que haja um Deus pessoal que criou o mundo, mas insiste que, depois da 
 CURSO BÁSICO DE TEOLOGIA 
 
 
9 
criação, Deus abandonou o mundo e entregou para ser governado pelas leis naturais. A Bíblia condena 
totalmente esta teoria, dizendo: “Exaltado está o SENHOR, acima de todas as nações, e a sua glória, sobre 
os céus. Quem é como o SENHOR, nosso Deus, que habita nas alturas; que se curva para ver o que está nos 
céus e na terra; que do pó levanta o pequeno e, do monturo, ergue o necessitado, para o fazer assentar 
com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo; que faz com que a mulher estéril habite em família 
e seja alegre mãe de filhos? Louvai ao SENHOR!” (Sl 113.4-9). Este texto revela a transcendência e 
imanência de Deus. Como transcendente, Deus é excelso e está acima de tudo! Porém como imanente, ele 
se inclina para observar a sua criação e interfere no dia a dia das pessoas, exaltando o humilde, fazendo 
até a mulher estéril ser alegre mãe de filhos! 
AGNOSTICISMO: O vocábulo “agnosticismo”, proveniente de um termo grego, tem o sentido de “não 
conhecer”. Esse sistema de ensino tem por objetivo negar a capacidade humana de conhecer a Deus. “A 
mente finita não pode alcançar o infinito”, afirma o agnóstico. A Bíblia refuta totalmente esta teoria, 
dizendo: “Conheçamos e prossigamos em conhecer o SENHOR: como a alva, será a sua saída; e ele a nós 
virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.3). Portanto, o conhecimento de Deus é 
progressivo! 
MONOTEÍSMO: O monoteísmo é a crença de que existe um só Deus que criou todas as coisas e 
sustenta pela sua Palavra todo o Universo (Hb 1.1-3). O “monoteísmo” é o oposto do “politeísmo” e 
defende o “culto verdadeiro de adoração a um só Deus”. O monoteísmo é defendido pelo judaísmo e 
pelas duas maiores religiões do planeta, cristianismo e islamismo. A Bíblia apoia claramente esta 
doutrina, dizendo: “Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e 
um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1Co 8.6). O próprio Deus 
confirma esta doutrina, dizendo: “Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque 
eu sou Deus, e não há outro” (Is 45.22). 
VI. OS ATRIBUTOS DE DEUS 
Os atributos de Deus são aquelas características essenciais permanentes e distintivas que podem ser 
afirmadas a respeito de seu ser. Seus atributos são suas perfeições inseparáveis de sua natureza e que 
condicionam seu caráter. Os teólogos têm feito muitas tentativas para classificar os atributos de Deus em 
atributos naturais e atributos morais. Os atributos naturais de Deus são todos aqueles que pertencem à sua 
existência como Espírito infinito e racional. Enquanto que os atributos morais de Deus são aqueles 
atributos adicionais que lhe pertencem como Espírito infinito e justo. 
Os atributos naturais de Deus 
Os atributos naturais de Deus são: eternidade, imutabilidade, onisciência, onipotência e onipresença. 
ETERNIDADE: A eternidade de Deus é a duração infinita sem começo e sem fim. Deus não teve 
princípio e não terá fim (Jó 36.26). Ele conhece os acontecimentos presentes. Contudo o passado, 
 CURSO BÁSICO DE TEOLOGIA 
 
 
10 
presente e futuro são igualmente conhecidos para ele. Para nós os acontecimentos ocorrem um a um. Mas 
Deus vê todos os acontecimentos como um todo ligado, como se fosse um único acontecimento. Moisés 
escreveu sobre a eternidade de Deus, dizendo: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a 
terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2). 
IMUTABILIDADE: A imutabilidade de Deus não admite a possibilidade de mudança e nem sombra de 
variação. Na qualidade de ser infinito, absoluto, independente e eterno, Deus está acima de 
possibilidades de mudanças e variações. O apóstolo Tiago escreveu sobre a imutabilidade de Deus, 
dizendo: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há 
mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17). O Senhor também falou de sua imutabilidade através do 
profeta Malaquias, dizendo: “Porque, eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois 
consumidos” (Ml 3.6). 
ONISCIÊNCIA: A onisciênciade Deus é um termo teológico que se refere ao conhecimento e 
sabedoria infinitos de Deus e sua capacidade de conhecer perfeitamente todas as coisas. Calvino definiu 
a onisciência como “Aquele atributo mediante o qual Deus conhece a si mesmo e a todas as outras coisas 
em um só e simplicíssimo ato eterno”. Davi escreveu sobre a onisciência de Deus, dizendo: “Tu conheces 
o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar e o meu 
deitar; e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó 
SENHOR, tudo conheces. Tu me cercaste em volta e puseste sobre mim a tua mão. Tal ciência é para mim 
maravilhosíssima; tão alta, que não a posso atingir” (Sl 139.2-6). 
ONIPOTÊNCIA: A onipotência de Deus é um termo teológico que se refere ao poder ilimitado de 
Deus. Davi também escreveu sobre a onipotência de Deus, dizendo: “Grande é o SENHOR e muito digno 
de louvor; e a sua grandeza, inescrutável” (Sl 145.3). O próprio Deus revelou para Abraão a sua 
onipotência, dizendo: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso” (Gn 17.1). Jesus também revelou a onipotência de 
Deus, dizendo: “Mas a Deus tudo é possível” (Mt 19.26). 
ONIPRESENÇA: A onipresença de Deus é um termo teológico que se refere à natureza ilimitada de 
Deus ou à sua capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Davi também escreveu sobre a 
onipresença de Deus, dizendo: “Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face? Se 
subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também; se tomar as asas da 
alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. Se disser: 
decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me 
escondem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa” 
(Sl 139.7-12). O escritor da carta aos Hebreus também escreveu sobre a onipresença de Deus, dizendo: 
“E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos 
daquele com quem temos de tratar” (Hb 4.13). 
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11 
Os atributos morais de Deus 
Os atributos morais de Deus são: santidade, retidão, justiça, amor, misericórdia e graça. 
SANTIDADE: A santidade de Deus é seu atributo mais exaltado e destacado, pois expressa a 
majestade de sua natureza e caráter moral. A santidade de Deus poderia se chamar também de “atributo 
moral enfático de Deus”. A Bíblia descreve como Deus é incomparável em santidade, dizendo: “Não há 
santo como o SENHOR; porque não há outro além de ti; e Rocha não há, nenhuma, como o nosso Deus” 
(1Sm 2.3). Os seres viventes proclamam dia e noite a santidade de Deus, dizendo: “Santo, Santo, Santo é 
o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir” (Ap 4.8). Os serafins também 
fazem isso, dizendo: “Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” 
(Is 6.3). 
RETIDÃO: A retidão de Deus é a imposição de leis e exigências retas, podendo ser chamada de 
“santidade legislativa”. Nesse atributo vemos revelado o empenho de Deus pela santidade que sempre o 
impele a fazer e a exigir o que é reto (Sl 145.17; 116.5). Todos os requisitos exigidos por Deus aos 
homens são absolutamente retos em seu caráter. Davi escreveu sobre a retidão de Deus, dizendo: “Bom e 
reto é o SENHOR; pelo que ensinará o caminho aos pecadores” (Sl 25.8). 
JUSTIÇA: A justiça de Deus é a execução das penalidades impostas por suas leis; essa pode ser 
chamada de “santidade judicial”. Nesse atributo vemos revelado seu ódio contra o pecado, uma 
indignação tal que, livre de toda paixão ou capricho, sempre o impele a ser justo e a exigir o que é justo 
(Sf 3.5; Dt 32.4). Todos os tratos de Deus com os homens se baseiam na justiça absoluta. A Bíblia fala da 
retidão e justiça de Deus, dizendo: “Ele mesmo julgará o mundo com justiça; julgará os povos com 
retidão” (Sl 9.8). 
AMOR: O amor é aquele atributo de Deus pelo qual ele se inclina a buscar os melhores interesses de 
suas criaturas (Jo 3.16; Mt 5.44-45). O cristianismo é realmente a única religião que exibe o ser supremo 
como amor (1Jo 4.8). Os deuses dos pagãos são irascíveis e odiosos, que necessitam ser constantemente 
apaziguados. Não é assim o nosso Deus. Seu amor, qual ponte, transpõe o abismo do tempo. Permanece 
firme sob as mais pesadas pressões. As pressões e o peso do pecado do homem não têm quebrado a 
ponte do amor, que se reflete na longanimidade de Deus. Paulo escreveu sobre a demonstração prática do 
amor de Deus pelos pecadores, dizendo: “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo 
morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). 
MISERICÓRDIA: A misericórdia de Deus é aquele princípio e qualidade que descreve sua 
disposição e ação em relação aos pecaminosos e sofredores, sustando penalidades merecidas e aliviando 
os angustiados. A Bíblia fala da eternidade da misericórdia de Deus, dizendo: “Mas a misericórdia do 
SENHOR é de eternidade a eternidade, sobre aqueles que o temem, e a sua justiça, sobre os filhos dos 
filhos” (Sl 103.17). Com base nisso, o profeta Jeremias descreve a infinita misericórdia do Senhor, 
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12 
dizendo: “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos; porque as suas 
misericórdias não têm fim. Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade” (Lm 3.22-23). 
GRAÇA: A graça de Deus é seu favor não merecido, contrário ao merecimento, mediante o qual a 
penalidade merecida e consequente é suspensa e todas as bênçãos positivas são concedidas ao crente 
arrependido. O salmista Davi descreveu tão bem a plenitude da graça de Deus, dizendo: “Mas tu, Senhor, 
és um Deus cheio de compaixão, e piedoso, e sofredor, e grande em benignidade e em verdade” 
(Sl 86.15). O apóstolo Paulo também escreveu sobre a extensão da graça de Deus, dizendo: “Porque a 
graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). 
 
VII. A SANTÍSSIMA TRINDADE 
A Bíblia afirma, de forma categórica, em suas páginas: “Há um só Deus” (1Co 8.6; Ef 4.6). Entretanto, 
esse Deus único se manifesta em três pessoas divinas: O Deus Pai, o Deus Filho e o Deus Espírito Santo 
(Mt 28.19). A palavra “Trindade” não se encontra na Bíblia, mas foi primeiramente empregada por 
Tertuliano, um dos mais importantes teólogos do período Patrístico, para descrever o que as Escrituras 
ensinam sobre a natureza do Deus trino. A Bíblia afirma que o único Deus verdadeiro existe como uma 
Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. Estas três pessoas, que formam uma única divindade, são 
distinguíveis uma da outra na mesma natureza, na mesma essência, e se relacionam entre si numa 
comunhão ininterrupta. A Trindade é uma comunhão eterna que já existia muito antes de todas as coisas, 
portanto, não é uma invenção de Tertuliano; ele apenas usou pela primeira vez o termo “Trindade”. 
A doutrina da Trindade existe para descrever a plenitude da divindade, que se fundamenta na tríplice 
manifestação de Deus, nos eventos narrados no Antigo e Novo Testamento. Desde a criação observamos 
alguns verbos e pronomes que se referem a mais de uma pessoa: (1) na criação do homem: “Façamos o 
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26); (2) na confusão das línguas: “Eia, 
desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro” (Gn 11.7); (3) na 
visão de Isaías, quando do seu chamamento, lemos que Deus perguntou: “A quem enviarei, e quem há de 
ir por nós?” Estas citações no Antigo Testamento definem mais de uma pessoa na Trindade presente em 
ação. 
No Novo Testamento, a doutrina da Trindade é claramente explícita nas seguintes ocasiões: (1) a 
tríplice manifestação divina é evidenciada por ocasião do batismo de Jesus (Mt 3.16-17); (2) pela 
menção das Três Pessoas da Trindade na grandeordenança de Jesus acerca do batismo dos salvos 
(Mt 28.19); (3) na referência das Três Pessoas da Trindade na bênção apostólica (2Co 13.13) e (4) pela 
menção das Três Pessoas divinas nos ensinos de Cristo e Paulo em várias outras passagens do Novo 
Testamento, que revelam claramente a doutrina da Trindade. 
A santíssima Trindade não é três deuses como ensina a teoria conhecida como “triteísmo”. A Trindade 
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13 
não é três manifestações de uma só pessoa como ensina a teoria conhecida como “sabelianismo”. A 
Trindade também não é três elementos essenciais de um Deus como ensina a teoria conhecida como 
“swedenborgianismo”. Entretanto qual é a teoria correta que define a Trindade? O Credo Atanasiano 
define muito bem a santíssima Trindade dizendo: “Adoramos um só Deus em Trindade e uma Trindade 
em unidade, não confundindo as pessoas e nem dividindo a substância”. A Trindade, portanto, são três 
pessoas eternamente “interconstituídas”, inter-relacionadas, “interexistentes” e inseparáveis dentro de um 
único ser e de uma única substância ou essência. 
Em 1Co 12.4-6, Paulo distingue de forma clara as três pessoas da Trindade, dizendo: “Ora, há 
diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o 
mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”. 
Em Ef 4.4-6, Paulo ainda reforça o argumento, dizendo: “Há um só corpo e um só Espírito, como 
também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só 
batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos”. 
 
CONCLUSÃO 
Em Jo 17.3, o Senhor Jesus Cristo nos deu o resumo de toda a teologia cristã, dizendo: “E a vida 
eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. 
 
 
2) CRISTOLOGIA — A DOUTRINA DE CRISTO 
 
INTRODUÇÃO 
A cristologia é uma disciplina da teologia sistemática que estuda acerca da pessoa e obra de Cristo. O 
termo “cristologia”, é uma associação do nome messiânico de Jesus em grego, que é “Cristo”, o 
“Ungido”, com o sufixo logia, que é “estudo”, “doutrina” ou “ensino”. Portanto, cristologia é o estudo, a 
doutrina ou o ensino acerca de Cristo. Esta matéria teológica se reveste de grande importância, pelo fato 
de estudar sobre o fundador do cristianismo, a maior religião do planeta. Jesus Cristo possui uma relação 
tão vital com o cristianismo que nenhum outro fundador de religião possui. Todas as demais religiões são 
de profetas e mestres mortos. O cristianismo, porém, é a única religião que o seu fundador vive para 
sempre. Vamos resumir esta matéria tão extensa em oito principais ensinos acerca de Cristo: I) A pessoa 
de Jesus Cristo; II) A humanidade de Jesus Cristo; III) A divindade de Jesus Cristo; IV) O caráter de 
Jesus Cristo; V) A obra de Jesus Cristo; VI) O significado da morte de Jesus Cristo; VII) A ressurreição 
de Jesus Cristo e VIII) A ascensão de Jesus Cristo. Vejamos: 
 
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14 
I. A PESSOA DE JESUS CRISTO 
Jesus Cristo é o centro e âmago da história do mundo. A própria história do mundo se divide entre 
antes e depois de Cristo. Como definiu muito bem o teólogo Bancroft: “A pessoa de Jesus Cristo não 
somente está firmemente engastada na história humana e gravada nas páginas abertas das Escrituras 
Sagradas, mas também é experimentalmente materializada nas vidas de milhões de crentes e entrelaçada 
no tecido de toda a civilização digna desse nome”. Por mais que os historiadores e pensadores do 
presente século queiram classificar Jesus Cristo como um simples fundador de religião como Maomé, 
Buda, Confúcio, Zoroastro e tantos outros, jamais conseguirão ofuscar o brilho e a influência da obra de 
Cristo no coração de milhares e milhares de pessoas através da história e nos dias atuais. Quanto mais 
tentam sepultar o cristianismo, mais vigoroso e glorioso ele ressurge em todo o mundo. Nisto concordo 
com as palavras de outro grande teólogo: “O cristianismo não pode ser comparado com outros cultos, 
como também Jesus Cristo não pode ser comparado com outras pessoas. Cristo é o incomparável; ele 
está acima dos homens como os céus estão acima da terra. Da mesma forma, o cristianismo é 
incomparável. Acha-se em plano tão afastado do nível das religiões humanas, quanto está o Ocidente 
afastado do Oriente” (Neighbor). 
 
II. A HUMANIDADE DE JESUS CRISTO 
Jesus Cristo é homem verdadeiro e Deus verdadeiro. A encarnação do Verbo é, sem dúvida, um dos 
grandes mistérios do cristianismo (Jo 1.14). Para o teólogo Bushnell: “Cristo pertence à raça e dela 
participa, nascido de mulher, vivendo dentro da linhagem humana, sujeito às condições humanas e 
fazendo parte integral da história do mundo”. Cristo não foi 50% homem e nem 50% Deus. Ele é 100% 
homem e 100% Deus. Jesus Cristo tornou-se homem através de uma concepção sobrenatural, como bem 
já definia o Credo dos Apóstolos: “Nasceu do Espírito Santo e da virgem Maria”. Desta maneira as 
Escrituras confirmam, dizendo: “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, 
desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo” (Mt 1.18). E 
Paulo resume este assunto, dizendo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido 
de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4). 
 
III. A DIVINDADE DE JESUS CRISTO 
Jesus Cristo possuía duas naturezas: a divina e a humana. “A união da divindade com a humanidade 
era essencial à constituição da pessoa de Cristo. Segue-se, portanto, que Cristo é o Deus-Homem”, assim 
definiu Pendleton. Ainda de acordo com o teólogo Bancroft: “Para quem aceita a doutrina bíblica da 
Trindade, evidentemente não há necessidade de argumentos para provar a divindade de Cristo, pois a 
aceitação de uma abrange a outra: Se Cristo é a segunda pessoa da Trindade, é da mesma essência do Pai 
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15 
e do Espírito Santo, possuindo igual poder e glória. Em Deus Pai vemos a fonte da divindade; em Jesus 
Cristo, a divindade a transbordar; na corrente está toda a perfeição da fonte. O Pai é a fonte da glória; 
Jesus Cristo, o Filho, é o resplendor dessa glória.” 
A Bíblia afirma que Jesus Cristo é “o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa” 
(Hb 1.3). Portanto, Cristo é a expressão exata da natureza e da essência da divindade. O apóstolo Paulo 
apresenta Jesus Cristo como o próprio Deus, dizendo: “Aguardando a bem-aventurada esperança e o 
aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13). Pedro também apresenta 
Jesus Cristo como o próprio Deus, dizendo: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que 
conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” 
(2Pe 1.1). O apóstolo João chama a Jesus Cristo de verdadeiro Deus, dizendo: “E sabemos que já o Filho 
de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro 
estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5.20). 
 
IV. O CARÁTER DE JESUS CRISTO 
O estudo sobre o caráter de Jesus Cristo se reveste de grande importância pelo fato de colocar em 
relevo tudo aquilo que ele afirmou ser, além de elevar a sua ética bem acima de todos os demais homens 
que já pisaram nesta terra. A ética e a moral de Cristo eram tão elevadas que até os pensadores ímpios a 
reconheceram. 
Pecaut, um célebre infiel francês, reconheceu a pureza moral do caráter de Jesus Cristo, dizendo: “O 
caráter moral de Cristo elevou-se incomparavelmente acima de qualquer outro grande homem da 
antiguidade. Nenhum outro foi tão meigo, tão humilde e tão bondoso como ele. Em Espírito, ele viveu na 
casa de seu Pai celestial. Sua vida moral está totalmente impregnada de Deus.” Portanto, o caráter puro e 
santo de Jesus Cristo demonstrado nos Evangelhosapenas confirmam a sua superioridade ética e moral 
bem acima dos demais fundadores de religião. 
De acordo com o grande estudioso cristão Neighbor: “A ética do cristianismo é incomparavelmente 
superior à ética das demais religiões.” A Bíblia comprova o caráter puro de Jesus Cristo, dizendo: 
“Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito 
mais sublime do que os céus” (Hb 7.26). O apóstolo Pedro, que conviveu por três anos e meio com Jesus 
Cristo, deu o seu testemunho do caráter puro e santo de Jesus, dizendo: “Porque para isto sois chamados, 
pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas, o qual 
não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano, o qual, quando o injuriavam, não injuriava e, 
quando padecia, não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente, levando ele mesmo em seu 
corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a 
justiça; e pelas suas feridas fostes sarados. Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas, agora, tendes 
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16 
voltado ao Pastor e Bispo da vossa alma” (1Pe 2.21-25). 
 
V. A OBRA DE JESUS CRISTO 
Por obra de Jesus Cristo entendemos tudo aquilo que ele realizou para o nosso bem mediante a sua 
morte e ressurreição. Não se pode mensurar nem avaliar o tamanho da obra de Cristo em favor da 
humanidade. “Todas as bênçãos que Deus tem para o homem encontram-se em Jesus Cristo e são dadas 
por meio dele” (A. Lindsay Glegg). 
A obra de Jesus Cristo se define por tudo aquilo que ele conquistou para nós como legado perpétuo: a 
vida eterna, a paz eterna e a alegria eterna (Jo 3.16; 14.27; 16.22). “As realizações de Cristo ultrapassam 
as suas promessas” (Nehemiah Rogers). A salvação, a redenção, a remissão, a justificação, a expiação, a 
regeneração, a reconciliação, a santificação e o perdão são obras que somente Jesus Cristo tinha 
condições de realizar em favor da humanidade pecadora. Martinho Lutero, o grande reformador, assim 
definiu a obra de Jesus Cristo: “Em sua vida, Cristo foi um exemplo edificante, que nos traçou normas 
salutares de conduta; em sua morte, um sacrifício propiciatório pelos nossos pecados; em sua 
ressurreição, um conquistador; em sua ascensão, um rei; em sua intercessão, um sumo sacerdote.” 
A obra principal de Jesus foi clara e objetivamente definida por ele mesmo: “Porque o Filho do 
Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Existe obra maior do que esta? Esta foi 
e continua sendo a principal missão de Jesus Cristo em favor do homem. 
 
VI. A MORTE DE JESUS CRISTO 
O cristianismo é uma religião redentora. Daí o fato da morte de Jesus Cristo ter o primeiro lugar em 
sua mensagem evangélica. Dessa forma, o cristianismo assume uma posição sem paralelo entre todas as 
religiões do mundo. Somente o sangue de Jesus Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo 
sem mancha a Deus, pode purificar a nossa consciência de obras mortas a fim de servirmos ao Deus 
vivo. “A encarnação tinha em vista a expiação. Cristo encarnou-se a fim de poder fazer expiação e 
propiciação. Nasceu para morrer. Manifestou-se para tirar os pecados. Encarnou-se a fim de que, ao 
assumir natureza semelhante à nossa, oferecesse sua vida como sacrifício pelos pecados dos homens. A 
encarnação foi da parte de Deus uma declaração do seu propósito de promover salvação para o mundo. 
Essa salvação só podia ser provida pelo sangue expiador de Cristo” (Bancroft). O apóstolo Paulo 
resumiu todo o conteúdo do evangelho no seguinte credo: “Também vos notifico, irmãos, o evangelho que 
já vos tenho anunciado, o qual também recebestes e no qual também permaneceis; pelo qual também sois 
salvos, se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão. Porque 
primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as 
Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co 15.1-4). 
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17 
Reconhecendo ainda o grande valor da morte de Jesus Cristo, Paulo escreveu, dizendo: “Porque nada me 
propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1Co 2.2). 
 
VII. A RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO 
A ressurreição de Jesus Cristo é a coluna mestra que sustenta o edifício da fé cristã. A ressurreição de 
Cristo é um dos fatos mais bem comprovados da história humana. É sustentado e apoiado por provas 
corroborativas e infalíveis, como bem poucos fatos históricos. A ressurreição de Jesus Cristo é 
comprovada pelo sepulcro vazio e pelas aparições pessoais do Senhor ressurreto para dezenas e 
centenas de pessoas de uma só vez. Como bem atestou o doutor Lucas, ao investigar o fato como um 
legítimo médico legista, dizendo: “aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com 
muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao 
Reino de Deus” (At 1.3). A morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo são dois pilares que sustentam o 
cristianismo e o coloca infinitamente bem acima de todas as demais religiões do planeta. A ressurreição 
de Jesus Cristo é a comprovação de que tudo aquilo que ele falou é verdadeiro. É a prova cabal de que 
Jesus é o Deus vivo e verdadeiro, “o qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa 
justificação” (Rm 4.25). A ressurreição de Jesus Cristo lavou a alma de seus discípulos acanhados pela 
sua morte e pelos inimigos que acusavam seu Senhor e Mestre de apenas mais um embusteiro (Jo 20.19). 
O antes medroso Pedro podia dizer com autoridade: “Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus 
Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez 
no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; a este que vos foi entregue pelo determinado conselho e 
presciência de Deus, tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; ao qual Deus 
ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela” (At 2.22-24). O 
apóstolo Paulo declara que a nossa crença na ressurreição de Jesus Cristo é fator determinante para a 
nossa salvação, dizendo: “Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que 
Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10.9). 
 
VIII. A ASCENSÃO DE JESUS CRISTO 
A ascensão visível de Jesus Cristo em corpo ressurreto aos céus é a prova mais contundente de que 
ele havia descido lá do alto, mediante a sua encarnação e agora retornava para o céu reassumindo a 
glória que ele já possuía muito antes da fundação do mundo (Jo 17.5,13,24). A ascensão de Jesus Cristo 
foi um “até breve” do rei que retornará da mesma forma visível com que foi assunto ao céu. “E, quando 
dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, 
estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões 
vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse 
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Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (At 1.9- 
11). 
 
CONCLUSÃO 
O pensador cristão Thomas Brooks assim concluiu o que pensa acerca de Jesus Cristo: “Cristo é 
admirável, Cristo é muito admirável, Cristo é o mais admirável, Cristo é sempre admirável, Cristo é 
totalmente admirável”. E o grande e cristocêntrico apóstolo Paulo disse: “Porque dele, e por ele, e para 
ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36). 
 
 
3) PARACLETOLOGIA — A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO 
 
INTRODUÇÃO 
A disciplina teológica que estuda sobre o Espírito Santo é “paracletologia”, termo extraído do 
vocábulo grego parakletos e traduzido por “advogado”,termo este utilizado por Jesus para se referir a 
vinda do “Consolador” (Jo 14.26), que significa “Alguém chamado para o lado de outro para o ajudar” 
ou “Alguém que aparece em defesa de outra pessoa”, como faz um advogado que aparece ao lado de 
alguém para defendê-lo perante um tribunal. Este termo foi o mesmo utilizado para referir-se a Cristo 
como “Advogado” (1Jo 2.1), confirmando a expressão grega de Jo 14.16, cujo termo utilizado para 
“outro consolador” é allos parakletos, que significa “outro do mesmo tipo” ou “outro da mesma espécie” 
e não heteros, que significa “outro”, porém, de espécie diferente. Noutras palavras, o Espírito Santo 
continuaria fazendo exatamente o que Cristo faria se continuasse aqui na terra. Aliás, Cristo continua 
presente conosco todos os dias, por meio do Espírito Santo que nos foi enviado (Mt 28.20; Fp 1.19). O 
vocábulo parakletos, utilizado por Jesus para se referir ao Espírito Santo, pode ser traduzido ainda 
como: consolador, fortalecedor, conselheiro, socorro, advogado, companheiro, intercessor, ajudador, 
aliado e amigo (Rm 8.26). A matéria teológica que estuda sobre o Espírito Santo é também conhecida 
como “pneumatologia”, que provém do vocábulo grego pneuma, que significa “vento” ou “espírito”. 
Prefiro, entretanto, o termo “paracletologia”. Vejamos: 
 
I. DISPENSAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO 
Vivemos na dispensação do Espírito Santo. O dia de Pentecostes marcou para sempre a descida do 
Espírito Santo para habitar com a Igreja. O Espírito Santo veio para morar dentro de cada crente. O 
nosso corpo é templo do Espírito Santo. O Espírito Santo habitando dentro de cada crente é o próprio 
Deus morando em nosso coração. O domínio que prevalece nesta dispensação é o domínio do Espírito 
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Santo. O Espírito Santo é o comandante da Igreja. Cristo, sendo a cabeça da Igreja, ele orienta a sua 
Igreja, através do Espírito Santo que habita conosco. Foi o próprio Jesus Cristo quem disse em Jo 14.16- 
17: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o 
Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o 
conheceis, porque habita convosco e estará em vós”. Portanto, o Espírito Santo é o guia da Igreja nesta 
dispensação. Até mesmo quando Cristo se dirige à sua Igreja na terra, ele o faz através do Espírito Santo. 
Ao enviar as sete cartas para as sete igrejas da Ásia, no livro do Apocalipse, na introdução de cada carta 
é Jesus Cristo quem se identifica como o remetente (Ap 2.1,8,12,18; 3.1,7,14). Porém quem assina cada 
carta no final é o Espírito Santo (Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22). 
 
II. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA HISTÓRIA BÍBLICA 
A obra do Espírito Santo pode ser vista e percebida através de toda a história bíblica. Em cada 
manifestação das obras de Deus registradas na Bíblia percebemos a Trindade santa trabalhando para o 
bem da criação. De acordo com alguns teólogos, o Pai é o autor, o Filho é o executor e o Espírito Santo é 
o ativador de cada obra iniciada. Em todos os momentos da história, desde a criação dos céus e da terra 
em Gênesis, até o estabelecimento do novo céu e da nova terra, em Apocalipse, percebemos o trabalhar e 
o mover do Espírito Santo através dos líderes do povo, sacerdotes, juízes, libertadores e profetas na 
antiga aliança, como também através de Jesus e dos seus santos apóstolos no estabelecimento da nova 
aliança e na inauguração da Igreja no dia de Pentecostes. A Bíblia já inicia mostrando o Espírito Santo 
trabalhando para dar forma à terra, dizendo: “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face 
do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn 1.2). Da criação até Cristo, o 
Espírito Santo atuava de forma esporádica através dos homens que Deus levantava para liderar o seu 
povo (Nm 11.24-29; Jz 3.10; 6.34; 11.29; 13.25; 1Sm 10.6; 16.13; 2Cr 15.1; 20.14; Is 61.1; Mq 3.8 etc.). 
Do nascimento de Cristo até Pentecostes, o Espírito Santo atuou por meio do ministério glorioso de 
Cristo. Tudo o que Jesus fez por ocasião de seu ministério terreno, foi orientado pela atuação do Espírito 
Santo (Mt 3.16-17; Lc 4.1; 4.14; 4.18-19). De Pentecostes até o arrebatamento da Igreja, o Espírito Santo 
habita na Igreja, a qual é o corpo de Cristo. Neste período, o Espírito Santo habita individualmente em 
cada crente, fazendo do nosso corpo o santuário onde Deus habita (1Co 3.16-17; 6.19-20). 
 
III. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA IGREJA PRIMITIVA 
A marcha triunfal da Igreja na terra está no poder do Espírito Santo. A Igreja primitiva era uma igreja 
triunfante porque caminhava no poder do Espírito Santo. Basta ler os 28 capítulos do livro de Atos dos 
Apóstolos e constatar esta verdade. Igreja que caminha no poder do Espírito Santo é uma igreja avivada. 
A igreja, porém, que não tem o poder do Espírito é uma igreja fria. Existe uma grande diferença entre a 
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20 
Igreja avivada e a igreja fria, por isso Paulo já havia advertido a igreja de Tessalônica, dizendo: “Não 
extingais o Espírito” (1Ts 5.19). Infelizmente, aquilo que Paulo temia aconteceu. Após o primeiro século 
de avivamento apostólico, a Igreja já não tinha mais a chama do Espírito ardendo em seu coração e 
começou o período das discussões teológicas colocando em dúvida a divindade de Cristo, rebatidas 
pelos apologistas do segundo século. Em seguida veio o período da Patrística, onde a filosofia 
influenciou profundamente a teologia cristã, o conhecimento da letra apagou o brilho do Espírito, dando 
início à Igreja romana, ascensão do papado e tantas outras coisas mais que a doce voz do Espírito foi 
silenciada por quase mil anos, entre o início do catolicismo romano, no século quinto, até o alvorecer da 
Reforma protestante, nos séculos 15 e 16. 
 
IV. O SILÊNCIO DO ESPÍRITO SANTO 
O período mais angustiante para a Igreja nesta dispensação, foi o silêncio do Espírito Santo entre os 
anos 500 d.C. (início do paganismo na Igreja) a 1500 d.C. (início da grande Reforma). A Igreja tornou-se 
ritualística e entrou numa fase sombria da sua história. Com a conversão de Constantino, o primeiro 
imperador romano cristão, houve uma tentativa tanto política como religiosa de cristianizar o mundo 
pagão. Entretanto se o paganismo foi cristianizado, o cristianismo também foi paganizado, com a 
ascensão da Igreja romana como “matriz” da cristandade católica. Além disso, uma das piores mentiras 
que o inimigo vendeu para a Igreja e boa parte dos primeiros pais da Igreja compraram, foi a chamada 
“teoria cessacionista”, aquela que afirma que os dons espirituais e a operação sobrenatural do Espírito 
Santo, com a evidência das línguas faladas no dia de Pentecostes, haviam cessado com o fim do período 
apostólico. Essa desastrosa teoria causou mais estrago espiritual à Igreja no decorrer desses séculos de 
silêncio do Espírito Santo do que a maldita teoria da Evolução de Charles Darwin. Quantos séculos 
perdidos se passaram desde o período Patrístico até a Reforma protestante, seguida pelos avivamentos 
da Inglaterra, pelos grandes despertamentos nos Estados Unidos e pelo avivamento da rua Azuza, no 
limiar do século 20? 
 
V. ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NA HISTÓRIA DA IGREJA 
Para alguns, durante a Reforma protestante no século 16, pelo esforço de homens como Martinho 
Lutero, o trabalho do Espírito Santo reviveu após mil anos de silêncio. Porém a própria Reforma só não 
surtiu mais efeito, porque muitos líderes da Reforma ainda defendiam essa desastrosa teoria 
cessacionista. Mais adiante, por meio de grandes avivalistas como Jonathan Edwards, John Wesley, 
George Whitefield, Charles Finney e Dwight Moody a grande atuação do Espírito Santo começou a 
reaparecer. Deus estava amadurecendo o mundo para um grande avivamento. E, por volta do ano 1900, o 
mundo todo começou a receber de novo o Espírito Santo com as mesmas evidênciasocorridas no dia de 
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21 
Pentecostes (At 2.1-4). Precisamente no ano de 1906, mais uma vez, à exemplo do que aconteceu no dia 
de Pentecostes, o avivamento não começou no meio de pessoas intelectuais, mas sim no meio de 120 
pessoas simples que aguardavam ansiosamente a promessa do Pai. E assim foi também no Pentecostes da 
rua Azuza. O Espírito Santo voltou a descer sobre pessoas simples e humildes, até discriminadas da 
sociedade, como foi o caso do pastor afro-americano Wiliam Seymour, que liderou através do Espírito 
Santo o grande avivamento do começo do século 20. Foi desse grande avivamento que resultou o 
Movimento Pentecostal que se espalhou rapidamente como um fogo por todo o mundo. O Espírito Santo 
continua agindo e guiando a Igreja do Senhor na terra, convencendo o mundo, do pecado, da justiça e do 
juízo (Jo 16.7-11). Ele é simplesmente o glorioso Espírito Santo que nos adestra para a batalha e está 
preparando a noiva de Cristo para o seu encontro com o Senhor Jesus Cristo (Ap 22.17). 
 
VI. OS DONS ESPIRITUAIS 
O Espírito Santo continua distribuindo os dons espirituais para a sua amada Igreja ainda hoje 
(1Co 12.7-11). A palavra “dom”, vem do grego charisma no singular e charismata no plural. Os dons são 
talentos e habilidades dadas por Deus à sua Igreja com o objetivo de servir melhor aos santos. Os dons 
espirituais podem ser classificados em três grupos: Os dons de revelação, os dons de poder e os dons 
vocais. Os dons de revelação servem para a orientação espiritual da Igreja e do ministério na sua tomada 
de decisões. Os dons de poder servem para a manifestação do poder de Deus na Igreja através de sinais, 
prodígios e maravilhas e os dons vocais servem para comunicar os desígnios de Deus para a Igreja no 
sentido de exortar, edificar e consolar o povo através da elocução, que é a ação de anunciar o 
pensamento por meio de palavras. Vejamos: 
 
1. OS DONS DE REVELAÇÃO 
1. Os dons de revelação são: A palavra de sabedoria, a palavra do conhecimento e o discernimento de 
espíritos (1Co 12.7-10). Esses dons buscam a orientação divina para a Igreja do Senhor na terra! 
2. Os dons de revelação têm a finalidade de capacitar pessoas escolhidas por Deus para transmitir ao 
povo uma sabedoria superior à sabedoria humana, um conhecimento superior e um entendimento 
superior do mundo espiritual (Jr 33.3). 
3. A palavra da sabedoria se manifestava com intensidade na vida de Salomão (1Rs 3.28). A palavra 
do conhecimento e o discernimento de espíritos se manifestavam de forma intensa nos ministérios 
dos profetas Eliseu e Daniel (2Rs 6.8-23; Dn 1.17; 2.19-22). 
4. O Deus da Bíblia é o Deus das grandes revelações. Em Dn 2.19-22, a Palavra de Deus afirma que: 
“Então, foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu. Falou 
Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a 
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força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos 
sábios e ciência aos inteligentes. Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em 
trevas; e com ele mora a luz”. 
 
2. OS DONS DE PODER 
1. Os dons de poder são dons sobrenaturais pelos quais o poder de Deus se manifesta, a fim de 
transmitir uma resposta miraculosa através de uma intervenção, até mesmo na natureza física. 
2. Todos esses dons espirituais são distribuídos às pessoas pelo Espírito Santo, de acordo com sua 
própria vontade, para benefício e crescimento da Igreja, o corpo de Cristo (1Co 12.11). 
3. Os dons de poder são: O dom da fé, os dons de curar e o dom de operação de maravilhas. Os dons 
de poder se manifestavam de forma intensa na vida de Moisés, Elias, Eliseu, Jesus, os apóstolos, 
Pedro, Filipe e Paulo. 
4. Em Rm 15.19, Paulo menciona a operação destes dons de poder no seu ministério, dizendo: “pelo 
poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que, desde Jerusalém e 
arredores até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo”. 
3. OS DONS VOCAIS 
1. Os dons vocais ou dons de expressão são os dons do Espírito Santo manifestados através de 
expressões vocais ou orais, que são: O dom de profecia, o dom de interpretação de línguas e o dom 
de variedade de línguas. 
2. Estes três dons transmitidos através da língua, são os dons da comunicação divina para edificação 
pessoal do portador do dom e para edificação e exortação espiritual da Igreja. 
3. Em 1Co 14.1, Paulo aconselhou os crentes buscarem com zelo os dons espirituais, dando um 
destaque especial ao dom de profecia, dizendo: “Segui o amor e procurai com zelo os dons 
espirituais, mas principalmente o de profetizar”. 
4. Em At 19.6, Lucas revela a operação dos dons vocais em Éfeso, dizendo: “E, impondo-lhes Paulo 
as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam”. 
 
VII. OS DONS MINISTERIAIS 
O Espírito Santo também é responsável por distribuir os dons ministeriais para a sua Igreja 
(At 20.28). Em Ef 4.11, o apóstolo Paulo afirma que: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para 
profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”. Vejamos: 
1. APÓSTOLOS 
O apóstolo é um enviado especial, que representa a pessoa que o envia. Em Lc 6.13, Jesus “chamou a 
si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos”. O equivalente no 
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23 
aramaico que Jesus utilizou para “apóstolo” é shaliah, que significa “alguém que recebeu a comissão e 
autoridade explícitas daquele que o enviou, mas sem capacidade de transferir seus atributos para outro”. 
Cada apóstolo teve uma chamada explícita, individual e intransferível. 
2. PROFETAS 
Em At 13.1, Lucas escreve que: “Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, 
por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo”. Portanto, 
mesmo não havendo tanta intensidade de profetas quanto havia na antiga aliança, havia também profetas 
de Deus na nova aliança. Entretanto, os profetas da nova aliança, profetizam através do dom de profecia 
(1Co 12.10). O profeta maior já veio e, nestes últimos dias, Deus nos fala através dele — O seu Filho 
Jesus Cristo (Hb 1.1). Os verdadeiros profetas do Senhor comunicam a palavra de Deus pela inspiração 
do Espírito Santo (2Pe 1.21). 
3. EVANGELISTAS 
O evangelista é o mensageiro de boas-novas. O evangelista exerce o ministério itinerante, levando a 
mensagem do evangelho de Cristo a todas as nações (At 1.8). Em At 21.8, a Bíblia destaca a visita que 
Paulo fez a casa de Filipe, o evangelista. E, em At 8.4-40, a Palavra de Deus destaca a notoriedade do 
ministério itinerante deste grande evangelista chamado Filipe. Em 2Tm 4.5, Paulo recomendou a 
Timóteo, dizendo: “Faze o trabalho de um evangelista”. Timóteo era pastor da igreja de Éfeso e Paulo o 
aconselhou a realizar também o trabalho de um evangelista. Em nossos dias, temos muitos pastores 
polivalentes, que pastoreiam, ensinam, pregam e ainda exercem um ministério evangelístico (2Tm 1.11). 
4. PASTORES 
O pastor é o homem que apascenta as ovelhas. Quis Deus, na sua graça, que o seu povo fosse chamado 
de ovelhas e os seus líderes de pastores (Nm 27.15-17). Deus é o pastor maior do seu povo, pois no 
Sl 100.3, o salmista disse: “Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele, e não nós, que nos fez povo seu e 
ovelhas do seu pasto”. Aleluia! Os pastores foram levantados por Deus, para pastorearem o rebanho do 
Senhor. Em At 20.28, a Palavra de Deus afirma: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o 
Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu 
próprio sangue”. Em Hb 13.20, a Bíblia afirma que Jesus Cristo é o “grande Pastor das ovelhas”, pelo 
sangue da eterna aliança. Portanto, os pastores devem cuidar bemdo rebanho de Deus, pois hão de 
prestar contas das ovelhas de Cristo (Hb 13.17).__ 
5. MESTRES OU DOUTORES 
Os mestres são conhecidos como os doutores da palavra. São aqueles que conseguem sistematizar a 
doutrina cristã e revelar um conhecimento mais profundo da Palavra de Deus. Em 2Tm 1.11, o próprio 
Paulo afirma que, foi designado por Cristo “pregador, apóstolo e mestre”. Paulo conseguiu, por meio da 
revelação divina, sistematizar toda a doutrina do evangelho de Cristo (Gl 1.11-12). Em 2Pe 3.15, o 
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24 
próprio Pedro, o líder do colégio apostólico, reconheceu a grande sabedoria de Paulo, dizendo: “… e 
tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como também o nosso amado irmão Paulo vos 
escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada”. Em At 13.1, a Palavra de Deus afirma que: “Na igreja 
que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores”. Jesus Cristo é o Mestre por excelência. Ele é 
o Mestre dos mestres. Em Jo 13.13, ele mesmo disse: “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, 
porque eu o sou”. Jesus Cristo é o Mestre único e inconfundível (Mt 23.8). 
6. SOCORRO 
Em 1Co 12.28, o apóstolo Paulo acrescenta mais alguns dons ministeriais em uma outra lista, dizendo: 
“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, 
depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”. Os “operadores de 
milagres e dons de curar” podem ser uma referência aos evangelistas (At 8.5-8; Ef 4.11); e, a “variedade 
de línguas” nesta lista de dons ministeriais pode se referir ao ministério de profetas (1Co 14.29-31; 
Ef 4.11). Neste caso, as novidades em relação a lista de Ef 4.11 seriam apenas duas: socorros e 
governos. O ministério de socorro é dado para os que possuem o dom de ajudar as pessoas, realizando 
grandes obras sociais e assistenciais (Rm 12.8; At 4.36-37; 1Tm 6.17-19; Lc 8.1-3; Fm 22; 3Jo 5-8). 
7. GOVERNO 
O dom ministerial de “governos” é concedido pelo Espírito Santo aos que ele capacita para presidir e 
exercer com prudência os cargos que envolvem a administração eclesiástica. Em Rm 12.8, Paulo também 
se refere a este dom, dizendo: “O que preside, com cuidado”. Neste cargo estão incluídos os pastores 
presidentes de igrejas e convenções, bem como bispos e supervisores de um aglomerado de igrejas 
filiadas a um setor ou campo eclesiástico (Fp 1.1; 1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9). 
 
VIII. O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO 
O fruto do Espírito Santo é constituído daquelas virtudes cristãs que devem ser cultivadas e praticadas 
por todas as pessoas que foram regeneradas, ao nascerem do Espírito e não da carne (Jo 3.5-6). O fruto 
do Espírito é formado por nove gomos importantes. Através do fruto do Espírito, podemos compreender 
ainda mais sobre o caráter do Espírito Santo. Vejamos: 
1. AMOR 
O primeiro gomo do fruto do Espírito Santo é o amor. O amor é a maior e mais sublime de todas as 
virtudes cristãs (1Co 13.13). A Trindade santa demonstra através das Escrituras um amor incomensurável 
em favor dos homens. O Pai amou o mundo de uma maneira inexplicável (Jo 3.16). O amor do Filho 
supera todas as dimensões imagináveis e excede a toda a compreensão humana (Ef 3.18-19). O amor do 
Espírito Santo é tão grande por nós que ele chega a ter ciúmes e um zelo profundo por nossa vida 
(Rm 15.30; Tg 4.5). 
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25 
2. ALEGRIA OU GOZO 
O segundo gomo do fruto do Espírito Santo é a alegria. A alegria pode ser definida como um estado 
emocional de júbilo, contentamento e prazer moral. Como fruto do Espírito, a alegria é a manifestação do 
gozo do Espírito Santo, mesmo em face das tribulações da vida presente (1Ts 1.6). 
3. PAZ 
O terceiro gomo do fruto do Espírito Santo é a paz. A paz pode ser definida como a tranquilidade da 
alma e o bem-estar em todas as áreas da vida. A palavra hebraica para “paz” é shalom, que é sinônimo 
de harmonia, plenitude e firmeza. É a sensação de tranquilidade e harmonia no relacionamento com Deus 
e com os homens (Rm 5.1; 12.18; Tg 3.18). 
4. LONGANIMIDADE 
O quarto gomo do fruto Espírito Santo é a longanimidade. A longanimidade pode ser definida como a 
capacidade de suportar com paciência a afronta ou ofensa recebida. O próprio Deus é constantemente 
exaltado e adorado por sua longanimidade para com todos nós (Êx 34.6). Longânimo é uma pessoa que 
demora ficar irada, alguém que tarda em irar-se (Tg 1.19). 
5. BENIGNIDADE 
O quinto gomo do fruto do Espírito Santo é a benignidade. A benignidade pode ser definida como a 
qualidade que uma pessoa possui de ser misericordioso e benevolente. A santíssima Trindade possui em 
abundância todos os gomos do fruto do Espírito, e servem de modelo para todos nós seguirmos. Uma das 
coisas mais louvadas e exaltadas na Bíblia é a benignidade do nosso Deus. Todos os 26 versículos do 
Salmo 136 exaltam a benignidade do Senhor para com o seu povo (Sl 136.1-26). 
6. BONDADE 
O sexto gomo do fruto do Espírito Santo é a bondade. A bondade pode ser definida como a qualidade 
de uma pessoa boa e clemente. O próprio Espírito Santo é chamado na Bíblia de “bom Espírito” 
(Sl 143.10). Existem pelo menos sete virtudes da divindade muito correlacionadas entre si, que são: a 
benignidade, a bondade, a longanimidade, a fidelidade, a misericórdia, a beneficência e a clemência 
(Êx 34.6; 9.17; Sl 103.8; Is 63.7). 
7. FIDELIDADE OU FÉ 
O sétimo gomo do fruto do Espírito Santo é a fidelidade. A “fidelidade” é definida como a lealdade 
de uma pessoa a outra. A fidelidade é marcada por uma lealdade constante e inabalável a alguém com 
quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade (Sl 101.6). Deus é 
conhecido nas Escrituras pela sua fidelidade (Sl 100.5). Na Almeida Revista e Corrigida, este gomo do 
fruto do Espírito é mencionado como fé. Além da fé salvadora, da fé comum e da fé como dom, existe a 
fé como fruto do Espírito, que está associada a confiança, fidelidade e lealdade incondicional a Deus! 
8. MANSIDÃO 
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26 
O oitavo gomo do fruto do Espírito Santo é a mansidão. A mansidão pode ser definida como a 
brandura de gênio, índole pacífica e a serenidade que uma pessoa possui (Sl 37.11). O nosso querido 
Salvador Jesus Cristo possuía este fruto com muita intensidade, pois ele mesmo disse: “Aprendei de 
mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.29). 
9. TEMPERANÇA 
O nono gomo do fruto do Espírito Santo é a temperança. A temperança pode ser definida como a 
qualidade ou virtude de quem é moderado, sensato e equilibrado (Pv 19.11). Na Versão Almeida Revista 
e Atualizada, o nono fruto do Espírito aparece como “domínio próprio”. Quem tem temperança possui 
domínio próprio. Ter temperança, é ser temperante, equilibrado e que domina o seu próprio ímpeto. O 
Senhor Jesus Cristo nos deu uma aula de temperança e equilíbrio diante das mais terríveis dificuldades 
enfrentadas no seu ministério (Lc 9.51-56; 23.28; 23.34 etc.). 
 
IX. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO 
O Espírito Santo é a terceira pessoa da santíssima Trindade (Mt 28.19). Esta definição foi dada pelo 
próprio Jesus ao citar o Espírito Santo como uma pessoa coexistente com o Pai e com o Filho. O Espírito 
Santo não é uma energia cósmica ou uma força impessoal como muitas seitas ensinam. Através das 
Escrituras, aprendemos que o Espírito Santo é representado como um agente pessoal, a realizar atos que 
só podem ser atribuídos a uma pessoa. Portanto o Espírito Santo não é um mero poder ou influência 
iluminadora, como alguns ensinam, mas sim uma pessoa dotada de inteligência, vontade e emoções que 
somente alguém dotado de personalidade pode ter e sentir. 
Características pessoais do Espírito Santo 
Ao se referir ao Espírito Santo, Jesus usou pronomes de tratamento que só podem ser aplicados a uma 
pessoa. Em Jo 16.13, Jesus disse: “Mas, quando vieraquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda 
a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de 
vir”. O Senhor Jesus Cristo usou aqui o pronome de tratamento masculino “ELE”. 
1. Como pessoa, o Espírito Santo fala (2Sm 23.2; Ap 2.29). Como pessoa, o Espírito Santo se 
entristece (Ef 4.30). 
2. Como pessoa, o Espírito Santo se alegra (At 13.52; Rm 14.17). Como pessoa, o Espírito Santo 
possui vontade (1Co 12.11). 
3. Como pessoa, o Espírito Santo guia e ensina (Jo 14.26; Rm 8.14). Como pessoa, o Espírito Santo 
intercede e geme (Rm 8.26). 
4. Como pessoa, o Espírito Santo chama e envia outras pessoas (At 13.1-4) Como pessoa, o Espírito 
Santo tem amor (Rm 15.30; Gl 5.22; Cl 1.8). 
5. Como pessoa, o Espírito Santo possui inteligência e habilidade (Êx 31.2). Como pessoa, o Espírito 
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27 
Santo investiga e revela as coisas (1Co 2.10-11). 
6. Como pessoa, o Espírito Santo ajuda e convence outras pessoas (Rm 8.26; Jo 16.7-11). Como 
pessoa, o Espírito Santo tem até ciúme de nós (Tg 4.5). O Espírito Santo pode ser representado por 
vários símbolos, que ilustram verdades espirituais acerca de sua pessoa gloriosa, como: AZEITE 
(1Sm 16.13), ÁGUA (Is 44.3), VENTO (Jo 3.8), FOGO (1Ts 5.19), ORVALHO (Os 14.5), RIO 
(Jo 7.37-38), VINHO (Ef 5.18), VESTES (Jz 6.34), POMBA (Mt 3.16-17) etc. O Espírito Santo não 
é uma pomba, nem o vento, nem o fogo e nem a água; ele é a terceira pessoa da santíssima Trindade 
(Mt 28.19; 2Co 13.13). 
 
X. O ESPÍRITO SANTO É DEUS 
O Espírito Santo possui atributos que só uma pessoa pode ter. O Espírito Santo possui os mesmos 
atributos divinos que a pessoa do Pai e a pessoa do Filho possuem. Como a terceira pessoa da santíssima 
Trindade, o Espírito Santo faz parte da divindade, sendo coigual, coeterno e da mesma substância do Pai 
e do Filho (Mt 28.19; 2Co 13.13). A Trindade não é uma composição de três deuses, mas sim uma única 
divindade que subsiste em três pessoas (1Co 12.4-6). Uma é a pessoa do Pai, outra é a pessoa do Filho e 
outra é a pessoa do Espírito Santo (Ef 4.4-6). Porém, estas três pessoas divinas, formam uma única 
divindade, que é também chamada de único Deus e único Senhor (Dt 6.4; Ef 4.4-6). Sendo Deus, o 
Espírito Santo é onipotente, onipresente e onisciente (Sl 139.7-12; Is 40.13-18; 1Co 2.10-11). O Espírito 
Santo é Criador (Sl 104.30). O Espírito Santo é eterno (Hb 9.14). O Espírito Santo é Senhor (2Co 3.17). 
O Espírito Santo é Deus (At 5.3-4). Portanto, o Espírito Santo possui os mesmos atributos de Deus Pai e 
de Deus Filho. 
O Espírito Santo é o nosso amigo pessoal 
O Espírito Santo é o nosso fiel amigo e companheiro e esteve presente em todos os grandes momentos 
da história humana, mesmo quando os homens o ignoraram, o que por si só revela sua natureza mansa e 
pacífica. Como nosso amigo pessoal, o Espírito Santo mora em nós (Jo 14.17). O nosso corpo é o templo 
do Espírito Santo (1Co 3.16; 6.19-20). O Espírito Santo não veio passar férias conosco e nem muito 
menos passar alguns dias conosco; ele veio morar para sempre conosco (Jo 14.16). Como nosso amigo 
pessoal, o Espírito Santo nos ajuda em nossas fraquezas, nos ensina a orar e ainda intercede por nós com 
gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). 
 
CONCLUSÃO 
“O dia de Pentecostes marcou o raiar de um novo dia nas relações entre o Espírito Santo e a 
humanidade. Ele veio para habitar na Igreja. Todo o trabalho eficaz que a Igreja tem feito é realizado no 
poder do Espírito Santo. A incredulidade, a dúvida e a crítica podem atacá-la, mas não podem derrotá-la. 
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28 
A Igreja, o verdadeiro corpo de Cristo, habitado pelo Santo Espírito de Deus, é tão indestrutível como o 
trono de Deus” (E. H. Bancroft). 
 
 
4) BIBLIOLOGIA — A DOUTRINA DA BÍBLIA 
 
INTRODUÇÃO 
Bibliologia é a doutrina que estuda a Bíblia sob seus aspectos e observações gerais. Sua leitura, seu 
estudo, sua estrutura, sua divisão em livros, capítulos e versículos, sua classificação, suas 
particularidades, seu tema central, sua tradução, sua preservação, sua história, sua cronologia, sua 
formação, sua autoridade como livro divino, sua autenticidade como Palavra de Deus, sua infalibilidade, 
sua integridade e sua veracidade. A verdadeira teologia é extraída da Bíblia. Por ser uma matéria de 
grande vastidão, a bibliologia não pode ser comentada em todos os seus aspectos em pouco espaço; 
entretanto vamos aprender um pouco sobre o livro de ouro da teologia cristã. Vejamos: 
 
I. TERMO E ORIGEM DA BIBLIOLOGIA 
O termo “bibliologia” vem da palavra grega biblos, que os gregos davam à uma folha de papiro 
preparada para a escrita. Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado de biblion; vários destes 
rolos juntos eram chamados de “bíblia”. E desta palavra “bíblia”, surgiram os derivados: bibliologia, 
bibliografia, biblioteca e bibliófilo. O vocábulo “Bíblia”, foi empregado pela primeira vez por volta do 
ano 400 d.C., por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla e conhecido pregador de sua época 
chamado de “Boca de ouro”. A bibliologia é matéria de grande importância dentro da teologia, é como 
um carro chefe que puxa as demais matérias. A mãe da teologia é a Bíblia, pois todas as verdades 
teológicas são extraídas deste livro divino. O próprio Deus, que é o Pai da teologia, é revelado na 
bibliologia como o autor da Bíblia. 
 
II. A BÍBLIA COMO UM LIVRO 
A Bíblia é um livro antigo quanto à sua formação, mas é um livro moderno quanto à sua mensagem. Os 
livros antigos tinham a forma de rolos. E a Bíblia foi originalmente escrita na forma de rolos. A palavra 
“Bíblia” significa “coleção de pequenos livros” e “livro por excelência”. A Bíblia é o livro mais lido, 
mais traduzido, mais editado, mais pesquisado, mais conhecido, mais valioso, mais ensinado, mais 
proclamado, mais exaltado e mais amado do mundo. A Bíblia é um livro tão forte e poderoso que foi 
citada tanto por Jesus (Mt 4.1-11), como também pelo próprio diabo (Mt 4.6). “A Bíblia é o mapa do 
viajante, o cajado do peregrino, a bússola do navegante, a espada do soldado e o guia do cristão. Por 
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29 
meio dela o paraíso é restaurado, os céus são abertos e as portas do inferno são cerradas. Cristo é o seu 
assunto, nosso bem é o seu propósito e a glória de Deus o seu fim”. “Lâmpada para os meus pés é a tua 
palavra e luz, para o meu caminho” (Sl 119.105). 
 
III. MATERIAL GRÁFICO EMPREGADO NA BÍBLIA 
ORIGINALMENTE 
A princípio, o material gráfico empregado na Bíblia foi o “papiro”. O papiro era uma planta aquática 
que crescia junto aos rios, lagos e banhados no Oriente, cuja entrecasca servia para escrever. As tiras 
extraídas do papiro eram colocadas umas às outras até formarem um rolo de qualquer extensão. O papiro 
é conhecido em algumas versões da Bíblia como “juncos” (Êx 2.3; Jó 8.11). É da palavra “papiro” que 
se deriva a palavra “papel”, inventado pelos chineses no século 2. O uso do papiro, porém, como 
material gráfico, existe desde o ano 3000 a.C. Com o passar do tempo surgiu um material gráfico melhor 
que o papiro, conhecido como “pergaminho”, feito de peles de animais curtida e polida. Seu uso vem 
desde os primórdios da Era Cristã. O pergaminho é mencionado na Bíblia em 2Tm 4.13; antigamente 
cada livro da Bíblia era um “rolo de pergaminho” ou um “rolo de papiro”. Jesus leu na sinagoga de 
Nazaré provavelmente em um “rolo de pergaminho” do profeta Isaías. E ainda hoje, devido aos ritos 
tradicionais, os rolos sagrados das Escrituras hebraicas continuam sendo lidos e usados nas sinagogas 
judaicas. 
 
IV. O AUTOR DA BÍBLIA 
Deus é o próprio autor da Bíblia, o intérprete é o Espírito Santo e o tema central e coração da Bíblia é 
o Senhor Jesus Cristo. Tudo o que o homem quer saber e precisa saber espiritualmente de Deus, sua 
redenção, conduta cristã e felicidade eterna, está revelado na Bíblia.

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