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APOSTILA DIREITO CONSTITUCIONAL

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RICO DOMINGUES DIREITO CONSTITUCIONAL 
Prof. Cleber Paganelli 
 
 
 www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 
© 2020 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos. 
31 
atribuições institucionais. (Renumerado do parágrafo único pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas 
autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua 
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de 
diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 
2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União 
e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, 
de 2013) 
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, 
a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se 
também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do 
art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 80, de 2014) 
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas 
Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do 
art. 39, § 4º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, 
de 1998) 
(...) 
Brasília, 5 de outubro de 1988. 
 
 
 DIREITO CONSTITUCIONAL 
 Constituição 
 Conceito 
A Constituição é a carta maior de um Estado, trata da sua 
organização e da limitação do poder estatal. Para Canotilho 
garante o existente e é um programa ou linha de direção para o 
futuro. Vejamos o conceito do autor: “Lei fundamental e 
suprema de um estado, que contém normas referentes à 
estruturação do estado, à formação dos poderes públicos, forma 
de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de 
competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. 
Para José Afonso da Silva, uma Constituição é um sistema de 
normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma do 
Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o 
exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites 
de sua atuação, os direitos fundamentais do homem e as 
respectivas garantias. 
 
 Objeto 
As constituições tem por objeto estabelecer a estrutura do 
Estado, a organização de seus órgãos, o modo de 
aquisição do poder e a forma de seu exercício, limites de 
sua atuação, assegurar os direitos e garantias do 
indivíduos, fixar o regime político e disciplinar os fins 
socioeconômicos do Estado, bem como os fundamentos dos 
direitos econômicos, sociais e culturais. 
 
 Elementos 
a) Elementos orgânicos 
b) Elementos limitativos 
c) Elementos socioideológicos 
d) Elementos de estabilização constitucional 
e) Elementos formais de aplicabilidade 
 
a) Elementos orgânicos: contém normas que regulam a 
estrutura do Estado e do Poder. (Ex.: Título III – 
Organização do Estado – Título IV - Organização dos 
Poderes – Título V – Forças armadas, etc. 
 
b) Elementos limitativos: veiculam direitos e garantias 
fundamentais; limitam a ação dos poderes estatais. (Ex.: 
Título II – exceto os direitos sociais). 
 
c) Elementos sócioideológicos: revelam o caráter de 
compromisso das constituições modernas entre o Estado 
individualista e Estado Social intervencionista. (ex.: Capítulo 
II do Título II – Direitos Sociais – Título VIII – Ordem Social, 
etc. 
 
d) Elementos de estabilização constitucional: normas 
destinadas a assegurar a solução de conflitos 
constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das 
instituições democráticas. (ex.: art. 102, I, a (ADI) – arts. 
34 a 36 (intervenção) – arts. 102 e 103 (jurisdição 
constitucional). 
 
e) Elementos formais de aplicabilidade: normas que 
estatuem regras de aplicação das constituições. (ex.: 
Preâmbulo, ADCT, art. 5º, § 1º) 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Prof. Cleber Paganelli RICO DOMINGUES 
 
 
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32 
 Constitucionalismo 
Para o autor português J.J.G. Canotilho há vários 
constitucionalismos, como o inglês, o americano e o francês, 
preferindo falar em “movimentos constitucionais”. Em seguida, 
define o constitucionalismo como uma “... teoria (ou ideologia) 
que ergue o princípio do governo limitado indispensável à 
garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização 
político-social de uma comunidade. Neste sentido, o 
constitucionalismo moderno representará uma técnica específica 
de limitação do poder com fins garantísticos. O conceito de 
constitucionalismo transporta, assim, um claro juízo de valor. É, 
no fundo, uma teoria normativa da política, tal como a teoria da 
democracia ou a teoria do liberalismo”. 
André Ramos Tavares apresenta 4 sentidos para o 
constitucionalismo: “... numa primeira acepção, emprega-se a 
referência ao movimento político-social com origens históricas 
bastante remotas que pretende, em especial, limitar o poder 
arbitrário. Numa segunda acepção, é identificado com a 
imposição de que haja cartas constitucionais escritas. Tem-se 
utilizado, numa terceira acepção possível, para indicar os 
propósitos mais latentes e atuais da função e posição das 
constituições nas diversas sociedades. Numa vertente mais 
restrita, o constitucionalismo é reduzido à evolução histórico-
constitucional de um determinado Estado”. 
O constitucionalismo moderno (idade contemporânea), 
caracteriza-se pelo surgimento de constituições escritas, 
destinadas a limitar o poder estatal (separação de poderes) e 
assegurar um rol mínimo de direitos fundamentais aos indivíduos. 
Os marcos históricos do constitucionalismo moderno são as 
revoluções liberais (burguesas) do século XVIII, que acarretaram 
o surgimento da Constituição norte-americana de 1787 e a 
francesa de 1791. 
 
 Classificação das Constituições 
Quanto ao conteúdo 
* material (substancial) - Conjunto de regras materialmente 
constitucionais, codificadas em um só documento ou não. 
Identifica-se a Constituição pelo conteúdo da norma. 
* formal - Escrita em um documento solene estabelecido pelo 
poder constituinte originário. Seu conteúdo pode ser relacionado 
com a estrutura do Estado ou não. Identifica-se a Constituição 
pelo processo de elaboração. 
 
Quanto à forma 
* escrita - Codificada e sistematizada em um só documento. 
* não escrita (costumeira, consuetudinária) - Regras não 
aglutinadas em um texto solene, baseada em leis esparsas: 
costume, jurisprudência, convenções (ex. Inglaterra – 
consuetudinária – assente na organização social e política). 
 
Quanto ao modo de elaboração 
* dogmática - Produto escrito e sistematizado por um órgão 
constituinte, a partir de idéias fundamentais da teoria política e 
do direito dominante. 
* histórica (costumeira) - Fruto da lenta e contínua síntese da 
História e tradições de um determinado povo (ex. Inglesa). 
 
Quanto à origem 
* promulgada (popular, democrática) - Democráticas ou 
populares, derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional 
Constituinte, composta de representantes do povo, eleitos com a 
finalidade de sua elaboração (1891, 1934, 1946 e 1988). 
* outorgada - Estabelecidas sem a participação popular, por meio 
de imposição do poder da época (1824, 1936, 1967, EC 01/69). 
* Cesarista – elaboradas unilateralmente por que assumir o 
poder, e submetidas a ratificação popular. 
 
Quanto à estabilidade 
* imutável - É vedada qualquer alteração (relativa quando houver 
limitação temporal). 
* rígida - Podem ser alteradas por processo legislativo mais 
rigoroso e solene do que o existente para as demais normas 
(CF/88, art. 60). 
* flexível - Regras não escritas, pode ser alterada pelo processo 
legislativo ordinário. 
* semirrígida - Algumas regras podem ser alteradas pelas regras 
da rígida e outras pelas regras da flexível. 
* superrrígida – para Alexandre de Moraes, a CF/88 deve ser 
classificada como super ouhiperrígida em razão da existência de 
normas que não poderia ser alteradas (cláusulas pétreas). 
 
Quanto à extensão, finalidade 
* analítica (dirigente, larga, prolixa, extensa, ampla) - Regulam 
todos os assuntos que entenderem relevante à formação, 
destinação e funcionamento do Estado. 
* sintética (concisa, breve, sumária, sucinta, negativa, garantia) 
- Somente prevê os princípios e normas gerais de regência do 
Estado, limitando o poder e prevendo as garantias 
constitucionais. 
 
 Classificação da CF/1988 
A Constituição Federal de 1988 é classificada da seguinte 
forma: FORMA(L) de PEDRA 
P romulgada 
E scrita 
D ogmática 
R rígica 
A analísitca 
 
 Concepções da Constituição 
Concepção Sociológica 
É defendida por Ferdinand Lassale (1872). Constituição como 
fundamento político e não jurídica. Real ou efetiva é aquela 
formada pela soma dos fatores reais de poder que regem uma 
determinada nação. Dizia: “se a escrita não corresponde a 
realidade, ela não ultrapassa uma folha de papel”. 
 
Concepção Política 
É defendida por Carl Schmitt (1928). O fundamento da 
Constituição se encontra na decisão política fundamental que a 
antecede. Faz a distinção entre Constituição em sentido formal e 
material. 
 Critério material: podem existir normas constitucionais fora 
do texto constitucional. O que importa é o conteúdo e não a 
forma; 
 Critério formal: não importa o conteúdo, mas sim a forma. Se 
foi introduzida através de um processo mais dificultoso, é 
constitucional. Ex: art. 242, §2° da CF que trata da localização 
do Colégio Pedro II. 
 
RICO DOMINGUES DIREITO CONSTITUCIONAL 
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33 
Concepção Jurídica 
É defendida por Hans Kelsen (1925, primeira vez que seu livro 
é publicado). A Constituição é formada por um conjunto de 
normas e, portanto, é uma lei como todas as demais, cujo 
fundamento se encontra no plano jurídico. Kelsen diferencia 
constituição em sentido lógico- jurídico (acima da constituição há 
uma norma fundamental hipotética, que serve de fundamento 
para a Constituição) de constituição em sentido jurídico positivo 
(feita pelo poder originário). 
 
Concepção Normativa 
É defendida por Konrad Hesse (1959). Essa concepção foi 
desenvolvida para rebater a tese Lassale, a concepção 
SOCIOLÓGICA. Ainda de que seja inegável em alguns casos que 
uma Constituição jurídica possa sucumbir a realidade, deve-se 
atribuir a essa Constituição uma força normativa capaz de 
modificar esta mesma realidade. Para isso, é necessário que 
exista uma “vontade de constituição”, e não apenas uma 
“vontade de poder”. 
 
 Poder Constituinte (PC) 
Trata-se do poder de elaborar e modificar normas 
constitucionais. Vejamos suas características principais: 
• Só existe nos Estados que adotam a Constituição Escrita e 
Rígida; 
• É a base do princípio da supremacia constitucional; 
• Poder Constituinte cria a Constituição; 
• Poder Constituído resultado dessa criação; 
• Titular do poder constituinte é o povo; 
• O exercício do Poder Constituinte ocorre de forma autocrática 
(PC usurpado, constituição outorgada) ou democrática (PC 
legítimo, constituição promulgada). 
 
 Poder Constituinte Originário 
Trata-se do poder de elaborar uma nova constituição. Pode 
ser denominado ainda de genuíno, primário, inicial ou de primeiro 
grau. Podemos classificá-lo em: histórico (cria um Estado novo) 
ou revolucionário (substitui uma outra Constituição Federal 
existente no Estado). 
Destaquemos algumas características essenciais do poder 
constituinte originário: 
 Inicial – é a base da ordem jurídica; 
 É político e extra-jurídico ou pré-jurídico; 
 Ilimitado e autônomo – não respeita limites impostos por 
Direito anterior; Mas cuidado, em provas do CESPE já se 
considerou com verdadeira a afirmação de que sofre 
limitações quanto a garantia dos direitos humanos e as de 
ordem espiritual. 
 Incondicionado – não está sujeito a forma pré-fixada; 
 Absoluto – pode atingir direito adquirido, ato jurídico perfeito 
e coisa julgada; 
 Não está sujeito a limitações de ordem suprapositiva; 
 Permanente – pode ser exercido a qualquer tempo, 
permanece latente; 
 
 
 Poder Constituinte Derivado 
Trata-se do poder de alterar uma constituição (reformador ou 
revisor), ou, ainda, o poder atribuído aos Estados Membros de 
criarem suas Constituição (decorrente). Pode ser denominado 
também de poder instituído, constituído ou de segundo grau. 
Vejamos algumas características relevantes do poder constituinte 
derivado: 
 Jurídico – está regulado na própria Constituição; 
 Subordinado / Limitado – sofre controle de 
constitucionalidade; 
 Derivado – criado pelo poder constituinte originário; 
 Condicionado – deve observar as regras determinadas no 
texto Constitucional. 
 
 Limitações do Poder Constituinte Derivado 
Alguns limites ao PCD são impostos pelo Poder Constituinte 
Originário. Tais limites dizem respeito à possibilidade de reforma 
da Constituição. Há quatro classificações doutrinárias a respeito, 
porém, apenas as últimas três estão previstas no art. 60 da 
CF/88: 
• Temporais – CF estabelece período durante o qual o texto 
não pode ser reformado; não está previsto no art. 60, 
• Circunstanciais - vedada modificação durante 
circunstâncias excepcionais (estado de sítio, intervenção 
federal, art. 60. § 1º); 
• Processuais ou Formais – exigências do processo 
legislativo – Constituição rígida; (art. 60, § 2º, 3º e 5º) 
• Materiais – certas matérias que não podem ser abolidas. Ou 
seja, as cláusulas pétreas da CF/88 (art. 60, § 4º) 
 
Limitações ao Poder Constituinte Decorrente (José 
Afonso da Silva) 
 Princípios Constitucionais Sensíveis – são aqueles que 
dizem respeito a própria essência da organização constitucional 
da Federação Brasileira –art. 34, VII da CF. 
 Princípios Constitucionais Extensíveis (podem ser 
expressos e implícitos)–são normas organizatórias da União que 
se estendem aos estados-membros. Ex.: art. 28 e 75 da CF. São 
normas de observância obrigatória. 
 Princípios Constitucionais Estabelecidos: são aqueles 
princípios impostos de forma assistemática pela Constituição aos 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Prof. Cleber Paganelli RICO DOMINGUES 
 
 
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34 
 DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
Os Princíios Fundamentais estão enumerados entres os artitos 
1º ao 4º da CF/88 e são verdadeiras diretrizes imprescindíveis à 
configuração do Estado, determinando-lhe o modo e a forma de 
ser. 
Refletem os valores abrigados pelo ordenamento jurídico, 
espelhando a ideologia do constituinte, os postulados 
básicos e os fins da sociedade. 
São qualificados de fundamentais, porquanto constituem o 
alicerce, a base, o suporte, a pedra de toque do suntuoso 
edifício constitucional. (Uadi Lammêgo Bulos) 
 
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
(arts. 1º ao 4º) 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos 
desta Constituição. 
Neste artigo primeiro temos os chamados fundamentos da 
República Federativa do Brasil. Ele representa, ainda, as 
características mais essenciais do Estado brasileiro: forma de 
estado federativa, regime de democrático de governo, forma 
republicana de governo. 
Para conceituar os fundamentos, adotamos a obra de VicentePaulo e Marcelo Alexandrino1 
 Soberania: significa que o poder do Estado brasileiro, na 
ordem interna, é superior a todas as demais manifestações de 
poder, não é superado por nenhuma forma de poder, ao passo 
que, em âmbito internacional, encontra-se em igualdade com os 
demais Estados independente. 
 Cidadania: garantia em sentido não apenas formal, mas 
também material, dando condições efetivas para a participação 
política do indivíduos na condução dos negócios do Estado. No 
sentido formal seria apenas a atribuição de direitos políticos 
ativos e passivos. 
 Dignidade da pessoa humana: desde logo deixa claro que 
o Estado esta focado no ser humano. Temos, outrossim, diversos 
valores constitucionais que decorrem da dignidade da pessoa 
humana, tais como: direito à vida, à intimidade, à honra e à 
imagem. 
 Valor social do trabalho e da livre iniciativa: deixa claro 
que temos um Estado capitalista, todavia, valoriza o valor social 
do trabalho frente ao capital. 
 Pluralismo político: devemos garantir a inclusão, no 
processo de formação da vontade geral, das diversas correntes 
 
1 Direito Constitucional Descomplicado, 8 ed. São Paulo: Editora Método, 
2012, p. 94 e 95. 
de pensamento e interesses, mantendo sempre a existência de 
mais de um partido político. 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre 
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
O princípio da Separação dos Poderes – ou divisão funcional 
do poder. Há autores que defendem não ser adequada a 
expressão tripartição do poder, uma que que Poder é uno, 
indelegável e indivisível, tendo sua sua efetivação por meio das 
três órgãos diferentes, os quais exercem funções distintas. Logo, 
os termos poder, órgaos e função não são expressões 
equivalentes. 
O Princípio da Separação de Poderes foi melhor desenvolvido 
da forma que utilizamos atualmente por Montesquieu, na obra “O 
Espírito das Leis”. 
O aprimoramento da teoria se deve à Montesquieu, porém, 
outros autores já haviam traçado algum esboço acerca do que 
futuramente seria a teoria da separação de poderes que 
conhecemos hoje, dos quais podemos citar: Aristóteles em “A 
Política” e até mesmo John Locke na Obra o “Segundo Tratado 
sobre o Governo Civil”. 
A separação de poderes constitui cláusula pétrea na CF/88 
(art. 60, § 4º, III), e representa uma das caracerísticas do 
constitucionalismo moderno. 
Ainda, imporante ressaltar que a separação dos poderes está 
presente como dogma constitucional na Declaração Francesa dos 
Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 (art. 16). 
Em resumo, a separacação de poderes é uma técnica 
destinada a limitar o poder estatal, pois, inexistindo limitações ao 
poder do governante, as consequências são velhas conhecidas: 
tirania, arbítrio, ditadura, ou seja, um Estado autocrático. 
Neste sentido, convém destacar a teoria dos “freios e 
contrapesos” ou “checks and balances”. 
Tal teoria implica dizer que os “poderes” podem exercer 
controles recíprocos, ou seja, a contenção do poder pelo próprio 
poder. A existência desse mecanismo visa a promover o equilíbrio 
entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e favorece a 
estabilidade política no Estado democrático. 
Exemplos: o chefe do executivo (presidente) será julgado 
pelo poder legislativo (senado). O poder legislativo, ao elaborar 
uma norma contrária à CF/88, será declarada inconstitucional 
pelo poder judiciário. Outro exemplo é o fato de que o ingresso 
no mais alto órgão do poder judiciário (STF), depende de 
indicação do executivo, com aprovação do legislativo (senado). 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
Percebe-se que estes objetivos tem em comum buscar a 
isonomia, a igualdade material entre os brasileiros, em especial a 
chamada igualdade de oportunidades. No artigo 5°, a seguir 
analisado, perceberemos a efetivação deste objetivos. 
RICO DOMINGUES DIREITO CONSTITUCIONAL 
Prof. Cleber Paganelli 
 
 
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35 
Quando se fala em objetivos fundamentais, outrossim, 
tratamos sobre aquilo que o Estado almeja. Perceba que todos 
estão no infinitivo. 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas 
relações internacionais pelos seguintes princípios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a 
integração econômica, política, social e cultural dos povos da 
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações. 
 
 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 Introdução 
Neste tópico trataremos sobre os direitos e garantias 
fundamentais previstos nos artigos 5° ao 17 da Constituição da 
República Federativa do Brasil. 
Inicialmente, essencial distinguir direito de garantia, na forma 
como a Constituição fez. Aqui entenderemos direito como ”os 
bens em si mesmo considerados, declarados como tais nos textos 
constitucionais”. Já garantias entendermos como os instrumentos 
previstos constitucionalmente para a efetivação daqueles direitos, 
como, por exemplo, o Habeas Corpus que é a salvaguarda do 
direito de locomoção. 
DIREITOS GARANTIAS 
Disposições de caráter 
declaratório, 
enunciativos 
São disposições de caráter 
assecuratório 
Explicitam os direitos 
reconhecidos no sistema 
jurídico 
São instrumentos que, 
para defesa dos direitos, 
limitam o poder 
 
 Conceito 
São o conjunto de normas, princípios, prerrogativas, deveres 
e institutos, inerentes à soberania popular, que garantem a 
convivência pacífica, digna, livre e igualitária, independentemente 
de credo, raça, origem, cor, condição econômica ou status social. 
(Uadi Lammêgo Bulos) 
Posições jurídicas que investem o ser humano de um conjunto 
de prerrogativas, faculdades e instituições imprescindíveis a 
assegurar uma existência digna, livre, igual e fraterna para todas 
as pessoas. (Dirley da Cunha Jr.) 
O título II da CF/88 abrange os Direitos e Garantias 
Fundamentais, o qual compreende: 
a) Direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º) 
b) Direitos sociais (art. 6º ao 11) 
c) Direitos de nacionalidade (art. 12 e 13) 
d) Direitos políticos (art. 14 ao 16) 
e) Partidos políticos (art. 17) 
 Características 
 Historicidade - Produto da evolução histórica. 
 
 Inalienabilidade - Não são passíveis de valoração 
econômica. 
 
 Irrenunciabilidade - Não se pode renunciá-los. 
 
 Universalidade - Alcançam a todo ser humano, sem 
discriminação. 
 
 Relatividade/ Limitabilidade – Não são absolutos (não há 
hierarquia) 
 
 Complementariedade - Devem ser interpretados de forma 
conjunta. 
 
 Imprescritíveis - Não prescrevem, são permanentes. 
 
 Inviolabilidade - os direitos de outrem não podem ser 
desrespeitados. 
 
 Efetividade - Poder Público deve atuar para garantir a sua 
efetivação. 
 
 Gerações (dimensões) dos DFs 
O Direitos fundamentais (DFs) foram se desenvolvendo com 
o passar do tempo. Historicamente foi identificado o surgimento 
de alguns direitos em cada momento. A sistematização destes 
direitos mais cobrada em concursos é a que foi feita por Paulo 
Bonavides, que segue. 
 Primeiro geração ou dimensão: São direitos de caráter 
negativo ou direitos de defesa, pois, exigem doEstado uma 
abstenção. São direitos individuais (em face do Estado), possuem 
eficácia vertical (o indivíduo está subordinado ao Estado). 
Momento histórico = surgimento do Estado Liberal 
 Segunda geração ou dimensão: buscam a redução das 
desigualdades fáticas – IGUALDADE MATERIAL – criação dos 
direitos sociais, econômicos e culturais. São direitos positivos ou 
prestacionais, na medida em que dependem de uma tuação 
positiva do Estado, a fim de assegurar tais direitos. Momento 
histórico = passagem do Estado Liberal para o Estado de bem-
estar social. (Ex.: direito à saúde, educação, moradia, etc) 
 Terceira geração ou dimensão: direitos ligados ao valor 
fraternidade ou solidariedade. Caracterizado por direitos 
transindividuais ou difusos. (Ex.: meio ambiente, 
autodeterminação dos povos, comunicação, etc. 
DICA: eficácia vertical dos direitos fundamentais significa a sua 
aplicação na relação Estado Particular. Eficácia horizontal, a sua 
extensão as relações entre os particulares. 
 
 Aplicação Imediata 
As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. (art. 5º, § 1º) 
Tal comando implica dizer que o Poder Público deve buscar 
dar a máxima efetividade aos direitos fundamentais, dentro das 
possibilidades jurídicas. 
 
 
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 Enumeração aberta e interpretação. 
O rol de direitos fundamentais na CF/88 é meramente 
exemplificativo, uma vez que referidos direitos estão espalhados 
ao longo do texto constitucional e, inclusive fora da CF/88. 
Os direitos e garantias expressos na Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. (art. 5º, § 2º) 
 
 Tratados e Convenções Internacionais 
A Emenda Constitucional nº 45/2004 inseriru o § 3º ao art. 
5º da CF/88, e passou a dispor que: 
Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
Referida regra deixa claro que, os tratados e convenções 
sobre direitos humanos, que forem aprovados nas 2 casas do 
Congresso, em 2 turnos de votação e pelo quórum de 2/3 dos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais, ou 
seja, terão status de norma constitucional. 
O exemplo prático a ser mencionado é o Tratado de Nova 
Iorque e o Trato de Marraqueche, já analisados 
anteriormente. 
Cuidado: 
O Pacto de San José da Costa Rica:, apesar de ser um tratado 
sobre direitos humanos, não passou pelo procedimento rígido de 
aprovação acima descrito, razão pela qual é considerado tem 
naturea Supralegal (acima das leis, mas abaixo da 
Constituição), 
 
 Tribunal Penal Internacional. 
A EC 45/2004 também inseriu o § 4º ao art. 5º, e passou a 
dispor que “O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão”. 
 
 Direitos Fundamentais em Espécie 
 Dos direitos e deveres individuais e coletivos 
O art. 5º da CF/88 inaugura o extenso rol de Direitos e Garantias 
Fundamentais, classificados como Direitos e deveres individuais e 
coletivos. 
O caput do art. 5º assevera que: “Todos são iguais perante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes”: 
O direito a vida é a base de todos os outros direitos, já que 
sem ele não há porque se falar nos demais. Esse, outrossim, é 
garantido de forma ampla, inclusive a forma intrauterina 
(proibição, em regra, do aborto); 
O direito à vida implica o dever que o Estado tem de assegurar 
o direito de permanecer vivo (não ser morto), bem como ter uma 
vida digna. 
O direito à vida também pode ser relativizado, tal como se 
verifica no inciso XLVII, “a” que autoriza a pena de morte em caso 
de guerra declarada, ou mesmo nas 2 hipóteses de interrupção 
da gravidez autorizadas pelo Código Penal (art. 128): 
a) se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
b) aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
 
Outra hipótese a considerar diz respeito a interrupção da 
gravidez nos casos de fetos anencéfalos, julgado pelo STF na 
ADPF 54 de 12/4/2012. 
Resumindo: a vida pode ser relativizada nas seguintes hipóteses: 
 Pena de morte (em caso de guerra declarada) 
 Aborto em caso de (1) risco de morte à mãe; (2) estupro 
 Fetos anencéfalos (sem cérebro) – ADPF 54 de 
12/4/2012 
 Possibilidade de pesquisas com células-tronco embrionárias 
(ADI 3510) 
 
Princípio da Igualdade (isonomia) 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos 
termos desta Constituição; 
Estamos diante do Princípio da Isonomia que está no caput 
deste artigo, bem como no inciso I ora em análise. 
Igualdade formal: conhecida como igualdade perante a lei, a qual 
visa subordinar todos ao crivo da lei, independentemente de 
origem, raça, sexo, cor, credo, etnia, estado civil, etc. 
Igualdade material: tratar os iguais de forma igual e os desiguais 
de forma desigual, na medida da igualdade ou desigualdade. 
É possível ao legislador dar tratamento diferenciado a pessoas 
diferentes, tal como ocorre com normas específicas que tutelam 
os menores, mulheres, idosos, deficientes, etc. 
Em concursos públicos, é possível que o edital faça referência 
a requisitos específicas para seleção de candidatos, como idade, 
peso, altura, etc., o que tem gerado inúmeras demandas judiciais, 
pois, possível afronta do princípio da isonomia. 
A este respeito, o STF editou a Súmula 678, segundo a qual: 
O limite de idade para a inscrição em concurso público só 
se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, 
quando possa ser justificado pela natureza das atribuições 
do cargo a ser preenchido. 
 
Ainda, a Súmula Vinculante nº 44 determina que: 
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a 
habilitação de candidato a cargo público. 
 
Em ago/2016 o STF julgou o RE 898.450, fixando algumas 
premissas em relação à editais que proíbem candidatos com 
tatuagem: 
Editais de concurso público não podem estabelecer 
restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações 
excepcionais, em razão de conteúdo que viole valores 
constitucionais. 
Um policial não se torna melhor ou pior em suas funções 
apenas por ter tatuagem. 
Tatuagens que prejudiquem a disciplina e a boa ordem, 
sejam extremistas, racistas, preconceituosas ou que 
atentem contra a instituição devem ser coibidas 
 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei; 
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* Princípio da legalidade para o particular. Para a administração 
pública é diferente, só pode fazer o que estiver expressamente 
permitido por lei. 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante; 
Súmula Vinculante 11: Só é lícito o uso de algemas em 
casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de 
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do 
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e 
penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão 
ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da 
responsabilidade civil do Estado. 
 
Liberdade de expressão 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato; 
 é possívelse manifestar, mas há que se deixar claro quem foi 
(vedado o anonimato). Tem como limites a degradação do outro 
(ex: discurso do ódio). 
 Um caso interessante envolvendo a Lei das Eleições (Lei 
9.504/1997, que foi julgado pelo STF na ADI 4.451: 
(...) Tanto a liberdade de expressão quanto a participação 
política em uma Democracia representativa somente se 
fortalecem em um ambiente de total visibilidade e 
possibilidade de exposição crítica das mais variadas opiniões 
sobre os governantes. O direito fundamental à liberdade de 
expressão não se direciona somente a proteger as opiniões 
supostamente verdadeiras, admiráveis ou convencionais, mas 
também aquelas que são duvidosas, exageradas, 
condenáveis, satíricas, humorísticas, bem como as não 
compartilhadas pelas maiorias. Ressalte-se que, mesmo as 
declarações errôneas, estão sob a guarda dessa garantia 
constitucional. Ação procedente para declarar a 
inconstitucionalidade dos incisos II e III (na parte 
impugnada) do artigo 45 da Lei 9.504/1997, bem como, 
por arrastamento, dos parágrafos 4º e 5º do referido artigo. 
[ADI 4.451, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 21-6-2018, P, 
DJE de 6-3-2019.] 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, 
além da indenização por dano material, moral ou à imagem; 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica 
e de comunicação, independentemente de censura ou licença; 
Imporante: 
Em 2017, ao julgar a ADI 4815, (Biografias não 
autorizadas), o STF decidiu que não há necessidade de 
autorização do biografado. Eventuais abusos serão passíveis de 
punição. 
 
Direito a informação e sigilo de fonte 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado 
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
 
Liberdade de Crença 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na 
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência 
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença 
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar 
para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a 
cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
 Exemplo: testemunhas de Jeová, em razão de suas 
convicções religiosas, não prestam o serviço militar obrigatório 
(homens). Neste caso, é possível que as Forças Armadas 
imponham alguma prestação alternativa. Na hipótese de recusa 
no cumprimento da prestação alterantiva, aí sím será possível a 
restrição a direitos, como é o caso dos Direitos Políticos (art. 15, 
III da CF/88)  
Proteção a intimidade 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 Pessoas públicas: o direito a intimidade e a vida privada acaba 
sendo restringido. Mas há um limite. Ex: não posso fotografar 
com uma câmera potente o quarto de um casal de atores sem a 
autorização destes, durante um momento intimo. 
Inviolabilidade do domicílio 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante 
o dia, por determinação judicial; 
Importante observar que o conceito de casa revela-se 
abrangente, abrangendo qualquer aposento de habitação 
coletiva, desde que ocupado (art, 150, § 4º, II do Código Penal), 
§ 4º - A expressão "casa" compreende: 
I - qualquer compartimento habitado; 
II - aposento ocupado de habitação coletiva; 
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém 
exerce profissão ou atividade. 
Exemplos: quarto de hotel e motel, casa da praia, trailer, 
consultórios e escritórios (contabilidade e advocatício), etc. 
O inciso XI ora em análise autoriza o ingresso, sem autorização 
do morador em 4 hipóteses: 
1) Para prestar socorro 
2) Flagrante delito 
3) Desastre 
4) Por decisão judicial 
Dentre as quatro possibilidade acima referidas, as três primeiras 
podem ocorrer em qualquer horário e sem autorização judicial. 
Entretanto, a última hipótese (decisão judicial), somente pode 
ocorrer durante o dia. 
Não há previsão constitucional do que seja “dia”, daí porque a 
doutrina tem se referido a expressões como amanhecer até o 
anoitecer (aurora e crepúsculo), ou mesmo especificando um 
lapso temporal que compreende das 6h às 18h. 
 
 
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Sigilo de Correspondência 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no 
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a 
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal; 
 
Interceptação telefônica: 
 Só pode excepcionalmente; sempre com previa decisão 
judicial (reserva de jurisdição) 
 Lei 9.296/96 – regulou, também, a interceptação de e-
mail, fax, dentre outros. 
 Não é para qualquer crime, apenas naqueles crimes 
puníveis com reclusão. 
 É medida excepcional. Por isso, se for possível 
demonstrar alcançar o resultado buscado por meio de 
outras provas não será permitida a interceptação. 
 O que se protege é a comunicação em si. 
DICA: segundo o STF “os elementos informativos de uma 
investigação criminal, ou as provas colhidas no bojo de uma 
instrução processual penal, desde que obtidos mediante 
interceptação telefônica devidamente autorizada por juiz 
competente, podem ser compartilhados para fins de instruir 
procedimento administrativo disciplinar”. 
 
Liberdade profissional 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
 Norma de Eficácia Contida: pode ser restringido por lei 
infraconstitucional. 
 
Liberdade de locomoção 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, 
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, 
permanecer ou dele sair com seus bens; 
 
Liberdade de reunião e de associação: 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais 
abertos ao público, independentemente de autorização, desde 
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o 
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade 
competente; 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada 
a de caráter paramilitar; 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de 
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento; 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas 
ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a 
permanecer associado; 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente 
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados 
judicial ou extrajudicialmente; 
 É caso de representação processual. Terceiro atua em nome 
do representando e defendendo direito do representado. 
 
Direito de propriedade 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
 Norma de eficácia contida, pois há outros incisos da 
constituição que restringem este direito. 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por 
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, 
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os 
casos previstos nesta Constituição; 
 Estamatéria é estudada, de forma detalhada, em direito 
administrativo. 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade 
competente poderá usar de propriedade particular, assegurada 
ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde 
que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para 
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, 
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, 
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos 
herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à 
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades 
desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das 
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos 
intérpretes e às respectivas representações sindicais e 
associativas; 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais 
privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às 
criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de 
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse 
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; 
XXX - é garantido o direito de herança; 
 é um reforço do direito de propriedade, pois o proprietário 
tem a garantia de que o patrimônio que acumulou durante toda 
a sua vida poderá ser transmitido de acordo com a sua vontade. 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será 
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos 
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal 
do "de cujus"; 
 É sempre a lei mais benéfica ao cônjuge ou filhos. 
Defesa do consumidor 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do 
consumidor; 
 Norma de caráter programático, regulamentado pelo Código 
de Defesa do Consumidor - Lei 8.078/1990. 
 
Direito de informação 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo 
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
 Decorre do princípio da publicidade dos atos da 
administração. 
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 Não é absoluto (sigilo por interesse público) 
 Controle popular da coisa pública. 
 
Direito de Petição e de certidão: gratuidade 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos 
ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
 Direito de Petição: é o instrumento que possui qualquer 
membro da sociedade para levar ao conhecimento dos poderes 
públicos fato abusivo ou ilegal, que seja contrário ao interesse 
público. (se houver controvérsia, o que há é direito de ação, e 
não de petição) 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa 
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
 
Princípio da inafastabilidade da jurisdição 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão 
ou ameaça a direito; 
 Deixa claro que apenas o judiciário decide de forma definitiva 
sobre um tema, com status de coisa julgada (quando uma decisão 
transita em julgado, quando não cabe mais recurso a tribunal 
superior) 
 Não é absoluto: o mérito administrativo (conveniência e 
oportunidade) não pode ser revisto pelo Poder Judiciário. 
 Em regra, não preciso esgotar a via administrativa. Exceções 
quanto a “justiça” desportiva, o Habeas Data e o ato ou omissão 
contrário a sumula vinculante do STF (tenho que esgotar a via 
para depois utilizar a reclamação). 
SÚMULA VINCULANTE Nº 28: é inconstitucional a 
exigência de depósito prévio como requisito de 
admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda 
discutir a exigibilidade de crédito tributário. 
 
Direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico 
perfeito e a coisa julgada; 
 Direito adquirido: é aquele que já se incorporou ao 
patrimônio jurídico do titular;. 
 Ato jurídico perfeito: reputa-se ato jurídico perfeito 
o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que 
se efetuou. 
 Coisa Julgada: chama-se coisa julgada ou caso 
julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso 
 
Princípio do Juíz Natural 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente; 
 Este princípio garante a atuação imparcial do Poder Judiciário 
na apreciação de questões postas em juízo. 
 Também diz respeito a impossibilidade de descumprimento 
das regras de competência, relativas aos tribunais e juízos 
constitucionalmente previstos. 
 
 
Tribunal do Júri 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização 
que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a 
vida; 
 Cuidado com as pessoas/ autoreidades que possuem 
prerrogativa de foro. Caso este seja garantido pela CF prevalece 
sobre o Tribunal do júri, como é o caso do Presidente da 
República. Isso não ocorre se a prerrogativa de foro for garantida 
em Constituição Estadual. 
Súmula Vinculante 45: A competência constitucional 
do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa 
de função estabelecido exclusivamente pela constituição 
estadual. 
 
Princípio da legalidade e da irretroatividade: 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena 
sem prévia cominação legal; 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
Súmula Vinculante 26: Para efeito de progressão de 
regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou 
equiparado, o juízo da execução observará a 
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de 
julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado 
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do 
benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo 
fundamentado, a realização de exame criminológico. 
 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos 
e liberdades fundamentais; 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de 
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional 
e o Estado Democrático; 
 
Princípios Constitucionais sobre as penas 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo 
a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de 
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra 
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre 
outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do 
art. 84, XIX; 
 
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b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
DICA: apesar de ter por senso comum que o Brasil não admite a 
pena de morte, em realidade ela é possível, mas apenas em 
tempo de guerra. É a única das penas proibidas que admite 
exceção. 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de 
acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 
 
Garantias aos presos 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e 
moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam 
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; 
 
Regras sobre prisão 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem 
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, 
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente 
militar, definidos em lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre 
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família 
do preso ou à pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o 
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da 
família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por 
sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade 
judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a 
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 
 
Prisão Civil por dívida 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável 
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e a do depositário infiel; 
 Pacto de San José da Costa Rica: tem natureza supralegal. 
Apesar da Constituição permitir a prisão civil do depositário infiel, 
toda a legislação que regula a matéria está suspensa, pois o 
tratado não admite, apenas permitindo nos casos de dívida 
alimentícia. (STF) 
Súmula Vinculante 25: É ilícita a prisão civil de 
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de 
depósito. 
 
Extradição 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em 
caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de 
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, na forma da lei; 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime 
político ou de opinião; 
 
Presunção de Inocência 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória; 
O inciso LVII consagra o chamado princípio da presunção de 
inocência. 
Atenção: 
Em 11/2019, ao julgar as ADCs 43, 44 e 54, por maioria (6x5) 
o STF decidiu que é necessário o trânsito em julgado da 
condenação para o início do cumprimento da pena - 07/11/19). 
 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a 
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; 
 Norma de eficácia contida. 
 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se 
esta não for intentada no prazo legal; 
Aqui é interessante lembrar que a ação penal pública é 
privativa do Ministério Público (art. 129, I), porém, caso não seja 
ajuizada no prazo legal, será admitida ação privada. 
 
Devido Processo Legal, contraditório e ampla defesa 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios 
ilícitos; 
 
Publicidade dos atos processuais 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais 
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita 
aos que comprovarem insuficiência de recursos; 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim 
como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; 
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma 
da lei: 
a) o registro civil de nascimento; 
b) a certidão de óbito; 
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-
data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da 
cidadania. 
 
Princípio da Razoável Duração do Processo 
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios que 
garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
Observe que este último inciso do art. 5º foi inserido na CF/88 
pela EC 45/2004, conhecida como Reforma do Judiciário. 
Além disso, não é demasiado saber que a inspiração desta 
garantia processual (razoável duração do processo) foi inspirada 
no Pacto de São José da Costa Rica (art. 8º, 1). 
 
 Remédios Constitucionais 
A expressão remédios constitucionais não está expressa na 
Constituição, porém, é amplamente utilizada na doutrina e 
inclusive em questões de concurso público. 
Tais remédios constitucionais são verdadeiras garantias 
colocadas à dispoição do indivíduo para proteção de 
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determinados direitos caso sejam violados. Também são 
conhecidos como “ações constitucionais”, pois, são impetradas 
perante o poder judiciário. 
A CF/88 elenca os remédios constitucionais entre os incisos 
LXVIII ao LXXIII do art. 5º, sendo eles: Habeas Corpus, Mandado 
de Segurança, Manda do Injunção, Habeas Data e Ação Popular. 
 
 Algumas noções gerais são importantes: 
 Gratuidade: Habeas Corpus e Habeas Data 
 Não exige advogado: Habeas Corpus 
 Legitimidade ativa (impetrante): pessoa física e pessoa 
jurídica, nacionais ou extrangeiros. Uma exceção importante 
diz respeito à ação popular, por se tratar do único remédio 
que não pode ser ajuizado por pessoa jurídica. 
 Leis regulamentadoras: cada um dos remédios 
constitucionais está regulado em lei própria. Isto significa 
dizer que detalhes e questões processuais devem ser 
buscadas nas leis próprias: 
o Habeas Corpus: arts. 647 ao 667 do CPP 
o Mandado de segurança: Lei 12.016/2009 
o Mandado de injunção: Lei 13.300/2016 
o Habeas Data: Lei 9.507/1997 
o Ação popular: Lei 4.717/1965 
 
 Habeas Corpus 
O art. 5º, LXVIII da CF/88 determina que: conceder-se-á 
"habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
O Habeas Corpus protege a liberdade de locomoção – direito 
de ir, vir ou ficar/permanecer. 
Pode ser preventivo (quando alguém se achar ameaçado de 
sofrer), ou mesmo repressivo (quando já sofreu) violência ou 
coação na liberdade de locomoção. 
É gratuito e não exige advogado, pode ser impetrado pelo 
próprio interessado ou por um terceiro; não exige capacidade civil 
plena, podendo ser feito por menor de idade. 
Pode ser ajuizado por pessoa jurídica (impetrante), desde que 
em favor de uma pessoa física (paciente). 
Caso seja impetrado por estrangeiro, deverá ser redigido em 
língua portuguesa. 
Autoridade coatora: é aquele que impede o exercício do 
direito de ir e vir. Normalemnte é um ente público (ex.: delegado 
de polícia, juiz ou tribunal), porém, excepcionalmente poderá ser 
um ente privado (ex.: hospital/ clinica psiquiátrica que impede a 
saída do paciente). 
Não caberá Habeas Corpus em relação a punições 
disciplinares militares”. (art. 142, § 2º da CF/88) 
Não cabe Habeas Corpus contra decisão condenatória a pena 
de multa, ou relativoa processo em curso por infração penal a 
que a pena pecuniária seja a única cominada (súmula 293 do 
STF). 
Não cabe Habeas Corpus contra a imposição da pena de 
exclusão de militar ou de perda de patente ou de função 
pública. (súmula 694 do STF) 
Não cabe Habeas Corpus quando já extinta a pena 
privativa de liberdade. (súmula 695 do STF) 
 
 Mandado De Segurança 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger 
direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou 
"habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso 
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições do Poder Público; 
O mandado de segurança exige a representação por 
Advogado e não é gratuita. 
Direito Líquido e certo: é aquele que pode ser 
demonstrado de plano mediante prova pré-constituída, sem a 
necessidade de dilação probatória. 
Subsidiariedade: o caráter subsidiário quer dizer que só 
poderá ser ajuizado o mandado de segurança, quando não 
couber Habeas Corpus ou Habeas Data. 
Legitimidade ativa: Poder ser ajuizado por pessoa física ou 
jurídica, de direito público ou privado. Também poder ser 
utilizado por entes despersonalizados. (ex.: mesa da câmara, 
espólio, massa falida, etc. 
Atenção: em caso de recusa no fornecimento de 
certição perante órgãos públicos, o remédio cabível será o 
mandado de segurança. 
 
Algumas súmulas do STF sobre mandado de segurnaça: 
 Não cabe mandado de segurança contra ato judicial 
passível de recurso ou correição. (S. 267) 
 Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial 
com trânsito em julgado. (S. 268) 
 Concessão de mandado de segurança não produz efeitos 
patrimoniais em relação a período pretérito, os quais 
devem ser reclamados administrativamente ou pela via 
judicial própria. (S. 271) 
 
Mandado de Segurança Coletivo 
O mandao de segurança coletivo está previsto no inciso LXX 
do art. 5º, com a seguinte redação: 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser 
impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso 
Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em funcionamento 
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus 
membros ou associados; 
O que muda quando ao mandato de segurança individual é 
que aqui está defendendo um direito que é coletivo, e, assim, 
precisa-se estabelecer legitimados, o que se fez nas alíneas “a” e 
“b”. 
Representação no Congresso Nacional: quer dizer que o 
partido deverá ter pelo menos 01 deputado ou 01 senador no 
Congresso. 
Estar constituído e em funcionamento há pelo menos 
01 ano se aplica apenas às associações. 
A Súmula 629 do STF determina que “A impetração de 
mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor 
dos associados independe de autorização destes”. 
O MS coletivo pode ser impetrado para defender a 
totalidade ou parte, dos seus membros ou associados, na 
forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas 
finalidades, dispensada autorização especial. 
 
 
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 Mandado De Injunção 
A exemplo do HD, o mandado de injunção também é fruto da 
Constituição de 1988 e está regulado no inciso LXXI do art. 5º: 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a 
falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania; 
O mandado de injunção é cabível diante de normas de 
eficácia limitada, ou seja, aquelas normas que veiculam 
determinado direito constitucional que não pode ser exercido 
justamente pela ausência da norma regulamentadora 
Alguns exemplos: 
 direito de greve do servidor público (art. 37, VII) 
 aposentadoria especial do servidor público (art. 40, § 
4º, III) – ver súmula vinculante 33 
 adicional de penosidade (art. 7º, XXIII) 
 
O mandado de injunção é uma ação de processo subjetivo, 
ou seja, busca-se a defesa de interesses subjetivos da parte que 
ingressa com o MI, demodo que, em regra, a sentença terá 
efeitos limitados às partes da causa. 
Entretanto, poderá ser conferida eficácia ultra partes ou 
erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável 
ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da 
impetração. 
Legitimidade ativa: tanto pessoa física, quanto jurídica, 
nacional ou estrangeira. 
 
 Habeas Data 
O Habeas Data surgiu com a Constituição de 1988 e tem 
pouca utilidade na prática do dia a dia. 
O art. 5º, LXXII da CF/88 dispõe que: 
LXXII - conceder-se-á habeas-data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações 
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros 
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-
lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
 
Trata-se de uma ação de caráter personalíssimo, na 
medida em que só poderá ser utilizada para ter acesso e/ou 
retificar informações pessoais, vedado em relação a terceiros. 
Banco de dados: o banco de dados deve ser governamental 
ou de caráter público, o que implica dizer que pode ser utilizado 
o HD em relação a pessoa jurídica de direito privado (ex.: órgãos 
de proteção ao crédito (SPC/Serasa), partidos políticos, 
universidade particular). 
Prévio requerimento administrativo: o HD exique o 
prévio requerimento administrativo, ou seja, é necessário 
demonstrar o interesse de agir com a prova da recusa no 
fornecimento da informação ou retificação. 
A súmula 2 do STJ determina que: não cabe o Habeas Data 
se não houve recusa de informações por parte da autoridade 
administrativa 
Gratuidade: O Habeas Data é uma ação gratuita, porém, 
exige advogado. 
Legitimidade ativa: pode ser utilizado tanto por pessoa 
física quanto jurídica, nacional ou estrangeira. 
CUIDADO: o Habeas Data não é a medida adequada 
para requerimento de certidão perante órgãos públicos. 
 Ação Popular 
A ação popular é um remédio constitucional relacionado ao 
exercício dos direitos políticos, uma vez que só poder ser ajuizado 
por qualquer cidadão, ou seja, aquele que está no gozo dos seus 
direitos políticos. 
Qualquer cidadão não é o mesmo que qualquer pessoa. 
Estrangeiros não podem ajuizar a AP, por não deterem a 
qualidade de cidadão. O condenado criminalmente por sentença 
transidata em julgado também não poderá ajuizar a ação popular, 
uma vez que seus direitos políticos serão suspensos enquanto 
durarem os efeitos da condenação (art. 15, III). 
A CF/88 trata da ação popular no inciso LXXIII do art. 5º: 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação 
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público 
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de 
custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
Legitimidade ativa: apenas pessoa física (cidadão) – a 
súmula 365 do STF reforça a ideia que “Pessoa jurídica não tem 
legitimidade para propor ação popular”. 
Para o STF, não é necessária a comprovação de prejuízo 
material aos cofres públicos como condição para a propositura de 
ação popular. (ARE - 824781 – 09.10.2015). 
 
 DIREITOS SOCIAIS, DIREITOS DE 
NACIONALIDADE, DIREITOS POLÍTICOS 
E PARTIDOS POLÍTICOS 
 Direitos Sociais 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, 
a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição. 
 
O art. 6º simplesmente enumera os direitos sociais 
considerados pelo constituinte, tendo sido ampliado com o passar 
dos anos.Os direitos sociais que foram inseridos no art. 6º após 
a promulgação da CF/88 são: a) Moradia (EC 26/2000); b) 
Alimentação (EC 64/2010); c) Transporte (EC 90/2015). 
Observe que o último direito social inserido no art. 6º foi o 
transporte. Para facilitar o estudo, basta lembrar que os direitos 
sociais que não constavam do texto originário da CF/88 formam 
o seguinte mnemônico: 
TAM (transporte – alimentação – moradia). 
Os direitos sociais são direitos fundamentais de 2ª 
geração/dimensão e foram positivados primeiramente na 
constituição do México de 1917 e depois na constituição alemã 
de Weimar de 1919. 
Em regra, os direitos sociais têm caráter programático e 
prestacional, também conhecidos como direitos positivos ou 
direitos de igualdade (material), uma vez que demandam uma 
conduta ativa no Estado no sentido de implementar tais direitos. 
A implementação de direitos sociais requer a disponibilidade 
de recursos finaneiros do Estado, fato que acarreta a 
inviabilização da fruição de alguns direitos sociais pelo indivíduo, 
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pois, há uma limitação orçamentária do Estado, fazendo com que 
nem todos os direitos sociais sejam efetivamente assegurados. 
Estamos a falar da chamada “reserva do possível”, a qual tem 
suas origens no direito Alemão e já tem sido aplicada no direito 
brasileiro. Em termos práticos, a reserva do possível está 
relacionada à escassez de recursos (limitação orçamentária), 
justificando, portanto, a não implementação de determinados 
direitos sociais. 
Por outro lado, o Estado deverá observar o “mínimo 
existencial”, pautado na dignidade da pessoa humana, o que 
implica dizer que o gestor público não poderá simplesmente 
deixar de implementar todo e qualquer direito socil, ao 
argumento de que não tem disponibilidade de recursos 
financeiros, uma vez que deverá atender um mínimo existencial, 
assegurando um uma vida digna ao indivíduo. 
Em resumo, para o STF, a tese da reserva do mínimo possível 
é aplicável apenas se restar comprovada a real falta de recursos 
orçamentários pelo poder público, pois não é admissível como 
justificativa genérica para eventual omissão estatal na efetivação 
dos direitos fundamentais. 
Quanto ao direito à segurança aqui previsto (art. 6º), importa 
salientar que não é a segurança prevista no caput do art. 5º. A 
segurança prevista no art. 5º é direito individual e está 
relacionada a segurança jurídica (primeira geração), ao passo que 
a segurança tratada aqui no art. 6º é direito de segunda geração 
e está ligado a ideia de segurança pública, sendo este um dever 
do Estado e responsabilidade de todos, regulamentada no art. 
144 da CF/88 que trata da Segurança Pública, a qual tem por 
objetivo a tutela da ordem pública e da incolumidade das pessoas 
e do patrimônio. 
 
 Direitos Sociais dos Trabalhadores 
O art. 7º da CF/88 enumera um rol exemplificativos dos 
trabalhadores urbanos e rurais. Referido dispositivo não é muito 
recorrente em questões de provas de concursos, salvo nas 
carreiras trabalhistas (ex.: TRTs). 
De todo modo, tendo em vista que os editais quase sempre 
apresentam os direitos sociais no conteúdo programático de 
Direito Constitucional, a leitura deste artigo é fundamental. 
A dica de estudo é a seguinte: ler repetidas vezes o artigo 7º 
e treinar algumas questões de provas, pois, normalmente as 
pegadinhas ficam limitadas ao próprio texto constitucional. 
Exemplo: repouso semanal remunerado, aos domingos; na 
verdade o repouso semanal será preferencialmente aos 
domingos. b) adicional de horas extras com acréscimo de 50% 
sobre a hora normal; o correto seria falar em acréscimo de, no 
mínimo, 50% a mais, detre outras tantas possibiidades de 
pegadinhas que podem ser formuladas pelos examinadores. 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de 
outros que visem à melhoria de sua condição social: 
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou 
sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá 
indenização compensatória, dentre outros direitos; 
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
III - fundo de garantia do tempo de serviço; 
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz 
de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família 
com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, 
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos 
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua 
vinculação para qualquer fim; 
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do 
trabalho; 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou 
acordo coletivo; 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que 
percebem remuneração variável; 
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral 
ou no valor da aposentadoria; 
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua 
retenção dolosa; 
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da 
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da 
empresa, conforme definido em lei; 
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador 
de baixa renda nos termos da lei; 
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas 
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação 
de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou 
convenção coletiva de trabalho; 
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos 
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; 
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos 
domingos; 
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, 
em cinquenta por cento à do normal; 
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um 
terço a mais do que o salário normal; 
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, 
com a duração de cento e vinte dias; 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante 
incentivos específicos, nos termos da lei; 
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no 
mínimo de trinta dias, nos termos da lei; 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de 
normas de saúde, higiene e segurança; 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, 
insalubres ou perigosas, na forma da lei; 
XXIV - aposentadoria; 
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o 
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; 
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de 
trabalho; 
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do 
empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, 
quando incorrer em dolo ou culpa; 
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de 
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os 
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a 
extinção do contrato de trabalho; 
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções 
e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado 
civil; 
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e 
critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; 
 
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XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e 
intelectual ou entre os profissionais respectivos;XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a 
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de 
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 
quatorze anos; 
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo 
empregatício permanente e o trabalhador avulso. 
 
 Trabalhadores Domésticos 
O parágrafo único do art. 7º da CF/88 enumera os direitos 
trabalhistas que são estendidos aos empregados domésticos, 
sendo eles: 
Parágrafo único - São assegurados à categoria dos 
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, 
VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, 
XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em 
lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações 
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de 
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, 
IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência 
social. (EC nº 72, de 2013) 
O parágrafo único acima foi substancialmente alterado pela 
EC 72/2013, tendo sido amplicado o rol de direitos dos 
trabalhadores domésticos. Para as provas de concursos, com 
exceção das carreiras trabahistas, não é muito comum serem 
cobrados os direitos dos domésticos. Entretanto, há que se ter 
cuidado no estudo dessa temática, pois, a técnica legislativa do 
parágrafo único apenas remeteu aos incisos contidos ao longo do 
art. 7º, de modo que o candidato deverá identificar cada um 
deles, a fim de saber quais direitos efetivamente são estendidos 
aos domésticos. 
Exemplos de direitos dos domésticos: a) limitação de jornada 
diária (8h) e semanal (44h); b) adicional de horas extras (50%); 
d) seguro desemprego; e) FGTS; f) repouso semanal 
remunerado, etc; 
Exemplo de direitos que não foram estendidos aos domésticos 
pela EC 72/2013: a) adicional para atividade insalubre, perigosa 
ou penosa; b) prescrição quanto aos créditos tralhistas; c) 
participação nos lucros e resultados; d) proteção do mercado de 
trabalho da mulher, etc. 
 
 Direito Coletivo do Trabalho (sindical) 
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o 
seguinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação 
de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas 
ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização 
sindical; 
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em 
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou 
econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos 
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser 
inferior à área de um Município; 
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos 
ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou 
administrativas; 
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando 
de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio 
do sistema confederativo da representação sindical respectiva, 
independentemente da contribuição prevista em lei; 
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a 
sindicato; 
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações 
coletivas de trabalho; 
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado 
nas organizações sindicais; 
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir 
do registro da candidatura a cargo de direção ou representação 
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o 
final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da 
lei. 
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à 
organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, 
atendidas as condições que a lei estabelecer. 
Obs.: quanto ao inciso IV, importante observar a súmula 
vinculante 40 do STF: 
SÚMULA VINCULANTE 40 - A contribuição confederativa 
de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é 
exigível dos filiados ao sindicato respectivo. 
 
 Direito de Greve 
A greve é um direito fundamental do trabalhador e está 
prevista no art. 9º da CF/88. 
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos 
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e 
sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e 
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da 
comunidade. 
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às 
penas da lei. 
O direito de greve previsto no art. 9º diz respeito aos 
trabalhadores na atividade privada e está regulamentado na Lei 
7.783/89. 
Referida lei disciplina a matéria e apresenta os requisitos e 
limites ao exercício do direito de greve. 
Quanto ao direito de greve dos servidores públicos, o art. 37, 
VII da CF/88, dispõe que: 
Art. 37, VII - o direito de greve será exercido nos termos 
e nos limites definidos em lei específica; 
 
A lei específica a que se refere a norma constitucional ainda 
não foi elaborada, mesmo se considerarmos que a CF foi 
promulgada em 1988. 
Este dispositivo é uma norma de eficácia limitada, pois, 
carece de norma regulamentadora, sendo, inclusive passivel de 
impetração de mandado de injunção. 
Inúmeros mandados de injunção eram propostos perante o 
STF, e as decisões daquela corte se limitavam a reconhecer a 
mora do legislador. O Supremo adotava a chamada “teoria não 
concretista”, pois, a decisão não tinha efeitos concretos, uma vez 
que o legislador não despertou de sua letargia profunda. 
Ainda que se questione, o STF não poderia obrigar o 
Congresso a legislar, sob pena de violação ao Princípio da 
Separação de Poderes. 
No ano de 2007, ao julgar os MI 670, 708 e 712, o Supremo 
Tribunal Federal mudou de entendimento e passou a adotar a 
“teoria concretista”, a fim de dar concretude ao direito postulado. 
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A solução temporária adotada pela Corte foi no sentido de 
que os servidores públicos podem fazer greve, usando, no que 
couber, a Lei 7.783/89 que regula a greve para os demais 
trabalhadores. 
Ainda, cumpre mencionar que em relação aos militares, o art. 
142, IV da CF/88 proibiu expressamente tanto a 
sindicalização, quando o direito de greve. Quanto à greve, 
igulamente não poderão exercer tal direito aos policiais civis e a 
todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de 
segurança pública (STF - ARE 654.432/GO - 5.4.2017). 
 
 Da Nacionalidade 
 Conceito de Nacionalidade: 
Nacionalidade pode ser definida como o vínculo jurídico-
político que liga um indivíduo à determinado Estado, fazendo com 
que esse indivíduo passe a integrar o povo daquele Estado e, por 
consequência desfrute de direitos e submeta-se a obrigações. 
(Pedro Lenza) 
 
 Conceito de Cidadania: 
Cidadania tem por pressuposto a nacionalidade (que é mais 
ampla), caracterizando-se como a titularidade de direitos políticos 
de votar e ser votado. O cidadão, portanto, nada mais é do que 
o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) que goza de direito 
políticos. (Pedro Lenza). 
 Os estrangeiros e apátridas não são cidadãos; 
 Todo cidadão é nacional, mas o nacional, privado dos 
direitos políticos, não é cidadão; 
 Nacionalidade originária ou primária: decorre do 
nascimento, determinando os NATOS daquele país. 
 Nacionalidade derivada ou secundária: depende da 
vontade do indivíduo, qualificando-o como 
NATURALIZADO de determinado pais. 
 
No Brasil são adotados dois critérios para definir os brasileiros 
NATOS: jus soli e jus sanquinis. 
 Jus soli: critério territorial (local de nascimento) 
 Jus sanquinis: critério sanguíneo (ascendência) 
No Brasil não se admite o critério matrimonial (casamento) 
como definidor de nacionalidade. 
O art. 12 da CF/88 define quem

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