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Teoria da Constituição e Classificação

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I. Teoria da Constituição
· Para o STF, o Preâmbulo: (i) não se situa no âmbito do Direito Constitucional; (ii) não tem força normativa; (iii) não é norma de observância obrigatória pelos estados-membros; (iv) não serve de parâmetro para declaração de inconstitucionalidade das leis; (v) não constitui limitação à atuação do poder constituinte derivado, ao modificar o texto constitucional.
· O ADCT pode ser objeto de controle de constitucionalidade e possui a mesma hierarquia das normas centrais.
· A constituição possui clausulas pétreas implícitas.
· O fato de uma Constituição estar consagrada num único documento, ou 
vários, não afasta os usos e costumes como fonte do direito constitucional.
· A derrotabilidade é o ato pelo qual uma norma jurídica deixa de ser aplicada, mesmo presentes todas as condições de sua aplicabilidade, de modo a prevalecer a justiça material no caso concreto.
· A derrotabilidade mesmo não sendo aplicada, permanece no ordenamento jurídico e regulando outras situações jurídicas.
· A CF, ainda que se materialize em um só código básico, não afasta os usos e costumes como fonte do direito constitucional.
1. Neoconstitucionalismo
· É uma nova concepção do direito constitucional moderno que consiste na efetiva consagração dos direitos fundamentais e para tanto é necessário um judiciário forte e atuante, que intervenha sempre que necessário para impedir a violação desses direitos.
a) Características
· Positivação e concretização de um catálogo de direitos fundamentais;
· Onipresença dos princípios e das regras;
· Inovações hermenêuticas;
· Densificação da força normativa do Estado;
· Desenvolvimento da justiça distributiva.
2. Elementos da Constituição
· Elementos orgânicos contêm normas que regulam a estrutura do estado e do poder, são elas: a) da organização do estado; b) da organização dos poderes e sistemas de governo; c) das forças armadas e da segurança pública; d) da tributação e do orçamento.
· Elementos limitativos, que se manifestam nas normas que consagram o elenco dos direitos e garantias fundamentais, excetuando-se os direitos sociais.
· Elementos sócio-ideológicos são exemplos: a) direitos sociais; b) da ordem econômica e financeira; c) da ordem social.
· Elementos de estabilização constitucional são consagrados nas normas destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da constituição e do estado e das instituições democráticas.
· Elementos formais de aplicabilidade são os que se acham consubstanciados nas normas que estabelecem regras de aplicação das normas constitucionais, assim, o preâmbulo, o dispositivo que contém as cláusulas de promulgação, as disposições constitucionais transitórias e a regra que determina que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicabilidade imediata. 
3. Classificação das Constituições.
3.1 Quanto à origem
a) Democrática, Promulgada, popular: Esta Constituição tem seu texto construído por intermédio da participação do povo, de modo direto ou indireto (por meio de representantes eleitos). Ex: CF 1988
b) Outorgada: É a constituição construída sem qualquer participação popular, sendo imposta ao povo como resultado de ato unilateral do governante.
c) Cesarista: constituição que tem seu texto elaborado sem a participação do povo, mas que para entra em vigor precisa de aprovação popular a ratificando.
d) Dualista: Formada por textos constitucionais que nascem de um pacto entre forças opositoras, no caso entre o monarca e o legislativo, de forma que o texto constitucional se constituía alicerçado simultaneamente em dois princípios antagônicos: O monárquico e o democrático.
3.2 Quanto ao processo de modificação
a) Imutável: Não se permite qualquer mudança no seu texto, pois não prevê procedimento de reforma, pois não crê que exista órgão com legitimidade suficiente para alterar um texto criado por uma "entidade suprema e superior”.
b) Transitoriamente Imutável: Visando preservar a redação original nos primeiros anos de vigência algumas constituições impedem a reforma de seus dispositivos por certo período.
c) Fixa: Reconhece a possibilidade de seu texto sofrer reforma, porém apenas pelo órgão que a criou (poder constituinte originário).
d) Rígida: A alteração da CF é possível, mas existe um processo legislativo mais complexo e solene. Ex: CF 1988
e) Flexível: Pode ser modificado por intermédio de um processo legislativo comum, ordinário, não requerendo qualquer processo especifico.
f) transitoriamente flexível: autoriza durante certo período a alteração de seu texto através de um procedimento mais simples, baseado no rito comum. Vencido este primeiro estágio somente passa a permitir modificação de suas normas por intermédio de um processo diferenciado, quando se torna rígida.
g) Semirrígida: Alguns artigos mais importantes só podem ser mudados por um processo solene e complexo enquanto os artigos mais simples se alteram seguindo um processo normal.
3.3 Quanto a forma
a) Escrita: Todos os dispositivos da CF são escritos e estão inseridos de modo sistemático em um único documento.
b) Não-escritas: Não são solenemente elaboradas por órgão encarregado especialmente desse fim. São sedimentadas pelos usos, costumes, jurisprudência, etc.
3.4 Quanto ao modo de elaboração
a) Dogmática: É um documento necessariamente escrito, elaborado em uma ocasião certa, historicamente determinada, por um órgão competente para tanto. Ex: CF 1988
b) Histórica: É uma constituição que se constrói aos poucos em um processo de filtragem e absorção de ideais. Não se forma de uma só vez como as dogmáticas. É produto de uma gradativa evolução jurídica e histórica.
3.5 Quanto à extensão	
a) analítica: Sua confecção se dá de maneira detalhada, já que regulamenta todos os assuntos relevantes para organização e funcionamento do Estado. Ex: CF 88
b) Sintética: É elaborada de forma breve, com preocupação única de enunciar os princípios básicos para a estruturação estatal, mantendo-se restrita aos elementos constitucionais.
3.6 Quando ao conteúdo:
a) Material: Em uma constituição desse tipo considera-se constitucional toda norma que tratar de matéria constitucional, independentemente se estar tal diploma inserido ou não no texto constitucional.
b) Formal: Todas as normas inseridas na CF são consideradas constitucionais, independentemente de versarem ou não sobre temas constitucionais, isto é, todas as matérias que estão na CF são constitucionais ainda que não possa ser considerado materialmente constitucional. O sentido formal só é possível se a CF for escrita, ademais, todas as normas, independentemente do conteúdo, são consideradas infraconstitucionais, isto é, inferiores a constituição e se essas normas contrariarem a CF serão consideradas inconstitucionais. Ex: CF 88
3.7 Quanto a finalidade
a) Constituição-Garantia: aquela que visa assegurar as liberdades individuais e coletivas, limitando o poder do estado.
b) Constituição Dirigente/compromissória: Caracterizada pela existência, em seu texto, de normas programáticas (de cunho eminentemente social), dirigindo a atuação futura dos órgãos governamentais. Ex: CF 88
c) Constituição-Balanço: Destinada a registrar um dado estágio das relações de poder no Estado. Sua preocupação é disciplinar a realidade do Estado num determinado período, retratando o arranjo das forças sociais que estruturam o Poder. Faz um “balanço” entre um período e outro.
3.8 Quanto à Ontologia 
a) Normativas: Estão em plena consonância com a realidade social, conseguindo regular os fatos da vida política do Estado. Ex: CF 88.
b) Nominativas (Nominalistas): São elaboradas com a finalidade de, efetivamente, regular a vida política do Estado. Mas, não alcança o seu objetivo.
c) Semântica: São criadas apenas para legitimar o poder daqueles que já o exercem. Nunca tiveram o desiderato de regular a vida política do Estado. É típica de regimes autoritários.
3.9 Quanto à Ideologia
a) Ecléticas (Pragmáticas): Também chamadas de compromissórias, são Constituições dogmáticas que se fundam em várias ideologias. Ex: CF88
b) Ortodoxas: São fundadas em uma só ideologia
3.10 Quanto a unidade documental
a) Orgânica: Disposta em uma estrutura documental única, na qual todos os dispositivos estão articulados de modo lógico. Ex: CF88
b) Inorgânica: formada por diversas estruturas documentais, ou seja, suas normas estão dispersas em variados documentos.
3.11 Quanto ao sistema
a) Principiológica: Nesta os princípios ganham relevo, são as normas que preponderam. Ex: CF 88
b) Preceitual: Constituído conferindo primazia às regras, o texto da Constituição preceitual possui normas com alto grau de precisão e especificidade, o que permite uma imposição direta e coercitiva de seus dispositivos
4. Aplicabilidade das normas constitucionais:
4.1 Normas de eficácia plena: 
Capazes de produzir todos os seus efeitos essenciais com a simples entrada em vigor da CF, independentemente de regulamentação por lei, são dotadas de aplicabilidade.
· Imediata: Aptas a produzir efeitos imediatamente
· Direta: Não dependem de norma regulamentadora
· Integral: Já produzem seus integrais efeitos sem sofrer quaisquer limitações
4.2 Normas de eficácia contida: 
São aquelas que também estão aptas para a produção de seus plenos efeitos desde a promulgação da Constituição (aplicabilidade imediata), mas que podem vir a ser restringida.
· Elas são imediatas e diretas, mas não integrais já que podem sofrer limitações no futuro.
· Elas podem ser restringidas por lei, por outras normas constitucionais e por conceitos ético-jurídicos.
4.3 Normas de eficácia limitada: 
São aquelas que só produzem seus plenos efeitos depois da exigida regulamentação. Elas asseguram determinado direito, mas este não poderá ser exercido enquanto não for regulamentado pelo legislador ordinário
· Mediata: pois somente produzem seus efeitos essenciais ulteriormente, depois de regulamentação por lei; 
· Indireta: porque não asseguram, diretamente, o exercício do direito, dependendo de norma regulamentadora para tal; 
· Reduzida: eis que com a promulgação da Constituição, sua eficácia é meramente "negativa".
· As normas de eficácia institutiva, de conteúdo eminentemente organizatório e regulativo, dependem de lei para organizar ou estruturar entidades, órgãos e instituições previstos da Constituição.
· Nas normas de eficácia programática, o legislador traça os princípios indicativos dos fins e objetivos e depois, a legislação infraconstitucional providencia a sua realização.
· Uma norma dotada de aplicabilidade não necessariamente dispensa atuação dos poderes públicos, ela apenas pode ser exigida sem necessidade de regulação por lei.
4.4 Normas programáticas: 
· São aquelas em que o constituinte não regula diretamente os interesses ou direitos nela consagrados, limitando-se a traçar princípios a serem cumpridos pelos Poderes Públicos (Legislativo, Executivo e Judiciário) como programas das respectivas atividades, pretendendo unicamente à consecução dos fins sociais pelo Estado. 
4.5 Outras informações
· As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
· Os direitos sociais são, em regra, normas de eficácia limitada, portanto de aplicabilidade mediata, pois somente produzem efeitos após regulamentação por lei.
· Em regra, sempre que houver expressões como "salvo disposição em lei" será norma de eficácia contida.
· A expressão “requisitos em lei ou nos termos da lei” será norma contida.
· Em regra, sempre que houver expressões como "a lei disporá", ou "lei complementar” será norma de eficácia limitada.
· As normas constitucionais de eficácia contida podem ter seus efeitos restringidos: (i) pelo legislador infraconstitucional; (ii) por outras normas constitucionais; (iii) por certos conceitos jurídicos amplamente aceitos.
· Segundo o STF, as normas de direitos fundamentais que instituem procedimentos têm eficácia imediata, ex: HC, MS, HD
· A eficácia de uma norma constitucional pode ser considerada não só do ponto de vista jurídico, mas também do social. 
· Normas constitucionais de eficácia limitada servem como parâmetro de inconstitucionalidade.
· Normas constitucionais de eficácia limitada implicam a não recepção da legislação infraconstitucional anterior com elas incompatível.
· Segundo o STF, o desmembramento de município previsto na CF é norma de eficácia limitada.
· Eficácia relativa complementável é a mesma coisa de eficácia limitada.
· As normas do ADCT são de eficácia exaurida
· A norma constitucional que consagra a liberdade de reunião é norma de eficácia contida, na medida em que pode sofrer restrição ou suspensão em períodos de estado de defesa ou de sítio.
· Aviso prévio proporcional é de eficácia contida.
· Inviolabilidade do domicilio é de eficácia contida.
5. Princípios instrumentais de interpretação da CF
· O Conflito entre princípios é resolvido no plano da ponderação.
· Antinomias aparentes são os conflitos de normas ocorridos durante o processo de interpretação que podem ser solucionados através da aplicação dos critérios hierárquico, cronológico e da especialidade para solucionar o conflito. 
· Antinomias reais são conflitos entre normas que não são resolvidos com a utilização dos referidos critérios. A solução de uma antinomia real é feita pelo intérprete autêntico, com a utilização da analogia, dos costumes, dos princípios gerais de direito e da doutrina.
a) Princípio da supremacia da Constituição
· Em virtude de a constituição ser o ápice da estrutura normativa jurídica do Brasil, as demais normas e atos do poder público só são válidos quando estão em conformidade com ela, em decorrência disso é possível questionar a constitucionalidade desses atos e normas através do controle de constitucionalidade.
b) Principio da Interpretação conforme a Constituição.
· Diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas (que possuem mais de uma interpretação), deve-se preferir a interpretação que mais se aproxima da Constituição. 
· Uma lei não pode ser declarada inconstitucional quando puder ser interpretada em consonância com a Constituição.
· A interpretação conforme pode ser de dois tipos: com ou sem redução do texto. 
· Na Interpretação conforme com redução do texto, a parte viciada é considerada inconstitucional, tendo sua eficácia suspensa. 
· Na Interpretação conforme sem redução do texto, exclui-se ou se atribui à norma um sentido, de modo a torná-la compatível com a Constituição
c) Principio da presunção de constitucionalidade das leis
· Como os poderes públicos extraem suas competências da CF é presumível que eles agem estritamente em concordância com ela, isso confere as normas do poder legislativo a presunção de serem constitucionais, até prova em contrário.
d) Principio da unidade da constituição
· As normas constitucionais devem ser analisadas de forma integrada e não isoladamente, de forma a evitar as contradições aparentemente existentes entre norma e texto constitucional. 
· Não há hierarquia formal entre normas constitucionais, podendo haver hierarquia material.
· Não existem normas constitucionais originárias inconstitucionais.
e) Principio da força normativa da Constituição.
· A constituição, assim como as demais normas do ordenamento, possui eficácia e aplicabilidade, devendo interpretada da forma que melhor assegure a sua aplicação concreta.
· É uma autêntica norma jurídica e não uma mera proclamação política
· Estabelece que a interpretação constitucional de preferencias as soluções que possibilitem a atualização das suas normas, garantindo-lhes eficácia e permanência.
· Ao solucionar conflitos, deve ser conferida máxima efetividade às normas constitucionais.
f) Principio do efeito integrador: 
· Busca, na interpretação da CF, dar preferencia as determinações que favoreçam a integração politica e social e o reforço da unidade politica.
· É associado ao principio da unidade da constituição.
g) Principio da Concordância prática ou harmonização
· Deve-se evitar o sacrifício total de uma das normas diante de um conflito, buscando-se a coexistência delas, através de uma ponderação de interesses no casoconcreto. 
· É consequência do princípio da unidade da constituição
h) Principio da máxima efetividade
· Deve-se optar pela interpretação que dê maior efetividade e concretude à norma, evitando a sua não aplicabilidade.
· Visa maximizara norma para extrair todas as suas potencialidades.
· Busca-se a interpretação que ofereça maior grau de eficácia aos direitos fundamentais e constitucionais.
i) Principio da correção funcional, justeza ou conformidade.
· Esse principio determina que o órgão encarregado de interpretar a CF (STF) não pode chegar à conclusão que subverta o esquema organizatório-funcional, assim, este órgão não pode alterar, pela interpretação, as competências estabelecidas na CF para a União.
6. Métodos de interpretação da CF
a) Método Jurídico (hermenêutico clássico): 
· Para este método, a Constituição é considerada uma lei, devendo ser interpretada com esta. 
· Assim, devem ser, portanto, utilizados os elementos tradicionais de hermenêutica, tais como: gramatical/literal, histórico, sistemático/lógico e teleológico/racional.
b) Método tópico-problemático: 
· Para este método, inicialmente, discute-se o problema e, após, identifica-se a norma a ser aplicada ao caso. 
· Em síntese, parte-se do problema para a norma.
c) Método Hermenêutico-concretizador:
· Neste caso, inicialmente, compreende-se o sentido da norma constitucional, partindo-se, depois, para o problema concreto.
· Prevalência do texto constitucional sobre o problema, faz o caminho inverso do tópico-problemático
· O intérprete, conforme esse método faz uso de pressupostos de interpretação subjetivos (pré-concepções do intérprete) e objetivos (norma, caso concreto e contexto social), e orbita por eles para obter uma compreensão definitiva da norma. 
· Esse processo é denominado de círculo hermenêutico.
d) Método integrativo ou cientifico-espiritual:
· Não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto da Constituição.
e) Método normativo-estruturante: 
· Para este método, a norma não está inteiramente no texto, sendo ela o resultado entre o texto constitucional e a realidade
· Uma norma jurídica é diferente do texto normativo: 
· A norma é mais ampla que o texto normativo, pois resulta não só dá atividade legislativa, mas também da jurisdicional e administrativa. Assim, para interpretar a norma, deve-se utilizar tanto seu texto quando a verificação de como se dá sua aplicação a realidade social.
7. Princípios fundamentais da República
· As regras são mais concretas, definem condutas, os princípios são mais abstratos não definem conduta e sim diretrizes para que se alcance a máxima concretização da norma.
7.1 Fundamentos da República federativa do Brasil
· Soberania, sua vontade não se subordina a nenhum outro poder, seja no plano interno ou internacional, é um poder supremo e independente.
· Cidadania; 
· A dignidade da pessoa humana, tem eficácia negativa, invalidando qualquer norma que conflite com ele.
· Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
· O pluralismo político visa garantir a inclusão dos diferentes grupos sociais no processo político nacional, outorgando aos cidadãos liberdade de convicção filosófica e política.
7.2 Forma de estado/Forma de governo/Regime Politico
· O Brasil é um estado federal, adota a federação como forma de estado, há diversos entes federativos, todos autônomos, dotados de governo próprio e capacidade politica.
· Os estados não podem se separar do Brasil pelo principio da indissolubilidade do vinculo federativo.
· O estado federal possui duas características: autonomia e participação
· O Brasil é um federalismo de terceiro grau, composto pela União, estados e municípios.
· A federação brasileira tem como característica ser resultado de um movimento centrífugo, ou seja, formou-se por segregação.
· Outra característica de nosso federalismo é que ele é cooperativo. A repartição de competências entre os entes da federação se da· de forma que todos eles contribuam para que o Estado alcance seus objetivos.
· Nossa forma de governo é a República, são características da República o caráter eletivo, representativo e transitório dos detentores do poder político e responsabilidade dos governantes.
· Nosso sistema de governo é o presidencialista.
· O regime politico adotado no Brasil é a democracia.
7.3 Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil
· Construir uma sociedade livre, justa e solidária.
· Garantir o desenvolvimento nacional.
· Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
· Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
7.4 Princípios das relações internacionais
· Independência nacional.
· Prevalência dos direitos humanos
· Autodeterminação dos povos
· Não-Intervenção
· Igualdade entre os estados
· Defesa da paz.
· Solução pacífica dos conflitos
· Repúdio ao terrorismo e ao racismo.
· Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade
· Concessão de asilo politico
· A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
7.5 Outras informações
· O Estado é formado por três elementos: o povo, o território e o governo soberano,
· Os três componentes estruturais do princípio democrático são os fundamentos, os objetivos fundamentais e os princípios que regem as relações internacionais.
· A concessão de asilo político é ato discricionário, o Estado brasileiro não está obrigado a concedê-lo. 
· A concessão de asilo, ato de soberania, não obsta a posterior extradição do asilado.
· Os objetivos fundamentais não são taxativos.
· A forma federativa de estado está relacionada com a forma composta.
· É possível caber direitos humanos as pessoas jurídicas.
· A soberania popular no Brasil é exercida por meio de um modelo de democracia semidireta ou participativa.
· Forma federativa é clausula pétrea.
· Por meio da cláusula de supranacionalidade, os tratados internacionais, dos quais o Brasil seja signatário, ingressam na ordem interna como normas superiores ou de igual hierarquia à Constituição Federal.
· Pelo princípio representativo se consubstancia a ideia de que todo poder emana do povo.
· A dignidade da pessoa é um princípio multidimensional
· Estado representativo é a oportunidade que o povo tem de exercer influência sobre as decisões do governo.
· Federalismo de equilíbrio é a repartição equilibrada de competências entre os entes que compõem a Federação.
· A livre iniciativa não pode ser invocada para afastar regras de regulação de mercado.
· Todos os crimes que estão estabelecidos nos princípios internacionais são inafiançáveis.
· A soberania não é mais um princípio absoluto, vez que o argumento em prol da defesa da dignidade humana pode se sobrepor em eventual conflito.
· O dever de não intervenção não é absoluto.
· O Brasil não pode conceder extradição de estrangeiro por crime político.
II. Direito Constitucional intertemporal
1. Desconstitucionalização
· Ocorre quando as normas da Constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com o status de lei infraconstitucional.
· Só poderá ser percebido quando a nova Constituição, expressamente, assim o requerer.
2. Recepção
· A recepção somente é admitida mediante expressa previsão na nova Constituição.
· Na Recepção, todas as normas que forem incompatíveis com a nova Constituição serão revogadas, por ausência de recepção.
· São Premissas para a Recepção de normas em uma nova constituição: (i) O ato deve ter sido criado antes da nova Constituição; (ii) O ato deve estar em vigor (não pode ter sido declarado inconstitucional ou revogado na vigência da Constituição anterior); (iii) O ato tem que ter compatibilidade material com o novo ordenamento; e (iv) O ato deve ter compatibilidade formal e material com o ordenamento no qual foi criado.
· Em regra, a incompatibilidade formal supervenientenão impede a recepção, a norma é recepcionada mesmo que a forma, na qual ela foi elaborada, seja diferente da forma exigida pela nova Constituição. No entanto, a norma vai adquirir uma nova roupagem (novo status).
· Normas constitucionais de eficácia limitada implicam a não recepção da legislação infraconstitucional anterior com elas incompatível.
3. Retroatividade
· Na retroatividade máxima ou restitutória a lei ataca fatos consumados. Verifica-se quando a lei nova prejudica a coisa julgada (sentença irrecorrível) ou os fatos jurídicos já consumados.
· Na retroatividade média a lei nova atinge os efeitos pendentes de atos jurídicos verificados antes dela.
· Na retroatividade mínima, temperada ou mitigada, a lei nova atinge apenas os efeitos dos fatos anteriores, verificados após a data em que ela entra em vigor. 
· As normas constitucionais originárias podem desenvolver qualquer dos 3 tipos de retroatividade, haja vista o caráter incondicionado do poder constituinte originário. 
· Só a retroatividade mínima é automática. As demais (média e máxima) devem ser expressas.
4. Demais informações
· O Poder constituinte originário, ao elaborar uma nova CF, está inaugurando um novo estado, como consequência disso são três os efeitos da entrada em vigor de uma nova constituição.
a) A CF anterior é integralmente revogada.
· Nesse caso a CF anterior deixará de ter vigência e validade.
· A teoria da desconstitucionalização só ocorre com determinação expressa do poder constituinte originário.
· No Brasil não se aceita a tese da desconstitucionalização. 
b) As normas infraconstitucionais da CF pretérita que forem materialmente compatíveis são recepcionadas sendo o “status” definido pela nova CF.
· Quando ao conteúdo a compatibilidade formal é desnecessária
· Outra possibilidade se dá quando a nova CF determina expressamente a continuidade de dispositivos daquele que lhe precedeu sendo também possível a recepção parcial.
c) As normas infraconstitucionais editadas na vigência da CF pretérita que forem materialmente incompatíveis com a nova CF serão revogadas por ela
· Essa revogação é tácita e automática.
· No Brasil não existe a inconstitucionalidade superveniente, se a norma pretérita não é compatível constitucionalmente com a nova CF ela não será recepcionada.
· Também não é possível a constitucionalidade superveniente.
· A entrada em vigor de uma nova CF não torna inconstitucional a norma infraconstitucional com ela incompatível, esse controle de constitucionalidade só poderia ocorrer quando a norma é contemporânea a CF então a norma recepcionada só poderia ser declara inconstitucional pela CF revogada.
· Se ocorrer uma emenda constitucional superveniente a uma lei infraconstitucional e esta lei for incompatível com a emenda constitucional ela será revogada. 
· As normas infraconstitucionais editadas após uma emenda constitucional e que com ela seja incompatível, pode ser declarada inconstitucional.
· Se uma lei estiver em vacatio legis e ocorrer a criação de uma nova CF a lei que está em vacatio legis não será recepcionada porque a recepção só se aplica as normas em vigor
· Se na época da CF preteria a competência de determinado ato tenha sido da União e a União editasse uma lei regulando o assunto, a nova CF dispôs que a competência anteriormente da união agora é do estado, a nova CF recepcionará essa lei se ela for materialmente compatível e tornará esta lei estadual, no entanto, não pode ocorrer o inverso, pois a recepção só é possível se houver alteração de um ente de maior grau para um ente de menor grau (da União pro estado, da União pro município ou do Estado pro Municipio)
III. Poder Constituinte Originário
· Trata-se do poder de elaborar e modificar normas constitucionais. Portanto, é o poder de estabelecer uma nova Constituição de um Estado ou de modificar uma já existente. 
· É a expressão da vontade suprema do povo, social e juridicamente organizado.
· Devido às características do poder constituinte originário, as normas de uma nova Constituição prevalecem sobre o direito adquirido, ou seja, não cabe alegação de direito adquirido em face de poder constituinte originário.
· Duas são as formas de expressão do poder constituinte originário: a) outorga; b) assembleia nacional constituinte (ou convenção).
1. Titularidade
· A titularidade do poder constituinte é aquele que detém o poder, estando apto a elaborar os contornos normativos de um Estado, definindo o conteúdo e a estrutura organizacional da ordem jurídica. 
· O poder constituinte direto se dá quando o povo participa diretamente através de um plebiscito ou referendo
· O poder constituinte se dá por um exercício democrático indireto, quando o povo escolhe os seus representes, que se tornam responsáveis pela elaboração de uma nova CF através de uma assembleia constituinte/convenção constituinte ou pelo exercício autocrático onde se dá através da outorga, de modo que a CF seja estabelecida por um indivíduo ou um grupo que alcança o poder sem qualquer resquício de participação popular.
· Quanto a sua espécie o poder constituinte originário (quanto ao momento de sua manifestação) pode ser fundacional ou histórico que ocorre quando produz a primeira constituição de um estado ou pós-fundacional quando se atua na confecção de todas as constituições subsequentes à primeira, podendo ainda se manifestar de forma revolucionaria golpe de estado p.ex., insurreição - quando feita por um grupo sem legitimidade - ou numa transição pacifica.
· Quanto às dimensões o poder originário é material quando delimita os valores que serão prestigiados na CF e a ideia de direito que vai vigorar e formal quando exprime e formaliza a criação em si, estruturando a ideia do que foi pensada e construída.
2. Características do poder constituinte originário
a) inicial, porque o produto do seu trabalho é à base do ordenamento jurídico, o poder constituinte inaugura juridicamente um novo estado.
b) ilimitado, porque não se submente a regramento posto pelo direito precedente sendo possuidor de ampla liberdade de conformação da nova ordem jurídica, ou seja, normas anteriormente estabelecidas não o limitam.
c) incondicionado, porque não se submete a qualquer regra ou procedimento formal pré-fixado pelo ordenamento jurídico que o antecede.
d) autônomo, porque tem a capacidade de definir o conteúdo que será implantado na nova CF.
e) permanente, pois ele não se esgota quando da conclusão da constituição.
3. Poderes Derivados
· O Poder constituinte derivado não pode desrespeitar o direito adquirido. 
· Ele é decorrente e reformador
· Sofre limitações do poder constituinte originário
3.1 Características
a) Derivado, pois derivam do poder originário.
b) Condicionado, haja vista suas atribuições estarem diretamente vinculadas ao que determinar a presente CF.
c) Subordinado ou limitado, suas ações são pautadas pelas limitações da CF.
3.2 Espécies
Poder Constituinte Decorrente
· É a capacidade conferida pelo poder originário aos Estados-Membros, enquanto entidades integrantes da Federação, para elaborarem suas próprias constituições.
· A Constituição elaborada por um estado ou organização internacional para ter vigência em outro estado é denominada heterônoma
· O poder constituinte decorrente dado aos estados-membros e ao DF não se estende aos municípios
Limites
· Representam limitações ao poder constituinte decorrente as normas de observância obrigatória, os princípios constitucionais sensíveis e os princípios constitucionais estabelecidos.
a) Princípios constitucionais sensíveis/apontados/enumerados
· Os princípios constitucionais sensíveis são os fundamentos que organizam a federação brasileira, seu descumprimento por parte dos estados-membros acarreta ADIN interventiva.
· São eles: i) Forma republicana; ii) sistema representativo e democrático; iii) direitos da pessoa humana; iv) autonomia municipal; v) prestação de contas pela administração direta e indireta; vi) aplicação do mínimo exigido de receita resultantes de impostos estaduais na manutenção e desenvolvimento do ensino enas ações e serviços públicos de saúde.
b) Os princípios extensíveis
· São aqueles princípios que consagram normas organizatórias destinadas à União, mas que se estendem aos Estados. 
· São exemplos: i) normas sobre eleição para governador e Vice-governador; ii) normas sobre a organização, composição e fiscalização do TCU aos Tribunais de contas estaduais; iii) A organização, composição e fiscalização do TCU; iv) As eleições do chefe do poder executivo; v) Os princípios básicos do processo legislativo federal;
c) Princípios estabelecidos
· São normas que limitam a autonomia estadual, em obediência à regra segundo a qual os estados-membros se reservam os poderes que não lhe sejam vedados. 
· A identificação das normas relacionadas a esse tipo de princípios exige pesquisa do texto constitucional. 
· São exemplos: (i) regras de repartição de competência; (ii) as normas do sistema tributário dos poderes; (iii) garantias individuais, direitos políticos, etc.. 
· Os princípios constitucionais estabelecidos geram limitações: Expressas, implícitas e decorrentes.
d) Normas de observância obrigatória
Poder Constituinte Reformador
Tem a função de alterar formalmente a CF, exercendo a importante tarefa de ajustar e atualizar o texto constitucional.
Limitações expressas e Implícitas:
a) limitações temporais
· Não há previsão na CF 88.
· Constituem em limites construídos no intuito de impedir alterações na CF durante certos espaçamentos temporais. 
· O Art. 60, §5º, que trata sobre a hipótese de só poder propor a mesma emenda (que foi negada) na sessão legislativa seguinte não é temporal e sim procedimental, uma vez que essa nova PEC só poderá ser rediscutida na próxima sessão legislativa, pouco importando o lapso temporal.
b) limitações matérias
· Não poderá ser objeto de deliberação a proposta de emenda que tende a abolir: (i) a forma federativa de estado; (ii) o voto direto, secreto, universal e periódico; (iii) a separação dos poderes; (iv) as garantias individuais.
· As clausulas pétreas poderão ser objeto valido de emendas constitucionais quando estas possuírem o intuito de ampliar ou sofisticar tais clausula.
c) Limitações Circunstanciais
· A vedação a alteração no curso de circunstancias anormais e excepcionais visa preservar a autonomia e a livre manifestação do poder reformador. 
· É impossível propor PEC na vigência de estado de sitio, estado de defesa e intervenção federal. 
· Os ajustes só poderão ser feitos quando vencida e superada a excentridade do momento.
d) Limitações Formais
· A reforma do texto constitucional somente será válida quando normas especiais de processo legislativo forem cumpridas com exatidão
· Limitação formal subjetiva: A PEC só poderá ser proposta pelo presidente, 1/3, no mínimo, dos membros da câmara dos deputados ou do senado e mais da metade das assembleias legislativas estaduais - manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa dos seus membros.
· Limitação formal objetiva: Deliberação e votação da PEC ocorrerão em cada casa do congresso nacional (sessão bicameral) em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos respectivos membros, no que concerne a promulgação esta será feita pela mesa da câmara dos deputados e do senado, conjuntamente, e será publicada pelo Congresso. Por fim, PEC que for rejeitada ou prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa, somente na próxima.
e) limitações implícitas
· Estabelecer nova titularidade ao poder que lhe deu origem
· Estabelecer um novo titular para o exercício do poder derivado reformador.
· Imutabilidade do processo legislativo da PEC.
· Impossibilidade de supressão dos fundamentos da republica federativa do Brasil, quais sejam, soberania, cidadania, dignidade de pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo politico.
4. Outros mecanismos de modificação da CF 88
a) revisão constitucional
· A revisão constitucional é um procedimento previsto no ADCT, e será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria dos membros.
· A revisão constitucional se submete aos mesmos limites que o procedimento de emenda constitucional.
· O procedimento da Revisão constitucional se dá por maioria absoluta, em sessão unicameral e promulgação pela mesa do congresso nacional.
· O processo de revisão constitucional não pode ser revisado.
· A teoria da dupla revisão não é aceita no Brasil
b) mutação Constitucional
· É um mecanismo informal de mudança que não origina quaisquer alterações no texto constitucional, as mudanças perpetradas aqui são de ordem interpretativa: o texto segue o mesmo, mas o que se extrai dele é algo novo, a mutação visa dar um novo significado a normal com base na tradição, costumes, alterações sociais, etc...
· O poder constituinte difuso é aquele que atua na etapa da mutação constitucional.
· É chamado de difuso porque não vem formalizado nas constituições.
· Cabe ao poder constituinte difuso alterar os preceitos constitucionais informalmente, ou seja, sem revisões nem emendas. 
IV. Direitos e Garantias Fundamentais
1. Gerações de direitos fundamentais
a) Direitos de primeira geração
· Os direitos de primeira geração são os responsáveis por inaugurar o constitucionalismo ocidental, e importam na consagração de direitos civis e políticos clássicos, essencialmente ligados ao valor liberdade (e enquanto desdobramentos deste): 
· Os direitos de primeira geração impedem uma gerência maior do estado.
· São exemplos: o direito à vida, o direito à liberdade religiosa - também de crença, de locomoção, de reunião, de associação - o direito à propriedade, à participação política, à inviolabilidade de domicílio e segredo de correspondência.
b) Direitos de segunda geração
· Já os direitos de segunda geração, normalmente traduzidos enquanto direitos econômicos, sociais e culturais, acentuam o princípio da igualdade entre os homens. 
· Para tanto, exigem do Estado uma atuação positiva, um fazer (daí a identificação desses direitos enquanto liberdade positivas), o que significa que sua realização depende da implementação de políticas públicas estatais, do cumprimento de cerras prestações sociais por parte do Estado.
· São exemplos: saúde, educação, trabalho, habitação, previdência e assistência social.
c) Direito de terceira geração
· Na terceira geração apareceram os direitos de fraternidade ou solidariedade que englobam, dentre outros, os direitos ao desenvolvimento, ao progresso, ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, à autodeterminação dos povos, à propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade, à qualidade de vida, os direitos do consumidor e da infância e juventude.
· Em síntese, são direitos que não se ocupam da proteção a interesses individuais, ao contrário, são direitos atribuídos genericamente a todas as formações sociais, pois buscam tutelar interesses de titularidade coletiva ou difusa, que dizem respeito ao gênero humano.
· São exemplos dos direitos de terceira geração: Paz, meio ambiente ecologicamente equilibrado, patrimônio comum da humanidade, autodeterminação dos povos, defesa do consumidor, etc
d) Direitos de quarta geração
· Na quarta geração, nesta seriam consagrados os direitos, como, por exemplo, à democracia, à informação e ao pluralismo, dos quais dependerá a concretização da sociedade aberta do futuro, em sua dimensão de máxima universalidade, para a qual parece o mundo inclinar-se no plano de rodas as relações de convivência.
2. Características dos direitos fundamentais
a) Universalidade
· Esta característica aponta a existência de um núcleo mínimo de direitos que deve estar presente em todo lugar e para todas as pessoas, independentemente da condição jurídica, ou do local onde se encontra o sujeito.
b) Historicidade
· Como os direitos fundamentais são proclamados em certa época, podem desaparecer em outras ou serem modificados com o passar do tempo.
· Apresentam-se como um corpo de benesses e prerrogativas que somente fazem sentido se contextualizadas num determinadoperíodo histórico.
· A historicidade, como característica dos direitos fundamentais, proclama que seu conteúdo se modifica e se desenvolve de acordo com o lugar e o tempo. Por isso, os direitos fundamentais podem surgir e se transformar.
c) Indivisibilidade. 
· Os direitos fundamentais formam um sistema harmônico, coerente e indissociável, o que importa na impossibilidade de compartimentalização dos mesmos, seja na tarefa interpretativa, seja na de aplicação às circunstâncias concretas. 
d) Imprescritibilidade e inalienabilidade
· Direitos fundamentais não são passíveis de alienação, deles não se pode dispor, tampouco prescrevem.
e) Relatividade
· O exercício dos direitos individuais, não raro, acarreta conflitos com ouros direitos constitucionalmente resguardados dada a circunstância de nenhum direito ser absoluto ou prevalecer perante os demais em abstrato
f) Inviolabilidade
· Esta característica confirma a impossibilidade de desrespeito aos direitos fundamentais por determinação infraconstitucional ou por atos de autoridade, sob pena de responsabilização civil, administrativa e criminal.
g) Complementariedade
· Direitos fundamentais não são interpretados isoladamente, de maneira estanque; ao contrário, devem ser conjugados, reconhecendo-se que compõem um sistema único.
h) Efetividade
· A atuação dos Poderes Públicos deve se pautar (sempre) na necessidade de se efetivar os direitos e garantais institucionalizados, inclusive por meio da utilização de mecanismos coercitivos, se necessário for.
i) Interdependência. 
3. Dimensão Subjetiva e Objetiva dos direitos fundamentais
· Enquanto direitos subjetivos, os direitos fundamentais outorgam aos titulares a prerrogativa de impor os seus interesses em face dos órgãos obrigados.
· Na dimensão subjetiva dos direitos fundamentais, os direitos fundamentais são destinados às pessoas/particular contra a atuação (positiva ou negativa) do estado. 
· Em face da sua dimensão objetiva, os direitos fundamentais formam a base do ordenamento jurídico de um Estado de Direito democrático.
· Na dimensão objetiva dos direitos fundamentais, ocorre a extensão dos direitos fundamentais destinados às pessoa/particular contra a atuação de outra pessoa/particular ou outras pessoas/coletividades.
4. Aplicabilidade das normas dos direitos fundamentais
· Via de regra, os direitos constitucionais inseridos na Constituição da República de 1988 terão eficácia e aplicabilidade imediata; no entanto, plausível a existência de direitos desprovidos da capacidade de produzir integralmente seus efeitos de modo imediato, pois, para esses, fez a Constituição depender de legislação posterior e/ou políticas públicas a aplicabilidade plena e imediata.
5. Outras informações
· Na eficácia vertical os direitos fundamentais protegem a pessoa do estado.
· Na eficácia horizontal os direitos fundamentais protegem a pessoa nas relações com outras pessoas.
· Na teoria da eficácia horizontal indireta e mediata, a aplicação dos direitos Fundamentais em relações particulares somente se efetiva quando da produção de leis infraconstitucionais voltadas para tais relações.
· A teoria da eficácia horizontal direta ou imediata é partidária da tese de que às garantias, tal como previstas no texto constitucional, é intrínseca a aplicabilidade (ampla e plena) nas relações entre particulares. 
· A eficácia horizontal dos direitos fundamentais, nada mais é do que a extensão dos direitos previstos na Constituição Federal aplicados nas relações privadas sendo o destinatário os particulares.
· Enquanto os direitos civis e políticos se baseiam em abstenções por parte do Estado, os direitos sociais pressupõem prestações positivas do Estado.
· Quanto à liberdade religiosa o estado possui tanto dever de abstenção quando dever de prestação
· A concretização dos direitos sociais previstos na CF, dada à natureza prestacional desses direitos, submete-se aos limites da clausula de reserva do possível.
· O princípio da proibição do retrocesso não está previsto de forma explícita no texto constitucional, esse princípio se aplica a todos os direitos fundamentais e não se limite apenas as leis, sendo aplicável também a qualquer medida que possa suprimir ou diminuir a efetividade dos direitos protegidos. 
· Os interesses difusos são indetermináveis, indivisíveis e tem origem em uma situação de fato.
· Os direitos coletivos são determináveis, indivisíveis e tem origem em uma relação jurídica.
· Os interesses individuais homogêneos são determináveis, divisíveis e tem origem comum.
· A teoria interna da limitação dos direitos fundamentais, pressupõe a não existência de restrições aos direitos fundamentais.
· Para a Teoria Externa da limitação dos direitos fundamentais, os direitos fundamentais possuiriam, a priori, uma amplitude ilimitada. 
· Os direitos e garantias fundamentais não podem sofrer limitações que atinjam seu núcleo essencial.
V. Direitos e garantias individuais.
· O rol do art. 5º da CF é exemplificativo, não taxativo.
1. Direito a vida
· STF entende que as pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida ou o princípio da dignidade da pessoa humana.
1.1 Aborto
· Apenas em duas hipóteses o aborto não foi tipificado na nossa legislação como crime: (i) quando não há outro meio de salvar a vida da gestante, caso em que teremos o aborto necessário (também chamado de terapêutico); (ii) quando a gravidez resultar de estupro e o aborto for precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal (caso em que teremos o aborto sentimental)
· O STF deu uma terceira opção de aborto, a interrupção da gravidez de feto anencefálico.
1.2 Eutanásia e Ortotanásia
· Eutanásia é uma ação médica que abrevia a vida de um paciente que vive em extremo sofrimento vitima de doença incurável. 
· Ortotanásia é a morte em razão da interrupção dos aparelhos que mantem a pessoa viva.
· De acordo com a legislação vigente, há nessas atitudes crime de homicídio CP). Na eutanásia, o crime é comissivo (praticado por meio de uma ação), enquanto na ortotanásia o crime é comissivo por omissão.
2. Direito a privacidade
· São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
2.1 Direito a intimidade
· É o direito de possuir uma vida secreta e inacessível a terceiros, evitando ingerências de qualquer tipo.
2.2 Direito a vida privada
· A vida privada é mais abrangente e contém a intimidade, pois abarca as relações pessoais, familiares, negociais ou afetivas, do indivíduo, incluindo seus momentos de lazer, seus hábitos e seus dados pessoais, como os bancários e os fiscais. 
· A tutela da vida privada não busca proteger segredos ou particularidades confidenciais de ninguém, tarefa que fica a cargo da tutela da intimidade.
2.3 Direito à Honra
· A honra é um bem imaterial conectado ao valor moral do indivíduo, podendo ser compreendida como a reputação, o bom nome e a boa fama que o sujeito goza na vida em sociedade, bem como o sentimento próprio de estima e dignidade.
2.4 Direito a imagem
· A imagem física protegida inclui qualquer representação gráfica do aspecto visual da pessoa ou dos traços característicos da sua fisionomia. 
· Os meios de comunicação, (jornais, revistas, televisão, internet) não podem usurpar a imagem do indivíduo, utilizando-a sem o seu consentimento, ainda que para louvar ou enaltecer a pessoa. 
· A pessoa que se encontra em local público se sujeita a ser vista, fotografada ou filmada, pois estando em lugar público se pressupõe um consentimento tácita de exposição.
2.5 Sigilo Pessoal
· Para evitar ingerências alheias nos aspectos pessoais da vida do indivíduo e resguardar sua privacidade, a Constituição resguarda em sigilo seus dados (bancários, fiscais, telefônicos e informáticos), seu domicílio e suas comunicações.
· É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, nas comunicações telefônicas, por ordemjudicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. 
· A inviolabilidade do sigilo de dados complementa a previsão ao direito à intimidade e vida privada, sendo ambas as previsões de defesa da privacidade regidas pelo princípio da exclusividade, que pretende assegurar ao indivíduo.
a) Sigilo do domicilio 
· A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de: (i) flagrante delito ou desastre ou para prestar socorro; (ii) durante o dia, por determinação judicial
· O conceito de “domicílio’’, em âmbito constitucional, no entanto, é significativamente mais amplo que na esfera civil, qualquer local delimitado que alguma pessoa ocupe com exclusividade, a qualquer título, inclusive de forma profissional.
· Não há direitos absolutos, de forma que a inviolabilidade domiciliar sofrerá, em algumas circunstâncias, restrições.
· Em se tratando de crime permanente, a prisão na residência durante a noite é lícita porque efetivada em flagrante delito.
· O Mandato judicial para entrar na casa só pode ser expedido pelo judiciário e só pode ser cumprido durante o dia (dia se inicia as 06h e finaliza às 18h)
· Constituição autoriza suspensão do direito a inviolabilidade domiciliar no estado de sitio
· Nenhum agente público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado, poderá, contra a vontade, ingressar, durante o dia, sem mandado judicial.
 b) sigilo de correspondência
· A regra é a inviolabilidade das correspondências, porém, é factível que haja a violação das correspondências, em hipóteses excepcionais, justificadas por questões de segurança pública ou em razão da utilização da inviolabilidade como escudo para a prática de atividades ilícitas.
c) sigilo de dados
· Dados sensíveis são as informações confidenciais da pessoa, dados não sensíveis são aqueles de informação pública e não está protegido pelo sigilo.
· Qualquer intervenção estatal direcionada a romper o sigilo desses dados deverá ser devidamente fundamentada e somente poderá ser determinada pela autoridade competente
· Violação do sigilo bancário só pode se dar pela autoridade judicial competente e pelas CPI. MP não tem essa atribuição, mas pode requisitar quando as informações bancárias forem referentes a empréstimos e financiamentos concedidos com dinheiro público.
· Policia, MP, TCU não pode requerer informações bancárias diretamente das instituições financeiras. Já a receita federal e o fisco estadual e municipal sim.
· Sigilo fiscal só pode ser excepcionado extraordinariamente, em situações que demonstrem claramente a necessidade. Somente a autoridade judicial ou as comissões parlamentares de inquérito podem determinar a medida. 
· Segundo o STF, autoridades judiciais e as comissões parlamentares de inquérito, desde que demonstrem de modo inequívoco a necessidade dessa excepcional ruptura à privacidade da pessoa, é que podem determinar legitimamente violações ao sigilo dos dados telefônico.
· O habeas corpus é medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal.
d) Sigilo das comunicações
· A interceptação telefônica depende de três quesitos: (i) ordem judicial (CPI não pode); (ii) investigação criminal ou instrução processual penal (não está autorizada em outros procedimentos); (iii) previsão em lei.
· Os dados obtidos na interceptação determinada em investigações criminais ou em instruções processuais penais podem ser utilizadas como prova emprestada
· Escuta telefônica é a gravação de uma conversa por terceira pessoa, com o conhecimento e consentimento de um dos interlocutores. Gravação clandestina é realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro.
· De acordo com o STF: (i) se a gravação sub-reptícia é realizada em ambiente público não há qualquer ilicitude, pois se está na esfera da publicidade. (ii) Se a gravação clandestina foi produzida em ambiente privado, inclusive abrangendo as gravações de conversas telefônicas, igualmente não há ilicitude, não havendo usurpação da intimidade dos envolvidos.
· STF entende que a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro é lícita
3. Direito a igualdade
· Em respeito à diretriz constitucional, não será válido estabelecer distinções entre homens e mulheres, salvo quando voltadas à equiparação de condições entre eles.
· O tratamento constitucional destinado à homens e mulheres não é absolutamente equânime, pois comporta as necessárias exceções que irão promover a igualdade real , vale dizer, aquela que só se concretiza na diferença.
· É constitucionalmente legítima a previsão em edital de requisitos diferenciados de admissão desde que haja: (i) previsão legal definindo quais são os critérios; (ii) razoabilidade da previsão.
· A exigência de experiência profissional prevista unicamente em edital importa em ofensa à Constituição
· STF entendeu que os candidatos não possuem direito à remarcação de teste individual de aptidão física em concurso público, em razão de circunstâncias pessoais, todavia, é constitucional, e não viola o princípio da isonomia, a vedação do edital a remarcação de teste de aptidão física em concurso pública em virtude de problema de saúde.
· Sobre as provas de esforço físico como etapa eliminatória em concurso público, decidiu o STF que, caso a caso, há de perquirir-se a sintonia da exigência com a função que há de ser exercida.
· As ações afirmativas são políticas públicas feitas pelo governo ou pela iniciativa privada com o objetivo de corrigir desigualdades raciais presentes na sociedade, acumuladas ao longo de anos.
· As ações afirmativas visam viabilizar uma isonomia material em detrimento de uma isonomia formal por meio do incremento de oportunidades para determinados segmentos.
· A igualdade formal, por alguns intitulada “igualdade perante a lei", refere-se à interpretação e aplicação igualitária de um diploma normativo já confeccionado;
· A igualdade material, ou “igualdade na lei", é aquela na qual o respeito à igualdade se dá em esfera abstrata e genérica, na fase de criação do direito, alcançando os Poderes Públicos (inclusive o legislador, claro) quando elaboram um ato normativo.
· A igualdade material permite que situações desiguais sejam destinatárias de soluções distintas.
· Os estrangeiros somente não gozarão dos mesmos direitos assegurados aos brasileiros quando a própria Constituição autorizar a distinção, tendo-se presente o princípio de que a lei não deve distinguir entre nacionais e estrangeiros quanto à aquisição e ao gozo dos direitos civis.
4. Direito a liberdade
· De acordo com o princípio da relatividade ou convivência das liberdades públicas, os direitos e garantias fundamentais consagrados na CF não são ilimitados, visto que encontram seus limites nos demais direitos igualmente consagrados pela CF.
· O estado não pode criar uma ordem ou conselho profissional para a fiscalização do jornalista.
· É inconstitucional a cobrança por associação de moradores de contribuição voltada a financiar serviços de segurança privada na região em relação a morador a ela não filiado, mas que seja beneficiário dos serviços.
· Os comentários de usuários da Internet nas páginas eletrônicas dos veículos de comunicação social não se sujeitam ao direito de resposta do ofendido
4.1 Liberdade de ação
· É a autonomia que o individuo tem em não se submeter a atos arbitrários definidos que não estejam definidos pela lei.
· Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
4.2 Liberdade de pensamento e de manifestação
· É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
· É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.
· É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
· Peças apócrifas podem ser utilizadascomo prova quando forem produzidas pelo próprio acusado ou constituir corpo de delito do crime.
4.3 Liberdade de consciência, crença e culto
· É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
· É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
· Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei
· A liberdade de crença envolve tão somente o aspecto religioso, referente à autonomia de professar (ou não) uma crença religiosa.
· A liberdade de culto é a permissão para a exteriorização da crença, já que a autonomia de um indivíduo em definir sua religião não se esgota na mera escolha.
· Escusa de consciência ou objeção de consciência é o direito constitucional que permite que um indivíduo não cumpra determinada obrigação legal (ou que não pratique certo ato) não condizente com suas convicções religiosas, políticas ou filosóficas, sem que com isso incida sobre ele qualquer represália quanto às suas garantias constitucionais - desde que, ao se recusar a satisfazer a obrigação legal, o sujeito cumpra a prestação alternativa prescrita em lei. Se o estado fixar uma prestação alternativa a essa escusa de consciência e a pessoa não cumprir, ela pode ter os direitos políticos suspensos, todavia, na ausência de lei que estabeleça esse serviço alternativo não haverá suspensão dos direitos políticos.
· STF diz que não é possível adiar realização de prova de concurso por escusa de consciência.
· STF diz que símbolos religiosos em repartições públicas não fere o estado laico.
· STF disse que curandeirismo não está abrangido da norma constitucional da proteção a crença
· Ensino religioso nas escolas públicas deve ser não-confessional não pode abordar uma religião especifica e a matricula é facultativa. Na escola particular poder ser confessional.
4.4 Liberdade de Profissão
· É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
· Assim, somente quando houver potencial lesivo na atividade podem ser exigidos requisitos para a profissão ou o ofício serem exercitados, lembrando que referidos requisitos devem guardar nexo lógico com as funções e atividades a serem empenhadas.
· A liberdade para o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão está condicionada ao atendimento das qualificações profissionais estabelecidas por lei, mas nem todos os ofícios ou profissões, para serem exercidos, estarão sujeitos à existência de lei.
· A atividade de músico dispensa controle de lei
4.5 Liberdade de locomoção
· É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
· Pode ser restringido durante o estado de sitio e de defesa, além de não ser absoluto porque existem penas privativas de liberdade.
· Em consequência desse princípio a pessoa só pode ser presa em flagrante delito
4.6 Liberdade de reunião
· Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
· É um direito individual, mas de expressão coletiva, são elementos que compõe o direito de reunião: (i) subjetivo, deve ser formado por um conjunto de pessoas; (ii) elemento formal, deve ser minimamente coordenada, exigindo-se a prévia convocação dos componentes; (iii) elemento teleológico, os integrantes devem comungam uma mesma finalidade; (iv) elemento temporal, deve ser temporário senão seria uma associação; (v) elemento objetivo, deve ser pacifica e sem armas; (vi) elemento espacial, deve haver um local delimitado para a reunião acontecer.
· Elemento finalístico é o mesmo que teleológico.
· Não é necessária autorização judicial, mas é necessário aviso prévio as autoridades.
· Não deve frustrar outra reunião, se ocorrer de acontecer mais de uma no mesmo dia prevalece a que primeiro anunciou as autoridades.
· STF diz que marcha da maconha é legal
4.7 Liberdade de associação
· É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
· A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
· As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, e no caso da dissolvição é necessário o trânsito em julgado;
· Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
· As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
· Um agrupamento de pessoas só estará reunido em associação se possuírem objetivos comuns e estiverem unidos com estabilidade
· Associação que impetre MS coletivo não precisa de autorização genérica, é uma substituição processual. Nos demais casos trata-se de representação processual e exige-se autorização expressa
· Uma associação já constituída só pode ser compulsoriamente dissolvida na hipótese de ter finalidade ilícita
5. Direito a propriedade
· A Constituição protege a propriedade de forma vasta, englobando qualquer direito de conteúdo patrimonial, sejam eles materiais ou mesmo imateriais, como os direitos autorais, a propriedade industrial (marcas) e o direito à herança. 
· A função social é exigência constitucional que, se efetivada, culmina no reconhecimento de que o direito de propriedade estará resguardado na sua plenitude.
· A função social da propriedade deve obedecer determinadas condutas, (i) econômica: relacionada à produtividade do imóvel (que deve ser aproveitado racionalmente e adequadamente); (ii) social: ótica que implica na obediência das normas referentes às relações de trabalho, visando essencialmente o bem-estar dos envolvidos na atividade; (iii) ecológica: utilização responsável do imóvel, com vistas a assegurar a proteção ao direito fundamental ao meio ambiente
· Por seu turno, a propriedade urbana cumprirá sua função social quando atender às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
· Desapropriação, requisição, expropriação e usucapião são limitações ao direito de propriedade.
· A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
· No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
· A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.
6. Outros Direitos e deveres individuais e coletivos
· É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
· Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
· São assegurados, nos termos da lei: (a) proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
· A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporáriopara sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
· É garantido o direito de herança;
· A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
· Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado
· São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
· Não haverá juízo ou tribunal de exceção;
· É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
· A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
· A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
· A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
· Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
· A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;
· Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;
· A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
· É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
· As presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
· Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
· Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
· Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
· Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
· Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
· O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei
· Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
· A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
· Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
· A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
· O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
· O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
· A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
· Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
· Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
· O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
· O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
· São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito;
· São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 
· A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação
· As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
· Os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
· Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
· O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão
· A livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença, não dispensa posterior responsabilização em caso de exercício abusivo.
· Fixar pensão alimentícia usando por base o salário mínimo não viola a CF
· O jornalismo não pode ter conselho de profissão que o fiscalize
· É constitucional lei que obriga escolas privadas a oferecer atendimento adequado a pessoas com deficiência, vedado o repasse do custo financeiro da adaptação às mensalidades, anuidades e matrículas.
· É constitucional lei estadual que concede meia-entrada a doadores de sangue
· Nas escolas públicas de ensino fundamental o ensino religioso constituirá disciplina, mas a matrícula é facultativa.
· Organização paramilitar é composta por: a) uniformes; b) organização hierárquica; c) armas; d) obediência ao princípio da obediência; e) atentam contra o estado de direito
· A proteção de direito de imagem do indivíduo é autônoma em relação a sua honra
· O direito de resposta proporcional ao agravo tem abrangência ampla e aplica-se a todas as ofensas, ainda que elas não sejam de natureza penal.
· Pela execução de obra musical por artistas remunerados é devido direito autoral, não exigível quando a orquestra for de amadores.
VI. Direitos Sociais
· São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados
1. Direitos dos trabalhadores urbanos
· Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
· Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
· FGTS;
· Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
· Piso salarial proporcional à extensãoe à complexidade do trabalho;
· Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
· Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
· Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
· Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
· Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
· Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
· Salário-família para os seus dependentes;
· Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.
· Duração do trabalho normal não superior a 8h diárias e 44h semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.
· Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
· Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
· Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal.
· Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal;
· Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
· Licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
· Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
· Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
· Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
· Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
· Aposentadoria;
· Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 anos de idade em creches e pré-escolas.
· Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
· Proteção em face da automação, na forma da lei;
· Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
· Ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho
· Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
· Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
· Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
· Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
· Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso
· São assegurados os domésticos o: a) salário mínimo; b) piso salário; c) salário nunca inferior ao mínimo para quem recebe remuneração variável; d) proteção do salário; e) carga horária 8h/44h; f) jornada de 6h para turno ininterrupto de revezamento; g) férias; h) liçença-gestante; i) licença-paternidade; j) aviso prévio; k) redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança; l) convenções e acordos coletivos; m) proibição de diferença de salários; n) proibição de diferença de salario entre portador de deficiência; o) proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores.
2. Associação profissional ou sindical
· A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
· É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
· Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
· A assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
· Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
· É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
· O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
· É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
· Essas regras valem para à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
3. Outras informações
· É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
· A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
· É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
· Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.·
· Os direitos sociais previstos constitucionalmente são normas de ordem pública, com características de imperativas, sendo inviolaveis, portando, pela vontade das partes da relação trabalhista
· Os direitos sociais são positivos, exigem atuação estatal.
· Os direitos sociais podem exigir prestações específicas para sua implementação.
· Os direitos sociais estão inseridos na segunda geração, ou dimensão, dos direitos fundamentais.
· A lei não pode exigir autorização estatal para fundação do sindicato, todavia, poderá exigir o registro do sindicato no órgão competente sendo vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical.
· São direito dos domésticos: (i) férias; (ii) repouso Semanal; (iii) aviso prévio; (iv) licença à Maternidade; (v) 13º salário; (vi) aposentadoria; (vii) salário mínimo; (viii) previdência; (ix) irredutibilidade do salário; (x) licença paternidade
· O doméstico e o servidor NÃO têm direito a: (i) participação nos lucros; (ii) Jornada de 6h para trabalhos em turnos ininterruptos; c) piso salarial; d) adicional de periculosidade, insalubridade e penosidade; e) proibição de distinção entre trabalho técnico, manual, intelectual
· Doméstico não tem direito a proteção do mercado de trabalho da mulher
· Servidor Público, isoladamente, não tem direito a: i) FGTS; ii) seguro-desemprego; iii) aviso prévio; iv) acordos coletivos; v) assistência gratuita de creche; vi) seguro contra acidente de trabalho; (vii) irredutibilidade do salário
· O acrescimento de, pelo menos, 50% se tratando da remuneração pelo serviço extraordinário, se aplica imediatamente para os servidores públicos, por ser norma autoaplicável
· A Constituição Federal consagra expressamente o direito à educação como direito público subjetivo.
· É OBRIGATÓRIA a participação do sindicato nas negociações coletivas de trabalho.
· O trabalhador aposentado tem direito de permanecer filiado a seu sindicato e, fazendo-o, pode ser votado nas eleições para a direção da organização.
· Segundo o entendimento do STF, é direito subjetivo público de crianças com até cinco anos de idade o atendimento em creches e pré-escolas,

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