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Apresentação competitividade

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A VIVÊNCIA EM EXTENSÃO RURAL DO NÚCLEO DE EXTENSÃO EM DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: O CASO DO TERRITÓRIO CENTRO SERRA
Abril de 2018
Universidade Federal da Bahia
escola de medicina veterinária e zootecnia
Líliam cunha
Erradicação da pobreza Acesso às políticas sociais
Modernização da agricultura Industrialização 
Concentração da posse de terra, expulsão e marginalização dos atores sociais de seus respectivos territórios 
Inclusão Produtiva
Todo processo voltado para a formação da cidadania proporcionada pelo mundo do trabalho, com o objetivo de alcançar a autonomia para uma vida digna e sustentável. Além disso, busca-se, sob esse ponto de vista, mais amplo, contemplar outras formas que não as do trabalho formal, por via do mercado como estratégia de erradicação da pobreza
DENTRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS CRIADAS PARA CONTER O PROCESSO EXCLUSÃO SOCIAL DO HOMEM DO CAMPO DESTACAM-SE: 
Programa Brasil sem Miséria (PBSM)
Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)
 Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
Plano Safra da Agricultura Familiar
Programa Nacional de Reforma Agrária
Programa Luz para Todos
Política Habitacional
Programas de Apoio aos Povos e Comunidades Tradicionais
Programas Territórios da Cidadania e dos Territórios Rurais
Mesmo diante de uma série de políticas sociais voltadas para o desenvolvimento do trabalhador rural poucos são os que têm acesso a estes benefícios. 
Falta do acesso à posse da terra
Falta de capacidades humanas
Falta de capital fixo, de acesso a mercados e participação neles,
Privação de renda, de infraestrutura e de trabalho
De acordo com Falleti (2006), a descentralização política implica transferência de autoridade política ou capacidades deliberativas para atores da sociedade civil. 
O documento Referências para uma Estratégia de Desenvolvimento Rural no Brasil (2005) indica a decisão do governo brasileiro de propor uma política nacional que apoie o desenvolvimento sustentável considerando a abordagem territorial. Esta, por sua vez, envolve a articulação de políticas nacionais com iniciativas locais. 
A partir dessa decisão, foi criada a Santa Maria - RS, 30 de julho a 03 de agosto de 2017 SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), como parte do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e foi formulado o Programa Nacional de Desenvolvimento de Territórios Rurais (Pronat) no âmbito do Plano Plurianual do Brasil 2004-2007 (CORRÊA, 2009). O Pronat então tornou-se um norteador sobre as tomadas de decisão. 
Ainda, o Decreto nº 4.854, de 8 de outubro de 2003, institui o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) como órgão colegiado integrante do MDA, incorporando comunidades quilombolas, indígenas e pescadores artesanais como membros participantes, com voz e voto nas Comissões Temáticas, que têm como foco de planejamento e gestão o Território Rural (SAYAGO, 2007).
Os colegiados territoriais são compostos por representantes das três esferas de governo e da sociedade em cada território (DELGADO; LEITE, 2011). De acordo com Delgado e Leite (2011, p. 436),dentre as atribuições dos colegiados territoriais destacam-se: 
divulgar as ações do programa; 
identificar demandas locais para o órgão gestor priorizar o atendimento (de acordo com critérios, sistemas de gestão pré- estabelecidos, especificidades legais e instâncias de participação existentes);
promover a interação entre gestores públicos e conselhos setoriais;
contribuir com sugestões para qualificação e integração de ações;
sistematizar as contribuições para o Plano Territorial de Ações Integradas;
exercer o controle social do programa.
O Caso das Comunidades Quilombolas do Território Centro Serra
Estratégias de disputas internas em relação à destinação de recursos públicos destinados aos projetos de desenvolvimento territorial e às estratégias dos grupos constituídos que contribuem para a constituição de campos de poderes estabelecidos no Colegiado de Desenvolvimento Territorial Rural.
Formado em 2009 o Colegiado de Desenvolvimento Territorial (Codeter) possui 48 membros titulares e respectivos suplentes, representando, de maneira paritária, as diversas instituições públicas e da sociedade civil dos 12 municípios integrantes do território. 
Caracterização da pesquisa
Realizado pelo Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial no Território Centro Serra do Estado do Rio Grande do Sul o trabalho tem o enfoque da pesquisa-ação, onde o pesquisador estará imerso nas ações de assessoria de inclusão produtiva, junto ao Colegiado de Desenvolvimento Territorial Centro Serra. 1 De acordo Thiollent (1985, p. 14 apud GIL, 2002), essa pesquisa pode ser conceituada como: 
um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo
Estratégias de pesquisa: estudo de caso
A metodologia utilizada neste trabalho está baseada no estudo de caso, visando contextualizar os atores sociais. 
O caso: o Território Centro Cerra
O Território Centro Serra do Rio Grande do Sul conta com uma área total de 2.629 km², envolvendo o contingente de aproximadamente 76.696 pessoas (IBGE, 2010). Ele teve seu início no ano de 2006, através da solicitação dos prefeitos da região que compõem a Associação dos Municípios do Centro Serra (AMCSERRA), e é composto por representantes das entidades públicas e civis de 12 municípios do Rio Grande do Sul, dentre os quais estão Arroio do Tigre, Estrela Velha, Salto do Jacuí, Jacuizinho, Tunas, Lagoão, Segredo, Sobradinho, Ibarama, Passa Sete, Lagoa Bonita do Sul e Cerro Branco (MDA, 2005)
De acordo com IBGE (2006), o território conta com5.031 estabelecimentos agropecuários entre 0 e 10 hectares; 3.296 entre 10 e 20 hectares; 2.359 entre 20 e 50 hectares; 412 entre 50 e 100 hectares; 249 entre 100 e 500 hectares; e apenas 37 com mais de 500 hectares. No Território Centro Serra, conforme o censo agropecuário (IBGE, 2006), há a predominância da agricultura familiar, sendo que 92,48% do total de estabelecimentos são explorados pela categoria social.
Dessa forma, o caso selecionado neste trabalho será o dos Povos e Comunidades Tradicionais representadas pelos povos indígenas e quilombolas participantes do Colegiado de Desenvolvimento Territorial nos espaços de governança territorial. 
No diagnóstico que formalizou o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável (2009), os consultores identificaram várias limitações nas comunidades quilombolas, como:
a pouca disponibilidade de terra
o êxodo dos jovens
a dificuldade de diálogo com as instituições públicas de subsídio agrícola, a acesso à habitação rural
a falta de saneamento básico 
a infraestrutura interna deficiente
o acesso a saúde
a contaminação da água por agrotóxicos.
De acordo com a figura 1, observam-se, os cinco grupos de poderes constituídos no Colegiado de Desenvolvimento Territorial Sustentável constituído desde o seu início em 2006.
Cabe ressaltar nesse fórum de debate em torno da questão da temática do desenvolvimento territorial uma pluriatividade de atores sociais e de representantes de entidades da sociedade civil e dos poderes públicos dos municípios que compõem o Território Centro Serra. 
Os Grupos de Instituições são compostos basicamente por representantes das Prefeituras, dos Escritórios da Emater, Cooperativas, Sindicatos e dos Movimentos Sociais, estavam inseridos nos grupos de dominados e dominadores. Os Grupos de Quilombolas e Indígenas representados pelos os Povos e Comunidades Tradicionais, devido a sua condição de públicos especiais sempre ficaram relegados a condição imposta pelos Grupos Dominantes, ou seja, excluídos dos projetos de maior envergadura orçamentária
A Assessoria de InclusãoProdutiva com ênfase em projetos de desenvolvimento territoriais
Com a chegada da Equipe de Assessoria do Nedet em 2015, privilegiam-se um conjunto de ações de planejamento de atividades, focalizadas em visitas de identificação de demandas municipais territoriais. Esta estratégia possibilitou as visitas dos assessores nos municípios e nas localidades rurais dos atores sociais e a percepção das problemáticas referentes às Comunidades Quilombolas do Território Centro Serra. 
Na figura 2 apresenta o gráfico com as ações extensionistas de assessoria de inclusão produtiva que totalizaram 43 intervenções divididas em assessorias aos novos projetos do Proinf (25), visitas de assessoria a comunidade quilombola (7), monitoramento de projetos do Proinf (6), extensão universitária (6), e reuniões para resolução de problemas dos projetos do Proinf de anos anteriores (4), no período de Dezembro de 2014 à Setembro de 2016.
Através de monitoramento dos projetos anteriores ao Proinf foram identificados alguns projetos que não estavam em funcionamento, sendo que os obtiveram maior sucesso aqueles que iniciaram a partir de entidades da sociedade civil organizadas pelos escritórios municipais da Emater.
Por outro lado, visando possibilitar uma maior celeridade no processo de regularização do Bloco Quilombola foram organizadas atividades de extensão universitária com alunos da graduação da Universidade Federal de Santa Maria nas comunidades de Julio Borges em Salto do Jacuí e de Novo Horizonte no município de Jacuizinho. 
Esse acompanhamento permitiu que fossem deliberados pelo Codeter, os ajustes nos planos de trabalhos necessários para o destino de equipamentos ao público beneficiário no Território Centro Serra. 
Considerações Finais
Constatou-se que mesmo com o incentivo da participação dos públicos prioritários, das mulheres e de jovens, as disputas internas por recursos públicos determinam a formatação de grupos de dominação que centralizaram as decisões em termos de projetos de inclusão produtiva em um passado não muito distante;
Com o trabalho executado pela assessoria de gênero e de gestão social na organização de comitês temáticos, foi incentivada uma maior participação e a articulação estratégias de defesa dos atores sociais em prol dos projetos de desenvolvimento territoriais perante, os grupos de poderes constituídos no campo de poder do Codeter Centro Serra.
O estudo identificou novos desafios para os Nedet´s nas comunidades para a mudança do paradigma da pobreza rural presentes nos territórios rurais. Portanto, experiência adquirida pelo Nedet Centro Serra permitirá oxalá, os ajustes necessários para atividades de extensão universitária da Universidade Federal de Santa Maria- UFSM, com o propósito de oferecer de ações adaptadas aos públicos prioritários em estado de vulnerabilidade social presentes no Território Centro Serra do Estado do Rio Grande do Sul.

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