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Gestao Tributaria

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GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
SISTEMA TRIBUTÁRIO: 
CONCEITO, HISTÓRICO, 
LIMITAÇÕES E CF 1988
Nessa aula vamos dar introdução a um tema muito importante: a base do direito 
tributário. Por isso, preste muita atenção. Papel e caneta na mão para anotar!
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
O Brasil é conhecido pelo complexo e burocrático sistema tributário. É ainda um 
dos países com a carga tributária mais alta do mundo. 
Essa unidade é de extrema importância, pois com ela você irá criar sua base em 
direito tributário, ensinando diretrizes que serão usadas ao longo de todo o curso.
Para estudar direito tributário, devemos recorrer de início à Constituição Federal 
de 1988, que estabelece os limites e as diretrizes do direito tributário, para so-
mente depois passar ao direito tributário e leis extravagantes. 
PACTO FEDERATIVO
Desde a Proclamação da República (salvo nos anos de 
1937 a 1946), o Brasil constitui-se numa Federação. 
A Federação é a união política de estados que dele-
gam sua soberania ao Estado Federal, e gozam de 
autonomia. 
O Código Tributário Nacional foi sancionado em 1966. 
Nele se previu um sistema de harmonização das compe-
tências tributárias, em que se buscou atribuir, a cada Ente 
Federativo, a competência para legislar e administrar tributos.
Historicamente, foi criada a divisão das diversas espécies tributárias (por es-
pécie e categoria econômica) pelos entes federativos (União, estados e muni-
cípios). No entanto, é importante que você saiba que há duas exceções a essa 
regra que devem ser destacadas.
A primeira se faz quanto aos tributos incidentes sobre a Renda: a partir de 1993, 
a competência exclusiva sobre o poder de legislar sobre os mesmos restou à 
União Federal. Isto se deu através da Emenda Constitucional 03, que alterou o 
artigo 155 da Constituição, excluindo da competência dos estados a possibilida-
de de legislar e cobrar o Adicional de Imposto de Renda Estadual.
A segunda exceção diz respeito às Contribuições em geral, exceto as de me-
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
lhoria. Até 1977, havia grande discussão jurídica quanto à natureza jurídica das 
Contribuições. Com a promulgação da Constituição de 1988, reservou-se a ex-
clusividade da União Federal para instituir-se quaisquer contribuições que não 
as de melhoria.
Entendido o Pacto Federativo, você agora pode entender que, com relação à 
competência tributária, haverá regras, tendo em vista que os tributos podem 
ser criados por diversos entes. 
O Sistema Tributário instituído no Brasil é composto pelos tributos e pelos 
princípios e normas que regulam tais tributos.
A competência tributária é o poder atribuído pela Constituição Federal para que 
se possam instituir, cobrar e fiscalizar tributos, desde que observadas as nor-
mas gerais de direito tributário.
Dessa forma, dizemos que as unidades federadas (entes federativos, como a 
União, estados e municípios) recebem, através da Constituição Federal, a com-
petência para instituir tributos, cobrar ou fiscalizar.
Mas você deve estar se perguntando: e os Tributos? Bom, vamos responder.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
O QUE É TRIBUTO?
Existem diversas definições doutrinárias sobre o que é tributo, mas a definição 
suficiente encontra-se no Código Tributário Nacional:
Art. 3º, CTN dispõe:
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela 
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Assim, conforme definição no CTN, podemos analisar seus requisitos para con-
seguir entender melhor os tributos.
a) Prestação pecuniária/em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: o tribu-
to é uma prestação pecuniária, ou seja, é em dinheiro. 
b) Prestação compulsória: o dever de pagar o tributo é imposto pela lei, sendo 
irrelevante a vontade das partes; é obrigatório o seu pagamento.
c) Prestação que não constitua sanção de ato ilícito: tributo não é multa e multa 
não é tributo. O tributo não pode ser utilizado como meio de punição ou repre-
sália ao contribuinte por algum fato. 
d) Instituída em lei: atende ao Princípio Constitucional da Legalidade. O tributo 
só pode ser criado por lei (complementar ou ordinária) ou ato normativo. 
e) Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: a atividade 
refere-se ao lançamento, cuja definição está no art. 142 do CTN.
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Os contribuintes são protegidos pelas limitações previstas na Constituição Fe-
deral, que servem para defendê-los de forças arbitrárias tomadas pelo Estado.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Os artigos 150, 151 e 152 da Constituição elencam algumas limitações ao poder 
de tributar, mas existem também outros institutos que também são classifica-
dos como limitações ao poder de tributar.
Vamos agora então falar das principais limitações especificamente.
1. Princípio da Legalidade Tributária
Está prevista no artigo 150, I, CF. O tributo é uma forma de limitação à liberdade 
e à propriedade privada. Dessa forma, é restrito ao Estado criar, modificar ou 
extinguir a espécie tributária. 
O Estado tem o poder de criar tributos, mas isso somente pode ser exercido 
por meio de lei. Contudo, não é um princípio absoluto: a própria Constituição 
prevê exceções em seu artigo 153, parágrafo primeiro, CF, quando permite ao 
poder Executivo alterar a alíquota de alguns impostos.
2. Princípio da Isonomia ou Igualdade
 
O princípio da isonomia está previsto no artigo 150, II, CF e pode ser considera-
do sob duas óticas distintas: horizontal e vertical. Quando falamos no princípio 
da isonomia na acepção horizontal, estamos falando que as pessoas que se 
encontram na mesma situação devem ser tratadas da mesma forma.
Já sob a óptica vertical do princípio da isonomia, entendemos que as pessoas 
que se encontram em situações distintas (por exemplo, possuem rendimentos 
com grande disparidade), devem ser tratadas de maneira diferente, na medida 
das suas diferenças.
É a aplicação da máxima de Aristóteles “Devemos tratar os igualmente os 
iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”. Portanto, 
o contribuinte A que recebe rendimentos dez vezes maiores que o contribuinte 
B, consequentemente irá pagar mais tributos.
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
3. Princípio da Anterioridade da Lei Tributária
Este princípio está previsto no artigo 150, III, b, CF, é também conhecido como 
princípio da anualidade, pois a Constituição Federal veda que os entes cobrem 
tributos no mesmo exercício financeiro (ano) em que haja sido publicada a lei 
que os instituiu ou aumentou.
Então, a regra fica clara: se um tributo foi criado no ano de 2018, somente po-
derá ser cobrado em 2019. É um princípio em espécie do princípio da não sur-
presa, em que se busca proteger o contribuinte de surpresas de novos tributos 
ou, ainda, que sejam aumentados repentinamente e já cobrados.
O princípio somente deve ser aplicado para a criação ou majoração do tributo, 
e nada impede a sua diminuição ou extinção, pois beneficiaria o contribuinte.
Contudo, não é um princípio absoluto, comportando exceções que estão dis-
postas na Constituição Federal, mais precisamente no § 1º do art. 150, entre 
outros. Veja a tabela abaixo:
EXCEÇÕES
II, IE, IPI, IOF e IEG
Empréstimos Compulsórios de Guerra ou Calamidade
Contribuições para Financiamento da Seguridade Social (art. 195, §6º, CF)
Redução ou restabelecimento de ICMS monofásico sobre combustíveis
Redução ou Restabelecimento de CIDE - combustíveis
4. Princípio da Anterioridade Nonagesimal
Este princípio está previsto no artigo 150, III, c, CF, também conhecido como 
princípio da noventena. Antes desse princípio, os entes federativos criavam tri-
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
butos ao final do exercíciofinanceiro (final do ano), para assim, logo no início do 
ano seguinte, passarem a cobrar os tributos. A garantia da anterioridade passou 
a ser apenas formal; em consequência, prejudicava o contribuinte.
Assim, foi criado o princípio da anterioridade nonagesimal, que passou a prever 
como regra que os tributos que fossem criados ou majorados não poderiam ser 
cobrados antes de 90 dias após sua publicação.
E olha só, o princípio da noventena não exclui o princípio anterior exposto da 
anterioridade: ambos os princípios devem ser aplicados cumulativamente. As-
sim, se um tributo for criado em novembro, deve ser cobrado a partir do ano 
seguinte. Mas não pode ser cobrado em janeiro, e sim 90 dias após a data de 
sua criação.
Como de costume, o princípio também não é absoluto, e comporta exceções. 
Vamos ver abaixo, lembrando que o princípio somente é aplicável para os casos 
de criação ou majoração do tributo:
EXCEÇÕES
II, IE, IOF e IEG
Empréstimos Compulsórios de Guerra ou Calamidade
Imposto de Renda
Base de cálculo do IPTU
Base de cálculo do IPVA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
 
 
 
 
5. Princípio da Irretroatividade 
Está previsto no artigo 150, III, a, CF, prevendo ser vedado aos entes cobrar tri-
butos em relação a fatos anteriores ocorridos antes do início da vigência da lei 
que os houver instituído ou aumentado. E perceba que aqui falamos em vigên-
cia, e não publicação da lei.
Agora que você já tem uma breve noção basilar do direito tributário, na próxima 
aula veremos as fontes de direito tributário, e também as imunidades concedi-
das pela Constituição Federal.
ANTERIORIDADE NOVENTENA
CSLL
ICMS monofásico
CIDE - combustíveis
II
IE
IOF
IEG
EC - g ou c
Imposto de Renda
Base cálculo IPTU
Base cálculo IPVA
IMUNIDADES E FONTES 
DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Um tema sempre muito falado em direito tributário são as imunidades. Você 
sabe o que são elas? 
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
IMUNIDADES
As imunidades são a exclusão sobre o poder de tributar, e estão todas previstas 
na Constituição Federal. Não se confunde com as isenções, pois estas estão 
previstas em leis ordinárias, e não na CF.
Trata-se de uma proteção constitucional que se encontra antes do momento de 
incidência do tributo. Ocorrendo quando a Constituição limita a competência do 
ente federativo, impedindo-o de definir determinadas situações como hipóte-
ses de incidência.
Temos, então, algumas imunidades em espécie. Vamos falar delas:
a) Imunidade recíproca
A União, estados, Distrito Federal e os municípios são proibidos pela CF de 
instituírem impostos sobre o patrimônio, renda ou serviço um dos outros (co-
nhecido como “PARES”).
É uma regra que protege o pacto federativo, estudado na 
aula anterior, e portanto é uma cláusula pétrea, não 
podendo ser retirada da Constituição Federal.
Essa imunidade não engloba todos os tribu-
tos, mas apenas os impostos. A imunidade 
se estende às autarquias e fundações públi-
cas. Porém, há uma restrição aqui: somente 
é aplicável ao patrimônio, renda ou serviço 
vinculados às suas atividades essenciais ou 
dela decorrentes, sendo uma imunidade mais 
restrita que a imunidade dos entes federativos.
O STF entende ainda que a imunidade abrange as em-
presas públicas e sociedades de economia mista prestado-
ras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
b) Imunidades dos templos a qualquer culto
Trata-se de uma imunidade que impede que o Estado atrapalhe as entidades 
religiosas de se apresentarem à sociedade; ou ainda, impede que o Estado dê 
preferência a uma certa religião, tendo em vista ser um Estado Laico e não ha-
ver dominância de nenhuma religião.
A imunidade também refere-se somente aos impostos. Mas a proteção deve 
abranger todo o patrimônio, renda e serviços das entidades, relacionados com 
as finalidades essenciais destas.
Portanto, se uma igreja possui um estacionamento ao lado, e os valores são 
revertidos para as atividades essenciais da igreja, há imunidade neste caso.
c) Imunidade dos partidos políticos e suas fundações, sindicatos dos traba-
lhadores, instituições de educação e entidades de assistência social
Os partidos políticos são um exemplo de exercício da democracia dentro do 
País, e a aplicação da imunidade aos partidos serve para garantir essa demo-
cracia e o pluralismo político.
Com a criação dessa imunidade, a Constituição permitiu a liberdade de associa-
ção e criação de partidos políticos, impedindo que quem esteja no poder utilize 
os tributos como forma de embaraçar, inibir ou até impedir esses atos.
d) Imunidade sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à 
sua impressão
Essa imunidade possui a finalidade de garantir o acesso à cultura, bem como 
permitir a manifestação de pensamento. Trata-se da única imunidade analisada 
exclusivamente de forma objetiva.
Entenda que, aqui, a imunidade é dos livros e não dos estabelecimentos que 
os vendem. As livrarias, por exemplo, devem pagar tributos, mas ao imprimir os 
livros e vender, não.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
e) Imunidade sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos 
no Brasil, contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros 
e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os su-
portes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de 
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
Esta imunidade foi introduzida na Constituição apenas com a emenda 75/2013, 
e proíbe a criação de impostos sobre fonogramas, videogramas musicais pro-
duzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasi-
leiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os 
suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de 
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
Foi introduzida pela conhecida como a PEC da música, e também conhecida 
como imunidade musical. Contudo, a imunidade somente serve para determi-
nada música que contenha elementos nacionais. 
Fonograma é o arquivo que contém música; videograma é o arquivo que con-
tém vídeo e música, desde que sejam produzidos no Brasil, sendo o autor ou o 
intérprete de nacionalidade brasileira.
FONTES DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Agora que entendemos as limitações ao poder de tributar, vamos entender 
quais são as fontes do direito tributário. 
 
Quando eu digo fontes, eu quero dizer: em que o direito tributário se baseia, 
quais são as normas, e formas de pesquisa, quem dita as regras? Vamos ver?
A palavra “fonte”, utilizada sob a óptica jurídica, adquire um sentido próprio e 
significa “nascedouro”, fazendo referência às principais regras que norteiam o 
instituto.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Podemos dividir as fontes em: formais e materiais.
As fontes formais são o conjunto de normas que compõe o ramo jurídico, de-
vendo ser divididas em fontes primárias (ou principais) e fontes secundárias (ou 
complementares).
As chamadas materiais são os pressupostos fáticos da tributação, sendo, tam-
bém, conhecidas doutrinariamente como pressupostos de fato da incidência ou 
fatos imponíveis.
Sobre as fontes formais, que mais interessam ao direito, temos algumas con-
siderações.
O legislador, no art. 96 do CTN, adotou a expressão “legislação tributária” no senti-
do lato sensu, nela inserindo, também, a lei (stricto sensu) propriamente dita.
As principais fontes do direito tributário são as leis, os tratados e conven-
ções internacionais, e os decretos (CTN, art. 96), e as demais normas são 
elencadas no art. 100 do CTN, sob o título de Normas Complementares.
A Constituição Federal é a principal fonte do direito tributário. É lá que encon-
tramos os princípios, pilares, principais regras e limitações do direito tributário,além de ser a Constituição Federal que confere a competência tributária.
A Constituição é atualizada através das Emendas Constitucionais, e é lá que ela 
reflete a realidade social, e também é fonte de direito tributário.
Já as leis complementares completam normas constitucionais não autoexecu-
táveis, regulam suas previsões e devem ser aprovadas por maioria absoluta do 
Congresso Nacional.
Em matéria tributária, a eficácia de várias normas constitucionais depende de 
lei complementar: instituição de empréstimos compulsórios (CF, art. 148); insti-
tuição de contribuições sociais (CF, art. 149); instituição de alguns impostos (CF, 
art. 154 c/c art. 153), dentre outras (CF, arts. 155, 156, 161).
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
O Código Tributário Nacional, Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966, é a prin-
cipal lei complementar, mesmo tendo sido aprovado como lei ordinária. É que, 
àquela época, o ordenamento jurídico-constitucional não previa a lei comple-
mentar. Esse status é resultado de uma análise comparativa do art. 146, da 
Constituição, com o art. 1º do CTN, que define o objeto da mencionada Lei.
Já os tratados e as convenções internacionais derivam de atos externos e re-
percutem na ordem interna, pois o art. 98 do CTN atribui competência para que 
aqueles possam revogar ou modificar o ordenamento interno.
A lei ordinária é fonte por excelência do Direito como um todo, e não só em 
matéria tributária. Contudo, a lei tributária possui alguns requisitos que devem 
ser cumpridos para que validamente possa criar, modificar ou extinguir tributos.
Deve, por exemplo, descrever o fato gerador da obrigação principal, e determi-
nar a alíquota e a base de cálculo e os sujeitos.
Por força da Constituição, a lei ordinária não pode instituir certos tributos, que 
exigem um outro procedimento. Os empréstimos compulsórios, parte das con-
tribuições sociais e os impostos residuais, por exemplo, dependem, para sua 
criação, de lei complementar (CF, arts. 148, 154, I e 195, § 4º).
As leis delegadas são atos normativos oriundos do poder Executivo, em forma 
de lei, vindos de delegação expressa do poder Legislativo, somente para casos 
específicos e concretos.
Já as medidas provisórias são editadas em caso de relevância e urgência pelo 
presidente da República, e não se mostra instrumento hábil e legal à criação 
ou majoração de tributos, pois a Constituição exige via específica, de lei. Deve, 
então, ser utilizada com razoabilidade, e em casos urgentes e necessários.
Pronto! Aqui você estudou um pouco sobre as imunidades tributárias trazidas 
pelo nosso texto Constitucional, bem como as principais fontes do direito tribu-
tário. Na próxima, veremos como se trabalha com o compliance fiscal e suas 
definições.
COMPLIANCE FISCAL: 
CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
Hoje, trataremos de um tema bem atual, muito falado nos dias de hoje e 
essencial para o mundo atual em que vivemos. Você sabe o que é compliance? 
Já ouviu falar?
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Os políticos não são os únicos a cometerem atos de corrupção. Todos os dias 
surgem notícias sobre novos fatos antiéticos envolvendo diversos tipos de pes-
soas, como funcionários de grandes, médias e pequenas empresas. É por isso 
que cada vez mais as empresas têm se preocupado em criar meios de estar em 
conformidade com as regras. 
Mas, o que é o compliance?
A palavra “compliance” veio do verbo inglês “to comply”, que significa “estar de 
acordo”, “se comprometer” e “estar submetido a uma regra ou pedido”. Neste 
sentido, o substantivo “compliance” pode ser entendido como “conformidade”. 
Isso mesmo! Estranho, não é? É o fato de se conformar a algo, estar submetido 
a algo.
No mundo corporativo, a palavra passou a significar um conjunto de disciplinas e 
práticas que visam o cumprimento de normas de uma instituição, procurando 
investigar, evitar e solucionar qualquer desvio, risco ou inconformidade.
As normas de que estamos falando podem ser as leis em diferentes níveis (federal, 
estadual, municipal) e esferas (trabalhista, ambiental, contábil, jurídica etc.). No en-
tanto, elas se referem sobretudo aos regulamentos internos impostos pela própria 
organização, com o objetivo de manter princípios e ações éticos.
Neste sentido, foram criados os departamentos de compliance. No início, fa-
ziam parte deles, em sua maioria, profissionais de finanças e direito. Aos pou-
cos, os gestores perceberam que era preciso muito mais do que isso.
Hoje em dia, um setor de compliance atualmente é formado por equipes multi-
disciplinares, capazes de avaliarem as situações sobre diferentes ângulos. Inclu-
sive, devem trabalhar em parceria com o setor de recursos humanos, responsá-
vel por estabelecer uma cultura organizacional ética com os diversos gestores 
de todas as áreas.
Os profissionais de compliance precisam conhecer a fundo as normas e precei-
tos éticos, como todo o funcionamento da organização. Ou seja, devem conhe-
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
cer as leis e também o funcionamento da empresa, compreendendo e traçando 
meios de se fazer uma integração entre todas as normas. 
A necessidade de um setor de compliance só aumentou com a criação da Lei An-
ticorrupção – Lei n. 12.846 de 1º de agosto de 2013. Essa lei determina sanções 
e punições para empresas que, no relacionamento com os governos (federal, es-
tadual e municipal), bem como autarquias e outras instituições públicas, cometam 
infrações e atos de corrupção. Tendo em vista o caráter abrangente da lei, podemos 
dizer que ela afeta direta ou indiretamente todas as empresas brasileiras.
Mesmo que exista um setor responsável, compliance é um dever de todos os 
envolvidos na organização, inclusive fornecedores e parceiros. Para isso, é im-
portante adotar um documento que regule as ações dos colaboradores e ofere-
ça um norteamento de boas práticas. Podemos citar algumas delas:
Elaboração de um código de conduta ética;
Criação de um comitê de ética para analisar 
possíveis casos e situações de corrupção;
Controle interno e auditoria;
Processos éticos de recrutamento e seleção;
Comunicação institucional regular, com canais abertos de denúncia;
Transparência nas relações com o setor público, 
fornecedores e outros stakeholders;
Integridade e transparência no controle e na divulgação 
de informações contábeis e financeiras;
Envolvimento e comprometimento da alta gestão;
Análise e monitoramento contínuos.
Com isso, surgiu o compliance fiscal, o qual basicamente busca que a empresa 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
ou organização entre em conformidade com o fisco (lembre-se da origem da 
palavra), reduzindo os riscos da empresa, reduzindo custos administrativo das 
tarefas associadas às obrigações tributárias e à redução de carga tributária, sem 
que isso seja feito por meio de sonegação.
No Brasil, temos muitos tributos, com diferentes regras, em diferentes esferas 
e com muitas datas de cumprimento de cada obrigação fiscal. São inúmeras leis 
tratando sobre o assunto, e todo ano mais leis surgem para tratar do assunto.
Por essa razão, o compliance fiscal procura analisar as leis e trazer de forma 
esmiuçada, já analisada, para dentro da empresa, de forma que esta consiga 
cumprir o calendário fiscal, diminuindo custos e também riscos de multas e 
penalidades.
TRIBUTOS: TIPOS, IMPOSTOS, TAXAS
Passado o estudo das imunidades, vamos dar início agora ao estudo dos tributos 
em espécie. Você sabe quais são?
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Existe uma grande discussão doutrinária a respeito da classificação dos tributos 
no direito brasileiro. Essa discussão fez com que fossem criadas quatro corren-
tes doutrinárias a respeito do assunto:
• Dualista ou bipartida – entende serem espécies tributárias apenas os impos-
tos e as taxas;
• Tripartida ou tricotômica – afirma seremas espécies tributárias os impostos, 
as taxas e as contribuições de melhoria;
• Quadripartida ou tetrapartida – entende que são espécies tributárias os 
impostos, as taxas, as contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios;
• Pentapartida ou quinquipartida – considera espécies tributárias os impos-
tos, as taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios e as 
contribuições especiais.
O Código Tributário Nacional, em seu artigo 5º, reconhece expressamente a cor-
rente tripartida ao apontar que “os tributos são impostos, taxas e contribuições 
de melhoria”.
Por seu turno, o Supremo Tribunal Federal, ao se deparar com a questão, tem 
adotado a corrente pentapartida. No entanto, é importante ressaltar que, mes-
mo para aqueles que adotaram a corrente tripartida, os empréstimos compul-
sórios e as contribuições de melhoria são considerados tributos, com a ressalva 
de que possuem natureza de taxa ou impostos.
Passada essa análise, é importante frisarmos que os tributos, estejam eles clas-
sificados na corrente tripartida (CTN) ou pentapartida (STF), devem ser analisa-
dos por meio de uma análise sobre sua vinculação ou não.
O tributo será vinculado quando sua cobrança foi vinculada a uma atividade do 
Estado dirigida diretamente ao contribuinte. Exemplo disso é a cobrança da taxa 
do lixo, que visa o serviço da prefeitura do município em recolher o lixo acumu-
lado das casas dos moradores.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Por outro lado, o tributo será tido como não vinculado quando não for exigida uma 
ação do Estado em favor do contribuinte, tendo como exemplo a cobrança de im-
postos sobre a riqueza gerada pelos contribuintes, como o IR, ICMS, IPTU etc.
A competência para instituir os tributos é dada pela Constituição Federal aos 
entes políticos pertencentes ao Estado, que o fará de forma privativa, quando a 
lei não o colocar em situação paritária com os demais entes.
Na presente unidade daremos início às espécies de tributos, estudando os im-
postos e as taxas. Vamos a eles.
IMPOSTOS 
O artigo 16 do Código Tributário Nacional define imposto como o tributo cuja 
obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer ativi-
dade estatal específica, relativa ao contribuinte. Tiramos dessa definição a con-
clusão de que o imposto é um tributo não vinculado que incide sobre qualquer 
manifestação de riqueza do contribuinte.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
A competência para instituir os impostos é atribuída pela Constituição Federal, 
de maneira específica e privativa a cada um dos entes do Estado. Vejamos a 
tabela abaixo:
UNIÃO 
(ART. 153, CF)
ESTADOS E DF 
(ART. 155, CF)
Municípios e DF 
(Art. 156, CF)
Imposto de 
Importação (II)
Imposto sobre a 
transmissão causa 
mortis e doação de 
quaisquer bens ou 
direitos (ITCMD)
Imposto sobre 
a propriedade 
territorial urbana 
(IPTU)
Imposto de 
Exportação (IE)
Imposto sobre opera-
ções relativas à circu-
lação de mercadorias 
e prestação de servi-
ços (ICMS)
Imposto sobre trans-
missão “intervivos”, 
a qualquer título, por 
ato oneroso (ITBI)
Imposto de Renda (IR)
Imposto sobre pro-
priedade de veículos 
automotores (IPVA)
Impostos sobre 
serviços de qualquer 
natureza (ISS)
Imposto sobre 
produtos 
industrializados (IPI)
- -
Imposto sobre ope-
rações de crédito, 
câmbio e seguro, ou 
relativas a títulos ou 
valores imobiliários 
(IOF)
- -
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Imposto sobre 
propriedade 
territorial rural (ITR)
- -
Imposto sobre 
grandes fortunas 
(IGF)
- -
Em regra, esta lista se trata de um rol taxativo (exaustivo), mas a União pode, 
nos termos do inciso I, do art. 154, da CF, mediante lei complementar, criar im-
postos não previstos no artigo anterior, desde que sejam nãocumulativos e não 
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios.
Além disso, o inciso II do artigo supramencionado aponta que a União tem 
capacidade de criar impostos extraordinários, compreendidos ou não por sua 
competência tributária. Um exemplo da criação desse imposto extraordinário é 
a criação dos impostos de guerra (IEG).
Importante ressaltar que a Constituição Federal não cria tributos, ela apenas 
atribui competência para que os entes do Estado os instituam. Para que os 
tributos sejam criados, é necessário que o ente competente edite uma lei ins-
tituindo-os de forma abstrata, isto é, definindo quais são seus fatos geradores, 
suas alíquotas e bases de cálculo, e quem são seus contribuintes.
TAXAS
Diferente dos impostos, as taxas possuem como fato gerador o exercício regu-
lar do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público 
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (Art. 
77, CTN).
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
O que se entende por poder de polícia?
Poder de polícia é um conceito advindo do direito administrativo, e basicamente 
significa a faculdade que o Estado possui de limitar, condicionar o exercício dos 
direitos individuais, em obediência à supremacia do interesse da coletividade 
sobre os interesses individuais.
Entendemos, assim, que taxa é um tributo fruto da contraprestação de serviços 
públicos ou benefícios prestados pelo Estado em favor do contribuinte. Como 
exemplo, temos a já tratada taxa do lixo, e também as taxas de incêndio.
Ao ler o art. 145 da Constituição Federal, extraímos alguns elementos para a 
instituição das taxas. Para a instituição das taxas, é necessário que:
• O serviço seja específico e divisível;
• O destinatário utilize efetiva e potencialmente o serviço;
• O serviço seja prestado ao contribuinte ou, pelo menos, posto à sua 
disposição.
Assim como nos impostos, a taxa possui base de cálculo a ser definida na lei 
instituidora. No entanto, a Constituição proíbe que as taxas tenham base de 
cálculo própria de impostos.
No tocante às taxas, a base de cálculo é mais complexa, pois na maioria das 
vezes é difícil mensurar o valor de cada prestação, devendo, assim, o ente es-
tabelecer uma correlação razoável de valores, sob pena de incorrer no caso de 
enriquecimento sem causa do ente público.
Taxa é a mesma coisa que tarifa?
A resposta é negativa, pois, enquanto a taxa corresponde a uma direta con-
traprestação, cobrada pelo Estado, a tarifa é um preço público, normalmente 
cobrado por uma empresa que possui concessão pública para executar deter-
minado serviço.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Veja uma tabela com várias diferenças entre os institutos:
TAXA TARIFA
Regime jurídico de direito público Regime jurídico de direito privado
Vínculo obrigacional de natureza tri-
butária
Vínculo obrigacional de natureza 
contratual
Vínculo independe de manifestação 
de vontade (compulsório)
Vínculo só existe se houver válida 
manifestação de vontade
Sujeita aos princípios tributários
Não sujeita aos princípios do direito 
tributário
Como você pôde perceber, existem diferenças pontuais que separam os con-
ceitos de taxas e impostos. O primeiro instituto sendo aquele que sempre se-
gue o exercício do poder de polícia, enquanto o segundo é o tributo que aparece 
sobre qualquer manifestação de riqueza do contribuinte. Na próxima aula você 
continuará estudando as espécies de tributo.
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA, 
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS E EMPRÉSTIMO 
COMPULSÓRIO
Continuando os estudos sobre os tributos em espécie, nesta aula você vai ver 
sobre as contribuições de melhoria, contribuições sociais e os empréstimos 
compulsórios.
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
No início do século XVII (1605), a coroa inglesa realizou uma obra de grande 
vulto para resolver problemas com o rio Tâmisa, que alagava as residências nos 
arredores. Com essa melhoria, o valor venal dos imóveis subiu de maneira con-
siderável, beneficiandoos moradores, sem que eles tivessem contribuído com 
algo nos gastos.
Para isso, visando impedir o enriquecimento sem causa dos moradores, foi cria-
do por lei um tributo a incidir apenas sobre os beneficiados na grande reforma, 
impondo um limite à valorização individual. Assim, nasceu o que conhecemos 
hoje como tributo da contribuição de melhoria.
A Constituição Federal, em seu art. 145, inciso III, dispõe que as contribuições 
de melhoria serão decorrentes de obras públicas, e que poderão ser instituídas 
pela União, estados, Distrito Federal e municípios.
Tais contribuições são tributos vinculados, isto é, dependem de uma atuação esta-
tal específica (que, neste caso, será a atuação na realização de obras públicas) que 
acabe por valorizar os bens imóveis pertencentes aos proprietários da região.
Vemos, portanto, que não é sobre todo e qualquer benefício gerado que incidirá 
a tributação, devendo obrigatoriamente ocorrer a valorização imobiliária.
Importante ressaltar que referido tributo incidirá sempre em decorrência de 
uma obra pública, e não para uma obra pública. Pois, se fosse para a realização 
da obra, ficaria subentendido que seria uma angariação de fundos para sua con-
clusão.
O fato gerador deste tributo, portanto, é a consequência trazida pela obra (valo-
rização imobiliária). Uma vez comprovada a valorização da propriedade imobiliá-
ria, incidirá a contribuição de melhoria.
Nesse sentido, veja parte da decisão abaixo:
Sem valorização imobiliária, decorrente de obra pública, não há contribuição de 
melhoria, porque a hipótese de incidência desta é a valorização e a sua base é 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
a diferença entre dois momentos: o anterior e o posterior à obra pública, vale 
dizer, o ‘quantum’ da valorização imobiliária. (STF - RE: 279027 RS, Relator: Min. 
JOAQUIM BARBOSA, Data de Julgamento: 05/08/2005, Data de Publicação: DJ 
19/08/2005 PP-00097).
Partindo destas definições, vemos que a contribuição de melhoria possui ca-
ráter contraprestacional, visto que seus rendimentos servirão para ressarcir o 
Estado dos gastos da obra, sendo o imposto calculado com base na diferença 
entre os valores iniciais e finais dos imóveis beneficiados.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
O empréstimo compulsório é uma espécie de tributo exposto no art. 148, da 
Constituição Federal, e caracteriza-se por ser espécie de tributo coativo e ao 
mesmo tempo restituível. A obrigação de pagar esse tributo não nasce de um 
contrato, mas sim de determinação legal. Nada mais é do que um “emprésti-
mo” ao Estado.
Será utilizável:
• Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, 
de guerra externa ou sua iminência;
• No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse 
nacional.
O fato de ser restituível levou a acaloradas discussões doutrinárias sobre o fato de 
ser ou não uma espécie de tributo. No entanto, é majoritária a ideia de que se trata 
de um tributo, pois se encaixa perfeitamente na conceituação do art. 3º, do CTN, 
para quem “tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em 
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. 
Fica, portanto, superada a ideia da Súmula 418, do STF, que afirma o emprésti-
mo compulsório não ser uma espécie de tributo.
A competência para instituição deste tributo é exclusiva da União, mediante lei 
complementar. Importante ressaltar aqui que apenas e tãosomente a lei com-
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
plementar poderá instituir referido tributo, com base no inciso III, do §1º, do art. 
62, da Constituição Federal.
Mas afinal, para quem vai esse dinheiro arrecadado pelo empréstimo compul-
sório?
A própria Constituição Federal nos traz essa resposta no parágrafo único do 
artigo 148, demonstrando que a aplicação dos recursos provenientes do em-
préstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua institui-
ção, pois assim evita o desvirtuamento do empréstimo, não fazendo sentido se 
fosse utilizado para outro fim.
Por fim, importante ressaltar novamente o caráter restituidor do empréstimo 
compulsório. O art. 15, do Código Tributário Nacional, exige que a lei instituidora 
do empréstimo compulsório fixe prazo e as condições de resgate, não sendo 
legítima a tributação sem previsão de restituição.
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
O art. 149, da Constituição Federal, dispõe sobre as contribuições especiais, 
que englobam três espécies:
• Contribuições sociais;
• Contribuições de intervenção no domínio econômico;
• Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas.
Para essas espécies de tributo, verifica-se que a sua instituição é de competên-
cia exclusiva da União.
Na presente unidade, vamos estudar as contribuições sociais.
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
As contribuições sociais se prestam ao custeio e financiamento da Seguridade 
Social, possuindo caráter arrecadador e fiscal.
Podem ser dividida em dois grupos: Contribuições Sociais de Seguridade Social; 
e Contribuições Sociais Gerais.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
A Constituição Federal traça linhas gerais de como deverão ser definidas as 
normas instituidoras das Contribuições Sociais. Além das previstas no art. 149, 
a União possuicompetência residual para instituir outras Contribuições Sociais, 
conforme expõe o §4º, do art. 195, da CF.
Portanto, concluímos que a União possui duas espécies de competência residu-
al: a) para instituir novos impostos; e b) para instituir novas contribuições sociais 
de financiamento e seguridade social.
As Contribuições Sociais Gerais são aquelas destinadas a atuações da União 
nas áreas sociais que não sejam passíveis de enquadramento nos subsistemas 
da seguridade social. Como exemplo, temos o caso da contribuição social para 
o salário-educação, no qual a arrecadação é vinculada ao custeio da educação 
básica pública.
Pronto! Agora você consegue estabelecer uma diferença entre as espécies de 
tributos inseridas no ordenamento jurídico brasileiro. Continue os estudos que 
muito mais está por vir. 
TRIBUTOS DIRETOS E INDIRETOS, 
COMPETÊNCIA E CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
Você sabe o que são tributos diretos e indiretos? Vamos juntos descobrir do 
que se trata cada um.Além disso, vamos estudar competência e capacidade 
tributária.
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUTOS DIRETOS E INDIRETOS
Seguindo nosso estudo sobre os tributos, nos deparamo-nos com uma simples, 
porém importante, divisão: os tributos diretos e os tributos indiretos.
Tributos diretos são aqueles que incidem sobre o contribuinte “de per si”, isto 
é, na hipótese em que não há possibilidade de repassar a um terceiro o ônus 
tributário.
Como exemplo, temos o Imposto de Renda da Pessoa 
Física assalariada, quando será o empregado o obriga-
do a suportar o ônus e as especificidades da tributa-
ção, pois os mesmos incidem sobre o seu salário, 
fruto do trabalho que exerce.
Já os tributos indiretos são aqueles em que a carga 
tributária recai sobre o contribuinte de direito (dire-
to), mas é transferida para outrem. Vemos aqui que 
nem sempre o contribuinte que paga é efetivamente 
quem suporta a carga tributária. 
Identificamos, assim, duas figuras de contribuinte: a) Con-
tribuinte de Direito, que é a pessoa designada por lei para pagar 
os tributos; e b) Contribuinte de Fato, que é aquele que de fato suporta o ônus 
fiscal. Como exemplo, temos o IPI e o ICMS como impostos indiretos, tendo 
em vista que o consumidor final é que, de fato, acaba suportando a carga tribu-
tária, embora não seja designado pela lei como contribuinte desses impostos.
Como ilustração, o proprietário de uma loja de brinquedos efetua, de um for-
necedor, a compra de um lote de brinquedos, todos tributados com IPI e cus-
teando tambéma diferença do ICMS de um estado para outro. O lojista paga 
o produto com os impostos e, ao definir sua margem de preço, inclui o IPI no 
preço, no ponto de venda, sendo o consumidor, assim, quem arca com os tribu-
tos (portanto, é o contribuinte de fato).
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
COMPETÊNCIA E CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
Embora a nomenclatura de ambas aparentemente seja parecida, competência e 
capacidade tributária são institutos bem diferentes. Vamos a uma breve análise 
dos dois institutos para diferenciá-los.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Importante salientarmos aqui que a competência nos traz duas diferentes formas: 
A competência tributária, e a competência para legislar sobre direito tributário.
Competência para legislar sobre direito tributário é o poder constitucionalmente 
atribuído aos entes (União, estados, Distrito Federal e municípios) para edita-
rem leis que versem sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Nada 
mais é do que uma competência genérica para traçar regras sobre o exercício 
do poder de tributar.
Por seu turno, competência tributária é o poder constitucionalmente atribuído 
de editar leis que instituam tributos.
Foi exercendo sua competência para legislar sobre direito tributário que a União 
editou o Código Tributário Nacional; e foi exercendo a competência tributária 
que a mesma União instituiu, por meio de lei, o IR e o ITR, por exemplo.
O artigo 24, I, da CF, estabelece que compete concorrentemente à União, aos 
estados e ao Distrito Federal legislar sobre direito tributário. Daqui tiramos a 
conclusão de que todos esses entes poderão editar os livros de direito tributá-
rio, com a ressalva de que aos entes menores sempre caberá a competência 
suplementar. Isto é, não podem os estados e o Distrito Federal realizar altera-
ções no CTN, uma vez que foi editado pela União. Isso é o que chamamos de 
competência vertical, cabendo à União editar normas gerais de observância 
obrigatória a todos os entes tributantes, restando aos estados e ao DF a com-
petência suplementar.
Sobre a competência tributária, temos que a Constituição Federal não é a que 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
cria tributos em si, mas apenas outorga competência para que os entes políti-
cos o façam por meio de leis próprias.
Tal atribuição trata de uma faculdade que possui o ente, e não uma obrigação 
constitucional. O ente federativo irá criar o tributo de acordo com a necessidade 
apontada em seu território. Se não houver tal necessidade, não haverá o porquê 
de incidir tributação sobre determinada matéria.
A Constituição Federal dispõe sobre a competência tributária em seus artigos 
153 a 156, dispondo tanto sobre a competência privativa da União, como a com-
petência concorrente.
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
Agora que você já sabe o significado da competência tributária, você já conse-
gue diferenciá-la da capacidade tributária com maior facilidade.
Capacidade tributária consiste na atividade de arrecadar e fiscalizar tributos, 
com base nas disposições sobre a competência tributária. Tem por caracterís-
tica o fato de ser delegável a outras pessoas jurídicas de direito público, como 
autarquias.
Por exemplo, a União é a única que pode instituir o Imposto sobre Grandes For-
tunas (IGF). Porém, ela pode delegar a arrecadação e fiscalização deste tributo 
a outra pessoa jurídica de direito público.
Nesta aula você aprendeu a grande diferença existente entre capacidade e com-
petência no âmbito do direito tributário, sendo a primeira sempre dependente 
da segunda, não podendo existir uma sem a outra. Na próxima aula você dará 
início ao estudo do conceito de obrigação tributária. Aos estudos!
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA: CLASSIFICAÇÃO
Nesta aula, iniciaremos uma análise do significado de obrigação tributária e suas 
espécies. Aos estudos!
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Agora que você já estudou o conceito de tributo e suas espécies, fica mais 
fácil entender que a incidência deles nada mais é do que a instituição de uma 
obrigação a alguém para pagamento. Você sabe o que é uma obrigação para o 
direito civil?
Obrigação nada mais é do que um vínculo estabelecido entre credor e devedor, 
que consiste em uma prestação de cunho econômico positivo (obrigação de se 
fazer alguma coisa) ou negativo (obrigação de não fazer alguma coisa).
No campo do direito tributário, a relação jurídico-tributária é essencialmente 
obrigacional entre as partes, pois, como credor, terá um ente político (União, es-
tados, Distrito Federal e municípios, ou outra pessoa jurídica de direito público 
a quem tenha sido delegada a capacidade ativa), e como devedor um particular 
(cidadão ou uma pessoa jurídica) obrigado ao cumprimento da obrigação de 
pagar o tributo.
No direito civil, a doutrina divide o instituto das obrigações em três espécies: 
dar, fazer e deixar de fazer. As duas primeiras são tidas como prestações positi-
vas, e a última é tida como negativa.
No direito tributário, a obrigação também pode assumir essas três facetas: a 
obrigação de pagar o tributo é a obrigação de dar (o dinheiro para o ente tribu-
tante); as obrigações de escriturar livros fiscais e entregar declarações tributá-
rias são as obrigações de fazer; e, a obrigação de não receber as mercadorias 
sem os devidos documentos fiscais são as obrigações de não fazer.
Passada essa explicação a respeito da obrigação tributária, é importante desta-
carmos que a obrigação tributária se subdivide em: a) obrigação tributária prin-
cipal; e b) obrigação tributária acessória.
Aqui encontramos uma diferença nos termos da obrigação do direito civil e do 
direito tributário.
No direito civil, a coisa acessória sempre presumirá a existência de uma coisa 
principal, isto é, a coisa acessória deverá seguir o destino da coisa principal. É o 
exemplo da mobília comprada para compor uma casa. Se o imóvel for vendido 
sem qualquer ressalva, será também parte do contrato.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Para o direito tributário, tanto o crédito quanto os seus juros serão considerados 
obrigações principais, pois o enquadramento de uma obrigação tributária como 
principal depende exclusivamente do seu conteúdo pecuniário.
O §2º do art. 113, do Código Tributário Nacional, diz-nos que a obrigação acessó-
ria tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, previstas no interesse 
da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Essas obrigações positivas ou 
negativas que o artigo citou são as obrigações que os civilistas chamam de “fa-
zer” ou “deixar de fazer”, não sendo incluídas as obrigações de dar (dinheiro), 
pois estas são exatamente o cunho das obrigações principais.
Vejamos abaixo o quadro, para facilitar a diferenciação e o entendimento:
Obrigação 
Tributária
Principal Patrimonial
Obrigação 
de dar 
(dinheiro)
O contribuin-
te irá realizar 
diretamente 
o pagamen-
to do tributo
Acessó-
ria
Não 
patrimonial
Obrigação 
de fazer e 
Obrigação 
de não 
fazer
O contribuin-
te se obriga 
a prestações 
positivas ou 
negativas 
que não pos-
suam cunho 
patrimonial
A partir do que vimos agora sobre as espécies de obrigação tributárias, resta-
-nos uma pergunta: qual o fato gerador de cada espécie de obrigação?
Nos termos do art. 114, do CTN, o fato gerador da obrigação principal é a situa-
ção definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
São situações necessárias aquelas que obrigatoriamente precisam estar presentes 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
para a incidência do tributo. Por exemplo, imagine a entrada de uma mercadoria im-
portada no território nacional que, a partir daí, gere a cobrança dos tributos. Como 
fato gerador da obrigação acessória, o art. 155, do Código Tributário Nacional, define 
qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, imponha a prática ou abs-
tenção de ato quenão configure obrigação principal.
Concluindo o estudo sobre este assunto, é de suma importância que você note 
as diferenças acima apontadas no que tange à obrigação civil e tributária, princi-
palmente na abordagem do que é obrigação de natureza acessória ou principal. 
Na próxima aula você verá quem são os responsáveis por essa obrigação.
CONTRIBUINTE RESPONSÁVEL, 
SUJEITOS PASSIVO E ATIVO
Continuando o estudo das obrigações tributárias, é de suma importância 
identificar quem são os responsáveis pelo cumprimento delas. Vejamos quem 
são eles.
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Nesta aula, trataremos do estudo da identificação dos responsáveis pelas obri-
gações tributárias. Isto é, trataremos dos elementos subjetivos das obrigações 
tributárias.
Falar dos elementos subjetivos da obrigação tributária nada mais é do que estu-
dar os sujeitos que figuram nos polos passivo e ativos da relação jurídico-tribu-
tária, verificando quem possui competência para ocupar cada polo.
Segundo o artigo 119, do CTN, sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de 
direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Como já exposto anteriormente, não existe ligação entre atribuição constitu-
cional de competência para instituir o tributo (competência tributária) com a 
possibilidade de figurar no polo ativo da relação (capacidade ativa). A primeira 
mencionada sempre será indelegável, enquanto a segunda é passível de dele-
gação de uma pessoa jurídica de direito público a outra.
A doutrina discute muito a respeito da possibilidade de haver delegação de 
competência tributárias às pessoas jurídicas de direito privado, mas nos é mais 
do que claro e seguro que, seguindo as disposições dos artigos 7º e 119, do 
CTN, tal possibilidade só existe de um ente público para outro, e não de um 
ente público para pessoas jurídicas de direito privado.
Mas e a Súmula 396, do Superior Tribunal de Justiça, que aufere competência à 
Confederação Nacional da Agricultura para a cobrança de contribuição sindical rural?
Pois bem, referida súmula do STJ é espécie de tributo de contribuição corpora-
tiva, o que é tratado por muitos como matéria de exceção ao fato de delegação 
de competência a uma instituição privada.
Por ainda ser matéria altamente discutida, prefere-se manter o entendimento 
das competências indelegáveis, sendo esse apenas um caso de exceção.
No que tange ao sujeito passivo da obrigação tributária, pelo fato de tais obriga-
ções terem por objeto a prestação de uma obrigação de dar, fazer ou não fazer, 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
obviamente o sujeito passivo será a pessoa obrigada a carregar tais cargas, isto 
é, a pessoa obrigada a arcar com os tributos gerados.
Na obrigação principal, o sujeito passivo é a pessoa obrigada a pagar o tributo 
ou penalidade imposta, enquanto na obrigação acessória, é a pessoa obrigada 
às prestações que compõem o objeto.
Falando sobre a obrigação tributária principal, é muito comum vermos o em-
prego da expressão “contribuinte” em uma acepção incorreta. As repartições 
fiscais e grande parte da sociedade utilizam a palavra “contribuinte” para se 
referir a todo aquele que suporta a incidência econômica do tributo, e acaba por 
contribuir com a atividade financeira do Estado.
Entretanto, aquele que compra uma mercadoria qualquer para revenda arca com 
os impostos que nela vêm (IPI, por exemplo), mas, no ato da revenda, o valor 
recolhido do imposto é colocado na margem do preço final do produto, sendo 
o consumidor final quem arca com o valor do tributo, e não o comerciante, ocu-
pando assim, em teoria, a posição de contribuinte. No entanto, destacamos que 
o sujeito passivo da obrigação de recolher o imposto da compra da mercadoria 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
é o comerciante, e não o consumidor final.
Por conta dessa confusão, hoje a doutrina fala em “contribuinte de fato” e em 
“contribuinte de direito”. A primeira encaixa-se no conceito das pessoas que 
sofrem a incidência econômica do tributo (o consumidor do exemplo mencio-
nado), enquanto na segunda nomenclatura, temos aqueles que efetivamente 
pagam o tributo (formalmente).
Neste caso identificamos, portanto, a figura do contribuinte e do responsável. 
Mas como faremos para identificar cada um deles?
É simples! Basta fazer o seguinte exercício:
O sujeito passivo possui relação pessoal e direta com o fato gerador que incidiu 
o tributo sobre ele? Se sim, o sujeito passivo é contribuinte (sujeito passivo di-
reto); se não, o sujeito passivo é apenas responsável (sujeito passivo indireto).
Nesta aula você verificou quem de fato são os contribuintes responsáveis pelo 
pagamento do crédito tributário, assunto de suma importância para a sua vida 
profissional, pois será o que tratará de auxiliar seus clientes no momento do 
pagamento ou quem sabe busca de uma isenção dos tributos. Na próxima aula 
você verá a sucessão tributária em meio aos contribuintes.
SUCESSÃO E SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
Passado o estudo sobre a obrigação tributária, é necessário que você estude, 
agora um pouco, de forma específica, a responsabilidade tributária. Você sabe 
do que se trata, e quais as suas modalidades? Vamos descobrir juntos.
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Conforme visto nas aulas anteriores, o sujeito passivo da obrigação jurídico-tri-
butária pode ser tanto um contribuinte, como também um responsável. Será 
contribuinte quando houver uma relação direta entre ele e a situação que cause 
a incidência do tributo. Caso não seja englobado por tal situação, será tido ape-
nas como responsável pela obrigação.
O responsável será obrigado a pagar por uma relação jurídico-tributária sem 
possuir relação jurídica direta com o tributo em si. Mas isso é justo? Ora, o pró-
prio art, 128, do CTN, mostra-nos que a responsabilidade deve estar vinculada 
ao fato gerador da obrigação.
Para isso, o artigo supramencionado nos mostra que, para que haja qualificação 
como responsável, deve haver disposição expressa na lei, não sendo suficiente 
um mero raciocínio lógico sobre o tema.
Em evolução do tema, segundo lição doutrinária, foram criadas duas classifica-
ções de responsabilidade que são medidas de acordo com o momento em que 
surge o vínculo jurídico. São elas:
• Responsabilidade por substituição
• Responsabilidade por transferência
Na responsabilidade por substituição, o condicionamento do responsável ao 
tributo surge contemporaneamente à ocorrência do fato gerador. Já na respon-
sabilidade por transferência, no momento do surgimento da obrigação, deter-
minada pessoa figurará como sujeito passivo. Entretanto, em um momento 
posterior, por lei, ocorrerá uma modificação da pessoa que ocupará o polo da 
obrigação tributária.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Dentro da responsabilidade por transferência, a doutrina nos traz três subdivi-
sões. Vejamo-las:
• Por sucessão;
• Por solidariedade;
• De terceiros.
Como dito acima, ocorrido o fato gerador, nasce a obrigação tributária, cujos 
contribuintes e responsáveis serão definidos por lei. É o caso em que a obriga-
ção nasce tendo, no polo passivo, um devedor já determinado; mas, em decor-
rência de um evento descrito em lei, ocorre a transferência da sujeição passiva 
a uma outra pessoa, que figura como responsável.
Em todos os casos acima, denomina-se a responsabilidade por transferência, 
uma vez que, devido a evento posterior à ocorrência do fato gerador, a respon-
sabilidade é transferida a um terceiro.
Importante fazermos uma ressalva sobre a responsabilidade por sucessão, que 
é inaugurada pelo confuso artigo 129, do Código Tributário Nacional. Observa-se 
aqui a sucessão, pois o responsável sucede o contribuinte como sujeito passivo 
do tributo.
Agora, no que diz respeito à responsabilidade por substituição, como já afirma-do acima, a responsabilização ocorre desde o momento do fato gerador, não 
recaindo a obrigação em nenhum momento sobre a figura do contribuinte.
Um exemplo clássico da doutrina é o da responsabilidade que a lei faz recair 
sobre a fonte pagadora dos rendimentos, no caso do imposto de renda das 
pessoas físicas. Assim que nasce a obrigação ao pagamento do IRPF, o sujeito 
passivo já retém imposto no momento do pagamento do salário.
A substituição tributária pode ser regressiva (para trás), ou progressiva (para 
frente).
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Substituição regressiva ocorre nos casos em que as pessoas ocupantes das 
posições anteriores nas cadeias de produção e circulação são substituídas, no 
dever de pagar tributo, por aquelas que ocupam as posições posteriores.
Imagine uma cadeia composta por produtores rurais, que são seguidos pe-
las indústrias, que são seguidas pelos supermercados. As indústrias serão as 
substitutas tributárias dos produtores rurais, enquanto os supermercados serão 
substitutos das indústrias.
Já na substituição tributária progressiva, a substituição ocorre nos casos em 
que as pessoas ocupantes das posições posteriores da cadeia de produção são 
substituídas por aquelas que ocupam posições anteriores.
Exemplificando, pense em uma cadeia composta por: refinaria; distribuidores 
dos produtos refinados; postos de gasolina; consumidores. A refinaria será 
substituta progressiva em relação aos distribuidores, aos postos e também aos 
consumidores. Todo o tributo é pago de uma só vez pelo primeiro componente 
da cadeia.
Viu como é simples a análise das hipóteses de sucessão tributária, e de como 
é importante o estudo das aulas anteriores para o entendimento desta? Não se 
esqueça que para que se evolua na matéria, é necessário o entendimento dos 
conceitos gerais de cada aula. Assim chegaremos a uma grande evolução do 
conhecimento crítico. 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO: 
CONCEITO, CONSTITUIÇÃO
No estudo dessa disciplina, você já sabe o significado de tributo e suas espécies, 
assim como a conceituação de obrigação tributária. Vamos agora ao estudo do 
crédito tributário e suas espécies.
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Como visto anteriormente, a obrigação tributária consiste num vínculo jurídico 
entre o sujeito ativo (credor) e o sujeito passivo (devedor: contribuinte ou res-
ponsável), que tem por objeto uma representação em dinheiro.
Assim que ocorrido o fato gerador, é necessário definir o valor do tributo a ser 
pago, quem é o devedor e qual o prazo para pagamento. Tudo isso deve ser feito 
através de procedimentos oficiais que consistem em declarar formalmente a 
ocorrência do fato gerador, definir os elementos da obrigação, calcular o valor e 
assim por diante.
Todo o procedimento acima descrito está exposto no art. 142, do CTN, e recebe 
o nome de lançamento.
Havendo o lançamento, surge o que chamamos de crédito tributário, conforme 
nos ensina o art. 139, do CTN, ao dizer que “o crédito tributário decorre da obri-
gação principal e tem a mesma natureza desta”. Um crédito que não seja fun-
damentado em uma obrigação será tido como indevido, tendo o crédito mera 
existência formal e devendo ser extinto, como veremos em unidade posterior.
Para facilitar, veja abaixo a “fórmula” que compõe o crédito tributário:
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Quem possui competência para realizar o lançamento do tributo?
O art. 142 do CTN mostra que a competência para lançamento é da autoridade 
administrativa através de uma atividade vinculada. Mas quem é a autoridade 
administrativa? O que é atividade vinculada? Vamos por partes.
O Código Tributário Nacional não define quem é a autoridade administrativa a 
realizar o lançamento, cabendo a cada lei de cada ente político responsável pela 
instituição. Como exemplo, a Lei nº 10.593/2002, que trata da reestruturação da 
auditoria do Tesouro Nacional, em seu art. 6º, I, “a”, aponta que cabe aos audi-
tores fiscais da Receita Federal do Brasil a constituição, mediante lançamento, 
do crédito tributário.
Por atividade vinculada, tomamos emprestado o conceito do Direito Administra-
tivo de “poder vinculado”, que é o poder que possui a administração de realizar 
determinados atos, sempre agindo de acordo com os parâmetros legais. Isto é, 
a lei define todos os aspectos de conduta a serem adotados pela administração 
no momento do lançamento. Se não forem obedecidos, o ato será realizado 
com excesso de poder. O art. 144 do CTN diz-nos que o lançamento sempre se 
reportará ao momento anterior ao do lançamento, que é a ocorrência do fato 
gerador; devendo, portanto, ser regido pela lei vigente à época do fato e não do 
lançamento. Assim que for regularizado o lançamento, a autoridade administra-
tiva comunicará oficialmente o sujeito passivo, para que ele tenha possibilidade 
de pagar o montante do crédito constituído.
Quando lançado o tributo, pode ocorrer que o sujeito passivo não concorde com 
a cobrança, tendo ele a possibilidade de exercer o seu direito ao contraditório e 
ampla defesa, garantidos pelo art. 5º, LV, da Constituição Federal. Tal irresigna-
ção deverá ser manifestada por meio de impugnação administrativa perante o 
órgão que lançou o tributo.
Concluímos que o procedimento do lançamento pode, portanto, se dar em duas 
fases: a) oficiosa, que se encerra com a notificação; e b) contenciosa, em que 
pode ser instaurada impugnação pelo sujeito passivo.Na próxima unidade, va-
mos conhecer as modalidades de lançamento tributário.
LANÇAMENTO E MODALIDADES
Como você pode ver, o ato do lançamento é privativo da autoridade administrativa 
atribuída por lei. Agora vamos ver as possíveis modalidades de lançamento no 
sistema jurídico brasileiro.
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
O Código Tributário Nacional permite que o sujeito passivo participe do lança-
mento tributário e, de acordo com a intensidade de sua participação, a lei esti-
pulou três modalidades de lançamento. São elas:
• De ofício ou direto;
• Por declaração ou misto;
• Por homologação ou “autolançamento”.
Em uma primeira análise, é necessário ter uma ideia do nível de colaboração 
do sujeito passivo em cada uma das modalidades. Na modalidade de ofício, o 
sujeito passivo não aplica participação alguma sobre a atividade do lançamento; 
no lançamento por declaração, há certo equilíbrio entre a participação do sujeito 
passivo e a atividade do sujeito ativo; e no lançamento por homologação, o su-
jeito passivo realiza quase todos os atos da atividade do lançamento.
Veja o quadro abaixo para simplificar o entendimento:
Vamos ver de forma mais aprofundada um pouco mais de cada um.
LANÇAMENTO DE OFÍCIO OU DIRETO
Nesta modalidade, a participação do sujeito passivo na atividade privativa da 
autoridade fiscal é nenhuma ou quase nenhuma, pois a autoridade fiscal, como 
decorrência do poder-dever imposto por seu ofício, procede diretamente ao lan-
çamento do tributo, sem qualquer colaboração do sujeito passivo.
O art. 149 do CTN traz os casos em que o lançamento é realizado ou revisto 
de ofício. Portanto, será efetuado o lançamento de ofício pela autoridade:
• Quando a lei assim o determine;
• Quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na 
forma da legislação tributária;
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
• Quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração 
nos termos do inciso anterior, deixa de atender, no prazo e na forma da legisla-
ção tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade adminis-
trativa, recusa-se a prestá-lo ou não o presta satisfatoriamente, a juízo daquela 
autoridade;
• Quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento 
definido na legislação tributária como de declaração obrigatória;
• Quando se comprove omissão ou inexatidão,por parte da pessoa legalmente 
obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
• Quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legal-
mente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
• Quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, 
agiu com dolo, fraude ou simulação;
• Quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do 
lançamento anterior;
• Quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta 
funcional da autoridade que o efetuou ou omissão pela mesma autoridade de 
ato ou formalidade especial.
No inc. I estão englobados, por exemplo, os lançamentos de IPTU, IPVA, con-
tribuição de iluminação pública, bem como a maioria das taxas municipais de 
serviço.
Nos incs. II a IX, a administração atuará na solução de problemas decorrentes 
de omissões, erros ou até fraudes causadas pelo sujeito passivo.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO OU MISTO
Nesta modalidade, nos termos do art. 147 do CTN o lançamento é efetuado 
através da declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na 
forma da lei, presta informações suas à autoridade administrativa para a efetiva-
ção do lançamento.
Aqui é muito relevante a colaboração do sujeito passivo ou terceiro, sendo con-
figurado um misto de atuação na realização do procedimento. O contribuinte irá 
realizar apenas o fornecimento da matéria de fato, ficando a cargo do Fisco todo 
o restante para analisar caso a caso.
Você pode estar achando que o lançamento do Imposto de Renda de Pessoa 
Física (IRPF) é feito por declaração, mas é importante ressaltar aqui que esse 
pensamento está errado, pois, se assim o fosse, o Fisco se sobrecarregaria no 
número de declarações de fato a analisar e a passar por todos os demais trâmi-
tes. Ora, o Fisco recebe anualmente mais de 20 milhões de declarações, o que 
tornaria impossível o seu exercício. O IRPF é feito pela espécie de lançamento 
por homologação.
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO OU “AUTOLANÇAMENTO”
A nomenclatura “autolançamento” é considerada errada, pois nos dá a enten-
der que o próprio sujeito passivo lança o tributo contra ele mesmo, o que não se 
coaduna com a definição legal de lançamento, que é ato privativo da autoridade 
administrativa.
Superada essa pequena correção, podemos definir o lançamento por homo-
logação como a modalidade em que a constituição do crédito tributário é feita 
sem prévio exame da autoridade administrativa. É o sujeito passivo que apura, 
informa e paga a parcela em dinheiro referente a obrigação tributária. 
Feito isso, a autoridade administrativa irá elaborar a homologação como forma 
de manifestar sua concordância com a atividade do sujeito passivo, atestando 
sua correção. Assim que homologado, pode-se considerar o crédito tributário 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
definitivamente extinto, isto é, não existindo mais obrigações entre o sujeito 
passivo e o Fisco até aquele momento.
Tal homologação pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando a autorida-
de administrativa editar o ato formalmente, afirmando sua concordância com a 
atividade do sujeito passivo. De seu turno, será tácita quando a administração 
deixar transcorrer o prazo legal para a homologação expressa.
O §4, do art. 150 do CTN, nos traz que a lei deverá fixar o prazo referente a cada 
tributo, no entanto, se não o fizer, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência 
do fato gerador. Passado esse prazo, sem que a Fazenda Pública tenha se pro-
nunciado, considerar-se-á homologado o tributo.
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Após o estudo das hipóteses de lançamento tributário, passaremos agora ao 
estudo da extinção de crédito tributário. Continuemos com as aulas!
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
Esta aula visa o apontamento das hipóteses de extinção da obrigação tributária, 
não somente do crédito tributário em si. Na verdade, este nada mais é do que 
um elemento daquela (sujeito ativo, sujeito passivo e crédito tributário).
O art. 156, do CTN oferece tais hipóteses. Vejamos:
• Pagamento;
• Compensação;
• Transação;
• Remissão;
• Prescrição e a decadência;
• Conversão de depósito em renda;
• Pagamento antecipado e homologação do lançamento nos termos do dispos-
to no art. 150 e seus §1 e §4;
• Consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2 do art. 164;
• Decisão administrativa irreformável, assim entendida a decisão definitiva 
na órbita administrativa que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
• Decisão judicial passada em julgado;
• A dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabeleci-
das em lei.
Existe grande discussão doutrinária sobre a configuração da lista, sobre ela 
ser exaustiva ou meramente exemplificativa. No entanto, o art. 141, do pró-
prio Código Tributário Nacional, deixa claro que o dispositivo supracitado se 
trata de um rol taxativo. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
O art. 141 afirma que “o crédito tributário regularmente constituído somente se mo-
difica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos pre-
vistos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de respon-
sabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias”.
Vamos à análise das hipóteses mais importantes.
PAGAMENTO
Entende-se por pagamento o próprio cumprimento do objeto da prestação pe-
cuniária tributária. Isto é, a hipótese é percebida quando o sujeito passivo nor-
malmente cumpre com a obrigação gerada no tributo.
Pode ser considerado em relação:
• Ao tempo – sendo apontado genericamente na lei, especificamente no ato 
administrativo da geração do tributo;
• Ao lugar – sendo considerado o domicílio ou a sede do contribuinte;
• Ao modo – Aqui trata da forma de pagamento, que será sempre em moeda ou 
equivalente (cheque, títulos da dívida pública, selo ou papel selado etc.).
REMISSÃO
Se você pesquisar no dicionário, encontrará uma definição para remissão e outra 
para remição. A primeira (objeto do nosso estudo) é no sentido de “perdão”, en-
quanto a segunda é lida no sentido de “pagamento”, “quitação” de uma dívida.
A remissão nada mais é do que o perdão legal do crédito tributário, podendo ser 
total o parcial.
Tal perdão só pode ser dado por lei, não podendo ser concedido por decreto, 
portarias ou qualquer outro ato que não seja lei. Isso graças aos ensinamentos 
do §6, do art. 150 da Constituição Federal.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
COMPENSAÇÃO
O instituto da compensação significa o encontro de contas do Fisco e do con-
tribuinte, no momento em que um for credor e devedor do outro ao mesmo 
tempo. Existem três requisitos para que haja a compensação:
1. As partes devem ser as mesmas (Exemplos: Fazenda Pública Municipal e 
contribuinte, pois o contribuinte não poderá usar um crédito Federal para com-
pensar um Municipal).
2. Os créditos já devem estar liquidados, isto é, faz-se necessário que se saiba 
exatamente quanto há de ser pago.
3. A existência de uma lei autorizando a medida. Para isso, é importante frisar 
que cada pessoa política, cada ente é responsável por legislar a esse respeito.
TRANSAÇÃO
É um acordo celebrado, com base em lei, entre o Fisco e o contribuinte, pelo 
qual a primitiva obrigação tributária desaparece, dando lugar a uma ou mais no-
vas obrigações tributárias.
Nada mais é do que um acordo celebrado entre o Fisco e o contribuinte, base-
ado na lei. A obrigação tributária desaparece e uma nova surge.
CONFUSÃO
Trata-se de uma classificação doutrinária, e ocorre quando o Fisco se torna, ao 
mesmo tempo, credor e devedor do tributo. Ilustrando esta hipótese, imagine 
um caso de herança vacante (quando nenhum herdeiro reclamar para si a titula-
ridade dos bens): os débitos que o espólio possuíano Município desaparecem 
no caso de incorporação de empresas pelo Poder Público.
Sendo percebida a confusão, o débito se extingue, não podendo o Poder Público 
alienar a propriedade a terceiros. Caso o faça, a obrigação não poderá renascer.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
DESAPARECIMENTO SEM SUCESSOR DO SUJEITO PASSIVO DO TRIBUTO 
E DO SUJEITO ATIVO
Mais uma classificação doutrinária, na qual não irá subsistir a relação jurídica 
tributária se uma das partes deixa de existir, sem deixar sucessores. Como 
exemplo, imagine-se determinado Município que deixe de existir em razão da 
inundação de toda a sua área. 
No entanto, o desmembramento de um estado ou município em dois estados 
ou dois municípios não configura tal desaparecimento. Apenas o desapareci-
mento de fato é que se configura como tal.Outro exemplo de desaparecimento 
do sujeito passivo sem deixar sucessores é o contribuinte que morre sem dei-
xar qualquer bem, deixando apenas dívidas ativas tributárias.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Prescrição é a extinção do direito à pretensão, ou seja, o poder de exigir algo de 
alguém por meio de um processo jurídico, caso esse direito não tenha sido uti-
lizado em determinado espaço de tempo. O direito material ainda existe, porém 
ele não pode ser alcançado por vias jurídicas.
São requisitos para a ocorrência da prescrição: existência de uma ação exerci-
tável; inércia do titular dessa ação; prolongamento dessa inércia durante certo 
lapso; e ausência de qualquer ato ou fato a que a lei atribua o efeito de impedir, 
suspender ou interromper a fluência prescricional.
A decadência é definida como a caducidade do direito, isto é, quando ocorre a 
perda do próprio direito material, por falta de uso.
Importante ressaltarmos aqui o seguinte: antes do lançamento, conta-se o pra-
zo decadencial, e após a data do lançamento, interrompe-se o prazo decaden-
cial, e inicia-se o prazo prescricional.
O Fisco tem 5 anos para instituir e lançar o tributo. Assim que lançado, o contri-
buinte terá 30 dias para pagar e, caso não o faça, a partir do 31º dia o Fisco terá 
5 anos de prazo prescricional.
SUSPENSÃO DO CRÉDITO: MODALIDADES
Além da extinção do crédito tributário, temos as hipóteses de suspensão da 
exigibilidade desse crédito. Vamos estudá-las?
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
A constituição do crédito tributário tem como principal efeito tor-
nar líquida, certa e exigível a obrigação já existente. A exigibi-
lidade é o que impõe ao sujeito passivo o dever de cumprir 
a obrigação e, caso não a cumpra, a administração públi-
ca pode promover os atos executivos necessários para 
o recebimento coativo do que lhe é devido.
No entanto, o artigo 151 do Código Tributário Nacional 
(CTN) nos traz hipóteses de suspensão do ato da co-
brança do sujeito passivo, por parte do Fisco. São elas:
• A moratória;
• O depósito do seu montante integral;
• As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras 
do processo tributário administrativo;
• A concessão de medida liminar em mandado de segurança.
• A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espé-
cies de ação judicial; 
• O parcelamento. 
Vamos estudá-las um pouco.
MORATÓRIA
Prevista nos artigos 152 a 155, do Código Tributário Nacional CTN, configura-se 
como a dilação ou prorrogação do prazo para pagamento do tributo, podendo ser 
concedido direta e genericamente por lei ou por ato administrativo declaratório do 
cumprimento dos requisitos previstos em lei.
Concedida em caráter geral, a lei objetivamente aumenta o prazo para o pagamen-
to do tributo, beneficiando a generalidade dos sujeitos passivos, sem necessidade 
da comprovação de alguma especificidade por parte deles.
Se concedida em caráter individual, a lei restringe a concessão do benefício àque-
les que preencham determinados requisitos. Para que seja concedida, será neces-
sário prévio requerimento formulado à Administração Tributária, com a prova do 
preenchimento deles.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL
O Superior Tribunal de Justiça, em sua súmula 112, entende que, no caso do depósito, 
a exigibilidade só será suspensa se for integral ou em dinheiro.
Para suspender a exigibilidade do crédito tributário, o valor a ser depositado judicialmen-
te deve ser composto do valor nominal do crédito acrescido dos acréscimos legais.
A súmula supracitada deixa clara a necessidade de o depósito ser realizado em di-
nheiro, pois anteriormente à sua edição, havia muitos contribuintes que buscavam 
se valer da fiança bancária para suspender a exigibilidade do crédito, sedimentan-
do-se o entendimento acerca da necessidade do depósito.
Assim que depositado o montante integral em juízo, haverá extinção do crédito 
tributário. Se julgado procedente o pedido, o contribuinte efetuará o levantamento 
da quantia depositada e o crédito discutido será extinto. Se improcedente, o valor 
depositado será convertido em renda à Fazenda Pública, sendo também extinto o 
crédito.
RECLAMAÇÕES E RECURSOS ADMINISTRATIVOS
São todos os meios hábeis a impugnar as exigências fiscais; isto é, enquanto pendente 
qualquer discussão na esfera administrativa, o crédito tributário permanece suspenso.
Se a decisão administrativa for favorável ao contribuinte, haverá a extinção do cré-
dito tributário. Caso seja desfavorável, a exigibilidade do crédito é restabelecida, 
cessando a suspensão.
CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA OU 
EM OUTRA AÇÃO, OU TUTELA ANTECIPADA
Prevista nos incisos IV e V, do artigo 151, do CTN, se preenchidos todos os requisi-
tos legais para a concessão da medida liminar ou da tutela antecipada, será possível 
a suspensão da exigibilidade do crédito.
O Mandado de Segurança, disciplinado pela lei 12.016/2009, em seu artigo 7º, III, 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
determina que, ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se suspenda o ato que 
deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante.
Nas outras espécies de ação judicial, com o advento da LC 104/2001, há agora a pos-
sibilidade de se requerer o efeito suspensivo sobre o crédito tributário das liminares e 
tutelas antecipadas concedidas em ações judiciais diversas do mandado de segurança.
A medida cautelar visa assegurar a eficácia do provimento judicial final, garantindo 
o resultado útil ao final do processo. Enquanto isso, a tutela antecipada, como o 
próprio nome diz, visa satisfazer, desde logo, o direito afirmado.
PARCELAMENTO
Assim como na moratória, a possibilidade de parcelamento só pode ser concedida me-
diante lei, vez que se trata do recebimento do crédito em momento posterior ao seu 
vencimento, respeitando-se o princípio da indisponibilidade do interesse público.
Para muitos, na doutrina, o parcelamento nada mais é do que uma espécie de morató-
ria, e ambos possuem uma diferença sutil. Enquanto a moratória pode se dar mediante 
execução unitária ou parcelada, o parcelamento só pode ser desta última forma.
O artigo 155-A expõe que, enquanto o parcelamento estiver sendo cumprido pelo 
contribuinte, a suspensão de sua exigibilidade continuará valendo normalmente.
Com isso, finaliza-se o estudo das modalidades de suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário, elencadas no artigo 151 do CTN, e sua aplicação, suas condições 
e seus mecanismos.
OUTRAS MODALIDADES DE SUSPENSÃO
Continuando os estudos sobre as modalidades da suspensão da exigibilidade 
do crédito tributário. Vamos agora a outras modalidades que não estão expostas 
no CTN.
GESTÃO 
TRIBUTÁRIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITOGESTÃO TRIBUTÁRIA
“Aduaneiro” é tudo aquilo que diz respeito aos trâmites alfandegários para a entra-
da ou saída de mercadorias do país.
Esse assunto é calorosamente discutido na doutrina, quando se trata da aceitação 
ou não de hipóteses de suspensão fora do Código Tributário

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