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FACULDADE VENDA NOVA DO EMIGRANTE – FAVENI PÓS GRADUAÇÃO EM NEUROPSICOPEDAGOGIA CLÍNICA NELCI BERNARDETE BORGES A ATUAÇÃO DO NEUROPSICOPEDAGOGO MEDIANTE AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM SÃO JOSÉ - SC 2021 A ATUAÇÃO DO NEUROPSICOPEDAGOGO MEDIANTE AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Nelci Bernardete Borges¹ Declaro que sou autora ¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos autorais. RESUMO Este estudo foi realizado, na busca do entendimento mediante ao tema: “A atuação do neuropsicopedagogo mediante as dificuldades de aprendizagem”, abordando questões relativas à neurociência, e seus reflexos nos individuos. A aprendizagem dar-se-á através das questões de entendimento e conhecimento do cérebro, sendo que este artigo, busca a compreensão e descrição desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, bem como qual a função da Neuropsicopedagogia neste processo. Justifica-se como uma nova área de atuação, a qual dedica-se as teorias interdisciplinares e transdisciplinares, em concentração sobre o processo de ensino e de aprendizagem, e suas contribuições para a área educacional, porém na atuação clínica como enfoque. Para a elaboração do mesmo, se fez uso de uma pesquisa bibliográfica qualitativa, com fundamentações teóricas e subsídios que compreendem Neuropsicopedagogia como uma prática capaz de contribuir para o processo ensino e de aprendizagem, analisando as questões clinicas relevantes. A metodologia do trabalho está detalhada em sua execução, bem como o mesmo, traz considerações na revisão da literatura, da Neuropsicopedagogia e da Neurociência, bem como as perspectivas diante do desenvolvimento cognitivo. Trazendo resultados, os quais apontam, as contribuições desta área pata a aprendizagem e o desenvolvimento, a importância das intervenções dos profissionais envolvidos, juntamente com o contexto social Palavras-chave: Neurociência. Neuropsicopedagogia. Desenvolvimento. Aprendizagem. _______________________________________________________________________________ 1.Nelci Bernardete Borges, Pós Graduanda do Curso de Pós Graduação em Neuropsicopedagogia Clínica, Faculdade Venda Nova do Imigrante – FAVENI. INTRODUÇÃO Condiderada pela Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia, em seu código de ética, delibera a Neuropsicopedagogia como “ciência transdisciplinar fundamentada nos conhecimentos da neurociência aplicada à educação, com interfaces na Psicologia e Pedagogia, que tem como objeto formal de estudo a relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem humana” (SBNPP, 2019). Ao refletir que o desenvolvimento acontece nos diferentes âmbitos, tanto na escola, através da mediação da família bem como na interação com a sociedade, os profissonais envolvidos, garantem o aprendizado e sua qualidade, porém de fato, este é um enorme desafio para tanto para a área clínica, a qual trabalha diretamente em conjunto com as instituições de ensino. Assim sendo a compreensão da Neurociência é fundamental, pois através dela, acontece a conexão do cérebro com a aprendizagem, o que estabelece grandes possibilidades para as respostas, mediante aos desafios que a aprendizagem acarreta, de como o individuo precisa ser ensinado para obter a potencialidade do desenvolvimento, bem como os resultados esperados diante do processo do ensino e da aprendizagem. A Neurociência, bem como a Neuropsicopedagogia, tem como objetivo o estudo do cérebro, e ao direcionarmos para as questões de aprendizagem , se torna conhecida como a ciência a qual participa do ensino e da aprenzizagem, sendo responsável por este processo para com o sujeito. Desta forma, ambas possuem conceitos transdiciplinares, pois suas capacidades concentram-se em aréas distintas de conhecimento do cérebro humano. As contribuições para educação, incluindo também as questões clínicas, partem inicialmente, em explicar, a partir de apontamentos teóricos, como se comporta o cérebro no processo do desencolvimento, podendo também identificar como os estímulos do aprendizado chegam até o cérebro. De acordo com ALMEIDA, ( 2012, p.44): A Neurociência tem apresentado diariamente novas descobertas que não era possível saber antes. Hoje, talvez, a melhor e a mais importante descoberta da ciência que estuda o cérebro seja a questão da plasticidade cerebral, ou seja, no passado, acreditava- se que quem não aprendia e ponto final. Seu cérebro não dava conta e nunca poderia dar conta da aprendizagem, e, dessa forma, cabia ao indivíduo desaparecer dos meios acadêmicos e sociais. Era uma exclusão fundamentada até mesmo pela ciência. (ALMEIDA,2012, p.44). Partindo da perspectiva, a partir das teorias estudadas, os estados mentais surgem a através das atividades realizadas pelo cérebro, compreendendo-se que assim, a aprendizagem acontece através das mais variadas estimulações, as quais potencializam desta forma, mediante as mediações e intervenções clinicas e pedagógicas singulares. Sem memória a aprendizagem de fato não ocorre, e neste sentido existem grandes dificuldades no contexto educacional, em ofertar o conhecimento se o cébro não responde ao aprendizado. Entra aqui, a Neuropsicopedagogia, considerada a área de conhecimento e campo de pesquisa interdisciplinar e transdisciplinar, que possui meios de estudos e dedicação para o processo do ensino e da aprendizagem clinicamente. Através das teorias,estudos e pesquisas, é uma área de especialização e intervenção, a qual cria novas estratégias e possibilidades, sobre as maneiras para o desenvolvimento do indíviduo. Este estudo, tem como objetivo maior, descrever brevemente, como acontece o processo do desnvolvimento da aprendizagem, identificando as funções que a Neurociência, juntamente com a Neuropsicopedagogia, as quais, desempenham diante da mesma. O estudo também, justifica-se pelas possibilidades de intervenção da Neuropsicopedagogia, que oferece a educação, subsídios nas questões mais amplas, que envolvem o desenvolvimento dos sujeitos, nas áreas comportamentais, motoras e cognitivas, com intervenções clinicas que contribuem para o campo educaional. A metodologia para a realização deste estudo, aconteceu principalmente através de pesquisas de cunho bibliográfico, e qualitativa. Muitos autores fazem grande apresentação e enfase mediante aos seus estudos, os qyais subsidiaram esta pesquisa. 1. REFLEXÕES DIANTE DA NEUROPSICOPEDAGIA E A NEUROCIÊNCIA Na fundamentação de Hennemann (2016), na década de 1960, surgiu a expressão denominada Neurociência, e em seu significado traz considerações em ser uma ciência superior que a neuroanatomia e a neurofisiologia, tendo como precursores os cientistas Vygotsky e Luria. Nos anos de 1990, teve grande abrangência, e com o passar dos anos, vem promovendo e estabelecendo inúmeras mudanças importantíssimas na forma de perceber o funcionamento do cérebro. Estes avanços aconteceram por conta das neuroimagens, com vastas contribuições advindas da Neurociência, o que provocou grandes inquietações e discussões nos segmentos educacionais e clínicos, pois através dela, estabeleceu- se compreensõese entendimentos de como é processada a aprendizagem no ser humano, enquanto sujeito social, indo de encontro com as perspectivas da Neuropiscopedagogia. Neste sentido, neurociência e a neuropsicopedagogia cognitiva, tem como propósito, compreender as capacidades mentais mais complexas, como a linguagem e a memória, sendo que a memória vem sendo indicada como uma das principais bases em caráter de alicerce da aprendizagem humana (Izquierdo, 2002; Lent, 2001; Assmann, 2001; Ratey, 2001). Na concepção de Ratey (2001, p. 48): Ao aprendermos tudo o que podemos acerca do cérebro, ao conhecer como ele faz o que faz, passamos a nos tornar mais responsáveis pela maximização de nossas forças e pela minimização de nossas fraquezas, preparando-nos para participar do processo de construção do saber e do mundo. (Ratey, 2001, p. 48). A dedicação maior da Neurociência, direciona-se ao estudo, de como vem sendo estabelecidas as funções do sistema nervoso central, o que integra as mais diversas funções como pensamento, emoções, sensações e movimentos. Mediante aos estudos, compreende-se que o sistema nervoso pode se modificar através de ações dos estímulos recebidos de caráter ambiental, o que permite ao ser humano adquirir novas habilidades pscomotoras, emocionais, intelectuais e também cognitivas. Estudiosos afirmam que, no século XXI, as conquistas serão voltadas à compreensão das funções neurais humanas. De acordo com Sousa e Alves (2017), as descobertas também estão presentes em diversas áreas do conhecimento, podendo atuar em intervenções em Linguística e Medicina. Ocupa-se da organização do cérebro, da relação entre cognição, comportamento e da atividade do Sistema Nervoso Central, em condições normais e patológicas. De maneira igualitária, se torna responsável por elaborar diagnósticos precoces das patologias e de alterações das funções cerebrais superiores. Nos conceitos entendidos por Hennemann (2016), estas disfunções acontecem nas situações de ,recepções dos estímulos, integrações, processamentos das informações e expressões de respostas. Nesta perspectiva, Ventura (2010), cita que as pesquisas em Neurociência, englobam também algumas anomalias e doenças do sistema nervoso, e também seus reflexos em todas as funções do ser humano, com o intuito de investigar métodos de diagnósticos, prevenções e tratamentos, bem como levantamentos científicos para possíveis descobertas das causas e mecanismos, desde uma simples dor de cabeça até a doença de Alzheimer, por exemplo. Isto, pode também acompanhar o controle neural de funções ditas vegetativas, motoras e sensoriais. Ao se tratar deste campo científico tão abrangente, as pesquisas e estudos contribuem também para sujeitos os quais possuem transtornos como síndromes e dificuldades na sua maneira de aprender. O indíviduo em si consegue estabelecer seus aprendizados mediante as alterações funcionais do Sistema Nervoso Central, nas áreas da linguagem, das gnosias¹, das praxias², da atenção e da memória. Então, para que seja realizado o processo de aprendizagem é fundamental que sejam feitas, de forma efetivas, interligações entre as áreas cerebrais e a partir delas, outros níveis mais elevados do Sistema Nervoso Central. No contexto da educação, Sousa e Alves (2017) discorem: “A Neurociência mostra como o cérebro aprende e como se comporta durante este processo e também determina as metodologias que vão identificar como os estímulos do aprendizado podem chegar ao órgão”. Neste sentido, fica evidente que os estados mentais, tem origens de formato padrão de atividades neurais, e assim a aprendizagem é atingida por meio de estimulações das conexões neurais, que são fortalecidas a partir das intervenções profissionais pedagógicas. Vários são os cursos voltados à Neurociência, no entanto, Hennemann (2016), ressalta que: “(...) no cenário da educação, as práticas neurocientíficas continuam complexas e causam indagações”. Já, Sousa e Alves (2017), consideram esta ser uma dúvida, pois muitos educadotres não tem acesso as formações para suas qualificações, as quais se tornam imprescindíveis, pois a metodologia dos cursos de formação para os profissonais da educação, está defasada e ultrapassada, ou apenas baseada em métodos tradicionais das práticas docentes. Pode-se aqui retratar a contribuição clínica para possiveis diagnósticos clínicos, pois na sociedade atual e comtemporânea, existe um grande acompanhamento mediante aos avanços tecnológicos no acesso às informações e aos conhecimentos e técnicas, porém, a educação necessita de uma formação adequada a essa realidade, que se faz pertinente. Ainda ao se tratar as pesquisas e estudos de Sousa e Alves, (2017), eles alegam que: “O compromisso da educação é, fundamentalmente, o processo de ensino-aprendizagem, mas para o seu desenvolvimento eficiente é necessário um sistema educacional que assuma o compromisso de oferecer um cenário real de aprendizagem, atendendo às exigências sociais”. Sendo assim a área clinica, contribui para a área institicional. A Neurociência não implica em estratégias inovadoras no âmbito educacional, porém contribui para responder questões como por exemplo: maneiras de elaborar um currículo compatível com o desenvolvimento cerebral; transformar o conhecimento das pesquisas em métodos efetivos; melhorar a instrução nas disciplinas. Se faz condizente ressaltar que o profissional da educação juntamento com a investigação clínica, é capaz de transformar um sistema de educação na atualidade, pois de acordo com os princípios neurocientíficos, a aprendizagem e a memória são etapas diferentes do mesmo mecanismo contínuo. Aprendizagem, memória e emoção estão diretamente interligadas, quando são ativadas pelo processo ensino e de aprendizagem. O maior desafio no quesito educaional, ainda, é não saber de fato como fazer avaliações ou até mesmo ensinar, mas contudo como estabelecer e ofertar o conhecimento em um formato, onde o cérebro aprenda. O aluno/indivíduo, precisa de um ambiente o qual seja tranquilo e que ele possa estar demostrando, a partir de suas ações, seus sentimentos, suas condutas e suas ideias.a parte clínica auxilia neste processo de construção de diagnósticos. Mediante ao de Neuropsicopedagogia, Beauclair (2014), discorre : “Tem sido conceituada como uma área de conhecimento e como um campo de pesquisa interdisciplinar e transdisciplinar”. Assim sendo, esta abordagem, envolve concretamente, os processos relacionados a aprendizagem, o que inclui avaliações, diagnósticos e intervenções dos profissionais da Neuropsicopedagogia, compondo assim, as investigações dos ínviduos em seu contexto familiar, escolar e social, o que torna-se em um prática baseada em em estudos e referenciais teóricos e, desta forma, é uma área de intervenção e especialização, na qual o conhecimento estabelece vínculos afetivos e possibilidades inovadoras de aprendizagem, sobre as maneiras para o aluno aprender, com elaborações de diferentes formas de conexões, entre as informações e as construções de conhecimento. As primeiras menções na área científica foi de Jennifer D. Suárez, em seu estudo “Desmistificacion de la neuropsicopedagogía”, o qual traz considerações diante do contexto histórico, bem como da trajetória neuropsicopedagógica e a sua importâcia para o desnvolvimento cognitivo. Destacam-se assim três pontos, que elucidam a Neuropsicopedagogia: Educação, Psicologia e Neuropsicologia. Sendo assim, a educação neste âmbito, comtempla a potencialização de instruções e mediações para o sujeito, a psicologia ressalta a dedicação aosaos aspectos psicológicos, e a Neuropsicologia participa com a teoria das múltiplas inteligências. No ano de 2014 foi fundada a Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp) que define, a Neuropsicopedagogia como: [...]ciência transdisciplinar, fundamentada nos conhecimentos das Neurociências aplicada à educação, com interfaces da Pedagogia e Psicologia Cognitiva que tem como objeto de estudo a relação entre ofuncionamento do sistema nervoso e a aprendizagem numa perspectiva de reintegração pessoal, social e educacional. (SBNPp, 2014, p. 3). De acordo com a SBNPp (2014), o neuropsicopedagogo pode atuar na área institucional, clínica, ou de educação especial e inclusiva: a) na observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões do desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais; b) criar estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem e c) encaminhar o aluno a outros profissionais quando for o caso para uma área de atuação/especialização. SBNPp (2014). Assim sendo, a Neuropsicopedagogia contribui de forma positiva e gradativa para o desenvolvimento, por meio da relação entre cérebro e aprendizagem, no processo cognitivo e intelectual. Sua base de estudos, inclui também, questões de abordagens neurológicas da aprendizagem e do comportamento humano, com ênfase nas relações inerentes entre atenção, funções motoras, linguagem, memória, cognição e emoções. Ao se tratar das funções atribuidas para as instituições de ensino, a principal é estimular o crescimento físico, emocional, social e cognitivo do sujeito, oferecendo situações que resultem em maior autonomia, segurança do mesmo, para que possa comunicar-se e expressar-se de maneira efeitiva, fazendo parte da sociedade a qual se faz pertencente, o que acontece através da mediação clínica, bem como suas avaliações e intervenções. __________________________________________________________________ 1 Faculdade de, pelos sentidos, reconhecer um facto ou reconhecer um objeto e a sua forma. 2. ação ou modo de agir, na medicina, função que permite a realização de gestos coordenados e eficazes. 2. AVALIAÇÃO PROFISSIONAL CLÍNICA NEUROPSICOLÓGICA E NEUROPSICOPEDAGÓGICA A avaliação Neuropsicológica, é caracterizada por múltiplas interfaces, no âmbito clínico é representada pela a aplicação dos conhecimentos da área de Neuropsicologia para avaliar, a partir de intervenções as questões relacionadas ao comportamento humano, correlacionadas ao funcionamento do sistema nevoso em caráter normal ou com algum déficit, visto também, de acordo com (Lezak et al., 2004): “Como a análise sistemática dos distúrbios de comportamento (e da cognição) que se seguem a alterações da atividade cerebral normal, causados por doença, lesão, disfunção ou modificações experimentais”. Desta forma, o objetivo maior da avaliação realizada por essas áreas é, criar estratégias para interfere mediante as característica funcionais do cérebro de um sujeito, a qual possibilita assim, prever um diagnóstico, e também a documentação necessária para a realização da avaliação, para perceber o estado deste sujeito nas questões cognitivas, se existem distúrbios de comunicação ou emocionais, relacionado a possíveis lesões ou até mesmo disfunções cerebrais, verificando assim sintomas, a etiologia, o prognóstico e a descrição das características de cada caso; determinando as gravidades e por fim oferecer suporte terapêutico em casos de reabilitação. Para (Rodrigues, 1993): “A Avaliação Neurológica e Psicopedagógica, utilizam técnicas especiais de avaliação das funções neuro cognitivas do indivíduo para o estabelecimento de correlações entre seus desvios e as lesões/disfunções cerebrais”. Nesta perspectiva, é possível compreender que as avalições de cunho neurológico e psicopedagógico, são investigações do perfil neuropsicológico, com a identificação das áreas preservadas e das áreas com algum déficit, explorando assim os motivos do desempenho o qual está comprometido por alguma razão. A avaliação de fato, dar-se-á em um processo extremamente complexo, envolvendo o uso de diferentes ferramentas, como entrevistas e questionários, denominados anamnese, e observações do contexto clínico, pois é mediante a esta avaliação que se pode explorar de maneira flexível, bem como de maneira sistemática, com resultados positivos em sua aplicação. Um dos objetivos das avaliações neste campo, é explorar os motivos do desempenho do desenvolvimento cognitivo que pode estar comprometido, e, assim sendo, se faz necessário que os profissionais envolvidos tenham conhecimentos apropriados, para realizar análises qualitativas com base nas respostas nos erros, nas autocorreções, na noção de desempenho, entre outras. 3. AS PERSPECTIVAS DA NEUROPSICOPEDAGOGIA DIANTE DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO As pesquisas e os estudos da neuropsicopedagogia, começaram a ter destaque, diante da necessidade de oportunizar integrações para aprendizagem, com a contribuição da Neuropsicologia clínica sendo que, surgiram grandes e novas demandas sociais em um contexto diferenciado a partir do XXI. De acordo com Hennemann (2012, p.11): A mesma apresenta-se como um novo campo de conhecimento que através dos conhecimentos neurocientíficos, agregados aos conhecimentos da pedagogia e psicologia vem contribuir para os processos de ensino-aprendizagem de indivíduos que apresentem dificuldades de aprendizagem. (Hennemann,2012, p.11). Na perspectiva de Beauclair (2014), o termo Neuropsicopedagogia é “um novo campo de especialização profissional, de pesquisa, ação e intervenção, baseados nos avanços das Neurociências e suas aplicabilidades no campo da Educação e Psicopedagogia”. Através das leituras realizadas para a elaboração deste estudo, compreende- se que a neurociência significa, “conjunto de ciências fundamentais e clínicas que se ocupam da anatomia, da fisiologia e da patologia do sistema nervoso (Diniz; Daher; Silva, 2008)”, é imprescindível que o neuropsicopedagogo faça apropriações mediante as bases da neurociência, para que assim possa atuar intervindo, pesquisando e conhecendo as individualidades bem como particularidades e funções cerebrais, as quais podem estar interferindo diretamente no processo do desenvolvimento. Se faz necessário, compreender que o profissional da neuropsicopedagogia, com artefatos e conhecimentos teóricos, conseguirá em sua atuação, ser investigativo, mediante as incógnitas que as dificuldades de aprendizagem trazem em seu âmbito, bem como os fatores de interrelações intrapessoais, as quais podem ser o ponto inicial, para intervenções clínicas efetivas, entendendo na individualidade o sujeito, qual é a sua estrutura familiar e qual o contexto em que ele está inserido socialmente. O profissional da neuropsicopedagogia precisa de fato, ter vasta compreensão de como o cérebro está organizado, e qual é a sua função mediante a aprendizagem, fazendo levantamentos de caráter histórico do desenvolvimento neuropsicomotor, psíquico e cognitivo do sujeito, avaliando assim como encaminha- los a outros profissionais, trabalhando de forma interdisciplinar, com a possibilidade de mediar intervenções no contexto educacional, adequando-se as propostas curriculares institucionais, promovendo assim, a aprendizagem do sujeito. Em um panorama apresentado a partir da metacognição¹, aparece como uma estratégia, a qual vem a auxiliar o processo da aprendizagem, proporcionando aos indivíduos motivações em diferentes perspectivas, que podem estar interrelacionadas com os objetos a serem estudados, bem como pelo ambiente o qual este sujeito se faz pertencente. A organizaçãometacognitiva é estabelecida por Kleiman (2008, p.34) como: A capacidade de estabelecer objetivos na leitura […], isto é uma estratégia de controle e regulamento do próprio conhecimento. Os estudos neurocientíficos apontam que para que a aprendizagem aconteça, é necessário criar memória de longo prazo, direcionando o cérebro a aprender e relacionar o conhecimento, de maneira que as informações sejam armazenadas plenamente. Desse modo, o neuropsicopedagogo pode contribuir para o desenvolvimento da motivação pela aprendizagem, ajudando o educando a descobrir quais são as suas habilidades e potencialidades e de que forma ele pode agregar isso à sua vida, numa atividade de autoconhecimento e autoconfiança. (Kleiman, 2008a, p.34). Mediante a estes apontamentos, se faz imprescindível trabalhar com o propósito de que, todos os indivíduos, sem exceções, são capazes de aprender, mesmo com possíveis limitações de aprendizagem. Sendo assim, o Neuropsicopedagogo no cenário institucional, através de mediações clinicas, irá reconhecer o ambiente escolar, fazer observações acerca das condutas dos estudantes e profissionais da educação, organizando assim possibilidades e estratégias, a fim de oportunizar a todos os sujeitos envolvidos no processo de escolarização, imparcialmente, sob qualquer limitação de caráter cognitivo As interferências teóricas de Hennemann (2016), deixam evidente que as tecnologias e também as informações fazem parte, no quesito de conhecimento, para os profissionais dedicados aos estudos da Neurociência. Da mesma forma, surgem cursos de aperfeiçoamento e atualização, em diversos níveis educacionais, bem como clínicos, agregam conhecimentos e os potencializam. Porém, ainda existem pouquíssimas pesquisas com abordagens do tema Neurociência na educação, mas em associação com a Neuropsicopedagogia muitos são os métodos para a aprendizagem e o desenvolvimento. Assim sendo, é imprescindível que mudanças ocorram, pois cada dia mais exigência de profissionais qualificados vem à tona, para garantir aos sujeitos uma integração, onde cada um deles possa ser visto em sua individualidade, e os fundamentos da Neurociência percorre este caminho, juntamente com a Neuropsicopedagogia mostrando detalhadamente que os conhecimentos sobre o cérebro, são as bases para a estimulação do desenvolvimento em caráter intelectual e cognitivo. De acordo com Sousa e Alves (2017): “Empregando-se os instrumentos psicológicos adequados é possível potencializar a capacidade de aprender a pensar, de aprender a estudar e a comunicar-se. O aluno tem o direito de desenvolver o seu potencial cognitivo”. Ambos compreendem da mesma forma que Luria (1903-1978), que o órgão cerebral é um sistema biológico que está em interação com o ambiente. Cunha (2015) discorre sobre o assunto: “Os processos individuais e coletivos de aprendizagem abrangem as relações entre uma ou mais, pois os mecanismos cerebrais da memória e da aprendizagem estão integrados aos micros processos neurais responsáveis pela atenção, percepção, motivação e pensamento”. Relacionando as duas áreas de conhecimentos a Neurociência e a Neuropsicopedagogia, Pohlmann e Moraes (2017, p. 96), explicam a correlação e a proximidade entre elas no processo do desenvolvimento: A Neurociência dedica-se ao estudo do sistema nervoso, e suas ligações com a fisiologia orgânica, enquanto os temas estudados pela Neuropsicopedagogia, são os mecanismos da atenção e memória, aprendizagem, emoção, linguagem e comunicação. (Pohlmann e Moraes, 2017, p. 96). Na perspectiva de Beauclair (2014), os estudos do Sistema Nervoso Central, são determinantes para a ampliação das missões da Neurociência, para sua ampliação em outras áreas específicas como Neuropsicopedagogia. A Neurociência é uma ciência considerada atual, pois apesar de muitas pesquisas e estudos, o cérebro tem muitas interfaces, e não consegue ser compreendido totalmente pelos cientistas. Porém, a Neuropsicopedagogia é um campo de conhecimento e de pesquisa, que estuda os processos do desenvolvimento da aprendizagem. Sendo assim, é importante ressaltar que as intervenções clínicas influenciam fortemente mediante a escolarização. Ao se tratar do contexto escolar, (CASSINS et al., 2007, p 17), explica-nos: A Neupsicopedagigia escolar tem como referência conhecimentos científicos sobre desenvolvimento emocional, cognitivo e social, utilizando-os para compreender os processos e estilos de aprendizagem e direcionar a equipe educativa na busca de um constante aperfeiçoamento do processo ensino/aprendizagem. Sua participação na equipe multidisciplinar é fundamental para respaldá- la com conhecimentos e experiências científicas atualizadas na tomada de decisões de base, como a distribuição apropriada de conteúdos programáticos (de acordo com as fases de desenvolvimento humano), seleção de estratégias de manejo de turma, apoio ao professor no trabalho com a heterogeneidade presente na sala de aula, desenvolvimento de técnicas inclusivas para alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou comportamentais, programas de desenvolvimento de habilidades sociais e outras questões relevantes no dia a dia da sala de aula, nas quais os fatores psicológicos tenham papel preponderante (CASSINS et al., 2007, p 17). Desta forma, é uma área de intervenção e especialização, na qual o conhecimento cria novas possibilidades de aprender sobre o modo de o sujeito aprender, elaborando novas formas e estratégias de interrelacionar informações e conhecimentos. Se faz presente neste contexto que as duas áreas estabelecem relações, já que a Neuropsicopedagogia, tem como propósito, ajustar estruturas dos conhecimentos científicos da Neurociência, criando assim as possíveis intervenções necessárias diante da apropriação e a aquisição de conhecimento. No pensamento teórico de Oliveira (2018, p. 63): Um dos objetivos do neuropsicopedagogo é identificar as causas das dificuldades de aprendizagem, baseando-se na etiologia do problema e no ambiente escolar. Este profissional, com o domínio do conhecimento em Neurociência, Pedagogia e Psicologia estará qualificado para trabalhar com todos os alunos, sobretudo os alunos com história de fracasso escolar e dificuldade de aprendizagem. Sua atuação junto aos pais será de explicação clínica de possíveis distúrbios, as condutas a serem efetivadas, bem como apresentará as possibilidades de tratamento e intervenção. (Oliveira, p.63). Medeiros e Bezerra (2015), concordam que se torna um ato consensual entre os profissionais da Neuropsicopedagogia, que o desenvolvimento e a aprendizagem de qualidade são relevantes, e oportunizam a inclusão social dos sujeitos. Pensando através desta perspectiva, se faz coerente que os métodos de análises clínicos, tenham o poder de intensificar os esquemas ditos mentais, que de fato estão associadas as aprendizagens do currículo educacional, as quais são imprescindíveis para uma vida de estudos com sucesso e realizações, principalmente individuais, de cada sujeito. __________________________________________________________________ 1 A metacognição é um campo de estudos relacionado à consciência e ao automonitoramento do ato cognitivo. Consiste na aprendizagem sobre o processo da aprendizagem ou a apropriação e comando dos recursos internos se relacionando com os objetos externos. CONCLUSÃO Através da pesquisa, esta trouxe um repostório teórico de maneira suscinta da importância do entendimento da Neurociência para a atuação Neuropsicopedagogo, e que ambas as áreas se complementam. A pesquisa de cunho bibliográfico e modalidade qualitativa, norteou os etudos para o entendimento do assunto aqui abordado. Trazendo as premissas mediante aos aspecto inclusivo das intervenções neuropsicopedagógicas, o aspecto da assessorianeupsicopedagógica no quesito avaliação e diagnóstico tanto dos contextos institucionais quanto dos sujeitos em dificuldades de aprendizagem. Normas técnicas do Neuropsicopedagogo, apontadas pela SBNPp, também fizeram parte deste estudo. Ao se tratar da inclusão mediante as intervenções clinicas com abordagens neuropsicopedagógicas, é relevante considerar que mediante o desnvovimento está constituido o cenário social. O resultado deste estudo, bem como a apreesentação dos dados, compreende que o neuropsicopedagogo, possui desafios enormes, pois as intervenções clínicas apresentam às neurociências como proposição de temas relevantes a serem estudados, em aprendizes com cérebros diferentes, considerando que hoje prevalece a política da escola inclusiva onde educar na diversidade será o maior desafio do educador contemporâneo, que de fato precisa do auxilio da neuropspedagogia de caráter clínico. Na atualidade a ciência reconhece Neurociência e a Neuropsicopedagogia como imprescindíveis para a formação do profissional da área, para os conhecimentos mais aprofundados do processo do desenvolvimento da aprendizagem, e vem aplicando a todos os tipos de indivíduos, na intenção de identificar múltiplos transtornos de aprendizagem através da utilização de técnicas, para possíveis dificuldades do aprendizado em suas especificidades. O ensino e a aprendizagem, fazem parte do desenvolvimento e precisam ser de qualidade, potencializando assim oportunidades para a inclusão dos indivíduos na sociedade. A atuação conjunta dos profissionais envolvidos e a parceria com a família, permitem diálogos importantíssimos, o que resulta em diagnósticos para possíveis anomalias ou distúrbios existentes, e desta forma, as condutas estabelecidas para as intervenções se tornam facilitadoras deste processo, o que norteia um trabalho interdisciplinar e multidisciplinar. Como já mencionado, a neuropsicopedagogia abrange três áreas do conhecimento, a neurociência, a psicologia e a pedagogia, onde todas são fundamentais para o contexto educacional. O Neuropsicopedagogo, se torna em sua função, um profissional mediador do processo da aprendizagem, desenvolvendo assim um papel extremamente fundamental para o setor clínico. O mesmo, precisa adquirir muitos conhecimentos teóricos e didáticos, para que suas intervenções em sua atuação, sejam relevantes e eficazes ressignificando a construção do conhecimento e despertando no sujeito, interesses em aprender, de maneira, em que as capacidades sejam promovidas, e o educando se desenvolva plenamente no seu ritmo individual, dentro de suas limitações. Desta forma, conclui-se que o trabalho neuropsicopedagógico clínico, mediante as intervenções, contribui de forma efetiva para a evolução e crescimento do desenvolvimento cognitivo, estabelecendo vínculos, envolvendo muitas áreas de estudo, possibilitando este desenvolvimento para a aprendizagem do indivíduo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, G. P. Plasticidade cerebral e aprendizagem. In: RELVAS, M. P.(org.). Que cérebro é esse que chegou à escola? As bases neurocientíficas da aprendizagem. Rio de Janeiro: WAK, 2012. BEAUCLAIR, J. Neuropsicopedagogia: inserções no presente, utopias e desejos futuros. 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A Neurociência, bem como a Neuropsicopedagogia, tem como objetivo o estudo do cérebro, e ao direcionarmos para as questões de aprendizagem , se torna conhecida como a ciência a qual participa do ensino e da aprenzizagem, sendo responsável por este... De acordo com ALMEIDA, ( 2012, p.44): A Neurociência tem apresentado diariamente novas descobertas que não era possível saber antes. Hoje, talvez, a melhor e a mais importante descoberta da ciência que estuda o cérebro seja a questão da plasticidade cerebral, ou seja, no passado, acredita... Partindo da perspectiva, a partir das teorias estudadas, os estados mentais surgem a através das atividades realizadas pelo cérebro, compreendendo-se que assim, a aprendizagem acontece através das mais variadas estimulações, as quais potencializam d... Sem memória a aprendizagem de fato não ocorre, e neste sentido existem grandes dificuldades no contexto educacional, em ofertar o conhecimento se o cébro não responde ao aprendizado. Entra aqui, a Neuropsicopedagogia, considerada a área de conheci... Este estudo, tem como objetivo maior, descrever brevemente, como acontece o processo do desnvolvimento da aprendizagem, identificando as funções que a Neurociência, juntamente com a Neuropsicopedagogia, as quais, desempenham diante da mesma. O es... A metodologia para a realização deste estudo, aconteceu principalmente através de pesquisas de cunho bibliográfico, e qualitativa. Muitos autores fazem grande apresentação e enfase mediante aos seus estudos, os qyais subsidiaram esta pesquisa. 1. REFLEXÕES DIANTE DA NEUROPSICOPEDAGIA E A NEUROCIÊNCIA Na fundamentação de Hennemann (2016), na década de 1960, surgiu a expressão denominada Neurociência, e em seu significado traz considerações em ser uma ciência superior que a neuroanatomia e a neurofisiologia, tendo como precursores o... Estes avanços aconteceram por conta das neuroimagens, com vastas contribuições advindas da Neurociência, o que provocou grandes inquietações e discussões nos segmentos educacionais e clínicos, pois através dela, estabeleceu-se compreensões e entend... Na concepção de Ratey (2001, p. 48): Ao aprendermos tudo o que podemos acerca do cérebro, ao conhecer como ele faz o que faz, passamos a nos tornar mais responsáveis pela maximização de nossas forças e pela minimização de nossas fraquezas, preparando-nos para participar do processo de co... A dedicação maior da Neurociência, direciona-se ao estudo, de como vem sendo estabelecidas as funções do sistema nervoso central, o que integra as mais diversas funções como pensamento, emoções, sensações e movimentos. Mediante aos estudos, compre... Estudiosos afirmam que, no século XXI, as conquistas serão voltadas à compreensão das funções neurais humanas. De acordo com Sousa e Alves (2017), as descobertas também estão presentes em diversas áreas do conhecimento, podendo atuar... Nos conceitos entendidos por Hennemann (2016), estas disfunções acontecem nas situações de ,recepções dos estímulos, integrações, processamentos das informações e expressões de respostas. Nesta perspectiva, Ventura (2010), cita que as pesquisas em... Isto, pode também acompanhar o controle neural de funções ditas vegetativas, motoras e sensoriais. Ao se tratar deste campo científico tão abrangente, as pesquisas e estudos contribuem também para sujeitos os quais possuem transtornos como síndrom... O indíviduo em si consegue estabelecer seus aprendizados mediante as alterações funcionais do Sistema Nervoso Central, nas áreas da linguagem, das gnosias¹, das praxias², da atenção e da memória. Então, para que seja realizado o proce... No contexto da educação, Sousa e Alves (2017) discorem: “A Neurociência mostra como o cérebro aprende e como se comporta durante este processo e também determina as metodologias que vão identificar como os estímulos do aprendizado podem cheg... Já, Sousa e Alves (2017), consideram esta ser uma dúvida, pois muitos educadotres não tem acesso as formações para suas qualificações, as quais se tornam imprescindíveis, pois a metodologia dos cursos de formação para os profissonais da educaçã... A Neurociência não implica em estratégias inovadoras no âmbito educacional, porém contribui para responder questões como por exemplo: maneiras de elaborar um currículo compatível com o desenvolvimento cerebral; transformar o conhecimen... Aprendizagem, memória e emoção estão diretamente interligadas, quando são ativadas pelo processo ensino e de aprendizagem. O maior desafio no quesito educaional, ainda, é não saber de fato como fazer avaliações ou até mesmo ensinar, mas c... Mediante ao de Neuropsicopedagogia, Beauclair (2014), discorre : “Tem sido conceituada como uma área de conhecimento e como um campo de pesquisa interdisciplinar e transdisciplinar”. Assim sendo, esta abordagem, envolve concretamen... Destacam-se assim três pontos, que elucidam a Neuropsicopedagogia: Educação, Psicologia e Neuropsicologia. Sendo assim, a educação neste âmbito, comtempla a potencialização de instruções e mediações para o sujeito, a psicologia ressalta a dedica... No ano de 2014 foi fundada a Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp) que define, a Neuropsicopedagogia como: [...]ciência transdisciplinar, fundamentada nos conhecimentos das Neurociências aplicada à educação, com interfaces da Pedagogia e Psicologia Cognitiva que tem como objeto de estudo a relação entre ofuncionamento do siste... De acordo com a SBNPp (2014), o neuropsicopedagogo pode atuar na área institucional, clínica, ou de educação especial e inclusiva: a) na observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões do desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais; b) criar estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ens... Assim sendo, a Neuropsicopedagogia contribui de forma positiva e gradativa para o desenvolvimento, por meio da relação entre cérebro e aprendizagem, no processo cognitivo e intelectual. Sua base de estudos, inclui também, questões de abor... __________________________________________________________________ As interferências teóricas de Hennemann (2016), deixam evidente que as tecnologias e também as informações fazem parte, no quesito de conhecimento, para os profissionais dedicados aos estudos da Neurociência. Da mesma forma, surgem cursos de aperfeiçoamento e atualização, em diversos níveis educacionais, bem como clínicos, agregam conhecimentos e os potencializam. Porém, ainda existem pouquíssimas pesquisas com abordagens do tema Neurociência na educaçã... De acordo com Sousa e Alves (2017): “Empregando-se os instrumentos psicológicos adequados é possível potencializar a capacidade de aprender a pensar, de aprender a estudar e a comunicar-se. O aluno tem o direito de desenvolver o seu potencial cognit... Cunha (2015) discorre sobre o assunto: “Os processos individuais e coletivos de aprendizagem abrangem as relações entre uma ou mais, pois os mecanismos cerebrais da memória e da aprendizagem estão integrados aos micros processos neurais responsáveis... A Neurociência dedica-se ao estudo do sistema nervoso, e suas ligações com a fisiologia orgânica, enquanto os temas estudados pela Neuropsicopedagogia, são os mecanismos da atenção e memória, aprendizagem, emoção, linguagem e comunicação. (Pohlmann e ... Na perspectiva de Beauclair (2014), os estudos do Sistema Nervoso Central, são determinantes para a ampliação das missões da Neurociência, para sua ampliação em outras áreas específicas como Neuropsicopedagogia. A Neurociência é uma ciência cons... Ao se tratar do contexto escolar, (CASSINS et al., 2007, p 17), explica-nos: A Neupsicopedagigia escolar tem como referência conhecimentos científicos sobre desenvolvimento emocional, cognitivo e social,utilizando-os para compreender os processos e estilos de aprendizagem e direcionar a equipe educativa na busca de um constan... Desta forma, é uma área de intervenção e especialização, na qual o conhecimento cria novas possibilidades de aprender sobre o modo de o sujeito aprender, elaborando novas formas e estratégias de interrelacionar informações e conhecimentos. Se faz pr... No pensamento teórico de Oliveira (2018, p. 63): Um dos objetivos do neuropsicopedagogo é identificar as causas das dificuldades de aprendizagem, baseando-se na etiologia do problema e no ambiente escolar. Este profissional, com o domínio do conhecimento em Neurociência, Pedagogia e Psicologia estar... Medeiros e Bezerra (2015), concordam que se torna um ato consensual entre os profissionais da Neuropsicopedagogia, que o desenvolvimento e a aprendizagem de qualidade são relevantes, e oportunizam a inclusão social dos sujeitos. Pensando através des... __________________________________________________________________ (1) 1 A metacognição é um campo de estudos relacionado à consciência e ao automonitoramento do ato cognitivo. Consiste na aprendizagem sobre o processo da aprendizagem ou a apropriação e comando dos recursos internos se relacionando com os objetos externos. CONCLUSÃO Através da pesquisa, esta trouxe um repostório teórico de maneira suscinta da importância do entendimento da Neurociência para a atuação Neuropsicopedagogo, e que ambas as áreas se complementam. A pesquisa de cunho bibliográfico e modalidade qualita... O resultado deste estudo, bem como a apreesentação dos dados, compreende que o neuropsicopedagogo, possui desafios enormes, pois as intervenções clínicas apresentam às neurociências como proposição de temas relevantes a serem estudados, em aprendiz... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RATEY, John J. O cérebro: um guia para o usuário. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
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