Buscar

[7958 - 24936]contabilidade_custos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 199 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 199 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 199 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

capa_verde_contabilidade_de_custos.pdf 1 10/11/16 09:26
Contabilidade de Custos
Disciplina na modalidade a distância
Universidade do Sul de Santa Catarina
Palhoça
UnisulVirtual
2017
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância
Reitor Unisul
Ailton Nazareno Soares
Vice-Reitor 
Sebastião Salésio Heerdt
Chefe de Gabinete da 
Reitoria
Willian Máximo
Pró-Reitora Acadêmica
Miriam de Fátima Bora Rosa
Pró-Reitor de Administração
Fabian Martins de Castro
Pró-Reitor de Ensino
Mauri Luiz Heerdt
Campus Universitário de 
Tubarão 
Diretora
Milene Pacheco Kindermann
Campus Universitário da 
Grande Florianópolis 
Diretor 
Hércules Nunes de Araújo
Campus Universitário 
UnisulVirtual
Diretora
Jucimara Roesler 
Equipe UnisulVirtual 
Diretora Adjunta
Patrícia Alberton 
Secretaria Executiva e Cerimonial
Jackson Schuelter Wiggers (Coord.)
Marcelo Fraiberg Machado
Tenille Catarina
Assessoria de Assuntos 
Internacionais 
Murilo Matos Mendonça
Assessoria de Relação com Poder 
Público e Forças Armadas
Adenir Siqueira Viana
Walter Félix Cardoso Junior
Assessoria DAD - Disciplinas a 
Distância
Patrícia da Silva Meneghel (Coord.)
Carlos Alberto Areias
Cláudia Berh V. da Silva
Conceição Aparecida Kindermann
Luiz Fernando Meneghel
Renata Souza de A. Subtil
Assessoria de Inovação e 
Qualidade de EAD
Denia Falcão de Bittencourt (Coord)
Andrea Ouriques Balbinot
Carmen Maria Cipriani Pandini
Iris de Sousa Barros
Assessoria de Tecnologia 
Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.)
Felipe Jacson de Freitas
Jefferson Amorin Oliveira
Phelipe Luiz Winter da Silva
Priscila da Silva
Rodrigo Battistotti Pimpão
Tamara Bruna Ferreira da Silva
Coordenação Cursos
Coordenadores de UNA
Diva Marília Flemming
Marciel Evangelista Catâneo
Roberto Iunskovski
Assistente e Auxiliar de 
Coordenação
Maria de Fátima Martins (Assistente)
Fabiana Lange Patricio
Tânia Regina Goularte Waltemann
Ana Denise Goularte de Souza
Coordenadores Graduação
Adriano Sérgio da Cunha
Aloísio José Rodrigues
Ana Luísa Mülbert
Ana Paula R. Pacheco
Arthur Beck Neto
Bernardino José da Silva
Catia Melissa S. Rodrigues
Charles Cesconetto
Diva Marília Flemming
Fabiano Ceretta
José Carlos da Silva Junior
Horácio Dutra Mello
Itamar Pedro Bevilaqua
Jairo Afonso Henkes
Janaína Baeta Neves
Jardel Mendes Vieira
Joel Irineu Lohn
Jorge Alexandre N. Cardoso
José Carlos N. Oliveira
José Gabriel da Silva
José Humberto D. Toledo
Joseane Borges de Miranda
Luciana Manfroi
Luiz G. Buchmann Figueiredo
Marciel Evangelista Catâneo
Maria Cristina S. Veit
Maria da Graça Poyer
Mauro Faccioni Filho
Moacir Fogaça
Nélio Herzmann
Onei Tadeu Dutra
Patrícia Fontanella
Rogério Santos da Costa
Rosa Beatriz M. Pinheiro
Tatiana Lee Marques
Valnei Carlos Denardin
Roberto Iunskovski
Rose Clér Beche
Rodrigo Nunes Lunardelli
Sergio Sell
Coordenadores Pós-Graduação
Aloisio Rodrigues
Bernardino José da Silva
Carmen Maria Cipriani Pandini
Daniela Ernani Monteiro Will
Giovani de Paula
Karla Leonora Nunes
Leticia Cristina Barbosa
Luiz Otávio Botelho Lento
Rogério Santos da Costa 
Roberto Iunskovski
Thiago Coelho Soares
Vera Regina N. Schuhmacher
Gerência Administração
Acadêmica
Angelita Marçal Flores (Gerente)
Fernanda Farias
Secretaria de Ensino a Distância
Samara Josten Flores (Secretária de Ensino)
Giane dos Passos (Secretária Acadêmica)
Adenir Soares Júnior
Alessandro Alves da Silva
Andréa Luci Mandira
Cristina Mara Schauffert
Djeime Sammer Bortolotti
Douglas Silveira
Evilym Melo Livramento
Fabiano Silva Michels
Fabricio Botelho Espíndola
Felipe Wronski Henrique
Gisele Terezinha Cardoso Ferreira
Indyanara Ramos
Janaina Conceição
Jorge Luiz Vilhar Malaquias
Juliana Broering Martins
Luana Borges da Silva
Luana Tarsila Hellmann
Luíza Koing  Zumblick
Maria José Rossetti
Marilene de Fátima Capeleto
Patricia A. Pereira de Carvalho
Paulo Lisboa Cordeiro
Paulo Mauricio Silveira Bubalo
Rosângela Mara Siegel
Simone Torres de Oliveira
Vanessa Pereira Santos Metzker
Vanilda Liordina Heerdt
Gestão Documental
Lamuniê Souza (Coord.)
Clair Maria Cardoso
Daniel Lucas de Medeiros
Eduardo Rodrigues
Guilherme Henrique Koerich
Josiane Leal
Marília Locks Fernandes
Gerência Administrativa e 
Financeira
Renato André Luz (Gerente)
Ana Luise Wehrle
Anderson Zandré Prudêncio
Daniel Contessa Lisboa
Naiara Jeremias da Rocha
Rafael Bourdot Back 
Thais Helena Bonetti
Valmir Venício Inácio
Gerência de Ensino, Pesquisa 
e Extensão
Moacir Heerdt (Gerente)
Aracelli Araldi
Elaboração de Projeto e 
Reconhecimento de Curso
Diane Dal Mago
Vanderlei Brasil
Francielle Arruda Rampelotte
Extensão
Maria Cristina Veit (Coord.)
Pesquisa
Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC)
Mauro Faccioni Filho(Coord. Nuvem)
Pós-Graduação
Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.)
Biblioteca
Salete Cecília e Souza (Coord.)
Paula Sanhudo da Silva
Renan Felipe Cascaes
Gestão Docente e Discente
Enzo de Oliveira Moreira (Coord.)
Capacitação e Assessoria ao 
Docente
Simone Zigunovas (Capacitação)
Alessandra de Oliveira (Assessoria)
Adriana Silveira
Alexandre Wagner da Rocha
Elaine Cristiane Surian
Juliana Cardoso Esmeraldino
Maria Lina Moratelli Prado
Fabiana Pereira
Tutoria e Suporte
Claudia Noemi Nascimento (Líder)
Anderson da Silveira (Líder)
Ednéia Araujo Alberto (Líder)
Maria Eugênia F. Celeghin (Líder)
Andreza Talles Cascais
Daniela Cassol Peres
Débora Cristina Silveira
Francine Cardoso da Silva
Joice de Castro Peres
Karla F. Wisniewski Desengrini
Maria Aparecida Teixeira
Mayara de Oliveira Bastos
Patrícia de Souza Amorim
Schenon Souza Preto
Gerência de Desenho 
e Desenvolvimento de 
Materiais Didáticos
Márcia Loch (Gerente)
Desenho Educacional
Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD)
Silvana Souza da Cruz (Coord. Pós/Ext.)
Aline Cassol Daga
Ana Cláudia Taú
Carmelita Schulze
Carolina Hoeller da Silva Boeing
Eloísa Machado Seemann
Flavia Lumi Matuzawa
Gislaine Martins
Isabel Zoldan da Veiga Rambo
Jaqueline de Souza Tartari
João Marcos de Souza Alves
Leandro Romanó Bamberg
Letícia Laurindo de Bonfim
Lygia Pereira
Lis Airê Fogolari
Luiz Henrique Milani Queriquelli
Marina Melhado Gomes da Silva
Marina Cabeda Egger Moellwald
Melina de La Barrera Ayres
Michele Antunes Corrêa
Nágila Hinckel
Pâmella Rocha Flores da Silva
Rafael Araújo Saldanha
Roberta de Fátima Martins
Roseli Aparecida Rocha Moterle 
Sabrina Bleicher
Sabrina Paula Soares Scaranto
Viviane Bastos
Acessibilidade 
Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) 
Letícia Regiane Da Silva Tobal
Mariella Gloria Rodrigues
Avaliação da aprendizagem 
Geovania Japiassu Martins (Coord.)
Gabriella Araújo Souza Esteves 
Jaqueline Cardozo Polla
Thayanny Aparecida B.da Conceição
Gerência de Logística
Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente)
Logísitca de Materiais
Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.)
Abraao do Nascimento Germano
Bruna Maciel
Fernando Sardão da Silva
Fylippy Margino dos Santos
Guilherme Lentz
Marlon Eliseu Pereira
Pablo Varela da Silveira
Rubens Amorim
Yslann David Melo Cordeiro
Avaliações Presenciais
Graciele M. Lindenmayr (Coord.)
Ana Paula de Andrade
Angelica Cristina Gollo
Cristilaine Medeiros
Daiana Cristina Bortolotti
Delano Pinheiro Gomes
Edson Martins Rosa Junior
Fernando Steimbach
Fernando Oliveira Santos
Lisdeise Nunes Felipe
Marcelo Ramos
Marcio Ventura
Osni Jose Seidler Junior
Thais Bortolotti
Gerência de Marketing
Fabiano Ceretta (Gerente)
Relacionamento com o Mercado 
Eliza Bianchini Dallanhol Locks
Relacionamento com Polos 
Presenciais
Alex Fabiano Wehrle (Coord.)
Jeferson Pandolfo
Karine Augusta Zanoni
Marcia Luz de Oliveira
Assuntos Jurídicos
Bruno Lucion Roso
Marketing Estratégico
Rafael Bavaresco Bongiolo
Portal e Comunicação
Catia Melissa Silveira Rodrigues 
Andreia Drewes
Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
Marcelo Barcelos
Rafael Pessi
Gerência de Produção
Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
Francini Ferreira Dias
Design Visual
Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)
Adriana Ferreira dos Santos
Alex Sandro Xavier
Alice Demaria Silva
Anne Cristyne Pereira
Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
DaianaFerreira Cassanego
Diogo Rafael da Silva
Edison Rodrigo Valim
Frederico Trilha
Higor Ghisi Luciano
Jordana Paula Schulka
Marcelo Neri da Silva
Nelson Rosa
Oberdan Porto Leal Piantino
Patrícia Fragnani de Morais
Multimídia
Sérgio Giron (Coord.)
Dandara Lemos Reynaldo
Cleber Magri
Fernando Gustav Soares Lima
Conferência (e-OLA)
Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.)
Bruno Augusto Zunino 
Produção Industrial
Marcelo Bittencourt (Coord.)
Gerência Serviço de Atenção 
Integral ao Acadêmico
Maria Isabel Aragon (Gerente)
André Luiz Portes 
Carolina Dias Damasceno
Cleide Inácio Goulart Seeman
Francielle Fernandes
Holdrin Milet Brandão
Jenniffer Camargo
Juliana Cardoso da Silva
Jonatas Collaço de Souza
Juliana Elen Tizian
Kamilla Rosa
Maurício dos Santos Augusto
Maycon de Sousa Candido
Monique Napoli Ribeiro
Nidia de Jesus Moraes
Orivaldo Carli da Silva Junior
Priscilla Geovana Pagani
Sabrina Mari Kawano Gonçalves
Scheila Cristina Martins
Taize Muller
Tatiane Crestani Trentin
Vanessa Trindade
Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual
 Onei Tadeu Dutra
Contabilidade de Custos
Livro didático
Design instrucional
Leandro Kingeski Pacheco
Luiz Henrique Milani Queriquelli
4ª Edição Revista e Atualizada
Palhoça
UnisulVirtual
2017
Edição – Livro Didático
Professor Conteudista
Onei Tadeu Dutra
Design Instrucional 
Leandro Kingeski Pacheco
Luiz Henrique Milani Queriquelli (4ª edição)
Assistente Acadêmico 
Michele Antunes Corrêa (3ª ed. rev. e atual.)
Aline Cassol Daga (4ª edição)
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Adriana Ferreira dos Santos (3ª edição)
Oberdan Piantino (4ª edição)
Revisão
B2B
Amaline Mussi (4ª edição)
Diane Dal Magoi (4ª edição)
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © UnisulVirtual 2017
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 
D97
Dutra, Onei Tadeu
Contabilidade de custos : livro didático / Onei Tadeu Dutra ; design 
instrucional Leandro Kingeski Pacheco, Luiz Henrique Milani Queriquelli ; 
[assistente acadêmico Michele Antunes Corrêa, Aline Cassol Daga]. – 4. ed. 
rev. e atual. – Palhoça : UnisulVirtual, 2017.
198 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
1. Contabilidade de custos. I. Pacheco, Leandro Kingeski. II. Queriquelli, 
Luiz Henrique Milani. III. Corrêa, Michele Antunes. IV. Daga, Aline Cassol. V. 
Título.
CDD (21. ed.) 657.42
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavras do professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE 1 - Introdução à contabilidade de custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
UNIDADE 2 - Nomenclaturas básicas aplicadas à contabilidade de custos . 41
UNIDADE 3 - Elementos de custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
UNIDADE 4 - Classificação dos custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
UNIDADE 5 - Custeio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
UNIDADE 6 - Departamentalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
UNIDADE 7 - Planilha de custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação. . . . . . . . . . . . . . . . 181
Anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
7
Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Contabilidade 
de Custos. 
O material foi elaborado com vista a uma aprendizagem 
autônoma. Neste sentido, aborda conteúdos especialmente 
selecionados e adota uma linguagem que facilite seu estudo 
a distância. 
Por falar em distância, isso não significa que você estará 
sozinho. Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina 
também será acompanhada constantemente pelo Sistema 
Tutorial da UnisulVirtual. Entre em contato, sempre que sentir 
necessidade. Nossa equipe terá o maior prazer em atender-lhe, 
pois sua aprendizagem é nosso principal objetivo. 
Bom estudo e sucesso! 
Equipe UnisulVirtual
Palavras do professor 
Nos dias de hoje, muito se tem falado da globalização. Para 
alguns, este fenômeno surgiu no final do século passado; para 
outros, trata-se de um fenômeno que sempre existiu na história 
do homem. Esta corrente alega que a troca de mercadorias 
entre países foi uma constante e que o comércio internacional 
é um prolongamento do comércio local. 
O que se pode inferir neste sentido é que a globalização 
sempre existiu. O que se acentuou nos últimos anos foi a 
intermediação financeira, pois, se as transações também 
existiam, a intensificação das trocas monetárias adquiriu 
uma proporção maior do que as trocas internacionais de 
mercadorias diante da disseminação dos computadores. 
À primeira vista, a globalização financeira beneficiou 
diretamente os bancos, pelo fato de o dinheiro ser a 
mercadoria do banco. Mas este benefício também atingiu 
diretamente o comércio internacional devido à facilidade de as 
empresas movimentarem as quantias monetárias resultantes do 
comércio globalizado. 
A melhora nas transações comerciais entre países possui um 
lado positivo e um negativo. O lado bom da globalização é 
que as transações internacionais ficaram muito mais fáceis 
de ser realizadas. Para muitas empresas que já operam há 
algum tempo nesse tipo de Comércio, realizar uma transação 
comercial no seu país e realizar uma transação comercial com 
outro país é a mesma coisa, descontando-se o tempo e certa 
burocracia. Já, quanto ao ponto negativo, muitas empresas 
que somente possuíam concorrentes nacionais passaram a 
competir internacionalmente, pois seus clientes possuem 
facilidades de importação e, certamente, comparam os preços 
de venda do mercado interno com os do mercado externo. Para 
a população, o aumento da concorrência é benéfico, e, para as 
empresas, este aumento de concorrência leva-as a aumentar sua 
eficácia no processo de fabricação e venda. 
A eficácia se traduz em redução de custos e aumento da exposição 
do produto perante os consumidores. Quanto à promoção do 
produto, existe todo um conteúdo específico sobre o assunto, que 
é a propaganda. A propaganda, o marketing constituem matéria 
a ser abordada em tópico específico. 
O que cabe neste trabalho é a redução de custos. Talvez a 
denominação “redução de custos” não seja a melhor forma de 
expressar o que você estudará nesta disciplina. Afinal, entende-se 
que a redução de custos é somente uma faceta no gerenciamento 
das empresas. E saber onde a empresa gasta seus recursos é 
primordial na empresa moderna. 
Para gerenciar os gastos com recursos, a empresa dispõe de 
uma ferramenta fornecida pela contabilidade de custos, que 
é a planilha de custos. Com este instrumental, a empresa tem 
condições de gerenciar onde são consumidos todos os recursos, 
podendo ser nos produtos ou nos departamentos.Utilizando 
esta planilha, a empresa pode avaliar o estoque, através do 
custo unitário, pode analisar os diversos setores da empresa que 
consomem recursos, pode analisar a rentabilidade dos produtos e 
pode utilizar a planilha para fazer projeções (orçamentos). Assim, 
estudando contabilidade de custos, você estará habilitando-se a se 
debruçar sobre a redução de custos 
Entretanto, para você dominar essa prática, é necessário, antes, 
o estudo da teoria: a prática sem a teoria não é muita coisa, 
somente uma maneira de fazer. E, convenhamos, o/a contador/a 
é muito mais do que a pessoa que digita os valores Na planilha de 
custos. Ele/a é a pessoa que “desenha” e implanta a contabilidade 
de custos. Então, para efetuar essa implantação, o/a contador/a 
precisa muito mais do que fazer a planilha de custos: precisa 
discernir teoricamente a contabilidade de custos. 
Bons estudos! 
Professor Onei T. Dutra
Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da 
disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o 
contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. 
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva 
em conta instrumentos que se articulam e se complementam, 
portanto, a construção de competências se dá sobre a 
articulação de metodologias e por meio das diversas formas de 
ação/mediação.
São elementos desse processo:
 � o livro didático;
 � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);
 � as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de 
autoavaliação); 
 � o Sistema Tutorial.
Ementa
Fundamentos da contabilidade de custos. Princípios contábeis 
aplicados a custos. Nomenclatura em custos. Avaliações e 
apropriações de materiais diretos, mão de obra direta e dos 
custos indiretos de fabricação. Esquema da contabilidade de 
custos básico e completo. Departamentalização. Sistema de 
custeamento por ordem de produção e por processo. Custeio 
dos coprodutos, dos subprodutos e das sucatas. Aspectos 
técnicos e práticos de sistema de custos. 
12
Universidade do Sul de Santa Catarina
Objetivos
Gerais:
Você deverá construir um conjunto de conhecimentos que lhe 
assegure implantar uma planilha de custos nas empresas, com 
o objetivo de avaliar os estoques de empresas industriais, de 
serviços e rurais, nos moldes descritos pela legislação vigente. 
Específicos:
 � Estudar a estrutura teórica de contabilidade de custos 
para desenvolver discernimento para uma crítica dos 
temas estudados. 
 � Conhecer as diversas nomenclaturas e conceitos inerentes 
à contabilidade de custos, com o propósito de desenvolver 
uma linguagem específica relativa à matéria evitando-se, 
assim, a utilização de linguajar corriqueiro ou do senso 
comum. 
 � Construir uma planilha de custos com o objetivo 
de alocar os custos indiretos e os custos fixos aos 
departamentos da empresa. Consequentemente, você 
aprenderá como alocar os custos diretos à planilha e 
como calcular o custo unitário dos produtos. A partir 
desses dados, também aprenderá como avaliar os 
estoques, tanto de produtos em processo como o de 
produtos acabados. 
13
Contabilidade de Custos
Carga Horária
A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula - 4 créditos. 
Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta 
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos 
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de 
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de 
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento 
de habilidades e competências necessárias à sua formação. 
Unidades de estudo: 7 
Unidade 1 - Introdução à contabilidade de custos
Nesta unidade, você estudará a introdução à contabilidade de 
custos e em que tipos de empresa ela se aplica. Você também verá 
a diferença entre a contabilidade de custos e o sistema de custos. 
Unidade 2 – Nomenclaturas básicas aplicadas à contabilidade 
de custos 
Aqui, você desenvolverá o entendimento das denominações gasto, 
custo, despesa e perdas
Unidade 3 – Elementos de custos 
Nesta unidade, você estudará os custos dos produtos material 
direto (ou matéria-prima), mão de obra e seus encargos, além de 
custos indiretos de fabricação (CIFs). 
14
Universidade do Sul de Santa Catarina
Unidade 4 – Classificação dos custos 
O comportamento dos custos será estudado por você segundo o 
volume de produção: os custos fixos e os custos variáveis. Você 
também fará a identificação dos custos quanto ao objeto de 
custeio: os custos diretos e os custos indiretos. 
Unidade 5 – Custeio 
Você estudará o significado da palavra “custeio” e as maneiras de 
alocar custos para os produtos (em função do custeio por absorção 
e do custeio variável) e para os estoques (em função do sistema de 
custo por ordem de produção e do sistema de custo por processo).
Unidade 6 – Departamentalização 
Você desenvolverá a compreensão do que seja departamento. 
Também estudará a distinção entre departamento de produção e 
departamento de serviço (ou auxiliar). Ainda, verá os critérios de 
rateio dos custos indiretos. 
Unidade 7 – Planilha de custos 
Nesta última unidade, você estudará a construção de uma 
planilha de custos. Também estudará a alocação dos custos 
indiretos e diretos à planilha de custos. 
15
Contabilidade de Custos
Agenda de atividades/ Cronograma
 � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar 
periodicamente o espaço da disciplina. O sucesso nos seus 
estudos depende da priorização do tempo para a leitura; da 
realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação 
com os seus colegas e professor tutor. 
 � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço 
a seguir as datas com base no cronograma da disciplina 
disponibilizado no EVA.
 � Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas 
ao desenvolvimento da disciplina.
Atividades obrigatórias
Demais atividades (registro pessoal)
1UNIDADE 1 Introdução à contabilidade de custos 
Objetivos de aprendizagem
 � Compreender o que é contabilidade de custos. 
 � Identificar os tipos de empresa em que se aplica a 
contabilidade de custos.
 � Compreender a distinção entre os sistemas de custos 
da contabilidade de custos. 
Seções de estudo
Noções Preliminares
Seção 1 Por que estudar contabilidade de custos? 
Seção 2 O que é contabilidade de custos e em que 
tipos de empresa ela se aplica? 
Seção 3 Qual a diferença entre contabilidade de 
custos e sistema de custos?
18
Universidade do Sul de Santa Catarina
Noções Preliminares
Caro/a estudante, como já sabe, nossa disciplina é Contabilidade 
de Custos. Com o estudo deste conteúdo, você estará 
habilitado/a a avaliar o estoque de uma empresa. 
Entretanto, existe um conteúdo da disciplina que não está 
relacionado com as técnicas da contabilidade de custos: você 
tem ideia de como avaliar o estoque de uma empresa quando a 
empresa não possui contabilidade de custos? 
Bem, se a empresa possui contabilidade de custos, aplicam-se 
estes conteúdos para se avaliar o estoque. Mas, em caso negativo, 
como avaliar os estoques, repito? 
Esta pergunta estava no “ar”, insistente. 
Então vamos à resposta. Antes de iniciarmos a disciplina 
propriamente dita, iremos aprender como avaliar o estoque de 
uma empresa quando não existe contabilidade de custos. 
Preste atenção! Você irá estudar contabilidade de custos, nesta 
disciplina. Mas antes, você estudará o que acontece quando 
não existe contabilidade de custos. De início, parece meio 
contraditório (avaliar o estoque sem contabilidade de custos, já 
que iremos estudar justamente esta matéria), mas trata-se de 
uma situação que se apresenta na prática, então devemos dominá-
la. Muitas vezes, os contadores avaliam os estoques apenas por 
não possuírem tempo de implantar a contabilidade de custos ou 
por não saberem utilizar o conteúdo da matéria. 
Assim, na sequência do livro, primeiro você verá um conteúdo 
que está fora da disciplina,ou seja, avaliação do estoque quando 
a empresa não possui contabilidade de custos. Depois, aí sim, a 
disciplina. 
Contabilidade de custos não integrada com a contabilidade geral 
Antes de adentrarmos, efetivamente, a nossa disciplina 
(Contabilidade de Custos), gostaria de propor-lhe a seguinte 
situação: digamos que você é convidado/a a assumir a 
19
Contabilidade de Custos
Unidade 1 
contabilidade de custos de uma indústria no dia 20 de dezembro 
de um ano qualquer. Ao assumir o cargo, percebe que a empresa 
não possui contabilidade de custos. 
Com isso, fica a pergunta: como você irá avaliar o estoque da 
indústria, se a mesma não possui contabilidade de custos? 
Perceba, também, que a empresa deve avaliar o estoque para a 
publicação do balanço patrimonial e que este balanço deve ser 
publicado no início de janeiro. Como você não possui tempo 
hábil, repete-se a mesma pergunta: de que modo avaliar o 
estoque sem contabilidade de custos? 
Neste caso, quando a empresa não possui contabilidade de 
custos, deve-se utilizar os preceitos do Decreto-Lei n. 1.598, de 
26/12/77. 
Saiba mais sobre o que fazer quando a empresa 
não apresenta contabilidade de custos! 
 O Decreto-lei acima ainda está em vigor (1.598/77). 
Porém, para ficar mais prático, a Secretaria da Receita 
Federal condensou toda a legislação do Imposto de 
Renda em um único instrumento legal, no sentido 
de facilitar a tarefa do contribuinte. Assim, toda a 
legislação da Receita Federal está inserida no Decreto 
n. 3.000, de 26 de março de 1999. 
Voltando ao assunto, se a empresa não possui contabilidade de 
custos, deve-se avaliar o estoque conforme as regras abaixo, 
inseridas no Artigo 14, parágrafo 3º, do citado Decreto-lei 
n.1.598/77. 
a) Considerar os materiais em processamento, calculando 
por uma vez e meia o maior custo das matérias-primas 
adquiridas no período-base, ou em 80% do valor dos 
produtos acabados. 
b) Os produtos acabados, em 70% do maior preço de venda 
do período-base (com ICMS). 
Observe que, na hierarquia 
das leis, temos um 
Decreto-lei, o 1.598; e um 
Decreto, o 3.000. Decreto-
lei e Decreto não são a 
mesma coisa.
Decreto é o ato pelo 
qual o chefe do governo 
determina a observância 
de uma regra legal, 
cuja execução é de 
competência do Poder 
Executivo.
O Decreto-Lei é um 
decreto com força de 
lei, que num período 
anormal de governo é 
expedido pelo chefe 
de fato do Estado, que 
concentra nas suas mãos 
o Poder Legislativo, então 
suspenso.
20
Universidade do Sul de Santa Catarina
Observe que, neste caso, é feita a avaliação do estoque de uma 
indústria – em outro momento veremos diferentes tipos de 
empresa. 
Saiba mais sobre que contas básicas fazem parte 
do estoque de uma indústria e de uma empresa 
comercial. 
 
Tenha presente que o estoque de uma indústria é 
composto por três contas básicas: matéria-prima, 
produtos em processo e produtos acabados, 
diferentemente das empresas comerciais, que somente 
utilizam uma conta, ou seja, mercadoria. 
Matéria-prima 
A avaliação desta conta não requer nenhum tipo de técnica 
contábil da contabilidade de custos, pois será avaliada pelos 
valores lançados na contabilidade da empresa. Ou seja, os valores 
desta conta serão as compras de materiais que a empresa efetua 
ao longo do período (podendo ser mensal ou anual, dependendo 
do período que a empresa estiver utilizando. Se estivermos nos 
referindo ao balancete, o período é mensal; e, se estivermos nos 
referindo ao balanço, então o período é anual). 
Perceba, também, que se o estoque será avaliado pelo preço 
médio ou pelo Primeiro que Entra Primeiro que Sai (PEPS), 
ou, ainda, pelo Último que Entra Primeiro que Sai (UEPS), isto 
não depende da contabilidade de custos. Ademais, perceba que o 
Decreto-lei 1.598/77 não faz referência a esta conta, somente às 
duas outras contas (observe o Art. 14, § 3º, já citado). 
Produtos em Processo 
Para esta conta, o referido Decreto-lei 1.598/77 (ou o artigo 296 
do Decreto 3.000/99) informa que os valores devem considerar o 
consumo de matéria-prima (M. P.), multiplicado por 1,5 ou 80% 
do produto acabado. Então, o valor total da conta é o consumo de 
M. P., multiplicado por 1,5. Ou o contador de custos pode avaliar 
21
Contabilidade de Custos
Unidade 1 
o estoque de produtos em processo, multiplicando o valor do 
produto acabado por 80%. 
Produto acabado 
Já o estoque de produtos acabados deve ser avaliado em 70% 
do preço de venda (com ICMS). Ou seja, o valor deste estoque 
é a receita do produto multiplicado por 70%, incluindo, neste 
percentual, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e 
Serviços (ICMS), incidente na venda do produto. 
Vamos transformar estas informações em lançamentos! 
A avaliação dos estoques apresenta os seguintes lançamentos: 
Matéria-prima: o valor do estoque deve estar de acordo com a 
contabilização das compras de M. P. (não interessa, não importa 
para a contabilidade de custos se o estoque é avaliado pelo preço 
médio, PEPS ou UEPS). 
Lançamento: 
D – estoque de M. P. 
C – caixa, banco ou fornecedores 
Histórico e valor (valor: da nota fiscal da compra de M. P. no 
período). 
Produtos em Processo: 1,5 da matéria-prima ou 80% do produto 
acabado. 
Lançamento (para um produto): 
D – produtos em processo 
C – estoque de matéria-prima 
Histórico e valor (valor: 1,5 do consumo de M. P. no período ou 
80% do valor do produto acabado no período). 
Produtos acabados: este estoque deve ser avaliado em 70% do 
preço de venda, com ICMS. 
22
Universidade do Sul de Santa Catarina
Lançamento (também para um produto): 
D – produtos acabados 
C – produtos em processo 
Histórico e valor (valor: 70% do preço de venda no período, com 
ICMS). 
Na venda do produto, os lançamentos são os seguintes: 
 
Primeiro lançamento – recebimento do dinheiro 
ou direito 
 
D – caixa, banco ou clientes 
C – receita com vendas 
 
Segundo lançamento – baixa do estoque 
 
D – custo dos produtos vendidos 
C – estoque de produtos acabados 
 
Histórico e valor (valor: custo dos produtos vendidos). 
Então, veja que, seguindo a sequência acima, conseguiremos 
avaliar o estoque de uma indústria sem precisarmos utilizar a 
contabilidade de custos. Mas perceba que a nossa disciplina é, 
justamente, Contabilidade de Custos e que seu estudo inicia, de 
fato, na seção 1, na sequência. 
Antes, atente para o fato de que o conteúdo de Contabilidade 
de Custos abrange duas disciplinas distintas: Contabilidade de 
Custos propriamente dita e Análise de Custos. 
O conteúdo de Contabilidade de Custos possui a finalidade 
de avaliar o estoque de uma empresa. Ou seja, é um conteúdo 
totalmente formal, pois está calcado na Lei 6.404/76, nos 
princípios fundamentais da contabilidade, nas normas 
brasileiras de contabilidade, nas normas da Comissão de Valores 
Mobiliários, nas normas dos três níveis de fisco (federal, estadual 
e municipal), entre outras normas que se aplicam à contabilidade. 
Já o estudo da análise de custos é totalmente informal, pois 
a análise de custos não depende de leis ou normas. Depende 
exclusivamente da empresa, da necessidade de informação 
23
Contabilidade de Custos
Unidade 1 
da empresa. E, óbvio, da competência dos contadores, de 
sua cultura, de seu conhecimento. Existem algumas regras e 
técnicas básicas para se fazer análise, mas podemos dizer que são 
poucas. A “maior” análise dependerá, mesmo, do contador de 
custos, como, por exemplo, aumento do consumo de M. P. em 
comparação à produção; aumento do gasto da mão de obra em 
relação à produção. Tais comparações não são ensinadas em uma 
disciplina, pois dependerão da necessidade de informação por 
parte da empresa. 
Saiba mais sobre a Lei 6.404/76, o Decreto-Lei 
1.598/77 e o Decreto-Lei 3.000/99 
 
Como você já sabe, a lei básica da contabilidade é a de 
número 6.404/76. Com exceção da noção de débito e 
crédito, esta lei regula a maioria das normas contábeis 
no Brasil (junto com os princípios contábeis, as normas 
brasileirasde contabilidade, normas da comissão de 
valores mobiliários, normas do fisco, entre outras). Esta 
Lei, ao entrar em vigor, alterou significativamente a 
prática de contabilidade no Brasil. Então, a partir dela, 
o fisco federal precisou se adaptar às novas normas 
da contabilidade e, para tanto, editou o Decreto-lei 
1.598/77. A partir daí, o fisco foi atualizando-o, o que 
resultou no atual Regulamento do imposto de renda 
(Decreto n. 3.000/99), que é uma consolidação das leis 
e normas do imposto de renda. 
Acesse o site da Receita Federal e veja o que diz o 
artigo 296 do Regulamento do Imposto de Renda. 
Contabilidade de custos integrada com a contabilidade geral 
Caro/a aluno/a, a partir deste momento, iniciamos propriamente 
os estudos da disciplina: iremos estudar as técnicas contábeis 
para avaliar os estoques de uma empresa. Em outras palavras: 
aqui começa a Contabilidade de Custos. 
24
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Nesta unidade, você estudará um ramo específico da 
contabilidade geral, ou seja, a contabilidade de custos. Esta e as 
seguintes são unidades teóricas, de fundamentação, e importantes 
para você ter um embasamento sobre a matéria. 
Por enquanto, para não ficar preocupado/a sobre o que é esta 
disciplina, podemos dizer, que a contabilidade de custos, 
simploriamente falando, é uma “planilha”. Por este motivo, a 
base do nosso estudo é uma planilha de custo, que será estudada 
na unidade 7 do livro. Mas, para construir aquela planilha, você 
deve, antes, estudar as unidades precedentes, de modo a poder 
compreender a base da sua construção. 
Também é importante dizer que, apesar de a contabilidade de 
custos representar um ramo específico da contabilidade geral, não 
são necessários conhecimentos específicos de contabilidade para 
se construir a planilha de custos. Nesta disciplina, você somente 
estudará a teoria da contabilidade relativa à contabilidade de 
custos para construir a planilha de custos. 
Seção 1 - Por que estudar a contabilidade de custos? 
Como você já deve ter percebido, a contabilidade de custos 
está relacionada com os custos dos produtos. Esse tipo de 
contabilidade existe para calcular os custos dos produtos. 
Esta informação é importante nas empresas, principalmente nos 
dias de hoje, quando a concorrência é muito acirrada. E porque 
o conhecimento dos custos de fabricação dos produtos é uma 
informação relevante no processo de tomada de decisão das 
empresas. 
Peter Drucker dizia que um produto para ser vendido 
deveria ter o “máximo de propaganda” e o menor 
custo. 
25
Contabilidade de Custos
Unidade 1 
Seção 2 - O que é contabilidade de custos e em que tipo 
de empresas ela se aplica? 
Você conhece a definição de contabilidade de custos? 
Pode-se definir contabilidade de custos como a 
sistematização de um conjunto de métodos contábeis 
com a finalidade de determinar os custos unitários de 
produtos e serviços. 
Conhecendo o custo unitário do produto/serviço, a empresa pode 
utilizar esta informação para determinar o valor do estoque de 
produtos/ serviços. 
Como você deve ter percebido, esta definição abrange o produto 
e o serviço. É isto mesmo: a contabilidade de custos pode calcular 
o custo unitário dos produtos, em uma indústria, ou também o 
custo unitário do serviço, nas prestadoras de serviços.
Assim, podemos dizer que a contabilidade de custos se aplica 
às indústrias, às prestadoras de serviços e às empresas rurais. 
Somente não se aplica às empresas que comercializam produtos. 
Este fato se justifica pela própria definição da contabilidade de 
custos, quando especifica que ela serve para calcular o custo 
unitário. Veja que, nas empresas comerciais, o custo unitário 
já está calculado, e está informado na nota fiscal de compra 
da mercadoria. Neste caso, o custo da mercadoria é o valor de 
compra, não havendo necessidade de cálculo adicional para se 
encontrar o custo unitário da mercadoria. 
Muitas empresas comerciais comentam que aplicam 
a contabilidade de custos. Na realidade, elas aplicam 
somente a planilha de custos, pois a contabilidade 
de custos serve para avaliar o estoque, e esse tipo de 
empresa já tem seus estoques avaliados pelo valor 
da nota fiscal da mercadoria. Assim, elas utilizam a 
planilha de custos para controlar os gastos da empresa, 
ou seja, somente para gerenciar os gastos da empresa, 
e não para avaliar o estoque. 
26
Universidade do Sul de Santa Catarina
Ao contrário das empresas comerciais, nas empresas industriais, 
de serviços e rurais, precisamos somar três fatores para conhecer 
o custo unitário de um produto, que são: 
 � Matéria-prima (M. P.); 
 � Mão de obra direta (MOD); e 
 � Custos indiretos de fabricação (CIFs). 
Assim, podemos dizer que os estoques desses três tipos de 
empresa (industriais, rurais e prestadoras de serviços) se 
classificam em matéria-prima, produtos em processo e 
produtos acabados (as empresas de serviços não possuem a conta 
contábil estoque de serviço acabado). Na empresa comercial, o 
estoque recebe a denominação de mercadoria. 
Acompanhe a tabela seguinte, que dispõe esta relação de 
estoques por tipo de empresa. 
Tabela 1.1 - Tipos de estoque relacionados por tipos de empresa
Tipo de Empresa
Indústria, Rural e Prestadora de Serviço Comercial
Estoques Estoque
Matéria-prima
Mercadoria
Produtos em processo
Indústria: produto em processo
Rural: nome da cultura ou nome do animal de criação
Empresa de Serviço: serviço em andamento
Produto Acabado
Indústria: produto acabado
Rural: nome da cultura ou animal abatido
Serviço: não existe nas empresas de serviços
Fonte: Elaboração do autor, 2007.
Nas empresas de criação de animais 
(pecuária, por exemplo), se o 
animal continuar vivo na atividade 
produtiva, não há estoque 
de produto acabado, pois se 
considera o pressuposto de que o 
animal ainda está em “processo”, 
ou seja, ainda gera custo para a 
empresa. E, se gerar custo, este deve 
ser contabilizado no estoque de 
produtos em processo. 
27
Contabilidade de Custos
Unidade 1 
Tipos de empresa 
A classificação já apresentada sobre os tipos de empresa 
(indústria, rural, prestação de serviço e comercial) é somente uma 
das possíveis. Existem outras classificações, como, por exemplo, 
lucrativas e não lucrativas; financeiras e não financeiras etc. 
Na classificação apresentada anteriormente (indústria, rural, 
prestação de serviço e comercial), todos os tipos de empresa que 
você possa imaginar se enquadram, como, por exemplo: 
 � banco (serviços); 
 � escola (serviço); 
 � governo (serviço); 
 � frigoríficos (indústria); 
 � plantação de seringueiras (rural); 
 � montadoras de carros (indústria); 
 � construção civil (indústria) etc. 
Conforme já mencionado, a contabilidade de custos se aplica 
às empresas industriais, rurais e de serviços. O que diferencia 
a contabilidade de uma empresa para outra empresa é a 
nomenclatura utilizada nos estoques, já que a técnica é a mesma 
para os três tipos de empresa. 
Veja, a seguir, como funciona o estoque destes três tipos de 
empresa. 
a) Funcionamento do estoque na empresa industrial 
Para a empresa industrial, o estoque de matéria-prima é 
composto pelos insumos que serão utilizados na produção. E, 
aqui, a contabilidade de custos não atua, pois essa conta contábil 
somente registra os valores da matéria-prima. A contabilidade de 
custos apenas define os valores das outras duas contas contábeis 
que compõem o estoque das empresas industriais: estoque de 
produtos em processo e estoque de produtos acabados. 
28
Universidade do Sul de Santa Catarina
O estoque de produtos em processo é a soma da M. P. que está 
sendo utilizada na produção, mais a MOD, que é o salário dos 
funcionários, os quais estão fabricando os produtos, e os diversos 
CIFs que estão sendo usados na produção. Antecipadamente, 
para você não ficar em dúvida, veja alguns exemplos de CIFs: 
depreciação, água (quando não é M. P.), seguro do prédio da 
fábrica, entreoutros. 
E veja que o estoque de produtos acabados é o valor total do 
estoque de produto em processo depois de terminado. 
b) Funcionamento do estoque na empresa rural 
Nas empresas rurais, o estoque de matéria-prima é a soma dos 
insumos que serão utilizados na produção. No caso de uma 
empresa agrícola, então vão ser sementes, adubos, defensivos 
agrícolas, entre outros. Se for empresa de criação de animais, vai 
ser o próprio animal (como pinto, porco, gado, entre outros), a 
alimentação, as vacinas, os remédios etc. 
O produto em processo da agricultura refere-se ao 
desenvolvimento da cultura, ou seja, são os gastos com matéria-
prima, mais os gastos com a mão de obra para plantar, cuidar e 
colher a plantação e os outros gastos indiretos (CIFs). 
Na pecuária, o produto em processo refere-se ao 
desenvolvimento da criação do animal. Ou seja, nesta conta 
contábil serão lançados o valor pago pelo animal, a ração, os 
remédios, a mão de obra direta para cuidar dos animais e os 
demais custos indiretos. 
O produto acabado da agricultura é a cultura pronta para a 
venda (feijão, café, laranja etc.). 
A conta contábil estoque de produto acabado na pecuária não 
existe em empresas as quais criam animais para a venda “em pé” 
(ou animais vivos). Nas empresas pecuárias, esta conta somente 
recebe lançamentos, se a empresa abater o animal e vendê-lo 
nesta condição, abatido. 
29
Contabilidade de Custos
Unidade 1 
Quando se tratar de animais que não serão abatidos, 
(reprodutores, ovelha para produção de lã, cavalos 
de corrida etc.) tais animais (traduzidos em valores 
monetários) serão contabilizados não no estoque, e sim 
na conta contábil imobilizado, do grupo permanente. 
 
Assim também na empresa agrícola, quando a 
plantação é permanente (videiras, seringueiras, 
laranjeiras etc.), o seu registro é feito na conta contábil 
imobilizado, ao contrário das culturas temporárias, nas 
quais o registro é feito no grupo estoque (arroz, feijão, 
soja etc.). 
c) Funcionamento do estoque na empresa prestadora de serviço 
Nas empresas de serviços, o estoque de matéria-prima é 
composto pelos insumos gastos na prestação do serviço. Se bem 
que, como se pode notar em tais empresas, tais insumos, muitas 
vezes, são insignificantes quanto ao valor. Por exemplo, em um 
escritório de contabilidade, as matérias-primas são canetas, lápis, 
folhas de papel, tinta da impressora etc., utilizados na prestação 
do serviço. 
O estoque de produto em processo recebe o nome de serviço 
em andamento, ou outro nome que identifique o tipo de serviço 
em andamento (por exemplo, cliente um, cliente dois ou serviço 
“este”, serviço “aquele” ou obra “disto”, obra “daquilo” etc.). 
Quando o serviço é faturado (cobrado) por mês, o “estoque de 
serviço em processo” existe somente do primeiro ao último dia do 
mês. Quando o serviço que está sendo executado leva mais de um 
mês para ser terminado, o valor da conta “estoque de serviço em 
processo” passa de um mês para o outro (por exemplo, o serviço 
que um escritório de advocacia está prestando para um cliente, a 
construção de uma obra pública etc.). 
Quanto à conta contábil “estoque de serviços acabados”, esta não 
existe nas empresas prestadoras de serviços pelo simples fato 
de não se conceber o estoque de um serviço. De acordo com a 
realidade humana, não podemos conceber o serviço “estocado”. 
30
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para terminar esta seção, lembre-se de que a técnica da 
Contabilidade de Custos que se aplica nas empresas industriais, 
rurais e de serviço é a mesma. Somente cabe uma adaptação nas 
nomenclaturas, principalmente nas empresas de serviço. Mas o 
cálculo e o raciocínio são os mesmos. 
Seção 3 - Qual a diferença entre a 
contabilidade de custos e o sistema 
de custos? 
No meio empresarial (e na bibliografia de custos também), muito 
se fala em Sistemas de Custos e Contabilidade de Custos. Mas, 
se formos analisar efetivamente um e outro, perceberemos que a 
principal distinção entre estes é a complexidade. Neste sentido, 
podemos dizer que a classificação entre Contabilidade de Custos 
e Sistema de Custos está relacionada ao porte da empresa. 
Se formos analisar uma microempresa até uma empresa de porte 
médio, podemos dizer que existe Contabilidade de Custos. Se 
a análise recair em uma empresa de porte médio até empresas 
de grande porte, a denominação não é mais Contabilidade de 
Custos, e sim Sistema de Custos. 
Esta diferença de nomenclaturas se verifica na quantidade de 
dados manipulados, no tamanho da planilha, na quantidade de 
dados extraídos, na quantidade de informações que permeiam 
a Contabilidade de Custos, de maneira geral. Assim, quando a 
Contabilidade de Custos incorpora muitos dados e fornece muita 
informação, dizemos que existe um Sistema de Custos, pelo 
aumento da complexidade da Contabilidade de Custos. 
Tanto um sistema de informação como o outro (Sistema de 
Custos e Contabilidade de Custos) possuem dois objetivos 
básicos, a saber: 
31
Contabilidade de Custos
Unidade 1 
a) determinar o custo unitário de produtos e/ou serviços - o 
primeiro objetivo do sistema de custos, ou da contabilidade de 
custos, é determinar o custo unitário. Tal custo é a informação 
básica para qualquer tomada de decisão nas empresas. Esta 
informação serve para avaliar o estoque (produtos em processo 
e produtos acabados) e determinar o lucro, pois, grosso modo, o 
lucro é a receita menos os valores pagos para fabricar os produtos 
(ou produzir os produtos rurais), ou prestar os serviços; 
b) servir como instrumento gerencial - o primeiro objetivo é o 
mais importante (determinar o custo unitário). Todavia, com os 
sistemas informatizados de hoje (computadores e programas), ele 
(custo unitário) deixou de ser relevante, devido à facilidade de 
se implantarem Sistemas de Custos nas empresas. O que passou 
a ser relevante é a análise que se faz a partir das informações 
geradas pelo sistema de custos. 
Uma análise bastante utilizada nas empresas é o controle. Por 
meio do conhecimento dos custos, os gestores podem saber se a 
produção está aumentando ou diminuindo, ou se o consumo de 
M. P., por unidade, é a mesma dos meses anteriores. Enfim, os 
dirigentes da empresa possuem informações de todo o processo 
produtivo. 
Outro instrumento de análise é o custo-padrão, que serve para 
fazer projeções de valores, principalmente na confecção dos 
orçamentos. 
O Sistema de Custos também informa a margem de 
contribuição, que é uma ferramenta básica na determinação do 
ponto de equilíbrio. 
� O custo-padrão é o custo do mês em análise 
(unitário ou total), projetado para o futuro, geralmente 
doze ou vinte e quatro meses. 
� A margem de contribuição (M. C.) é o preço de 
venda diminuído dos valores variáveis (unitário ou 
total). 
� O ponto de equilíbrio é a situação em que as 
receitas e as despesas são iguais. Assim, indica-se 
a quantidade vendida, quando não há lucro nem 
prejuízo. 
32
Universidade do Sul de Santa Catarina
Até aqui, você estudou alguns fundamentos dos sistemas 
de custos (ou contabilidade de custos). Mas, com esses 
conhecimentos básicos, você pode estar se perguntando: quais 
são as desvantagens e vantagens da contabilidade de custos ou 
sistema de custos? 
Acompanhe as seguintes respostas (primeiro veremos as 
desvantagens). 
Desvantagens do sistema de custos ou da contabilidade de custos 
1) Alto gasto na implantação - De fato, para se implantar 
uma contabilidade de custos ou sistema de custos, as empresas 
incorrem em desembolsar uma boa quantidade de dinheiro nessa 
implantação, mesmo porque isto leva certo tempo para terminar, 
dependendo do porte da empresa. Mas esse gasto é somente na 
implantação, visto que, após implantar-se a contabilidade de 
custos ou o sistema de custos, a empresa praticamente não terá 
mais gasto. O difícil é definir a planilha de custo. Depois que a 
planilha estiver pronta para um mês, para os meses seguintes é 
preciso somente atualizar os dados, ouseja, digitar os valores do 
mês do qual se queira calcular o custo. 
2) Excesso de burocracia - Aqui a desvantagem é maior para a 
empresa. É que, antes da implantação do sistema/contabilidade 
de custos, quase não existem rotinas nas empresas para “levantar” 
dados, já que não há necessidades deles. Com a implantação 
do sistema de custos, a empresa precisa saber todos os valores 
referentes à M. P. (quantidade consumida, em qual produto 
foi alocada etc.), aos valores da MOD (quantidade de horas 
trabalhadas, alocação da MOD para cada produto etc.) e a todos 
os outros custos indiretos de fabricação (CIFs). Perceba que, 
com a implantação de uma contabilidade de custos, gera-se uma 
rotina na empresa (levantamento de dados). Este levantamento 
de dados cria uma burocracia na empresa. E esta burocracia pode 
prejudicar bastante o processo de implantação e continuidade 
do sistema de custos. Se não for devidamente administrada (a 
burocracia), pode inviabilizar a contabilidade de custos pela 
resistência que, por ventura, venha a ser oposta pelos funcionários 
da produção da empresa. 
33
Contabilidade de Custos
Unidade 1 
Estas foram as desvantagens. Mas as vantagens, basicamente, 
duas, são mais importantes. 
Vantagens do sistema de custos ou da contabilidade de custos 
1) Revela o custo unitário - com a implantação da contabilidade 
de custos, ou do sistema de custos, as empresas podem saber o 
custo unitário do produto e/ou do serviço. Esta, convenhamos, 
é uma informação deveras importante. O seu simples 
conhecimento é muito importante para a empresa, tanto para 
saber quanto custa um produto, como para avaliar o estoque 
da empresa. A informação do estoque é importante no sentido 
de se conhecer o valor monetário que aparecerá no balanço 
patrimonial, nas contas dos estoques. Então, sem a contabilidade 
(ou sistema) de custos, a empresa não tem como saber o valor da 
conta sintética “estoque”. Assim, nesse caso, deve arbitrar o valor 
do estoque conforme regras do Decreto-Lei 1.598/77, já vistas 
anteriormente. 
2) Instrumento gerencial - como instrumento gerencial, a 
contabilidade de custos proporciona análise quantitativa e 
qualitativa. Quantitativa, na comparação de valores, como, por 
exemplo, comparação no consumo de M. P. entre vários meses, 
análise quantitativa de horas trabalhadas etc. Qualitativa, na 
análise do crescimento da produção menor do que o crescimento 
do consumo de M. P., ou aumento da produção com a mesma 
quantidade de horas trabalhadas, entre outros. Determina-se, 
assim, conhecer onde possa haver desperdício de capital, pelo 
consumo excessivo, em relação à produção, ou um aumento de 
gasto sem uma relação direta com benefícios para a empresa. 
Identificam-se, também, os departamentos ou os produtos que 
proporcionam lucros ou prejuízos pela análise da rentabilidade 
destes, por meio das receitas geradas e dos consumos de recursos 
vinculados a esses departamentos e/ou produtos. 
Como você pode notar, as vantagens proporcionadas pela 
contabilidade de custos são basicamente duas: custo unitário 
e análise gerencial. O custo unitário é fácil de calcular com a 
planilha. 
34
Universidade do Sul de Santa Catarina
Quanto à análise, não existe uma fórmula pronta de análise de 
custos. Como será estruturada a planilha, quais informações 
farão parte da planilha, que informações dela serão extraídas, 
que importância será dada a ela no gerenciamento da empresa? 
Observe que todos estes tópicos de análise dependerão dos 
gestores das empresas. A necessidade da empresa, a sua 
necessidade como gestor do custo, a sua cultura em relação ao 
assunto (custo) é que vai determinar a estrutura da planilha e, 
principalmente, que tipo de análise será feita. 
Saber utilizar a planilha de custos na comparação de valores 
talvez seja mais importante do que as simples técnicas de análise 
de custos, presentes nos livros didáticos. 
A título de exemplo, deve ser considerado o consumo de M. 
P. em relação à produção, acréscimo ou decréscimo do custo 
da MDO em relação à produção, entre outros. Estas são 
informações que não se aprendem na escola, o contador de custos 
deve aprender no dia a dia. 
Ao tratar dos sistemas de contas, alguns autores 
distinguem dois tipos: o sistema monista – que 
compreende um só conjunto de livros, uma só razão 
geral, ou seja, as contabilidades externas e internas 
estão resumidas; e o sistema dualista – formado por 
duas contabilidades autônomas, embora mutuamente 
subsidiadas. Esta noção, entretanto, não é aplicada na 
contabilidade atualmente. 
35
Contabilidade de Custos
Unidade 1 
Síntese
Você estudou, nesta unidade, os dois objetivos básicos da 
contabilidade de custos (ou sistema de custos, dependendo do 
porte da empresa). Você também aprendeu em quais tipos de 
empresa pode-se aplicar a contabilidade de custos e por que 
não se aplicam esses conteúdos nas empresas comerciais. Você 
teve, igualmente, uma visão genérica do funcionamento dos 
estoques nos quatros tipos de empresa. Estudou a diferença entre 
contabilidade de custos e sistemas de custos, suas vantagens e 
desvantagens. 
Para você ter certeza se alcançou os objetivos propostos, antes de 
prosseguir, releia-os no início da unidade. 
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade você vai ser instigado/a (provocado/a) a realizar 
atividades de autoavaliação. O gabarito está disponível no final do livro 
didático. Mas se esforce para resolver as atividades sem ajuda do gabarito, 
pois, assim, você estará promovendo (estimulando) a sua aprendizagem. 
Responda, então:
1) Para um produto existir na realidade, quais são os fatores que 
concorrem para sua existência? 
36
Universidade do Sul de Santa Catarina
2) Em quais tipos de empresa pode-se aplicar a contabilidade de custos? 
3) Por que não se aplica a contabilidade de custos nas empresas 
comerciais? 
4) Qual o “estoque” que existe nas empresas industriais e rurais e que não 
existe nas empresas prestadoras de serviços? 
37
Contabilidade de Custos
Unidade 1 
5) Qual a diferença básica entre um sistema de custos e uma contabilidade 
de custos? 
6) Quais são os dois objetivos da contabilidade de custos? 
7) Qual a principal desvantagem do sistema de custos? Explique a sua 
resposta. 
38
Universidade do Sul de Santa Catarina
8) Nos dias de hoje, com a popularização dos computadores, qual a 
principal vantagem da contabilidade de custos? 
9) Existe uma “fórmula” pronta e acabada de se fazer análise de custos? 
Comente sua resposta. 
10) Vamos supor que determinada empresa comercial, um supermercado, 
por exemplo, convide você para implantar um sistema de custos. 
Como você aceitou o desafio, pergunta-se: qual o seu objetivo com a 
implantação da “contabilidade de custos” em uma empresa comercial? 
39
Contabilidade de Custos
Unidade 1 
Saiba mais
Nesta unidade, serão indicadas algumas referências bibliográficas 
para o seu aprofundamento nos conteúdos estudados. Perceba que 
qualquer bibliografia a respeito do tema deve ser consultada, lida 
e estudada, pois é importante para o seu aprendizado. Ademais, 
qualquer assunto estudado nesta disciplina encontra-se na grande 
maioria dos livros de contabilidade de custos. 
Sobre esta matéria, do nosso ponto de vista, o livro mais didático 
que se encontra na “praça” é o do professor Eliseu Martins 
(indicado abaixo), embora existam vários outros bons livros. 
Existem alguns que são muito mais fáceis, mas não completos 
o suficiente. Já outros são bastante completos, mas a redação 
deles deixa um pouco a desejar, principalmente para os que estão 
iniciando nessa área. Então, aqui, você fica convidado/a a folhear 
alguns livros da matéria e formar uma opinião: se são fáceis ou 
difíceis, se são completos, ou não. 
Ainda, uma sugestão: como é interessante o aluno possuir 
uma biblioteca básica referente às disciplinas do curso, sugiro 
a aquisição os em sebos (lojas de livros usados), principalmente 
dos livros que não mudam muito emrelação ao tempo, como 
Contabilidade de Custos, Análise de Balanço, Auditoria, Perícia, 
o próprio Manual de Contabilidade por Ações (um livro básico 
para a profissão), entre outros. Evite comprar livros sobre o 
imposto de renda em sebo, pois a atualização deste tipo de 
bibliografia é constante. Neste último caso, pesquise os assuntos 
na internet, já que os sites estão mais atualizados do que os livros. 
Referência Básica: 
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 
2003. 
40
Universidade do Sul de Santa Catarina
Referência Complementar: 
DUTRA, Rene. G. Custos: uma abordagem prática. São Paulo: 
Atlas, 2000. 
HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne M. Gestão de 
custos: contabilidade e controle. São Paulo: Pioneira Thomson 
Learning, 2001. 
HORGREN, Charles; FOSTER, George; DATAR, Srikant M. 
Contabilidade de custos. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1997. 
LEONE, George S. Guerra. Custos: planejamento, implantação 
e controle. São Paulo: Atlas, 1996. 
2UNIDADE 2 Nomenclaturas básicas aplicadas à contabilidade de 
custos 
Objetivos de aprendizagem
 � Compreender o que é gasto, custo, despesa e perda 
para a contabilidade de custos. 
Seções de estudo
Seção 1 O que são gastos? 
Seção 2 O que é custo?
Seção 3 O que é despesa? 
Seção 4 O que são perdas? 
42
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
O professor Eliseu Martins, em sua obra Contabilidade de Custos 
(2003), argumenta que, desde que duas pessoas resolvam se 
comunicar, deve haver um mínimo de entendimento nessa troca 
de ideias. 
E que, para haver comunicação, as pessoas devem utilizar os 
mesmos nomes para os objetos, os conceitos e as ideias, sob pena 
de não haver entendimento na troca de palavras. 
O autor ainda ressalta que, nas Ciências Sociais, de maneira 
geral, e na área econômica, de maneira especial (Contabilidade, 
Administração e Economia), encontramos uma profusão de 
nomes para um único conceito ou uma variedade grande de 
entendimento para uma única palavra (MARTINS, 2003). Sílvio 
Crepaldi (2009) argumenta neste mesmo sentido. 
Para podermos nos comunicar sem que o entendimento fique 
truncado, a contabilidade de custos definiu conceitos para 
algumas palavras-chave utilizadas no seu contexto. Essas palavras 
são usadas frequentemente no cotidiano das pessoas e adquirem 
os mais diferentes significados. 
Então, para nos entendermos, devemos saber efetivamente a 
definição dessas nomenclaturas na “esfera” da contabilidade e, de 
maneira especial, no âmbito da contabilidade de custos. É este 
assunto que você irá estudar nesta unidade. 
43
Contabilidade de Custos
Unidade 2 
Seção 1 - O que são gastos? 
Você sabe o que são gastos? 
Gastos são sacrifícios financeiros desembolsados pela 
empresa para adquirir bens ou serviços. Estes sacrifícios 
financeiros se caracterizam pela entrega ou promessa 
de entrega de valores do ativo (ou contabilizados 
diretamente no grupo despesa), normalmente 
dinheiro. 
Vamos recapitular! Como exemplos de bens, temos dinheiro 
(caixa), estoques, máquinas, terrenos etc. Como exemplo de 
direitos, temos banco (dinheiro depositado no banco), clientes 
(contas a receber), empréstimos a diretores etc. 
O gasto somente se define quando há a transferência de 
propriedade do bem ou serviço para a empresa, ou seja, no 
instante em que a empresa assume a dívida ou no momento da 
redução do valor do ativo (ou considerado imediatamente como 
despesas), entregue como pagamento. 
Este conceito de gasto é bastante amplo e está próximo do 
linguajar que se usa no dia a dia. 
Em uma empresa, muito dos valores desembolsados do caixa (ou 
do banco) da empresa são gastos, mas alguns valores não o são. 
Então, quando a empresa sacrifica algum valor do ativo para 
adquirir outro ativo, há o gasto. O mesmo acontece, quando a 
empresa sacrifica algum valor do ativo para adquirir uma despesa 
(pagamento de água, por exemplo). 
Veja alguns exemplos de gasto. 
44
Universidade do Sul de Santa Catarina
Quando a empresa compra matéria-prima está 
incorrendo em gasto, pois trocou um ativo, dinheiro, 
por outro ativo, matéria-prima. A empresa também 
está incorrendo em gasto quando cumpre a folha de 
pagamento, pois está efetuando uma troca de ativos, 
neste caso dinheiro, por serviço de seus funcionários. 
Compra de máquinas e outros imobilizados também 
são gastos, já que há uma troca de ativos. 
Outro exemplo é o pagamento de despesas. Neste 
caso, a empresa está trocando um ativo, dinheiro, por 
um bem de consumo (gasolina do carro do presidente 
da empresa, por exemplo). 
Perceba que os gastos podem ser alocados no 
ativo ou lançados diretamente na despesa. Como 
exemplo de ativo podemos citar a compra de 
matéria-prima, compra de imobilizado, entre outros. 
Quanto à despesa, podemos citar a compra de 
material de expediente, pagamento de funcionários 
administrativos, entre outros. 
Mas observe que todo gasto, direta ou indiretamente, 
tornar-se-á despesa, pois todo ativo se tornará despesa, 
cedo ou tarde. Um exemplo é o gasto com imobilizado, 
que se tornará despesa com a depreciação deste (já 
que a depreciação será contabilizada futuramente 
no grupo Despesa). Quanto ao gasto com despesa, 
dispensa maiores comentários, pois, por natureza, já é 
despesa. 
Entretanto, há vários exemplos de desembolso do caixa que 
não são gastos. Neste caso, temos os valores que a empresa 
desembolsa da conta caixa ou da conta banco e que não serão 
lançados futuramente no grupo despesa. 
Acompanhe dois exemplos de desembolso que não são tidos 
como gastos. 
45
Contabilidade de Custos
Unidade 2 
Amortização de empréstimos - neste caso, há a saída 
de dinheiro do caixa, mas não há a aquisição de bem 
ou de um direito. Veja que não há aumento do ativo e 
nem aumento da despesa. Há somente o pagamento 
do empréstimo. Perceba que a amortização do 
empréstimo não é gasto, mas o juro pago pelo 
empréstimo é gasto, já que o juro é o sacrifício em que 
a empresa incorre para utilizar o dinheiro do banco 
(neste caso, o juro do empréstimo será contabilizado 
no grupo despesa e a amortização do empréstimo, por 
sua vez, não será). 
 
Empréstimo a diretores - com esse mesmo raciocínio, 
também podemos dizer que o empréstimo a diretores 
não é gasto, pois a empresa não está entregando 
dinheiro em troca de um bem ou serviço. Em um futuro 
próximo, os diretores devolverão o empréstimo, e a 
empresa não arcará, então, com nenhuma despesa. 
Veja que todo “gasto” é uma despesa, direta ou 
indiretamente. Diretamente, quando os valores 
são lançados imediatamente no grupo despesa; e, 
indiretamente, quando os valores do gasto transitam 
primeiramente pelo grupo ativo e depois são lançados 
no grupo despesa. 
Seção 2 - O que é custo? 
Você sabe o que é custo? 
Custo é o consumo de recursos no processo produtivo. 
É o gasto em que a empresa incorre para fabricar um 
produto ou prestar um serviço. Perceba que custo 
ocorre somente no processo de produção (na fábrica). 
O seguinte trocadilho expressa uma grande verdade! 
Todo custo é um gasto, mas nem todo gasto é um custo. 
46
Universidade do Sul de Santa Catarina
Então, observe que os custos são somente o consumo de matéria-
prima (M. P.), o gasto com mão de obra dos funcionários da 
fábrica (MOD) e os demais gastos (CIFs) que ocorrem no 
processo de transformação da matéria-prima em produtos, nas 
indústrias e empresas rurais, e os valores nos quais as prestadoras 
de serviços incorrem para prestar o serviço. 
Os demais gastos da empresa não são considerados custos, e 
sim despesas administrativas, de vendas ou financeiras. Para 
os objetivos deste trabalho, definiremos estas três despesas, já 
citadas, como despesas acessórias. 
De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas (6.404/76), 
a demonstração do resultado do exercício deve discriminar 
o que são custos dos produtos vendidos (CPV) das despesas 
operacionais do exercício. 
No CPV, vão os gastos de fabricação dos produtos que já 
foram vendidos;e, nas despesas operacionais, os gastos com a 
manutenção da estrutura burocrática da empresa. A estrutura 
burocrática é representada pelos departamentos de contabilidade, 
contabilidade de custos, diretoria, financeiro, administração, 
vendas, marketing, as assessorias (jurídica, entre outras), entre 
outros exemplos. 
Uma particularidade importante entre os custos e as despesas é 
que os custos, necessariamente, são contabilizados primeiramente 
nos estoques, ou seja, todo valor gasto, e que seja custo, deve 
ser lançado na conta produto em processo e, depois, na conta 
produtos acabados. 
Já as despesas devem ser contabilizadas (lançadas) diretamente na 
conta despesas operacionais (despesas administrativas, despesas 
com vendas e despesas financeiras). 
Esta segregação, separação, justifica-se pelo fato de o gasto 
com a produção ser com o produto, e o produto, por sua vez, 
necessariamente dever estar estocado, ao menos durante o 
processo de fabricação. Se a empresa fabrica produto, esse deve 
ser contabilizado necessariamente na conta produto em processo, 
para, quando terminar a produção, ser transferido para a conta 
produto acabado. Quando da venda, aí sim, o custo é transferido 
47
Contabilidade de Custos
Unidade 2 
para o resultado do exercício, para a conta custo do produto 
vendido. 
Esta sistemática também se aplica às empresas rurais e às 
empresas prestadoras de serviço. 
Como existem duas classificações distintas nas empresas 
rurais (agricultura e pecuária), você deve prestar atenção na 
especificação da empresa para definir o que seja “custo” e como 
alocá-lo aos estoques. 
As empresas agrícolas também possuem uma classificação 
específica, cultura permanente e cultura temporária. 
 � Na cultura permanente, primeiro, há a plantação dos 
pomares. Então, todos os gastos na formação destes 
pomares devem ser contabilizados no ativo imobilizado 
da empresa, para posterior exaustão da plantação. Esta 
exaustão é contabilizada (lançada) na conta produtos em 
processo, ou outra nomenclatura de conta que informe 
efetivamente a colheita daquela cultura. Após a colheita, 
o valor da conta é transferido para produtos colhidos, ou 
outra nomenclatura de conta que informe efetivamente 
qual cultura foi colhida e que será estocada. 
 � Na cultura temporária, os materiais (sementes, 
adubos, defensivos agrícolas etc.) são transferidos da 
conta insumos agrícolas (matéria-prima, na indústria) 
para a conta plantação em andamento – plantação de 
milho, plantação de feijão etc. (produto em processo, na 
indústria). Após a colheita, esses valores são transferidos 
para a conta que represente a cultura colhida – estoque 
de milho, estoque de feijão (trata-se da conta produtos 
acabados, na indústria). 
E, nas empresas prestadoras de serviço, o estoque de produtos 
em processo, da indústria, recebe o nome de serviço sendo 
executado ou serviço em andamento. Nessa conta, serão 
lançados (contabilizados) todos os gastos nos quais a empresa 
incorre para prestar o serviço, como, por exemplo, matéria-
prima (nas empresas de serviços, a matéria-prima geralmente é 
irrelevante, mas existe – por exemplo: papel, tinta de impressão, 
caneta, entre outros), a mão de obra gasta para executar o serviço 
48
Universidade do Sul de Santa Catarina
(geralmente o valor mais preponderante dos gastos, nesse tipo de 
empresa) e os demais custos indiretos suportados pela empresa 
para prestar o serviço. 
Um detalhe importante nas empresas prestadoras de serviços 
é que não existe a conta contábil serviços acabados (conta 
produtos acabados, na indústria), já que, na realidade humana, 
não podemos conceber o “estoque de um produto intangível”. 
Como você irá visualizar na figura seguinte, todos os gastos em 
que a empresa incorrer no prédio da fábrica são custos; já o gasto 
no prédio da administração é despesa. 
Figura 2.1 - Distinção entre o prédio da fábrica e o prédio da administração 
Fonte: Elaboração do autor, 2007.
A partir deste momento, fique atento/a à palavra “custo”, 
pois, toda vez que você a ler neste livro didático, ela terá esta 
conotação, ou seja, gasto no processo produtivo. Mas mais 
importante do que utilizar a palavra “custo” nesta disciplina é 
você utilizar esta palavra em todos os assuntos relacionados à 
profissão de contador. 
49
Contabilidade de Custos
Unidade 2 
Como já falado, a conta sintética estoque está 
subdividida em três contas analíticas (por enquanto, 
vamos ficar nestas três: mais tarde, veremos a 
subdivisão delas). 
 
Estoque 
 
 � Matéria-prima
 � Produtos em processo
 � Produtos acabados
 
Perceba que somente podemos usar a denominação 
“custo” em duas contas: produtos em processo e 
produtos acabados. 
 
Não podemos usar a palavra “custo” no estoque de 
matéria-prima, pois o custo é a soma de M. P., mais a 
MOD e os CIFs. E, no estoque de matéria-prima não 
existe esta soma, e sim somente nos estoques de 
produtos em processo e produtos acabados. Então, a 
palavra “custo” se confunde com aqueles dois estoques 
e não se confunde com o estoque de matéria-prima. 
Seção 3 - O que é despesa? 
Você conhece a definição de despesa? 
Em contabilidade, define-se despesa como a 
contrapartida da receita. 
Então, para a empresa auferir, obter uma receita, deve incorrer 
em despesa. Se a empresa vender um produto, ela vai conseguir 
uma receita (vai receber um dinheiro ou direito), e a principal 
despesa vinculada a essa receita é o custo do produto vendido 
(ou o custo do serviço prestado ou, ainda, o custo do produto 
rural vendido). 
Aqui você pode ter ficado em dúvida. Poderia estar se 
perguntando: se o custo do produto vendido é uma despesa, 
e o “custo”, como já estudado, somente existe no processo de 
produção, como esta nomenclatura pode estar sendo utilizada 
como despesa? 
50
Universidade do Sul de Santa Catarina
Observe que estamos usando esta terminologia, custo do produto 
vendido, por imposição da Lei das Sociedades Anônimas, a qual 
determina que esta conta contábil receba tal denominação. E 
como essa é a Lei que nomeia as contas contábeis no Brasil (ao 
menos as principais contas), somos forçados a segui-la. 
Entretanto, segundo a definição de despesa, essa conta deveria 
denominar-se “despesa do produto vendido”, seguindo a lógica 
de existirem custos somente nos estoques. Quando o produto é 
baixado pela venda, aquele custo de produção perde a condição 
de “custo” e passa a ser uma despesa com o produto vendido. 
Como a Lei é soberana, iremos nos referir a essa conta 
como custo do produto vendido, entretanto, cientes de que a 
denominação correta (teoricamente falando) deveria ser “despesa 
do produto vendido”. 
A par desta explicação, a peça contábil que informa as receitas 
e as despesas do exercício é a demonstração do resultado do 
exercício (DRE). E, na DRE, existem duas despesas vinculadas 
às receitas: uma principal e outra a que podemos nos referir como 
acessória. 
A despesa principal é o próprio custo do produto vendido, pois 
é o valor relacionado diretamente com a receita. Se uma empresa 
vende um produto, o gasto principal com aquela venda é o valor 
que a empresa desembolsou para fabricá-lo – ou comprá-lo, no 
caso de uma empresa comercial. Então, essa é a principal despesa 
na venda do produto. 
E as despesas acessórias são as despesas operacionais em que a 
empresa incorre para ter condições de vender o seu produto, as 
quais não estão relacionadas diretamente com o produto, mas 
indiretamente. 
Vejamos um exemplo. 
51
Contabilidade de Custos
Unidade 2 
O salário da secretária do presidente da empresa 
não mantém uma relação direta com a venda de um 
produto em particular. Mas o trabalho da secretária 
contribui para que o produto seja fabricado, em 
um primeiro momento, e vendido, em um segundo 
momento. Isto pode ser justificado, se você imaginar o 
presidente da empresa sem uma pessoa que o auxilie. 
Primeiramente, toda empresa deve ter uma pessoa que 
a comande, e, depois, se esta pessoaé muito atarefada, 
o acúmulo de tarefas dificulta o discernimento do 
gestor. Se ele não tiver tempo para gerir a empresa da 
melhor forma possível, provavelmente essa empresa 
não cumprirá seus objetivos, quais sejam, produzir e 
vender produtos. 
 
Percebe-se, então, que todos os gastos operacionais 
que não estão vinculados diretamente ao produto 
contribuem para o esforço de produção e venda, 
por isto são considerados despesas operacionais. 
Aqui estão incluídos os salários administrativos, o 
consumo de água da administração, a depreciação dos 
computadores e mobiliários da parte administrativa da 
empresa, a depreciação dos automóveis da diretoria, 
todos os gastos com o departamento de vendas, todos 
os juros pagos pela empresa, entre outros. 
Um detalhe importante que você deve perceber é que toda receita 
possui uma despesa vinculada, do contrário não seria receita 
– veja bem, sem exceção. Algumas pessoas citam exemplos de 
receita sem despesa, notadamente juro da poupança, por exemplo, 
e doação. 
Quanto ao juro da poupança, este não é receita, mas sim o lucro 
da aplicação. Se compararmos os lançamentos da compra e venda 
de uma mercadoria com a aplicação financeira na caderneta de 
poupança, veremos que os dois lançamentos são equivalentes. 
Acompanhe, na sequência, esses lançamentos. 
52
Universidade do Sul de Santa Catarina
Compra e venda de um bem do estoque (mercadoria qualquer) 
Lançamento na compra 
D – Estoque de mercadoria 
C – Caixa, banco ou fornecedores 1.000,00 
Lançamentos na venda 
Pelo recebimento do dinheiro ou reconhecimento do direito 
D – Caixa, banco ou clientes 
C – Receita com vendas 1.200,00 
Baixa do Estoque 
D – Custo da mercadoria vendida 
C – Estoque de mercadoria 1.000,00 
Então, como a receita foi de $ 1.200,00 e a despesa foi de 
$ 1.000,00, a transação gerou um lucro de $ 200,00 para a 
empresa. 
Aplicação e resgate da poupança (não utilizado – mas que 
deveria ser utilizado) 
Lançamento da aplicação 
D – Aplicação financeira – poupança 
C – Caixa ou banco 1.000,00 
Lançamentos no resgate 
D – Caixa ou banco 
C – Receita com aplicação 1.2000,00 
Baixa da aplicação 
D – “Custo da aplicação financeira” 
C – Aplicação financeira – poupança 1.000,00 
53
Contabilidade de Custos
Unidade 2 
Igualmente ao lançamento da compra e venda da mercadoria, a 
empresa obteve uma receita de $ 1.200,00 e uma despesa de $ 
1.000,00. O lucro com a aplicação financeira foi de $ 200,00. 
Entretanto, o lançamento que se faz na prática do dia a dia das 
empresas é o seguinte: 
Aplicação e resgate da poupança (utilizado na prática diária – 
incorreto) 
Lançamento da aplicação 
D – Aplicação financeira – poupança 
C – Caixa ou banco 1.000,00 
Lançamento de resgate da aplicação 
D – Caixa ou banco 1.200,00 
C – Aplicação financeira – poupança 1.000,00 
C – Receita com juros 200,00 
Perceba que a técnica mais correta é a primeira, pois é a mesma 
do lançamento da mercadoria. A segunda é uma técnica 
simplificada, que não revela, na DRE, o valor aplicado pela 
empresa (“custo da aplicação” – similar ao custo da mercadoria / 
produto). 
Devido a este segundo lançamento é que muitas pessoas dizem 
não existir “despesa” na aplicação financeira. Mas, como vimos 
no primeiro lançamento, existe sim e é justamente o quanto a 
empresa perdeu ($ 1.000,00) para ganhar o valor de $ 1.200,00 
obtendo, com isso, um lucro de $ 200,00, como já comentado. 
Também aqui muitas pessoas dizem que não há condições 
de se fazer este primeiro lançamento, devido à tributação dos 
impostos; mas, convenhamos, a contabilidade deveria seguir 
os princípios contábeis, e não os ditames do fisco. Existe toda 
uma metodologia para transformar os dados da contabilidade 
para o fisco, que se denomina Livro de Apuração do Lucro Real 
(Lalur) – aliás, é como previsto na Lei das Sociedades Anônimas 
(6.404/76).
54
Universidade do Sul de Santa Catarina
Pesquise na Lei das SAs qual artigo informa que as 
empresas devem fazer a contabilidade de acordo 
com os princípios contábeis, e depois utilizar o Lalur 
para converter os dados da contabilidade para a 
metodologia do fisco. Como sugestão, se você não 
possui o livro com a Lei, então faça a pesquisa na 
internet, pois vários sítios a disponibilizam. 
Quanto à “doação”, saiba que esta não é receita, pois não 
possui despesa. Alguns profissionais alegam que existem taxas, 
impostos, entre outros encargos na transmissão do bem. Mas os 
encargos são mais detalhes do que propriamente um gasto para se 
ter o bem. A doação tanto não é receita que o seu lançamento não 
é efetuado nas contas de resultados (receita e despesa), mas sim 
diretamente no patrimônio líquido da empresa.
Seção 4 - O que são perdas?
São os valores que desaparecem durante o processo produtivo e 
para os quais não há maneiras de recuperação. São os recursos 
consumidos na empresa, sem que haja uma contrapartida de 
receita. 
Normalmente, o termo “perda” está relacionado com o processo 
produtivo, mas pode-se usar este conceito também com relação 
às despesas operacionais. Assim, pode haver perda na atividade 
burocrática da empresa, como, por exemplo, perda de material no 
departamento de contabilidade, entre outras.
No processo produtivo, as empresas incorrem em dois tipos de 
perdas: as normais e as anormais. 
55
Contabilidade de Custos
Unidade 2 
1) Perdas normais 
As perdas normais são os gastos previsíveis que a empresa suporta 
e que não irão proporcionar nenhuma receita. Essas perdas 
podem ocorrer com os materiais, com a mão de obra e com os 
custos indiretos de produção. 
a) Perdas com materiais 
 São os materiais consumidos de forma normal e 
involuntária pela empresa, sem que a empresa vá receber 
alguma receita. A título de exemplo, podemos citar as 
aparas de papel, em uma gráfica. Elas são consideradas 
perdas, pois a empresa está tendo um gasto que não irá 
recuperar. O custo dessas aparas será incorporado ao 
custo do produto, mas, se a empresa pudesse eliminá-las, 
o custo seria menor para fabricar o produto. Portanto, 
neste caso, as aparas são uma perda para a empresa. 
Sabemos que a receita do produto vai contemplar essa 
perda, mas, se a empresa pudesse eliminá-la, então 
poderia reduzir o valor da venda e, com isto, aumentar 
a quantidade vendida. Ademais, a empresa não pode 
vender “perdas”, ela deve vender um produto que tenha o 
menor custo possível. 
 Mais exemplos de perdas com materiais são evaporação 
dos produtos voláteis, perda com estoques perecíveis 
(alimentos, por exemplo), entre outros. 
b) Perdas com mão de obra 
 São os tempos não produtivos dos empregados, pelos 
quais a empresa remunera a hora trabalhada, embora 
eles não produzam. Como exemplo, podemos citar o 
tempo despendido para lanches, as faltas justificadas, 
as férias, o descanso semanal remunerado (DSR), as 
paradas de manutenção da fábrica, os feriados etc. Aqui 
somente é considerada perda, se a empresa remunerar a 
hora trabalhada. No caso do tempo de almoço, este não 
é considerado perda, pois, geralmente, a empresa não 
remunera esse tempo. 
56
Universidade do Sul de Santa Catarina
c) Perdas com custos indiretos de fabricação 
 São os gastos involuntários e previsíveis que a empresa 
tem com esses valores. Os exemplos podem ser os mais 
variados possíveis, desde que a perda seja previsível e 
que o valor seja classificado como custos indiretos de 
fabricação. Para exemplificar, podemos citar as perdas 
com materiais indiretos, entre outros. 
As perdas normais possuem duas características bem definidas: 
são previsíveis e contabilizadas no estoque. 
São previsíveis à medida que a gerência da fábrica consegue 
fazer uma estimativa antecipada da ocorrência daqueles gastos. 
Por exemplo, a perda com produtos voláteis pode ser estimada, 
levando-se em consideração o volume de materiais. As faltas 
justificadas podem ser previstas em função do histórico de faltas 
dos funcionários nos anos anteriores. 
Como são previsíveis e

Continue navegando