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Comentários sobre os Capítulos 1, 2 e 3 do livro “Curso de Direito Penal – Fernando Capez”. CAPÍTULO 1 · O Direito Penal tem como função selecionar os comportamentos humanos mais graves e perniciosos (que fazem mal, são nocivos) à coletividade, colocando em risco os valores que são fundamentais para a convivência social, e descreve-os como infrações penais; · A ciência penal vai explicar a razão, e essência e o alcance das normas jurídicas, sempre evitando o casuísmo (argumentos fundamentados em algo falso); · Os bens jurídicos são os valores fundamentais para a subsistência do corpo social. São eles: a vida, a saúde, a liberdade, a propriedade, etc.; · O Direito Penal assume o papel de difusor do medo e da coerção; · Temos que ter consciência de que as regras são cumpridas não apenas por coerção, mas também pelo compromisso ético-social que se estabelece entre o Estado e o cidadão. Portanto, o Direito Penal acaba por exercer a função de formação do juízo ético dos cidadãos, que passam a ver quais os valores essenciais para o convívio do homem em sociedade; · O homem é o único capaz de executar ações com consciência do fim, portanto sendo o objeto do Direito Penal, somente este pode dirigir aos seus comandos legais, mandando ou proibindo que se faça algo; · A vontade da lei é dotada de poder absoluto para eleger como fato típico o que bem entender, não existindo necessidade de fixar um conteúdo material; · O Estado Democrático de Direito verifica-se pela imposição de metas e deveres quanto à construção de uma sociedade livre, justa e solidária. A norma penal presente nesse Estado não é somente aquela que descreve um fato como infração penal, porém o tipo incriminador deverá selecionar entre todos os comportamentos humanos, somente aqueles que possuem lesividade social; · Crime não é somente aquilo que o legislador diz que é, já que nenhuma conduta pode ser considerada criminosa, a não ser, a que colocar de algum modo, os valores fundamentais em perigo; · Os tipos penais que só descrevem formalmente as infrações penais, independente da sua efetiva potencialidade lesiva, atentam contra a dignidade da pessoa humana; · Para Celso Antônio Bandeira de Mello, “violar um princípio é muito mais grave do que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo sistema de comandos”; · Não podemos ver o Direito Penal como um simples instrumento opressivo em defesa do aparelho estatal, já que ele exerce uma função de ordenação dos contatos sociais, estimulando práticas positivas e refreando as perniciosas; CAPÍTULO 2 · Primeiramente deve-se saber que fonte é o local de onde o direito provém, sendo a União, a fonte de produção do Direito Penal no Brasil; · Como espécies de fonte formal, temos a Imediata e a Mediata. A imediata é a lei, onde consta que a conduta individual está amparada pela lei, o que significa que o cidadão não pode ser punido em caso de conduta atípica, e caso haja conduta típica, não pode ser punido mais do que consta na lei. Já no caso da mediata, são os costumes os princípios gerais do direito; · A diferença entre norma e lei é que a primeira é o mandamento de um comportamento normal, que será retirada do senso comum de justiça de cada sociedade, já a lei, é a regra escrita feita pelo legislador com o objetivo de tornar expresso o comportamento considerado indesejável e perigoso para a coletividade; · O legislador, não pode proibir algo simplesmente, mas sim detalhar o comportamento, associando uma pena, com o objetivo de serem punidos somente os que realmente praticarem o que estiver descrito; · A lei penal pode ser classificada em duas espécies: leis incriminadoras e não incriminadoras. A primeira são aquelas que descrevem crimes e se seguem penas, já a segunda não descrevem crimes e nem cominam penas. · Costumes são um complexo de regras não escritas, consideradas obrigatórias juridicamente e seguidas pela coletividade. São obedecidas frequentemente, que se tornam quase regras imperativas. O costume é composto por dois elementos, sendo objetivo (constância e uniformidade dos atos) e subjetivo (convicção da obrigatoriedade jurídica); · Quando um caso não estiver explicitamente na lei, o juiz poderá decidir por meio de analogia, costumes e princípios gerais do direito. Ressaltando que a analogia não é fonte formal mediata do Direito Penal, mas método pelo qual se aplica a fonte formal imediata; · Temos três formas de procedimento interpretativo: equidade, doutrina e jurisprudência; · A equidade é quando o juiz deve procurar a opção mais justa possível do caso concreto. A doutrina é a atividade pela qual os especialistas estudam, interpretam o direito, permitindo um entendimento mais adequado. Já a jurisprudência são a consulta de casos semelhantes, interpretando as normas jurídicas em um dado sentido e uniformizando o seu entendimento; CAPÍTULO 3 · A interpretação da lei deve buscar a vontade da lei, e não de quem a escreveu, ou seja, a lei depois de pronta não depende do seu passado, importando apenas o que está contido nos seus preceitos; · Quando a lei é autentica ou legislativa é por ser feita pelo órgão encarregado da elaboração do texto. Já quando for doutrinária ou científica é porque foi feita pelos estudiosos e cultores do direito. Quando for judicial é por ter sido feita pelos órgãos jurisdicionais; · Podendo ser gramatical/literal ou sintática, é quando se leva em conta o sentido exato, literal das palavras. Quando for lógica/teológica é quando busca-se a vontade da lei; · A lei sendo de interpretação progressiva, adaptativa ou evolutiva é quando ao longo do tempo, ela vai se adaptando às mudanças político-sociais e às necessidades do momento.
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