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AS POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL:
 HERANÇAS, TENDÊNCIAS E DESAFIOS
1. Herança das Políticas Públicas no Brasil
· Chamamos de herança recente o período que vai dos anos 30 até hoje, quando o Brasil passa por uma transformação muito grande.
*Nos anos 20, o Brasil era um país rural e agrícola. 
*Em cinqüenta anos transformou-se numa potência industrial média, com a maior parcela da sua gente morando nas cidades.
· O que caracterizava o Brasil no período de 1920-1980, era seu caráter desenvolvimentista, conservador, centralizador e autoritário
· Não era um Estado de Bem estar social. O estado era promotor do desenvolvimento e não transformador das relações da sociedade.
· Nesta fase , o grande objetivo do estado brasileiro era consolidar o processo de industrialização
· O essencial das políticas públicas era promover o crescimento econômico, acelerando o processo de industrialização, o que era pretendido pelo Estado Brasileiro, sem a transformação das relações de propriedade na sociedade brasileira.
· O estado Brasileiro é tradicionalmente, centralizador.
· A tradição de assumir muito mais o objetivo do crescimento econômico e muito menos o objetivo de proteção social ao conjunto da sociedade, faz com que o Estado adquirisse uma postura de fazedor e não de regulador.
· A tradição na vertente autoritária ( longa ditadura com Vargas e longa ditadura nos governos militares pós 64), tornou-se um traço muito forte nas políticas públicas do país, e as políticas públicas eram muito mais econômicas. 
Nelas o corte era predominantemente compensatório, porque o central era a política econômica
· Esse perfil autoritário e conservador também de traduz na maneira como tradicionalmente são pensadas as políticas sociais. Trata-se o Brasil como uma média, e a média não diz quase nada do Brasil, que é um país muito heterogêneo. Com uma política centralizada, o tratamento é homegeneizado, as propostas vem de cima para baixo, uma tradição das políticas sociais no país.
· O Estado brasileiro fez tudo para promover o projeto industrial, e, em menor grau facultou serviços sociais, de segurança e de justiça. O Estado regulador, embora com uma face muito menor do que o Estado realizador, também se fazia presente quando era imprescindível a seu projeto (exemplo leis trabalhistas –Vargas)
· E o que herdamos dessa história brasileira com o apoio do Estado brasileiro? Um país que consegue ser a oitava economia do mundo, em poucos anos, e que tem, ao mesmo tempo, a maior fratura social dentre os países de perfil semelhante.
· Os anos 90 serão de mudanças na economia mundial. Vivemos uma fase de crise do mundo socialista e do mundo capitalista. Confirmadas pelos índices de modesto crescimento da produção e taxa de investimento igualmente modesta.
· Nesse novo ambiente, destaca-se três grandes movimentos: o movimento da globalização, o movimento de reestruturação produtiva e o movimento de financeirização da riqueza.
2. Novas tendências na economia mundial e suas repercussões nas Políticas Públicas Brasileiras
· O movimento de globalização marca uma mudança no mundo: a existência de alguns atores econômicos que têm condições de operar em escala global. Que podem controlar tudo em tempo real porque a revolução das comunicações assim o permite. 
· Conglomerados multinacionais planejam olhando para o globo e operam no âmbito do globo. E incomoda porque cresce a inter-relação entre os espaços econômicos. Esses agentes econômicos impõem certas homogeneizações.( as regras do jogo, o padrão de competitividade, o tipo de organização econômica são impostos por eles)
· O movimento de reestruturação produtiva é o modo como o capitalismo se reorganiza para sair da crise: novos setores como o complexo eletroeletrônico; a revolução científico tecnológica; novas técnicas produtivas e novos processos de produção; padrões gerenciais transformados; etcs..
· O movimento da financeirização: enorme possibilidade de geração de riqueza na esfera financeira.
· Paralelamente a essas tendências , e associado a elas, e de natureza político ideológica : e a hegemonia da visão neoliberal. “Quanto menos Estado e quanto mais mercado, melhor”. Quanto mais individualidade e menos coletividade , melhor”
· Há menos Estado na produção, menos Estado na regulação, e mais mercado para viabilizar o projeto neoliberal. Por conseguinte, menos políticas públicas e mais mercadorias e serviços. 
3. Ameaças e Oportunidades para o Movimento Popular
· Existe uma proposta de reforma do Estado na sociedade brasileira. Existe uma proposta de descentralização. Existe uma proposta para um estado com políticas sociais. Existe uma proposta a favor do Estado transformador. Existe uma experiência acumulada nos espaços governamentais locais, muito mais no âmbito dos municípios e de alguns estados, mostrando como se governa.
· Os desafios e oportunidades para o Brasil implicam considerar a heterogeneidade do país. Generalizar o que é comum e operar sobre o que é diferente.
· O correto para o Brasil parece ser o modelo descentralizado coordenado. A questão é quem fará essa descentralização? ONGS? O poder regulador do Estado pode e deve ser ampliado. Com um estado regulador pode-se discutir.
· Outra questão é o avanço obtido em termos da democratização. Hoje existem Conselhos institucionais, importantes espaços de participação. Podem ser consultivos ou deliberativos; podemos influir mais quando são deliberativos.
**************************************************
REFERÊNCIA: BACELAR, T. As Políticas Públicas no Brasil: heranças, tendências e desafios. In:
SANTOS J. O. A. [et al.]. (orgs). Políticas Públicas e Gestão Local: programa
interdisciplinar de capacitação de conselheiros municipais. Rio de Janeiro: FASE, 2003.
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AS POLÍTICAS 
PÚBLICAS NO BRASIL:
 
 
HERANÇAS, TENDÊNCIAS E DESAFIOS
 
 
1.
 
Herança das Políticas Públicas no Brasil
 
 
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Chamamos de herança recente o período que vai dos anos 30 até hoje, 
quando o Brasil passa por uma transformação muito grande.
 
*Nos anos 20, o Brasil era um país rural e agrícola. 
 
*Em cinqüenta anos transformou
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se numa potência industrial média, com a 
maior parcela da sua gente morando nas cidades.
 
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O que caracterizava o Brasil no período de 1920
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1980, era seu caráter 
desenvolvime
ntista, conservador, centralizador e autoritário
 
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Não era um Estado de Bem estar social. O estado era promotor do 
desenvolvimento e não transformador das relações da sociedade.
 
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Nesta fase , o grande objetivo do estado brasileiro era consolidar o processo 
de
 
industrialização
 
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O essencial das políticas públicas era promover o crescimento econômico, 
acelerando o processo de industrialização, o que era pretendido pelo Estado 
Brasileiro, sem a transformação das relações de propriedade na sociedade 
brasileira.
 
 
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stado Brasileiro é tradicionalmente, centralizador.
 
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A tradição de assumir muito mais o objetivo do crescimento econômico e muito 
menos o objetivo de proteção social ao conjunto da sociedade, faz com que o 
Estado adquirisse uma postura de fazedor e não de r
egulador.
 
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A tradição na vertente autoritária ( longa ditadura com Vargas e longa ditadura 
nos governos militares pós 64)
, tornou
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se um traço muito forte nas políticas 
públicas do país, e as políticas públicas eram muito mais econômicas. 
 
Nelas o corte era 
predominantemente compensatório, porque o central era a 
política econômica
 
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Esse perfil autoritário e conservador também de traduz na maneira como 
tradicionalmente são pensadas as políticas sociais. Trata
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se o Brasil como uma 
média, e a média não diz quase 
nada do Brasil, que é um país muito 
heterogêneo.
 
Com uma política centralizada, o tratamento é homegeneizado, 
as propostas vem de cima para baixo, uma tradição das políticas sociais no 
país.
 
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O Estado brasileiro fez tudo para promover o projeto industrial, 
e, em menor 
grau facultou serviços sociais, desegurança e de justiça.
 
O 
Estado regulador, 
embora 
com uma face muito menor
 
do que o Estado realizador, também se 
fazia presente quando era imprescindível a seu projeto (ex
emplo
 
leis 
trabalhistas 
–
Vargas)
 
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AS POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL: 
 HERANÇAS, TENDÊNCIAS E DESAFIOS 
 
1. Herança das Políticas Públicas no Brasil 
 
 Chamamos de herança recente o período que vai dos anos 30 até hoje, 
quando o Brasil passa por uma transformação muito grande. 
*Nos anos 20, o Brasil era um país rural e agrícola. 
*Em cinqüenta anos transformou-se numa potência industrial média, com a 
maior parcela da sua gente morando nas cidades. 
 O que caracterizava o Brasil no período de 1920-1980, era seu caráter 
desenvolvimentista, conservador, centralizador e autoritário 
 Não era um Estado de Bem estar social. O estado era promotor do 
desenvolvimento e não transformador das relações da sociedade. 
 Nesta fase , o grande objetivo do estado brasileiro era consolidar o processo 
de industrialização 
 O essencial das políticas públicas era promover o crescimento econômico, 
acelerando o processo de industrialização, o que era pretendido pelo Estado 
Brasileiro, sem a transformação das relações de propriedade na sociedade 
brasileira. 
 
 O estado Brasileiro é tradicionalmente, centralizador. 
 A tradição de assumir muito mais o objetivo do crescimento econômico e muito 
menos o objetivo de proteção social ao conjunto da sociedade, faz com que o 
Estado adquirisse uma postura de fazedor e não de regulador. 
 A tradição na vertente autoritária ( longa ditadura com Vargas e longa ditadura 
nos governos militares pós 64), tornou-se um traço muito forte nas políticas 
públicas do país, e as políticas públicas eram muito mais econômicas. 
Nelas o corte era predominantemente compensatório, porque o central era a 
política econômica 
 Esse perfil autoritário e conservador também de traduz na maneira como 
tradicionalmente são pensadas as políticas sociais. Trata-se o Brasil como uma 
média, e a média não diz quase nada do Brasil, que é um país muito 
heterogêneo. Com uma política centralizada, o tratamento é homegeneizado, 
as propostas vem de cima para baixo, uma tradição das políticas sociais no 
país. 
 O Estado brasileiro fez tudo para promover o projeto industrial, e, em menor 
grau facultou serviços sociais, de segurança e de justiça. O Estado regulador, 
embora com uma face muito menor do que o Estado realizador, também se 
fazia presente quando era imprescindível a seu projeto (exemplo leis 
trabalhistas –Vargas)

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