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• Pergunta 1 
1 em 1 pontos 
 
Atualmente, há diversas polêmicas em relação à demarcação de territórios 
indígenas. Novos instrumentos legais trouxeram insegurança jurídica no 
tratamento da temática indígena no que diz respeito ao reconhecimento, 
demarcação e homologação de suas terras. É correto afirmar que: 
 
Resposta 
Selecionada: 
 
a Constituição Federal, por meio do entendimento de que 
as terras tradicionalmente ocupadas e pleiteadas pelas 
populações indígenas são imprescindíveis à continuidade 
de seu modo de vida, define os processos de delimitação 
dos territórios, necessários à reprodução física e cultural 
nos marcos da própria Constituição. 
 
 
 
Resposta 
Correta: 
 
a Constituição Federal, por meio do entendimento de que 
as terras tradicionalmente ocupadas e pleiteadas pelas 
populações indígenas são imprescindíveis à continuidade 
de seu modo de vida, define os processos de delimitação 
dos territórios, necessários à reprodução física e cultural 
nos marcos da própria Constituição. 
 
 
 
Comentário 
da resposta: 
Resposta correta: independentemente de qualquer ação no 
Supremo Tribunal Federal (o chamado “marco temporal”, 
por exemplo), o que orienta a legislação indigenista é a 
Constituição Federal, que, nos artigos 231 e 232, reconhece 
as especificidades e necessidades das populações 
indígenas, inclusive estabelecendo diferentes atores sociais 
– do poder público, da sociedade civil organizada e das 
populações indígenas – como proponentes de ações que 
visam ao reconhecimento e à efetiva demarcação de terras 
indígenas. 
 
 
• Pergunta 2 
0 em 1 pontos 
 
Leia o trecho a seguir, que retrata a presença francesa nos primórdios da 
colonização do Brasil: 
 
“Os franceses – traficantes de especiarias e negociantes de pau-brasil – 
percorreram desde os primeiros tempos o litoral da América portuguesa. 
Expedições anteriores haviam deixado alguns homens, conhecidos por 
truchements, ou seja, intérpretes, entre os indígenas, com os quais faziam 
alianças, servindo de intermediários para o negócio das especiarias. A 
expedição de Villegagnon tinha projetos mais duradouros, embora possa ser 
 
inserida no mesmo movimento de disputa pelo comércio ultramarino. Eram 
cerca de 600 colonos, entre mercenários e aventureiros. Entre eles, 
encontrava-se um ministro católico, André Thevet, que mais tarde escreveria 
um dos relatos sobre aquela experiência.” (BICALHO, 2008, p. 32) 
 
BICALHO, M. F. B. A França Antártica, o corso, a conquista e a “peçonha 
luterana”. Revista História, São Paulo, v. 27, n. 1, 2008. 
 
Nos primeiros anos da presença europeia na América do Sul, naquilo que 
seria o Brasil, portugueses e franceses travaram uma acirrada disputa pelos 
territórios sul-americanos (inicialmente, no Rio de Janeiro; depois, no 
Maranhão). Esse embate alterou o perfil de contato de portugueses com os 
nativos. A respeito desse conflito entre diferentes potências colonialistas, 
assinale a alternativa correta. 
Resposta 
Selecionada: 
 
A colonização francesa da chamada França Antártica só foi 
possível com o apoio de populações indígenas inimigas dos 
portugueses. Todavia, devido a conflitos internos, houve um 
processo de contínuo desmantelamento da colônia e a 
perda dos importantes aliados indígenas. 
Resposta 
Correta: 
 
A colonização francesa, mantida pelos tupinambás e 
tamoios, foi desmantelada pela ação de portugueses e seus 
aliados tupiniquins. Todavia, mesmo após a expulsão dos 
franceses da Baía de Guanabara, o conflito entre 
portugueses e aliados nativos contra os tupinambás e 
tamoios persistiu mais alguns anos, até sua derrota total e a 
fundação do núcleo de povoamento que daria na atual 
cidade do Rio de Janeiro. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta incorreta: aconteceram inúmeras tentativas de 
estabelecimento de colônias francesas na América do Sul. A 
primeira, na Baía de Guanabara, foi chamada de França 
Antártica, enquanto a outra, na atual cidade de São Luís, 
Maranhão, era conhecida como França Equinocial. 
Franceses comercializavam com nativos de origem tupi, em 
especial os tupinambás, com os quais tinham estabelecido 
uma forte aliança, mas foram derrotados e expulsos pelo 
acordo luso-tupiniquim, o que determinou a ocupação 
efetiva desse território como colônia portuguesa nas 
décadas seguintes. 
 
 
• Pergunta 3 
0 em 1 pontos 
 
Observe a imagem a seguir. Trata-se de um selo comemorativo emitido nos 
anos 1970 pelo governo militar do Brasil. 
 
 
Fonte: spatuletail, Shutterstock, 2021. 
 
 
A partir da observação dos elementos do selo e de seus conhecimentos a 
respeito da temática indígena em nosso país, pode-se afirmar que a 
comemoração em função da qual o selo foi emitido tem relação com: 
Resposta 
Selecionada: 
 
a diversidade das populações brasileiras, incluindo aqui a 
importante contribuição indígena na construção da 
nacionalidade brasileira. 
Resposta 
Correta: 
 
o fato de que os militares brasileiros comemoravam o país 
que “ia para frente”, que se desenvolvia e deixava para 
trás seu passado colonial. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta incorreta: não havia, na concepção militar e 
autoritária do país, a exaltação da sociodiversidade 
brasileira e a defesa dos territórios ancestrais indígenas. 
Sua demarcação e gestão autônoma só foram garantidas, 
na forma da lei, pela Constituição de 1988, com a 
redemocratização de nosso país. A comemoração do dia do 
índio ou de qualquer outra festividade cívica com essa 
característica (como o 13 de maio) só ocorria de forma 
genérica e exaltando os valores da mestiçagem e da 
“democracia racial”, bases da construção de um imaginário 
nacional autoritário e hierárquico. 
 
 
• Pergunta 4 
0 em 1 pontos 
 
Em 1906, há a criação do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, o 
MAIC. Naquela época, foi idealizada a criação de um serviço, dentro desse 
ministério, que contemplasse a temática dos autóctones ou silvícolas, como 
eram chamadas as populações indígenas naquele momento. O objetivo era 
retirar de agentes privados e das missões religiosas a prerrogativa do 
contato, assimilação e gestão dessas populações pelo Estado nacional. 
Diante das discussões a respeito das possibilidades de assimilação e 
civilização dos indígenas, surgiu uma figura paradigmática na história do 
indigenismo oficial brasileiro, o Marechal Cândido Rondon. O órgão criado e 
a ação indigenista naquele momento foram definidos como: 
 
Resposta 
Selecionada: 
 
Serviço de Proteção ao Índio (SPI), atual Funai, que visava, 
de forma extremamente vanguardista, garantir a todas as 
populações indígenas o acesso às terras tradicionais que 
ocupassem e seu usufruto, de modo a protegê-las, com a 
salvaguarda da Constituição, de qualquer agressão de 
setores da sociedade mais abrangente. 
Resposta 
Correta: 
 
Serviço de Proteção ao Índio (SPI), atual Funai, cujo 
objetivo era fixar o indígena à terra e protegê-lo com o 
 
trabalho agrícola, de maneira a aumentar as possibilidades 
de sua inserção na civilização. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta incorreta: embora houvesse inúmeras tendências 
de que o indígena fosse utilizado como “guardiães” das 
fronteiras nacionais, nenhum desses projetos foi realizado, 
pois se pensava que por meio do trabalho – em especial, o 
agrícola – fosse possível a progressiva incorporação do 
indígena na sociedade, em um processo que o faria 
abandonar seus hábitos selvagens e tribais por meio da 
valorização de seu trabalho. Naquele momento, não havia a 
percepção de que as populações indígenas compusessem 
uma experiência civilizacional humana distinta daquela 
observada no Ocidente e nas regiões que o europeu 
colonizou, tampouco que essas populações deveriam ser 
protegidas e, ao mesmo tempo, deixadas em territórios 
onde pudessem perpetuar seu antigo modo de vida, sua 
língua – enfim, sua cultura –, uma vez que havia a nítida 
ideia de que esses costumes seriam inferiores aos da 
sociedade brasileira.• Pergunta 5 
1 em 1 pontos 
 
Considere a definição de um dos mais importantes conceitos das ciências 
humanas e sociais, a noção de cultura, presente na obra Cultura, um 
conceito antropológico, de Roque de Barros Laraia (2001). Agora, analise as 
afirmações a seguir. 
 
I. A cultura, um fenômeno humano, está presente nas mais diferentes 
sociedades no tempo e no espaço. É impossível para os demais seres vivos 
animais desenvolver a faculdade de simbolizar e transmitir esses símbolos 
com a mesma complexidade e diversidade com que o fazem os diferentes 
seres humanos. 
II. A cultura é um fenômeno variado nas diversas sociedades humanas, daí 
sua principal característica: sua diversidade. Seu grau de originalidade e de 
síntese, com sua consequente pluralidade, depende da forma como foi 
elaborada e recriada, ao longo do tempo e do espaço, em diferentes 
sociedades, naquilo que chamamos de ação do homem em transformar a 
natureza (ação antrópica). 
III. A cultura é um fenômeno que varia conforme o favorecimento de 
características biológicas e geográficas, que determinam, por assim dizer, 
diferentes sociedades e etnias. Desse modo, a diversidade cultural e a 
existência de culturas superiores e inferiores dependem da maior 
capacidade de simbolizar e internalizar o meio ambiente por meio da 
capacidade criadora da espécie humana. 
IV. A cultura, mesmo sendo universal, manifesta-se em cada sociedade de 
maneira particular, sendo constituída por sistemas simbólicos que variam. 
Todavia, esse sistema simbólico universal – e, em sua manifestação, 
diverso –ocorre em um ser vivo dotado de unidade biológica, o gênero homo 
sapiens sapiens. Por isso, ao nascer, todo ser humano está biologicamente 
 
apto para ser socializado em qualquer cultura humana, não importando se o 
seu processo de socialização tenha sido iniciado em uma sociedade 
ameríndia, africana ou no Ocidente. 
 
Estão corretas: 
Resposta Selecionada: 
I, II e IV. 
Resposta Correta: 
I, II e IV. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta correta: a cultura é um elemento universal; 
portanto, inerente a todo grupo humano e se manifesta de 
forma particular nos sujeitos e grupos nos quais circulam. 
São sistemas simbólicos arbitrários que condicionam nossa 
forma de perceber o mundo ao nosso redor, o que acontece 
devido à aprendizagem nesses mesmos sistemas de 
valores nos quais crescemos e do qual somos 
indissociáveis. Os fenômenos culturais se manifestam em 
um ser dotado de unicidade física e biológica, embora 
apresente características genéticas e fenótipos distintas. 
Sendo assim, não há fenômeno humano que não seja 
permeado por tais símbolos, ou sujeitos que se tornem 
humanos sem sua inserção nessa enorme e complexa 
cadeia de significados. Esses fenômenos são ainda 
variáveis, pois dependem de condições materiais concretas 
para a sua urgência, e se dão pela forma como 
transformamos a natureza a partir de nossos valores e 
trabalho. 
 
 
• Pergunta 6 
1 em 1 pontos 
 
As organizações não governamentais (ONGs), articuladas a outras 
entidades, como sindicatos e comunidades eclesiais com base na Igreja 
Católica, realizam inúmeros tipos de atividades e ações. 
Analise as afirmações a seguir, que tratam dessas organizações. 
 
I. Pressionam governos, instituições e empresas na função de agentes 
mediadores; interagem com a opinião pública, intermedeiam discussões e 
atuam na divulgação de conhecimento científico nas áreas em que 
trabalham. 
II. Constituem parte do chamado terceiro setor, agindo tanto como fiscais 
das atividades do Estado e como da iniciativa privada. Na área indigenista, 
atuam na promoção do debate acerca dos coletivos indígenas, de sua 
diversidade e de sua inestimável importância enquanto atores sociais 
portadores de direitos específicos – entre eles, o direito à diferença e às 
suas territorialidades ancestrais. 
III. Agem de forma participativa no quadro político mundial pressionando 
empresas e Estado em prol de seus objetivos específicos. Atuam, por 
exemplo, nas áreas de patrimônios ecológicos, direitos da criança, 
educação e pesquisa, defesa das populações vulneráveis, divulgação da 
 
ciência e da tecnologia etc. 
IV. Com fins lucrativos, voltam-se ao desenvolvimento socioeconômico, 
político e ou cultural dos grupos que as organizam, esquecendo-se das 
populações que pretendem atender. 
 
Está correto o que se afirma em: 
Resposta Selecionada: 
I, II e III. 
Resposta Correta: 
I, II e III. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta correta: as ONGs, parte do universo do terceiro 
setor, são entidades sem fins lucrativos voltadas ao 
atendimento, execução e prestação de serviços em áreas 
de interesse público, mas sem a efetiva participação do 
Estado. Elas revelam uma importante atuação da sociedade 
civil organizada em prol dos mais variados interesses 
públicos e sociais. No caso das entidades indigenistas, elas 
atuam como interlocutoras, assessoras jurídicas e 
promotoras de suas causas, de modo a levar ao 
conhecimento público os dilemas e desafios que acometem 
os mais diferentes povos indígenas brasileiros. Também 
operam como entidades que pressionam governos e 
empresas a desenvolverem atividades mais responsáveis 
frente à comunidade, com o uso consciente dos recursos e 
pensando no desenvolvimento sustentável das populações 
vulneráveis. 
 
 
• Pergunta 7 
0 em 1 pontos 
 
Leia os diferentes depoimentos, cujas fontes foram omitidas 
propositadamente. Os testemunhos tratam da questão fundiária, seguidos 
de artigos da Constituição da República Federativa do Brasil (1988). 
 
Depoimento 1 – proprietário de uma fazenda em Mato Grosso do Sul 
A minha propriedade foi conseguida com muito sacrifício pelos meus 
antepassados. Não admito invasão. Essa gente não sabe de nada. Estão 
sendo manipulados pelos comunistas. Minha resposta será à bala. Esse 
povo tem que saber que a Constituição do Brasil garante a propriedade 
privada. Além disso, se esse governo quiser as minhas terras para a 
reforma agrária, terá que pagar, em dinheiro, o valor que eu quero. 
 
Depoimento 2 – integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem 
Terra (MST) 
Sempre lutei muito. Minha família veio para a cidade porque fui despedido 
quando as máquinas chegaram lá na usina. Seu moço, acontece que eu sou 
um homem da terra. Olho pro céu, sei quando é tempo de plantar e de 
colher. Na cidade não fico mais. Eu quero um pedaço de terra, custe o que 
custar. Hoje eu sei que não sou sozinho. Aprendi que a terra tem um valor 
social. Ela é feita para produzir alimento. O que o homem come vem da 
 
terra. O que é duro é ver que aqueles que possuem muita terra e não 
dependem dela para sobreviver pouco se preocupam em produzir nela. 
 
Depoimento 3 – professor indígena kaiowá 
O que a gente sente é tristeza – me dizia [...] um professor indígena 
do tekoha Guaivyry. – Vocês chegaram aqui em cima dessa terra, dessa 
nossa casa, a gente chama tekoha 
porque quer ver ela demarcada. Ñande ypy tekoha [“nossa terra 
original”], ñanderamoi ñoñotyhague 
[“o lugar onde foram enterrados nossos antepassados”]. Cemitério é 
sinônimo de tekoha porque para o Kaiowá a morte tem significado! O branco 
não entende, essa é a essência do humano. A gente precisa da terra pra 
cuidar da morte, precisa lembrar do parente. 
 
Art. 184 – Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de 
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, 
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com 
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte 
anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será 
definida em lei. 
 
Art. 231 – São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, 
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que 
tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer 
respeitar todos os seus bens. 
 
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituiçãoda República Federativa do 
Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. 
Acesso em: 13 jan. 2021. 
 
Em disputa de terras, em Mato Grosso do Sul (MS), três depoimentos foram 
destacados: o de um fazendeiro, o de um integrante de do MST e o de um 
professor indígena do coletivo kaiowá. A partir da leitura dos testemunhos e 
dos artigos da Constituição Federal, julgue os itens a seguir. 
 
I. A Constituição do país garante o direito à propriedade privada. Portanto, 
invadir terras e ocupá-las sem a devida observação desse preceito 
constitucional é crime, ferindo o direito de possuir propriedades e nelas 
empreender como assim o desejar. 
II. O MST é um movimento controlado por partidos políticos de esquerda 
cujo objetivo é a desestabilização do governo pela invasão de terras, em 
especial aquelas que contribuem, decididamente, pelo desenvolvimento 
econômico do país. 
III. As terras são fruto do árduo trabalho das famílias que a possuem, sendo 
passadas exclusivamente de geração para geração, principalmente aquelas 
que atendem à noção de função social da propriedade. 
IV. A intensa mecanização do campo, visando ao abastecimento dos 
mercados internacionais e o nacional, torna possível que um proprietário 
rural venha a se tornar um empresário do agronegócio, importante 
segmento econômico brasileiro e líder nas exportações. 
V. Para as populações indígenas, a terra não é algo que pode ser 
“possuído”, sendo um bem intransferível, completamente fora da lógica 
mercantilista Ocidental. Ela tem atributos sagrados e compõe parte da 
cosmologia que liga os vivos aos deuses e ancestrais. Nesse sentido, falar 
em propriedade, mesmo que voltada à subsistência de famílias 
camponesas, podendo vir a ser transferida em um documento de compra e 
venda, é uma noção estranha ao universo coletivista de várias etnias 
indígenas. 
 
Está correto o que se afirma em: 
Resposta Selecionada: 
I, II e III. 
Resposta Correta: 
I, IV e V. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta incorreta: toda terra no nosso país deve atender 
ao dispositivo constitucional, que objetiva torná-la uma 
propriedade privada. Existem terras passadas por herança, 
mas essa não é a única forma de se aquisição. Além disso, 
as terras herdadas não atendem unicamente à função social 
da propriedade. Os movimentos sociais que lutam pela 
reforma agrária no nosso país, em especial o MST, não 
constituem em braço de ação social de partidos de 
esquerda, embora algumas campanhas políticas declarem 
abertamente apoiar algumas iniciativas. O objetivo do 
movimento é a luta pela terra, que deve ser democratizada 
e atender a interesses sociais da maioria dos brasileiros, 
voltada à produção agrícola que satisfaça o mercado interno 
e os interesses dos pequenos proprietários rurais. 
 
 
• Pergunta 8 
0 em 1 pontos 
 
Leia a seguir duas afirmações do Barão de Montesquieu (1689-1755) a 
respeito da escravidão, extraídas de seu livro O espírito das leis: 
 
“[...] A escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao senhor, nem ao 
escravo: a este porque nada pode fazer por virtude; àquele, porque contrai 
com seus escravos toda sorte de maus hábitos e se acostuma 
insensivelmente a faltar contra todas as virtudes morais: torna-se orgulhoso, 
brusco, duro, colérico, voluptuoso, cruel.” 
 
“[...] Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar escravos os 
negros, eis o que eu diria: tendo os povos da Europa exterminado os da 
América, tiveram que escravizar os da África para utilizá-los para abrir 
tantas terras. O açúcar seria muito caro se não fizéssemos que escravos 
cultivassem a planta que o produz.” (MONTESQUIEU, 1997) 
 
MONTESQUIEU. O espírito das leis. São Paulo: Nova Cultural, 1997. 
 
 
Agora, analise as afirmações a seguir. 
 
I. A despeito de um amplo e poderoso fundamento moral e ético, alguns 
valores são desconsiderados em razão da influência e do poder econômico, 
relativizando as experiências humanas que desqualifica ao mesmo tempo 
que explora. 
II. O convívio com os europeus foi positivo tanto para as populações 
indígenas quanto para os segmentos afrodiaspóricos. Esse relacionamento 
atualizou suas civilizações na história da humanidade, tornando-as parte 
significativa dos principais eventos da principal civilização do globo, a 
europeia, e seu esforço de propagar os valores humanos por todo o planeta. 
III. A escravidão indígena, amplamente praticada entre os séculos XVI e 
XVIII, e a africana, comum a todo o período colonial e no Império, eram 
indefensáveis do ponto de vista filosófico, restando argumentos econômicos 
para sua relativização e aceitação, mesmo no alvorecer do século das luzes. 
IV. Os desígnios econômicos das nações surgidas do colonialismo, tanto na 
Europa como nas Américas, a partir do fim do século XVIII e no XIX, 
justificavam a contínua servidão de descendentes das populações 
ameríndias e a escravidão de africanos e seus descendentes, abrindo 
amplas possibilidades para uma cruel exploração do homem por seu 
semelhante. 
V. O preconceito e o racismo contra membros de coletividades indígenas ou 
descendentes afrodiaspóricos foi controlada, até os nossos dias, pela moral 
religiosa e pelas discussões filosóficas, em especial aquelas do Iluminismo 
sobre a natureza de todos os seres humanos, independentemente se estes 
nasceram sob o jugo da escravidão ou vivenciarem sua “liberdade natural”. 
 
Está correto o que se afirma em: 
Resposta Selecionada: 
IV e V. 
Resposta Correta: 
I, III e IV. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta incorreta: a civilização ocidental, diante dos 
desígnios hegemônicos da economia, permitiu a 
perpetuação da servidão indígena, da escravidão africana e, 
no alvorecer da Revolução Industrial, do trabalho em 
condições precárias e insalubres do proletariado europeu. 
Isso aconteceu mesmo diante das inúmeras discussões 
filosóficas e jurídicas suscitadas pelo século das luzes, os 
valores morais humanistas (em expansão para abarcar 
parte significativa da humanidade) e os preceitos filosóficos 
éticos, contrários a qualquer submissão do homem pelo 
homem, 
 
 
• Pergunta 9 
1 em 1 pontos 
 
Leia o trecho a seguir. 
“[...] Entre os Guarani-mbya foi possível observar que a relação que 
estabelecem entre ambiente e espaço está intimamente ligada a categorias 
 
e conceitos específicos implicados com uma dinâmica de controle social e 
apreensão territorial que extrapola os limites físicos das aldeias e mesmo de 
um complexo regional geográfico. Pesquisas localizadas em algumas 
aldeias ou regiões, abrangendo aspectos econômicos, fundiários e culturais 
relativos aos grupos locais Guarani, têm sido produzidas. Mas, para verificar 
como os Guarani, enquanto sociedade, operam suas concepções 
geográficas e espaciais, é preciso observar como eles pensam e exercem 
sua ocupação em áreas e circunstâncias diversas. Especialmente no caso 
dos Guaranimbya, porque os grupos familiares que vão se compondo vão 
agregando pessoas de regiões, de origens e de vivências diversas, as quais 
ampliam suas reflexões a partir das condições locais de existência. 
Portanto, foram realizados levantamentos em aldeias e regiões de aspectos 
relativos ao meio físico e social diversificados, a fim de observar como as 
comunidades compõem seu espaço e se constituem em tekoa (aldeias) – 
lugar onde podem realizar seu modo de ser. (LADEIRA, 2008, p. 24) 
 
LADEIRA, M. I. Espaço geográfico guarani-mbyá: significado, constituição e 
uso. São Paulo: Eduem/Edusp, 2008. 
 
Tendo como base seus conhecimentos e nossas discussões, assinale a 
alternativa correta em relação aos coletivos guarani Ñandeva e Mbyá, 
localizados no litoral paulista, no Parque do Jaraguá e na Zona Sul do 
município de São Paulo. 
 
I. Não há nenhuma ligação mística-cosmogônica entre os guaranis do litoral 
de São Paulo e os remanescentes da Mata Atlântica e da Serra do Mar, 
sendo que taispopulações ali se encontram por força de aldeamentos que 
ocorreram sob a supervisão de autoridades civis e eclesiásticas desde os 
tempos coloniais. 
II. As populações ou coletivos guaranis são “índios estrangeiros”, oriundos 
das nações vizinhas, que objetivam ganhos materiais dada a legislação 
indígena brasileira, a mais avançada da região. 
III. No litoral paulista e em outras regiões onde há tekoás ou tekoha 
guarani, há uma íntima ligação entre os seres humanos, os territórios 
sagrados e sua incessante busca pela Terra sem males. 
IV. Há uma relação profunda entre as matas remanescentes da Mata 
Atlântica, a Serra do Mar e o litoral paulista, onde os guaranis buscam 
exercer seu nhandereko 
ou modo de vida. 
 
Está correto o que se afirma em: 
Resposta Selecionada: 
III e IV. 
Resposta Correta: 
III e IV. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta correta: Yvy marãey, a Terra sem males, é um 
tema recorrente na cosmovisão guarani. Essa ideia 
promove parte significativa dos movimentos populacionais e 
 
o estabelecimento de comunidades desde o fim do século 
XIX no litoral paulista, onde a Serra do Mar e a floresta 
litorânea remanescente, a Mata Atlântica, compõem parte 
importantíssima de sua relação sagrada com os ancestrais 
e a vida na Terra. 
 
• Pergunta 10 
0 em 1 pontos 
 
No início do século XIX, o naturalista e médico alemão Carl von Martius 
(1794-1868) viajava pelo Brasil recém-independente. Em suas viagens, ele 
observou a fauna e a flora brasileiras e, como era de costume naquele 
século, realizou observações sobre das populações indígenas com as quais 
se deparou. Refletindo a respeito o homem americano original, von Martius 
afirmara: 
 
Permanecendo em grau inferior de humanidade, moralmente, ainda na 
infância, a civilização não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o 
impulsiona para um nobre desenvolvimento progressivo [...]. Esse estranho 
e inexplicável estado do indígena americano, até o presente, tem feito 
fracassarem todas as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa 
vencedora e torná-lo um cidadão satisfeito e feliz. (VON MARTIUS, 1982, p. 
20) 
 
MARTIUS, C. von. O estado do direito entre os autóctones do Brasil. Belo 
Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1982. 
 
Com base na reflexão de von Martius a respeito das populações indígenas 
brasileiras no século XIX, é correto afirmar que o médico: 
 
Resposta 
Selecionada: 
 
discriminava as populações do Novo Mundo, em especial 
as do Brasil, defendendo abertamente o seu extermínio 
frente às forças mais avançadas da Europa civilizada. 
Resposta 
Correta: 
 
entendia que as populações indígenas tinham uma história 
que era impossível determinar, dado o seu estado selvagem 
e bruto, e desconsiderava os diferentes patrimônios étnicos-
culturais dessas sociedades, reforçando a ideia da 
inevitabilidade de sua extinção e a importância da missão 
civilizatória europeia em deter, ao menos em parte, tal 
processo. 
Comentário 
da resposta: 
Resposta incorreta: von Martius não acreditava na 
continuidade do extermínio físico por parte dos “civilizados”; 
todavia, entendia que seria inexorável a franca diminuição 
das populações indígenas, dada sua simplicidade diante do 
avanço da civilização, cujo sinônimo entendia como a 
experiência europeia. Desse modo, para além de sua 
extinção, Martius compreendia a dificuldade de determinar 
as origens dos homens americanos, assim como a 
 
possibilidade de assimilar um maior número possível de 
indígenas na sociedade mais ampla, dada a dificuldade 
inata de essas populações se relacionarem com um mundo 
que viam como mais desenvolvido.

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