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FACULDADES SANTO AGOSTINHO Bacharelado em Direito Matéria:Hermenêutica Jurídica Prof.: JOSE CARLOS MELO MIRANDA DE OLIVEIRA Turno: Noturno Período:5º Aluno: Ronaldo dos Santos Costa Júnior Atividade Avaliativa Relatório com impressões e opiniões sobre caso STF conclui que direito ao esquecimento é incompatível com a Constituição Federal O seguinte relatório lista as opiniões e impressões do aluno que remete o referido trabalho sobre o julgado do Supremo Tribunal Federal que concluiu que é incompatível com a Constituição Federal a ideia de um direito ao esquecimento que possibilite impedir, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos em meios de comunicação. O julgado se baseou no caso do julgamento de uma ação da família de Aida Curi, mulher que foi estuprada e assassinada em 1958 no Rio de Janeiro, contra a TV Globo. Os familiares relatam que o crime foi alvo de cobertura intensa da imprensa à época e protestam que, quase 50 anos depois, a história tenha voltado aos holofotes no programa "Linha Direta Justiça" em 2004. A família Curi pedia indenização da Globo, dizendo que a emissora extrapolou seu direito à liberdade de expressão ao explorar um assunto que trazia dor aos descendentes de Aida. A Globo, por sua vez, argumenta que o caso teve projeção nacional e havia interesse público na história. O recurso se arrastou pelo Judiciário até chegar ao STF. Disponível em https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2021/02/11/stf-julga- direito-ao-esquecimento.htm A tese: “É incompatível com a Constituição Federal a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação social – analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais, especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral, e as expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e civel”. Há a preocupação da preservação de pessoas que foram vítima de crimes tendo em vista o fato de fazê-las reviver o sofrimento bem como a exposição desnecessária ferindo a dignidade da pessoa humana, como em casos de estupro e abusos de menores, vulneráveis e/ou incapazes. Por isso o julgado afirma que cada caso deve ser observado dentro de suas particularidades. Porém, podemos citar como um caso onde esse entendimento da incompatibilidade do direito ao esquecimento que é o da apresentadora de tv Xuxa, que solicitou à justiça que o Google não mais apresentasse qualquer resultado quando utilizada a expressão ‘Xuxa pedófila’ ou, ainda, qualquer outra que associasse seu nome, escrito parcial ou integralmente, e independentemente da grafia, se correta ou equivocada, a uma prática criminosa qualquer. O Ministro Celso de Melo manteve a permissão do Google de revelar fotos e vídeos da apresentadora após pesquisas que relacionam seu nome à pedofilia. “Não se pode, sob o pretexto de dificultar a propagação de conteúdo ilícito ou ofensivo na ‘web’, reprimir o direito da coletividade à informação”, alegou o magistrado. Disponível em: https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/noticias/142265662/direito-ao-esquecimento-xuxa-x-google- julgamento-no-stf Portanto, com o avanço dos meios e formas de comunicação, é quase que impossível no mundo moderno tentar controlar o que a sociedade se utiliza para se informar ou que tipo de informação ela consome. Há um fenômeno social moderno presente nos meios virtuais denominado “viralizar” fazendo alusão a rápida ação de propagação do vírus no organismo vivo, que vem ilustrar esse novo comportamento social, pois algo que “viraliza”, foge ao controle de qualquer mecanismo legal ou tecnológico de limitação da propagação da informação. O entendimento do STF foi positivo quando ao invés de combater a divulgação e troca de informações advindo da absurda velocidade da propagação de dados ampliado pelos inúmeros canais de informação e do crescente acesso do cidadão comum à internet e aparelhos que se conectem a ela, ele estabelece uma regra geral, mas não a coloca como absoluta ao permitir que cada caso possa ser revisto. E garante o direito do acesso do cidadão a informação, e preserva algo que é importante, a memória histórica dos fatos relevantes para sociedade.
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