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Análise de um caso de família a partir da perspectiva do pensamento sistêmico.

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Universidade Estácio de Sá
Graduação em Psicologia
Campus R9
Análise de um caso de família a partir da perspectiva do pensamento sistêmico. 
Rio de Janeiro
2020
Ana Sybele Felix da Silva Matricula: 201502314495
Filipe Laurindo Figueiredo Matricula: 201607169101
Isadora Morisson Chaves Dantas Matricula: 201608012591
 
 
Análise de um caso de família a partir da perspectiva do pensamento sistêmico.
Trabalho do Curso de Graduação em Psicologia da Universidade Estácio de Sá, orientado pela Prof.ª Ana Claudia Vasconcelos, como requisito para avaliação da disciplina de Teoria Sistêmica Familiar.
Rio de Janeiro
2020
1. CONSIDERAÇÕES SOBRE A FAMÍLIA NA PERSPECTIVA SISTEMICA.
Nas ultimas décadas o conceito de família adquiriu um vasto âmbito devido novas tendências e novas configurações familiares. Estas novas configurações permitiram novas concessões de uma família e da organização da vida dos membros inseridos em seu sistema, sendo valorizados alguns hábitos tradicionais por alguns e por outros o progresso moderno com suas diferentes formas de socialização e pluralidade.
A funcionalidade de uma família pressupõe fronteiras de subsistemas que sejam nítidas e suficientemente definidas, a fim de permitir que os membros exerçam seus papeis e funções sem interferências indevidas, e possibilitar que aconteça contato entre os membros de um subsistema e outro. A composição dos subsistemas não é tão importante quanto a nitidez das suas fronteiras, uma vez que um sistema parental, por exemplo, pode funcionar bem com uma avó ou criança parentalizadas, desde que as linhas de responsabilidade e autoridade sejam claras ( Rohde e Zacharias, 2017).
 Os defensores das correntes modernas evidenciam que os sentimentos e afetos, a pluralidade e diversidade devem ser promovidas e o Estado deve afastar-se de regulamentos e tratar de forma igual às diferentes formas de socialização e pluralidade ao enquadramento das famílias, devendo manter seus poderes e normas, isentos do privilegio a família tradicional. Para estes defensores, tendo em conta esta nova realidade a família não deixa de ser um sistema e ao mesmo tempo um processo onde seus membros percorrem caminhos de integração e interação. E é a comunicação o elo que constitui condições para a sustentação do sistema familiar tendo como base as diferenças ou igualdades. Ao analisar essas tendências ficam visíveis os processos que levaram a transformações profundas enfrentadas ao longo dos tempos no sistema familiar.
Seja qual for o modelo de família ele é sempre um conjunto de pessoas consideradas como unidade social, como um todo sistémico onde se estabelecem relações entre os seus membros e o meio exterior. Compreende-se, que a família constitui um sistema dinâmico, contém outros subsistemas em relação, desempenhando funções importantes na sociedade, como sejam, por exemplo, o afeto, a educação, a socialização e a função reprodutora. Ora, a família como sistema comunicacional contribui para a construção de soluções integradoras dos seus membros no sistema como um todo. (Dias, 2011, p. 141)
 A reflexão sobre a realidade familiar a partir de um olhar sistémico e comunicativo em relação à convivência dos membros da família, tem relevância na premissa de que cada membro está em interação com todos os outros. A visão sistémica procura entender como as interações ocorrem dentro do sistema familiar. E esta visão considera a família como um todo. Os membros da família ao interagirem e se comunicarem estabelecem as relações que servem para manter o sistema em equilíbrio. O desequilíbrio do sistema pode provocar desequilíbrio no indivíduo e vice-versa. A família é um sistema de relações contínuas e interligadas, quando há mudança em um membro da família, há consecutivamente mudança nos outros membros. 
2. ESTUDO DO CASO
Família S.
 
Pai A. (52 anos), mãe R. (50 anos), filho L. (18 anos), filha M. (16 anos).
Subsistema conjugal: muitas brigas e conflitos.
 
R. sente-se reprimida no casamento. Declara-se como frágil e “sem voz”.
A. sempre foi muito expansivo na relação conjugal.
 
M. diz que a mãe não deve aceitar que seu pai mande e “desmande” nela. Escolhendo a roupa que ela deve usar, com quem deve sair, que música deve escutar e quais programas de TV pode assistir.
Além disso, M. reclama por ter que ajudar sua mãe nas tarefas de casa, enquanto seu irmão “não faz nada”.
 
L. se sente pressionado por seu pai para ser o aluno “número 1” na escola, sempre com as melhores notas, pois ele deverá seguir a profissão da tradição familiar de seu pai.
L, contudo, quer se dedicar às artes. L. faz teatro, apesar de A. desaprovar e criticar esta prática.
 
R., sem conhecimento de A., apoia a liberdade de seus filhos, incentivando a escolha profissional de ambos.
Na analise da relação da família S. é perceptível uma dificuldade de comunicação entre os membros, onde os conflitos e brigas evidenciados nos relatos trazidos indicam que os problemas vividos por essa família gerou o rompimento do vínculo familiar. A existência de interferências nas ordens do amor (pertencimento, ordem e equilíbrio) propiciou a quebra do fluir dessas ordens na interação dos indivíduos desse sistema.
O pai (A.) tem o perfil de um homem rígido – seguindo o modelo do homem patriarcal – que exerce o papel do tradicional chefe de família, sendo aquele que herda uma posição social com um cargo ou profissão a exercer em sua atuação social e como tradição quer passar para o filho (L.) essa posição e profissão já estabelecida de costume o cobrando excelência nos estudos que o levam para esse futuro já estabelecido sem levar em consideração o desejo e escolha profissional do filho. A mãe (R.) é uma mulher reprimida no casamento, se declara como uma mulher frágil e “sem voz” demonstrando em sua fala que mesmo infeliz cumpre o papel que lhe foi estabelecido em sua criação, no qual cabe a mulher cuidar da família, ser obediente ao marido sem autonomia de sua individualidade e vontades. A filha (M.) traz em seu relato a insatisfação sobre o fato da mãe aceitar que o pai controle sua individualidade, escolhas e liberdade, e também se queixa sobre a maneira como a mãe isenta seu irmão (L.) das atividades domestica transferindo somente para ela a responsabilidade por essas funções que são justificadas no fato dela ser mulher. E que apesar de reproduzir esse comportamento a mãe apoia e incentiva a liberdade e escolhas profissionais dos filhos sem o conhecimento do marido (A.)
3. PONTOS A SEREM ANALISADOS
3.1- CRENÇAS
Os relatos desse caso trazem características de uma família onde o sistema de crenças está ancorado na ideia da organização familiar, centrada na figura masculina, configurando a típica família patriarcal. O patriarcado é uma forma de organização social na qual as relações são regidas por dois princípios básicos: 1) as mulheres estão hierarquicamente subordinadas aos homens e, 2) os jovens estão hierarquicamente subordinados aos homens mais velhos. A supremacia masculina ditada pelos valores do patriarcado atribuiu um maior valor às atividades masculinas em detrimento das atividades femininas; legitimou o controle da sexualidade, dos corpos e da autonomia femininas; e, estabeleceu papéis sexuais e sociais nos quais o masculino tem vantagens e prerrogativas (Millet, 1970; Scott, 1995).
O pai A. é um homem que tem com a família uma relação de poder e autoridade e acredita que a esposa e os filhos devem seguir sob a submissão de suas vontades.
 A mãe R. se apresenta como uma mulher submetida ao poder e autoridade do marido e credita a ele o controle de sua vida em todas esfera. Tem uma crença limitante dos seus papeis enquanto mulher, mãe e individua plena de suas vontades. Ao se sentir reprimida demonstra insatisfação em relação à vida limitada e essa insatisfação a incentiva a apoiar os filhos em suas escolhas.
A filha M. traz em sua fala ser uma adolescente em sofrimento e consciente do impacto que as desigualdades e dominação vividas pelogênero feminino num ambiente familiar onde o machismo é constantemente reproduzido. M. acredita que a mãe deve se impor e buscar autonomia da sua vida e se apropriar da sua autoridade e do seu papel enquanto mulher nessa constituição familiar.
O filho L. se sente pressionado e tem suas escolhas desestimuladas pelo pai ao mesmo tempo em que tem sua escolha e liberdade incentivada e apoiada pela mãe. Esse conflito de posicionamento entre os pais pode causar danos na construção e amadurecimento de L. enquanto um individuo que sonha e tem vontades independente dos seus pais.
3.2- SISTEMAS DE RELAÇÃO QUE PODEM ESTAR INFLUENCIANDO OS MEMBROS DA FAMÍLIA
As fronteiras dessa relação familiar não estão nítidas e não há limites entre os subsistemas. As relações estão difusas, ao ponto que se produziu um funcionamento emaranhado. 
O rompimento do subsistema conjugal onde há normatização de uma relação familiar regulada pelo patriarcado e o fato de todos na família estarem subordinados ao chefe (A.), este ser a autoridade económica e detentor da disciplina e autoridade enquanto o papel da esposa (R.) – cuidadora do marido, do lar e dos filhos – é ligado ao estereótipo de seu gênero, além da ideia de que a divisão do trabalho doméstico é destinada de acordo com o sexo da pessoa sem levar em consideração que a utilização dos espaços familiares por todos.
3.3- CONFLITOS
A falta de comunicação adequada ocorrendo sempre de forma superficial e impositiva somada ao não compartilhamento de conversas significativas onde haja oportunidade para se discutir os interesses do grupo familiar e questões e outros tópicos importantes; levou aos desentendimentos. 
Os conflitos como resultado de diferentes pontos de vista sobre questões importantes como a relação de cuidados domésticos e os papeis de genro. O fato dos pais terem crescido em uma geração diferente o que trouxe dificuldade para entender as mudanças. O conflito no que diz respeito às expectativas do pai, com a idealização de um futuro perfeito ideal para seus filhos, o que resultou nos frequentes conflitos a partir do momento que o filho (L.) demonstrou que iria seguir uma direção diferente. 
Os diferentes pontos de vista sobre a educação dos filhos e o posicionamento no que diz respeito à tomada de decisões familiares entre os pais é outro ponto de conflito.
REFERENCIAS
CARTER, Betty. As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. Tradução; Maria Adriana Verissimo Veronese. 2ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 1995.
ROHDE, Juliana e ZACHARIAS, Dulce G. Estudo de caso: um olhar sistêmico para a psicoterapia individual. Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/psi/article/view/9508> Acesso em: 03 Out. 2020.
DIAS, Maria. Um olhar sobre a família na perspectiva sistémica: O processo de comunicação no sistema familiar1. Disponível em:
<http://z3950.crb.ucp.pt/biblioteca/gestaodesenv/gd19/gestaodesenvolvimento19_139.pdf > Acesso em: 03 Out. 2020
NARVAZ, Martha Giudice  e  KOLLER, Sílvia Helena. Famílias e patriarcado: da prescrição normativa à subversão criativa. Disponível em: 
<https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010271822006000100007&script=sci_abstract&tlng=pt> Acesso em: 03 Out. 2020

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