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Hematologia - Doenças mieloproliferativas

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Doenças mieloproliferativas 
Doença mieloproliferativa 
 
Quando se fala de doenças mieloproliferativas, vai 
acabar citando desde a célula tronco as suas células 
progenitoras e suas células maduras. Como plaquetas, 
eritrócitos e os granulócitos. Dando ênfase aos 
monócitos, neutrófilo. 
As doenças Mieloproliferativas são dividias por 
cronicidade, tem as crônicas (tem 4 principais) e as 
agudas (ex: leucemia mieloide aguda). 
 
• São diversas doenças mieloproliferativas, tanto 
aguda como crônica, por isso que será abordada 
apenas as principais. 
• Todas as doenças Mieloproliferativa tem um 
marcador de doença bem delimitado, os mais 
famosos são: 
A proteína aberrante BCR-ABL, causada de uma 
translocação entre dois cromossomos – 9 e 22, chamado 
de cromossomo Filadélfia. Essa alteração será 
encontrada nas doenças mieloproliferativas crônica e na 
leucemia mieloide crônica. 
Outro marcador é o JAK2: ela se encontra nas principais 
doenças mieloproliferativas crônicas quando o BCR é 
negativo, sendo as principais: a policitemia vera, 
trombocitemia essencial e mielofibrose idiopática. Essas 
alterações podem ocorrer também em leucemias agudas, 
apesar de ser mais raro. 
 
Fora as leucemias mieloides crônicas, tem mais 3 
doenças que serão vistas na prática médica, são elas, a 
policitemia vera, trombocitemia essencial e a 
mielofibrose. Sempre que pensarmos em doenças 
mieloproliferativa crônica, será um aumento de alguma 
parte da celularidade: 
❖ Policitemia vera é o aumento de células vermelhas; 
❖ Trombocitemia essencial é o aumento do número de 
plaquetas; 
❖ Mielofibrose: é a única que foge um pouco desse 
pensamento. Tem a fisiopatologia decorrente de uma 
mutação que ocorre na célula tronco, isso gera um 
processo inflamatório intenso que gera uma fibrose 
da medula óssea, o gera uma substituição do 
conteúdo de medula por um novo conteúdo celular. O 
conteúdo antigo da medula é expulso, ou seja, irá 
para o sangue. Assim, será visto células jovens na 
periferia como eritoblastos (células jovens da 
hemácia), que sempre deveria estar na medula óssea 
e nunca no sangue. Assim, quando ela é vista na 
periferia, há algo de estranho na medula óssea. 
Também será visto células jovens da serie branca 
(leucócitos), como bastões, mielócitos, 
metamielócitos → aquele desvio a esquerda, com isso 
será visto até mesmo o blasto. 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Doenças mieloproliferativas 
Quando tiver eritoblasto e o blasto na periferia 
provavelmente é um envolvimento dentro da medula 
óssea que está ocupando aquele local e expulsando as 
células 
As células expulsas vão fazer implante em outros órgãos, 
fazendo uma hematopoese extramedular. Então, a 
característica da mielofibrose e ver no hemograma 
células jovens tanto da série vermelha como da série 
branca e notar uma hepatoesplenomegalia, isso é bem 
característica da mielofibrose. 
 
• A doença mieloproliferativa da série vermelha é a 
policitemia vera: vamos pensar quando o valor da 
hemoglobina estiver acima do valor de referência, no 
homem maior que 16,5 e a mulher acima de 16. 
Então, quando encontrar hemoglobina acima do valor de 
referência, deve-se pensar em grandes grupos: 
1. a doença mieloproliferativa – que seria a policitemia 
vera, com isso vale investigar alteração na medula 
óssea para ver se é compatível com a doença e fazer 
pesquisa do JACK2 (importante), pois 95% da 
policitemia vera vai ter jack2 positivo. Assim basta 
ter hemoglobina alta e a presença de mutação que já 
fecha critério para diagnostico. 
 
2. Policetemias secundárias - As principais causas são 
quadros que levam a hipoxemia, sendo as mais 
importantes as doenças pulmonares e doenças 
cardíacas. 
Então, em hipoxemia, pensar em pulmão e coração. 
Ou pode ser por doença renal (ex.: estenose de aorta 
pode levar à hipoxemia local e o rim vai produzir EPO, 
que vai levar a MO a produzir mais hemácias). Então são 
processos que podem levar secundariamente a uma 
policitemia, sendo a estenose renal a causa mais comum 
(diminuição de fluxo que o rim entende como hipoxemia). 
Além disso, a causa secundária pode ter por conta de um 
tumor: as síndromes paraneoplásicas. Tumores acaba 
produzido PO, que estimula a MO a produzir mais 
hemácias. 
Então, toda vez que há policetemia tem que descartar 
policitemia vera e causas secundarias (hipoxemia, 
doença renal ou tumor fazendo síndrome paraneoplasica. 
 
 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Doenças mieloproliferativas 
 
FLUXOGRAMA: 
• Confirmado a policitemia, então o segundo passo é 
ver a dosagem da EPO (eritropoietina), pois quando 
é policitemia vera não é um estimulo na medula (a 
EPO não está indo na medulo para produzir mais 
hemácias), mas sim uma doença dentro da medula 
onde perde a regulação, pois há mutação do jack2, 
faz com que ocorra o estímulo da proliferação da 
série vermelha. Com isso a EPO do paciente vai estar 
baixo. 
• Então com uma policitemia o primeiro exame de 
escolha é a dosagem de EPO. 
• Se vier baixo será pensado na policitemia vera, a 
outra é policitemia familiar, mas que é bem rara não 
deve ser pensada de início, é congênita. 
• Diagnóstico de policitemia vera: é biopsia ou 
pesquisa de mutação de jak2. Jak2 positivo fecha o 
diagnóstico e encaminha para um hemato. 
Hemoglobina alta → dosagem EPO → EPO baixa → 
biópsia ou pesquisa de JAK 2 positivo diagnostico de 
policetia vera. 
PENSANDO NO EPO ELEVADA: 
• Será visto se o paciente tem presença de cianose ou 
não; 
• Se TEM CIANOSE: é doença do coração 
(Cardiopatia) ou é do pulmão (ex: hipertensão 
pulmonar); 
• Se NÃO TEM CIANOSE, será pensado em quadro de 
intoxicações ou alterações congênitas (que são 
quadros mais raros, precisa de exames mais difíceis 
– desconsiderar no momento) OU vai considerar 
síndromes paraneoplásicas. 
OBS: policitemia vera é adquirida. Policitemia congênita 
tem alteração no receptor da EPO, que a pessoa já nasce 
com isso. 
Um fator que puxa muito para ser uma doença 
mieloproliferativa é que elas podem dar esplenomegalia. 
Assim, um paciente com policitemia com esplenomegalia 
já fica mais sugestivo de uma doença mieloproliferativa 
crônica (todas elas – policitemia vera, trombolia 
essencial, leucemia mieloide crônica e a mielofibrose). 
Outro achado que deve ser visto são quadros de 
trombose, ainda mais intrabdominal, veia porta ou 
esplênica → tem que pensar em mutações de JAK2, pois 
pode ser policitemia vera. 
• Explicação sobre a esplenomegalia: não é por 
sequestro esplênico. Pode-se pensar em 3 
possibilidades 
1. Aumento da função 
Todo quadro de anemia hemolítica aumenta o baço, pois 
aumenta a hemólise. Esferocitose, síndrome falciforme, 
talassemias, anemias hemolíticas, o grande exemplo é a 
anemia falciforme, no início o paciente faz uma 
esplenomegalia e ao longo da doença terá uma alta 
chance de fazer esplenectomia. A doença falciforme vai 
manter a esplenomegalia durante todo o curso de sua 
doença. 
Algumas doenças imunes também podem aumentar o 
baço, por exemplo, Lúpus, artrite reumatoide, podem 
cursar com esplenomegalia. Quadros infecciosos, onde é 
necessário fazer uma limpeza, e o baço, além de fazer a 
reciclagem, é também um órgão linfoide, ou seja, ele 
produz imunoglobulinas e faz a limpeza de células ou 
bactérias opsonizadas por anticorpos. Dessa forma, 
quadros infecciosos crônicos (endocardite infecciosa, 
tuberculose) podem vir acompanhados de 
esplenomegalia. Em resumo, quadros que fazem 
aumentar a função do baço causam esplenomegalia. 
2. Alteração na distribuição: 
Doença/fisiopatologia que altera a distribuição do 
sangue provocando esplenomegalia Cirrose pelo 
mecanismo de hipertensão portal, gerando vasodilatação 
esplâncnica. Falando da hipertensão portal intra 
hepática, esta pode ocorrerem 3 localidades, pré-
sinusoidal, sinusoidal e pós-sinusoidal. Na 
esquistossomose, por exemplo, o impacto é pré-
sinusoidal, alterando o fluxo da veia porta, que, em 
condições normais, é um fluxo hepatopetal (do baço para 
o fígado), se torna hepatofugal (foge do fígado), 
retornando para o baço. Portanto, há uma redistribuição 
do fluxo, causando uma esplenomegalia e, 
consequentemente, as demais alterações encontradas na 
hipertensão portal (varizes de esôfago, varizes em 
região abdominal – cabeça de medusa, quadros 
hemorroidais). 
3. Infiltração com célula estranha. 
Qualquer neoplasia pode infiltrar o baço. E aqui estão as 
doenças mieloproliferativas crônicas, onde há um 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Doenças mieloproliferativas 
excesso de células que o baço tem que dar conta. Não é 
pelo excesso de hemácias. Aquela célula neoplásica da 
policitemia vera vai circular no corpo, normalmente fica 
esse excesso no baço e por isso causa esplenomegalia 
(Ficou um pouco solto, então copiei exatamente o que foi 
dito). 
Nota-se a esplenomegalia principalmente em duas 
doenças das mieloproliferativas crônicas: na 
mielofibrose (A medula fibrosou, saiu aquela célula 
tronco que vai infiltrar outros órgãos, por isso que vai 
para o baço, fazendo uma esplenomegalia )e na leucemia 
mieloide crônica. A esplenomegalia é vista, mas não de 
grande monta (não se vê tanto), na policitemia vera e na 
trombocitemia essencial, aumento das hemácias e das 
plaquetas, respectivamente. 
Reexplicando: Toda doença mieloproliferativa tem 
alguma alteração em célula progenitora. No caso da 
policitemia vera, é na parte progenitora, não da célula 
tronco inicial, mas sim da célula que vai dar origem às 
hemácias. A célula alterada fica circulando no corpo, mas 
geralmente ela gosta de ficar em algum local, e o local 
que ela dá preferência é o baço, por isso a 
esplenomegalia. 
Todas as doenças mieloproliferativas crônicas podem 
apresentar esplenomegalia. Além disso, por um 
mecanismo ainda não muito esclarecido, as doenças 
mieloproliferativas, tanto as agudas quanto as crônicas 
(ambas consideradas neoplasias), aumentam o risco de 
trombose. Portanto, faz parte do quadro clínico das 
doenças mieloproliferativas o paciente ter algum tipo de 
trombose, que pode, inclusive, aparecer até antes de ser 
feito o diagnóstico. Por exemplo, o paciente já até tem a 
mutação do JAK2, mas não tem um hemograma 
característico da policitemia vera, então a doença vai vir 
a aparecer, ele tem o diagnóstico de policitemia vera e 
faz um quadro de trombose. Outro exemplo: na 
investigação de um quadro de trombose, acaba fechando 
o quadro de doença mieloproliferativa crônica. 
Tratamento da policetemia vera: 
É necessário diminuir a hemoglobina. Esse tratamento 
pode, inclusive, ser utilizado nos outros quadros de 
policitemia. Para diminuir a hemoglobina desses 
pacientes, é feita a SANGRIA TERAPÊUTICA. O 
paciente vai ao banco de sangue, conforme orientação do 
hematologista, pelo menos uma vez na semana, para doar 
sangue, mas esse sangue não serve para outros 
pacientes, será, então, descartado. 
A referência de valor será medida pelo hematócrito (não 
vai ser o valor da hemoglobina). O hematócrito deve 
estar menor que/em torno de 45 a 50 para suspender o 
uso da sangria e continuar observando o paciente. 
Caso o hematócrito volte a subir, retomar as sangrias 
terapêuticas. 
Importante lembrar que esse paciente, ao longo do 
tempo, por causa das sangrias, ele vai perdendo ferro, 
consequentemente, podem fazer anemia ferropriva 
induzida pela sangria. Na maioria das vezes, NÃO se 
deve tratar a anemia ferropriva desse paciente, pois, 
mesmo com a deficiência de ferro, esses pacientes 
continuam fazendo a hemoglobina. A reposição de ferro 
será feita apenas naqueles pacientes com algum sintoma 
característico de anemia, como uma astenia importante, 
queilite angular. Portanto, inicialmente, mesmo que o 
paciente tenha uma ferropenia, continua-se fazendo as 
sangrias conforme o valor do hematócrito. 
Existem pacientes com policitemia vera que, além de 
aumentar os níveis de hemoglobina, também aumentam 
leucócitos e plaquetas, o que é chamado de 
PANMIELOSE aumento das três séries 
perifericamente, ou seja, o paciente tem uma 
hemoglobina elevada, faz uma leucocitose e uma 
plaquetose. Qual o tratamento desse paciente? Varia 
conforme a série: 
• Para a hemoglobina, é feita a sangria, mas a sangria 
não reduz os níveis nem de leucócitos nem de 
plaquetas. 
• Para leucócitos e plaquetas, normalmente é utilizada 
alguma droga que as reduza. A droga de escolha 
nessas doenças é a Hidroxiureia, que é a mesma 
utilizada no tratamento da anemia falciforme, mas 
com uma dose um pouco mais elevada de forma a 
reduzir a produção de leucócitos e plaquetas. 
Na tabela abaixo, estão os diagnósticos diferenciais de 
policitemia: 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Doenças mieloproliferativas 
 
Trombocitemia essencial 
 
Ocorrem algumas mutações, 
principalmente no receptor de 
megacariócito, perdendo o controle e 
liberando plaquetas sem o estímulo a 
mais. Com a mutação, perde-se o 
controle, produzindo mais plaquetas 
de forma que o número pode vir bem 
elevado. A fisiopatologia é mais ou 
menos a mesma da policitemia vera. 
 
 
São doenças com níveis plaquetários até de 1 milhão. 
Vamos pensar em trombocitemia essencial com plaquetas 
acima do valor de referência (>450.000). Plaquetas acima 
de 450.000, ficar atento para essa doença 
mieloproliferativa crônica – trombocitemia essencial. 
O que deve chamar a atenção é a esplenomegalia. Se o 
paciente tiver esplenomegalia, já ajuda no diagnóstico. 
Mas, caso o paciente não tenha aumento do baço, como 
partir para investigação de trombocitemia essencial? 
Deve-se fazer a pesquisa do JAK2 → 60% dos pacientes 
com trombocitemia essencial dão positivo na pesquisa, ou 
seja, tem a mutação. Existem ainda outras duas 
mutações (não vale a pena decorá-las), a CARL e o MPL. 
Podem estar as 3 mutações positivas, ou apenas uma 
delas, junto com a plaqueta aumentada, fecha o 
diagnóstico da trombocitemia essencial. Mas, nesse 
caso, precisa da biópsia de medula óssea que é 
característica daquela doença. Portanto, ao se deparar 
com níveis de plaqueta elevados, com história de 
esplenomegalia, ou até mesmo histórico de trombose 
fazer a investigação através da pesquisa de mutação + 
biópsia de medula óssea. 
 
Deve-se pensar nos diagnósticos diferenciais. 95% das 
vezes que as plaquetas estiverem elevadas será um 
quadro reacional, sendo necessário investigar qual é esse 
quadro reacional que está provocando aumento nas 
plaquetas. Uma das patologias é um quadro com anemia, 
microcitose e por acaso vem acompanhada de um 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Doenças mieloproliferativas 
aumento de plaquetas (plaquetose), ou seja, é uma 
anemia hipo-micro com plaqueta elevada, a deficiência de 
ferro/anemia ferropriva. 
Paciente fez uma cirurgia e tem um quadro infeccioso 
associado, levando ao aumento de plaquetas. 
Possivelmente, esse processo infeccioso foi o que gerou 
o nível elevado de plaquetas. Mas depende muito do 
contexto, tem pacientes que, ao fazer reação infecciosa, 
fazem plaquetopenia, outros fazem plaquetose. O 
paciente cirúrgico ele já está inflamado, se faz um 
quadro infeccioso, ele inflama ainda mais, então esse 
paciente pode fazer uma plaquetose, as citocinas podem 
estimular o megacariócito a produzir mais plaquetas, 
cascata de coagulação, etc. Nesse caso, identificou-se o 
quadro clínico que justifica o aumento das plaquetas. 
Caso não seja identificado o quadro clínico que esteja 
causando a plaquetose, deve-se fazer a investigação. 
• Analisar a ferritina que, se estiver baixa, pensar em 
deficiência de ferro. 
• Pacientes pós-esplenectomia podem fazerplaquetose como reação à retirada do baço. 
Doenças que podem levar à diminuição da função do baço, 
como a anemia falciforme, doença em que o baço para de 
funcionar. Na anemia falciforme, normalmente, o 
hemograma vem com plaquetose, porque, com o baço não 
funcionante, os 30% de plaquetas normais circula no 
baço. E se este não está funcionando, retornam para a 
corrente sanguínea, aumentando o número de plaquetas 
no hemograma. 
• Identificar qualquer processo inflamatório crônico, 
através da análise do PCR. 
Não encontrada nenhuma das hipóteses acima, começar 
a investigar a trombocitemia essencial biópsia de 
medula óssea em conjunto com a pesquisa de mutações 
(JAK2, CARL ou MPL). 
Resumindo, não encontradas alterações que expliquem a 
plaquetose (infecção, doença que explique a hipofunção 
do baço levando à plaquetose, anemia ferropriva), deve-
se pensar em trombocitemia essencial e investigar se o 
problema está dentro da medula óssea. Para fazer essa 
investigação, realizar a biópsia de medula óssea junto 
com a pesquisa de mutações dos genes JAK2 
(principalmente), CARL e/ou MPL. 
No quadro abaixo, estão as principais causas de 
trombocitose/plaquetose secundária, também chamada 
de plaquetose reacional. Estes são os quadros que devem 
ser investigados na maioria dos pacientes que se 
apresentam com aumento do número de plaquetas. 
 
Mielofibrose 
Abaixo, estão os critérios para mielofibrose. 
 
 
Mielofibrose primária: Mutações que acontecem na 
célula tronco primordial. Há um processo inflamatório 
intenso dentro da medula, de forma que a medula começa 
a fibrosar. Aquela célula tronco, junto com as outras 
células da medula óssea, é expulsa e, por isso, as células 
jovens são vistas circulando na periferia, 
consequentemente, essas células jovens irão se 
implantar em outros órgãos. 
Nesse caso, a implantação se dá pela maior quantidade 
de células, é uma maior infiltração nos outros órgãos pela 
expulsão dessas células da medula óssea, causando uma 
hepatoesplenomegalia de grande monta. Pode até ver um 
fígado de 8- 9 cm no rebordo costal. Um baço que vai até 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Doenças mieloproliferativas 
a linha média do abdome, até a região umbilical, condição 
bem característica da mielofibrose. 
Lembrando que essas outras doenças vistas – 
policetemia vera e trombocitopenia essencial – podem 
evoluir para o quadro de mielofibrose secundário. Porque 
todas elas têm praticamente as mesmas mutações (Jak 
2- tanto na trombocitopenia essencial quanto na 
policetemia vera), havendo também o processo 
inflamatório dentro da medula óssea. Pacientes de longa 
duração, com 10, 15 anos de policetemia vera e 
trombocitopenia essencial faz parte da evolução natural 
da doença, uma transformação. E o que seria essa 
transformação? Se tem um quadro de policitemia vera 
vai evoluir para um quadro de mielofibrose secundaria. E 
como se nota no paciente? Policetemia vera é o aumento 
da hemoglobina. Como tratar? Sangria. Em algum 
momento esse paciente parou de fazer sangria, é 
estranho. E do nada começa a fazer anemia? Ligou o 
alarme que deve ter transformado. Outra coisa que 
chama atenção é o baço. O baço aumenta de tamanho 
porque começou a expulsar célula tronco para dentro da 
medula óssea porque começou a fibrosar, o baço 
começou aumentar de tamanho. 
Mesmo raciocínio para trombocitopenia essencial. Há 
plaqueta de 900, 1000, começa a normalizar até fazer 
plaquetopenia, o baço começou a aumentar de tamanho, 
provavelmente esse paciente transformou. 
Todas essas doenças mieloproliferativas crônicas, 
pacientes de longa duração podem evoluir para quadro de 
leucemia mieloide aguda, estágio final de qualquer 
doença dessa. Quando essa leucemia mieloide aguda 
acontece de transformação, quando a leucemia é 
secundaria à alguma outra doença, o prognóstico é 
péssimo. 
Pergunta: A policitemia vera tem alta longevidade? Não 
é a mesma perspectiva de vida de uma pessoa normal, 
mas tem paciente que vive 10, 15 anos com a doença. Tem 
que ter alguns cuidados. Tem risco maior de trombose, a 
depender de algumas características, principalmente 
idade, fazer uma profilaxia secundária para trombose, 
com uso de anticoagulantes orais, aas ou varfarina. 
Manter o quadro de sangria, no caso, se não conseguir 
diminuir a quantidade de células, uso do hydrea no 
policetemia vera. E na trombocitopenia essencial 
diminuir o número de plaquetas. 
Pergunta: As leucemias fazem parte das doenças 
linfoprolifetivas ou mieloproliferativas? Ou depende da 
leucemia? 
Tem dois de leucemia aguda: 
❖ Leucemia mieloide aguda: faz parte das doenças 
mieloproliferativas; 
❖ Leucemias linfoides: faz parte das doenças 
linfoproliferativas. 
Lembrar do linfoma/leucemia de Burkitt. Porque tem 
mais ou menos a mesma origem. Há linfoma que em algum 
momento podem fazer leucemização, aquela 
apresentação do linfoma com aumento do linfonodo, 
aquela célula pode sair do linfonodo e começar a circular. 
Então, 2 tipos de leucemias, quando são agudas: leucemia 
linfoblástica aguda ou leucemia mieloide aguda, de 
origens diferentes. 
Lembrando que há também as leucemias crônicas, aqui 
vai ser abordado a leucemia mieloide crônica. E no slide 
tem a LLC, leucemia linfocítica crônica. São 
compartimentos diferentes. 
Na tabela acima, da policetemia vera, os critérios 
menores, descreve a reação leucoeritrócitoblástica, que 
é quando há células jovens circulando, quando há tanto 
eritoblasto (série vermelha) e blasto (série branca) 
circulando na periferia. 
Não é patognomônico de policetemia vera. Mas sim de 
alguma coisa que está infiltrando a medula óssea e 
expulsando essas células de lá. Então pode ver isso em 
mielofibrose ou doenças que infiltram medula óssea: 
tuberculose, neoplasia fazendo metástases para medula 
óssea. 
Leucemia mieloide crônica 
 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Doenças mieloproliferativas 
 
 E quando se fala das células granulocíticas, o destaque 
é a leucemia mieloide crônica surge quando acontece a 
translocação entre dois cromossomos (9 e 22. Vai perder 
parte do braço longo do cromossomo 22 e vai translocar 
para o braço longo do cromossomo 9, surgindo a fusão 
dos genes que vai levar a uma protena aberrante (BCR-
ABL=tirosinaquinase). Na fusão, ela não precisa de 
estímulo, então sempre está ativada, vai desencadear 
várias cascatas intra-celulares, fazendo com que a célula 
perca o controle e vai se proliferando. 
 
O que se chama atenção na policetemia vera (não sei se 
está falando de policitemia vera ou de leucemia mieloide 
crônica) é que pode ter várias sintomatologias porque 
aquela célula estranha circulando faz um processo 
inflamatório, fazendo um quadro de fraqueza, sudorese 
noturna, perda de peso. Pode ter um desconforto no 
quadrante esquerdo do abdome secundário à uma 
esplenomegalia que acontece em todas essas doenças 
mieloproliferativas crônicas. 
 
Diagnóstico dessa doença (não sei se está falando de 
policitemia vera ou de leucemia mieloide crônica): 
Leucocitose importante, mais de 30.000, 50.000, com 
desvio à esquerda visto em quadros infecciosos e 
inflamatórios, começou a aparecer as células jovens. Mas 
aqui tem um desvio à esquerda importante. Todas essas 
células jovens, pode até ver blastos na periferia, que não 
é para aparecer e nessa doença pode acontecer. E que 
chama mais atenção, uma basofilia (basófilo aumentado). 
Em nenhuma doença se vê basófilo aumentado, nesse 
caso sim. Quando se vê leucograma com desvio à 
esquerda e o basófilo acima do valor de referência, 
significa leucemia mieloide crônica (LLC). 
 
Diagnóstico da leucemia mieloide crônica: Fazer o estudo 
medular para analisar dentro da medula óssea, 
característica da LLC. E pesquisar a translocação 9-22. 
Existem alguns estudos específicos: o estudo do 
cariótipoou pesquisa por PCR desse gene alterado que 
vai gerar essa proteína aberrante. Consegue identificar 
a alteração genética em conjunto da biópsia da medula 
óssea. 
Essa doença revolucionou as doenças oncológicas. Porque 
é uma doença genética bem característica que é a 
translocação 9-22, que dá origem à uma tirosinaquinase 
aberrante. 
Tratamento da leucemia mieloide crônica: Inibição dessa 
tirosinaquinase. Por causa dessa doença, surgiu uma 
classe de drogas que são inibidores da tirosina quinase. 
Nessa doença a droga é imatinib (Glivec). Revolucionou o 
tratamento dessa doença. 
PERGUNTA? E isso não repercute em outras utilizações 
dessa enzima não? 
Repercute, mas de uma forma não tão intensa. Pode ter 
efeitos colaterais, que normalmente câimbras, 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Doenças mieloproliferativas 
alterações de alguns eletrólitos, mas nada tão 
importante que impeça o uso dessa droga. Antigamente, 
era obrigatório fazer transplante de medula óssea 
alogênica (de uma pessoa para essa pessoa). Porque essa 
doença poderia evoluir de uma maneira rápida para uma 
leucemia mieloide aguda. Como aqui é uma leucemia 
secundária à uma leucemia mieloide crônica, prognostico 
é reservado. Então todos eles quando o diagnostico 
inicial era feito, já tinha indicação de transplante. 
Com o surgimento dessa droga, raríssimas vezes esse 
paciente vai para o transplante. Mais ou menos deixou 
uma doença crônica no paciente, igual a hipertensão. 
Toma-se o remédio todo dia e está controlado. 
E a partir desse modelo de doença, várias outras 
tirosinaquinase foram fabricadas para tratar várias 
outras alterações de tirosinaquinase que existem em 
várias outras neoplasias. 
Na leucemia mieloide crônica, divide em 3 fases: 
❖ Fase crônica (quadro clínico que foi dito): é a mais 
comum. Um paciente que pode ter um quadro de 
anemia leve, mas tem uma leucocitose importante, 
esplenomegalia; 
❖ Fase acelerada: há critérios (não precisa decorar); 
❖ Crise blástica: vem após a fase acelerada. Que vai 
ser uma leucemia mieloide aguda. Leucemia 
secundária à uma LMC. 
Como fecha critério para uma leucemia aguda? Mesmo 
critério para a leucemia mieloide aguda quanto 
linfoblástica aguda, que é do linfoide: 
❖ Tem que ter 20 % de blasto na periferia ou na 
medula óssea. Por isso a necessidade do estudo da 
medula óssea no paciente com leucemia mieloide 
crônica. Porque pode ter a quantidade de blastos 
pequena embaixo. Mas quando faz a medula óssea 
(cortou) .... Então, ao invés de ser uma fase crônica 
vista na periferia, pode ser crise blástica na medula 
óssea. Por isso que é importante fazer a medula 
óssea nesses pacientes, porque muda totalmente o 
tratamento. Por isso é importante verificar a MO 
desses pacientes, pois muda completamente o 
tratamento. 
Leucemia mieloide aguda 
 Leucemia mieloide aguda, pode ser originada do nada. 
Então o paciente tem as mutações que vão levar a essa 
leucemia mieloide aguda, chamada de leucemia primaria 
(le novo). Ou pode ser secundária à alguma outra doença, 
que da sua evolução, levou à uma leucemia mieloide aguda. 
 
Quais são essas doenças? Essas que eu citei. E tem uma 
outra: síndrome mielodisplásica São alterações 
genéticas que surgem, que são compatíveis com leucemia 
aguda, mas inicialmente surgem displasia das células, 
então elas não funcionam direito. Não tem o blasto que 
faz o diagnóstico da leucemia aguda. Quando essa célula 
não funciona direito, as taxas do sangue começam a cair. 
Então, surge um quadro de anemia, plaquetopenia que não 
conseguiu encontrar causas de base, vai para medula 
óssea, que vai estar cheia de displasia Diagnostico de 
uma síndrome mielodisplásica. 
Qual o problema dessa síndrome? Normalmente ela é 
estágio anterior da leucemia aguda. Então, alguns passos 
tem que se bem observados, porque pode evoluir para 
leucemia aguda, porque dentro de alguns achados eu vou 
tratar igual a leucemia mieloide aguda. 
 
No quadro acima algumas mutações, não precisa decorar. 
Tratamento da leucemia aguda 
Fazer uma quimioterapia, tem que tentar eliminar a 
célula blástica. Então fazer uma quimioterapia potente 
ou uma terapia direcionada que tem que eliminar essa 
célula blástica para que a medula volte a funcionar 
normalmente. 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Hematologia – Doenças mieloproliferativas 
 
O que acontece na maioria dos pacientes? Tem a chance 
de cura em torno de 30 a 40 %, porque toda vez que faz 
a quimioterapia, faz uma seleção de células que são 
resistentes à quimioterapia. Então pode progredir 
doenças mesmo tendo feito a quimioterapia. Por isso, que 
o prognostico da leucemia aguda é um pouco reservado. 
Porque na maioria das vezes já tem uma célula blástica 
que já é resistente à quimioterapia. Então, faz a 
quimioterapia, diminuiu aquelas que não são resistentes. 
Qual o tratamento curativo de uma leucemia mieloide 
aguda? É transplante de medula óssea. 
A maioria dos pacientes com leucemia aguda tem 
indicação de transplante de medula óssea. Porque tem 
que fazer a quimioterapia e substituir a medula doente, 
para que consiga eliminar totalmente essa medula óssea. 
E como decidir quem faz tratamento? Tem que fazer 
toda a investigação genética com as mutações que aí vai 
caracterizar de baixo ou alto risco. Todo paciente de 
alto risco merece ser encaminhado para o transplante de 
medula óssea. 
Nos próximos slides é para mostrar que a leucemia 
mieloide aguda é doença de idoso (aparece mais a partir 
dos 50 anos). 
 
Slide que mostra investigação e tratamento da doença. 
Não precisa gravar, mas saber que todo paciente com 
leucemia mieloide aguda talvez mereça tratamento. 
 
Slide que mostra curva de sobrevida das leucemias 
agudas. Na melhor da hipótese, em torno de 5 anos cerca 
de 70 % estão vivos. Mas a maioria que em torno dos 40 
a 10 % estão vivos com 5 anos. Isso quando passa de 60 
anos o prognostico é bem pior.

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