Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO ELEITORAL PARA ENSINO BÁSICO Coordenação: Lucas Andrade Autora: Ana Eliza Pandolfi de Abreu Organizadora: Bárbara Bela DIREITO ELEITORAL PARA ENSINO BÁSICO Coordenação: Lucas Andrade Autora: Ana Eliza Pandolfi de Abreu Organizadora: Bárbara Bela Belo Horizonte 1ª edição 2020 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados Autora: Ana Eliza Pandolfi de Abreu @anaelizapandolfi Coordenação: Lucas Andrade @professor.lucas.andrade Analista Judiciário do TRE/MG desde 2009; Chefe do Foro Eleitoral de Belo horizonte; Especialista em Direito Eleitoral; Especialista em Docência com ênfase no Ensino Jurídico; Graduanta em CIências políticas; Membro do programa Direito na Escola. Presidente nacional do Instituto Direito na Escola; Coordenador do curso de pós-graduação em docência com ênfase em educação jurídica da Faculdade Arnaldo; Professor da PUC Minas e do Pro Labore Cursos Jurídicos; Advogado; Graduado, mestre e pós graduado em Direito; Graduando em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais. A EQUIPE • 4 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados SUMÁRIO Prefácio Aula 1 - Direito de participar Aula 2 - Eleitor consciente vota consciente Aula 3 - Sistema eletrônico de votação. Acreditamos? Aula 4 - Sistemas eleitorais? O que são? Para que servem? Aula 5 - Educação digital e cidadania. Qual a relação? Referências https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 5 PREFÁCIO O Programa Direito na Escola, iniciativa de professores de Direito e advogados voluntários de Minas Gerais, vem promovendo há muitos anos o ensino da ciência do Direito na educação básica, com o objetivo de promover a justiça, a cidadania, a educação ambiental, os direitos humanos e a prevenção da violência. Com o intuito de promover a uniformidade dos conteúdos abordados por membros e professores do programa de todo país, desenvolvemos a série de livros de Direito: “para o ensino básico”. O conteúdo está disposto em formato de aulas para facilitar a atuação dos profissionais e enriquecer as discussões em sala. A seguir estão apresentadas as cinco aulas contendo noções básicas de Direito Eleitoral. Além do material de estudo, foram propostos também questionamentos e curiosidades pertinentes sobre o tema, a fim de proporcionar ao professor ferramentas que contribuam para debates interessantes com os alunos. O objetivo é desenvolver aulas mais participativas, em uma linguagem fácil e acessível, desburocratizando o aprendizado de um assunto que possui importante valor para o desenvolvimento da cidadania. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 6 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados Aula 1 Direito de participar Objetivo: Introduzir a reflexão sobre o direito à participação e de expressão de opiniões, bem como da ideia de responsabilidade de escolha de representantes. 1. Introdução Foi no dia 23 de janeiro de 1532 que os moradores da primeira vila fundada na colônia portuguesa - São Vicente, em São Paulo - foram às urnas para eleger o Conselho Municipal. O direito ao voto sempre foi um direito de todos? Não. Apenas homens, brancos e ricos podiam votar. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 7 Como funciona o voto no século XXI? As mulheres conquistaram o direito ao voto em 1932 e, atualmente, todos podem votar, desde que completada a idade mínima (16 anos até a data da eleição, inclusive). O voto é obrigatório para as pessoas entre 18 e 70 anos. O voto é facultativo, isto é, não obrigatório, para: analfabetos; maiores de setenta anos; maiores de 16 e menores de 18 anos. Não podem votar aqueles que não se inscreverem como eleitores ou estejam com o título eleitoral cancelado ou suspenso. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 8 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados 2. Noções Direito à participação O alistamento eleitoral e o voto são possíveis, mas não obrigatórios, para os maiores de 16 e menores de 18 anos, mas a participação é um direito garantido à crianças e adolescentes. Na Constituição Federal, art. 227: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar a convivência comunitária. No Estatuto da Criança e do Adolescente, art. 4º, também existe esta determinação. Na convenção sobre os Direitos da Criança e Adolescente, que o Brasil subscreveu e ratificou o tratado em 1990 e foi incorporado direito nacional por meio do decreto número 99 710, de 1990, assegura o direito de expressar opiniões livremente. Quem pode ser votado? Qualquer cidadão brasileiro, alfabetizado, que possua título eleitoral regular. Idade mínima: Vereador: 18 anos Deputado e Prefeito: 21 anos Governador: 30 anos Senador e Presidente: 35 anos https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 9 Vamos refletir! O que fazem os vereadores? (Anotar no quadro as sugestões) Fazer leis municipais; Representar a sociedade em sua pluralidade de interesses; Fiscalizar as ações do Executivo (prefeito). Município: divisão legal de um Estado. É administrado por uma prefeitura. O município é formado pela cidade (área urbana) e também pelo campo (área rural). Pode conter outras cidades menores, que não possuem autonomia para se emanciparem (vilas, povoados, etc). RESUMO • No século XXI, o voto é obrigatório para indivíduos, homens ou mulhers, na faixa etária de 18 a 70 anos; • A constituição garante o direito à participação e o decreto 99710 de 1990 assegura o direito de expressar opiniões livremente; • Qualquer cidadão que possua idade mínima para os cargos e seja alfabetizado pode ser votado; • Todo município é administrado por uma Prefeitura. Essa região pode ser formada por uma parte urbana e outra rural. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 10 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados Aula 2 Eleitor consciente vota consciente Objetivo: Introduzir a reflexão sobre a importância do voto consciente Conhecer as regras do processo eleitoral; Participar das eleições; Procurar conhecer a história dos candidatos; Se informar sobre as ideias dos partidos políticos; Ficar atento à atuação dos candidatos eleitos; Valorizar seu voto. 1. Eleitor consciente Vamos refletir! Sabe o que é um eleitor consciente? (Anotar no quadro as ideias lançadas pelos alunos para registro e remissões ao longo da aula). Ser um eleitor consciente engloba várias posturas, entre elas: https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 11 1.1 Como participar das eleições? Examinando as propostas dos candidatos. Fiscalizando as campanhas. Denunciando as irregularidades, conhecendo as regras do processo eleitoral, percebendo o que é legítimo e aquilo que ofende as regras da disputa eleitoral. 1.2 Como escolher os candidatos? Procurando conhecer a história dos candidatos; Se informando a respeito das ideias do partido político ao qual o candidato desua escolha está filiado, pois a ideologia partidária - ou seja, os propósitos do partido - definem como o candidato agirá quando for eleito; Atenção à atuação de cada candidato. Aqueles que possam tentar comprar votos ou oferecer alguma vantagem em troca de apoio político certamente continuarão a promover corrupção se forem eleitos. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 12 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados Vamos refletir! O candidato que compra votos é confiável? Como o candidato vai recuperar o dinheiro que gastou em sua campanha? Está propenso a desviar recursos públicos? 1.4 Voto branco e voto nulo. Conceitos e diferenças O voto em branco ocorre quando o eleitor não manifesta preferência por nenhum dos candidatos e escolhe a opção da tecla de cor branca (BRANCO) e confirma (tecla verde) na urna eletrônica. 1.3 Compra e venda de votos Vender voto: trocar o voto por dinheiro, bens, favores ou vantagens de qualquer natureza oferecidas por candidatos. CRIME, previsto no Código Eleitoral Brasileiro. Tanto quem compra quanto quem vende o voto podem ser punidos com até quatro anos de prisão e pagamento de multa. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 13 O voto nulo é aquele em que o eleitor deseja anular ou comete erro no momento da votação, digitando numeração que não corresponde a partido ou candidato regularmente inscrito e confirma (tecla verde) na urna eletrônica. A diferença entre o voto branco e voto nulo é apenas conceitual. Ambos são desprezados para a determinação de quantos votos são considerados válidos em uma eleição. Se mais da metade dos eleitores anularem os votos, as eleições serão anuladas? Não. Essa tese surgiu de interpretação equivocada do art. 224 do Código Eleitoral. A nulidade a que o artigo se refere decorre de decisão judicial, em razão de abuso de poder político, econômico ou de compra de votos, por exemplo. CURIOSIDADE https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 14 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados RESUMO • Eleitor consciente é aquele que procura conhecer o processo eleitoral, a história dos candidatos e as regras da disputa eleitoral; • A escolha dos candidatos deve também envolver a informação sobre os propósitos dos partidos políticos e a atenção à atuação de cada candidato; • A compra e venda de votos é crime; • A diferença entre voto em branco e voto nulo é apenas conceitual. Nas duas hipóteses, os votos são desprezados. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 15 Aula 3 Sistema eletrônico de votação. Acreditamos? Objetivo: apresentar noções sobre o sistema eletrônico de votação e discorrer sobre sua segurança e credibilidade. 1. A segurança e a credibilidade do sistema eletrônico de votação Vamos refletir! (uma rápida enquete para introdução do assunto) 1. Já ouviram dizer que a urna eletrônica pode ser fraudada? 2. Há alguma comprovação de que a urna eletrônica foi fraudada? NÃO! O Brasil é o único país do mundo que abre o sistema de segurança da urna eletrônica para auditoria. O TSE promove testes públicos do sistema de votação, para que se tente quebrar o protocolo de segurança. Qualquer brasileiro maior de 18 anos pode participar. Até hoje ninguém nunca conseguiu quebrar esse sistema de segurança. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 16 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados 1.1 Urnas eletrônicas Na constituição do império já havia a previsão da “máquina de votar”. O uso da urna eletrônica iniciou no Brasil em 1996, após uma grande fraude nas eleições do Rio de Janeiro. FRAUDES! O histórico de fraudes nas votações analógicas (urnas de lona e cédulas de papel) no Brasil levou ao desenvolvimento da urna eletrônica. A urna eletrônica retirou o fator humano da apuração das eleições, higienizou o processo a partir do momento em que acabou com a manipulação das cédulas que materializavam os votos. CURIOSIDADE Apenas o Brasil usa urnas eletrônicas? NÃO! Vários países utilizam o sistema eletrônico - segundo consta no site do TSE, mais de 30 países - mas em modelos diferentes dos usados no Brasil. Temos como por exemplo os Estados Unidos, Canadá, Suíça, México, Peru, entre outros países. Contudo, devido ao alto custo da votação eletrônica, países que não possuem histórico de fraudes não consideram que exista justificativa para o investimento. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 17 1.2 Como eu sei que ninguém vai alterar meu voto durante a votação? A urna eletrônica é um equipamento que funciona de forma isolada! Em nenhum momento são conectadas à internet ,em razão disso, não são vulneráveis a ataques externos (hackers). Além disso, após serem preparadas para a eleição, recebem lacres físicos, com marca d’água, assinados pelo juiz e promotor eleitorais responsáveis pelal eleição na localidade. 1.3 Como ter certeza de que, ao começar a votação, não existem votos na urna eletrônica? Antes do início da votação, os mesários emitam, para cada urna eletrônica, um relatório chamado ZERÉSIMA (de ZERO), que contém a identificação da urna e indica que nela não há nenhum voto registrado. Essa emissão é aberta à participação dos fiscais dos partidos políticos. Caso haja algum registro de voto, o Juiz Eleitoral e o Promotor Eleitoral responsáveis devem ser imediatamente comunicados. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 18 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados 1.4 Biometria 1.4.1 O que é? É um método tecnológico que permite reconhecer, verificar e identificar uma pessoa por meio de suas impressões digitais. 1.4.2 Como é feito o cadastramento biométrico e para quê serve? O cadastramento biométrico é feito a partir da coleta dos dados biométricos do eleitor (digitais dos dedos das mãos e fotografia). O cadastramento biométrico serve para identificar o eleitor através de sua impressão digital (que é única!), habilitando-o para voto após seu reconhecimento. Ao passar pelo cadastramento biométrico, os eleitores que já possuem título eleitoral terão também seus dados atualizados perante a Justiça Eleitoral. 1.4.3 Qual a vantagem do cadastramento biométrico? Segurança! Prevenção de fraudes! As digitais de cada pessoa são únicas! https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 19 Mais informações: A ideia é conscientizar sobre o funcionamento da urna eletrônica e esclarecer sobre sua utilização no Brasil, em razão do histórico de fraudes nas votações analógicas (urna de lona e cédula de papel). O professor pode trazer exemplos de como ocorriam as votações de papel - os tumultos na abertura das urnas de lona, a possibilidade dos votos serem alterados por aqueles que participavam da apuração e da demora nos resultados - e esclarecerque a urna eletrônica retirou o componente humano, higienizando a votação. RESUMO • Divulga-se a possibilidade de fraude à urna eletrônica, mas nunca houve comprovação de fraude; • Início do uso da urna eletrônica no Brasil: 1996; • A urna eletrônica foi desenvolviva em razão do histórico de fraudes na votação analógica (urna de lona e cédula de papel); • Mais de 30 países utilizam sistema eletrônico de votação; • A urna eletrônica não é conectada à internet; • Antes do início da votação, os mesários emitem a ZERÉSIMA, para comprovar que não existem registros de votos na urna eletrônica; • A biometria é um método tecnológico que o Brasil passou a adotar para trazer ainda mais segurança ao processo eletrônico de votação. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 20 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados Aula 4 Sistemas eleitorais: O que são? Para que servem? Objetivo: apresentar noções sobre os sistemas eleitorais (majoritário e proporcional), sua importância e suas diferenças. 1. Sistemas Eleitorais 1.1 Introdução Na aula 2 falamos sobre ser um eleitor consciente. Uma das posturas dos eleitores conscientes é conhecer as regras do processo eleitoral. Entre estas regras estão os SISTEMAS ELEITORAIS. 1.2 O que são? Sistemas eleitorais são técnicas definidas em lei. No Brasil, a previsão está na Constituição Federal. São mutáveis, o que significa que variam de acordo com o tempo e espaço, e dependem da forma de atuação da sociedade, de como seus componentes interagem e também dos conflitos sociais travados ao longo da história. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 21 1.3 Para que servem? Organizar a representação popular. Organizar as eleições e a conversão de votos em mandatos políticos com segurança, imparcialidade, de forma que a vontade popular manifestada nas urnas, dando legitimidade aos eleitos para exercerem seus mandatos. Devem possibilitar que todos os grupos sociais, sem qualquer distinção, sejam representados. Além de possibilitar que a relação entre representantes e representados exista e seja forte. 1.3.1 Breve noção de Democracia Representativa Democracia. Signigicado da palavra: demos (povo), kratos (poder). Vivemos no Brasil, numa DEMOCRACIA REPRESENTATIVA. O que significa que o povo delega seu poder de decisão a representantes. No Brasil, todos podem votar para escolher os representantes, desde que atingida a idade mínima (16 anos). Sufrágio universal. Todos podem votar. O voto é secreto (resguardado o direito de divulgação espontânea pelo eleitor) e personalíssimo. Não pode ser transferido. Os representantes são eleitos por tempo definido (4 anos para todos os cargos, exceto senadores). https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 22 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados Vamos refletir! (Uma rápida enquete para introdução do assunto) Conseguem imaginar todas as pessoas de sua cidade na praça principal, tomando coletivamente as decisões comuns a todos? A escolha de representantes foi a forma encontrada pelas sociedades atuais, que aumentaram muito numericamente em relação aos tempos antigos, para manter um modelo democrátivo (poder/ povo). Não é mais viável a democracia direta, como nos tempos da Grécia Antiga - onde surgiu o modelo democrático - em que as decisões eram tomadas em praça pública. O aumento numérico das sociedades trouxe a necessidade da escolha dos representantes. 1.4 Sistema Majoritário 1.4.1 Usado para quais cargos? Senadores, Presidente da República (e vice), Governador (e vice), Prefeito (e vice). 1.4.2 Como funciona? É eleito o candidato que obtém a maioria dos votos válidos. Essa maioria pode ser: Absoluta: quando se elege no primeiro turno para cargo do Poder Executivo - o candidato que tenha alcançado o mínimo de 50% dos votos válidos mais um voto; Simples: quando se elege o candidato para os cargos de presidente, governador e prefeito que, no segundo turno, tenha puramente obtivo mais votos que o segundo colocado. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 23 1.5 Sistema Proporcional 1.5.1 Usado para quais cargos? Usado para a eleição dos representantes no Legislativo: deputados (federais, estaduais e distritais) e vereadores. Os representantes são escolhidos a partir da quantidade de votos que os partidos recebem. 1.5.2 Como funciona? São computados os votos não apenas para os candidatos, mas também para os partidos políticos (os eleitores podem votar apenas no partido, o que se chama “voto de legenda”). Para que seja identificado o candidato eleito, é observado se o partido político obteve o número necessário de votos e, dentro dos candidatos votados de cada partido, aqueles que obtiveram o maior número de votos. São necessários alguns cálculos: 1. É preciso saber o total de votos válidos para cada cargo e dividir esse valor pelo total de vagas existentes. O resultado se chama QUOCIENTE ELEITORAL (QE); 2. Após, deve-se dividir o total de votos recebidos pelo partido, pelo número obtido no item anterior (Quociente eleitoral). Esse resultado será o QUOCIENTE PARTIDÁRIO (QP). Este representa o número de cadeiras que o partido terá direito a ocupar. Os cálculos podem não ser exatos e levarão a um novo cálculo para distribuição de votos e vagas que não forem preenchidas na primeira distribuição (“distribuição de sobra”). https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 24 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados ATENÇÃO! O importante é entender que no SISTEMA PROPORCIONAL, a importância que se dá é ao número de vagas que cada partido terá, a partir do total de votos recebidos. No sistema proporcional, votar no candidato significa votar no partido. O eleitor deve, portanto, estar atento e se informar, inclusive, sobre os demais candidatos que concorrem na legenda formada pelo partido do candidato de sua preferência, tendo em vista que sua opção contribuirá para que eles também sejam eleitos. Você se lembra? Aula 2: a necessidade do eleitor conhecer as propostas do partido político de seus candidatos, porque as vagas pertencem aos partidos e não aos candidatos. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 25 Se eu votar em um candidato, posso acabar elegendo outro? SIM! Se um candidato é muito votado, primeiramente os votos são computados para o partido. Como explicado, o número de votos que o partido obteve será dividido pelo número de votos total para cada cargo (QE). O resultado corresponderá ao número de vagas que o partido terá direito a ocupar (QP). A definição de quem ocupará cada uma das vagas que o partido obteve se dará a partir da lista de seus candidatos na ordem decrescente de votação. Assim, o primeiro candidato (X) mais votado, obteve 1.000.000 votos, e o segundo (W) obteve 1.000, e o partido, em razão do QP, tem direito a 2 vagas. X e W, mesmo com tanta diferença, ocuparão as duas vagas conquistadas pelo partido. Esses candidatos que receberam muitos votos são chamados de “Puxadores de votos”. Ex. celebridades muito votadas, como Tiririca. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 26 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados Mais informações: A ideia é conscientizar sobre a importância de se entender como funcionam os sistemas eleitorais, ao menos em linhas gerais, principalmente o sistema proporcional e a figura dos “puxadores de votos”, para a formação de eleitores conscientes. RESUMO • O eleitor consciente precisa entender as regras gerais dos sistemas eleitorais; • Sistemas eleitorais são técnicas definidas em lei, com objetivo de organizar a representação popular; • Escolha de representantes: decorre do crescimento das sociedades, o que inviabilizou a democracia direta, como havia na Grécia Antiga; • Sistema majoritário: o mais votado é eleito. Cargos: Senadores, Presidente da República, Governadores, Prefeitos e seus vices; • Sistema proporcional: todos os votos são do partido. Cargos: deputados e vereadores. A quantidade de votos define quantnas vagas o partido vai ter direito de ocupar. As vagas de cada partido serão ocupadas pelos mais votados do partido; • Atenção para a necessidade de se saber quais os candidatos do partido, em razão da possibilidade da figura do “puxador de votos”. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 27 Aula 5 Educação digital e cidadania: Qual a relação? Objetivo: trazer a reflexão sobre o impacto da propagação de inverdades no processo eleitoral. 1. Educação digital para a cidadania Eleitor consicente não propaga e se protege de notícias falsas, ou que não correspondem à verdade dos fatos. 1.1 Fake News e o processo eleitoral FAKE NEWS 1.1.1 Definição Do inglês “notícias falsas”, ou que não correspondem à verdade dos fatos. Na era da internet, esse tipo de conteúdo se propaga com rapidez e tem seu impacto também ampliado. Quando a propagação se dá por robôs, o dano é ainda ampliado, em razão da dimensão da propagação feita por tais máquinas. 1.1.2 Fenômeno da pós-verdade Tendência em acatar como verdadeira informação - por razões pessoais, políticas, religiosas, culturais, emocionais - independente de sua veracidade. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 28 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados Uma vez acatada a informação, adota-se a postura da não mudança de opinião. no caso de a informação acatada ser uma fake news, o fenômeno da pós-verdade fomenta sua propagação. 1.1.3 Como identificar uma notícia falsa nas redes sociais? • Considerar a fonte da informação; • Não se ater apenas à chamada; • Considerar a história completa; • Os autores da história existem? • Buscar outras fontes; • A notícia é atual? Está no contexto certo? É piada? • Aceito a notícia em razão de preconceito que tenho? Refletir. • Procure a opinião de especialistas. As fake news influenciam nas eleições? Sim! A formação da convicção dos eleitores é um processo construído. E, por tudo que foi explicado, inclusive pelo fenômeno da pós- verdade, pode-se concluir que disseminar notícias falsas ou que não correspondem à verdade dos fatos podem influenciar na escolha construída pelos eleitores. Deve-se atentar que todas as escolhas de representantes afetam a todos, portanto, o prejuizo trazido pelas fake news pode ter dimensão coletiva de grande escala. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados • 29 1.2 Participação na internet Existem inúmeros sites para consulta, para debates e para participação no processo eleitoral. Existem os canais oficiais para acompanhamento das ações dos candidatos. Mais informações: A ideia é conscientizar sobre o potencial danoso da propagação de fake news, bem como que a internet pode também ser usada favoravelmente à formação do eleitor consciente. RESUMO • Eleitor consciente se protege das fake news e não propaga notícias falsas ou que não correspondam à verdade dos fatos; • Pós-verdade: tendência em acatar uam fake news como verdadeira, aceitar qualquer contraponto e contribuir para a propagação da notícia; • É possível identificar fake news; • A internet pode e deve ser usada na formação do voto consciente. https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg • 30 Copyright © 2020 Direito na Escola Produções Todos direitos reservados BIBLIOGRAFIA Eleitor do futuro. Disponível em <http://www.tre-mg.jus.br/ o=tre/escola-judiciaria-eleitoral/eleitor-do-futuro> Acesso em: 29 de agosto de 2019 Falando sobre voto e cidadania. Disponível em <http://www. justicaeleitoral.jus.br/... /tre-ma-projeto-voto-jovem-falando- sobre-cidadania> Acesso em: 28 de julho de 2019 Justiça Eleitoral. O voto no sistema proporcional - Polianna Pereira dos Santos. I Momento Eleitoral, nº 41. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=WqBnI-x7B7U> Acesso em: 29 de agosto de 2019 MENEZES, Carla; CARDOSO, Marina. As fake news sobre vacinas e a volta do sarampo. Disponível em <http://www. educacao.estadao.com.br/blogs/estadao-na-escola/2019/10/15/ as-fake-news-sobre-vacina-e-a-volta-do-sarampo/> Acesso em: 10 de fevereiro de 2019 Mitos Eleitorais. Disponível em <http://www.youtube.com/ playlist?list=PLlkUw1P54c4xQ=AKxM_QIzYFiZeCWgLeg> Acesso em: 10 de fevereiro de 2019 https://www.facebook.com/direitonaescolabrasil/ https://www.instagram.com/direitonaescola/ https://www.youtube.com/channel/UC2-h20oYS4mq5P6IQdV3jRg
Compartilhar