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Aula Prática Penal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE 
EXECUÇÃO PENAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO / RJ 
 
 
 
 
Processo n° xxxxxxxx 
 
 
 
 
Gilberto, já qualificado nos autos do processo em 
epígrafe, por seu advogado infra-assinado, com procuração em anexo, vem 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, interpor o recurso de 
AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no art. 197 da Lei 7.210/84. 
Neste sentido, requer o presente recurso seja 
recebido e procedido o juízo de retratação, nos termos do art. 589, do CPP. Se 
mantida a decisão, requer seja encaminhado o recurso ao Egrégio Tribunal de 
Justiça do Estado do Rio de Janeiro, já com as razões inclusas, para o devido 
processamento. 
 
 
Nesses termos, pede deferimento. 
 
 
 
 
Local/ Data 
 
Assinatura 
OAB/ n° 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO 
 
 
Agravante: Gilberto 
Agravado: Ministério Público 
 
Processo n° xxxxxxx 
 
Razões de Agravo em Execução 
Egrégio Tribunal de Justiça 
Colenda Câmara 
 
 
I – Dos Fatos 
Gilberto foi condenado como incurso nas penas do 
art. 157, caput, do CP, tendo sido aplicada uma pena privativa de liberdade de 
04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicialmente fechado. A sentença 
transitou em julgado no dia 11/09/2007. 
Desde o dia 15/05/2017 o agravante vem 
cumprindo a sua pena, obtendo, inclusive, progressão de regime. Ressalta-se 
que o agravante jamais fora punido com falta grave e preencheu todos os 
requisitos para a obtenção dos benefícios de execução penal. 
No dia 04/01/2018 o agravante pleiteou a 
concessão do livramento condicional tendo sido indeferido pelo juiz da Vara de 
Execução Penal da Comarca do Rio de Janeiro/ RJ, sob os seguintes 
argumentos: 
a) Considerou o crime de roubo como hediondo, não tendo sido cumpridos, 
até o momento do requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade; 
 
b) Ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos 
objetivos para p benefício tendo em vista que Gilberto, por ser portador 
de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena imposta para 
obtenção do livramento condicional; 
c) Indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista 
que os crimes de roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves 
e causam severos prejuízos para a sociedade. 
 
II – Do Direito 
a) Do crime de roubo simples não ser crime hediondo: 
Um dos argumentos auferidos pelo magistrado 
para o indeferimento do pedido de livramento condicional foi que ele considerou 
o crime de roubo como hediondo, sendo necessário o cumprimento de 2/3 da 
pena imposta. 
No entanto, o art. 1, da Lei 8.072/90 não traz em 
seus incisos o roubo como sendo configurado crime hediondo. Dessa forma o 
agravante, não reincidente, de cumprir apenas 1/3 da pena imposta para que lhe 
seja concedido o livramento condicional, nos termos do art. 83, I, do CP. 
b) Do preenchimento do requisito objetivo: 
Como argumento para indeferir o livramento 
condicional, o magistrado disse que ainda que o roubo não fosse considerado 
hediondo, o agravante era portador de maus antecedentes, e assim deveria 
cumprir metade da sanção imposta. No entanto, tal fundamentação não merece 
prosperar. 
O agravante praticou o delito de roubo quando era 
primário, portanto, não reincidente. Nos termos do art. 83, I, do Código Penal, 
para que seja necessário cumprir metade da pena imposta como requisito do 
livramento condicional, o agente precisa ser reincidente em crime doloso. 
Dessa forma, diante de tal omissão deve ser 
aplicada a fração mais favorável ao condenado, pois não cabe analogia em 
prejuízo da parte. 
 
III – Do Pedido 
Ante ao exposto, requer seja conhecido e provido 
o presente recurso e reformada a decisão do juízo a quo, a fim de que seja 
concedido o livramento condicional ao agravante, com a consequente expedição 
do alvará de soltura. 
 
 
Nesses termos, pede deferimento. 
 
Local/ Data 
 
Assinatura 
OAB/ n°

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