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Brucella Introdução O gênero Brucella compreende um grupo de bactérias gram-negativas que sobrevivem quase que exclusivamente nos hospedeiros infectados, de preferência instaladas nos compartimentos intracelulares das células fagocíticas, reticulo endoteliais e, células epiteliais especializadas Uma das características mais importantes de Brucella é a quantidade de espécies desse gênero que são capazes de causar infecções zoonóticas. Brucella é suscetível à maioria dos desinfetantes indicados para bactérias gram-negativas. Nos animais provocam abortos (terça parte final da gestação), nascimento prematuro, natimortos, retenção de placenta, retenções de cio e descargas uterinas com grande eliminação de bactéria. A proteção a longo prazo contra brucelose está associada à estimulação da imunidade celular, embora se considere que os anticorpos tenham participação mínima na proteção. Vacinação é um procedimento fundamental para o controle ou erradicação de brucelose que impede, principalmente, as consequências clínicas da doença (ou seja, aborto ou cria infectada) responsáveis pela transmissão de Brucella. As vacinas mais efetivas são as compostas de cepas vivas atenuadas, frequentemente aplicadas em animais pré-pubescentes. Para fins de diagnóstico, têm-se utilizado vacinas compostas de cepas rugosas de B. abortus que não expressam a cadeia lateral O do LPS, as quais atuam como vacinas diferenciais Etiologia As bactérias do gênero Brucella são coco bacilos gram-negativos, frequentemente únicos, mas também podem se apresentar em pares ou em pequenos grupos, as brucelas não são móveis e não apresentam cápsula, tampouco formam esporos. São microrganismo que tem capacidade de desenvolver dentro de célula principalmente em célula fagocitaria. O gênero Brucella é caracterizado por conter 6 espécies: B. abortus (8 biovares), B. melitensis (3 biovares), B. suis (5 biovares), B. canis, B. ovis e B. neotomae Algumas das espécies clássicas (B. melitensis, B. abortus e B. suis) são subdivididas em biovares, com base em suas propriedades bioquímicas, fenotípicas e antigênicas. ❖ B. abortus, B. suis, B. melitensis e B. neotomae apresentam colônias com morfologia lisa, formada de lipopolissacarídeo (LPS) com cadeia lateral O. ❖ B. ovis e B. canis apresentam colônias com morfologia rugosa e não expressam o LPS com cadeia lateral O. As colônias lisas parecem arredondadas, brilhantes e de coloração azul verdeada e não absorvem o corante cristal violeta. As colônias rugosas têm aparência granular seca, cor amarelo esbranquiçada e se coram com cristal violeta. Estrutura A parede celular de Brucella é típica de bactéria gram-negativa sua membrana externa de 4 a 5 nm de espessura, é composta de camadas assimétricas de LPS e fosfolipídios. O LPS de Brucella é composto de lipídio A, de núcleo de oligossacarídeos e de polissacarídeos O. O polissacarídeo O do LPS, expresso pelas cepas lisas, é altamente imunogênico e pode expressar os antígenos A e/ou M, dependendo da espécie de Brucella. O envelope celular de Brucella, o LPS, as lipoproteínas e as flagelinas exibem reduzido padrão molecular associado ao patógeno PAMP o qual atua alterando falha na indução de uma resposta imune inata Nas células fagocíticas, Brucella spp. virulentas inibe a fusão de fago lisossomos e suas proteínas que se ligam as células fagocitaria influencia o movimento intracelular e se replicar. Brucella produzir guanosina monofosfato, adenina e outros compostos que interagem com neutrófilos, reduzindo a atividade mieloperoxidase, impedindo a liberação de grânulos primários e inibindo a produção de compostos de oxigênio reativos. Transmissão A transmissão de Brucella aos hospedeiros preferidos acontece principalmente por meio de aerossóis, por via oral e/ou por relação sexual, pela superfície mucosa. A transmissão é pelo grau de virulência Altamente virulentos: ➢ B. abortus e B. melitensis Baixa virulência: ➢ B. ovis e B. canis B. suis tem características de ambos os grupos B. abortus e B. melitensis sua a transmissão é, principalmente, horizontal, por meio de fluidos ou tecidos associados a parição ou aborto de fetos infectados, eventos relacionados com aborto são transmissão mais importantes de B. abortus e B. melitensis, pois, fluidos fetais e tecidos de placenta apresentam quantidade de bactérias tão alta. A transmissão venérea é via de transmissão de B. suis, B. ovis e B. canis, nos hospedeiros preferidos. B. suis e B. canis também podem ser excretadas na urina, no leite ou em superfícies mucosas; @rany.summariesvet Brucella B. canis também é encontrada nas fezes. As fêmeas caninas podem eliminar B. canis por 4 a 6 semanas após o aborto, e a secreção vaginal pode conter número de bactérias elevado Os animais infectados por B. suis e por B. canis transmitem Brucella, efetivamente, por período mais longo que os animais infectados por B. abortus e por B. melitensis por meio da excreção de bactérias em superfícies mucosas ou na urina. Espécies de Brucella e doença relacionadas Espécie de Brucella Hospedeiro Espécies afetadas B. abortus Bovino/aborto, orquite Ovino, caprino, suíno/aborto Equino/bursite Humano/febre intermitente B. melitensis Ovino e caprino/aborto, orquite, artrite Humano/febre de malta e doença Sistêmica severa B. suis Suíno/aborto, orquite, atrite Humano/febre intermitente B. ovis Ovino/epididimite, aborto esporádico Humano/doença sistêmica moderada B. canis Canino/aborto, epididimite Patogênese Brucella atravessa as membranas mucosas e, inicialmente, instala nos tecidos linfáticos que drenam o local de entrada. Se a bactéria não se instala no local e não é morta nos linfonodos regionais que drenam o local de infecção, os microrganismos podem se replicar e se propagar para outros tecidos linfo reticulares e aos órgãos, por meio da linfa e do sangue. A distribuição aos tecidos reprodutores e mamários ocorre durante a fase de bacteremia. Uma vez instalados em um ambiente imunologicamente privilegiado do útero prenhe ou do lúmen de ductos da glândula mamária, os mecanismos imunes para eliminação de Brucella são severamente reduzidos. A internalização de Brucella nas células fagocíticas é diferente, depende se a bactéria é lisa ou rugosa, a cadeia lateral O do LPS de Brucella lisa não opsoniza grupo de lipídios inicialmente, as bactérias internalizadas se instalam no interior dos fagócitos, em um compartimento ligado à membrana do fagossomo O fagossomo modificado (“brucelossomo”) resiste à maturação do fagossomo e a sua fusão com lisossomos. Embora a maioria das brucelas seja destruída pela fusão do fagolisossomo, a formação de brucelossomo possibilita a sobrevivência intracelular de algumas bactérias. A capacidade de Brucella em permanecer por longo tempo no interior de macrófagos serve como base para sua capacidade de instalação e persistência de uma infecção crônica. Durante a infecção persistente, algumas bactérias do gênero Brucella permanecem em estado latente, sem replicação, nas células fagocíticas. Controle e prevenção Vários países empregam programas de controle ou erradicação das espécies de Brucella que causam zoonose (B. abortus, B. melitensis e B. suis), em rebanhos domésticos. Embora a brucelose possa causar relevantes prejuízos econômicos aos pecuaristas, a maioria dos programas de controle de brucelose foi elaborada para reduzir a ocorrência de brucelose em animais hospedeiros da bactéria, como um meio de evitar a infecção em humanos. Medidas de controle da doença em bovinos e pequenos ruminantes podem incluir programas sanitários para impedir a transmissão da doença, programas de vacinação para reduzir a suscetibilidade do rebanho e programa de teste e remoção para eliminar animais com brucelose. Vacinas efetivassão ferramentas eficazes tanto em programa de controle quanto em programas de erradicação da doença. Embora a vacinação seja altamente efetiva na redução das perdas de produção causadas por brucelose @rany.summariesvet
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