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ÉTICA E SUSTENTABILIDADE EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES VBN Outubro/2020 Elaborado por: Ianna Morais Disciplina: Ética e Sustentabilidade Turma: 0820-0_3 2 https://ls.cursos.fgv.br/d2l/home/279748 Tópicos desenvolvidos 1. Ações ou estratégias comumente utilizadas pelas empresas para assegurar a sua integridade; 2. Obstáculos apresentados pela cultura organizacional para a inclusão de medidas básicas de proteção aos direitos individuais e coletivos; 3. Efeitos ou impactos de ações empresariais antiéticas (caracterizadas pelo desrespeito) para os stakeholders e a sociedade; 4. Soluções que as empresas podem implementar para garantir, de forma ética, os direitos individuais e coletivos. 3 Apresentação e objetivo A reputação de uma empresa diz respeito à como ela é percebida pelos outros, tendo a característica fundamental de ser um processo de construção. Não é possível conquistar uma boa reputação com apenas uma boa ação isolada, assim como não é possível perder uma boa reputação com uma ação negativa isolada. A reputação é um dos bens mais importantes de uma empresa e que deve receber atenção e cuidados especiais, pois tem grande influência quanto ao sucesso ou não da empresa. A construção de uma boa reputação envolve uma série de pilares e ações em várias esferas, dentre elas destacam-se: ética, cultural, tecnológica, educativa, gerencial, psicológica e política (Chevitarese e Gaspar, [2020?]). Tendo em vista os conceitos apresentados acima, o objetivo deste relatório é auxiliar a empresa VBN a desenvolver ações estratégicas e precisas para construção de uma boa reputação e de uma cultura organizacional pautada na ética e sustentabilidade. 4 Desenvolvimento 1. Ações ou estratégias comumente utilizadas pelas empresas para assegurar a sua integridade A integridade organizacional pode ser entendida como a concordância de ideais e valores dentro de uma organização. É imprescindível o seu constante estímulo, uma vez que pode influenciar diretamente na produtividade dos funcionários e, consequentemente, afetar as operações da organização como um todo. Comumente, observa-se empresas elaborando e colocando em prática um programa de integridade na organização. Isso porque desenvolver um programa de integridade é uma forma de afastar a coerção por meio de normas e outras formas de controle, e incentivar condutas lícitas em um ambiente colaborativo, contribuindo para um bom clima organizacional. Ainda, segundo Decreto nº 8.420, que regulamenta a Lei nº 12.846, o programa de integridade pode ser definido como: “[..]programa de integridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou estrangeira.” Com o objetivo de criar um programa de integridade na empresa VBN foram pensadas as seguintes ações: a. Apoio da alta liderança - é imprescindível que a alta liderança demonstre comprometimento e engajamento com o programa, visto que as pessoas que ocupam esse cargo são exemplos para o restante dos funcionários da empresa b. Elaboração de um Código de Ética e Conduta - este código deverá descrever, pautado na cultura organizacional e de forma clara e objetiva, os padrões de conduta esperados dos funcionários da empresa. E, ainda, deixar claro os comportamentos que ferem os princípios éticos da empresa e da sociedade; 5 c. Estruturação da área de Compliance - A área de compliance em uma organização é responsável por garantir a adequação das ações e condutas praticadas dentro daquele ambiente. d. Monitoramento e melhoria contínua - com objetivo assegurar a efetividade do programa é necessário que seja estabelecida uma periodicidade de treinamentos e avaliação de riscos, seguida de possíveis atualizações no programa de integridade da VBN. 2. Obstáculos apresentados pela cultura organizacional para a inclusão de medidas básicas de proteção aos direitos individuais e coletivos A cultura organizacional de uma empresa é de grande relevância e deve ser estudada sempre que alguma mudança é sugerida, uma vez que remete aos valores que os funcionários e a organização compartilham. Segundo Chiavenato (1999, p. 138), a cultura organizacional pode ser definida como: [...] o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos através de normas, valores, atitudes expectativas compartilhados por todos os membros da organização. Ela refere-se ao sistema de significados compartilhado por todos os membros e que distingue uma organização das demais. Constitui o modo institucionalizado de pensar e agir que existe em uma organização. A essência da cultura de uma empresa é expressa de maneira como ela faz seus negócios, a maneira como ela trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários com relação à empresa. A cultura organizacional representa as percepções dos dirigentes e funcionários da organização e reflete a mentalidade que predomina na organização. Embora seja um ponto sensível, a cultura organizacional não representa um impeditivo para mudanças no âmbito empresarial. É um movimento natural das empresas realizar mudanças para que permaneçam competitivas no mercado, mas a preparação para qualquer transformação no âmbito organizacional deve ser cuidadosa para que não haja resistência por parte dos envolvidos. Existem várias formas de resistência, porém a mais comum manifesta-se por meio de reclamações constantes, absenteísmo, baixa de produtividade, entre outros. 6 Considerando a criação de um novo programa de integridade da empresa VBN, com objetivo de mitigar qualquer tipo de resistência, indica-se a adoção das seguintes ações: a. Alinhamento de objetivos: Fazer uma reunião para anunciar o novo programa, destacando a aplicabilidade do projeto, objetivos principais e os impactos positivos que serão gerados para a organização. b. Metrificar impactos: É importante que os impactos da mudança sejam medidos e analisados, a fim de avaliar os efeitos causados na organização e agir de forma preventiva, caso necessário. c. Comunicação transparente: Criar um canal exclusivo para tratar sobre o tema e fazer com que os envolvidos sintam-se parte do processo, então pedir por feedbacks e sugestões de melhorias. 3. Efeitos ou impactos de ações empresariais antiéticas (caracterizadas pelo desrespeito) para os stakeholders e a sociedade As ações antiéticas são manifestadas de diversas formas, porém a prática mais delicada no mercado é por meio de assédio moral, que, segundo Chevitarese e Gaspar([2020?] apud Hirigoyen, 2001), pode ser: a. Deformação de linguagem - ocorre por meio de ameaças veladas ou censuras não verbalizadas; b. Recusa à comunicação direta - conflito em que o agressor fere a dignidade da vítima de forma vaga e sem revelar os motivos; c. Desqualificação - ocorre quando há desmerecimento das qualidades de uma pessoa; d. Isolamento e deterioração do ambiente de trabalho - apoiar e disseminar conflitos; 7 e. Afronta à competência - desprezar as competências dos colaboradores; f. Indução ao erro - induzir uma pessoa a cometer algum tipo de erro para que torne-se alvo de críticas; g. Assédio sexual - utilizar-se da hierarquia para constranger alguém com o objetivo de obter favorecimento sexual. O principal prejudicado por esses tipos de condutas é a vítima que sofre o assédio, pois os danos causados são diversos, principalmente psicológicos. Entretanto, os impactos ocasionados pela prática de alguma dessas ações ultrapassam os limites do ambiente corporativo, atingindo também stakeholders e a sociedade. No ambiente corporativo, dentre os principais efeitos, destacam-se:aumento da rotatividade de funcionários, diminuição da produtividade e lucratividade, clima organizacional ruim, desmotivação, entre outros. Em relação aos stakeholders e à sociedade, o principal efeito trata-se do desprestígio da reputação da empresa. Há, ainda, outras ações antiéticas conhecidas como, por exemplo, sonegação de impostos, adulteração de mercadorias, não honrar com os pagamentos na data correta, entre outros. Para que a empresa VBN evite comportamentos antiéticos em seu âmbito laboral é de suma importância a criação de normas e mecanismos de controle, por exemplo, o Código de Conduta Ética. Além da criação, são fundamentais a realização de auditorias e de treinamentos periódicos de todos na organização para assegurar que não haja nenhum desvio de conduta. 4. Soluções que as empresas podem implementar para garantir, de forma ética, os direitos individuais e coletivos Para que a empresa VBN possa garantir os interesses individuais e coletivos, indica-se as seguintes soluções: a. Criação do Programa de Integridade com o objetivo de incentivar condutas lícitas em um ambiente colaborativo; 8 b. Elaboração do Código de Conduta Ética a fim de garantir uma conduta ilibada por parte da empresa e demais envolvidos; c. Estabelecimento de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) com objetivo de gerar valor para todos os envolvidos na empresa por meio de ações de cunho social. d. Estruturação das áreas de Compliance e Governança Corporativa para garantir a adequação das ações e condutas praticadas dentro da organização. A implementação dessas soluções, bem como seus treinamentos frequentes e auditorias, podem ajudar a prevenir ações antiéticas e desvios de condutas no ambiente da empresa, da mesma maneira que com terceiros interessados, como stakeholders e a sociedade. 9 Considerações finais e recomendações A adoção de conduta ética e a prática de responsabilidade social empresarial é de extrema relevância para as organizações, pois são mecanismos que impulsionam a competitividade da empresa no mercado. Atualmente, as empresas têm sido cada vez mais cobrados quanto aos seus posicionamentos perante os clientes e sociedade. Dessa forma, o objetivo deste relatório foi identificar possíveis gaps na gestão da empresa de telecomunicações VBN e sugerir ações para mitigar possíveis falhas e auxiliar a organização a tornar-se uma empresa mais ética e responsável socialmente. Por fim, espera-se que a soluções propostas sejam colocadas em prática o mais breve possível, com os treinamentos devidos e as auditorias periódicas para possíveis atualizações e para mitigar ações antiéticas no âmbito da organização. 10 Referências bibliográficas CHEVITARESE, Leandro; GASPAR, Natalia. ÉTICA E SUSTENTABILIDADE. [S. l.: s. n.], [2020?]. 88 p. E-book. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campos, 1999. CRISTINA, Franciele. Os impactos do assédio moral para as organizações e suas ferramentas de controle. RH Portal, [S. l.], p. 1-10, 2 set. 2015. Disponível em: https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/os-impactos-do-assedio-moral-para-as-organiz aes-e-suas-ferramentas-de-controle/. Acesso em: 9 out. 2020. ENCONTRE um novo propósito para sua empresa: conheça as iniciativas de Responsabilidade Social Empresarial (RSE). [S. l.], 10 set. 2019. Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/responsabilidade-social-empresarial/. Acesso em: 10 out. 2020. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Decreto nº 8.420, de 18 de março de 2015. Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que dispõe sobre a responsabilização administrativa de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira e dá outras providências. [S. l.], 18 mar. 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/decreto/d8420.htm. Acesso em: 7 out. 2020. 11
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