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Patologia das Construções 2018 AULA 2 Introdução Prof. Esp. Robson Martin robson.martin@modulo.edu.br AULA PASSADA: Citê um exemplo de patologia causada pelo uso da edificação? Citê um exemplo de patologia causada por falha no projeto? Citê um exemplo de patologia causada por falha na execução da obra? O que é Carbonatação? É um processo de transformação de hidróxidos presentes no concreto em carbonatos de cálcio e de magnésio a través pelo contato com o CO2. Ela reduz o Ph do concreto, desprotegendo a s armaduras e dando início ao processo de corrosão. O que é Lixiviação? É um processo de dissolução e transporte da cal hidratada presente no concreto armado. Reações de hidrataç ão do Cimento Portland produzem cristais como silicato de cálcio hidratad o, cal hidratada e hidróxidos de cálcio e de magnésio, parcialmente solúveis e m água corrente.. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. A figura ao lado se refere a Lixiviação ou a Carbonatação? Por que? Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. A figura ao lado se refere a Lixiviação ou a Carbonatação? Por que? Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Bibliografia: THOMAZ, Ércio. “Trincas em edificações: Causas, Prevenção e Recuperação”, 1989. Ed. PINI Ltda. Segundo Francisco Romeu Landi, Vice-Diretor da Escola Politécnica da USP “O Engenheiro Ércio Thomaz desenvolveu ao longo dos anos um ma terial de pesquisa para uma disciplina na Pós Graduação, que evoluiu p ara um Seminário na área, passou para parte integrante da discipli na sobre Patologias das Edificações para, finalmente, se converter em Dissertação de Mestrado”. E completa: “O leitor não deve encarar o trabalho como um manual de consulta , onde encontrará uma resposta direta para a dificuldade que venha a encontrar na sua profissão. Este livro, é antes de tudo, um livro de formaç ão. É necessário uma visão sistêmica de todo o problema para se encaminhar em direção a uma solução”. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Segundo THOMAZ (1989) alguns fatores tem contribuído para a queda gradativa da qualidade das construções no Brasil e o surgimento de patologias a ponto de encontrarmos edifícios que nem tendo sido ocupados, já estão virtualmente condenados. São eles: 1. A evolução da tecnologia dos materiais de construção e das técnicas de projeto e execução de edifícios tornou-os cada vez mais leves, com componentes estruturais mais esbeltos, menos contraventados. 2. Conjunturas sócio-econômicas de países em desenvolvimento fazem com que as obras sejam conduzidas em velocidade cada vez maiores, com pouco rigor nos controles dos materiais e dos serviços. 3. Formação deficiente de profissionais do ramo da construção civil como engenheiros e arquitetos, pedreiros e mestre de obras, etc. 4. Políticas habitacionais e sistemas de financiamento inconsistentes. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. O que é Patologia? Segundo Paulo Helene em “Patologia das Estruturas de Concreto” pode ser entendido como: “A parte da engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e origens dos defeitos das construções civis". Fig.01 – Patologia em Dente Gerber e Viga de concreto numa ponte em São Sebastião/SP. Fonte: Prof. Robson M. (2011). Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. O que é Terapia? Segundo Paulo Helene em “Patologia das Estruturas de Concreto” : “É o ramo da engenharia que trata da correção dos problemas patológicos nas edificações”. Fig.01 – Patologia em Dente Gerber e Viga de concreto numa ponte em São Sebastião/SP. Fonte: Prof. Robson M. (2011). Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Segundo Paulo Helene “Todo material empregado na construção civil tem uma vida útil”. Atendendo o desempenho desejado ao longo desta vida útil. Por exemplo, na Fig.01 ao lado observamos um Dente Gerber de apoio para viga de concreto numa ponte de concreto. Este Dente Gerber atende o desempenho desejado? Por que? Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.01 – Patologia em Dente Gerber e Viga de concreto numa ponte em São Sebastião/SP. Fonte: Prof. Robson M. (2011). O QUE É DESEMPENHO DO MATERIAL? Segundo Souza e Ripper: “Entende-se o comportamento em serviço de cada produto, ao longo da vida útil, e a sua medida relativa espelh ará, sempre, o resultado do trabalho desenvolvido nas etapas de projeto, c onstrução e manutenção”. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.02 – Patologia em Dente Gerber numa ponte em São Sebastião/SP. Fonte: Prof. Robson M. (2011). O QUE É A VIDA ÚTIL DE UM MATERIAL? Segundo Souza e Ripper: “Entende-se o período durante o qual as suas propriedades permanecem acima dos limites mínimos especif icados”. As Fig.1 e 2 são de Patologias no Dente Gerber de uma ponte construída em 1960 e que passou por Terapia em 2010. Na Fig.3 está o resultado após os serviços de recuperação. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.03 e Fig.04 – Patologia em Dente Gerber numa ponte em São Sebastião/SP. Fonte: Prof. Robson M. (2011). O QUE SÃO SINTOMAS? Os problemas patológicos, salvo raras exceções, apresentam manifestações externas denominadas “sintomas” que permitem o início da investigação das causas do problema. Nas estruturas de concreto armado, por exemplo, os sintomas mais comuns são: 1. As fissuras; 2. As flechas excessivas; 3. As manchas; 4. As eflorescências; 5. A corrosão da armadura; 6. Os ninhos de concretagem; Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. QUAL A ORIGEM DA PATOLOGIA? Imagine uma linha do tempo na qual existem vários pontos que representam uma fase ou etapa no processo de construção da edificação. A origem da patologia deve estar em algum ponto nesta linha do tempo. Fase de constituição do solo (muito antes da aquisição do terreno). Fase de terraplenagem (movimentação do solo). Fase de projeto (especificações). Fase das escavações (início da base de sustentação). Fase de produção dos materiais (na indústria, no canteiro, etc). Etapas de execução da obra. Etapas de instalações prediais (rede de gás, água quente, etc). Fase de uso pós ocupação (uso inadequado, falta de manutenção, etc). Causas fortuitas (incêndio, acidente, inundações, etc). QUEM É O RESPONSÁVEL PELA FALHA? Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. A ORIGEM DA PATOLOGIA Segundo Carmona Filho & Marega e Bueno (1994) a origem podem ter causas no Projeto (P), ou Materiais (M), ou na Execução (E), ou no Uso (U), ou por Causas Naturais (N). Variando de país para país e em %: Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. País Número De Casos Causas Tipo de obra P M E U N R C I H Inglaterra 510 49 11 29 10 1 Alemanha 1570 40 15 29 9 7 Romênia 432 38 23 20 11 8 Bélgica 3000 49 12 24 8 7 Dinamarca 601 37 25 22 9 7 Iugoslávia 117 34 22 24 12 8 França 10000 37 5 51 7 68 18 14 Espanha 586 41 13 31 11 3 57 20 12 Brasil 527 18 7 52 13 24 19 26 12 A ORIGEM DA PATOLOGIA Segundo Carmona Filho & Marega e Bueno (1994) a incidência das origens das patologias no Brasil estão mais concentradas na Execução (51%), Projeto (18%) e Utilização (13%). Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.05 – Origem de Patologias no Brasil. Fonte: CARMONA F. & MAREGA B. A ORIGEM DA PATOLOGIA Segundo HELENE & FIGUEIREDO (2003) as manifestacões patológicas possuem origem nas fases de Projeto (40%) e do Planejamento (4%) que na Execução (28%). Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.06 – Origem de Patologias no Brasil. Fonte: HELENE & FIGUEIREDO O QUE AS NORMAS BRASILEIRAS DEFINEM? Se a maior concentração das causas de patologias está nas etapas de Projeto, Planejamento e Execução , é preciso conhecer quais os procedimentos recomendados. Começamos pela NBR-13.531 referente Atividades Técnicas na Elaboração de projetos de edificações. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR-13.531 Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR-13.531Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR-13.531 Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR-13.531 Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. TAREFA: Ler o que a NBR-13.531 define para cada atividade técnica de projeto de edificação, do item “a” ao “h”, ou seja, do Levantamento (LV) ao Projeto para Execução (PE). FLUXOGRAMA DE PROJETO DA NBR-13.531 Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.07 – Fluxograma de projeto. Fonte: NBR 13531. NBR 6118 – REQUISITOS DE QUALIDADE Norma brasileira referente Projeto de Estruturas de Concreto. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR 6118 – REQUISITOS DE QUALIDADE O concreto é constituído pela mistura de Água com Agregados miúdos (Areia), Agregados Graúdos (Brita) e o Aglomerante (Cimento) em dosagem que deve ser especificada pelo Traço , afim de garantir que o produto atenda as especificações de projeto e uso. O traço em massa é indicado 1:3:3 onde: 1º algarismo indica a quantidade de cimento a ser usado; 2º algarismo indica a quantidade de areia; e o 3º algarismo indica a quantidade de brita . Quais os requisitos para a especificação da qualidade destes materiais? Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.08 – Exemplo de traço em massa NBR 6118 – REQUISITOS DE QUALIDADE Ensaios Colorimétrico Avalia-se o material orgânico presente na Areia através de um frasco com 200g da areia em análise e 100g de uma solução com água destilada e hidróxido de sódio a 3%. Agita-se vigorosamente o frasco e deixa decantar por 24h. O líquido incolor passará a ter outra coloração que comparada a paleta de cores. Claro significa matéria orgânica não significante e cores escuras compostos de ferro inócuos. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.09 – Ensaio Colorimétrico NBR 6118 – REQUISITOS DE QUALIDADE Ensaio de Granulometria A peneira número 50 tem 50 malhas por polegada linear. A série de peneiras de 150, 75, 38, 9, 5mm e número 4 é usada para agregados grossos. Enquanto que as peneiras 4, 8, 16, 30, 50 e 100 são usadas para agregados finos. Todas as peneiras estão acomodadas num suporte, ver Fig.10. Peneiras de malhas maiores no topo e de malhas menores na base. Faz-se passar 1000 gramas de agregado miúdo pelas peneiras. A parte retirada em cada peneira é pesada e calculada em %. Num concreto comum, cerca de 75% do volume da mistura é ocupado pelos agregados. Eles devem ser duros, resistentes, formato adequado (sem cantos retos ou angulosos) e que não acumulem água. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.10 – Ensaio de Granulometria NBR 6118 – REQUISITOS DE QUALIDADE Tipos de Aglomerantes (Cimento) O aglomerante e componente mais caro da mistura do concreto é o Cimento , por isso deve ter a quantidade reduzida a um mínimo compatível com a qualidade e resistência exigida. A Fig.11 mostra diferentes tipos de Cimento Portland como resultado da mistura com outros aditivos, como Filer, ou Escória ou Pozolana produzindo Cimento Composto (II), Altoforno (III), Pozolânico (IV) e o ARI (V). Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.11 – Tipos de Cimento Portland NBR 6118 – REQUISITOS DE QUALIDADE É preciso escolher o tipo de cimento segundo seu empregado no uso na edificação. Por exemplo, em meios agressivos como água do mar recomenda-se o uso de CP-III ou CP-IV ao invés de CP-II, ver Fig.12. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.12 – Tipos de Cimento e uso indicado NBR 6118 – REQUISITOS DE QUALIDADE Outro fator é a resistência à compressão aos 28 dias, daí a importância da relação Água/Cimento segundo a Curva de Abrams, ver Fig.13. Porque quanto maior a quantidade de água na mistura, menor será a sua resistência, ver Fig.13. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.13 – Curva de Abrams (Mpa) NBR 6118 – REQUISITOS DE QUALIDADE Observando a Fig.14 notamos um comparativo da resistência à compressão entre 10 e 60 Mpa num período de 28 dias para diferentes tipos de Cimento Portland. Lembrando que o CP-V é o ARI (Alta Resistência Inicial). Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.14 – Gráfico de resistência à compressão (Mpa) NBR 6118 – REQUISITOS DE QUALIDADE O concreto armado é constituído pela inserção da Armadura metálica no interior da seção do elemento estrutural (laje, pilar ou viga, etc). A Armadura é formada pelo conjunto de barras de aço que poderão estar dispostas no sentido longitudinal e/ou transversal do elemento estrutural afim de reforçá-lo para esforços mecânicos aos quais será submetido. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Fig.15 – Viga de concreto armado sob esforço mecânico NBR 6118 – REQUISITOS DE QUALIDADE Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR 6118 - DIRETRIZES PARA DURABILIDADE Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. TAREFA: Do que tratam os itens 7.8 e 25.3 da NBR-6118 citados no item 6.2.1? NBR 6118 – MECANISMOS DE ENVELHECIMENTO E DETERIORAÇÃO Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR 6118 – MECANISMOS DE ENVELHECIMENTO E DETERIORAÇÃO Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR 6118 – MECANISMOS DE ENVELHECIMENTO E DETERIORAÇÃO Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR 6118 – CLASSE DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL Fig.16 –Fonte: NBR 6118. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR 6118 – CORRESPONDÊNCIA ENTRE CLASSES DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL E A QUALIDADE DO CONCRETO Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR 6118 – TAB.7.1 - CORRESPONDÊNCIA ENTRE CLASSES DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL E A QUALIDADE DO CONCRETO Fig.17 –Fonte: NBR 6118. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR 6118 – CORRESPONDÊNCIA ENTRE CLASSES DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL E O COBRIMENTO NOMINAL DA ARMADURA (10mm) Fig.18 –Fonte: NBR 6118. NBR 6118 – DRENAGEM E FORMA ARQUITETÔNICA Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR 6118 – CONTROLE DE FISSURAÇÃO Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR 6118 – MEDIDOR DE FISSURAS (FISSURÔMETRO) Fig.19 – Fissurômetro - Fonte: MC Bauchemie. Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. NBR 6118 – CONTROLE DE FISSURAÇÃO Fig.20 –Fonte: NBR 6118. Pesquise e responda: 1. Comente um fator que causa patologia nas construções mesmo com a evolução da tecnologia dos materiais e das técnicas construtivas. 2. Comente um fator que contribui para o pouco rigor nos controles dos materiais e dos serviços executados nos canteiros de obra? 3. Comente uma falha de Projeto que pode contribuir com o surgimento de patologias numa edificação. 4. Comente uma falha de Planejamento da obra que pode contribuir com o surgimento de patologias numa edificação. 5. Leia a NBR-6118 referente projetos de estruturas de concreto e responda do que tratam os itens 7.8 e 25.3 desta norma? Patologia das Construções – 2018 - Prof. Robson M. AULA 2 – INTRODUÇÃO A PATOLOGIA NAS CONSTRUÇÕES www.modulo.edu.br Centro Av. Frei Pacífico Wagner, 653 11660 930 Caraguatatuba SP T F 55 11 3897 2000
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