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03_Apostila_Graduação_Multivix_-_Historia_da_Educacao

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1
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
02
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, 
destacando-se pela oferta de cursos de 
graduação, técnico, pós-graduação e 
extensão, com qualidade nas quatro áreas 
do conhecimento: Agrárias, Exatas, 
Humanas e Saúde, sempre primando pela 
qualidade de seu ensino e pela formação 
de profissionais com consciência cidadã 
para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institu-
ições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquis-
taram notas 4 e 5, que são consideradas 
conceitos de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
MISSÃO
Formar profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho, com elevado 
padrão de qualidade, sempre mantendo a credibil-
idade, segurança e modernidade, visando à satis-
fação dos clientes e colaboradores.
 
VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
R E I T O R
GRUPO
MULTIVIX
R E I
03
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
S581h 
Silveira, Marilia Alves Chaves.
História da educação / Marília Alves Chaves Silveira, Tatiana de Santana Vieira(revisora). – Serra: 
Multivix, 2017.
90 f.: il.; 30 cm 
Inclui referências.
1. História da educação I. Vieira, Tatiana de Santana(revisora) II. Faculdade Multivix – NeaD. III. Título.
 CDD: 370.9
EDITORIAL
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX
Diretor Executivo
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Diretor Geral
Helber Barcellos da Costa
Diretor da Educação a Distância
Pedro Cunha
Conselho Editorial
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do
Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão de Língua Portuguesa
Leandro Siqueira Lima
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Felix Soares
Multivix Educação à Distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EAD
04
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
-
R E I T O R
APRESENTAÇÃO
DA DIREÇÃO
EXECUTIVA
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte do 
maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoeiro 
de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São 
Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no 
mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos 
de graduação, pós-graduação e extensão de 
qualidade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na 
modalidade presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprovada 
pelo MEC, que coloca todas as unidades do 
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 
Instituições de Ensino Superior de excelência 
no Brasil, contando com sete unidades do 
Grupo entre as 100 melhores do País, a Multivix 
preocupa-se bastante com o contexto da 
realidade local e com o desenvolvimento do 
país. E para isso, procura fazer a sua parte, 
investindo em projetos sociais, ambientais e na 
promoção de oportunidades para os que 
sonham em fazer uma faculdade de qualidade 
mas que precisam superar alguns obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: 
“Formar profissionais com consciência cidadã para 
o mercado de trabalho, com elevado padrão de 
qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segu-
rança e modernidade, visando à satisfação dos 
clientes e colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade sempre 
foi a melhor resposta para um país crescer. Para a 
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o 
mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretor Executivo do Grupo Multivix
05
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
Bem vindo(a) à disciplina de História da Educação, 
na qual estudaremos, para aprofundar seus conhe-
cimentos, a educação desde a era primitiva até a 
pós-modernidade, correlacionando-os com a sua 
formação profissional.
Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, 
esta disciplina foi organizada em 06 (seis) unidades, 
com temas e subtemas que, por sua vez, podem 
ser subdivididos em se- ções (tópicos), atendendo 
aos objetivos do processo de ensino-aprendizagem.
De modo geral, na disciplina de História da Edu-
cação, apresenta em seu contexto: a história da 
Educação; a Educação na Antiguidade; a Educa-
ção na Idade Média; a Educação na Renascença e 
na Modernidade; a História da Educação no Brasil; 
Educação para a Democracia e o Paradigma da 
Pós-Modernidade.
Ao longo da disciplina destacaremos e promovere-
mos uma discussão partindo da contextualização 
dos principais conceitos da História da Educação 
destacando os vários enfoques específicos em cada 
época, assim, realizarmos um bom curso.
Para tanto, fique atento(a) à leitura dos mais impor-
tantes conceitos da atualidade no que se refere ao 
Educação dentro da realidade da sociedade vigen-
te, sempre tendo como premissa de que a Educa-
ção ocorre em todos os espaços sociais nos quais o 
ser humano está inserido. 
Enfim, esperamos promover reflexões acerca do as-
sunto e desejamos sucesso e bons estudos!
06
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
SUMÁRIO
2UNIDADE
3UNIDADE
4UNIDADE
1UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 11
1.2 EDUCAÇÃO PRIMITIVA 15
1.2.1 EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS 15
1.2.1.1 O PERÍODO PALEOLÍTICO: CAÇADORES - COLETORES 15
1.2.1.2 NEOLÍTICO: O PROCESSO DE SEDENTARIZAÇÃO 16
1.2.1.3 O PROCESSO EDUCACIONAL 17
2 A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE 22
2.1 OS PROCESSOS EDUCACIONAIS DAS CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE 22
2.1.1 O EGITO 22
2.1.2 A GRÉCIA 23
2.1.3 ESPARTA E O PROCESSO EDUCACIONAL 24
2.1.4 ATENAS E O PROCESSO EDUCACIONAL 26
2.1.5 SÓCRATES E OS SOFISTAS3 27
2.1.6 SÓCRATES E PLATÃO3 28
2.1.7 A EDUCAÇÃO ROMANA 28
3 IDADE MÉDIA: EDUCAÇÃO E FÉ 32
3.1 A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA 32
3.2 ATUAÇÃO DA SANTA INQUISIÇÃO OU SANTO OFÍCIO A PARTIR DO SÉCULOXI 33
3.3 A PATRÍSTICA 34
3.4 A ESCOLÁSTICA 36
4 A RENASCENÇA E A MODERNIDADE NA EDUCAÇÃO 41
4.1 ASPECTOS DA MENTALIDADE RENASCENTISTA 41
4.2 PRINCIPAIS PENSADORES DA MODERNIDADE E SEUS IDEAIS4 43
4.3 O RENASCIMENTO COMO ELEMENTO PARA COMPREENSÃO DA 
 SOCIEDADE MODERNA5 52
07
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
5 CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 56
5.1 PANORAMA HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 56
6 A SOCIEDADE DEMOCRÁTICA E O PENSAMENTO EDUCACIONAL 81
6.1 EDUCAÇÃO PARA A DEMOCRACIA 81
6.2 A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO PEDAGÓGICO 82
6.3 EDUCAÇÃO E PÓS-MODERNIDADE 85
CONCLUSÃO DA DISCIPLINA 88
REFERÊNCIAS 90
SUMÁRIO
6UNIDADE
5UNIDADE
08
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
 ICONOGRAFIA
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
09
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
UNIDADE 1
> Apreender o 
conceito de 
Educação;
> Compreender 
a relação entre 
história e educação 
na formação das 
sociedades;
> Estabelecer a 
interface da 
Educação com o 
desenvolvimento 
cultural, econômico 
e político 
das distintas 
sociedades.
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que você seja 
capaz de:
10
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA 
DA EDUCAÇÃO 
O fenômeno educacional se desenrola no tempo e faz parte de um contexto geral, 
assim, existe uma analogia entre História e Educação. Essa analogia parte de uma 
simples delimitação temporal a ideologias intrínsecas nas práticas pedagógicas. Nes-
se sentido, os estudos de História da Educação articulam intensamente o passado, o 
presente e o futuro. Estudar História da Educação é investigar os acontecimentos, é 
assumir ao mesmo tempo dois papéis: o de historiador e o de educador.
Na História, não nos deparamos apenas com as práticas pedagógicas e a relação 
professor-aluno, mas sim com todo o contexto histórico, os personagens, os locais, as 
instituições. A História da Educação, capacita o profissional em direção à uma per-
cepção da educação como algo resultante de um contexto, e o torna um crítico dos 
fenômenos sócio educacionais (ARANHA, 1996).
Ninguém escapa da educação, pois ela ocorre em todos espaços sociais no qual o ser 
humano interage: dos núcleos familiares à comunidade, em casa, na rua, na igreja, 
na escola, dentre outros locais. A educação existe em cada povo, nas diversas cultu-
ras, onde há vida humana, há educação uma vez que para aprender, para ensinar, 
para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os 
dias misturamos a vida com a educação (BRANDÃO, 2007, p. 07).
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
Leia um trecho de uma história contada por Brandão em “O que é educação?”:
Há muitos anos nos Estados Unidos, Virgínia e Maryland assinaram um tratado de paz 
com os índios das Seis Nações. Ora, como as promessas e os símbolos da educação 
sempre foram muito adequados a momentos solenes como aquele, logo depois os 
seus governantes mandaram cartas aos índios para que enviassem alguns de seus jo-
vens às escolas dos brancos. Os chefes responderam agradecendo e recusando. A carta 
acabou conhecida porque alguns anos mais tarde Benjamin Franklin adotou o costu-
me de divulgá-la aqui e ali. Eis o trecho que nos interessa:
“[...] nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e 
agradecemos de todo o coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que dife-
rentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não 
ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa. 
[...] Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e apren-
deram toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltavam para nós, eles eram maus cor-
redores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. Não 
sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa 
língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerrei-
ros, como caçadores ou como conselheiros. Ficamos extremamente agradecidos pela 
vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão oferece-
mos aos nobres senhores de Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes 
ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens.” 
Disponível em: http://www.sitiodarosadosventos.com.br/livro/images/stories/anexos/o_
que_educacao.pdf. Acesso em: 14 jun. 2017.
SUGESTÃO DE LEITURA
Como se lê acima no texto de Brandão (2007), a carta dos indígenas relata que a 
educação não ocorre somente nas escolas. Tal como não há um modelo de se fazer 
educação. A educação surgiu sem salas de aula, professores especialistas, escola ou 
métodos pedagógicos, ou seja, sua existência antecede a organização de estruturas 
sociais complexas e a criação de modelos de ensino formal, pois é uma criação so-
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
cial para tornar comum (como saber, ideia, crença) o que é comunitário, os saberes 
produzidos e as regras de conduta. 
A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras 
que as pessoas criam para tornar comum, como saber, como ideia, como 
crença, aquilo que é comunitário como bem, como trabalho ou como 
vida. Ela pode existir imposta por um sistema centralizado de poder, que 
usa o saber e o controle sobre o saber como armas que reforçam a desi-
gualdade entre os homens, na divisão dos bens, do trabalho, dos direitos e 
dos símbolos (BRANDÃO, 2007, p. 10).
Nas chamadas sociedades tribais o saber é construído e socializado em diversos 
tempos-espaços do cotidiano comunitário como nas celebrações religiosas, no lazer, 
na preparação dos alimentos, a educação acontece sem tempos marcados ou méto-
dos específicos e está acessível a todos indivíduos.
São nas sociedades complexas, onde ocorre a divisão social do trabalho, que os pro-
cessos de transmissão do saber são pensados como um problema social, ou seja, o 
conhecimento não é transmitido de forma igual a todos, a informações comparti-
lhadas com os diversos grupos são selecionadas, o saber passa a ser então objeto de 
poder. Nesse contexto, foram criados os espaços, tempos, profissionais, sistemas de 
ensinar-aprender cada vez menos comunitários e espontâneos. 
Em todas as comunidades ou sociedades do mundo as pessoas não aprendem ao 
acaso, no movimento de ensinar-aprender 
são formadas as crianças, jovens, adultos e 
idosos de um grupo. O objetivo da educação 
é que os sujeitos desenvolvam-se fisicamen-
te, moralmente e intelectualmente, de acor-
do com as expectativas da sociedade à qual 
estão inseridos.
A educação é, portanto, universal, mas com 
variações de acordo com a sociedade e suas 
concepções de mundo, de ser humano, de 
vida social e do processo educativo. Além 
disso, a educação é fundamental para a me-
Mais informações sobre Paulo 
Freire e sua contribuição para o 
pensamento pedagógico serão 
apresentadas na Unidade 6 
desta apostila.
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
mória de um povo, resguardando ou recriando saberes, costumes e conhecimentosconstruídos historicamente. 
O educador brasileiro Paulo Freire, companheiro de muitos trabalhos com o pro-
fessor Brandão, e referência presente em suas falas, acreditava no caráter coletivo 
do ato de educar, para ele ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, 
os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. Na concepção freireana 
a educação tem sua centralidade nos sujeitos do processo educativo, ou seja, edu-
candos e educadores, no sentido de que o conhecimento é construído nas relações 
com outros seres humanos e com o mundo. Desse modo, educar para além de en-
sinar-aprender, é também humanizar, pois nos tornamos mais humanos por meio 
da educação.
Contudo, no momento em que uma sociedade – seja ela primitiva ou complexa – 
ocorre a divisão do trabalho e/ou são criadas hierarquias sociais, os saberes também 
são divididos e sua reprodução é distribuída desigualmente, afirmando as diferenças, 
enquanto anteriormente afirmava a comunidade. Com a divisão do trabalho, a edu-
cação é compreendida como ensino e ocorre uma divisão social do saber, se estabe-
lece quem irá ensinar o saber (BRANDÃO, 2007). E o que isso significa?
Significa que, para além das fronteiras do saber comum de todas as pes-
soas do grupo é transmitido entre todos livre e pessoalmente, para além 
do saber dividido dentro do grupo entre categorias naturais de pessoas 
(homens e mulheres, crianças, jovens, adultos e velhos) e transferido de 
uns aos outros segundo suas linhas de sexo ou de idade, por exemplo, 
emergem tipos e graus de saber que correspondem desigualmente a di-
ferentes categorias de sujeitos (o rei, o sacerdote, o guerreiro, o profes-
sor, o lavrador), de acordo com a sua posição social no sistema político 
de relações do grupo onde todos aprendem para serem “gente”, “adulto”, 
“um dos nossos” e, meio a meio, alguns aprendem para serem “homem” 
e outros para serem “mulher”, outros ainda para serem “chefe”, “feiticeiro”, 
“artista”, “professor”, “escravo” (BRANDÃO, 2007, p. 28).
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
1.2 EDUCAÇÃO PRIMITIVA
1.2.1 EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS
Para Cotrim (1991), a palavra civilização está 
intrínseca à ideia de desenvolvimento, de pro-
gresso. Essa perspectiva está relacionada à con-
cepção de sociedade civilizada as que com-
põem em sua formação uma divisão social do 
trabalho, a formação de um estado, a diferen-
ciação de classes sociais, entre dominantes e 
dominados produção econômica e apareci-
mento da escrita. As sociedades que não pos-
suem essa característica são denominadas de 
pré-civilizadas, ou pré-histórias. 
O termo pré-história, delimita-se do longo pe-
ríodo que vai do aparecimento do homem ao 
surgimento da escrita. Nesse contexto, grande 
parte das comunidades desenvolveram pro-
cessos de evolução culturais e possuíam uma característica própria no que se refere 
ao desenvolvimento sociocultural e educacional (ARANHA, 1996).
1.2.1.1 O PERÍODO PALEOLÍTICO: CAÇADORES - 
COLETORES
Durante cerca de 600 mil a 10 mil a. C., apro-
ximadamente, as sociedades humanas tinham 
características peculiares, marcadas pela uti-
lização de técnicas rudimentares e um senso 
profundo de cooperação pela sobrevivência. 
Essa conduta coletiva, não é inata no indivíduo, 
ela vinha da luta pela vida, a conduta do ser 
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
humano era estimulada pelas necessidades naturais em contato com o meio am-
biente. Nas comunidades primitivas, os clãs atendiam de modo coletivo e de acordo 
com as habilidades de cada membro as funções do grupo. As atividades de divisão 
de trabalho, eram baseadas no sexo e as horas livres destinadas ao lazer e ao prazer 
(COTRIM, 1991). 
Mediante a imensa quantidade de grupos no período paleolítico, historicamente é 
impossível definir as particularidades educacionais de cada grupo (ARANHA, 1996). 
Entretanto, práticas comuns são evidenciadas: o foco central da educação era a in-
tegração dos mais jovens na cultura do grupo social, mas, essa responsabilidade não 
era da escola enquanto instituição social e sim do grupo familiar. No conteúdo práti-
co da educação primitiva estavam, os gestos e a fala, o manejo dos instrumentos de 
produção feitos de osso ou pedra lascada, técnicas para coleta e caça de alimentos 
confecção de vestuário e preparação dos alimentos.
1.2.1.2 NEOLÍTICO: O PROCESSO DE 
SEDENTARIZAÇÃO
Ao contrário de caçadores - coletores, no 
Neolítico, período que vai de 10 mil à 2 mil 
anos a. C., aproximadamente, o homem 
torna-se sedentário. Habilidades como 
identificar a melhor terra para o cultivo e 
para a criação, modificou o modo de viver 
e consequentemente a qualidade de vida 
do homem (PILETTI, 2006).
No período Neolítico, de apropriador dos recursos naturais, o homem assume o pa-
pel de protagonista e propõe intervenções na sociedade, interferindo no meio am-
biente, cultivando cereais, legumes, frutas, etc., domesticando animais como, aves, 
bois, ovelhas etc. A Revolução Neolítica, teve uma relevante consequência, a multi-
plicação da espécie humana, pesquisas arqueológicas apontam que na Ásia Menor, 
Egito e Europa conservaram-se milhares de esqueletos humanos do Neolítico, em 
paralelo com os poucos fósseis do Paleolítico (PILETTI, 2006). 
Grandes Inovações surgiram no Neolítico: instrumentos de pedra polida, como ma-
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
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chados, enxadas, moinho de pedra, aperfeiçoamento da cerâmica, novas técnicas 
para fabricação de roupas e construção de casas.
A partir da Revolução Neolítica, algumas sociedades, e várias regiões do 
mundo, foram acumulando sucessivas inovações tecnológicas, acompa-
nhadas da adoção de novas formas de relação social. Após atingir um 
certo nível, o desenvolvimento dessas inovações configurou um novo es-
tágio sociocultural que identificamos com o nome genérico de civilização 
(COTRIM, 1991, p. 87)
1.2.1.3 O PROCESSO EDUCACIONAL
Grande parte de historiadores que abordam a temática educação, evidenciam que 
as sociedades no Neolítico, preservaram a estrutura educacional do Paleolítico, culti-
vando as atividades comunitárias.
No Neolítico, o processo educacional possuía a tarefa de transmitir valores e difundir 
as novas técnicas aos membros do grupo. As mulheres recebiam ensinamentos com 
o cuidado da casa e dos filhos e os homens eram destinados à criação de animais, 
agricultura e construções. Embora o processo educacional fosse informal, seus re-
sultados eram eficientes. O ensino informal ou educação informal ocorre sem um 
processo sistemático de ensino, ele se faz em todos campos sociais, é um processo 
mais espontâneo.
Em contrapartida, o ensino formal ou educação formal, ocorre quando há objetivos, 
planos e conteúdos traçados para a aprendizagem. Vincula-se o ensino formal à ins-
tituição escolar. Decerto, a escola é a agencia por excelência dessa forma de ensino, 
entretanto, o ensino também ocorre em outras instituições sociais como a família, 
a igreja, dessa forma o espaço educacional não é, somente, o espaço escolar, um 
exemplo seria a educação na Grécia Antiga, que será estudada adiante. A educação 
grega e a romana são fundamentais para compreensão da “nossa” educação. Em-
bora separadas pelo tempo e desenvolvimento social, cultural e tecnológico, deles 
deriva todo nosso sistema de ensino (BRANDÃO, 2007).
Diferentes formas de organização social foram surgindo no Neolítico, de uma socie-
dade primitiva, chega-se à uma sociedade de classes, onde a aquisição material se-
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
SUGESTÃO DE LEITURA
gregapessoas. Graças à propriedade privada, 
os donos das melhores terras e dos maiores 
bens, se tornam membros de uma nova ins-
tituição chamada de Estado. Esse grupo en-
tão, passa a defender seus privilégios e suas 
propriedades, acumulando riqueza e poder. 
“O fato é que, em contraste com os povos 
primitivos, encontramos na civilização, gover-
nantes que somente servem aos interesses 
da comunidade para garantir que a comuni-
dade sirva aos interesses dos governos” (CO-
TRIM, 1991, p. 88). 
Assim, junto à evolução da sociedade, surge 
o Estado, a sociedade de classes e a proprie-
dade de terras como marco desse contexto, 
que seguirá com transformações e inovações 
sócio educacionais até a pós-modernidade.
IMPORTANTE 
LEMBRAR
É possível afirmar, sob 
prisma pedagógico, que nas 
sociedades, ditas primitivas, a 
educação era integral (COTRIM, 
1991). A educação integral 
considera a formação total dos 
seres humanos: corpo, alma, 
sentimentos.
A EDUCAÇÃO NA PRÉ-HISTÓRIA
Augusto Pereira da Rosa
Ester Miriane Zingano
Desde que a linguagem surgiu, a educação ajuda o homem a garantir a 
sobrevivência. Ela permite que as habilidades e os conhecimentos adqui-
ridos com a experiência sejam repassados para as gerações seguintes. Mas, 
por muitos séculos, não existiam professores, e todos os adultos transmi-
tiam informações aos jovens. Isso acontecia de forma oral e espontânea 
(LOMBARDO, 2008). 
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A educação estava diretamente ligada à sobrevivência do grupo. Como não sabiam dis-
tinguir o que era ciência e o que era magia, as pessoas agiam por instinto, transmitindo 
para os mais jovens aquilo que achavam ser necessário para garantir a sobrevivência.
A educação dos jovens, nesta fase, torna-se o instrumento central para a 
sobrevivência do grupo e a atividade fundamental para realizar a transmis-
são e o desenvolvimento da cultura. [...] o homem primitivo, que através da 
imitação, ensina ou aprende o uso das armas, a caça e a colheita, o uso da 
linguagem, o culto dos mortos, as técnicas de transformação e domínio do 
meio ambiente (VIRTUOUS, 2008).
Com a revolução verde, que ocorre na época do Neolítico, inicia-se o surgimento da 
propriedade privada, a diferenciação entre os sexos e a divisão social, “[...] cria-se uma 
divisão do trabalho cada vez mais nítida entre homem e mulher e um domínio sobre a 
mulher por parte do homem [...]” (VIRTUOUS, 2008).
A revolução neolítica é também uma revolução educativa: fixa uma divisão 
educativa paralela à divisão do trabalho (entre homem e mulher, entre 
especialistas do sagrado e da defesa e grupos de produtores); fixa o papel-
-chave da família na reprodução das infraestruturas culturais: papel sexual, 
papéis sociais, competências elementares, introjeção da autoridade; pro-
duz o incremento dos locais de aprendizagem e de adestramento especí-
ficos (nas diversas oficinas artesanais ou algo semelhante; nos campos; no 
adestramento; nos rituais; na arte) [...]. (VIRTUOUS, 2008).
Embora não estivessem claros os diversos aspectos da educação primitiva, podemos 
observar alguns aspectos importantes. Assim, Krauss (2010) faz a seguinte observação:
A divisão da educação nas civilizações primitivas A educação nas civiliza-
ções primitivas é dividida em dois gêneros: educação para a sobrevivência: 
conhecimentos reais úteis à garantia da sobrevivência humana: prepa-
ro do alimento, técnicas de caça, confecção do vestuário, construção de 
abrigo e armas. Educação para o mistério (magia): fenômenos naturais de 
origem desconhecida - como não tinha respostas para os fenômenos da 
natureza que ocorriam ao seu redor, o homem se lança às atividades de 
FÉ. Desenvolveu uma coleção de teorias mágicas e religiosas para explicar 
tais “mistérios”.
É interessante o observar que na “educação para o mistério” havia as cerimônias de 
iniciação (rituais sagrados para os jovens): nestes rituais a autoridade do ancião deveria 
ser respeitada. Caso isto não ocorresse, poderia haver uma punição com expulsão ou 
até mesmo morte.
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
SUGESTÃO DE LEITURA
FALA PROFESSOR:
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação? 1. Ed. 49. Reimp. Coleção primeiros 
passos. São Paulo: Brasiliense, 2007.
Prezado estudante, já entendemos os preceitos educacionais das comunidades pri-
mitivas, nesse momento, temos a ciência de que educação é um processo contextual, 
assim parte de uma realidade sócio histórica e não se configura como um fato isolado.
ANOTAÇÕES
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UNIDADE 2
> Conceber o 
grande legado das 
sociedades clássicas 
para a educação 
ocidental;
> Caracterizar 
elementos 
educacionais e 
sócio históricos de 
civilizações como 
Egito, Grécia e 
Roma.
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que você seja 
capaz de:
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SUMÁRIO
2 A EDUCAÇÃO NA 
ANTIGUIDADE
2.1 OS PROCESSOS EDUCACIONAIS DAS 
CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE
2.1.1 O EGITO
O Egito é uma civilização de grande destaque da antiguidade, o governo teocrático 
com poder centrado no Faraó, as pirâmides e a crença na vida após a morte, trazem 
um deslumbramento à essa sociedade. Essa civilização desenvolveu-se nas margens 
do Rio Nilo, considerado um presente para a civilização egípcia pois graças às suas 
águas dava segmento à vida econômica, política e social no Egito (PILETTI, 1996). 
Para Aranha (2006), seu processo educacional consistia numa metodologia de me-
morização com o uso constante dos castigos. As escolas funcionavam nos templos e 
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em algumas casas, frequentadas por uma média de 20 alunos. As escolas mais de-
senvolvidas, situavam-se em Mênfis, Heliópolis ou Tebas e formavam o mais elevado 
grau de instrução, os escribas, funcionários administrativos, médicos, engenheiros e 
arquitetos. Ainda segundo Aranha (1996, p. 34):
Apesar do forte teor religioso da cultura egípcia, as informações são muito 
práticas, como o cálculo da ração das tropas em campanha, o número de 
tijolos necessários para uma construção e complicados problemas de geo-
metria destinados à agrimensura. Extensas listas de plantas e animais indi-
cam grande conhecimento de botânica, zoologia, mineralogia e geografia.
O volume de informação e áreas do conhecimento, como Matemática, Medicina, 
Astronomia, Arquitetura e descobertas feitas pelos egípcios, marcou a história da 
humanidade. Observe a imagem sobre a educação no Egito:
As crianças no Antigo Egito ficavam com a mãe até a idade de quatro anos. Durante 
estes anos, era incutido nas crianças um grande respeito pelas mães. A partir dos 
quatro anos de idade, a educação dos meninos ficava a cargo dos pais (EDUCATION 
IN ANCIENT EGYPT)1.
2.1.2 A GRÉCIA
A enorme herança de amor pelo saber 
é um marco da civilização grega, a in-
vestigação intelectual, a curiosidade e 
a preocupação com o corpo e a mente, 
marcam esse povo e seu processo edu-
cacional. As explicações fantasiosas, 
delegando uma divindade à realidade, 
durante muito tempo foram expres-
sas pelos gregos. Entretanto, graças às 
condições sócio históricas o saber filo-
sófico, encontrou um campo propício 
para seu surgimento, dando lugar ao saber metódico e investigativo (COTRIM, 1991).
1 Disponível em: <http://historylink101.com/n/egypt_1/a-education.htm>. Acesso em jul. 2017.
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
Para Piletti (1996), as primeiras reflexões sistemáticas sobre a educação na Grécia 
surgiram da visão de educação como um ato grandioso e necessário a todos. O ho-
mem era o centro dos princípios educacionais, dando à essa perspectiva a ideia de 
educação humanista, assim, dois processos educacionais se destacam nesse período: 
a Educação de Esparta e a Educação de Atenas.
2.1.3 ESPARTA E O PROCESSO EDUCACIONAL
“Banhada pelo Rio Eurotas, Esparta situa-se ao sul do Peloponeso, na região da Lacô-
nia. A cidade foi fundada pelos dórios, tendo desde suas origens uma história mar-
cada por guerras” (COTRIM, 1991, p. 115). Em Esparta, dividia-se basicamente três 
classes: Os Espartanos, aqueles que se dedicavam toda a vida aos negócios públicos 
ou ao exército; os Periecos, antigos babilônicos habitantes da Lacônia, que dedica-
vam-se ao comércio e ao artesanato; e os Hilotas, servos presos à terra dos Esparta-
nos. Hierarquizados da seguinte maneira:
ESPARTANOS
PERIECOS
HILOTAS
A educação dos Espartanos objetivava a formação dos bons soldados, tornando-se 
sempre hábeis para se proteger e proteger Esparta. Nesse contexto, não se focava o 
cultivo das artes ou da literatura, frente à instrução, o espartano aprendia apenas o que 
era básico para um soldado, ler, escrever e contar. As mulheres recebiam uma instru-
ção similar à dos homens, após seu nascimento, se fosse considerada saudável poderia 
receber educação do estado, se fosse doente era repelida pelo governo (COTRIM, 1991).
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SUGESTÃO DE LEITURA
Leia o texto a seguir sobre a educação espartana:
HISTÓRIA DE ESPARTA
Esparta foi uma das principais polis (cidades-estados) da Grécia Antiga. Situava-se ge-
ograficamente na região sudeste da Península do Peloponeso. Destacou-se no aspecto 
militar, pois foi fundada pelos dórios.
A cidade de Esparta foi fundada no século IX a.C. pelo povo dório que penetrou pela 
península em busca de terras férteis. Quatro aldeias da região da Lacônia uniram-se 
para formar a cidade de Esparta. A cidade cresceu nos séculos seguintes e o aumento 
populacional fez com que os espartanos buscassem a ampliação de seu território atra-
vés de guerras. No final do século VIII a.C., os espartanos conquistaram toda a planície 
da Lacônia. Nos anos seguintes, Esparta organizou a formação da Liga do Peloponeso, 
reunindo o poderio militar de várias polis da região, exceto a rival Argos. O poder mi-
litar de Esparta foi extremamente importante nas Guerras Médicas (contra os persas). 
Uniu-se a Atenas e outras cidades para impedir a invasão do inimigo comum. O exército 
espartano foi fundamental na defesa terrestre (Atenas fez a defesa marítima) durante 
as batalhas. Após as Guerras Médicas, a luta pela hegemonia no território grego colocou 
Atenas e Esparta em posições contrárias. De 431 a 404, ocorreu a Guerra do Peloponeso 
entre Atenas e Esparta, que foi vencida pelos espartanos.
Educação Espartana
O princípio da educação espartana era formar bons soldados para abastecer o exército 
da polis. Com sete anos de idade o menino esparciata era enviado pelos pais ao exérci-
to. Começava a vida de preparação militar com muitos exercícios físicos e treinamento. 
Com 30 anos ele se tornava um oficial e ganhava os direitos políticos. A menina esparta-
na também passava por treinamento militar e muita atividade física para ficar saudável 
e gerar filhos fortes para o exército. 
ROSA, Augusto Pereira da; ZINGANO, Ester Miriane. Pré-história: educação para sobrevi-
vência. Maimêutica, ano 1, n. 1, jan. 2013. Disponível em: https://publicacao.uniasselvi.
com.br/index.php/art/article/download/.../58. Acesso em: 24 jul. 2017.
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
2.1.4 ATENAS E O PROCESSO EDUCACIONAL
“Atenas situa-se no centro da planície da Ática, a cinco quilômetros do Mar Egeu. Se-
gundo a lenda, a cidade foi fundada por um personagem mítico, Teseu, no século X 
a.C., que reuniu sob seu comando várias comunidades separadas da Ática” (COTRIM, 
1991, p. 117). Historicamente rival de Esparta, durante um vasto período esteve no 
topo do desenvolvimento político e cultural da Grécia. 
A sociedade ateniense, estava dividida em eupátridas, que eram considerados os 
cidadãos de Atenas, e que possuíam os direitos políticos, grupo composto somente 
por homens. Os Metecos, estrangeiros que habitavam em Atenas e que não possuí-
am direito à terra nem à política os escravos, grande maioria dos cidadãos de Atenas, 
infelizmente a democracia e a política em Atenas centrava-se numa minoria (ARA-
NHA, 2006).
Para Cotrim (1991), no que se refere aos métodos e aos objetivos, a educação ate-
niense era totalmente diferente da educação de Esparta. A educação não era exerci-
da pelo estado, as leis apenas determinavam que os pais destinassem uma instrução 
a seus filhos. Assim, em escolas particulares, funcionava a educação apenas sob fis-
calização do estado. A gramática, a retórica e a lógica compõe da solidez formadora 
do bom cidadão. 
Para a sobrevivência na sociedade da política, tinha obrigatoriamente que dominar 
aquelas artes, sendo que elas estavam à disposição de todos graças aos sofistas cujo 
objetivo era habilitar seus seguidores na arte política e no convencimento pelo ar-
gumento. O principal objetivo da educação de Atenas era formar os cidadãos cons-
cientes de sua liberdade individual e ao mesmo tempo de suas responsabilidades 
na vida em sociedade.
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Temos uma descrição completa dessas diversas etapas da escolaridade do jovem 
atenienses descritas num dos diálogos de Platão, o Protágoras, onde consta2:
“Logo que a criança começa a compreender a linguagem, a nutriz, a mãe, o pedagogo, 
o próprio pai, esforçam-se sem cessar para torná-la tão perfeita quanto possível; a 
propósito de tudo o que ela diz ou faz, eles lhe dão explicações e lições; isso é justo e 
aquilo é injusto, isto é belo, aquilo é feio, isto é piedoso e aquilo ímpio, faz isso e não faz 
aquilo. Se a criança obedece, nada melhor; se não, como se corrige um bastão torto e 
curvado, corrige-se a criança com ameaças e golpes. Depois, quando é mandada para 
a escola, recomenda-se mais ao professor o bom comportamento do menino do que 
seus progressos no conhecimento das letras ou da cítara; o professor, por sua vez, lhe 
dispensa todo os cuidados, e quando as crianças, conhecendo as letras, são capazes 
de compreender as palavras escritas, como há pouco a linguagem falada, manda que 
a classe, sentada nos bancos, leia os versos dos grandes poetas, e aprenda de cor as 
obras completas de bons conselhos e também de digressões e elogios que exaltam 
os antigos heróis, para que o menino, tomado de emulação, os imite e procure ser 
semelhante a eles”.
2.1.5 SÓCRATES E OS SOFISTAS3 
Observa-se que tecnicamente o grande sábio não se diferenciava dos demais so-
fistas. Também ele deambulava pelos locais públicos oferecendo sua inteligência 
cortante e fazendo largo uso de todo os truques da dialética, que dominava com per-
feição, para vencer os embates intelectuais em que se envolvia. Divergia deles, dos 
sofistas, ideologicamente, na medida em que contestava o relativismo dos mestres 
de ensino. Ao contrário deles, Sócrates buscava com tenacidade as coisas perenes, 
uma moral humana imutável, a que residia no imaginário mundo das formas perfei-
tas, no tópos ouranos. Algo firme, que não flutuasse ao sabor dos ventos e das modas, 
uma concepção comum e imorredoura do que fosse o Belo, o Bem e o Justo (kalós, 
agatós, dikê).
2 Disponível em: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/educacao_atenas3.htm.Acesso em jul. 2017.
3 Disponível em: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/educacao_atenas5.htm. Acesso em jul. 2017.
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
2.1.6 SÓCRATES E PLATÃO
Platão, o mais famoso discípulo de Sócrates, divergiu do mestre num aspecto: não 
acreditava na difusão ampla, democrática da sabedoria. Para ele, ela só poderia ser 
alcançada pelo confinamento voluntário de 
aprendiz, da separação do iniciado do res-
tante da sociedade. Nada de andar cami-
nhando em meio a ágora (agora) tentando 
converter a gente comum às grandes idrias, 
embaraçando-as com exercício dialéticos 
como Sócrates costumava fazer. 
O conhecimento (episteme), era apanágio de 
alguns poucos, mantendo-se no alto, afasta-
do do comum, como a acrópole encontra-se 
em relação à cidade. A fortaleza do saber de-
mandava uma arte especial para conquistá-
-la, uma técnica que requeria o domínio da 
geometria, do raciocínio, da meditação e da 
reflexão disciplinada.
2.1.7 A EDUCAÇÃO ROMANA
Para Cotrim (1991), uma an-
tiga lenda explica que Roma 
foi fundada por dois irmãos 
gêmeos, Rômulo e Remo 
em 753 a.C., assim median-
te a crença nessa concepção 
mitológica a origem de seus 
povos é incerta, os etruscos 
teriam vindo por volta do sé-
culo VII e fundado Roma. Sua 
longa história é caracterizada por três grandes períodos: Monarquia, onde o estudo 
baseava-se no ato das lendas e pesquisas arqueológicas, República com o desen-
Episteme:
Na filosofia grega, esp. no 
platonismo, significa o 
conhecimento verdadeiro, 
de natureza científica, em 
oposição à opinião infundada 
ou irrefletida.
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volvimento de instituições político sociais e Império, onde Roma atinge decadência 
mediante os conflitos internos.
A cultura romana, caracterizava-se pela evolução consequência da necessidade do 
desenvolvimento de táticas militares, os romanos eram superiores aos gregos apenas 
em tática militar e na coesão social. Até o período de sua decadência política, devido 
à ausência de um exército forte e coeso para administrar um território tão grande 
Roma, foi considerada culturalmente o paraíso dos gregos, não criaram nenhuma 
forma de arte, construíram estradas, códigos legais e grandes obras públicas, focan-
do-se na organização civil (ARANHA, 1996).
O direito romano é uma relevante contribuição dos romanos ao mundo ocidental, 
para administrar uma população tão extensa, Roma precisou-se dedicar-se às regras 
de convívio social. Havia o direito público e o direito privado, os principais ramos do 
direito romano privado, relacionava-se às questões de pais sobre os filhos, do senhor 
para com os escravos, do marido sobre a mulher (PILETTI, 1996).
Na Roma antiga, predominava-se as seguin-
tes classes sociais; os patrícios, membros do 
povo romano, desempenhavam funções pú-
blicas e religiosas e possuíam as melhores 
terras, os plebeus, a plebe, considerada uma 
população de imigrantes e exercia o serviço 
militar e pagavam elevados tributos. Além 
dos escravos, constituídos pelos prisioneiros 
de guerra (COTRIM, 1991). Ainda segundo o 
autor, na educação é possível delinear as se-
guintes características: a educação primitiva; 
a educação sob influência grega e a educa-
ção imperial. 
Marco Fábio Quintiliano foi considerado um 
dos principais pedagogos romanos, seu mé-
todo educacional, baseava-se na educação 
familiar, elementar, secundária e superior, fo-
cando na relevância da oratória e na defesa dos princípios morais, além de defender 
a organização e o uso de memorização e imitação, desprezando as especulações 
filosóficas (COTRIM, 1991).
A educação romana está 
centrada na família. Até os 
sete anos a responsabilidade 
educacional era da família, 
após os sete anos, um 
preceptor escolhido pelo pai 
era o instrutor do filho, após os 
17 anos a educação era militar 
e de responsabilidade do 
governo.
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
SUGESTÃO DE LEITURA
NUNES, Ruy Afonso da Costa Nunes. História da Educação na Antiguidade Cristã. São 
Paulo: EPU: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1978.
FALA PROFESSOR:
Estudar a antiguidade não é apenas desvendar o passado é encontrar elementos da 
educação que em nosso cotidiano ainda são utilizados, e perceber que a educação 
sempre esteve a ligar ás necessidades socioculturais e históricas, entretanto, com o dife-
rencial que você, futuro professor, é capaz de trazer para o cotidiano do aluno é possível 
ir além tornar a educação um ato não de reprodução, mas de investigação crítica. Você 
é capaz!
ANOTAÇÕES
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UNIDADE 3
> Perceber a Idade 
Média como 
parte relevante na 
contextualização da 
História da Educação;
> Identificar 
as principais 
características da 
História da Educação 
na Idade Média;
> Entender os 
preceitos da 
educação cristã 
medieval.
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que você seja 
capaz de:
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SUMÁRIO
3 IDADE MÉDIA: EDUCAÇÃO 
E FÉ
3.1 A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA 
Para Aranha (2006), a Idade Média 
compreende o período que vai do 
século V ao século XV, aproxima-
damente mil anos de obscuridade 
como diziam os renascentistas. Nes-
se contexto onde a população sofreu 
um processo de ruralização, predo-
minava como sistema econômico, 
político e social, o Feudalismo. Uma 
relevante relação entre os reis e se-
nhores feudais, acontecia e delegada 
ao sistema da época uma troca de favores onde somente os grandes proprietários 
de terras ficavam no poder. Essa relação era denominada de suserania e vassalagem.
Ainda segundo Aranha (2006), é possível afirmar que com as invasões bárbaras, ouve 
a liberação do Mediterrâneo o desenvolvimento do comércio e do panorama econô-
mico e social, pois a população se refugiou nos feudos em busca de proteção.
Intensas disputas entre os senhores feudais enfraquecidos por gastarem muito com 
seus exércitos, deu consequência ao surgimento das vilas se libertaram formando 
comunas ou cidades livres. Ainda nesse período surgiram as escolas seculares, que 
significam do “século” do mundo, excluindo qualquer atividade não religiosa. “Essas 
escolas eram independentes umas das outras, forrava-se o chão e ali os alunos sen-
taram, então os mestres esperavam os alunos” (COTRIM, 1991).
No que se reporta a formação desse período, percebe-se a necessidade de prepa-
ração militar e a centralização na educação do cavaleiro, com o fim da autoridade 
monárquica centralizada e a fragmentação dos reinos os soldados-nobres, represen-
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tavam a imagem de autoridade. Partindo da perspectiva de Aranha (1996), observe 
a estrutura a seguir:
• 7 até 15 anos: Pajem no castelo.
• 15 até 21 anos: Jovem escudeiro aprendia a montar cavalo e a adestrar armas.
• 21 anos: Após rigorosas provas de valentia o cavaleiro era consagrado cavaleiro 
em cerimônia religiosa.
A educação do cavaleiro não dava destaque ao intelectual muitos nem sabiam ler 
ou escrever. As universidades não representavam lugares de ensino e sim assem-
bleia corporativa de qualquer profissão, assim a família com maior renda, delegava 
o currículo a ser ensinado em prol da formação de seu filho, pois as universidades 
eram financiadas pela burguesia. Nesse contexto, as universidades, tornaram-se um 
centro de fomentaçãointelectual. Assim, igreja passou a ser afrontada e sentir-se 
afrontada pelas mesmas, pois os preceitos religiosos começaram a ser questionados 
pela ciência.
3.2 ATUAÇÃO DA SANTA INQUISIÇÃO OU SANTO 
OFÍCIO A PARTIR DO SÉCULO XI
Na tentativa de impedir a valorização de co-
nhecimentos científicos em detrimento dos 
ensinamentos religiosos, a partir do século 
XII a Santa Inquisição começa a agir, comba-
tendo as chamadas heresias, pois, questio-
nar os ensinamentos de Deus era pecado. Já 
as mulheres, não tiveram acesso à educação 
formal: as pobres trabalhavam ao lado do 
marido; as ricas só aprendiam algo em seu 
próprio castelo; as burguesas tiveram aces-
so à educação assim que surgiram as escolas 
seculares. Nos mosteiros eram consagradas à 
Deus pois representavam o fruto do pecado.
Uma heresia é uma doutrina 
que se opõe frontalmente 
aos dogmas da Igreja. Fora 
do contexto da religião, uma 
heresia também pode ser um 
absurdo ou contrassenso.
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
3.3 A PATRÍSTICA
A Patrística, também denominada fi-
losofia dos padres da igreja, foi uma 
corrente educacional que marcou a 
Idade Média, perdurou dos séculos II 
ao século V, tendo iniciado, portanto 
na antiguidade no decadente Impé-
rio Romano, no século II, a patrícia 
possui como característica a inten-
ção apologética, ou seja, seu foco era 
a conversão dos não cristãos e a de-
fesa da fé (ARANHA, 1996).
A Patrística atribuía a criação de uma 
doutrina religiosa para harmonizar a 
fé e a razão. Entre os representantes da Patrística é possível citar, Clemente de Ale-
xandria, Orígenes e Tertuliano, mas o principal personagem foi Santo Agostinho (354-
430), bispo em Hipona no norte da África. Aprendeu retórica e teve contato com a 
filosofia napoleônica. Aderiu a seita dos maniqueus, compreendendo os princípios 
do bem e do mal. Logo converteu-se ao cristianismo e dedicou-se a ao cristianismo 
e seus estudos (COTRIM, 1991).
Sustentada nos preceitos filosóficos de Platão, a Patrística defende a visão de que 
é plenamente necessário que o indivíduo tenha não apenas uma opinião sobre as 
coisas, mas que sobretudo desenvolva uma ideia, Santo Agostinho se reporta direta-
mente a visão platônica e argumenta que: o conhecimento que provém dos sentidos 
pode levar o homem ao erro, pois os sentidos geram visões imperfeitas. Já o verda-
deiro conhecimento, ou iluminação, vem de Deus, que é a fonte de todo o conheci-
mento. Este sim, não leva o homem a cometer erros, pois Deus ilumina a razão e faz 
com que o homem pense corretamente (ARANHA, 1996).
Santo Agostinho, esteve inserido num contexto histórico de 
invasão e destruição dos povos vândalos, mas seus ideais 
jamais foram destruídos, pois perduraram com importantes 
elementos de relação entre fé e razão.
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PATRÍSTICA
Por Patrística entende-se o período do pensamento cristão que se seguiu à época do 
novo testamento e chega até ao começo da Escolástica, isto é, os séculos II – VIII da era 
vulgar. Este período da cultura cristã é designado com o nome de Patrística, e repre-
senta o pensamento dos padres da Igreja, que são os construtores da Teologia Católica, 
guias e mestres da doutrina cristã. É contemporânea do último período do pensamen-
to grego, o período religioso, com o qual tem fecundo, entretanto dele diferenciando-se 
profundamente, sobretudo como o teísmo se diferencia do panteísmo.
A Patrística tem três períodos: antes de Agostinho, tempo de Agostinho e depois de 
Agostinho. Esse último período, foi sistematizado a filosofia patrística. No período antes 
de Agostinho, os padres defendiam o cristianismo contra o paganismo, os padres co-
meçam a defender a fé e deixar de lado a razão grega como mostrava a filosofia helêni-
ca. Período de Agostinho houve um crescimento, onde veremos mais à frente quando 
estudarmos Agostinho. Mas o crescimento do pensamento aconteceu pela causa de 
que tem jeito de fazer filosofia com fé.
E a primeira necessidade da fé para o conhecimento é a verdade religiosa e moral, da-
qui a importância do credo. Em segundo lugar, a necessidade de usar a razão para que 
a adesão à fé não seja cega e meramente passiva: eis a importância da inteligência. Eles 
diziam que as verdades religiosas não podem ser compreendidas a não ser pela fé. O 
que existe na realidade é maior ou mais perfeito do que o que existe só no intelecto. 
Afirmar que não existe na esfera do real aquilo maior do que o qual não se pode pensar 
nada implica uma contradição, porque significa admitir e ao mesmo tempo não admi-
tir que se possa pensar outro maior do que ele, isto é, existente na realidade.
Disponível em: http://www.recantodasletras.com.br. Acesso em jul. 2017.
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SUMÁRIO
3.4 A ESCOLÁSTICA
A Escolástica, foi outra corrente filosófica e educacional que marcou a Idade Média, que 
representa a mais alta expressão filosófica cristã. Delimitou-se num período que se es-
tende do século IX ao século XVIII (ARANHA, 2006). Tomás de Aquino, foi considerado 
um dos maiores representantes da Escolástica, como delimita Cotrim (1987, p. 155):
Tomás de Aquino (1226-1274) nasceu em Nápoles, sul da Itália, e faleceu 
no convento Fossanova, próximo de sua cidade natal, aos 49 anos de ida-
de. Conhecido nos meios católicos como Doutor Angélico, Tomás de Aqui-
no é considerado um dos maiores filósofos da escolástica medieval, isto é, 
do movimento católico cujo problema básico era buscar a harmonização 
entre a fé cristã e a razão.
A filosofia de São Tomás de Aquino, destacou-se, mas já surgiu com limitações, no 
qual o foco era, filosofar, sim. Contrariar a fé, jamais. Neste sentido, os argumentos ra-
cionais serviam para defender as revelações cristãs. Tomás escreveu especificamente 
sobre educação, seus princípios filosóficos são plenamente relevantes para a educa-
ção, pois caracterizavam profundamente a pedagogia católica.
Para Piletti (1996), São Tomás de Aquino defendia que para que ocorresse o desen-
volvimento da aprendizagem, era necessário estimular a inteligência do aluno. De-
fendia também que somente Deus é um autêntico mestre que possui a capacidade 
de ensinar no íntimo da alma, entretanto a responsabilidade do professor seria de 
orientar os alunos sobre os princípios cristãos a caridade e o amor ao próximo. Ara-
nha (1996) compreende que a filosofia se torna um estudo plenamente obrigatório 
para o teólogo. Entretanto, passa a ser serva da teologia e perde seu foco maior que 
é o questionamento permanente (COTRIM, 1991).
Segundo o historiador Monroe, cada assunto era analisado era estudado com mais 
rigor embasado na lógica aristotélica e trazia inclusive os estudos da metafísica para 
auxiliar nas vertentes cristãs, dessa forma os padres e seus discípulos podiam filosofar.
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Aprenda um pouco mais sobre a Escolástica:
ESCOLÁSTICA
A Escolástica representa o último período da história do pensamento cristão, que vai do 
início do séc. IX até ao fim do séc. XV. Este período do pensamento cristão é denomi-
nado ESCOLÁSTICO, porque era a filosofia ensinada nas escolas da época por mestres 
chamados escolásticos.
Diversamente da patrística, cujo interesse é acima de tudo religioso e cuja glória é a 
elaboração da teologia dogmática católica, o interesse da escolástica é, acima de tudo, 
especulativo, e a sua glória é a elaboração da filosofia cristã. Tal elaboração será plena-
mente racional, consciente e crítica, apenas Tomás de Aquino,que levou a escolástica 
ao seu apogeu.
Até o Aquinate sobrevivem o pensamento e a tendência platônico-agostiniana, caracte-
rísticas da patrística, em que era impossível uma filosofia verdadeira e própria por falta 
de distinção entre natural e sobrenatural, razão e fé, filosofia e teologia. Quanto à divisão 
da escolástica, distinguiremos a escolástica pré-tomista, com orientação agostiniana 
(IX- XIII); Tomás de Aquino, que foi o verdadeiro construtor da filosofia cristã (XIII); o pe-
ríodo pós-tomista (XIV-XV), que representa a rápida decadência histórica da escolástica.
Neste período, aconteceram grandes avanços na área filosófica, devido ao pensamento 
gnosiológico, místico, dialético, metafísico e moral. Os filósofos desta época foram: pré-
-tomistas, Scoto e Erígena; pós-tomista, Rogério Bacon, João Duns Scoto, e Guilherme 
de Occam. Depois destes, entramos no pensamento moderno.
Fonte: Introdução ao Pensar. Jolivet. 1970
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SUMÁRIO
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Conheça uma síntese sobre a Idade Média:
EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
O processo de educação na Idade Média era de responsabilidade da igreja. As escolas 
funcionavam anexas à igreja ou nas escolas monárquica que era nos mosteiros. A igreja 
assumiu o papel de disseminar a educação e a cultura, gerando com isso uma contri-
buição muito importante para o legado da educação contemporânea. Os professores 
eram clérigos de ordem menores e lecionavam as sete artes liberais que era gramatica, 
retorica, lógica, aritmética, geografia, astronomia e música que posteriormente iriam 
fazer parte do currículo de várias universidades. 
Nesse período para que o ensino fosse realizado era preciso uma autorização dos bis-
pos e dos diretores das escolas eclesiásticas e esses com medo de perder a influência 
dificultavam ao máximo essa autorização. E para reagir contra isso os professores e 
alunos organizaram-se em associações denominadas universitas que mais tarde gerou 
a palavra universidade. As universidades eram compostas por quatro divisões ou facul-
dade que eram a faculdade de Artes, Direito, Medicina e Teologia.
O estudo das sete artes liberais era dividido em dois ciclos: o trivium e o quadrivium. O 
primeiro compreendia a gramática, a retórica e a lógica; o segundo compunha-se do 
estudo da aritmética, geografia, astronomia e música. A metodologia de ensino base-
ava-se na leitura de textos e na exposição de ideias feitas pelos professores, também 
muitas vezes ocorriam debates em público entre mestre e alunos essas aulas foram 
denominadas de scholastica disputattio. Esse processo de estudo foi muito usado por 
São Tomás De Aquino e foi chamado de escolástica. A escolástica teve seu apogeu no 
século XIII, o método proporcionou a criação de diversas Universidades por toda a Eu-
ropa, como as de Paris, Oxford, Cambridge, Salerno, Bolonha, Nápoles, Roma, Pádua, 
Praga, Lisboa e assim por diante. Sendo que a Universidade de Bolonha ficou célebre 
por sua faculdade de Direito e Salerno, por sua faculdade de Medicina.
Disponível em: http://licenciaturadacomputacao12.blogspot.com.br/2013/03/educa-
cao-na-idade-media.html. Acesso em jul. 2017.
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CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: editora UNESP, 1999.
FALA PROFESSOR:
No Brasil ainda existe uma forte influência dos métodos religiosos aplicados à educa-
ção. A religiosidade é relevante para o ser humano, entretanto é preciso seguir carac-
terísticas do deísmo par evitar fanatismos e trabalhar o processo de ensino-aprendiza-
gem no cotidiano escolar com a liberdade de crença e de expressão.
ANOTAÇÕES
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SUMÁRIO
UNIDADE 4
> Perceber o Renascimento 
Cultural e seus preceitos 
educacionais como parte 
de um contexto histórico;
> Entender os aspectos 
da mentalidade 
renascentista aplicados à 
educação;
> Evidenciar o 
Renascimento - 
Humanismo como 
caminhos em direção 
à educação moderna 
e seus componentes 
históricos e educacionais.
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que você seja 
capaz de:
40
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4 A RENASCENÇA E 
A MODERNIDADE NA 
EDUCAÇÃO
4.1 ASPECTOS DA MENTALIDADE RENASCENTISTA 
Segundo Cotrim (1991) na Idade Média e Idade Moderna, a sociedade era estamen-
tal, ou seja, formada por estamentos (estados, grupos sociais) bem definidos (nobre-
za, clero e servos), com uma rígida hierarquia entre eles e sem mobilidade social. 
Nessa conjuntura, a posição social do indivíduo era definida pelo seu nascimento.
Algumas transformações socioeconômicas ocorridas no final da Idade Média reper-
cutiram em importantes mudanças sociais 
e culturais para o período. Com o desenvol-
vimento do comércio, por exemplo, a bur-
guesia ganhou importante destaque social 
e econômico, rompendo o modelo de acu-
mulação de riqueza, até então concentrado 
nas mãos dos nobres, pela posse de terras. 
O desenvolvimento do comércio estimulou 
ainda o crescimento das cidades (burgos) e 
estimulou as movimentações culturais nesse 
novo espaço de vivência. 
As cidades medievais constituem importan-
tes centros de produção intelectual e artís-
tica. A vida urbana e a atividade comercial 
exigiam habilidades como ler, escrever e 
contar. O latim, língua hegemônica, divide 
espaço com as chamadas línguas vulgares, 
que dariam origem aos idiomas nacionais 
(português, espanhol, francês, inglês etc.). A 
educação torna-se uma exigência diante da 
LATIM
Idiomas como português, 
francês, italiano e espanhol, 
entre outros, são derivados do 
latim. Contudo ele não é mais 
utilizado como língua materna 
ou nativa. Atualmente o latim 
é a língua oficial somente do 
Vaticano, mas ainda é utilizado 
em nomes científicos de 
plantas e animais e elementos 
da tabela de elementos 
químicos.
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SUMÁRIO
nova visão de ser humano, por isso, a burguesia encaminha seus filhos para as esco-
las, enquanto a nobreza cuidava da formação de seus filhos por meio dos precepto-
res. Nesse cenário, as mudanças sociais eram irreversíveis.
Ao contrário da mentalidade medieval, dominada pela nobreza e pelo clero, a bur-
guesia e os tempos modernos, estimularam a formação de novos valores. Para a 
mentalidade cristã feudal, Deus estava no centro do universo (Teocentrismo), na con-
cepção burguesa moderna, o homem assume esse posicionamento (Antropocentris-
mo), numa perspectiva denominada Humanismo (COTRIM, 1991).
O Humanismo constituiu um 
movimento intelectual voltado 
para o estudo dos autores da 
Antiguidade Clássica greco-ro-
mana, sobretudo pela valoriza-
ção do indivíduo, pela liberda-
de e participação da vida social 
nas cidades. Preza o conheci-
mento das línguas, literatura, 
filosofia, história e matemática. 
A partir da influência dos pen-
sadores Clássicos, os humanis-
tas buscam a formulação de 
uma nova concepção sobre o 
homem e o mundo.
Para Piletti (1996), elementos como Racionalismo, focando na ciência experimen-
tal, retirou a supervalorização da fé, o Individualismo e o nacionalismo, deu lugar a 
formação dos Estados Nacionais, em detrimento aos laços de fraternidade para a 
obtenção de favores. 
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4.2 PRINCIPAIS PENSADORES DA MODERNIDADE 
E SEUS IDEAIS4
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O filósofo, Rousseau é conhecidocomo o 
maior filósofo estudiosos da soberania de-
mocrática pelo desenvolvimento do con-
ceito de vontade geral como única força de 
poder legítimo na sociedade.
Nasceu em Genebra, a 28 de junho de 
1712, filho de Isaac Rousseau e Suzanne 
Bernard, filha do pastor da localidade. Sua 
mãe foi abandonada por seu esposo que 
partiu para Constantinopla. Após o retorno 
de seu esposo, nasceu Rousseau, um me-
nino fraco, doente e que causara o faleci-
mento da sua mãe.
Com a morte de Suzanne, por muito tem-
po, pai e filho viveram do culto a ela e os 
dois leram uma grande coleção de romances que ela deixará. Liam sem parar após 
a ceia e assim passavam a noite. Dessa forma, Rousseau tornou-se um amante apai-
xonado da leitura, mas totalmente incapaz de adquirir os hábitos e atitudes conven-
cionais da vida considerada normal para os padrões da época.
Quando tinha dez anos, o seu pai o abandonou e ele foi enviado para a escola de 
Bossey junto com o seu primo. A estada em Bossey estendeu-se quando Rousseau 
completou doze anos de idade. Seus estudos serviram para familiarizá-lo com os 
problemas sociais e filosóficos comuns que agitavam os espíritos humanos. A leitura 
de Montaigne, Leibniz, Locke, Pope e Voltaire causaram-lhe a mais profunda impres-
são (EBY, 1978, p. 279 apud PONTAROLO; COLLARES; NASCIMENTO [s.d].).
4 Este item é uma adaptação do texto de Pontarolo, Collares e Nascimento [s.d].
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SUMÁRIO
Influenciado por inúmeros pensadores, Rousseau (1982, p. 157 apud PONTAROLO; 
COLLARES; NASCIMENTO [s.d].) acreditava que o governo e a educação influencia-
riam a sociedade, independente das mudanças políticas. Para ele:
Cada cidadão seria, então, completamente independente, de todos os 
seus semelhantes, e completamente dependente do Estado, o que sem-
pre ocorre pelos mesmos métodos; porque é apenas pela força do estado 
que a liberdade de seus membros pode ser assegurada.
Na sua importante obra “O Contrato Social”, Rousseau formula a teoria do Estado da 
natureza como condição da liberdade e da igualdade e com a afirmação da pessoa 
humana como sujeito de direito e, portanto, fonte e norma de toda lei. Para o filó-
sofo, o Estado é o libertador do indivíduo das dificuldades da sociedade. Rousseau 
salienta que o homem ao nascer encontra-se puro e livre para a sua escolha, entende 
que o que realmente modifica o homem é a sociedade, moral fundada na liberda-
de. Quando esta surge, muda e transforma o homem. Dessa forma, para Rousseau, 
a civilização é vista como responsável pela degeneração das exigências morais mais 
profundas da natureza humana e sua substituição pela cultura intelectual.
Assim, o Contrato Social seria a única base legítima para uma comunidade que de-
seja viver de acordo com os pressupostos da liberdade humana. O contrato social 
representava, portanto, a relação entre a natureza e a sociedade, uma vez que consti-
tuía a moral fundada na liberdade, a primazia do sentimento sobre a razão e a teoria 
da bondade natural do homem. 
O objetivo primordial do Contrato Social seria assentar as bases sobre as quais legi-
timamente possa efetuar a passagem da liberdade natural para a liberdade conven-
cional. Outra contribuição relevante de Rousseau foi a obra “Emílio”, um ensaio peda-
gógico, no qual procurou traçar em linhas gerais, o que deveriam fazer e seguir para 
tornar a criança um adulto bom. Nessa obra, o autor mostra que diferentes etapas 
a educação que o homem deve seguir para que os indivíduos humanos se tornem 
cada vez mais livres e soberanos, mais autênticos e autônomos. 
Segundo Fortes (1987 apud PONTAROLO; COLLARES; NASCIMENTO [s.d].) em “Emí-
lio”, o principal objetivo é imunizá-lo a todos os males que a sociedade pode ma-
nifestar, tentando desta forma, preveni-lo dos malefícios sociais. Mostrando para os 
outros a importância da escolha, ou seja, do livre arbítrio, e o respeito para com o 
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desenvolvimento da criança.
Em síntese, podemos salientar que os processos educativos, tanto quanto as relações 
sociais, são sempre encarados pelo ponto de vista de liberdade de escolhas, outro 
aspecto é que todos homens nascem livres, sendo assim, a educação deve levar em 
conta o desenvolvimento da criança, a necessidade de torná-la autossuficiente, sem 
esquecer que as necessidades iniciais são: físicas, relacionadas ao aperfeiçoamento 
dos órgãos dos sentidos. Foi o primeiro a se preocupar com as fases do desenvolvi-
mento infantil, com a psicologia da memória e da razão, o poder da imaginação ou 
fantasia e o sentimento da realidade. Outro precursor de Rousseau foi Pestalozzi. 
JOHANN HEINRICH PESTALOZZI 
Houve uma grande influência na Euro-
pa do método de Educação proposto por 
Pestalozzi. Foram vários os países, entre 
eles Suíça, França, Inglaterra, Rússia, Polô-
nia, Espanha que adotaram a sua proposta 
educativa. Embora fosse discípulo de Rous-
seau, Pestalozzi, trouxe algumas inovações 
para a área da educação.
Nasceu na Suíça no ano de 1746, foi filho 
de médico. Sua mãe, viúva, foi a principal 
responsável pela sua educação. Desde pe-
queno Pestalozzi procurava ajudar as pes-
soas, influenciado pelo meio em que vivia, 
cercado de miséria e pobreza. Quando seu 
pai faleceu, deixou a família sem nenhuma 
condição econômica. Tentou inicialmente 
ser um pastor, porém desistiu de tal profissão. Priorizou o lar, a agricultura e a edu-
cação.
Na fase adulta fundou duas das principais instituições de ensino: O Instituto, em 
Burgdorf, de 1800 a 1804, e um outro semelhante em Yverdun, de 1805 a 1825. 
Pestalozzi, sua mulher e professores residiam no instituto, porque para ele a escola 
deveria ser semelhante ao lar. 
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Foi pioneiro em estabelecer horários diversos e a separar as crianças por faixas etárias 
diferentes. Afirmava que “o método de toda a educação pode ser resumido em uma 
simples regra: seguir a natureza” (EBY,1978, p. 388 apud PONTAROLO; COLLARES; 
NASCIMENTO [s.d].). Utilizava a metáfora do professor como imagem e semelhança 
de um jardineiro, o qual deveria cuidar e dar condições para a planta se desenvolver. 
Por isso, em sua concepção educacional o desenvolvimento precisa ser espontâneo 
e livre de toda instrução educativa.
JOHANN FRIEDRICH HERBART
Herbart nasceu na Alemanha, em 1776 e 
faleceu em 1841. Filho de advogado e mãe 
inteligente, a qual gostava de literatura e 
se ocupava do acompanhamento de seus 
estudos. Seu pai enviou-o a Iena com o ob-
jetivo de prepará-lo para a profissão de ad-
vogado. Entretanto, tornou-se filósofo, psi-
cólogo e teórico da educação, a partir de 
sua experiência como preceptor particular 
dos três filhos do governador de Interlaken, 
na Suíça e também sob a influência de 
Schiller.
Foi educador dos filhos de Herbart. Nessa 
experiência confrontou-se com situações 
práticas de ensino, daí surgiu sua contri-
buição para a pedagogia como ciência, 
conferindo rigor e cientificidade ao seu método. Foi também o primeiro a elaborar 
uma pedagogia que pretendia ser uma ciência da educação e de uma psicologia 
experimental aplicada a pedagogia. Por isso acabou sendo considerado o “Pai da 
Psicologia Moderna” e “Pai da moderna ciência da educação”.
O sistema educativo de Herbart é muito amplo e complexo, aplicável desde a in-
fância até a adolescência. Sua proposta educacional aspira a formação do indivíduo 
altamente moral, preocupado com a conformação do sujeito. O ponto culminante 
de sua doutrina pedagógica é conseguir a liberdade interior, ou seja, deseja que a 
criança se liberte de todas as influências do exterior e se transforme em um ser au-
tônomo, comum forte autocontrole interno.
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De acordo com Herbart, toda vida mental é o resultado da elaboração de impressões 
sensoriais que se transformam em representações (percepções e ideias) que por fim 
irão constituir os estados mentais superiores dos sujeitos. Tais representações podem 
nascer da experiência de coisas, onde a partir do concreto se dá o conhecimento dos 
objetos, das forças e das leis da natureza, que ele chama de conhecimento empírico; 
e vir das relações pessoais, onde se aprende a natureza do homem, a moralidade e 
a religião que Herbart vem chamar de solidariedade.
Compreende ainda a existência de três funções básicas da vida mental: conhecer, 
sentir e querer. Para Herbart toda aprendizagem é perceptiva, ou seja, todo conhe-
cimento novo vem por meio dos conhecimentos antigos, considera que a educação 
é possível e necessária, porém não é absoluta, pois varia com o tempo, o lugar e as 
circunstâncias. A educação é realizada por meio da instrução, que é educativa e 
criadora. Daí surge o seu sistema que denominou “instrução educativa” (GADOTTI, 
1993, p. 99), onde o ensino deve fundamentar-se na aplicação dos conhecimentos 
da psicologia. 
Para tanto o educador propõe cinco passos formais que favorecem o desenvolvimen-
to da aprendizagem do aluno:
• Preparação: o mestre recorda o que já foi aprendido a fim de criar interesse 
pelos novos conteúdos; 
• Apresentação: sempre a partir do concreto, o conhecimento novo é apresentado;
• Assimilação: o aluno é capaz de comparar o novo com o velho, distinguindo 
semelhanças e diferenças; 
• Generalização: onde o aluno a partir das experiências concretas é capaz de 
abstrair, chegando a conceitos gerais; 
• Aplicação: através de exercícios, o aluno evidencia que sabe usar e aplicar o 
novo conhecimento em novas situações onde as ideias passam a ter um senti-
do vital e não apenas um acúmulo de conteúdo (EBY, 1978, p. 427 apud PON-
TAROLO; COLLARES; NASCIMENTO [s.d].).
Em síntese as principais contribuições de Herbart para o pensamento pedagógico 
foram sistematizações do seu o caráter de objetividade de análise; a tentativa de psi-
cometria; o rigor dos passos a serem seguidos para a instrução e a método.
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Para ele, o professor deveria ser carismático e ter a capacidade de gerar o interesse 
pela aprendizagem, sua missão era educar o “ser íntimo” da criança; os alunos eram 
como folhas em branco, sem conteúdo, o qual é adquirido através do processo de 
ensino, ou seja, “ao nascer, a alma é como uma folha em branco, não possui faculda-
des ou ideias inatas, mas apenas o poder de entrar em relação com o mundo exte-
rior, por meio do sistema nervoso” (SANTOS, 1964, p. 291 apud PONTAROLO; COLLA-
RES; NASCIMENTO [s.d].) e a cultura moral que forma a vontade é mais importante 
que a cultura intelectual.
A partir do conceito de apercepção criado por Herbart, os métodos pedagógicos 
passaram a inspirar-se nas aquisições da psicologia. Todavia, a psicologia atual rejeita 
o associacionismo, o mecanicismo e o intelectualismo da psicologia herbartiana. 
FRIEDRICH FROEBEL
Froebel nasceu em Oberweibach, na Ale-
manha, filho de um pastor protestante, fi-
cou órfão de mãe ainda criança e foi criado 
com certa aspereza pela sua madrasta, dos 
10 aos 14 anos foi morar com seu tio ma-
terno, também pastor, anos que conside-
rou feliz. Introspectivo, passou a observar e 
interpretar as atividades das crianças, des-
pertando nele um grande interesse pelas 
experiências de natureza infantil. Após vá-
rias tentativas em encontrar uma profissão, 
tornou-se professor.
Sua principal obra foi “A educação do ho-
mem” (1826), nessa obra compreende a 
educação como processo em que o indiví-
duo desenvolve a condição humana auto-
consciente. Nesse período interessa-se pelas possibilidades educacionais dos primei-
ros anos da infância. Daí surgiria a ideia inovadora estimular as atividades das crianças 
que mais tarde receberia o nome de Jardim de Infância, onde as crianças eram con-
sideradas como plantinhas de um jardim do qual o professor seria o jardineiro. 
Foi um defensor do desenvolvimento genético. Segundo o educador, esse desenvol-
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
vimento se daria nas seguintes etapas: infância, meninice, puberdade, mocidade e 
maturidade, etapas estas que não eram divididas em anos, mas por tendências cen-
trais. A tendência central controlaria todos os demais progressos e definiria assim o 
objetivo da educação para cada etapa. A realização plena de cada fase seria impres-
cindível para o desenvolvimento da fase seguinte. Contudo, uma faze não seria mais 
importante do que a outra.
Uma das principais ideias de Froebel para a pedagogia moderna foi a de que o ho-
mem é essencialmente dinâmico e produtivo, e não meramente receptivo. Nessa 
concepção, o homem é uma força e não uma mera esponja que absorve o conheci-
mento exterior. Com essa tese ele mudou completamente o conceito tradicional do 
processo educacional.
É preciso destacar que Froebel foi 
o primeiro educador a valorizar 
o brinquedo e a atividade lúdica 
como forma de desenvolvimento 
intelectual na criança. Não se res-
tringiu ao seu valor teórico, mas 
considerou também suas aplica-
ções práticas, criando diversos ti-
pos de brinquedos e elaborando 
diversas modalidades de recrea-
ção. De acordo com sua teoria pe-
dagógica a escola deve utilizar a auto atividade da criança para que ela possa apren-
der as coisas mais importantes e úteis, não pelo estudo somente, mas por meio da 
própria vida.
Ainda, valorizou a linguagem como sendo a primeira forma de expressão do ser 
humano a partir da qual se podem expressar os sentimentos. Conforme Froebel, o 
desenho desenvolve a habilidade de pensar abstratamente. Outro ponto importante 
foi o que ele chamou de atividades construtivas, nessas atividades, a criança deve 
participar do trabalho da casa, como por exemplo cultivar seu próprio jardim, de 
uma a duas horas diárias.
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
O destaque da filosofia de Froebel foi a concepção de unidade. De acordo com esse 
conceito, cada objeto é parte de algo mais geral e é também uma unidade, se for 
considerado em relação a si. Trazendo essa concepção para campo das relações hu-
manas, compreende-se o indivíduo como uma unidade, quando considerado em 
si mesmo, mas que mantém uma relação com o todo, isto é, incorpora-se a outros 
homens para atingir certos objetivos. 
Nessa direção, todas as atividades da criança, até mesmo as atividades físicas mais 
comuns, estão diretamente relacionadas com a vida social que a cerca. Como a crian-
ça é um organismo em si e por si, ela também é uma parte de organismos maiores: 
a família e a humanidade como um todo. Desde o início da vida ela age num meio 
social e toda sua conduta tem relação imediata com outros. Em decorrência desse 
processo, o desenvolvimento de seus sentimentos sociais segue paralelo ao desen-
volvimento de seu poder produtivo. Por isso, a expressão de objetivos e necessidades 
internas deve sempre ser integrada com a unidade social e o propósito comum. 
Segundo o autor a unidade social era sempre um princípio de unidade universal, 
inclusive cósmica. Esse propósito de naturalização de um sentimento de amor pelo 
universo criado por Deus e transferido para a sociedade deveria ser compreendido 
e defendido pela educação. A identificação da educação com o desenvolvimento, a 
subordinação da ação educativa como atividade interessada da criança, a utilização

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