Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Educação a Distância e Estratégias de Mediação Aula 4 Unidade 3 Educação a Distância e Estratégias de Mediação Aula 4 Sumário Aula 04 Educação a Distância e Estratégias de Mediação 1. Produção de curso 4 1.1. Processo de produção de materiais para EAD 5 2. Ciclo de utilização 7 2.1 Docentes 8 2.2 Tutores 9 2.3 O corpo técnico-administrativo 12 2.4 Características do Gestor na EAD 14 2.5 Funções do gestor em EAD 14 2.6 Planejamento e Gestão em EAD 15 1 Produção de curso EAD Segundo Vieira e Ota (2010), a produção e materiais didáticos é um trabalho que envolve diferentes conhecimentos e profissionais, por se tratar de algo que aborda conceito, linguagem, metodologia e planejamento em sua concepção. Produzir um material requer clareza em sua fi- nalidade e principalmente visando o desenvol- vimento da aprendizagem e o favorecimento do ensino. A partir dos estudos de Behar (2009) é possível identificar contribuições teóricometo- dológicas do design pedagógico por meio de re- flexões acerca dos parâmetros norteadores para elaboração de matérias educacionais digitais. Os referenciais de produção estão ligados ao uso de elementos visuais, navegação, interação e interatividade e os aspectos organizacionais do conteúdo. Consequentemente, a autora acredita que com o uso desses parâmetros torna-se pos- sível construir um storyboard do material para sua aplicação e avaliação no ambiente: “Os ele- mentos de um modelo pedagógico para EAD trazem uma estrutura calcada sobre um deter- minado paradigma e em consonância com uma ou mais teorias educacionais a serem utilizadas como eixo norteador da aprendizagem.” (Ibid, 2009, p.24) 4 1.2 Processo de Produção de Materiais para EAD No processo de produção do material em EAD precisamos de planejamento e de proce- dimentos em sua elaboração. O planejamento requer a adoção de concepções pedagógicas e de aprendizagem, pois requer um posicionamento crítico e teórico de seus autores. Para que o pro- cesso de produção de material possa fluir, Behar (2009, p.29) recomenda que antes de considerar os aspectos tecnológicos, é necessário abordar algumas indagações: – Qual (is) a(s) teoria(s) de aprendizagem ou o para- digma predominante que vai embasar o curso? – Qual é o público-alvo? Qual seu nível de familiarida- de com a tecnologia? É a primeira vez que participam de um curso/programa de EAD? Deve-se oferecer formação tecnológica antes de iniciar o curso? – Quais são os objetivos principais do programa/curso? – O que se espera dos alunos? – O que será mais adequado desenvolver: um currí- culo mais estruturado ou não? – Como os alunos trabalharão em relação ao tempo/ espaço? Será sempre da mesma forma ou pode variar ao longo do curso? – Que recursos serão utilizados para trabalhar os conteúdos? Material instrucional? Hipertextos? Áu- dio? Vídeo? Papel? Páginas web? Objetos de aprendi- zagem? Software educacional? Teleconferência? 5 – Que tipo de atividades serão utilizadas? Direcio- nadas? Não direcionadas? Resolução de problemas? Projetos de aprendizagem? Estudos de caso? – Como se darão essas atividades no tempo? De for- ma síncrona? Assíncrona? – Qual o tipo de interação/comunicação que se es- pera dos alunos? – Qual o tipo de avaliação? Formati- va? Somativa? Mediadora? Autoavaliação? – Como determinar a motivação dos alunos em am- bientes virtuais de aprendizagem, seus possíveis esta- dos de ânimo (desinteresse, indiferença) no processo de aprendizagem? Neste contexto do processo de produção de materiais didáticos para EAD, seguimos as questões norteadoras para desenvolver um material que pro- porcione o apoio ao ensino com as características de cursos online e que dê condições para o desenvolvi- mento da aprendizagem dos alunos. Neste processo, utilizam-se técnicas instrucionais de organização, se- leção e categorização de informações para que o ma- terial tenha, com os conteúdos específicos, possibi- lidades para considerar a estrutura e linguagem ade- quadas. Nesse contexto, os recursos tecnológicos e o ambiente virtual de aprendizagem utilizados podem fornecer ao aluno condições de criar uma interação e a aproximação dos temas abordados, construin- 6 do uma aprendizagem significativa. Profissionais de diferentes áreas do conhecimento, ao interagirem, podem desenvolver materiais integradores com uma linguagem que aproxime o aluno do conhecimento a ser adquirido. 2 Ciclo de utilização Convido-os a ler o que preconiza o parágrafo V, dos Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância, da Secretaria de Educação a Distância, do Ministério da Educação, onde tratará da equipe multidisciplinar. (...) V - Equipe Multidisciplinar Em educação a distância, há uma diversidade de mo- delos, que resulta em possibilidades diferenciadas de composição dos recursos humanos necessários à es- truturação e funcionamento de cursos nessa moda- lidade. No entanto, qualquer que seja a opção estabelecida, os recursos humanos devem configurar uma equipe multidisciplinar com funções de planejamento, im- plementação e gestão dos cursos a distância, onde três categorias profissionais, que devem estar em constante qualificação, são essenciais para uma ofer- ta de qualidade: 7 • docentes; • tutores; • pessoal técnico-administrativo. Seguem os detalhes das principais competências de cada uma dessas classes funcionais. 2.1 Docentes Em primeiro lugar, é enganoso considerar que programas a distância minimizam o trabalho e a me- diação do professor. Muito pelo contrário, nos cur- sos superiores a distância, os professores veem suas funções se expandirem, o que requer que sejam al- tamente qualificados. Em uma instituição de ensino superior que promova cursos a distância, os profes- sores devem ser capazes de: a) estabelecer os fundamentos teóricos do projeto; b) selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a procedimentos e atividades pedagógicas; c) identificar os objetivos referentes a competências cognitivas, habilidades e atitudes; d) definir bibliografia, videografia, iconografia, au- diografia, tanto básicas quanto complementares; e) elaborar o material didático para programas a distância; f) realizar a gestão acadêmica do processo de ensi- no-aprendizagem, em particular motivar, orientar, 8 acompanhar e avaliar os estudantes; g) avaliar-se continuamente como profissional participante do coletivo de um projeto de ensino superior a distância. O projeto pedagógico deve apresentar o quadro de qualificação dos docentes responsáveis pela coor- denação do curso como um todo, pela coordenação de cada disciplina do curso, pela coordenação do sis- tema de tutoria e outras atividades concernentes. É preciso a apresentação dos currículos e outros do- cumentos necessários para comprovação da qualifi- cação dos docentes, inclusive especificando a carga horária semanal dedicada às atividades do curso. Além disso, a instituição deve indicar uma política de capacitação e atualização permanente destes profissionais. 2.2 Tutores O corpo de tutores desempenha papel de fun- damental importância no processo educacional de cursos superiores a distância e compõem quadro di- ferenciado, no interior das instituições. O tutor deve ser compreendido como um dos sujeitos que parti- cipa ativamente da prática pedagógica. Suas ativida- des desenvolvidas a distância e/ou presencialmente devem contribuir para o desenvolvimento dos pro- cessos de ensino e de aprendizagem e para o acom- panhamento e avaliação do projeto pedagógico. 9 Um sistema de tutoria necessário ao estabele- cimento de uma educação a distância de qualidade deve prever a atuação de profissionais que ofereçam tutoria a distância e tutoria presencial. A tutoria a distância atua a partir da instituição, mediando o processo pedagógico junto a estudantes geograficamente distantes, e referenciado aos polos descentralizados de apoio presencial. Suaprincipal atribuição é o esclarecimento de dúvidas através fóruns de discussão pela Internet, pelo telefone, participação em videoconferências, entre outros, de acordo com o projeto pedagógico. O tutor a dis- tância tem também a responsabilidade de promover espaços de construção coletiva de conhecimento, selecionar material de apoio e sustentação teórica aos conteúdos e, frequentemente, faz parte de suas atribuições participar dos processos avaliativos de ensino-aprendizagem, com os docentes. A tutoria presencial atende os estudantes nos polos, em horários preestabelecidos. Este profis- sional deve conhecer o projeto pedagógico do cur- so, o material didático e o conteúdo específico dos conteúdos sob sua responsabilidade, a fim de auxi- liar os estudantes no desenvolvimento de suas ativi- dades individuais e em grupo, fomentando o hábito da pesquisa, esclarecendo dúvidas em relação a con- teúdos específicos, bem como ao uso das tecnolo- gias disponíveis. Participa de momentos presenciais 10 obrigatórios, tais como avaliações, aulas práticas em laboratórios e estágios supervisionados, quando se aplicam. O tutor presencial deve manter-se em permanente comunicação tanto com os estudantes quanto com a equipe pedagógica do curso. Cabe ressaltar que as funções atribuídas a tutores a distância e a tutores presenciais são intercambiáveis em um modelo de educação a distância que privilegie forte mobilidade espacial de seu corpo de tutores. Em qualquer situação, ressalta-se que o domínio do conteúdo é imprescindível, tanto para o tutor pre- sencial quanto para o tutor a distância e permanece como condição essencial para o exercício das fun- ções. Esta condição fundamental deve estar aliada à necessidade de dinamismo, visão crítica e global, ca- pacidade para estimular a busca de conhecimento e habilidade com as novas tecnologias de comunicação e informação. Em função disto, é indispensável que as instituições desenvolvam planos de capacitação de seu corpo de tutores. Um programa de capacitação de tutores deve, no mínimo, prever três dimensões: - capacitação no domínio específico do conteúdo; - capacitação em mídias de comunicação; e - capacitação em fundamentos da EAD e no mode- lo de tutoria. Por fim, o quadro de tutores previstos para o 11 processo de mediação pedagógica deve especificar a relação numérica estudantes/tutor capaz de permitir interação no processo de aprendizagem. 2.3 O corpo técnico-administrativo O corpo técnico-administrativo tem por função oferecer o apoio necessário para a plena realização dos cursos ofertados, atuando na sede da instituição junto à equipe docente responsável pela gestão do curso e nos polos descentralizados de apoio presen- cial. As atividades desempenhadas por esses profis- sionais envolvem duas dimensões principais: a admi- nistrativa e a tecnológica. Na área tecnológica, os profissionais devem atuar nos polos de apoio presencial em atividades de suporte técnico para laboratórios e bibliotecas, como também nos serviços de manutenção e zeladoria de materiais e equipamentos tecnológicos. A atuação desses profissionais, nas salas de coordenação dos cursos ou nos centros de educação a distância das instituições, tem como principais atribuições o auxí- lio no planejamento do curso, o apoio aos professo- res conteudistas na produção de materiais didáticos em diversas mídias, bem como a responsabilidade pelo suporte e desenvolvimento dos sistemas de in- formática e suporte técnico aos estudantes. No que tange à dimensão administrativa, a 12 equipe deve atuar em funções de secretaria acadê- mica, no registro e acompanhamento de procedi- mentos de matrícula, avaliação e certificação dos estudantes, envolvendo o cumprimento de prazos e exigências legais em todas as instâncias acadêmicas; bem como no apoio ao corpo docente e de tutores nas atividades presenciais e a distância, distribuição e recebimento de material didático, atendimento a estudantes usuários de laboratórios e bibliotecas, en- tre outros. Entre os profissionais do corpo técnico-ad- ministrativo, destaca-se o coordenador do polo de apoio presencial como o principal responsável pelo bom funcionamento dos processos administrativos e pedagógicos que se desenvolvem na unidade. Este coordenador necessita conhecer os projetos peda- gógicos dos cursos oferecidos em sua unidade, aten- tando para os calendários, especialmente no que se refere às atividades de tutoria presencial, zelando para que os equipamentos estejam disponíveis e em condições de perfeito uso, enfim, prezar para que toda a infraestrutura esteja preparada para a viabili- zação das atividades. Outra importante atribuição do coordenador do polo é a supervisão do trabalho desenvolvido na secretaria da unidade, providenciando para que o re- gistro dos estudantes e todas as demais ocorrências, tais como notas, disciplinas ou módulos cursados, 13 frequências, transferências, sejam feitas de forma organizada e em tempo hábil. Portanto, para o exer- cício de suas funções, o coordenador do polo deve possuir prévia experiência acadêmica e administrati- va e ser graduado. (BRASIL, 2007). 2.4 Características do Gestor na EAD Para a produção e utilização da EAD, deve-se levar em conta dois fatores, que são os polos presenciais e o gestor de polo. Segundo Alves (2012), “o gestor da EAD precisa conhecer a legislação sobre educação a distância e todos os instrumentos legais que regem a educação escolar brasileira, em especial os das áreas escolhidas para implantar os cursos de graduação”. A gestão da EAD torna-se um desafio que irá solicitar do gestor algumas características e habilida- des que é necessário para a função. Dentro destes processos de habilidades e características, o gestor necessita que os aspectos legais, administrativos, entre outros sejam contemplados. 2.5 Funções do gestor em EAD Atributos e funções de âmbito acadêmico e administrativo a) Informar-se sobre: o potencial das tecnologias na 14 educação presencial e a distância; b) Avaliar com clareza o que é novo e o que é perma- nente em educação; d) Identificar possíveis parceiros nas áreas públi- cas e privadas; e) Participar do desenvolvimento de produção téc- nica dos cursos e registro/arquivo de dado- certifi- cados e a formação que se deve atingir no alunado; f) Sensibilizar sua equipe para as mudanças necessárias; g) Trabalhar com os parâmetros preconizados pelas teorias de gestão do conhecimento e de qualidade. 2.6 Planejamento e Gestão em EAD O planejamento e gestão da EAD são fun- damentais para o seu sucesso. Entre os principais elementos que devem ser levados em consideração para tal, estão o acompanhamento e a supervisão da aprendizagem de todos os envolvidos. Proces- so complexo e contrário ao que muitas instituições acreditam, de que sua única função educacional é apenas a produção de um conteúdo (MAIA E MAT- TAR, 2008). Planejamento em EAD: as cinco etapas a se- rem consideradas. 15 1 - Descrição Nesta fase, deve-se fazer um levantamento das ne- cessidades do mercado, a demanda e a clientela que pretende atender, bem como definir as facilidades que existem na instituição e precisam ser identifica- das na área pessoal, organizacional, nas instalações físicas, na disponibilidade de equipamentos e na área de processos já desenvolvidos. 2 - Produção Definição de conteúdo, definição das formas de utili- zação, elaboração do material didático, tendo presen- te a importância de definição da linguagem, pois um mesmo conteúdo poderá ser processado para níveis diferentes de cursos, dependendo dos objetivos e, de- pois de elaborado, é preciso validar o material didáti- co, introduzir ou não mudanças, e multiplicá-lo. 3 - Utilização Definição da divulgação das informações sobre o curso, sobre a metodologia. Critérios para entrada de alunos; definição das necessidades nos momen- tos presenciais; definir o acompanhamento e instru- mentos de verificação daaprendizagem dos alunos e normas de certificação. 4 - Administração É preciso definir as responsabilidades e as atribui- 16 ções garantindo, por meio de procedimentos ade- quados, os seguintes serviços; - desenvolvimento e produção técnica dos cursos; - distribuição dos materiais didáticos; - apoio à comunicação a distância entre alunos e tu- tores ou monitores; - apoio aos momentos presenciais de relação didáti- ca ou de atividades práticas, registro/arquivo de da- dos/certificação; - apoio à realização de testes, provas e exames quan- do exigidos. 5 - Avaliação É fundamental avaliar o programa como um todo, por meio da aprendizagem do aluno. 17
Compartilhar