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SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS www.esab.edu.br 3 Sumário 1. Apresentação I.......................................................................05 2. Definição de Educação e de Educação a Distância..............06 3. Comunicação em EAD: Modalidades Sincrônica e Assincrônica..........................................................................08 4. Aprendizagem Autônoma: Componentes do Saber e do saber-fazer.............................................................................13 5. Aprendizagem Autônoma: Componentes do Querer..............15 6. EAD e o Sistema Tutorial.......................................................17 7. Resumo I................................................................................22 8. Apresentação II......................................................................23 9. O Que é Ser Tutor..................................................................24 10. Competências Essenciais a Tutoria Online............................31 11. Competências de Apoio: Comunicação e Motivação.............34 12. Resolução de Problemas e Orientação da aprendizagem no exercício da tutoria online......................................................39 13. Conhecendo um pouco das competências de Capacitação e de administração na EAD......................................................45 14. Resumo II...............................................................................49 15. Apresentação III.....................................................................50 16. Referencias de Qualidade para a EAD/SEED-MEC..............51 17. Didática da Educação Presencial e da EAD: A Prática Pedagógica da Tutoria online.................................................60 18. A Atuação da Tutoria Online em Equipes Multidisciplinares de EAD: Possibilidades Pedagógicas em Ambientes Virtuais....68 19. O papel do professor tutor no estímulo à aprendizagem autônoma e a interatividade em ambientes WEB..................79 20. Avaliação do Módulo..............................................................84 www.esab.edu.br 4 21. Resumo III..............................................................................86 22. Glossário................................................................................87 23. Bibliografia............................................................................99 www.esab.edu.br 5 Educação a Distância: Definições e Conceituações I Caro(a) Estudante, Antes de iniciarmos nossos estudos acerca da Tutoria Online, gostaríamos de lhe apresentar a importância de sua oferta. A razão é muito simples: a Educação a Distância (EAD) é cada vez mais uma realidade. E essa realidade é decorrente da necessidade de otimização de tempo, de custo, e, principalmente, de conciliar o aprendizado de novas técnicas e novos conhecimentos em tempos de informação em tempo real. Assim, ao cursar essa disciplina, sua meta deve ser aprender. Acreditamos que o presente módulo lhe oportunizará novos outros saberes a respeito da Tutoria Online. Nesse sentido, lembramos que o seu sucesso nessa empreitada intelectual dependerá de sua organização pessoal e da correta interpretação dos conteúdos aqui apresentados. O presente módulo está dividido em três eixos. Nesse primeiro bloco de estudos você conhecerá alguns conceitos e legislação acerca da Tutoria Online. Em sequência lhe apresentaremos uma breve discussão a respeito dos saberes e dos fazeres na EAD. Para verificar sua aprendizagem, realize as atividades online realizando as Tarefas Dissertativas, os Exercícios Online disponíveis na Sala de Aula Virtual, investindo seu tempo de estudo também na leitura das Ferramentas de Aprendizagem (Fóruns, Saiba Mais, Estudos Complementares etc.). Dedique-se à leitura dos textos, buscando aprofundar seus conhecimentos sobre cada assunto. Bons estudos! www.esab.edu.br 6 A qualidade da EAD pressupõe, entre outros aspectos, a elaboração de conceitos, já que estes ocupam papel relevante na construção/evolução do conhecimento. Ao conceitualizar a realidade, por intermédio de palavras exteriorizadas, trazemos à consciência o que antes se encontrava difuso no nosso universo interior. Foi Vygotski (1993, p.289) quem afirmou: Pero en el aspecto psicológico, el significado de la palabra no es más que una generalización o un concepto, como hemos podido convencernos repetidas veces a lo largo de la investigación. Generalización y significado de la palabra son sinónimos. Toda generalización, toda formación de un concepto constituye le más específico, más auténtico y más indudable acto de pensamiento. Portanto, use e abuse de sua autonomia e da sua capacidade de elaboração. Não se limite a “copiar e colar” os conceitos pesquisados. Primeiro, explore diversos conceitos e analise-os criticamente. Depois, eleja, entre eles, quatro com os quais você tenha mais afinidade. Finalmente, ao realizar a atividade pertinente a esta unidade, construa seus próprios conceitos de educação e de educação à distância, considerando tanto a forma como o conteúdo que desejar garantir. Boa pesquisa e ótima elaboração! No quadro abaixo, seguindo o exemplo destacado em azul, insira quatro conceitos de educação – pesquisados na web. www.esab.edu.br 7 Conceito de educação Autor Endereço eletrônico 1 Educação é concebida como “produção do saber”, pois o homem é capaz de elaborar ideias, possíveis atitudes e uma diversidade de conceitos. DEMERVAL SAVIANI www.webartigos.com/artigos/ que-e-educacao-segundo- demerval-saviani/39836/ 2 3 4 5 No quadro abaixo, seguindo o exemplo destacado em azul, insira quatro conceitos de educação à distância – pesquisados na web. Conceito de educação à distância Autor Endereço eletrônico 1 A Educação a Distância é a modalidade educacional na qual a mediação didático- pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Governo do Brasil/ Ministério da Educação http://portal.mec.gov.br/ instituicoes-credenciadas/ educacao-superior-a-distancia 2 3 4 5 Defina/conceitualize, com suas próprias palavras: 1) Educação _________________________________________ 2) Educação a distância _________________________________________ ATIVIDADES http://www.webartigos.com/artigos/que-e-educacao-segundo-demerval-saviani/39836/ http://www.webartigos.com/artigos/que-e-educacao-segundo-demerval-saviani/39836/ http://www.webartigos.com/artigos/que-e-educacao-segundo-demerval-saviani/39836/ http://portal.mec.gov.br/instituicoes-credenciadas/educacao-superior-a-distancia http://portal.mec.gov.br/instituicoes-credenciadas/educacao-superior-a-distancia http://portal.mec.gov.br/instituicoes-credenciadas/educacao-superior-a-distancia www.esab.edu.br 8 O uso das ferramentas síncronas e assíncronas nos cursos à distância. Ao utilizarmos Learning Management System (LMS), também conhecido como AVA (Ambientes Virtuais de Aprendizagem), encontramos duas formas de comunicação para promover e desenvolver a interação e a interatividade entre professores- alunos, alunos-professores e alunos-alunos. São elas as formas SÍNCRONA e ASSÍNCRONA. As pessoas que não possuem experiência na construção de cursos que utilizam os recursos de EAD (Educação a Distância) podem encontrar dificuldades na escolha da forma de comunicação mais adequada a ser utilizada em seu projeto de curso. A forma SÍNCRONA pode ser entendida como o modo de comunicação que ocorre em tempo real (online), as partes se comunicam de modo instantâneo. Nela ocorre a sensação de agilidade no desenvolvimento dos trabalhos provocado, em parte, pelas características desse tipo de comunicação. Já a forma ASSÍNCRONA pode ser entendida como a forma de interação que está desconectada do tempo e do espaço. O alunoe professor podem manter relacionamento na medida em que tenham tempo disponível, criando uma situação mais confortável em relação às disponibilidades e necessidades do curso. www.esab.edu.br 9 O nível de sucesso da interação ou de interatividade que acontecerá no curso dependerá da escolha que fizermos entre essas duas formas de comunicação. Nas duas encontraremos vantagens e desvantagens, porém as vantagens irão sempre superar as desvantagens se a utilização for feita de forma adequada, harmônica e complementar no âmbito de um projeto educacional que envolva os recursos de educação à distância. Forma Síncrona Na interação síncrona (em tempo real), encontramos um fomento ao entrosamento entre os participantes do curso, evidenciando a formação de comunidade. Também se observa certa facilidade no processo de aprendizagem, melhorando a relação entre os participantes. O chat (Sala de Bate Papo) é um exemplo clássico de comunicação síncrona e utilizado nos cursos que são ministrados na modalidade à distância. É recomendável que na sessão de chat seja definido um tema específico como eixo das discussões para que não sejam levantados assuntos muito polêmicos e sem uma relação direta com os objetivos propostos, causando inadequação de uso dessa ferramenta em relação a um determinado curso. Algumas características da comunicação síncrona são: • Comunicação espontânea; • Resposta espontânea; • Motivação – Evidencia a sinergia dos trabalhos individuais e em grupo e encoraja os estudantes a criarem e continuarem seus estudos; • Presença – Fortalece o sentimento de comunidade; www.esab.edu.br 10 • Feedback – O rápido retorno fomenta o desenvolvimento das atividades em especial as atividades em grupo; • Ritmo – ajuda os alunos a serem criativos. Forma assíncrona Na comunicação assíncrona acontece uma condição especial onde o aluno pode a qualquer tempo, respeitado o cronograma do curso, acessar o material didático com uma interatividade descompromissada com o “Online”. Essa forma de comunicação compartilha com os alunos a responsabilidade de administrar o tempo de participação nas atividades propostas para o curso. É preciso ter disciplina e uma agenda bem equacionada. Algumas características da comunicação assíncrona são: • Flexibilidade – acesso ao material didático em qualquer lugar e a qualquer hora; • Tempo para reflexão – O tempo poderá ser otimizado para a reflexão sobre o material didático proposto, tempo para ter ideias e preparar os retornos, verificar as referências bibliográficas e possibilidade de acesso ao material quantas vezes for necessário; • Facilidade de estudo – Possibilita a administração dos estudos de forma a aproveitar todas as oportunidades de tempo, seja no trabalho ou em casa, podendo ocorrer a integração de ideias e discussão sobre o curso em fóruns específicos. Como exemplo de comunicação ASSÍNCRONA podemos citar os fóruns de discussão, ferramenta disponível em grande número de LMS/AVAS, no qual os assuntos polêmicos podem ser inseridos para que produzam resultados satisfatórios, sem um compromisso direto com o tempo e espaço. www.esab.edu.br 11 É recomendável ao professor observar na comunicação assíncrona: • Não deixar nenhuma atividade sem resposta – Dimensionar o número de formadores e de acordo com o número de alunos para evitar que trabalhos postados no ambiente fiquem sem análise e retorno o que poderia transformar-se em desestímulos; • Estímulos aos alunos – É relevante que haja um controle quanto aos estímulos aos alunos em relação ao desenvolvimento das atividades, isso significa controle efetivo sobre os níveis de participação (síncrono e assíncrono). É possível estimular a criação de uma comunidade entre os alunos para o desenvolvimento das atividades no sentido de tecerem comentários significativos nas atividades postadas pelos colegas de turma; • Evitar respostas superficiais – Os tutores precisam ficar atentos às respostas superficiais do tipo “muito bem” ou “gostei muito do seu trabalho”, por outro lado é importante para o aluno receber críticas construtivas sobre o desenvolvimento das atividades propostas e deve-se estimular com questionamentos pertinentes a essas atividades; • Articulação do material didático – Analisar a capacidade de recursos disponíveis para dimensionar o curso em relação ao seu projeto pedagógico, evitando contrapontos que poderão causar desestímulos prejudiciais ao andamento dos trabalhos. Considerações finais: Ao desenharmos um curso à distância temos que levar em conta os dois tipos de comunicação (Síncrona e Assíncrona). A seleção de uso dependerá das necessidades levantadas no www.esab.edu.br 12 projeto pedagógico do curso, deve-se evitar o uso indiscriminado de um ou de outro. Como dissemos anteriormente, ambos possuem vantagens e desvantagens. A combinação entre esses dois modos de comunicação baseado na necessidade e com um balanceamento adequado é que determinará o sucesso ou fracasso de um curso. Exercícios 1) Complete o quadro abaixo, caracterizando, como síncrona ou assíncrona, a modalidade de comunicação correspondente aos suportes tecnológicos que constam na coluna da direita. Modalidade de comunicação Suporte tecnológico Telefone e-mail Homepage Transmissão direta via satélite com interação Lista de discussão Fórum 2) Liste quatro características da comunicação síncrona. ___________________________________________________ ________________ 3) Liste três características da comunicação assíncrona. ___________________________________________________ ________________ www.esab.edu.br 13 Componentes do Saber Tanto o professor quanto o aluno possuem um duplo problema: o de entender o seu próprio conhecimento construído enquanto professor e aluno ao longo de sua vida, devendo dimensionar com clareza a forma de se concretizar uma melhor aprendizagem nas diversas situações. Tem sido demonstrado que as pessoas pouco conhecem a si mesmo. E esse conhecimento pode direcionar para diversos graus de profundidade, variando de indivíduo para indivíduo dependendo das oportunidades para realizá-las. Não se trata de um saber teórico aprendido, e sim em um saber relativo a si mesmo, saber sobre o seu próprio processo de aprendizagem, com suas facilidades e dificuldades, pois o aprendizado não ocorre pela razão e sim por excitações e afetações. O “saber” envolve conhecimentos necessários à execução de uma prática. Entretanto, para poder ser capaz de executá-la, é preciso “saber fazer”. Portanto, fica claro que, ao conhecimento, alia-se a habilidade do indivíduo. Componentes do Saber-Fazer Partindo do pressuposto de que todo conhecimento sobre o processo de aprendizagem está naturalmente à disposição de uma aplicação prática, o saber sobre o seu processo de aprendizagem, deve ser convertido em um saber fazer. www.esab.edu.br 14 No dia a dia da prática docente a avaliação de aprendizagem é geralmente realizada pelo professor, tomando como referência apenas o conteúdo desenvolvido, enquanto na aprendizagem autônoma, o aluno não só avalia o seu desempenho em termos acadêmicos, como também avalia o processo desenvolvido na sua aprendizagem. Para que o ensino possa criar um clima desafiador, podemos citar três condições básicas: • Autenticidade, sinceridade e coerência nas relações professor/aluno; • Aceitação do outro, o “saber ouvir”, respeitando o outro como ele é, com suas potencialidades e limitações. O professor não deve ficar na relação do “sabe tudo” e o aluno na posição de “tábua rasa”. Pelo contrário, deve haver o respeito das individualidades e potencialidades que cada um possua; • Empatia, compreender o outro e seus sentimentos, sem, com isso, envolver-se neles, pois acreditamos que só existe aprendizagem com afetividade. Na Educação a Distância esse papel é desempenhado pelo tutor que deve entender que a aprendizagem do aluno não é simplesmente transmissão de conhecimento.É, sobretudo, um processo participativo, onde o aluno é sujeito do seu próprio conhecimento. Sua participação, portanto, deve ser ativa e, por isso mesmo, estimulada. Contudo o aluno deve ser conscientizado de que se trata de um processo de construção e reconstrução, pois as modificações deverão ser efetuadas a partir da sua prática que sempre está a exigir o saber fazer. www.esab.edu.br 15 Componente do Querer O desejo, a vontade de aplicar algo é de fundamental importância para que se obtenha sucesso. Esse componente diz respeito à questão de o aluno estar convencido da utilidade e vantagens dos procedimentos de aprendizagem autônoma e querer aplicá-los. O Professor ou tutor no EAD é gestor do processo didático sendo o grande responsável pela disposição do aluno querer desenvolver sua aprendizagem autônoma. Devemos ter a nítida certeza de que o desafio do aluno e do professor no processo de ensino e aprendizagem é o de aprender a aprender e que tal processo acontece de modo imediatista. O que precisa ser direcionado é a ação pela descoberta tanto do professor como dos alunos, respeitando as especificidades das modalidades de ensino a distância ou presencial. Não basta ao aluno apenas saber da existência do aprender a aprender e da sua proposta pedagógica, o que levanta uma falsa ideia sobre a aprendizagem ser considerada um processo único, quando na realidade, em cada um, pode ser identificado muitos subprocessos. Nessa perspectiva a tarefa primordial do educador é o de buscar aproximações entre o saber, o saber fazer e o querer, ou seja, entre o pedagógico, o técnico, o psicossocial e o político. www.esab.edu.br 16 Essa unidade, tão necessária ao novo “fazer pedagógico” contextualizado, sem dúvida contribuirá para que o ensino seja um processo construtivo, agradável, desafiador, estimulante e que tenhamos sempre uma atitude aprendente e investigativa. Acesse: http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/012- TC-A2.htm e leia, na íntegra, o artigo Educação à distância e o seu grande desafio: o aluno como sujeito de sua própria aprendizagem. Posicione-se, por escrito, respondendo à questão abaixo. Você concorda com a afirmativa do autor, apresentada na conclusão do artigo, de que trabalhar a autonomia do ato de aprender independente de modalidade de ensino, proporciona na verdade uma formação de indivíduos autônomos, críticos e criativos? Por quê? ATIVIDADE http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/012-TC-A2.htm http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/012-TC-A2.htm www.esab.edu.br 17 EAD e o Sistema Tutorial Na modalidade de Educação a Distância existem três elementos fundamentais em interação: aluno, material didático e professor. A experiência com EAD, independente da concepção de educação adotada e das ferramentas didáticas utilizadas (televisão, rádio, internet, material impresso), tem demonstrado que o sistema tutorial é cada vez mais indispensável ao desenvolvimento de aulas a distância. Nesse processo, cabe ao tutor acompanhar as atividades discentes, motivar a aprendizagem, orientar e proporcionar ao aluno condições de uma aprendizagem autônoma. A Educação a Distância pressupõe um sistema de transmissão e estratégias pedagógicas adequadas às diferentes tecnologias utilizadas. A estratégia didática da Educação a Distância, está diretamente ligada à escolha dos métodos e meios instrucionais estruturados para produzir um aprendizado efetivo. Nesse contexto, não deve merecer atenção apenas o conteúdo do curso, mas também decisões sobre o suporte ao aluno, acesso e escolha dos meios. As formas como o tutor e o aluno se comunicam e interagem dependerá do esquema de aprendizado a ser usado. O autor revela ainda três fatores indispensáveis para que a Educação a Distância aconteça: o modelo de aprendizagem, a infraestrutura tecnológica e infraestrutura física propiciada pelo setor. Qualquer estratégia, para atingir suas finalidades deve disponibilizar e gerenciar os conhecimentos de forma crítica, priorizando a educação para trabalhar os conteúdos de forma www.esab.edu.br 18 significativa, criando todas as condições à formação de indivíduos gestores da informação. A escola ainda não esclareceu as dúvidas que possui sobre a utilização da tecnologia como fator fundamental para melhorar o desempenho dos alunos, ou até aprimorar a qualidade da educação. A qualificação do corpo docente continua sendo sempre a primeira prioridade. A utilização das tecnologias como recurso didático trouxe à tona uma série de desafios tais como: a seleção dos diferentes tipos de textos elaborados e/ ou produzidos para um curso de EAD, a articulação dos núcleos temáticos, interdisciplinaridade, coordenação didático- pedagógica, renovação metodológica dos docentes, fundamentos teóricos de aprendizagem e do processo de avaliação. É possível encontrar classificações relativas à EAD em que são utilizados critérios similares aos das tecnologias, cuja visão de homem está posta numa concepção linear de mundo. Nesse sentido, tanto a informática como os sistemas tecnológicos de comunicação podem proporcionar a igualdade de oportunidades para promover a cidadania. A crise da sociedade contemporânea exige que os países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, não se limitem a apenas lutar de forma racional e estratégica contra a pobreza, mas direcionem seus investimentos em políticas de educação, até para resgatar a dívida social, acumulada ao longo da história. A década de 90 trouxe à tona um novo modelo cultural, em que o saber passa a desempenhar papel relevante evidenciando a necessidade de revisão nas concepções de ensino e de educação, nos procedimentos, nos modelos de gestão e de ações. Revisões estas que passam, sobretudo, pela compreensão do relacionamento orgânico entre as universidades e instituições quase milenares e a sociedade. www.esab.edu.br 19 No campo da tecnologia educacional, a abordagem do processamento da informação tem sido usada especificamente na pesquisa sobre meios educacionais. A comunicação docente/ discente no ensino aberto e a distância exige dos professores novos esquemas mentais e novas concepções acerca do saber que envolve diálogos constantes, intercâmbios singulares, criatividade e disponibilidade para investigação, indispensáveis ao cumprimento do compromisso real com as políticas democráticas e de equidade social. Para dar conta deste compromisso, a universidade precisa ser constantemente lugar de produção do saber, fato este que requer também tempo de reflexão crítica, já que a qualidade da vida acadêmica se diferencia pela produção coletiva e crítica, num contexto pluralista e democrático. Na sociedade atual, sob o primado de saberes que continuamente se superam e se reconstroem, não é mais possível pensar a educação como mero repasse de conhecimentos, seguindo uma tradição cultural. Pensar novas formas de educação exige que ultrapassemos a ideia de que ela não seja apenas um meio ou uma modalidade, mas uma possibilidade de ressignificação da educação em face das necessidades do mundo global (Neder, 1999). Estas inovações estão exigindo assim uma mudança importante no papel do professor e uma formação específica nesse sentido. Neste novo cenário, é necessário rever as dimensões: educativa, tecnológica e comunicativa, em relação ao papel e ao protagonismo que assumem os professores implicados na organização do trabalho pedagógico. É preciso insistir na ideia de que as multimídias não transformam o trabalho docente, elas apenas expressam com grande impacto os novos cenários da sociedade contemporânea e permitem um armazenamento enorme de informação, por meio de novas linguagens. www.esab.edu.br 20 Dessa forma, a educação a distância deve ser assumida como uma das utopias da educação para desenvolver as sociedades de nosso continente e superar os imperativos da cultura de consumo. Estas questões sublinham a importância da atuaçãodocente em EAD, em que o perfil do profissional de educação deve conter competências bem mais complexas, tais como: • Saber lidar com os ritmos individuais diferentes dos alunos; • Apropriar-se de técnicas novas de elaboração do material didático impresso e do produzido por meios eletrônicos; • Dominar técnicas e instrumentos de avaliação, trabalhando em ambientes diversos daqueles já existentes no sistema presencial de educação; • Ter habilidades de investigação. Utilizar técnicas variadas de investigação e propor esquemas mentais para criar uma nova cultura, indagadora e plena em procedimentos de criatividade. Diante desses novos paradigmas é que devem ser postos os questionamentos das instituições educacionais, suas polêmicas e preocupações sobre EAD. Os educadores que pretendem lutar contra a exclusão social devem preocupar-se em adquirir uma nova cultura educacional, atualizando-se no uso de tecnologias de informação e comunicação, pois, nesse novo modelo, o professor é continuamente chamado a estabelecer múltiplas interações. Algumas escolas já vêm desenvolvendo esse trabalho social com sucesso, investindo em equipamentos, na formação docente e em processo de gestão educacional inovador. Este deve envolver uma equipe multidisciplinar, administradores, professores, pesquisadores, tutores, monitores e profissionais da área técnica. Para que ganhem credibilidade no contexto www.esab.edu.br 21 social em que estão inseridas, várias universidades estão apostando firmemente na qualificação profissional, por meio de curso de aperfeiçoamento e de formação continuada. Um investimento necessário a qualquer instituição que busca desenvolver EAD, é a criação de sistemas tutoriais realmente eficazes, apropriados a apoiar e promover o crescimento do aluno em cada uma das etapas do processo de ensino. A figura de destaque, responsável pelo bom andamento das atividades, é o tutor, profissional que assume a missão de articulação de todo o sistema de ensino-aprendizagem, quer na modalidade semipresencial ou à distância. Nesse universo de aprendizagem, o tutor deve acompanhar, motivar, orientar e estimular a aprendizagem autônoma do aluno, utilizando-se de metodologias e meios adequados para facilitar a aprendizagem. Através de diálogos, de confrontos, da discussão entre diferentes pontos de vista, das diversificações culturais e/ou regionais e do respeito entre formas próprias de se ver e de se postar frente aos conhecimentos, o tutor assume função estratégica. E, estrategicamente, esse setor tem como finalidade resolver os ruídos de comunicação e os problemas que surgem ao longo do processo de ensino, procurando resolvê-los e, ao mesmo tempo, realizando a articulação e desenvolvendo ações para aperfeiçoar o sistema de EAD, que deve ser alvo de constantes reflexões. www.esab.edu.br 22 Ao longo deste primeiro eixo temático tendo apresentado a você, de forma breve, a definição da Educação e da Educação a Distância chamando sua atenção para suas características e peculiaridades pela via da pesquisa. Em nossas discussões, vimos que no Learning Management System (LMS), também conhecido como AVA (Ambientes Virtuais de Aprendizagem), encontramos duas formas de comunicação para promover e desenvolver a interação e a interatividade entre professores-alunos, alunos-professores e alunos-alunos. São elas: as formas SÍNCRONA e ASSÍNCRONA. Em nossos estudos, apresentamos os fundamentos da aprendizagem autônoma identificando os componentes do saber, do saber fazer e do saber querer como integrantes da aprendizagem autônoma. Encerramos nosso primeiro eixo de estudos estabelecendo as relações entre a qualidade da educação à distância e o desenvolvimento de sistemas tutoriais adequados e eficazes na EAD. Esperamos que você tenha compreendido todos assuntos abordados até aqui! Não se esqueça de realizar as atividades online realizando e as demais Ferramentas de Aprendizagem (Fóruns, Saiba Mais, Estudos Complementares etc.) distribuídas entre as unidades. Bons estudos! www.esab.edu.br 23 Educação a Distância: Definições e Conceituações II Apresentação Dando sequência a seus estudos acerca da Educação a Distância, pretendemos nessa oportunidade lhe apresentar alguns aspectos históricos que influenciaram na significação e ressignificação do termo tutor nas últimas décadas. Você conhecerá também as semelhanças e diferenças relativas ao papel de professores que atuam na educação presencial e na EAD. Você conhecerá ainda as competências e as habilidades necessárias ao papel do tutor em cursos à distância bem como a abrangência da atuação da tutoria, no que diz respeito à identificação e à resolução de problemas acerca da sua área de atuação. Esperamos que você aproveite todos os recursos produzidos para esta parte de seus estudos conosco! Boa leitura! www.esab.edu.br 24 Ao voltar nossa atenção para literatura voltada para a área de educação, tem-se buscado compreender as propostas de EAD e tentado esclarecer o papel da referida modalidade na educação, sua importância e sua relação com a educação presencial, pontos semelhantes e diferentes. De uma maneira geral, discute-se o papel do tutor na EAD visto que há uma diversidade terminológica e funcional em torno deste personagem. Por vezes, o termo tutor tem sido utilizado de forma indiscriminada, considerando-se mais a origem do termo do que, de fato, as características e o papel desempenhado pelos tutores na EAD. A palavra tutor, oriunda do latim tutoris, significa aquele que defende, que preserva, que sustenta, que socorre, aquele que ampara, protege, dirige ou tutela alguém. Contudo, os estudos sobre o papel do tutor na EAD têm mostrado a necessidade de uma ressignificação do termo, propondo que o trabalho desenvolvido pelos tutores na EAD é, de fato, o trabalho de um professor e educador. É relevante esclarecer as semelhanças e diferenças do papel dos professores nas duas modalidades de educação (presencial e a distância), para evitar problemas na estruturação dos cursos à distância, para se evitar uma possível desvalorização do trabalho do professor na EAD e para que o próprio professor tutor tenha consciência do seu papel e de suas funções. www.esab.edu.br 25 Uma conceituação mais precisa do papel de tutor pode favorecer as instituições que promovem a EAD, na medida em que define as atribuições e os parâmetros do cargo, fornecendo subsídios para diversas práticas de Recursos Humanos, como seleção, treinamento, avaliação de desempenho, definição de salários, entre outras. Com base na definição do cargo, a instituição poderá elaborar suas políticas e práticas para administrá-lo. Resgatando um pouco as origens da EAD, veremos que no final do século XIX, nos EUA e na Europa, instituições particulares ofereciam cursos por correspondência, destinados ao ensino de temas e problemas vinculados a ofícios profissionais. Nesse contexto, a EAD por correspondência tem-se o docente que escreve cartas e o discente que lê cartas, investindo-se numa relação dialógica escrita, na qual a reciprocidade e o tom pessoal são características marcantes. Um dos principais objetivos deste modelo de EAD é vencer o sentimento de isolamento dos discentes por meio dos contatos escritos com os docentes. Outro modelo que tinha como proposta diminuir a distância entre docentes e discentes foi o modelo da conversação, no qual o texto didático era apresentado na forma de uma conversação elaborada por escrito. É uma forma de ensinar a estudar que exige dos participantes a capacidade de imaginar o outro na conversa. Neste modelo predominava uma linguagem clara, contudo coloquial, um estilo pessoal de se reportar ao discente e certo apelo emocional do docente para o discente. A conversa deveria aconselhar os estudantes e motivá-los a emitirem suas opiniões e juízos. www.esab.edu.br 26 Estes dois modelos de EAD enfatizavam a importância do vínculoentre docentes e discentes, principalmente visando a diminuição da distância e o isolamento dos estudantes. E, em ambos os casos, a proposta era a relação dialógica, permeada por relações informais, de cunho mais pessoal e voltada para a motivação do estudante. Um terceiro modelo presente nesse período era o modelo professoral, que guardava a semelhança de buscar minimizar a distância entre docentes e discentes. Todavia, neste modelo, os docentes transferiam para o texto suas habilidades e o texto deveria exercer as funções didáticas docentes, como o direcionamento dos estudantes, o estímulo, a definição de objetivos, a exposição dos conteúdos, o aconselhamento de como estudar, enfim, as funções esperadas dos docentes. Neste caso, o texto didático se revelava autoinstrutivo, usava a linguagem formal e exigia do estudante uma postura mais ativa na interação com o texto. Além dos três modelos descritos acima, havia também o modelo tutorial, que preservava, em parte, a essência da tutoria em sua acepção tradicional, visto que os tutores não eram docentes, mas sim conselheiros e companheiros dos estudantes, cuja função era a de assessorá-los em questões gerais, estabelecendo uma relação pessoal com eles. Em alguns casos, associou-se também ao conceito de tutor, a imagem de alguém que dá assistência no estudo, mas, de toda forma, o estudo era norteados pelos textos didáticos e cabia ao tutor dar conselhos a respeito da apropriação do material e motivar os estudantes tanto a lerem as propostas dos textos didáticos, quanto a aplicarem e desenvolverem as proposições apresentadas. No breve contexto apresentado acima, podemos observar que os modelos de EAD tinham como premissa básica a busca constante de soluções que em síntese tentavam minimizar as distâncias www.esab.edu.br 27 entre docentes e discentes e a tentativa de fazê-lo por meio dos textos didáticos, transferindo para eles as funções dos docentes. Contudo, o uso apenas de textos didáticos parece não garantir o engajamento dos estudantes. E nesse cenário de diferentes e múltiplas funções desempenhadas pelos tutores pairava um ar de dúvida do que de fato competiria ao tutor. Seria o trabalho do tutor da mesma natureza do trabalho docente? Quando buscamos na literatura da área uma possível resposta acerca das diferenças entre a EAD com relação à educação presencial durante o processo histórico da modalidade em questão, veremos que além de difundirem conhecimentos, os diferentes modelos apresentados, buscavam minimizar a distância entre docentes e discentes, deixando claro que não há com excluir o docente do processo ensino-aprendizagem. Seja embutido nos textos didáticos, seja em outras formas de interação, o docente permanece presente. A EAD e suas propostas metodológicas não excluem o docente e suas funções na educação. Assim, ao nos aproximarmos dos processos históricos da evolução da EAD no Brasil podemos inferir que o trabalho do tutor, apesar de apresentar suas peculiaridades, guarda em si a essência do papel do professor, o papel do orientador do desenvolvimento, de parceiro na construção do conhecimento, um papel coadjuvante na formação do estudante. Talvez pela estreita relação de saberes e fazeres no exercício do ensino tanto na modalidade presencial quanto na modalidade à distância, muitos autores optam por se referir ao tutor como professor-tutor. www.esab.edu.br 28 É importante ressaltar que cada curso a distância é projetado de forma particular, o que não permite afirmar que o papel do tutor será sempre semelhante ao papel do professor, mas também não permite generalizar o oposto, de que os tutores não exercem o papel dos docentes. Estudos na área apontam que entre as questões mais debatidas na EAD, encontra-se o papel do tutor. Sendo assim, comum encontrarmos por parte de alguns estudos dúvidas a respeito do que significa ser tutor, de quais são os alcances de suas tarefas, de qual é a especificidade de seu papel, de como formar um bom tutor. E assim sendo, fica-nos claro que o uso do termo tutor, não facilita o esclarecimento destas dúvidas, na verdade, vários autores se remetem à origem do termo e verificam que na EAD os professores que atuam como tutores exercem funções que vão além da tutoria em sua acepção tradicional. E nesse complexo cenário de conceituações e definições acerca do termo tutor alguns estudos sugerem a necessidade de se realizar uma ressignificação do termo tutor, que, como já foi apresentado, evocando assim a ideia daquele que ampara, protege, defende, dirige ou tutela alguém. Defendendo-se assim a ideia de que ser tutor significa ser professor e educador, visto que o processo de tutoria exige uma orientação educativa relacionada aos conteúdos, considerando as necessidades dos estudantes, além da habilidade de estimular e envolver os alunos nas atividades. Todavia, devemos ter cuidado para não cairmos na equivocada ideia de acreditar que a prática dos professores-tutores é idêntica à prática dos professores na sala de aula. Após nossa compreensão sobre as diferentes conceituações atribuídas ao tutor nos diferentes momentos históricos, devemos refletir www.esab.edu.br 29 bastante a ideia que se tem dos que acreditam que o trabalho do professor na EAD, como a simples ação de tutelar alguém, quanto aqueles que reproduzem as práticas da educação convencional nos ambientes da EAD, esquecendo-se das peculiaridades desses ambientes. Assim, após voltarmos nossa atenção para a história da EAD podemos afirmar que o professor tuto tem um papel fundamental nos cursos à distância, visto que ele é o responsável por garantir a inter-relação personalizada e contínua dos estudantes com o sistema. Essa ação viabiliza a articulação necessária entre os elementos do processo educativo e a consecução dos objetivos propostos. Após aprendermos um pouco mais sobre o que é ser tutor, resolva os dois exercícios a seguir. 1) Primeiro analise as afirmativas que constam abaixo. Depois, preencha lacunas, apontando, à frente de cada enunciado, se a afirmativa é verdadeira ou falsa. ( ) A palavra tutor, de origem latina, originalmente, significa aquele que defende, que preserva, que sustenta, que socorre; aquele que ampara, protege, dirige ou tutela alguém. ( ) Entre as possíveis definições do termo tutor, podemos encontrar estudos que defendem que, na EAD, o termo tutor significa ser professor e educador, porque o processo de tutoria exige orientação educativa relacionada aos conteúdos, ATIVIDADE www.esab.edu.br 30 atendimento às necessidades dos estudantes e habilidades capazes de estimular e de envolver os alunos nas atividades. ( ) Segundo nossa reflexão feita acerca da prática dos professores da EAD podemos considerar idêntica à prática dos professores da educação presencial. ( ) Na história da EAD podemos e possível encontrarmos estudos que criticam tanto aqueles que julgam o trabalho do professor na EAD, como a simples ação de tutelar alguém, quanto aqueles que reproduzem as práticas da educação convencional nos ambientes da EAD, esquecendo-se das peculiaridades desses ambientes. ( ) Na EAD, o interesse e engajamento dos estudantes depende, exclusivamente, do uso de bons e adequados de textos didáticos. 2) Usando suas próprias palavras, responda: O que é ser tutor? ________________________________________ www.esab.edu.br 31 Competências de Apoio: Definição O apoio de professores aos alunos na EAD, em muito, se difere do apoio necessário ao ensino presencial convencional. Se a tarefa de apoiar alunos fisicamente presentes é um dos grandes desafios de professores que atuam em salas de aula convencionais, na EAD não poderia ser diferente. Ocorre que, na modalidade da Educação a Distância, essa tarefa ganha um novo contorno: o da interatividade online. Trata-se de uma interatividade capaz de: 1) Conectar o processo de ensino-aprendizado aos reais interesses e necessidades dosatendentes; 2). Estabelecer vínculos com os alunos, por intermédio de diálogos que imprimam confiança, leveza, espontaneidade e descontração ao processo de ensino-aprendizagem; e 3) Sobretudo, criar mecanismos capazes de diminuir o sentimento de solidão, de isolamento, que geralmente afeta a motivação dos alunos da EAD. Este grupo de competência essencial é apresentado primeiro, por que: É um elemento sempre presente em toda a experiência dos alunos no EAD; Difere, na sua natureza e intensidade, do nível de apoio que normalmente é necessário receber dos professores em contextos do ensino presencial convencional. www.esab.edu.br 32 Um aluno descreveu da seguinte forma a importância do apoio do tutor: Quero partilhar convosco a minha profunda apreciação do trabalho do meu tutor. O seu apoio contínuo no processo da minha aprendizagem e o seu feedback regular sobre o meu trabalho ajudaram-me muito a concluir o curso. Apreciei em particular o esforço que ele desenvolveu para tornar o processo da aprendizagem relaxante, e até mesmo divertido. Penso que a forma apoiante, pessoal, e por vezes humoradas como ele comunica com os estudantes deveria ser usada como fórmula para todos os cursos à distância que inicialmente possam parecer frios e despersonalizados (JOÃO, ALUNO). Na EAD, apoio ao aluno é usado de maneiras diferentes, o que se pode tornar confuso. Muitas vezes é usado como um termo muito genérico que se refere a todas as atividades levadas a cabo por uma instituição para recrutar, inscrever, orientar, leccionar, aconselhar e comunicar com os alunos. Assim, podemos definir o apoio aos alunos como: todos os elementos capazes de responder a um aluno ou grupo de alunos conhecidos, antes, durante e depois do processo de aprendizagem. Contudo, quando falamos do papel do tutor no apoio aos alunos, referimo-nos a um conjunto de responsabilidades e competências muito mais específico. Estas requerem um contacto personalizado com os alunos individualmente, para os ajudar a manter o seu empenho no processo de aprendizagem e a resolverem questões nas suas vidas que possam impedir a aprendizagem. www.esab.edu.br 33 A definição apresentada, a um aluno ou grupo de alunos conhecidos, é relevante para a tutoria no EAD, porque os tutores conhecem os seus alunos, contrastando com os elaboradores dos materiais dos cursos, que poderão conhecer as características gerais dos alunos, mas que poderão nunca se encontrar com eles. Assim, os tutores são quem está em melhor posição para adaptar estratégias de apoio para responder às necessidades específicas dos seus alunos. Através de um contato regular e feedback, os tutores mantêm uma constante presença de fundo demonstrando que estão atentos aos seus alunos, mesmo que o aluno não os tenha contactado, ou mesmo em situações em que o aluno está empenhado nos seus estudos ou preocupado por estar a perder a continuidade. Para nós, as competências de apoio incluem: Comunicação; Motivação; Resolução de problemas. Tendo como pressuposto nossa discussão acerca da Tutoria Online, escreva um texto de 30 a 50 linhas, que defina e explique quais são as competências essenciais à tutoria online? TAREFA DISSERTATIVA www.esab.edu.br 34 Competência de Apoio: Comunicação Uma boa comunicação é importante no apoio aos alunos no EAD. Inclui: Escutar; Responder; Manter contato; Uso eficiente dos meios de comunicação. Isto tem de ser acompanhado da capacidade de identificar potenciais barreiras à comunicação, e de ver as questões sob a perspectiva dos alunos. A interação, especificamente a interação interpessoal, é central em todas as principais teorias sobre o apoio ao aluno, porque é a única maneira de responder às necessidades dos alunos nos termos em que esses alunos desejam exprimir-se. As competências de escuta são importantes, quer se esteja a ouvir a voz de um aluno ou a mensagem de um aluno numa comunicação por escrito. O tutor deve interpretar ambas as mensagens explícitas e implícitas. Por exemplo, um aluno que diz, ‘Não sei se estarei a usar esta fórmula corretamente’, poderá estar explicitamente a pedir uma explicação para a fórmula, e implicitamente a pedir que lhe confirmem que está dentro das suas capacidades. Você pode confirmar que compreendeu a mensagem do aluno corretamente, interpretando-a, clarificando-a, e exprimindo-a novamente. www.esab.edu.br 35 Depois poderá responder a dois níveis: À questão explícita - veja uma breve explicação de como esta fórmula é aplicada; À mensagem implícita - Como já aplicou com êxito os dois primeiros elementos, estou certo de que agora já conseguirá fazer o resto. É necessário lidar com as questões dos alunos de uma forma atenta e construtiva. O contato deve ser regular e de apoio, de forma a que os alunos se sintam capazes de colocar questões que de outra forma poderiam pensar não ser suficientemente importantes para serem colocadas ao tutor. Essencialmente, qualquer contato com os tutores parecia criar confiança e motivação, e funcionava regularmente como que uma espécie de verificação de rotina, em que eles podiam ficar tranquilos em como estavam a seguir na direção certa. A convicção intuitiva dos educadores do ensino à distância quanto à importância de os tutores manterem contacto com os alunos foi confirmada por uma pesquisa recente. Um estudo com alunos vulneráveis na Open University na Inglaterra revelou que os alunos que tinham sido contatados pelos seus tutores antes da data do seu primeiro trabalho tinham maiores probabilidades de receberem um A ou um B pelo trabalho. Os alunos vulneráveis incluíam: Os que tinham entrado em estudos universitários pela primeira vez; Os que tinham baixas habilitações anteriores; Os que tinham desistido ou sido reprovados num curso; Os que tinham necessidades especiais; Os que se tinham matriculado tardiamente; Aqueles cujos tutores os tinham identificado como tendo problemas de estudo; Os que tinham recebido ajuda financeira, indicando dificuldades econômicas. www.esab.edu.br 36 Os alunos neste estudo mostraram também que era importante que fosse o tutor a contatá-los, não alguém que não lhes fosse familiar ou ao curso. Seguem-se os comentários de dois alunos: O contato com o meu tutor foi-me muito útil, dando-me incentivo e uma pessoa de verdade com quem falar. Encontrando-me geograficamente muito distante do meu tutor, gostei que ele me tivesse contatado e perguntado sobre os meus progressos. Fiquei agradavelmente surpreendida, e senti- me confiante que quaisquer outras questões seriam tratadas com simpatia. As tecnologias da comunicação são instrumentos de facilitação essencial para um tutor no EAD. A sua utilização eficaz requer que os tutores do EAD compreendam os efeitos da distância e da tecnologia de forma a poderem escolher o método certo de fazer chegar à mensagem, e criarem as mensagens de forma a utilizarem a tecnologia da melhor forma. Por exemplo, é muito melhor transmitir informações detalhadas sob a forma impressa do que através do telefone, para que o aluno possa consultar a mensagem impressa mais tarde e não precise tentar tomar notas extensas durante uma conversa telefônica. Os meios mais utilizados para comunicar com os alunos para lhes dar apoio são os meios impressos, por telefone, e-mail, e por conferência por computador. Contudo, se os alunos estiverem a utilizar uma tecnologia informática pela primeira vez, será melhor fornecer as instruções iniciais sob a forma impressa, para que não fiquem sem quaisquer meios de comunicação. Reconhecer as possíveis barreiras à comunicação poderá ser difícil, porque as pistas de que existe uma barreira poderão ser muito subtis ou difíceis de interpretar, ou um aluno que enfrenta uma barreira às comunicações poderá simplesmente não entrar em contato. www.esab.edu.br 37 As barreiras à comunicação podem ser causadas por: Diferenças culturaisentre aluno e tutor; Conhecimento incompleto da língua de ensino; Diferenças de linguagem sutis, como dialeto ou coloquial; Ideia de os tutores serem inabordáveis; Deficiência que impeça os alunos de falar ou escrever fluentemente. Se a sua instituição de ensino tiver especialistas que possam ajudar alunos com deficiências, poderá ser útil consultá-los para o diagnóstico e planejamento de um método adequado. Competência de Apoio: Motivação Os professores de alunos adultos por vezes perguntam: Por que preciso motivar alunos que escolheram estudar? Promover a motivação é uma competência importante na tutoria, porque os alunos do EAD enfrentam muitos desafios, e poderão precisar de um incentivo extra para enfrentar esses desafios. A motivação, juntamente com as competências de comunicação e de resolução de problemas, pode incentivar os alunos a desenvolverem estratégias para enfrentar dificuldades que afetam a sua aprendizagem. Além de motivar o aluno a resolver problemas específicos, um bom tutor inclui mensagens de incentivo na sua comunicação com os alunos. No quadro abaixo, seguindo o exemplo destacado em azul, insira dois conceitos de motivação – pesquisados na web. www.esab.edu.br 38 Conceito de motivação Autor Endereço eletrônico 1 Motivação é o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira http://pt.wikipedia.org/ wiki/Dicion%C3%A1rio_ Aur%C3%A9lio 2 3 Considerando a motivação como o “processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta”, liste, abaixo, pelo menos quatro atitudes que devem ser adotadas por tutores, com vista à motivação dos alunos. ATIVIDADE Assista a entrevista com o filósofo Pierre Lévy, sobre o cenário atual e as perspectivas para a educação à distância. Disponível em http://br.youtube.com/watch?v=08rVXi55yjE ESTUDO COMPLEMENTAR http://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1rio_Aur%C3%A9lio http://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1rio_Aur%C3%A9lio http://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1rio_Aur%C3%A9lio http://br.youtube.com/watch?v=08rVXi55yjE www.esab.edu.br 39 Resolução de Problemas As competências de identificação e resolução de problemas são essenciais. Incluem a capacidade de: Clarificar problemas; Identificar qual o tipo de ajuda que é necessária; Determinar se o tutor pode e deve ajudar a qualquer momento do dia ou da noite. Os problemas que os tutores normalmente encontram incluem: Problemas acadêmicos; Dificuldades de compreender o conteúdo do curso; Realizar as tarefas do curso; Dominar as competências necessárias para apropriação do conteúdo. Exigências conflitantes de trabalho ou família, que poderão fazer com que os estudantes, por vezes, não possam dedicar tempo ao estudo. Problemas de gestão do tempo; em contraste com a situação anterior, os alunos têm dificuldades em: Organizar o seu tempo; Planejar um tempo de estudo; Prever e trabalhar segundo prazos; Problemas pessoais, como seja um familiar doente ou a perda do emprego, que afetem a capacidade do aluno em se concentrar nos estudos. www.esab.edu.br 40 Iremos abordar os problemas acadêmicos, em maior detalhe, nas secções sobre a orientação e capacitação da aprendizagem. É provável que o tutor seja a primeira pessoa que o aluno contata sobre um problema, ou a primeira pessoa a reconhecer que um problema existe. Você não precisa resolver todos os problemas, mas deve ajudar os alunos a obterem a ajuda de que necessitam. O seu papel irá depender dos recursos disponíveis no seu contexto: poderá ter de encaminhar alunos para um conselheiro acadêmico ou de gestão de tempo, ou para um serviço de aconselhamento. Os tutores precisam também de se comunicar com outro pessoal sobre trabalhos atrasados, pedidos de suspensão temporária dos estudos, etc. Alguns problemas poderão estar fora da sua área de conhecimentos, ou das suas competências como tutor, e um dos aspectos na resolução de problemas é você decidir o que não deve fazer. Poderá ser tentador dar atenção a um aluno que esteja nitidamente angustiado, mas, se o aluno estiver a enfrentar problemas pessoais, você poderá rapidamente ultrapassar as suas competências. O aconselhamento é uma função especializada, e os alunos devem ser encaminhados para os recursos apropriados, se possível. A máxima de um tutor experiente é quando o nosso sexto sentido nos diz que não devemos procurar resolver uma situação, provavelmente não o devemos fazer. Outros tutores descreveram a resolução de problemas como uma operação de salvamento: ajudando os alunos à beira de desistirem dos seus estudos a encontrarem maneiras de gerirem o seu trabalho, planejarem as suas atividades de aprendizagem ou lidarem com crises na aprendizagem. www.esab.edu.br 41 Competência de Orientação da Aprendizagem Orientação é o termo que utilizamos quando nos referirmos às atividades que ajudem os alunos a compreender e a aplicar conteúdo. Segue-se um exemplo de como o trabalho de um tutor na orientação da aprendizagem influenciou um estudante: As suas explicações e comentários foram muito claros para mim. A ideia de trabalhar em seções menores e usar uma linguagem simples é útil não só para ser mais claro, como também para exprimir uma mensagem num idioma em que não se é proficiente. A situação obriga-nos a encontrar a maneira mais curta de comunicar eficazmente. Competências Envolvidas na Orientação da Aprendizagem Usar conhecimentos do conteúdo para dar uma orientação; Dar feedback aos alunos no seu trabalho; Familiarizar os alunos com as convenções da disciplina; Estabelecer elos; Resolver problemas acadêmicos. Usar o Conhecimento do Conteúdo para Dar Orientação Isto envolve ajudar os alunos a encontrar o seu sentido de orientação no conteúdo: Fornecendo pistas que eles possam usar para organizarem as suas ideias; Sugerindo fontes de informação adicionais ou alternativas; Apresentando maneiras diferentes de ver as questões. Dar Feedback ao Trabalho dos Alunos Este será provavelmente o aspecto mais visível e que exige mais tempo na função do tutor. www.esab.edu.br 42 O tutor precisa ser proficiente em: Estabelecer e comunicar expectativas claras para o trabalho dos alunos: Identificar pontos, fortes e fracos, na maneira como os alunos elaboram o trabalho; Identificar áreas do conteúdo que eles tenham compreendido e áreas que sejam menos claras para eles; Sugerir estratégias para consolidarem o que sabem e para melhorarem as suas proficiências. Para dar um bom feedback aos alunos é necessária uma boa proficiência na orientação e capacitação. Familiarizar os Alunos com as Convenções da Disciplina Cada disciplina tem as suas próprias convenções. Por exemplo, os trabalhos escritos são apresentados de uma maneira diferente em inglês e em psicologia. Como tutor, você poderá estar tão familiarizado com estas convenções, que elas são de importância secundária para si, mas os alunos poderão não as conhecer. O seu papel como tutor poderá envolver, familiarizar os alunos com: A maneira como as ideias são desenvolvidas e apresentadas na disciplina; As estratégias de pesquisa, aceitáveis e não aceitáveis; Requisitos específicos de redação na sua área. Estabelecer Elos de Ligação Muitos alunos querem estabelecer ligações, compreender a relação entre segmentos de aprendizagem. Os alunos adultos se interessam, sobretudo, pelas implicações e aplicações daquilo que aprenderam. Os tutores podem ajudar os alunos a estabelecerem a ligação entre o conteúdo do curso e os seus objetivos de aprendizagem específicos, e a compreenderem potenciais aplicações do conteúdo à sua área de interesses. www.esab.edu.br 43 Para o efeito, os tutores precisam de: Conhecer os objetivos dos alunos e qual a sua aprendizagemanterior; Iniciar um diálogo com os alunos sobre as suas ideias e perspectivas. Resolução de Problemas Acadêmicos O tutor precisa saber identificar problemas acadêmicos que tragam dificuldades aos alunos, tais como: Bases insuficientes na área do conteúdo; Falta de acesso a recursos apropriados; Falta de conhecimento sobre como utilizar os recursos; Falta de conhecimentos numa área específica; Problemas com os materiais do curso. Para resolver problemas acadêmicos individuais, o tutor pode ajudar os alunos a: Reconhecerem lacunas na sua aprendizagem; Desenvolverem os conhecimentos base ou proficiências de que necessitam; Desenvolverem proficiências na localização dos recursos apropriados ou a aprenderem a usá-los. Para problemas relacionados com os materiais do curso, o tutor pode: Desenvolver recursos retificativos que permitam aos alunos trabalhar com essa seção ou tópico; Recomendar alterações aos materiais do curso. www.esab.edu.br 44 Tendo por base a apresentação da discussão feita na presente unidade, responda às questões abaixo. Que tipos de problemas exigem resolução por parte da tutoria? Por que alguns tutores costumam descrever a resolução de problemas como operação de salvamento? ATIVIDADES Quais são as atribuições do tutor presencial? FÓRUM I www.esab.edu.br 45 Capacitação da Aprendizagem A capacitação da aprendizagem envolve ajudar os alunos a desenvolverem competências de aprendizagem (gerais ou específicas da disciplina) e a aplicarem essas competências adequadamente como indivíduos ou em grupos. Um aluno descreve assim a sua experiência: Eu apenas queria dizer que, tendo pouca experiência anterior no ensino à distância, dois meses depois de termos tido a nossa primeira aula estou a sentir-me muito mais à vontade com a estrutura da classe. Estou a adquirir alicerce sólido nesta disciplina, e penso que irei continuar a consolidar os meus conhecimentos, tijolo por tijolo. Sei que queria total autonomia na minha aprendizagem, mas agora sei que, antes de poder prosseguir com total autonomia, preciso de estrutura (Joao C. Alves - Aluno) A capacitação da aprendizagem envolve: Ajudar os alunos a desenvolverem as suas competências na organização de conceitos, a desenvolverem mapas mentais que lhes permitam estruturar a sua aprendizagem de uma maneira que faça sentido para eles; Ajudar os alunos a articularem as suas ideias por escrito ou verbalmente, e a debaterem-nas produtivamente; www.esab.edu.br 46 Fomentar a capacidade dos alunos de atingirem objetivos de aprendizagem através de interações como sejam projetos realizados em cooperação, ou o feedback de colegas; Definir tópicos apropriados e estimulantes para debate entre os alunos, ajudando-os a centrarem-se no tópico, e fornecendo uma estrutura que desenvolva as suas competências na gestão de debates; Moldar estratégias de aprendizagem eficazes para os alunos, mostrando métodos alternativos para um tópico, tornando o processo de aprendizagem transparente, e fornecendo exemplos de caminhos diferentes para a aprendizagem; Resolução de problemas, ajudando os alunos a identificarem e lidarem com métodos de aprendizagem ineficientes, ou com déficits de competência que dificultem a sua aprendizagem, como sejam competências linguísticas ou matemáticas. Competências Administrativas Depois de um aluno ter se matriculado, o tutor poderá ser o seu principal contato com a instituição de ensino. Os tutores necessitam de competências administrativas para gerirem o relacionamento entre os alunos e a instituição de ensino, e são responsáveis perante ambos. Como diz um tutor, mesmo quando os tutores não podem resolver todos os problemas administrativos, eles podem incentivar os alunos a procurarem resolvê-los. Quando os alunos estão descontentes, por qualquer razão, com o serviço prestado pelo Centro, eles acham que o tutor deve intervir para resolver o problema. Em muitos casos, o problema ultrapassa o controle da administração no centro local. www.esab.edu.br 47 O meu papel é então pacificar os estudantes e incentivá-los a concentrarem-se em questões que lhes estão mais próximas, cumprindo a parte deles do contrato de concluírem o curso com êxito (Claudia Drakes, UWI). Em nome dos estudantes, os tutores usam as suas competências administrativas para: Comunicação – os tutores poderão ser responsáveis por assegurar que os alunos sejam informados sobre os prazos e procedimentos relativos a avaliações, desistência de cursos, requerimentos etc.; Resolução de problemas – os tutores utilizam a sua familiaridade com os processos acadêmicos e administrativos para ajudarem os alunos a entrarem em contato com a unidade ou a pessoa responsável que pode ajudar a resolver problemas específicos. Os tutores podem também ter um papel a desempenhar em situações envolvendo alunos individualmente, como sejam questões relacionadas com a integridade acadêmica, plágio, etc.; Planejamento – os tutores muitas vezes estão em posição de ajudar os alunos a identificarem as suas necessidades de aprendizagem para além do curso específico, e a planejarem a forma mais apropriada de ir ao encontro das suas necessidades. Os tutores utilizam também as suas competências administrativas em nome da instituição de ensino, para: Gerir e transmitir informações dos alunos, manutenção de registros, comunicação de notas, e assegurar que as informações sobre os alunos são transmitidas à pessoa certa na altura certa; www.esab.edu.br 48 Manter standards de práticas, assegurando a familiarização dos alunos com as práticas acadêmicas, e identificando qualquer possível violação dos standards acadêmicos, de uma forma que seja justa para todos a quem diz respeito. Assista ao vídeo sobre ensino a distância. Disponível em http://br.youtube.com/watch?v=UNz91Cq6xUw&NR=1 DICA http://br.youtube.com/watch?v=UNz91Cq6xUw&NR=1 www.esab.edu.br 49 Chegamos ao final do presente eixo temático tendo estudado alguns aspectos históricos que influenciaram na significação e ressignificação do termo tutor; identificando as semelhanças e diferenças relativas ao papel de professores que atuam na educação presencial e na EAD. Vimos ainda às competências essenciais à eficácia da tutoria online e suas categorias buscando compreender a estreita relação entre qualidade da interação da tutoria online ao desenvolvimento da competência de comunicação. Você aprendeu também a abrangência da atuação da tutoria, no que diz respeito à identificação e à resolução de problemas afetos à sua área de atuação bem como as atribuições da tutoria online no que se refere às competências de capacitação da aprendizagem. www.esab.edu.br 50 Tutoria Online: Saberes e Fazeres na EAD Apresentação Prezado (a) estudante, a partir desse momento de seus estudos conosco você conhecerá as diretrizes e orientações contidas nos Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância, elaborado pela Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC). Na sequência apresentaremos a você as semelhanças e as diferenças da didática aplicada à educação presencial e à educação a distância para evidenciar as práticas pedagógicas da tutoria online. Nesse contexto, problematizaremos a abordagem da SEED- MEC sobre os campos de atuação da tutoria online e conhecer algumas ferramentas pedagógicas e seus usos nos cursos à distância aproximando nossa discussão a abordagem teórica e metodológica da aprendizagem na perspectiva autônoma. Nossa proposta ao encerramos nossos estudosé que você apresente sua avaliação acerca do nosso dialogo durante seu processo de estudo por esse material. Boa leitura! www.esab.edu.br 51 Nesta unidade trabalharemos com o fragmento do texto: Referenciais de qualidade para Educação Superior à Distância. No entanto, como qualquer fragmento de texto só pode ser entendido no contexto geral do texto produzido, o ponto de partida desta unidade será a leitura integral do documento que se encontra no final da unidade. O referido documento foi elaborado por um conjunto de especialistas da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação, com vista a definir princípios, diretrizes e critérios a serem tomados como Referenciais de Qualidade para as instituições que ofereçam cursos na modalidade à distância. Embora o módulo “Tutoria online” não se limite à educação à distância no ensino superior, o texto foi escolhido porque suscita reflexões pertinentes e relacionadas não apenas ao ensino superior, mas também às demais etapas de ensino comumente oferecidas na modalidade à distância. Consideramos importante apresentar-lhes os Referenciais porque: 1) sintonizam a educação a distância ao ordenamento legal vigente, em complemento às determinações específicas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996), do Decreto 5.622, de 20 de dezembro de 2005, do Decreto 5.773, de junho de 2006 e das Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007; e 2) apresentam definições e conceitos norteadores da educação superior a distância no País, que subsidiarão, também, a perspectiva do Módulo Tutoria Online. www.esab.edu.br 52 Há várias maneiras de organizar cursos à distância. Existem cursos concebidos por um único profissional, que, a partir de uma ideia inicial, planeja todas as etapas do processo. Esse profissional tanto concebe/planeja a proposta pedagógica do curso quanto administra sua veiculação numa plataforma virtual, encarregando-se, inclusive, da tutoria. Enfim, um único profissional determina e executa todo o processo. Esses cursos, geralmente conhecidos como livres ou independentes, são cursos de curta ou média duração. Muitas vezes são produzidos no âmbito de pequenas empresas, prescindido de equipes multiprofissionais. Existem cursos concebidos por equipes multiprofissionais, geralmente, ligados a instituições públicas, organismos internacionais e empresas privadas de médio ou grande porte. Esses cursos, principalmente voltados à educação superior e técnica, envolvem uma nítida divisão de trabalho de equipes multiprofissionais, e contam, por exemplo, com diretor da unidade; coordenador do centro de EAD; coordenador do curso; coordenador pedagógico; professores especialistas; designer instrucional; editor eletrônico; revisor de texto; técnicos responsáveis pela plataforma virtual; tutores a distância, tutores presenciais, tutores de laboratório; coordenadores de polos. Portanto, esses cursos trazem visível movimento sistêmico de diversos profissionais especialistas na preparação das distintas fases do processo de sua concepção, planejamento e veiculação. No contexto da política permanente de expansão da educação superior no País, implementada pelo MEC, a EAD coloca-se como uma modalidade importante no seu desenvolvimento. Nesse sentido, é fundamental a definição de princípios, diretrizes e critérios que sejam Referenciais de Qualidade para as instituições que ofereçam cursos nessa modalidade. www.esab.edu.br 53 Por esta razão, a SEED/ MEC apresenta, para propiciar debates e reflexões, um documento com a definição desses Referenciais de Qualidade para a modalidade de educação superior à distância no País. Esses Referenciais de Qualidade circunscrevem-se no ordenamento legal vigente em complemento às determinações específicas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, do Decreto 5.622, de 20 de dezembro de 2005, do Decreto 5.773 de junho de 2006 e das Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007. Embora seja um documento que não tem força de lei, ele será um referencial norteado para subsidiar atos legais do poder público no que se referem aos processos específicos de regulação, supervisão e avaliação da modalidade citada. Por outro lado, as orientações contidas neste documento devem ter função indutora, não só em termos da própria concepção teórico-metodológica da educação à distância, mas também da organização de sistemas de EAD. Elaborado a partir de discussão com especialistas do setor, com as universidades e com a sociedade, ele tem como preocupação central apresentar um conjunto de definições e conceitos de modo a, de um lado, garantir qualidade nos processos de educação à distância e, de outro, coibir tanto a precarização da educação superior, verificada em alguns modelos de oferta de EAD, quanto a sua oferta indiscriminada e sem garantias das condições básicas para o desenvolvimento de cursos com qualidade. Muito embora o texto apresente orientações especificamente à educação superior, ele será importante instrumento para a cooperação e integração entre os sistemas de ensino, nos termos dos arts. 8º, 9º, 10 e 11 da Lei nº. 9.394, de 1996, www.esab.edu.br 54 nos quais se preceitua a padronização de normas e procedimentos nacionais para os ritos regulatórios, além de servir de base de reflexão para a elaboração de referenciais específicos para os demais níveis educacionais que podem ser ofertados a distância. Esta proposta de Referenciais de Qualidade para a modalidade de educação superior à distância, que ora apresentamos para discussão e aperfeiçoamento, tendo em vista sua posterior publicação, ainda neste ano de 2007, atualiza o primeiro texto oficial do MEC, de 2003. As mudanças aqui implementadas são justificadas em razão das alterações provocadas pelo amadurecimento dos processos, principalmente no que diz respeito às diferentes possibilidades pedagógicas, notadamente quanto à utilização de tecnologias de informação e comunicação, em função das discussões teórico-metodológicas que têm permeado os debates acadêmicos. Os debates a respeito da EAD, que acontecem no País, sobretudo, na última década, têm oportunizado reflexões importantes a respeito da necessidade de ressignificações de alguns paradigmas que norteiam nossas compreensões relativas à educação, escola, currículo, estudante, professor, avaliação, gestão escolar, dentre outros. Outro fator importante para o delineamento desses referenciais é o debate a respeito da conformação e consolidação de diferentes modelos de oferta de cursos à distância em curso em nosso País. Neste ponto, é importante destacar a inclusão de referências específicas aos polos de apoio presencial, que foram contemplados com as regras dos Decretos supracitados e pela Portaria Normativa nº. 2, de janeiro de 2007. Destarte, o polo passa a integrar, com especial ênfase, o conjunto de instalações que receberá avaliação externa, quando do credenciamento institucional para a modalidade de educação à distância. www.esab.edu.br 55 Finalmente, cumpre observar que essa proposta de atualização dos Referenciais de Qualidade para a educação superior à distância surge também nortEADa pelos resultados dos procedimentos avaliativos realizados pelo MEC em múltiplos programas de educação à distância em andamento no País, sempre na busca de uma configuração que atenda aos requisitos de qualidade que todos almejamos. O documento preliminar foi submetido à consulta pública. Agradecemos as Instituições e aos colaboradores que atenderam a este chamado e encaminharam sugestões e críticas ao documento e que, de fato, muito contribuíram ao seu aprimoramento (MEC, 2007) Assim, após apresentarmos uma parte desse importante instrumento, passemos para a leitura de outro fragmento do texto Referenciais de Qualidade para educação superior a distância para podermos aproximarmos a concepção de educação a concepção de EAD, tomando como basenovamente os Referenciais de Qualidade para Educação Superior à Distância. Acesse o texto na integra no site: http://portal.mec.gov.br/par/193- secretarias-112877938/seed-educacao-a-distancia-96734370/12777- referenciais-de-qualidade-para-ead, pois sua leitura é imprescindível para uma melhor compreensão da modalidade. FRAGMENTO DO TEXTO REFERENCIAIS DE QUALIDADE PARA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA. Introdução No Brasil, a modalidade de educação a distância obteve respaldo legal para sua realização com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 –, que estabelece, em seu artigo 80, a possibilidade de uso orgânico da modalidade de educação à distância em todos os níveis e http://portal.mec.gov.br/par/193-secretarias-112877938/seed-educacao-a-distancia-96734370/12777-referenciais-de-qualidade-para-ead http://portal.mec.gov.br/par/193-secretarias-112877938/seed-educacao-a-distancia-96734370/12777-referenciais-de-qualidade-para-ead http://portal.mec.gov.br/par/193-secretarias-112877938/seed-educacao-a-distancia-96734370/12777-referenciais-de-qualidade-para-ead www.esab.edu.br 56 modalidades de ensino. Esse artigo foi regulamentado posteriormente pelos Decretos 2.494 e 2.561, de 1998, mas ambos revogados pelo Decreto 5.622, em vigência desde sua publicação em 20 de dezembro de 2005. No Decreto 5.622, ficou estabelecida a política de garantia de qualidade no tocante aos variados aspectos ligados à modalidade de educação à distância, notadamente ao credenciamento institucional, supervisão, acompanhamento e avaliação, harmonizados com padrões de qualidade enunciados pelo Ministério da Educação. Entre os tópicos relevantes do Decreto, tem destaque: 1. A caracterização de EAD visando instruir os sistemas de ensino; 2. O estabelecimento de preponderância da avaliação presencial dos estudantes em relação às avaliações feitas à distância; 3. Maior explicitação de critérios para o credenciamento no documento do plano de desenvolvimento institucional (PDI), principalmente em relação aos polos descentralizados de atendimento ao estudante; 4. Mecanismos para coibir abusos, como a oferta desmesurada do número de vagas na educação superior, desvinculada da previsão de condições adequadas; 5. Permissão de estabelecimento de regime de colaboração e cooperação entre os Conselhos Estaduais e Conselho Nacional de Educação e diferentes esferas administrativas para: troca de informações; supervisão compartilhada; unificação de normas; padronização de procedimentos e articulação de agentes; 6. Previsão do atendimento de pessoa com deficiência; www.esab.edu.br 57 7. Institucionalização de documento oficial com Referenciais de Qualidade para a educação a distância. Sobre o último tópico destacado cabe observar que muito embora no ano de 2002, não houvesse determinação legal explícita, naquela ocasião o MEC instituiu a primeira comissão de especialistas, por meio da Portaria Ministerial nº 335/2002, com o objetivo de discutir amplamente a questão dos referenciais de qualidade para educação superior à distância. O relatório da comissão serviu de texto-base para a elaboração dos Referenciais de Qualidade para EAD, pelo MEC, em 2003, sendo, portanto, o ponto de partida para a atualização ora proposta, que está focada na oferta de cursos de graduação e especialização. Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância Não há um modelo único de educação à distância. Os programas podem apresentar diferentes desenhos e múltiplas combinações de linguagens e recursos educacionais e tecnológicos. A natureza do curso e as reais condições do cotidiano e necessidades dos estudantes são os elementos que irão definir a melhor tecnologia e metodologia a serem utilizados, bem como a definição dos momentos presenciais necessários e obrigatórios, previstos em lei, estágios supervisionados e práticas em laboratórios de ensino, trabalhos de conclusão de curso, quando for o caso, tutorias presenciais nos polos descentralizados de apoio presencial e outras estratégias. Apesar da possibilidade de diferentes modos de organização, um ponto deve ser comum para todos aqueles que desenvolvem projetos nessa modalidade: é a compreensão de EDUCAÇÃO como fundamento primeiro, antes de se pensar no modo de organização: A DISTÂNCIA. www.esab.edu.br 58 Assim, embora a modalidade a distância possua características, linguagem e formato próprios, exigindo administração, desenho, lógica, acompanhamento, avaliação, recursos técnicos, tecnológicos, de infraestrutura e pedagógicos condizentes, essas características só ganham relevância no contexto de uma discussão política e pedagógica da ação educativa. Disto decorre que um projeto de curso superior a distância precisa de forte compromisso institucional em termos de garantir o processo de formação que contemple a dimensão técnico-científica para o mundo do trabalho e a dimensão política para a formação do cidadão. Devido à complexidade e à necessidade de uma abordagem sistêmica, referenciais de qualidade para projetos de cursos na modalidade a distância devem compreender categorias que envolvem, fundamentalmente, aspectos pedagógicos, recursos humanos e infraestrutura. Para dar conta destas dimensões, devem estar integralmente expressos no Projeto Político Pedagógico de um curso na modalidade à distância os seguintes tópicos principais: 1. Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem; 2. Sistemas de Comunicação; 3. Material didático; 4. Avaliação; 5. Equipe multidisciplinar; 6. Infraestrutura de apoio; 7. Gestão Acadêmico-Administrativa; 8. Sustentabilidade financeira. www.esab.edu.br 59 Tendo por base a afirmação: “Apesar da possibilidade de diferentes modos de organização, um ponto deve ser comum a todos que desenvolvem projetos nessa modalidade: é a compreensão de EDUCAÇÃO como fundamento primeiro, antes de se pensar no modo de organização: A DISTÂNCIA”, 1. Reflita sobre a importância da EDUCAÇÃO. 2. Elabore três justificativas que corroborem com o princípio de EDUCAÇÃO como fundamento primeiro, independente da modalidade e forma de organização. ATIVIDADES www.esab.edu.br 60 Nesta unidade trabalharemos com dados de um estudo realizado por Eloiza da Silva Gomes de Oliveira, Aline Campos da Rocha Ferreira e Alessandra Cardoso Soares Dias. Tal estudo teve como objetivo principal evidenciar as possibilidades didáticas a serem enfatizadas em cursos na modalidade online. O Estudo Realizado Destacada a importância da tutoria para a efetividade dos cursos na modalidade à distância, acreditamos atender ao tema deste evento “Avaliação: compromisso com a qualidade” apresentando exatamente estes eixos avaliativos da nossa pesquisa, e focalizando a prática pedagógica tutorial especialmente na relação com a mesma prática, na sua versão presencial. Entre outras estratégias metodológicas, aplicamos um instrumento para a coleta de várias informações, inclusive sobre a prática pedagógica utilizada pelos tutores, nesta modalidade de ensino. Perguntamos a 21 tutores (13 presenciais e 8 à distância) o que eles consideravam que é a Didática, se há uma Didática específica para a Educação a Distância e quais são as principais semelhanças e diferenças entre a Didática aplicada nas duas modalidades de ensino (presencial e a distância). Destacamos dos instrumentos preenchidos pelos tutores, dados específicos em relação às principais características da Didática utilizada na Educação a Distância e na Educação presencial. www.esab.edu.br 61 Os tutores consideram a Didática como a orientação do processo ensino - aprendizagem, fazendo a ligação entre a teoria e a prática educativa, como normalmente é concebida, mas em EAD, segundo estes, ela vai além das formas de ensinar e seus recursos, devendo-se considerar todos os elementos que dela participam, direta ou indiretamente. As semelhanças, apontadas pelos tutores,
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