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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 BREVE HISTÓRIA DA FITOTERAPIA........................................................ 5 2.1 Benefícios da fitoterapia ..................................................................... 13 3 CARACTERÍSTICAS GERAIS E USO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS ..................................................................................................... 14 4 FITOTERAPIA CHINESA .......................................................................... 18 4.1 Tratamentos com plantas medicinais e fitoterápicos .......................... 20 4.2 Formulas de fitoterapia chinesa ......................................................... 22 4.3 Repertório dos sintomas e sinais ....................................................... 23 4.4 Farmacêutico e demais profissionais de saúde .................................. 34 4.5 Reações Adversas ............................................................................. 43 5 Fitoterapia x Fitoterápico........................................................................... 44 5.1 Indicações .......................................................................................... 44 5.2 Medicamentos fitoterápicos e fitoterapia ............................................ 46 5.3 Diferenças entre fitoterapia e homeopatia .......................................... 46 6 FITOTERAPIA E ALOPATIA ..................................................................... 48 6.1 Alopatia e seu conceito ...................................................................... 48 7 Diferença entre planta medicinal e fitoterápico ......................................... 49 7.1 Conceitos ........................................................................................... 49 7.2 Diferença entre fitoterapia e plantas medicinais ................................. 50 7.3 Cuidados ............................................................................................ 51 7.4 Cuidados com os medicamentos fitoterápicos. .................................. 52 7.5 Plantas medicinais utilizadas na fitoterapia ........................................ 52 7.6 Contraindicações da fitoterapia .......................................................... 54 3 8 ANVISA E fitoterápicos ............................................................................. 54 8.1 Como se registra fitoterápicos no Brasil ............................................. 55 9 CONCLUSÃO ........................................................................................... 56 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 57 11 REFERÊNCIAS SUGERIDAS ............................................................... 65 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 BREVE HISTÓRIA DA FITOTERAPIA Fonte: fitoterapia.com.br Fitoterapia é a ciência que estuda as plantas medicinais e o uso das mesmas no tratamento de doenças. A palavra "fitoterapia" vem dos termos gregos therapeia = tratamento + phyton = vegetal e significa "terapia pelas plantas". É uma das mais antigas práticas terapêuticas usadas pelo Homem. Sua origem remonta ao ano 8.500 a.C., assentando-se no conhecimento popular (etnobotânica) e na experiência científica (etnofarmacologia). A fitoterapia e o uso de plantas medicinais fazem parte da prática da medicina popular, constituindo um conjunto de saberes internalizados nos diversos usuários e praticantes, especialmente pela tradição oral. Esta prática diminuiu frente ao processo de industrialização, ocorrido no país, nas décadas de 1940 e 1950. (BRAGANÇA, 2006, apud BRUNING, 2012). Outrora considerada uma medicina popular e alternativa, a fitoterapia hoje tem sido cada vez mais usada e reconhecida nos meios médicos e científicos, sobretudo devido a produtos com ação terapêutica comprovada cientificamente. O isolamento do princípio ativo das plantas e o estudo dos seus mecanismos farmacológicos é uma das prioridades da farmacologia. 6 Até que o princípio ativo não seja isolado, as plantas medicinais são utilizadas como remédios caseiros, principalmente sob a forma de chás, ultradiluições ou sob a forma industrializada, mediante o extrato homogêneo da planta. A fitoterapia é baseada na presença de princípios ativos de origem vegetal, ou seja, ela é um tratamento e serve como forma de prevenção de doenças utilizando plantas, partes de plantas e algumas preparações feitas com plantas. A fitoterapia já faz parte da nossa realidade e cada vez mais fará, pois já é uma técnica comprovada cientificamente e muito indicada entre os médicos como um complemento a alguns tratamentos. Podem ser consideradas plantas medicinais, folhas secas de plantas usadas para fazer chás, florais, própolis e homeopáticos. A fitoterapia utiliza as plantas medicinais para a extração de tintura, essência real, óleo, cera ou suco, e as transforma em produtos industrializados por meio de laboratórios especializados. As plantas consideradas medicinais beneficiaram, e continuam beneficiando a humanidade. Não precisaram dos testes clínicos como os fármacos sintéticos, credenciaram-se pelo seu uso tradicional ao longo de séculos. Ainda hoje muitas são utilizadas para tratamento de enfermidades, mesmo havendo medicamentos sintéticos no mercado para o tratamento das mesmas patologias. No entanto, existem plantas que são venenos por conterem toxinas poderosas que podem levar à morte. Algumas plantas medicinais são, inclusive, incompatíveis com o uso de certos medicamentos. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, 2006, apud FERREIRA, 2010). Este processo consiste em refinar as plantas com propriedades medicinais e eliminar agrotóxicos ou substâncias que poderiam causar mal à saúde das pessoas de maneira indireta. Trata-se de uma técnica de fabricação que também acaba por potencializar os efeitos benéficos da planta, onde o seu princípio ativo pode ser isolado e aproveitado de maneira mais específica para o tratamento de doenças. A fitoterapia estuda as plantas e suas propriedades curativas para utilizá-las no tratamento de diversos tipos de doenças de forma natural. O uso destas plantas se dá através de chás, ultradiluições (medicamentos homeopáticos) e, emplastros. Na fitoterapia são dispensados os métodos farmacológicos e industrializados. Segundo REZENDE (2002), a fitoterapia é uma prática integrativa e complementar que utiliza das diversas partes das plantas, como raízes, cascas, http://www.dicasdemassagem.com.br/fitoterapia-o-que-e-e-para-que-serve http://www.dicasdemassagem.com.br/quais-os-beneficios-da-fitoterapia7 folhas, frutos e sementes, de acordo com a erva em questão. Essa terapia passou a ser uma alternativa viável e importante também às populações dos países em desenvolvimento, já que seu custo é diminuído. Ainda segundo a RDC nº48/04- ANVISA, os fitoterápicos são medicamentos obtidos empregando-se exclusivamente matérias primas ativos vegetais. Destaca-se que não se considera medicamentos fitoterápicos aqueles que na sua composição inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem associações destes com extratos vegetais. A indústria de fitoterápicos é uma indústria em franco desenvolvimento no mundo e pode representar uma oportunidade de desenvolvimento para o setor farmacêutico no Brasil. Esta oportunidade é relevante não só pela riqueza de nossa dotação natural de fatores em biodiversidade, mas pelo conhecimento tradicional e científico acumulado sobre a atividade biológica dessas plantas pela sociedade civil e pelas instituições de ciência e tecnologia – ICTs. (ALVES, 2013, apud HASENCLEVER, 2017). Este estudo justifica-se e, é importante, pois Segundo Rezende (2002) a organização Mundial de Saúde afirma que 85% das pessoas do mundo utilizam plantas medicinais para tratar da saúde, 80% das pessoas dos países em desenvolvimento no mundo dependem da medicina tradicional e/ou complementar para suas necessidades básicas de saúde, e que cerca de 85% da medicina tradicional envolvem o uso de extratos de plantas. Acredita-se, ainda, que aproximadamente 60% da população mundial recorrem quase que exclusivamente às plantas medicinais como recurso terapêutico. KLEIN e et a, destaca a importância de se ter um conhecimento atualizado das condições de saúde e dos usuários de terapias disponibilizadas no Brasil, tornando-se uma ferramenta útil para que diretrizes sejam traçadas para melhorar a qualidade de vida da população cujas ações devem ser estabelecidas na conquista desta meta. Além disso, a fitoterapia, por ser prática tradicional de saúde e já revelada em diversos estudos como de utilidade terapêutica para uma parcela significativa da população, poderia atender às várias demandas cabendo aos governos assegurarem- lhe uma sustentabilidade (TOMAZZONI et al., 2006). Entretanto, vale destacar resultados dos estudos de Alexandre et al., (2008) em que descreveu que os conhecimentos empíricos acumulados no passado (tradição cultural) e os científicos desenvolvidos, ao longo do tempo, 8 principalmente com a condução de ensaios clínicos randomizados, mostram que as plantas medicinais e os medicamentos fitoterápicos podem, também, provocar efeitos adversos, toxicidade e apresentar contraindicações de uso. A fitoterapia é tão antiga quanto à história da humanidade, tendo surgido independentemente em grande parte dos povos, fazendo parte da evolução humana, sendo o primeiro recurso terapêutico utilizado. A mais antiga referência conhecida sobre o uso das plantas data de mais de sessenta mil anos. Animais silvestres dificilmente se enganam ao distinguir plantas tóxicas de espécies alimentares. Acredita-se então que, ao observar o comportamento dos animais, o homem pré-histórico descobriria as propriedades curativas das plantas aprendendo que algumas eram terapêuticas e outras venenosas. Como exemplo, cita- se a observação de religiosas sobre os efeitos excitantes nos herbívoros domésticos que ingeriam cafeeiros selvagens (Coffea arábica L.). Essa observação promoveu o incentivo à utilização desses vegetais a fim de prolongar o estado de vigília a que eram submetidas por conta de suas ocupações. Nas referências históricas sobre plantas medicinais, verifica-se a existência de relatos de sua utilização em praticamente todas as antigas civilizações e, bem antes de surgirem às formas de escrita, as plantas já eram utilizadas pelo homem como alimento e/ou remédio. Tiveram sucessos e fracassos, com curas, mortes e/ou desencadeamento de efeitos colaterais em suas experiências com ervas. REZENDE et al. (2002) cita em suas declarações que a fitoterapia é algo bastante antigo, de épocas remotas, tem como referências desse conhecimento de uso de plantas há mais de sessenta mil anos, sendo considerado que as primeiras descobertas foram feitas por estudos em ruínas do Irã, já existiam farmacopeias que reuniam as ervas e suas indicações terapêuticas na china a aproximadamente a 3.000 a.C. As primeiras descobertas foram realizadas por estudos arqueológicos em ruínas do Irã. Na China, teve início por volta de 3000 a.C., quando o imperador Cho- Chin-Kei descreveu as propriedades do Ginseng e da Cânfora. No Egito, muitos médicos utilizavam as plantas como medicamento e consideravam a doença como resultado de causas naturais, não como consequência 9 dos poderes de espíritos maléficos, mostrados em antigos papiros datados de 2000 a.C. Em um papiro que data de cerca de 1500 a.C., mencionou-se aproximadamente 700 drogas diferentes, dentre elas extratos de plantas, metais como cobre e chumbo e venenos de animais de diversas procedências. Foram também mencionadas nesse mesmo papiro fórmulas específicas para doenças conhecidas e, dentre as espécies existentes na lista, incluem-se algumas utilizadas por até hoje por fitoterapeutas. Desde 2300 a.C., outros relatos mostraram que os egípcios, hebreus e assírios cultivavam várias ervas e traziam outras de suas expedições, e com elas produziam classes de medicamentos. Na antiga Grécia, as plantas e o seu valor terapêutico ou tóxico também eram muito conhecidos, segundo autores. Hipócrates (460-377 a.C.), conhecido como o "Pai da Medicina", reuniu em sua obra Corpus Hipocratium os conhecimentos médicos de seu tempo, com indicações do medicamento vegetal e o tratamento adequado para cada doença. Na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada em 1978, como parte do plano de ação da OMS para atender o objetivo “Saúde para todos no ano 2000”, foi incentivada a valorização das terapias tradicionais, entre elas a fitoterapia, reconhecidas como recursos possíveis, mais fáceis e economicamente viáveis de aumentar a cobertura de atenção primária à saúde. (OPS, 1978, apud BRUNING, 2012). No início da Era Cristã, o grego Dioscórides, em sua obra "De Matéria Medica", catalogou e ilustrou aproximadamente 600 plantas utilizadas na medicina, em que descreveu a aplicação terapêutica de várias delas, sendo muitos os nomes apresentados por ele e utilizados ainda hoje na botânica. Essa obra é a principal referência ocidental para a área de fitoterapia até o Renascimento, mostrando sua importância. Há na Bíblia muitas referências a plantas curativas ou seus derivados, como o aloés, a mirra etc. Na Idade Média, momentos históricos ocorridos na Europa, como a ascensão e queda do Império Romano e o fortalecimento da Igreja Católica, influenciaram fortemente todo o conhecimento existente na época. Por isso, a medicina, o estudo e informações sobre plantas medicinais mantiveram-se parados por muito tempo. 10 A criação de uma política de âmbito nacional para o uso das plantas medicinais e dos fitoterápicos foi resultado de uma luta que remonta à época anterior à criação do SUS, em que diversos atores, como pesquisadores, gestores, profissionais de saúde e usuários tiveram papel fundamental (BRASIL, 2006, apud DE FIGUEIREDO, 2014). Vários escritos de filósofos gregos foram também esquecidos e alguns deles recuperados somente no começo do século XVI por meio de versões em árabe. Foi assim que se tornou obrigatória na época consultas às obras de Dioscórides, Columela, Galeno e Plínio. Relata-se, ainda, que a arte da cura teve um grande impulso por meio dos alquimistas, destacando-se entre eles Paracelso (nome verdadeiro era Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, desempenhou seu papel de médico e alquimista),que criou as bases da medicina natural, sendo um dos principais responsáveis pelo avanço da terapêutica. Contudo, a fitoterapia teve maior avanço a partir do século XIX, graças ao progresso científico na área da química, permitindo a análise, identificação e separação dos princípios ativos das plantas. Devido à evolução e sofisticação da fitoterapia no decorrer dos anos, o conhecimento das propriedades curativas das plantas não pode mais ser considerado apenas como tradição passada de geração para geração, mas como ciência que tem sido estudada, aperfeiçoada e aplicada por diversos povos ao longo dos tempos. Assim, é de grande importância a utilização das plantas medicinais, tanto para a medicina quanto para a cultura. A fitoterapia trata da cura pelas plantas através de métodos populares. Vários povos de diferentes culturas perceberam nas plantas propriedades curativas que, quando manipuladas, proporcionavam a recuperação das pessoas. Elas produziam chás e cataplasmas cicatrizantes e anti-inflamatórios a partir de suas próprias experiências e observações, cada qual a sua maneira. No México, foram descobertas três múmias de crianças oferecidas aos deuses. Uma delas sofria com sinusite e a subida da montanha lhe causava muito mal-estar. Para que ela alcançasse o topo e cumprisse seu destino, eram lhe oferecidas folhas de “coca” para mastigar. Entorpecida, ela poderia continuar em seu caminho sentindo menos dores. http://www.dicasdemassagem.com.br/fitoterapia-o-que-e-e-para-que-serve 11 Já no Oriente, segundo relatos bíblicos, a Jesus teria sido oferecido vinagre, uma bebida natural obtida a partir da fermentação de frutas que serviria para o mesmo propósito da folha de coca, indicando os conhecimentos de fitoterapia daquele povo. Segundo FRANÇA et al. (2007), os usos de remédios caseiros vêm desde as tribos primitivas onde as mulheres extraiam os princípios ativos das plantas para o uso no tratamento das doenças. Foram surgindo papéis dentro das comunidades e dentre eles podemos citar o do curandeiro que guardava as informações de substâncias com zelo e transmitindo as informações a pessoas selecionadas que julgavam preparadas. O autor relata ainda a contribuição do inspirador Chinês Shen Nung datado do período 2838-2698 a.C que catalogou 365 ervas medicinais e venenos, usados por expiração Taoista de Pan Ku, considerado o deus da criação. Segundo YUNES & CALIXTO (2001), a história da fitoterapia foi dividida em três períodos, sendo o primeiro período de 1800 a 1900 aproximadamente, o segundo de 1900 até 1970/1980, e o terceiro período de 1970 a 1980. O primeiro período de 1800 a 1900 compreendeu o final do século XVIII e princípio do século XIX, este período foi marcado pelo início dos estudos de Bavoisier, considerado fundador da química moderna, Berzelins, pioneiro no domínio de estudos da química moderna, e os trabalhos analíticos de Liebig e outros que fundaram a Química orgânica moderna. Foi um período onde os químicos encontraram limitados recursos, se dedicando em isolar e determinar a estrutura de compostos ativos de plantas, conhecidas e experimentadas pela população naquela época. Dentro dos compostos isolados podemos citar a morfina isolada em 1803 por Seturner, a codeína em 1932 por Robiquet e a Papaverina em 1948 por Merck todos da planta Papaver somniferum, a efedrina por Nagai em 1887, da Ephedra Sinica, potente broncodilatador. A Atropa Belladonae conhecida desde o início do século XVI através do constituinte ativo foi determinada como alcaloide hyoscyamina, já na Valeriana oficcinalis citada em trabalhos nos séculos IX e X, foram isolados compostos com ação sedativa, dentre outros como a Digitalis Purpure, a Cinchona Calisaya, utilizada como antimalárica no Peru. Em 1898, Felix Hoffman, sintetizou um composto isolado formando o Ácido Acetil Salicílico (YUNES; CALIXTO, 2001). 12 O segundo período de 1901 a 1970/80 foi marcado pelo avanço e contribuição das plantas para a medicina com a descoberta de novos compostos importantes para a saúde da população onde podemos citar como agente hipnótico o barbital, como anestésicos locais a amilocaína e procaína, como anticonvulsivante o fenobarbital, difenil- hidantoína, como anti-infeccioso, o prontosil, demonstrando posteriormente que o composto se decompunha à sulfanilida como a verdadeira substancia ativa, tornando-se de grande importância durante a segunda guerra até a descoberta dos antibióticos que após a guerra vários fármacos, de origem sintética, foram desenvolvidos tornando se muito importantes para a humanidade, dentre os produtos naturais aparecem somente os antibióticos obtidos dos fungos como a penicilina, a actinomicina, a estreptomicina e a bacitrina, o cloranfenicol, a neomicina, dentre outros (YUNES;CALIXTO, 2001). De acordo com FRANÇA et al. (2007), no século XIX foi permitido sintetizar novas substâncias orgânicas em laboratórios, fator esse que foi determinante para a revolução industrial e tecnológica que levou a produção de fármacos à medida que foram sendo explorados derivados puros e concentrados de plantas, porém os médicos passaram a priorizar drogas sintéticas, desconsiderando o papel da fitoterapia. Como é comum em outras políticas sociais no Brasil, existe uma lacuna entre a garantia político-legal de um direito e seus resultados no cotidiano dos cidadãos. Portanto, para os povos indígenas, a existência de seu próprio subsistema de políticas e serviços parece ter tido pouco impacto na melhoria das condições de saúde5. Sua situação continua precária, marcada pela persistência de doenças parasitárias e infecciosas que coexistem com uma transição nutricional e epidemiológica acelerada na qual surgem novas doenças, incluindo síndromes crônicas, sobrepeso e obesidade, distúrbios mentais e comportamentais e causas externas de doenças e morte. (LANGDON, 2017, apud BASTA, 2012). O terceiro período, de 1970/1980 até o presente; época em que uma série de problema que deviam ser solucionados, como a diminuição das chances de encontrar novos fármacos pelo método screening, com relação ao aumento considerável dos custos para se obter novos fármacos, colocando como exemplo que para obter um novo anticonvulsivante seria necessário aproximadamente 400 mil 13 compostos, para obter um antiviral aproximadamente 400 milhões de compostos, números esses que aumentaram os custos para a obtenção dos fármacos aumentando de U$ 4 milhões de 1960, a U$ 40 milhões em 1980, hoje calcula-se que estes valores estejam entre U$ 300 e U$ 500 milhões (YUNES & CALIXTO, 2001) De acordo com LOURES et al. (2010), o Ministério da Saúde desde o ano de 1995 instituiu e normatizou no Brasil o registro de fitoterápicos, sendo considerado assim todo produto tecnicamente obtido e elaborado, onde utiliza as matérias primas ativas vegetais com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnóstico, com benefícios para o usuário. 2.1 Benefícios da fitoterapia A fitoterapia trata diversos tipos de doenças através da manipulação de flores e plantas de todas as espécies já estudadas. Seus princípios ativos podem ser aproveitados através da infusão de folhas para chás, banhos, ou, preparo para cataplasmas. Um dos maiores benefícios da fitoterapia, e motivo pelo qual muitas pessoas têm se interessado pelo tratamento, é a forma natural utilizada para manipular as plantas. O processo utilizado pela fitoterapia é popular, e não farmacológico, o que significa que o produto desta manipulação é livre de elementos sintéticos. As plantas são muito úteis no combate de infecções, insônia, estresse, dores, distúrbios intestinais, distúrbios hormonais, contusões, problemas respiratórios, baixa imunidade, emagrecimento, gripes ou resfriados, e, muitos outros tipos de doenças. Os elementos sintéticos,que constituem os medicamentos tradicionais, potencializam a ação ativa da matéria prima contra as doenças oferecendo um prazo mais curto para a cura, mas, podem oferecer também, dependência e reações adversas, que vão desde um desconforto estomacal a alergias na pele, entre outros sintomas típicos. Já, a atuação dos chás, cataplasmas, e outros tipos de preparos produzidos pela fitoterapia, possuem ação mais lenta no organismo, e oferecem menos riscos de dependência química, enquanto as reações adversas são bem menos frequentes. http://www.dicasdemassagem.com.br/fitoterapia-e-homeopatia-qual-a-diferenca http://www.dicasdemassagem.com.br/fitoterapia-o-que-e-e-para-que-serve 14 3 CARACTERÍSTICAS GERAIS E USO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS Fonte: centroflora.com.br As preparações dos fitoterápicos normalmente são através da maceração ou destilação (óleos voláteis). Normalmente os extratos fluidos são extraídos com etanol e com água ou através de etanol e água, nos extratos sólidos, o processo se dá pela evaporação e depois processados até a secura. Em alguns casos são concentrados por etapas fito químicas complexas, no caso do Ginkgo Biloba onde são processadas 50 partes da matéria prima para a obtenção de uma parte de material seco padronizado, ou seja, plantas associadas com homeopáticos não são considerados medicamentos fitoterápicos. Do ponto de vista legal, o momento que demarca o início do processo de inserção da Fitoterapia nos serviços de saúde ocorreu em 1988, quando a Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (CIPLAN), através da Resolução nº 08, disciplinou a introdução da Fitoterapia nos serviços de saúde (BRASIL, 2006, apud DE FIGUEIREDO, 2014). Os medicamentos fitoterápicos possuem ação terapêutica lenta, não sendo recomendado seu uso nas emergências médicas. Os fitoterápicos normalmente são utilizados pela população para doenças como gripe, problemas digestivos e intestinais, doenças circulatórias, insônia, como tônicos, e no tratamento da fadiga e do cansaço. Poucos foram os fitoterápicos até hoje que possuem estudos 15 cientificamente comprovados. Podemos observar ainda a disponibilidade de matéria prima para a fabricação de medicamentos fitoterápicos, o que é um problema pela dificuldade, fato que não se repete com os medicamentos sintéticos, e ainda podemos ver que ao contrário dos medicamentos sintéticos poucos fitoterápicos objetos de estudos clínicos são realizados como duplo cego, aleatórios e bem controlados com padrões aceitos internacionalmente (YUNES; CALIXTO, 2001). Segundo BALBINO E DIAS (2010) os medicamentos preparados com plantas medicinais podem causar reações adversas ou toxicidade se for utilizado com outros medicamentos. Relatar diagnóstico errado, tentando pressupor a espécie das plantas, pode causar superdose terapêutica e reações adversas, podendo ser perigoso. Existe certa dificuldade em perceber os efeitos colaterais das plantas medicinais tanto pelo usuário como pelo profissional da saúde. Nos Estados Unidos e Inglaterra, já existe uma subnotificação voluntária dos medicamentos feitos com plantas, devido os usuários não procurarem conduta médica para utilização dos fitoterápicos e seus eventos adversos. SIMÕES et al. (1999), relata que grande parte desses fitoterápicos são adquiridos em farmácia e lojas de produtos naturais, onde podemos perceber a diferença de um produto convencional de um natural, sendo ambos eficientes, mas os convencionais produzem maiores efeitos colaterais. Há uma generalização por parte da população de que tudo que é natural não é tóxico e não faz mal à saúde. Esse conceito é totalmente errado, pois existe uma grande parte das plantas medicinais que são prejudiciais ao organismo humano, possuem alto teor de toxicidade de constituinte farmacológico ativo muito tóxico (FRANÇA et al., 2008). Para a ANVISA (2009), diante de algumas notificações recebidas foram diagnosticados uso abusivo de fitoterápicos contendo alto teor de etanol, queimadura de pele relacionada ao uso tópico, dor no fígado após uso oral de ervas contendo etanol, convulsões e diarreias. Muitos fitoterápicos são usados de forma aleatória, cada vegetal em sua essência pode ser um alimento, veneno ou medicamento, as interações alimentícias, 16 tóxicas e medicamentosas se dão em relação à dose, via de administração e a finalidade em que ela foi empregada. O Brasil tem uma das mais ricas biodiversidades do planeta, com milhares de espécies em sua flora e fauna. Possivelmente, a utilização das plantas - não só como alimento, mas também como fonte terapêutica começou desde que os primeiros habitantes chegaram ao Brasil, há cerca de 12 mil anos, dando origem aos paleoníndios amazônicos, dos quais derivaram as principais tribos indígenas do país. Pouco, no entanto, se conhece sobre esse período, além das pinturas rupestres. Estudos demonstram que a população amazônica utiliza, com mais frequência, plantas medicinais para o tratamento de gripes, infecções e inflamações, malária e hipertensão arterial, em relação aos fármacos de referência. As folhas são as partes mais utilizadas, entretanto, não são únicas e exclusivas. Infusões e decocto são as formas de preparo mais recorrentes. Ademais, outras formas de preparo como o xarope, o suco, a farinha, a seiva, o óleo; misturadas com leite, café ou mel; também são comuns (SANTOS, et al, 2014, apud BEZERRA ,2016) As primeiras informações sobre os hábitos dos indígenas só vieram à luz com o início da colonização portuguesa. Com a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil em 1500, surgiu a primeira correspondência oficial ligada ao País a qual, escrita por Pero Vaz de Caminha narrando as características da terra recém-descoberta e enviada ao Rei de Portugal, Dom Manuel, onde relatava com notório entusiasmo o descobrimento de uma nova terra. Essa carta ficou conhecida como carta de Caminha, que é considerada a certidão de nascimento do Brasil, por ser o primeiro documento oficial sobre o País. Um pouco mais tarde, entre 1560 a 1580, o padre José de Anchieta detalhou melhor as plantas comestíveis e medicinais do Brasil em suas cartas aos Superior Geral da Companhia de Jesus descreveram em detalhes alimentos como o feijão, o trigo, a cevada, o milho, o grão-de-bico, a lentilha, o cará, o palmito e a mandioca, que era o principal alimento dos índios. Anchieta citou também verduras como a taioba- rosa, a mostarda, a alface, a couve, falou das furtas nativas como a banana, o marmelo, a uva, o citrus e o melão, e mostrou a importância que os índios davam às pinhas das araucárias. 17 Das plantas medicinais, especificamente, Anchieta falou muito em uma "erva boa", a hortelã-pimenta, que era utilizada pelos índios contra indigestões, para aliviar nevralgias e para o reumatismo e as doenças nervosas. Exaltou também as qualidades do capim-rei, do ruibarbo do brejo, da ipecacuanha-preta, que servia como purgativo, do bálsamo-da-copaíba, usado para curar feridas e da cabriúva-vermelha. Outro fato que chamou atenção do missionário foi a utilização dos timbós pelos índios, especialmente da espécie Erytrina speciosa. O timbó, de acordo com o dicionário é uma "designação genérica para leguminosas e sapindáceas que induzem efeitos narcóticos nos peixes, e por isso são usadas para pescar. Maceradas, são lançadas na água, e logo os peixes começam a boiar, podendo facilmente ser apanhados com a mão. Deixados na água, os peixes se recuperam, podendo ser comidos sem inconveniente em outra ocasião". Quase tudo que se sabe da flora brasileira foi descoberto por cientistas estrangeiros, especialmente os naturalistas, que realizaram grandes expedições científicas ao Brasil, desde o descobrimento pelos portugueses até o final do século XIX. Essas grandes expedições tinham o intuito de conhecer eexplorar as riquezas naturais do país, conhecer a geologia e a geografia do Novo Mundo, bem como determinar longitudes e latitudes para a elaboração dos mapas. Não se sabe bem ao certo quando este método de utilização de plantas para tratar enfermidades surgiu, por que cada povo desenvolveu a sua própria maneira de curar as doenças sofridas naquelas épocas, mas, ela foi descrita primeiramente na China. O imperador Cho-Chin-Kei, há três mil anos AC, descreveu as propriedades da cânfora e do Ginseng, dando início a uma série de descobertas que deveriam passar a ser catalogadas a partir de então, tanto na China quanto em outras partes do mundo, como no manual árabe do ano 1334. 18 4 FITOTERAPIA CHINESA Fonte: acupunturatradicional.com.br A fitoterapia chinesa é uma especialidade muito comum no país. Ela se utiliza, não só de plantas, mas também de minerais e animais. Seus princípios são muito semelhantes aos da homeopatia, a não ser pelos métodos de preparação utilizados. Ambas as terapias se apoiam no conceito de energias e na utilização de matérias primas que vão além das plantas. Os pilares da fitoterapia chinesa são, os cinco sabores, as quatro naturezas, os pontos meridianos e as energias complementares (Yin e Yang). Esta especialidade terapêutica desenvolveu ainda, níveis de categorização que separavam as plantas das espécies venenosas, daquelas medicinais e, também relacionavam as espécies de plantas que tratavam o espírito e revigoravam o corpo. A Fitoterapia, literalmente terapia através das plantas, é conhecida na China há quase 3000 anos, época em que os livros eram escritos em pergaminhos, casco de tartaruga e seda. A identificação dos ‘primeiros médicos’ confunde-se, na História, com a figura de sacerdotes, xamãs e curandeiros, e isto fica claro quando verificamos que os males do corpo eram principalmente relacionados à interferência de deuses e situações místicas incompreensíveis no mundo natural. Mesmo com o desenvolvimento da ciência, ainda se manteve um vínculo entre a cura do corpo e a condição de crença do paciente em um campo sobrenatural em que, mediante a sua fé ou a intercessão de orações e cultos, o paciente 19 poderia encontrar a saúde, principalmente quando esgotados todos os recursos conhecidos. (LOPES, 1970, apud REGINATTO, 2016). Na época da última dinastia Han (25-220 d.C.), quando os clássicos foram compilados, surgiu a Matéria Medica Clássica do Esposo Divino e Discussões de Desordens Induzidas pelo Frio (Shang Han Lun) de Zhang Zhong Jing, os quais são as fontes de todas as prescrições utilizadas até hoje. O povo acreditava na sua habilidade de observar e entender a natureza, a saúde e a doença eram objetos dos princípios da ordem natural. O universo é composto de várias forças: a complementaridade oposta do Yin e Yang e os Cinco Elementos. O microcosmo humano é a miniatura destas forças. No Shang Han Lun o autor separa as agressões externas (vento, frio, calor, umidade, secura) dos fatores internos (alegria, medo, raiva, melancolia, preocupação) como causas das doenças. Ele distingue as energias que causam perturbações das infecções por penetração de um agente nocivo. Os primeiros registos chineses de propriedades curativas de plantas são atribuídos ao imperador Shen Nung da dinastia Han, que por volta do ano 3000 a.C. escreveu um tratado que descreve 365 ervas medicinais e seu uso. Posteriormente, foram muitas e importantes as obras que vieram enriquecer o uso medicinal de plantas, que chegaram aos nossos dias no âmbito da MTC (Medicina Tradicional Chinesa). (MILLER, 2006, apud VENTURA, et al, 2016). O respeito à milenar tradição da Fitoterapia Chinesa fez com que as fórmulas utilizadas hoje fossem as mesmas da Dinastia Han. Estas Fórmulas Magistrais encontradas nos livros em diversos idiomas são utilizadas e estudadas em quase todos os países. No Japão, desde 1950 o Ministério da Saúde Japonês reconhece 148 destas fórmulas como de utilidade pública. Na fitoterapia chinesa, não se pensa em cura, mas sim em equilíbrio, pois o organismo busca a auto cura. Para isto precisamos desestagnar algumas energias paradas, como no caso da TPM (que para medicina chinesa é estagnação do sangue e a pessoa necessita de ervas, que aqueçam e melhorem a circulação do sangue, principalmente naquela parte do corpo). 20 As terapêuticas orientais buscam, sobretudo, promover o bem-estar e prevenir agravos, com vantagens para uma intervenção precoce, por combinar terapias e personalizar o atendimento. (WANG, 2011, apud KUREBAYASHI, 2016). O mais importante é suprir o que o corpo necessita naquele momento, seja um Tônico para aumentar a energia de um organismo com falta de CHI (energia), ou uma fórmula para sedar e ajudar a dormir melhor, restaurando esta energia, ou ainda um Tônico de Sangue, por que a pessoa não está se alimentando direito. Tudo isto pode ser visto, num diagnóstico chinês, de pulso e de língua ou no diagnóstico japonês do Hara. Se você fornece o que o organismo está precisando, a pessoa fica em seu melhor estado, com a mente clara, alegre e com energia. Fora deste estado está o desequilíbrio, pois saúde e bem-estar. Devemos conservar o que se tem de mais precioso: O corpo, a Energia Vital dentro do corpo, o Sangue (principalmente as mulheres, pois possuem Deficiência de Sangue, por causa de partos e menstruações, entre outros) e a mente tranquila. Por isso a maioria dos fitoterápicos são de caráter preventivo. A ideia é não deixar o corpo adoecer. A Fitoterapia Chinesa é como a alquimia, para se fazer uma fórmula é preciso conhecer as capacidades energéticas, curativas e sinérgicas das ervas, ou seja, a interação de uma planta com as outras. Na formulação Chinesa existe uma erva Imperador, que vai determinar a ação da fórmula, as ervas Ministros, que ajudam a potencializar a ação do Imperador, as ervas Assistentes que são necessárias para o bem-estar da pessoa e cuidam do estômago para que este receba bem a fórmula, e por fim as ervas Mensageiras que levam as ervas para o local necessário. Acreditamos que trabalhar com as Fórmulas Magistrais, que pertencem na sua maioria a Dinastia Han, seja o modo mais eficientes de se usar a Fitoterapia Chinesa. 4.1 Tratamentos com plantas medicinais e fitoterápicos A atenção primária à saúde (APS) foi definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1978 como “Atenção essencial à saúde baseada em tecnologia e métodos práticos, cientificamente comprovados e socialmente aceitáveis, tomados 21 universalmente acessíveis a indivíduos e famílias na comunidade por meios aceitáveis para eles e a um custo que tanto a comunidade quanto o País possam arcar em cada estágio de seu desenvolvimento, um espírito de autoconfiança e autodeterminação. É parte integral do sistema de saúde do País, do qual é função central, sendo o enfoque principal do desenvolvimento social e econômico global da comunidade. É o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, levando a atenção à saúde o mais próximo possível do local onde as pessoas vivem e trabalham, constituindo o primeiro elemento de um processo de atenção continuada à saúde” (Declaração de Alma-Ata, Genebra, 1998). Embora a medicina moderna esteja bem desenvolvida na maior parte do mundo, a OMS reconhece que grande parte da população dos países em desenvolvimento depende da medicina tradicional para sua atenção primária, tendo em vista que 80% dessa população utilizam práticas tradicionais nos seus cuidados básicos de saúde e 85% deles utilizam plantas ou preparações feitas com elas (MS, 2007). A Assembleia Mundial de Saúde, em 1987, reiterou as recomendações feitas pela Declaração de Alma-Ata e recomendou enfaticamente aos Estados membros iniciar programas amplos relativos à identificação,avaliação, preparo, cultivo e conservação de plantas usadas em medicina tradicional; e assegurar a qualidade das drogas derivadas de medicamentos tradicionais extraídos de plantas, pelo uso de técnicas modernas e aplicações de padrões apropriados e boas práticas de fabricação (BPF) (MS, 2007). Em 1991, a OMS reforçou a importante contribuição da medicina tradicional na prestação de assistência social, especialmente às populações que têm pouco acesso aos sistemas de saúde, e solicitou aos Estados-membros que intensificassem a cooperação entre praticantes da medicina tradicional e da assistência sanitária moderna, principalmente no tocante ao emprego de remédios tradicionais de eficácia científica demonstrada, a fim de reduzir os gastos com medicamentos. Sugeriu, também, que todos esses remédios fossem aproveitados plenamente e que os produtos naturais, em particular os derivados de plantas, poderiam conduzir ao descobrimento de novas substâncias terapêuticas (MS, 2007). 22 Sendo assim, selecionamos alguns distúrbios menores, ou seja, patologias ou estados físicos que não são considerados graves, e sugerimos tratamentos com plantas presentes na Farmacopeia Brasileira. Lembramos que é necessário voltar aos capítulos anteriores ou o contato com o seu conselho de classe para verificar a possibilidade de recomendação ou prescrição de cada forma farmacêutica (droga vegetal, tintura, extrato seco, xarope). (PANIZZA, 2010). Tosse - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Gripes e resfriados - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Rinite alérgica - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Dor - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos (Uso externo); Dor - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos (Uso Interno); Cefaleia - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Febre - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Diarreia - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Micose - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Gastrite - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Lavagem íntima - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos. Em 2006, o Ministério da Saúde (MS) publicou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, Decreto nº 5813, de 22 de junho de 2006, (BRASIL, 2006, apud OLIVEIRA, 2016). 4.2 Formulas de fitoterapia chinesa A Medicina tradicional Chinesa (MTC) com mais de 5000 anos de existência compreende além das Fórmulas Magistrais Chinesas, a prática da acupuntura, a dietoterapia, exercícios e massagem. Ela nos traz o conhecimento sobre a utilização de substâncias em combinações perfeitas que são as Formulas Magistrais Chinesas (FMC) que evoluíram junto com a Humanidade. A tecnologia mais recente de extração das Formula Magistrais Chinesas foi desenvolvida nos anos 60, sendo atualmente Taiwan o maior produtor e exportador de Extratos Secos (ES) do mundo. São preparações complexas que utilizam ingredientes de origem vegetal, mineral e animal, consagradas pelo uso e com efeitos terapêuticos comprovados através de literaturas e compêndios chineses, provenientes do acúmulo de experiências e da melhoria de conclusões teóricas de gerações de médicos chineses mais atuantes. 23 Em 2005, a pesquisa global da OMS sobre a Política Nacional de Medicina Tradicional e Regulamento de Fitoterápicos já havia mostrado um aumento do uso de medicamentos alternativos e complementares em muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento. A segurança e eficácia de tais práticas, bem como o controle de qualidade, tornaram-se preocupações importantes. Assim, as preparações de fórmulas chinesas têm seguido o padrão de Boas Práticas em Medicina Chinesa. (FAN, 2012, apud KUREBAYASHI, 2016). As principais características a serem observadas são nas formulações são: Sob o aspecto do produto: padrão internacional seguindo a boas práticas de fabricação; critérios rigorosos para controle de procedência de matérias-primas; critérios científicos para controle de qualidade; melhor rastreabilidade. Sob o aspecto farmacotécnico: maior estabilidade; menor toxicidade; maior dosagem. Sob o aspecto clínico: melhor controle de dosagem exposta; possibilidade de uso simultâneo de múltiplas fórmulas; possibilidade de dose de ataque alta; possibilidade de uso prolongado. 4.3 Repertório dos sintomas e sinais A legislação de acesso ao patrimônio genético, por muito tempo, foi um dos principais entraves para o desenvolvimento de fitoterápicos no Brasil. A Medida Provisória (MP) nº 2.186-16/01 foi uma fonte de insegurança jurídica que ameaçava o desenvolvimento da Indústria Farmacêutica e de Biotecnologia no Brasil (OLIVEIRA, 2013, apud OLIVEIRA, 2016). Segundo estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 80% da população de países em desenvolvimento utiliza-se de práticas tradicionais na atenção primária à saúde e, desse total, 85% fazem uso de plantas medicinais (CARVALHO, 2004). Com base nesses fatos, o estudo de plantas medicinais como fonte de medicamentos é advogado pela OMS como parte do seu programa “Saúde Para Todos”. A pesquisa e o desenvolvimento de fitoterápicos por todo o mundo têm por finalidade atender as necessidades das empresas na busca de inovações levando em conta as seguintes informações: produtos modernos, renovação pela necessidade de novos lançamentos, busca de novos desenvolvimentos que atendam aos requisitos legais (controle de qualidade, segurança e eficácia) e aperfeiçoamento de produtos já 24 existentes. O estudo de campo e os dados dos laboratórios hoje permitem desenvolver terapias alternativas com bases científicas e etnofarmacológicas, validando o conhecimento popular relacionado a sistemas tradicionais de medicina. O Brasil, com seu amplo patrimônio genético e sua diversidade cultural, tem em mãos a oportunidade para estabelecer um modelo de desenvolvimento próprio e soberano no Sistema Único de Saúde (SUS) com o uso de plantas medicinais e fitoterápicos. Esse modelo deve buscar a sustentabilidade econômica e ecológica, respeitando princípios éticos e compromissos internacionais assumidos e promovendo a geração de riquezas com inclusão social. A Conferência Nacional de Saúde, instância máxima de deliberação de políticas de saúde, seguidamente recomendou a implantação da Fitoterapia e de outras práticas integrativas e complementares no SUS. Esta recomendação está colocada explicitamente nos relatórios da 8ª (1986), 10ª (1996), 11ª (2000) e 12ª (2003) (BRASIL, 2006, apud DE FIGUEIREDO, 2014). A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) promoveram em 1978 a Conferência Internacional sobre a Atenção Primária em Saúde em Alma–Ata, no Cazaquistão, alertando para a necessidade de ação urgente dos governos, profissionais da saúde e desenvolvimento, bem como da comunidade mundial para proteger e promover a saúde dos povos no mundo. Nessa conferência, é recomendado aos estados-membros proceder à: Formulação de políticas e regulamentações nacionais referentes à utilização de remédios tradicionais de eficácia comprovada e exploração das possibilidades de incorporar os detentores de conhecimento tradicional às atividades de atenção primária em saúde, fornecendo-lhes treinamento correspondente (OMS, 1979). Ao final da década de 1970, a OMS criou o Programa de Medicina Tradicional, que recomenda aos Estados-membros o desenvolvimento de políticas públicas para facilitar a integração da medicina tradicional e da medicina complementar alternativa nos sistemas nacionais e atenção à saúde, assim como promover o uso racional dessa integração. Embora a medicina moderna esteja bem desenvolvida na maior parte do mundo, a OMS reconhece que grande parte da população dos países em desenvolvimento depende da medicina tradicional parasua atenção primária, tendo 25 em vista que 80% dessa população utilizam práticas tradicionais nos seus cuidados básicos de saúde e 85% utilizam plantas ou preparações destas. Em vista desses fatos, e considerando a rica biodiversidade brasileira e sua enorme potencialidade no que diz respeito as plantas medicinais, no ano de 2006 duas políticas foram publicadas para o setor de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil, a fim de incentivar a prática desse tipo de terapia pelos profissionais da saúde. A primeira foi a Portaria Ministerial MS/GM nº 971, de 03 de maio de 2006, aprovando a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS), que prevê a incorporação de terapias como a homeopatia, o termalismo, a acupuntura e a fitoterapia nesse sistema. Os principais entraves da MP nº 2.186- 16/01 para a indústria farmacêutica e de biotecnologia são: falta de mecanismos de regularização e multas desproporcionais à lucratividade do produto; atrasos e aumento de custo nos processos de desenvolvimento; insegurança jurídica em acesso a conhecimento tradicional associado (por exemplo, escolha da comunidade a ser beneficiada); incerteza no modelo de negócio a ser estabelecido; e incerteza da indústria sobre futuras modificações na legislação. (OLIVEIRA, 2013, apud OLIVEIRA, 2016). A segunda foi o decreto no. 5.813, de 22 de junho de 2006, que aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e dá outras providências (CARVALHO, 2008). Essa Política estabelece diretrizes e linhas prioritárias para o desenvolvimento de ações pelos diversos parceiros em torno de objetivos comuns voltados à garantia do acesso seguro e do uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos em nosso País. Também traça diretrizes para o desenvolvimento de tecnologias e inovações, assim como o fortalecimento das cadeias e dos arranjos produtivos. Para o monitoramento e a avaliação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, foi criado e aprovado pela Portaria Interministerial nº 2.960, de 9 de dezembro de 2008, o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que iniciou seus trabalhos no dia 29 de setembro de 2009. Com a sua criação essa política tornou-se o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Com caráter consultivo e deliberativo, o comitê é composto por representantes do governo e da sociedade civil. 26 Compete ao Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos: I – Definir critérios, parâmetros, indicadores e metodologia voltados à avaliação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), sendo as informações geradas no interior dos vários planos, programas, projetos, ações e atividades decorrentes dessa política, agora Programa Nacional; II – Criar instrumentos adequados à mensuração de resultados para as diversas vertentes da PNPMF; III – Avaliar a ampliação das opções terapêuticas aos usuários e a garantia de acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia no SUS; IV – Acompanhar as iniciativas de promoção à pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e inovações nas diversas fases da cadeia produtiva; V – Avaliar as questões relativas ao impacto de políticas intersetoriais sobre plantas medicinais e fitoterápicos, tais como: desenvolvimento sustentável das cadeias produtivas, fortalecimento da indústria farmacêutica, uso sustentável da biodiversidade e repartição dos benefícios decorrentes do acesso aos recursos genéticos de plantas medicinais e ao conhecimento tradicional associado; VI – Acompanhar o cumprimento dos compromissos internacionais assumidos pelo País no âmbito da PNPMF; VII – Acompanhar a consonância da política e do programa com as demais políticas nacionais. Atualmente, o Conselho Brasileiro de Fitoterapia (Conbrafito) faz parte deste Comitê representando a Agricultura como Titular por meio de seu presidente em exercício. O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos contempla todas as etapas de produção de fitoterápicos, desde o início, com as pesquisas que demonstrem evidências científicas da planta para um determinado tratamento, passando pelo cultivo, colheita, extração, produção e comercialização do produto. Por envolver também a sabedoria popular, o programa não poderia deixar de lado o conhecimento das comunidades tradicionais. 27 No Estado de São Paulo temos também o exemplo da Lei nº 12.739/07, proposta pelo deputado Rodolfo de Costa e Silva, que autorizou o Poder Executivo a criar o Programa Estadual de Fitoterápicos, Plantas Medicinais e Aromáticas. O Artigo 7º diz que o Programa Estadual de Fitoterápicos, Plantas Medicinais e Aromáticas deverá respeitar os seguintes princípios: I - A pesquisa científica voltada para a identificação e a classificação de plantas para análise de suas qualidades terapêuticas; II - O cultivo de plantas medicinais; III - A pesquisa científica voltada para o desenvolvimento do processo de produção de produtos fitoterápicos; IV - A produção de fitoterápicos; V – A distribuição dos produtos fitoterápicos; VI - A controle de qualidade dos produtos fitoterápicos; VII - A divulgação dos produtos fitoterápicos com vista a orientar a comunidade médico-usuário da saúde a respeito de sua utilização. A Lei nº 12.951, de 07 de outubro de 1999 (D.O. 15 de outubro de 1999) dispõe sobre a Política de Implantação da Fitoterapia em Saúde Pública no Estado do Ceará. O Artigo 1º dessa lei diz que fica o Estado do Ceará autorizado a implantar política de incentivo à pesquisa e à produção de produtos fitoterápicos, com o objetivo de facultar ao Sistema Único de Saúde – SUS, o uso de tais medicamentos na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de enfermidades específicas. Em 2007 a Assistência Farmacêutica no Estado foi regulamentada como Coordenadoria (Coasf – Coordenadoria de Assistência Farmacêutica), se tornando divisão direta do organograma da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o Núcleo de Fitoterapia (Nufito) que vem desenvolvendo atividades que vão desde a capacitação de profissionais para o conhecimento e cultivo das plantas à orientação científica sobre a utilização desses medicamentos na Farmacologia da Saúde Pública na capital e no interior. Outros Estados, como o Rio de Janeiro e a Bahia, também apresentaram seus programas estaduais de fitoterápicos e plantas medicinais. 28 Alguns municípios também criam suas próprias políticas públicas que incentivam a utilização da prática da fitoterapia como a Lei Municipal nº 14.903, de 06 de fevereiro de 2009, que dispõe sobre a criação do Programa de Produção de Fitoterápicos e Plantas Medicinais no Município de São Paulo e dá outras providências, agora regulamentada pelo Decreto nº 51.435, de 26 de abril de 2010. Segundo o Decreto nº 51.435: Art. 3º: O Programa tem por objetivo principal proporcionar a população o acesso seguro: I – Às plantas medicinais, com a adoção de boas práticas agrícolas relativas ao respectivo cultivo, manipulação e produção de mudas certificadas e validadas, para utilização de acordo com orientação sobre o uso correto; II – Aos fitoterápicos, produzidos segundo legislação específica, a fim de serem disponibilizados, mediante prescrição de profissionais autorizados legalmente, médicos e cirurgiões dentistas nas suas respectivas especialidades, nas unidades de saúde da Secretaria Municipal da Saúde. Outra Lei do município de São Paulo com o mesmo intuito é a Lei nº 13.717, de 8 de janeiro de 2004, Projeto de Lei nº 140/01, do Vereador Celso Jatene, D.O.U. do município de São Paulo de 9 de janeiro de 2004, que dispõe sobre a implantação das Terapias Naturais na Secretaria Municipal de saúde, e dá outras providências. O Artigo 1º diz que fica o Poder ExecutivoMunicipal incumbido da implantação das Terapias Naturais para o atendimento da população do Município de São Paulo. § 1º - Entende-se como Terapias Naturais todas as práticas de promoção de saúde e prevenção de doenças que utilizem basicamente recursos naturais. § 2º - Dentre as Terapias Naturais destacam-se modalidades, tais como: massoterapia, fitoterapia, terapia floral, acupuntura, hidroterapia, cromoterapia, aromaterapia, geoterapia, quiropraxia, ginástica terapêutica, iridiologia e terapias de respiração. Em 2005, a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos, por meio do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF/SCTIE/MS) elaborou, em parceria com outros ministérios e com colaborações de consultores e pesquisadores, uma lista de espécies vegetais considerando as já 29 utilizadas nos serviços de saúde estaduais e municipais, o conhecimento tradicional e popular e os estudos químicos e farmacológicos disponíveis. Esse documento subsidiou, em 2008, a elaboração da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus). A finalidade do Renisus é subsidiar o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva, inclusive nas ações que serão desenvolvidas também pelos outros ministérios participantes no Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, relacionadas à regulamentação, cultivo, manejo, produção, comercialização e dispensação de plantas medicinais e fitoterápicos. Terá também a função de orientar estudos e pesquisas que possam subsidiar a elaboração da Renafito (Relação Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos), o desenvolvimento e a inovação na área de plantas medicinais e fitoterápicos. O valor dos produtos naturais das plantas medicinais para a sociedade e para a economia do Estado é incalculável. Um em quatro produtos vendidos nas farmácias é fabricado a partir de materiais extraídos de plantas das florestas tropicais ou de estruturas químicas derivadas desses vegetais. (GARCIA, 1995, apud SOUZA, 2010). As espécies vegetais foram pré-selecionadas por regiões que referenciavam seu uso, por indicações de uso e de acordo com as categorias do Código Internacional de Doenças (CID-10). Essa parte inicial do trabalho foi realizada por técnicos da Anvisa e do Ministério da Saúde (MS), profissionais de serviços e pesquisadores da área de plantas medicinais e fitoterápicos, vinculados à área da saúde, representando as diversas regiões brasileiras. Todas as políticas apresentadas estimulam a adoção da fitoterapia nos programas federais, estaduais e municipais de saúde pública, mostrando a importância do aperfeiçoamento dos profissionais da saúde nessa área, que vem crescendo, ganhando força e confiança da comunidade. Nos últimos anos uma grande parte da população passou a mudar seus hábitos de compra: o setor de produtos naturais vem despertando a atenção de consumidores preocupados com a saúde e que buscam alternativas de tratamento com o mínimo possível de efeitos colaterais. Da mesma forma, os profissionais da saúde estão 30 procurando cada vez mais alternativas aos produtos sintéticos e alopáticos para a melhoria dos sintomas e o tratamento de diversas patologias. O efeito placebo parece atuar sobre vários sistemas de neurotransmissores, como opiáceos e dopamina. Regiões do cérebro, incluindo o córtex cingulado anterior, córtex pré-frontal dorsolateral e gânglios basais podem ser ativados, após a administração de placebo. A expectativa de melhoria de um paciente, portanto, pode influenciar os resultados, tanto quanto algumas intervenções ativas, e este efeito pode ser maior para procedimentos. (OKEN, 2008, apud KUREBAYASHI, 2016). Este livro foi concebido para ajudar os profissionais interessados em aplicar a fitoterapia em equipes multidisciplinares, tanto no sistema único de saúde (SUS) como na rede privada, a recomendar e/ou prescrever fitoterápicos e plantas medicinais segundo a legislação. A utilização da fitoterapia está cada vez mais padronizada e segura, constituindo uma excelente terapêutica, se utilizada com o devido conhecimento e responsabilidade. Lembramos que as legislações estão sempre sendo atualizadas, modificadas e/ou revogadas. As leis, resoluções, instruções normativas e outros decretos já apresentados e os que ainda serão citados estão atualizados até a data da publicação deste livro. Recomendamos que os profissionais que se utilizarem da legislação oficial na prescrição ou recomendação de plantas medicinais e fitoterápicos verifiquem se essas leis não foram alteradas ou atualizadas por outras. O Conselho Brasileiro de Fitoterapia (Conbrafito) sinaliza a importância da busca constante do aprimoramento na prescrição e/ou recomendação segura de plantas medicinais e fitoterápicos através de cursos, congressos, leitura de artigos científicos e da filiação a instituições de classe que estabeleçam, definam, reciclem e fortaleçam essas regulamentações. Os conselhos de classe são os órgãos representativos das classes profissionais atuantes no Estado ou País, e têm por finalidade fiscalizar o exercício de cada profissão. Esses conselhos fiscalizam o mercado e as profissões no que diz respeito à sua regulamentação. Em relação à fitoterapia, cada conselho de classe deve se expressar, informando aos profissionais como proceder. Para tal eles se baseiam: na interface que cada profissão tem com a fitoterapia, no reconhecimento 31 que a fitoterapia vem obtendo através de sua inserção em políticas públicas no sistema único de saúde e nas evidências científicas de suas finalidades terapêuticas. Atualmente, ou seja, na data da publicação deste livro, os profissionais que estão habilitados a prescrever fitoterápicos e plantas medicinais são: Médicos: Segundo o artigo 14° do Código de Ética Médica (Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.246/88, de 08 de janeiro de 1988), o médico deve empenhar-se para melhorar as condições de saúde e os padrões dos serviços médicos e assumir sua parcela de responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sanitária e à legislação referente à saúde. De acordo com o mesmo código de ética, é direito do médico: Art. 21 - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas reconhecidamente aceitas e respeitando as normas legais vigentes no País. Considerando que a fitoterapia está inserida em políticas públicas no sistema único de saúde como a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006) e o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (Decreto nº 5813, de 22 de junho de 2006), o profissional médico está apto a utilizá-la quando achar conveniente. Por outro lado, vale a pena lembrar que os Médicos brasileiros que prescreverem terapias com o objetivo específico de conter o envelhecimento (práticas conhecidas como Antiaging) estarão sujeitos às penalidades previstas em processos ético-profissionais, podendo serem punidos até com a perda do registro profissional. Resolução nº1.999/12, aprovada em outubro/2012 pelo plenário do Conselho Federal de Medicina (CFM). Cirurgiões dentistas: A lei nº 5081, de 24 de agosto de 1966, do Conselho Federal de Odontologia, regulamenta o exercício da odontologia4. Dessa lei, destacamos: Art. 6º - Compete ao cirurgião-dentista: I - Praticar todos os atos pertinentes à odontologia, decorrentes de conhecimentos adquiridos em curso regular ou em cursos de pós-graduação; II - Prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas em Odontologia; 32 VIII - Prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente (...). Considerando que os fitoterápicos e as plantas medicinais são apresentados em diversas formas farmacêuticascomo tinturas, infusões, decoctos, extratos e outras, o cirurgião dentista está apto a prescrevê-las dentro da odontologia. Além disso, em reunião realizada a 25 de setembro de 2008, o Conselho Federal de Odontologia emitiu a Resolução CFO - nº 82/2008, em que reconhece e regulamenta o uso pelo cirurgião-dentista das seguintes práticas integrativas e complementares à saúde bucal: acupuntura, fitoterapia, terapia floral, hipnose, homeopatia e laserterapia. Médicos veterinários: Segundo a Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, que dispõe sobre o exercício da profissão de médico-veterinário e cria os Conselhos Federal e Regional de Medicina Veterinária, capítulo II, artigo 5º: É da competência privativa do médico veterinário o exercício das seguintes atividades e funções a cargo da União, dos Estados, dos Municípios, dos Territórios Federais, entidades autárquicas, paraestatais e de economia mista e particulares: A prática da clínica em todas as suas modalidades; O Artigo 6º desta mesma lei diz: Art. 6º -Constitui, ainda, competência do médico veterinário o exercício de atividades ou funções públicas e particulares, relacionadas com: ... e) a responsabilidade pelas fórmulas e preparação de rações para animais e a sua fiscalização. Desde os tempos remotos o homem tem empregado uma variedade de produtos, inicialmente naturais e posteriormente também sintéticos, para aliviar dores e outros sintomas, curar ou prevenir enfermidades. Entretanto, foi só a partir de meados do século XX que começou de fato a se instituir um controle do Estado sobre a qualidade, segurança e eficácia de medicamentos. (SIMÕES, 2002, apud CARVALHO, 2012). Enfermeiros: Embora os enfermeiros pudessem prescrever apenas mediante a um protocolo médico o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), atento à utilização de ervas medicinais na cultura popular e reconhecendo que os enfermeiros precisam esclarecer e educar a clientela para o uso correto da fitoterapia, emitiu o Parecer Informativo 004/95, em que reconhece o caráter holístico da formação do 33 enfermeiro e os aspectos ético-legais da utilização das práticas alternativas no cuidado ao cliente. Em 1997, o COFEN, por meio da Resolução 197, estabeleceu e reconheceu as terapias alternativas, entre elas a fitoterapia, como especialidades e ou qualificações do enfermeiro. É possível, portanto, que os nossos ancestrais tenham aprendido através da observação da natureza o valor terapêutico das plantas. Na verdade, existem evidências históricas e arqueológicas de que as propriedades curativas das plantas medicinais já eram conhecidas desde o período Neolítico (cerca de 10.000 anos atrás). (BHATTARAM, 2002, apud ALVES, 2013). Contudo em junho de 2014 o enfermeiro foi surpreendido pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região (Brasília) que anulou a Resolução 272/2002 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que possibilitava ao enfermeiro diagnosticar doenças, prescrever medicação e solicitar exames com autonomia no âmbito dos programas ou rotinas aprovadas em instituições de saúde. Farmacêuticos: Na prática da fitoterapia o farmacêutico é o elo entre o popular e o científico. A assistência farmacêutica humaniza e amplia relação entre profissionais prescritores legalmente habilitados e o paciente. É o amigo de plantão com as portas abertas, que com dedicação, compromisso, conhecimento e responsabilidade transforma sua farmácia em um estabelecimento de saúde e não um simples comércio. Hoje além do farmacêutico trabalhar na farmácia que é uma unidade de prestação de serviços assistência farmacêutica, manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos. (Lei Nº 13.021, de 8 de agosto de 2014), o mesmo pode trabalhar com insumos e produtos fitoterápicos que serão utilizados na: Estética: Resolução CFF Nº 573 de 22 de maio de 2013. Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no exercício da saúde estética e da responsabilidade técnica por estabelecimentos que executam atividades afins. Acupuntura: Resolução CFF nº 516 de 26 de novembro de 2009. Veterinária: manipulação de formulas fito veterinárias. 34 Esporte: Analise de fitoterápicos em Doping esportivo, além de manipulação e produção de produtos de uso interno e externo e Fitofertilizantes. Como já havia sido previsto pelo Conselho Brasileiro de Fitoterapia (Panizza 2010), hoje o farmacêutico já é um profissional prescritor legalmente habilitado através da Resolução CFF Nº 586 de 29/08/2013 (Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências). A prescrição farmacêutica constitui em uma atribuição clínica do farmacêutico e deverá ser realizada com base nas necessidades de saúde do paciente, nas melhores evidências científicas, em princípios éticos e em conformidade com as políticas de saúde vigentes. O ato da prescrição farmacêutica poderá ocorrer em diferentes estabelecimentos farmacêuticos, consultórios, serviços e níveis de atenção à saúde, desde que respeitado o princípio da confidencialidade e a privacidade do paciente no atendimento. O farmacêutico poderá realizar a prescrição de medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais (alopáticos ou dinamizados, plantas medicinais, drogas vegetais e outras categorias ou relações de medicamentos que venham a ser aprovadas pelo órgão sanitário federal para prescrição do farmacêutico). O exercício deste ato deverá estar fundamentado em conhecimentos e habilidades clínicas que abranjam boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica. O grande segredo das plantas medicinais e fitoterápicos são os profissionais que trabalham em equipe multidisciplinar todos em conjunto visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. 4.4 Farmacêutico e demais profissionais de saúde Encaminhar ao farmacêutico por escrito através da prescrição ou bloco de recomendação os produtos naturais, os fitoterápicos, cosméticos, Produtos da Medicina Tradicional Chinesa (RDC Nº 21, de 25 de Abril de 2014 - ANVISA) entre 35 outros, para ser orientado o Uso Seguro e Racional, nomenclatura botânica e popular, parte utilizada ,forma de utilização ,posologia e modo de usar, contra indicações, reações adversas, interação, forma farmacêutica, frequência de administração, duração do tratamento, dosagem, instruções adicionais, quando necessário ao Cliente ou Paciente. O registro de medicamentos é o instrumento através do qual o Ministério da Saúde, no uso de sua atribuição específica, determina a inscrição prévia no órgão ou na entidade competente, pela avaliação do cumprimento de caráter jurídico-administrativo e técnico-científico relacionada com a eficácia, segu- rança e qualidade destes produtos, para sua introdução no mercado e sua comercialização ou consumo (BRASIL, 1967, apud NETO, 2013). A Resolução CFF nº 44, de 17 de agosto de 2009, que dispõe sobre boas práticas farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências, autoriza que o farmacêutico, após ter realizado um serviço de atenção farmacêutica, entregue ao cliente a Declaração de Serviço Farmacêutico. A declaração de serviço farmacêutico é muito importante para registrar o serviço de atenção farmacêutica e pode ser muito útil por diversos motivos. Pode, por exemplo, funcionar como um histórico do paciente, que muitas vezes está passando por mais de um médico ou profissional da saúde. Pode também ser umdifusor de informações sobre fitoterápicos e reação adversa a medicamentos fitoterápicos (RAMF), produtos tradicionais fitoterápicos e proporcionar educação permanente para assegurar o uso racional de fitoterápicos. Isso traz mais segurança para a farmácia e para o farmacêutico. A RDC 67, de 8 de outubro de 2007, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos para Uso Humano em Farmácias, no item 5.17: 5.17. Prescrição de medicamentos manipulados; 5.17.1. Os profissionais legalmente habilitados, respeitando os códigos de seus respectivos conselhos profissionais, são os responsáveis pela prescrição dos medicamentos de que trata este regulamento técnico e seus anexos; 36 5.17.2 A prescrição ou indicação, quando realizada pelo farmacêutico responsável, também deve obedecer aos critérios éticos e legais previstos. (critérios este previstos na RDC 138/03 - ANVISA); Diante dessa resposta, entende-se que os fitoterápicos que constarem na Farmacopeia Brasileira, Formulário Nacional, Formulário de Fitoterápicos ou em obras equivalentes, ou ainda outro documento considerado oficial pela ANVISA, podem ser manipulados pela farmácia de manipulação, sem a necessidade da prescrição de um profissional legalmente habilitado. O farmacêutico poderá prescrever medicamentos cuja dispensação exija prescrição médica, desde que condicionado à existência de diagnóstico prévio e apenas quando estiver previsto em programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas, aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de saúde. Para o exercício deste ato será exigido, pelo Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, o reconhecimento de título de especialista ou de especialista profissional farmacêutico na área clínica, com comprovação de formação que inclua conhecimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica. É vedado ao farmacêutico modificar a prescrição de medicamentos do paciente, emitida por outro prescritor, salvo quando previsto em acordo de colaboração, sendo que, neste caso, a modificação, acompanhada da justificativa correspondente, deverá ser comunicada ao outro prescritor. O processo de prescrição farmacêutica é constituído das seguintes etapas: I - Identificação das necessidades do paciente relacionadas à saúde; II - Definição do objetivo terapêutico; III - seleção da terapia ou intervenções relativas ao cuidado à saúde, com base em sua segurança, eficácia, custo e conveniência, dentro do plano de cuidado; IV - Redação da prescrição; V - Orientação ao paciente; VI - Avaliação dos resultados; 37 VII - Documentação do processo de prescrição. No ato da prescrição, o farmacêutico deverá adotar medidas que contribuam para a promoção da segurança do paciente, entre as quais se destacam: I - Basear suas ações nas melhores evidências científicas; II - Tomar decisões de forma compartilhada e centrada no paciente; III - considerar a existência de outras condições clínicas, o uso de outros medicamentos, os hábitos de vida e o contexto de cuidado no entorno do paciente; IV - Estar atento aos aspectos legais e éticos relativos aos documentos que serão entregues ao paciente; V - Comunicar adequadamente ao paciente, seu responsável ou cuidador, as suas decisões e recomendações, de modo que estes as compreendam de forma completa; VI - Adotar medidas para que os resultados em saúde do paciente, decorrentes da prescrição farmacêutica, sejam acompanhados e avaliados. Para milhões de pessoas, as plantas, os tratamentos tradicionais e as práticas da medicina tradicional representam a principal fonte de atenção à saúde e às vezes a única (OMS, 2013, apud MACEDO, 2016). A prescrição farmacêutica deverá ser redigida em vernáculo, por extenso, de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais, sem emendas ou rasuras, devendo conter os seguintes componentes mínimos: I - Identificação do estabelecimento farmacêutico ou do serviço de saúde ao qual o farmacêutico está vinculado; II - Nome completo e contato do paciente; III - Descrição da terapia farmacológica, quando houver, incluindo as seguintes informações: a) Nome do medicamento ou formulação, concentração/dinamização, forma farmacêutica e via de administração; b) Dose, frequência de administração do medicamento e duração do tratamento; c) Instruções adicionais, quando necessário. 38 IV - Descrição da terapia não farmacológica ou de outra intervenção relativa ao cuidado do paciente, quando houver; V- Nome completo do farmacêutico, assinatura e número de registro no Conselho Regional de Farmácia; VI - local e data da prescrição. A prescrição de medicamentos, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estará necessariamente em conformidade com a Denominação Comum Brasileira (DCB) ou, em sua falta, com a Denominação Comum Internacional (DCI). A prescrição de medicamentos, no âmbito privado, estará preferentemente em conformidade com a DCB ou, em sua falta, com a DCI. É vedado ao farmacêutico prescrever sem a sua identificação ou a do paciente, de forma secreta, codificada, abreviada, ilegível ou assinar folhas de receituários em branco. Os fitoterápicos sempre se destacaram por representarem uma parcela significativa no mercado de medicamentos. Globalmente, o setor movimenta US$ 21,7 bilhões por ano. No entanto, não existem no Brasil dados oficiais atualizados, embora, estima- se que esse mercado movimente cerca de US$ 160 milhões por ano. As vendas de fitoterápicos internamente tem crescido 15% anuais, contra 4% das vendas dos medicamentos sintéticos. Em toda a cadeia produtiva, o setor de medicamentos fitoterápicos movimenta anualmente em torno de R$ 1 bilhão (CARVALHO et al., 2008, apud CARNEIRO, 2014). Será garantido o sigilo dos dados e informações do paciente, obtidos em decorrência da prescrição farmacêutica, sendo vedada a sua utilização para qualquer finalidade que não seja de interesse sanitário ou de fiscalização do exercício profissional. No ato da prescrição, o farmacêutico deverá orientar suas ações de maneira ética, sempre observando o benefício e o interesse do paciente, mantendo autonomia profissional e científica em relação às empresas, instituições e pessoas físicas que tenham interesse comercial ou possam obter vantagens com a prescrição farmacêutica. É vedado o uso da prescrição farmacêutica como meio de propaganda e publicidade de qualquer natureza. (Resolução CFF Nº 586 de 29/08/2013) Nutricionistas: A Resolução nº 525 do Conselho Federal de Nutrição, de maio de 2013, revogou a Resolução nº 402 do Conselho Federal de Nutrição, de 30 de julho 39 de 2007, que regulamentava a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de plantas in natura frescas, ou como droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas e dá outras providências. Desta forma, o nutricionista tem em mãos a oportunidade, tanto da prescrição de 2 a 4 gramas diárias de alho (Allium sativum) fresco na dieta do paciente hiperlipidêmico e hipertenso, como também prescrever o alho nas suas diversas formas farmacêuticas como tintura, extrato seco e óleo, de acordo com a necessidade e adequação ao caso. A fitoterapia pode ser utilizada na terapia nutricional como estratégia complementar à prescrição dietética elaborada, desde que os fitoterápicos prescritos tenham indicações de uso relacionadas com o campo de atuação do profissional nutricionista, ou seja, uso via oral, além de ter embasamento em estudos científicos ou em uso tradicional reconhecido da planta medicinal. Dessa maneira ficam não disponíveis as formulações tópicas e
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