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FITOTERAPIA-APLICADA-A-ESTÉTICA-NOVA

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2 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 BREVE HISTÓRIA DA FITOTERAPIA........................................................ 5 
2.1 Benefícios da fitoterapia ..................................................................... 13 
3 CARACTERÍSTICAS GERAIS E USO DE MEDICAMENTOS 
FITOTERÁPICOS ..................................................................................................... 14 
4 FITOTERAPIA CHINESA .......................................................................... 18 
4.1 Tratamentos com plantas medicinais e fitoterápicos .......................... 20 
4.2 Formulas de fitoterapia chinesa ......................................................... 22 
4.3 Repertório dos sintomas e sinais ....................................................... 23 
4.4 Farmacêutico e demais profissionais de saúde .................................. 34 
4.5 Reações Adversas ............................................................................. 43 
5 Fitoterapia x Fitoterápico........................................................................... 44 
5.1 Indicações .......................................................................................... 44 
5.2 Medicamentos fitoterápicos e fitoterapia ............................................ 46 
5.3 Diferenças entre fitoterapia e homeopatia .......................................... 46 
6 FITOTERAPIA E ALOPATIA ..................................................................... 48 
6.1 Alopatia e seu conceito ...................................................................... 48 
7 Diferença entre planta medicinal e fitoterápico ......................................... 49 
7.1 Conceitos ........................................................................................... 49 
7.2 Diferença entre fitoterapia e plantas medicinais ................................. 50 
7.3 Cuidados ............................................................................................ 51 
7.4 Cuidados com os medicamentos fitoterápicos. .................................. 52 
7.5 Plantas medicinais utilizadas na fitoterapia ........................................ 52 
7.6 Contraindicações da fitoterapia .......................................................... 54 
 
3 
 
 
 
 
8 ANVISA E fitoterápicos ............................................................................. 54 
8.1 Como se registra fitoterápicos no Brasil ............................................. 55 
9 CONCLUSÃO ........................................................................................... 56 
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 57 
11 REFERÊNCIAS SUGERIDAS ............................................................... 65 
 
 
 
4 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
2 BREVE HISTÓRIA DA FITOTERAPIA 
 
 
Fonte: fitoterapia.com.br 
Fitoterapia é a ciência que estuda as plantas medicinais e o uso das mesmas 
no tratamento de doenças. A palavra "fitoterapia" vem dos termos 
gregos therapeia = tratamento + phyton = vegetal e significa "terapia pelas plantas". 
É uma das mais antigas práticas terapêuticas usadas pelo Homem. Sua origem 
remonta ao ano 8.500 a.C., assentando-se no conhecimento popular (etnobotânica) e 
na experiência científica (etnofarmacologia). 
A fitoterapia e o uso de plantas medicinais fazem parte da prática da medicina 
popular, constituindo um conjunto de saberes internalizados nos diversos 
usuários e praticantes, especialmente pela tradição oral. Esta prática diminuiu 
frente ao processo de industrialização, ocorrido no país, nas décadas de 1940 
e 1950. (BRAGANÇA, 2006, apud BRUNING, 2012). 
Outrora considerada uma medicina popular e alternativa, a fitoterapia hoje tem 
sido cada vez mais usada e reconhecida nos meios médicos e científicos, sobretudo 
devido a produtos com ação terapêutica comprovada cientificamente. 
O isolamento do princípio ativo das plantas e o estudo dos seus mecanismos 
farmacológicos é uma das prioridades da farmacologia. 
 
6 
 
 
 
 
Até que o princípio ativo não seja isolado, as plantas medicinais são utilizadas 
como remédios caseiros, principalmente sob a forma de chás, ultradiluições ou sob a 
forma industrializada, mediante o extrato homogêneo da planta. 
A fitoterapia é baseada na presença de princípios ativos de origem vegetal, ou 
seja, ela é um tratamento e serve como forma de prevenção de doenças utilizando 
plantas, partes de plantas e algumas preparações feitas com plantas. 
A fitoterapia já faz parte da nossa realidade e cada vez mais fará, pois já é uma 
técnica comprovada cientificamente e muito indicada entre os médicos como um 
complemento a alguns tratamentos. 
Podem ser consideradas plantas medicinais, folhas secas de plantas usadas 
para fazer chás, florais, própolis e homeopáticos. 
A fitoterapia utiliza as plantas medicinais para a extração de tintura, essência 
real, óleo, cera ou suco, e as transforma em produtos industrializados por meio de 
laboratórios especializados. 
As plantas consideradas medicinais beneficiaram, e continuam beneficiando 
a humanidade. Não precisaram dos testes clínicos como os fármacos 
sintéticos, credenciaram-se pelo seu uso tradicional ao longo de séculos. 
Ainda hoje muitas são utilizadas para tratamento de enfermidades, mesmo 
havendo medicamentos sintéticos no mercado para o tratamento das 
mesmas patologias. No entanto, existem plantas que são venenos por 
conterem toxinas poderosas que podem levar à morte. Algumas plantas 
medicinais são, inclusive, incompatíveis com o uso de certos medicamentos. 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, 2006, apud FERREIRA, 2010). 
Este processo consiste em refinar as plantas com propriedades medicinais e 
eliminar agrotóxicos ou substâncias que poderiam causar mal à saúde das pessoas 
de maneira indireta. Trata-se de uma técnica de fabricação que também acaba por 
potencializar os efeitos benéficos da planta, onde o seu princípio ativo pode ser isolado 
e aproveitado de maneira mais específica para o tratamento de doenças. 
A fitoterapia estuda as plantas e suas propriedades curativas para utilizá-las no 
tratamento de diversos tipos de doenças de forma natural. O uso destas plantas se dá 
através de chás, ultradiluições (medicamentos homeopáticos) e, emplastros. 
Na fitoterapia são dispensados os métodos farmacológicos e industrializados. 
Segundo REZENDE (2002), a fitoterapia é uma prática integrativa e 
complementar que utiliza das diversas partes das plantas, como raízes, cascas, 
http://www.dicasdemassagem.com.br/fitoterapia-o-que-e-e-para-que-serve
http://www.dicasdemassagem.com.br/quais-os-beneficios-da-fitoterapia7 
 
 
 
 
folhas, frutos e sementes, de acordo com a erva em questão. Essa terapia passou a 
ser uma alternativa viável e importante também às populações dos países em 
desenvolvimento, já que seu custo é diminuído. Ainda segundo a RDC nº48/04-
ANVISA, os fitoterápicos são medicamentos obtidos empregando-se exclusivamente 
matérias primas ativos vegetais. Destaca-se que não se considera medicamentos 
fitoterápicos aqueles que na sua composição inclua substâncias ativas isoladas, de 
qualquer origem, nem associações destes com extratos vegetais. 
A indústria de fitoterápicos é uma indústria em franco desenvolvimento no 
mundo e pode representar uma oportunidade de desenvolvimento para o 
setor farmacêutico no Brasil. Esta oportunidade é relevante não só pela 
riqueza de nossa dotação natural de fatores em biodiversidade, mas pelo 
conhecimento tradicional e científico acumulado sobre a atividade biológica 
dessas plantas pela sociedade civil e pelas instituições de ciência e 
tecnologia – ICTs. (ALVES, 2013, apud HASENCLEVER, 2017). 
 Este estudo justifica-se e, é importante, pois Segundo Rezende (2002) 
a organização Mundial de Saúde afirma que 85% das pessoas do mundo utilizam 
plantas medicinais para tratar da saúde, 80% das pessoas dos países em 
desenvolvimento no mundo dependem da medicina tradicional e/ou complementar 
para suas necessidades básicas de saúde, e que cerca de 85% da medicina 
tradicional envolvem o uso de extratos de plantas. Acredita-se, ainda, que 
aproximadamente 60% da população mundial recorrem quase que exclusivamente às 
plantas medicinais como recurso terapêutico. 
 KLEIN e et a, destaca a importância de se ter um conhecimento atualizado 
das condições de saúde e dos usuários de terapias disponibilizadas no Brasil, 
tornando-se uma ferramenta útil para que diretrizes sejam traçadas para melhorar a 
qualidade de vida da população cujas ações devem ser estabelecidas na conquista 
desta meta. Além disso, a fitoterapia, por ser prática tradicional de saúde e já revelada 
em diversos estudos como de utilidade terapêutica para uma parcela significativa da 
população, poderia atender às várias demandas cabendo aos governos assegurarem-
lhe uma sustentabilidade (TOMAZZONI et al., 2006). 
 Entretanto, vale destacar resultados dos estudos de Alexandre et 
al., (2008) em que descreveu que os conhecimentos empíricos acumulados no 
passado (tradição cultural) e os científicos desenvolvidos, ao longo do tempo, 
 
8 
 
 
 
 
principalmente com a condução de ensaios clínicos randomizados, mostram que as 
plantas medicinais e os medicamentos fitoterápicos podem, também, provocar efeitos 
adversos, toxicidade e apresentar contraindicações de uso. 
A fitoterapia é tão antiga quanto à história da humanidade, tendo surgido 
independentemente em grande parte dos povos, fazendo parte da evolução humana, 
sendo o primeiro recurso terapêutico utilizado. A mais antiga referência conhecida 
sobre o uso das plantas data de mais de sessenta mil anos. 
Animais silvestres dificilmente se enganam ao distinguir plantas tóxicas de 
espécies alimentares. Acredita-se então que, ao observar o comportamento dos 
animais, o homem pré-histórico descobriria as propriedades curativas das plantas 
aprendendo que algumas eram terapêuticas e outras venenosas. Como exemplo, cita-
se a observação de religiosas sobre os efeitos excitantes nos herbívoros domésticos 
que ingeriam cafeeiros selvagens (Coffea arábica L.). Essa observação promoveu o 
incentivo à utilização desses vegetais a fim de prolongar o estado de vigília a que 
eram submetidas por conta de suas ocupações. 
Nas referências históricas sobre plantas medicinais, verifica-se a existência de 
relatos de sua utilização em praticamente todas as antigas civilizações e, bem antes 
de surgirem às formas de escrita, as plantas já eram utilizadas pelo homem como 
alimento e/ou remédio. Tiveram sucessos e fracassos, com curas, mortes e/ou 
desencadeamento de efeitos colaterais em suas experiências com ervas. 
 REZENDE et al. (2002) cita em suas declarações que a fitoterapia é algo 
bastante antigo, de épocas remotas, tem como referências desse conhecimento de 
uso de plantas há mais de sessenta mil anos, sendo considerado que as primeiras 
descobertas foram feitas por estudos em ruínas do Irã, já existiam farmacopeias que 
reuniam as ervas e suas indicações terapêuticas na china a aproximadamente a 3.000 
a.C. 
As primeiras descobertas foram realizadas por estudos arqueológicos em 
ruínas do Irã. Na China, teve início por volta de 3000 a.C., quando o imperador Cho-
Chin-Kei descreveu as propriedades do Ginseng e da Cânfora. 
No Egito, muitos médicos utilizavam as plantas como medicamento e 
consideravam a doença como resultado de causas naturais, não como consequência 
 
9 
 
 
 
 
dos poderes de espíritos maléficos, mostrados em antigos papiros datados de 2000 
a.C. Em um papiro que data de cerca de 1500 a.C., mencionou-se aproximadamente 
700 drogas diferentes, dentre elas extratos de plantas, metais como cobre e chumbo 
e venenos de animais de diversas procedências. Foram também mencionadas nesse 
mesmo papiro fórmulas específicas para doenças conhecidas e, dentre as espécies 
existentes na lista, incluem-se algumas utilizadas por até hoje por fitoterapeutas. 
Desde 2300 a.C., outros relatos mostraram que os egípcios, hebreus e assírios 
cultivavam várias ervas e traziam outras de suas expedições, e com elas produziam 
classes de medicamentos. 
Na antiga Grécia, as plantas e o seu valor terapêutico ou tóxico também eram 
muito conhecidos, segundo autores. Hipócrates (460-377 a.C.), conhecido como o 
"Pai da Medicina", reuniu em sua obra Corpus Hipocratium os conhecimentos médicos 
de seu tempo, com indicações do medicamento vegetal e o tratamento adequado para 
cada doença. 
Na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada 
em 1978, como parte do plano de ação da OMS para atender o objetivo 
“Saúde para todos no ano 2000”, foi incentivada a valorização das terapias 
tradicionais, entre elas a fitoterapia, reconhecidas como recursos possíveis, 
mais fáceis e economicamente viáveis de aumentar a cobertura de atenção 
primária à saúde. (OPS, 1978, apud BRUNING, 2012). 
No início da Era Cristã, o grego Dioscórides, em sua obra "De Matéria Medica", 
catalogou e ilustrou aproximadamente 600 plantas utilizadas na medicina, em que 
descreveu a aplicação terapêutica de várias delas, sendo muitos os nomes 
apresentados por ele e utilizados ainda hoje na botânica. Essa obra é a principal 
referência ocidental para a área de fitoterapia até o Renascimento, mostrando sua 
importância. 
Há na Bíblia muitas referências a plantas curativas ou seus derivados, como o 
aloés, a mirra etc. Na Idade Média, momentos históricos ocorridos na Europa, como 
a ascensão e queda do Império Romano e o fortalecimento da Igreja Católica, 
influenciaram fortemente todo o conhecimento existente na época. Por isso, a 
medicina, o estudo e informações sobre plantas medicinais mantiveram-se parados 
por muito tempo. 
 
10 
 
 
 
 
A criação de uma política de âmbito nacional para o uso das plantas 
medicinais e dos fitoterápicos foi resultado de uma luta que remonta à época 
anterior à criação do SUS, em que diversos atores, como pesquisadores, 
gestores, profissionais de saúde e usuários tiveram papel fundamental 
(BRASIL, 2006, apud DE FIGUEIREDO, 2014). 
Vários escritos de filósofos gregos foram também esquecidos e alguns deles 
recuperados somente no começo do século XVI por meio de versões em árabe. Foi 
assim que se tornou obrigatória na época consultas às obras de Dioscórides, 
Columela, Galeno e Plínio. Relata-se, ainda, que a arte da cura teve um grande 
impulso por meio dos alquimistas, destacando-se entre eles Paracelso (nome 
verdadeiro era Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, 
desempenhou seu papel de médico e alquimista),que criou as bases da medicina 
natural, sendo um dos principais responsáveis pelo avanço da terapêutica. 
Contudo, a fitoterapia teve maior avanço a partir do século XIX, graças ao 
progresso científico na área da química, permitindo a análise, identificação e 
separação dos princípios ativos das plantas. 
Devido à evolução e sofisticação da fitoterapia no decorrer dos anos, o 
conhecimento das propriedades curativas das plantas não pode mais ser considerado 
apenas como tradição passada de geração para geração, mas como ciência que tem 
sido estudada, aperfeiçoada e aplicada por diversos povos ao longo dos tempos. 
Assim, é de grande importância a utilização das plantas medicinais, tanto para 
a medicina quanto para a cultura. 
A fitoterapia trata da cura pelas plantas através de métodos populares. Vários 
povos de diferentes culturas perceberam nas plantas propriedades curativas que, 
quando manipuladas, proporcionavam a recuperação das pessoas. Elas produziam 
chás e cataplasmas cicatrizantes e anti-inflamatórios a partir de suas próprias 
experiências e observações, cada qual a sua maneira. 
No México, foram descobertas três múmias de crianças oferecidas aos deuses. 
Uma delas sofria com sinusite e a subida da montanha lhe causava muito mal-estar. 
Para que ela alcançasse o topo e cumprisse seu destino, eram lhe oferecidas folhas 
de “coca” para mastigar. Entorpecida, ela poderia continuar em seu caminho sentindo 
menos dores. 
http://www.dicasdemassagem.com.br/fitoterapia-o-que-e-e-para-que-serve
 
11 
 
 
 
 
Já no Oriente, segundo relatos bíblicos, a Jesus teria sido oferecido vinagre, 
uma bebida natural obtida a partir da fermentação de frutas que serviria para o mesmo 
propósito da folha de coca, indicando os conhecimentos de fitoterapia daquele povo. 
Segundo FRANÇA et al. (2007), os usos de remédios caseiros vêm desde as 
tribos primitivas onde as mulheres extraiam os princípios ativos das plantas para o 
uso no tratamento das doenças. Foram surgindo papéis dentro das comunidades e 
dentre eles podemos citar o do curandeiro que guardava as informações de 
substâncias com zelo e transmitindo as informações a pessoas selecionadas que 
julgavam preparadas. O autor relata ainda a contribuição do inspirador Chinês Shen 
Nung datado do período 2838-2698 a.C que catalogou 365 ervas medicinais e 
venenos, usados por expiração Taoista de Pan Ku, considerado o deus da criação. 
 Segundo YUNES & CALIXTO (2001), a história da fitoterapia foi dividida em 
três períodos, sendo o primeiro período de 1800 a 1900 aproximadamente, o segundo 
de 1900 até 1970/1980, e o terceiro período de 1970 a 1980. 
 O primeiro período de 1800 a 1900 compreendeu o final do século XVIII e 
princípio do século XIX, este período foi marcado pelo início dos estudos de Bavoisier, 
considerado fundador da química moderna, Berzelins, pioneiro no domínio de estudos 
da química moderna, e os trabalhos analíticos de Liebig e outros que fundaram a 
Química orgânica moderna. Foi um período onde os químicos encontraram limitados 
recursos, se dedicando em isolar e determinar a estrutura de compostos ativos de 
plantas, conhecidas e experimentadas pela população naquela época. Dentro dos 
compostos isolados podemos citar a morfina isolada em 1803 por Seturner, a codeína 
em 1932 por Robiquet e a Papaverina em 1948 por Merck todos da planta Papaver 
somniferum, a efedrina por Nagai em 1887, da Ephedra Sinica, potente 
broncodilatador. A Atropa Belladonae conhecida desde o início do século XVI através 
do constituinte ativo foi determinada como alcaloide hyoscyamina, já na Valeriana 
oficcinalis citada em trabalhos nos séculos IX e X, foram isolados compostos com 
ação sedativa, dentre outros como a Digitalis Purpure, a Cinchona Calisaya, utilizada 
como antimalárica no Peru. Em 1898, Felix Hoffman, sintetizou um composto isolado 
formando o Ácido Acetil Salicílico (YUNES; CALIXTO, 2001). 
 
12 
 
 
 
 
 O segundo período de 1901 a 1970/80 foi marcado pelo avanço e 
contribuição das plantas para a medicina com a descoberta de novos compostos 
importantes para a saúde da população onde podemos citar como agente hipnótico o 
barbital, como anestésicos locais a amilocaína e procaína, como anticonvulsivante o 
fenobarbital, difenil- hidantoína, como anti-infeccioso, o prontosil, demonstrando 
posteriormente que o composto se decompunha à sulfanilida como a verdadeira 
substancia ativa, tornando-se de grande importância durante a segunda guerra até a 
descoberta dos antibióticos que após a guerra vários fármacos, de origem sintética, 
foram desenvolvidos tornando se muito importantes para a humanidade, dentre os 
produtos naturais aparecem somente os antibióticos obtidos dos fungos como a 
penicilina, a actinomicina, a estreptomicina e a bacitrina, o cloranfenicol, a neomicina, 
dentre outros (YUNES;CALIXTO, 2001). 
 De acordo com FRANÇA et al. (2007), no século XIX foi permitido sintetizar 
novas substâncias orgânicas em laboratórios, fator esse que foi determinante para a 
revolução industrial e tecnológica que levou a produção de fármacos à medida que 
foram sendo explorados derivados puros e concentrados de plantas, porém os 
médicos passaram a priorizar drogas sintéticas, desconsiderando o papel da 
fitoterapia. 
Como é comum em outras políticas sociais no Brasil, existe uma lacuna entre 
a garantia político-legal de um direito e seus resultados no cotidiano dos 
cidadãos. Portanto, para os povos indígenas, a existência de seu próprio 
subsistema de políticas e serviços parece ter tido pouco impacto na melhoria 
das condições de saúde5. Sua situação continua precária, marcada pela 
persistência de doenças parasitárias e infecciosas que coexistem com uma 
transição nutricional e epidemiológica acelerada na qual surgem novas 
doenças, incluindo síndromes crônicas, sobrepeso e obesidade, distúrbios 
mentais e comportamentais e causas externas de doenças e morte. 
(LANGDON, 2017, apud BASTA, 2012). 
 
 O terceiro período, de 1970/1980 até o presente; época em que uma série 
de problema que deviam ser solucionados, como a diminuição das chances de 
encontrar novos fármacos pelo método screening, com relação ao aumento 
considerável dos custos para se obter novos fármacos, colocando como exemplo que 
para obter um novo anticonvulsivante seria necessário aproximadamente 400 mil 
 
13 
 
 
 
 
compostos, para obter um antiviral aproximadamente 400 milhões de compostos, 
números esses que aumentaram os custos para a obtenção dos fármacos 
aumentando de U$ 4 milhões de 1960, a U$ 40 milhões em 1980, hoje calcula-se que 
estes valores estejam entre U$ 300 e U$ 500 milhões (YUNES & CALIXTO, 2001) 
 De acordo com LOURES et al. (2010), o Ministério da Saúde desde o ano de 
1995 instituiu e normatizou no Brasil o registro de fitoterápicos, sendo considerado 
assim todo produto tecnicamente obtido e elaborado, onde utiliza as matérias primas 
ativas vegetais com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnóstico, com 
benefícios para o usuário. 
2.1 Benefícios da fitoterapia 
A fitoterapia trata diversos tipos de doenças através da manipulação de flores 
e plantas de todas as espécies já estudadas. Seus princípios ativos podem ser 
aproveitados através da infusão de folhas para chás, banhos, ou, preparo para 
cataplasmas. Um dos maiores benefícios da fitoterapia, e motivo pelo qual muitas 
pessoas têm se interessado pelo tratamento, é a forma natural utilizada para 
manipular as plantas. O processo utilizado pela fitoterapia é popular, e não 
farmacológico, o que significa que o produto desta manipulação é livre de elementos 
sintéticos. 
As plantas são muito úteis no combate de infecções, insônia, estresse, dores, 
distúrbios intestinais, distúrbios hormonais, contusões, problemas respiratórios, baixa 
imunidade, emagrecimento, gripes ou resfriados, e, muitos outros tipos de doenças. 
Os elementos sintéticos,que constituem os medicamentos tradicionais, 
potencializam a ação ativa da matéria prima contra as doenças oferecendo um prazo 
mais curto para a cura, mas, podem oferecer também, dependência e reações 
adversas, que vão desde um desconforto estomacal a alergias na pele, entre outros 
sintomas típicos. 
Já, a atuação dos chás, cataplasmas, e outros tipos de preparos produzidos 
pela fitoterapia, possuem ação mais lenta no organismo, e oferecem menos riscos de 
dependência química, enquanto as reações adversas são bem menos frequentes. 
http://www.dicasdemassagem.com.br/fitoterapia-e-homeopatia-qual-a-diferenca
http://www.dicasdemassagem.com.br/fitoterapia-o-que-e-e-para-que-serve
 
14 
 
 
 
 
3 CARACTERÍSTICAS GERAIS E USO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS 
 
Fonte: centroflora.com.br 
As preparações dos fitoterápicos normalmente são através da maceração ou 
destilação (óleos voláteis). Normalmente os extratos fluidos são extraídos com etanol 
e com água ou através de etanol e água, nos extratos sólidos, o processo se dá pela 
evaporação e depois processados até a secura. Em alguns casos são concentrados 
por etapas fito químicas complexas, no caso do Ginkgo Biloba onde são processadas 
50 partes da matéria prima para a obtenção de uma parte de material seco 
padronizado, ou seja, plantas associadas com homeopáticos não são considerados 
medicamentos fitoterápicos. 
Do ponto de vista legal, o momento que demarca o início do processo de 
inserção da Fitoterapia nos serviços de saúde ocorreu em 1988, quando a 
Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (CIPLAN), 
através da Resolução nº 08, disciplinou a introdução da Fitoterapia nos 
serviços de saúde (BRASIL, 2006, apud DE FIGUEIREDO, 2014). 
Os medicamentos fitoterápicos possuem ação terapêutica lenta, não sendo 
recomendado seu uso nas emergências médicas. Os fitoterápicos normalmente são 
utilizados pela população para doenças como gripe, problemas digestivos e 
intestinais, doenças circulatórias, insônia, como tônicos, e no tratamento da fadiga e 
do cansaço. Poucos foram os fitoterápicos até hoje que possuem estudos 
 
15 
 
 
 
 
cientificamente comprovados. Podemos observar ainda a disponibilidade de matéria 
prima para a fabricação de medicamentos fitoterápicos, o que é um problema pela 
dificuldade, fato que não se repete com os medicamentos sintéticos, e ainda podemos 
ver que ao contrário dos medicamentos sintéticos poucos fitoterápicos objetos de 
estudos clínicos são realizados como duplo cego, aleatórios e bem controlados com 
padrões aceitos internacionalmente (YUNES; CALIXTO, 2001). 
Segundo BALBINO E DIAS (2010) os medicamentos preparados com plantas 
medicinais podem causar reações adversas ou toxicidade se for utilizado com outros 
medicamentos. Relatar diagnóstico errado, tentando pressupor a espécie das plantas, 
pode causar superdose terapêutica e reações adversas, podendo ser perigoso. 
Existe certa dificuldade em perceber os efeitos colaterais das plantas 
medicinais tanto pelo usuário como pelo profissional da saúde. Nos Estados Unidos e 
Inglaterra, já existe uma subnotificação voluntária dos medicamentos feitos com 
plantas, devido os usuários não procurarem conduta médica para utilização dos 
fitoterápicos e seus eventos adversos. 
SIMÕES et al. (1999), relata que grande parte desses fitoterápicos são 
adquiridos em farmácia e lojas de produtos naturais, onde podemos perceber a 
diferença de um produto convencional de um natural, sendo ambos eficientes, mas os 
convencionais produzem maiores efeitos colaterais. 
Há uma generalização por parte da população de que tudo que é natural não é 
tóxico e não faz mal à saúde. Esse conceito é totalmente errado, pois existe uma 
grande parte das plantas medicinais que são prejudiciais ao organismo humano, 
possuem alto teor de toxicidade de constituinte farmacológico ativo muito tóxico 
(FRANÇA et al., 2008). 
Para a ANVISA (2009), diante de algumas notificações recebidas foram 
diagnosticados uso abusivo de fitoterápicos contendo alto teor de etanol, queimadura 
de pele relacionada ao uso tópico, dor no fígado após uso oral de ervas contendo 
etanol, convulsões e diarreias. 
Muitos fitoterápicos são usados de forma aleatória, cada vegetal em sua 
essência pode ser um alimento, veneno ou medicamento, as interações alimentícias, 
 
16 
 
 
 
 
tóxicas e medicamentosas se dão em relação à dose, via de administração e a 
finalidade em que ela foi empregada. 
O Brasil tem uma das mais ricas biodiversidades do planeta, com milhares de 
espécies em sua flora e fauna. Possivelmente, a utilização das plantas - não só como 
alimento, mas também como fonte terapêutica começou desde que os primeiros 
habitantes chegaram ao Brasil, há cerca de 12 mil anos, dando origem aos 
paleoníndios amazônicos, dos quais derivaram as principais tribos indígenas do país. 
Pouco, no entanto, se conhece sobre esse período, além das pinturas rupestres. 
Estudos demonstram que a população amazônica utiliza, com mais 
frequência, plantas medicinais para o tratamento de gripes, infecções e 
inflamações, malária e hipertensão arterial, em relação aos fármacos de 
referência. As folhas são as partes mais utilizadas, entretanto, não são únicas 
e exclusivas. Infusões e decocto são as formas de preparo mais recorrentes. 
Ademais, outras formas de preparo como o xarope, o suco, a farinha, a seiva, 
o óleo; misturadas com leite, café ou mel; também são comuns (SANTOS, et 
al, 2014, apud BEZERRA ,2016) 
As primeiras informações sobre os hábitos dos indígenas só vieram à luz com 
o início da colonização portuguesa. Com a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil 
em 1500, surgiu a primeira correspondência oficial ligada ao País a qual, escrita por 
Pero Vaz de Caminha narrando as características da terra recém-descoberta e 
enviada ao Rei de Portugal, Dom Manuel, onde relatava com notório entusiasmo o 
descobrimento de uma nova terra. Essa carta ficou conhecida como carta de 
Caminha, que é considerada a certidão de nascimento do Brasil, por ser o primeiro 
documento oficial sobre o País. 
Um pouco mais tarde, entre 1560 a 1580, o padre José de Anchieta detalhou 
melhor as plantas comestíveis e medicinais do Brasil em suas cartas aos Superior 
Geral da Companhia de Jesus descreveram em detalhes alimentos como o feijão, o 
trigo, a cevada, o milho, o grão-de-bico, a lentilha, o cará, o palmito e a mandioca, que 
era o principal alimento dos índios. Anchieta citou também verduras como a taioba-
rosa, a mostarda, a alface, a couve, falou das furtas nativas como a banana, o 
marmelo, a uva, o citrus e o melão, e mostrou a importância que os índios davam às 
pinhas das araucárias. 
 
17 
 
 
 
 
Das plantas medicinais, especificamente, Anchieta falou muito em uma "erva 
boa", a hortelã-pimenta, que era utilizada pelos índios contra indigestões, para aliviar 
nevralgias e para o reumatismo e as doenças nervosas. Exaltou também as 
qualidades do capim-rei, do ruibarbo do brejo, da ipecacuanha-preta, que servia como 
purgativo, do bálsamo-da-copaíba, usado para curar feridas e da cabriúva-vermelha. 
Outro fato que chamou atenção do missionário foi a utilização dos timbós pelos 
índios, especialmente da espécie Erytrina speciosa. O timbó, de acordo com o 
dicionário é uma "designação genérica para leguminosas e sapindáceas que induzem 
efeitos narcóticos nos peixes, e por isso são usadas para pescar. Maceradas, são 
lançadas na água, e logo os peixes começam a boiar, podendo facilmente ser 
apanhados com a mão. Deixados na água, os peixes se recuperam, podendo ser 
comidos sem inconveniente em outra ocasião". 
Quase tudo que se sabe da flora brasileira foi descoberto por cientistas 
estrangeiros, especialmente os naturalistas, que realizaram grandes expedições 
científicas ao Brasil, desde o descobrimento pelos portugueses até o final do século 
XIX. Essas grandes expedições tinham o intuito de conhecer eexplorar as riquezas 
naturais do país, conhecer a geologia e a geografia do Novo Mundo, bem como 
determinar longitudes e latitudes para a elaboração dos mapas. 
Não se sabe bem ao certo quando este método de utilização de plantas para 
tratar enfermidades surgiu, por que cada povo desenvolveu a sua própria maneira de 
curar as doenças sofridas naquelas épocas, mas, ela foi descrita primeiramente na 
China. 
O imperador Cho-Chin-Kei, há três mil anos AC, descreveu as propriedades da 
cânfora e do Ginseng, dando início a uma série de descobertas que deveriam passar 
a ser catalogadas a partir de então, tanto na China quanto em outras partes do mundo, 
como no manual árabe do ano 1334. 
 
18 
 
 
 
 
4 FITOTERAPIA CHINESA 
 
Fonte: acupunturatradicional.com.br 
A fitoterapia chinesa é uma especialidade muito comum no país. Ela se utiliza, 
não só de plantas, mas também de minerais e animais. Seus princípios são muito 
semelhantes aos da homeopatia, a não ser pelos métodos de preparação utilizados. 
Ambas as terapias se apoiam no conceito de energias e na utilização de matérias 
primas que vão além das plantas. 
Os pilares da fitoterapia chinesa são, os cinco sabores, as quatro naturezas, os 
pontos meridianos e as energias complementares (Yin e Yang). 
Esta especialidade terapêutica desenvolveu ainda, níveis de categorização que 
separavam as plantas das espécies venenosas, daquelas medicinais e, também 
relacionavam as espécies de plantas que tratavam o espírito e revigoravam o corpo. 
A Fitoterapia, literalmente terapia através das plantas, é conhecida na China há 
quase 3000 anos, época em que os livros eram escritos em pergaminhos, casco de 
tartaruga e seda. 
A identificação dos ‘primeiros médicos’ confunde-se, na História, com a figura 
de sacerdotes, xamãs e curandeiros, e isto fica claro quando verificamos que 
os males do corpo eram principalmente relacionados à interferência de 
deuses e situações místicas incompreensíveis no mundo natural. Mesmo com 
o desenvolvimento da ciência, ainda se manteve um vínculo entre a cura do 
corpo e a condição de crença do paciente em um campo sobrenatural em 
que, mediante a sua fé ou a intercessão de orações e cultos, o paciente 
 
19 
 
 
 
 
poderia encontrar a saúde, principalmente quando esgotados todos os 
recursos conhecidos. (LOPES, 1970, apud REGINATTO, 2016). 
Na época da última dinastia Han (25-220 d.C.), quando os clássicos foram 
compilados, surgiu a Matéria Medica Clássica do Esposo Divino e Discussões de 
Desordens Induzidas pelo Frio (Shang Han Lun) de Zhang Zhong Jing, os quais são 
as fontes de todas as prescrições utilizadas até hoje. 
O povo acreditava na sua habilidade de observar e entender a natureza, a 
saúde e a doença eram objetos dos princípios da ordem natural. 
O universo é composto de várias forças: a complementaridade oposta do Yin e 
Yang e os Cinco Elementos. O microcosmo humano é a miniatura destas forças. 
No Shang Han Lun o autor separa as agressões externas (vento, frio, calor, 
umidade, secura) dos fatores internos (alegria, medo, raiva, melancolia, preocupação) 
como causas das doenças. Ele distingue as energias que causam perturbações das 
infecções por penetração de um agente nocivo. 
Os primeiros registos chineses de propriedades curativas de plantas são 
atribuídos ao imperador Shen Nung da dinastia Han, que por volta do ano 
3000 a.C. escreveu um tratado que descreve 365 ervas medicinais e seu uso. 
Posteriormente, foram muitas e importantes as obras que vieram enriquecer 
o uso medicinal de plantas, que chegaram aos nossos dias no âmbito da MTC 
(Medicina Tradicional Chinesa). (MILLER, 2006, apud VENTURA, et al, 
2016). 
O respeito à milenar tradição da Fitoterapia Chinesa fez com que as fórmulas 
utilizadas hoje fossem as mesmas da Dinastia Han. Estas Fórmulas Magistrais 
encontradas nos livros em diversos idiomas são utilizadas e estudadas em quase 
todos os países. No Japão, desde 1950 o Ministério da Saúde Japonês reconhece 
148 destas fórmulas como de utilidade pública. 
Na fitoterapia chinesa, não se pensa em cura, mas sim em equilíbrio, pois o 
organismo busca a auto cura. Para isto precisamos desestagnar algumas energias 
paradas, como no caso da TPM (que para medicina chinesa é estagnação do sangue 
e a pessoa necessita de ervas, que aqueçam e melhorem a circulação do sangue, 
principalmente naquela parte do corpo). 
 
 
20 
 
 
 
 
As terapêuticas orientais buscam, sobretudo, promover o bem-estar e 
prevenir agravos, com vantagens para uma intervenção precoce, por 
combinar terapias e personalizar o atendimento. (WANG, 2011, apud 
KUREBAYASHI, 2016). 
O mais importante é suprir o que o corpo necessita naquele momento, seja um 
Tônico para aumentar a energia de um organismo com falta de CHI (energia), ou uma 
fórmula para sedar e ajudar a dormir melhor, restaurando esta energia, ou ainda um 
Tônico de Sangue, por que a pessoa não está se alimentando direito. Tudo isto pode 
ser visto, num diagnóstico chinês, de pulso e de língua ou no diagnóstico japonês do 
Hara. Se você fornece o que o organismo está precisando, a pessoa fica em seu 
melhor estado, com a mente clara, alegre e com energia. Fora deste estado está o 
desequilíbrio, pois saúde e bem-estar. 
Devemos conservar o que se tem de mais precioso: O corpo, a Energia Vital 
dentro do corpo, o Sangue (principalmente as mulheres, pois possuem Deficiência de 
Sangue, por causa de partos e menstruações, entre outros) e a mente tranquila. Por 
isso a maioria dos fitoterápicos são de caráter preventivo. A ideia é não deixar o corpo 
adoecer. 
A Fitoterapia Chinesa é como a alquimia, para se fazer uma fórmula é preciso 
conhecer as capacidades energéticas, curativas e sinérgicas das ervas, ou seja, a 
interação de uma planta com as outras. Na formulação Chinesa existe uma erva 
Imperador, que vai determinar a ação da fórmula, as ervas Ministros, que ajudam a 
potencializar a ação do Imperador, as ervas Assistentes que são necessárias para o 
bem-estar da pessoa e cuidam do estômago para que este receba bem a fórmula, e 
por fim as ervas Mensageiras que levam as ervas para o local necessário. 
Acreditamos que trabalhar com as Fórmulas Magistrais, que pertencem na sua 
maioria a Dinastia Han, seja o modo mais eficientes de se usar a Fitoterapia Chinesa. 
4.1 Tratamentos com plantas medicinais e fitoterápicos 
A atenção primária à saúde (APS) foi definida pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS) em 1978 como “Atenção essencial à saúde baseada em tecnologia e 
métodos práticos, cientificamente comprovados e socialmente aceitáveis, tomados 
 
21 
 
 
 
 
universalmente acessíveis a indivíduos e famílias na comunidade por meios aceitáveis 
para eles e a um custo que tanto a comunidade quanto o País possam arcar em cada 
estágio de seu desenvolvimento, um espírito de autoconfiança e autodeterminação. É 
parte integral do sistema de saúde do País, do qual é função central, sendo o enfoque 
principal do desenvolvimento social e econômico global da comunidade. 
É o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com 
o sistema nacional de saúde, levando a atenção à saúde o mais próximo possível do 
local onde as pessoas vivem e trabalham, constituindo o primeiro elemento de um 
processo de atenção continuada à saúde” (Declaração de Alma-Ata, Genebra, 1998). 
Embora a medicina moderna esteja bem desenvolvida na maior parte do 
mundo, a OMS reconhece que grande parte da população dos países em 
desenvolvimento depende da medicina tradicional para sua atenção primária, tendo 
em vista que 80% dessa população utilizam práticas tradicionais nos seus cuidados 
básicos de saúde e 85% deles utilizam plantas ou preparações feitas com elas (MS, 
2007). 
A Assembleia Mundial de Saúde, em 1987, reiterou as recomendações feitas 
pela Declaração de Alma-Ata e recomendou enfaticamente aos Estados membros 
iniciar programas amplos relativos à identificação,avaliação, preparo, cultivo e 
conservação de plantas usadas em medicina tradicional; e assegurar a qualidade das 
drogas derivadas de medicamentos tradicionais extraídos de plantas, pelo uso de 
técnicas modernas e aplicações de padrões apropriados e boas práticas de fabricação 
(BPF) (MS, 2007). 
Em 1991, a OMS reforçou a importante contribuição da medicina tradicional na 
prestação de assistência social, especialmente às populações que têm pouco acesso 
aos sistemas de saúde, e solicitou aos Estados-membros que intensificassem a 
cooperação entre praticantes da medicina tradicional e da assistência sanitária 
moderna, principalmente no tocante ao emprego de remédios tradicionais de eficácia 
científica demonstrada, a fim de reduzir os gastos com medicamentos. Sugeriu, 
também, que todos esses remédios fossem aproveitados plenamente e que os 
produtos naturais, em particular os derivados de plantas, poderiam conduzir ao 
descobrimento de novas substâncias terapêuticas (MS, 2007). 
 
22 
 
 
 
 
Sendo assim, selecionamos alguns distúrbios menores, ou seja, patologias ou 
estados físicos que não são considerados graves, e sugerimos tratamentos com 
plantas presentes na Farmacopeia Brasileira. Lembramos que é necessário voltar aos 
capítulos anteriores ou o contato com o seu conselho de classe para verificar a 
possibilidade de recomendação ou prescrição de cada forma farmacêutica (droga 
vegetal, tintura, extrato seco, xarope). (PANIZZA, 2010). 
Tosse - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Gripes e resfriados - 
Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Rinite alérgica - Plantas medicinais, 
Fitoterapia e Fitoterápicos; Dor - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos (Uso 
externo); Dor - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos (Uso Interno); Cefaleia 
- Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Febre - Plantas medicinais, 
Fitoterapia e Fitoterápicos; Diarreia - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; 
Micose - Plantas medicinais, Fitoterapia e Fitoterápicos; Gastrite - Plantas medicinais, 
Fitoterapia e Fitoterápicos; Lavagem íntima - Plantas medicinais, Fitoterapia e 
Fitoterápicos. 
Em 2006, o Ministério da Saúde (MS) publicou a Política Nacional de Plantas 
Medicinais e Fitoterápicos, Decreto nº 5813, de 22 de junho de 2006, 
(BRASIL, 2006, apud OLIVEIRA, 2016). 
4.2 Formulas de fitoterapia chinesa 
A Medicina tradicional Chinesa (MTC) com mais de 5000 anos de existência 
compreende além das Fórmulas Magistrais Chinesas, a prática da acupuntura, a 
dietoterapia, exercícios e massagem. Ela nos traz o conhecimento sobre a utilização 
de substâncias em combinações perfeitas que são as Formulas Magistrais Chinesas 
(FMC) que evoluíram junto com a Humanidade. A tecnologia mais recente de extração 
das Formula Magistrais Chinesas foi desenvolvida nos anos 60, sendo atualmente 
Taiwan o maior produtor e exportador de Extratos Secos (ES) do mundo. São 
preparações complexas que utilizam ingredientes de origem vegetal, mineral e animal, 
consagradas pelo uso e com efeitos terapêuticos comprovados através de literaturas 
e compêndios chineses, provenientes do acúmulo de experiências e da melhoria de 
conclusões teóricas de gerações de médicos chineses mais atuantes. 
 
23 
 
 
 
 
Em 2005, a pesquisa global da OMS sobre a Política Nacional de Medicina 
Tradicional e Regulamento de Fitoterápicos já havia mostrado um aumento 
do uso de medicamentos alternativos e complementares em muitos países 
desenvolvidos e em desenvolvimento. A segurança e eficácia de tais práticas, 
bem como o controle de qualidade, tornaram-se preocupações importantes. 
Assim, as preparações de fórmulas chinesas têm seguido o padrão de Boas 
Práticas em Medicina Chinesa. (FAN, 2012, apud KUREBAYASHI, 2016). 
As principais características a serem observadas são nas formulações são: 
 Sob o aspecto do produto: padrão internacional seguindo a boas práticas de 
fabricação; critérios rigorosos para controle de procedência de matérias-primas; 
critérios científicos para controle de qualidade; melhor rastreabilidade. 
 Sob o aspecto farmacotécnico: maior estabilidade; menor toxicidade; maior 
dosagem. 
Sob o aspecto clínico: melhor controle de dosagem exposta; possibilidade de 
uso simultâneo de múltiplas fórmulas; possibilidade de dose de ataque alta; 
possibilidade de uso prolongado. 
4.3 Repertório dos sintomas e sinais 
A legislação de acesso ao patrimônio genético, por muito tempo, foi um dos 
principais entraves para o desenvolvimento de fitoterápicos no Brasil. A 
Medida Provisória (MP) nº 2.186-16/01 foi uma fonte de insegurança jurídica 
que ameaçava o desenvolvimento da Indústria Farmacêutica e de 
Biotecnologia no Brasil (OLIVEIRA, 2013, apud OLIVEIRA, 2016). 
Segundo estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 
aproximadamente 80% da população de países em desenvolvimento utiliza-se de 
práticas tradicionais na atenção primária à saúde e, desse total, 85% fazem uso de 
plantas medicinais (CARVALHO, 2004). Com base nesses fatos, o estudo de plantas 
medicinais como fonte de medicamentos é advogado pela OMS como parte do seu 
programa “Saúde Para Todos”. 
A pesquisa e o desenvolvimento de fitoterápicos por todo o mundo têm por 
finalidade atender as necessidades das empresas na busca de inovações levando em 
conta as seguintes informações: produtos modernos, renovação pela necessidade de 
novos lançamentos, busca de novos desenvolvimentos que atendam aos requisitos 
legais (controle de qualidade, segurança e eficácia) e aperfeiçoamento de produtos já 
 
24 
 
 
 
 
existentes. O estudo de campo e os dados dos laboratórios hoje permitem 
desenvolver terapias alternativas com bases científicas e etnofarmacológicas, 
validando o conhecimento popular relacionado a sistemas tradicionais de medicina. 
O Brasil, com seu amplo patrimônio genético e sua diversidade cultural, tem em 
mãos a oportunidade para estabelecer um modelo de desenvolvimento próprio e 
soberano no Sistema Único de Saúde (SUS) com o uso de plantas medicinais e 
fitoterápicos. Esse modelo deve buscar a sustentabilidade econômica e ecológica, 
respeitando princípios éticos e compromissos internacionais assumidos e 
promovendo a geração de riquezas com inclusão social. 
A Conferência Nacional de Saúde, instância máxima de deliberação de 
políticas de saúde, seguidamente recomendou a implantação da Fitoterapia 
e de outras práticas integrativas e complementares no SUS. Esta 
recomendação está colocada explicitamente nos relatórios da 8ª (1986), 10ª 
(1996), 11ª (2000) e 12ª (2003) (BRASIL, 2006, apud DE FIGUEIREDO, 
2014). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a 
Infância (Unicef) promoveram em 1978 a Conferência Internacional sobre a Atenção 
Primária em Saúde em Alma–Ata, no Cazaquistão, alertando para a necessidade de 
ação urgente dos governos, profissionais da saúde e desenvolvimento, bem como da 
comunidade mundial para proteger e promover a saúde dos povos no mundo. Nessa 
conferência, é recomendado aos estados-membros proceder à: 
Formulação de políticas e regulamentações nacionais referentes à utilização 
de remédios tradicionais de eficácia comprovada e exploração das possibilidades de 
incorporar os detentores de conhecimento tradicional às atividades de atenção 
primária em saúde, fornecendo-lhes treinamento correspondente (OMS, 1979). 
Ao final da década de 1970, a OMS criou o Programa de Medicina Tradicional, 
que recomenda aos Estados-membros o desenvolvimento de políticas públicas para 
facilitar a integração da medicina tradicional e da medicina complementar alternativa 
nos sistemas nacionais e atenção à saúde, assim como promover o uso racional dessa 
integração. 
Embora a medicina moderna esteja bem desenvolvida na maior parte do 
mundo, a OMS reconhece que grande parte da população dos países em 
desenvolvimento depende da medicina tradicional parasua atenção primária, tendo 
 
25 
 
 
 
 
em vista que 80% dessa população utilizam práticas tradicionais nos seus cuidados 
básicos de saúde e 85% utilizam plantas ou preparações destas. 
Em vista desses fatos, e considerando a rica biodiversidade brasileira e sua 
enorme potencialidade no que diz respeito as plantas medicinais, no ano de 2006 duas 
políticas foram publicadas para o setor de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil, 
a fim de incentivar a prática desse tipo de terapia pelos profissionais da saúde. A 
primeira foi a Portaria Ministerial MS/GM nº 971, de 03 de maio de 2006, aprovando a 
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema 
Único de Saúde (SUS), que prevê a incorporação de terapias como a homeopatia, o 
termalismo, a acupuntura e a fitoterapia nesse sistema. 
Os principais entraves da MP nº 2.186- 16/01 para a indústria farmacêutica e 
de biotecnologia são: falta de mecanismos de regularização e multas 
desproporcionais à lucratividade do produto; atrasos e aumento de custo nos 
processos de desenvolvimento; insegurança jurídica em acesso a 
conhecimento tradicional associado (por exemplo, escolha da comunidade a 
ser beneficiada); incerteza no modelo de negócio a ser estabelecido; e 
incerteza da indústria sobre futuras modificações na legislação. (OLIVEIRA, 
2013, apud OLIVEIRA, 2016). 
A segunda foi o decreto no. 5.813, de 22 de junho de 2006, que aprova 
a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e dá outras 
providências (CARVALHO, 2008). Essa Política estabelece diretrizes e linhas 
prioritárias para o desenvolvimento de ações pelos diversos parceiros em torno de 
objetivos comuns voltados à garantia do acesso seguro e do uso racional de plantas 
medicinais e fitoterápicos em nosso País. Também traça diretrizes para o 
desenvolvimento de tecnologias e inovações, assim como o fortalecimento das 
cadeias e dos arranjos produtivos. 
Para o monitoramento e a avaliação da Política Nacional de Plantas Medicinais 
e Fitoterápicos, foi criado e aprovado pela Portaria Interministerial nº 2.960, de 9 de 
dezembro de 2008, o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que 
iniciou seus trabalhos no dia 29 de setembro de 2009. Com a sua criação essa política 
tornou-se o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Com caráter 
consultivo e deliberativo, o comitê é composto por representantes do governo e da 
sociedade civil. 
 
26 
 
 
 
 
Compete ao Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos: 
I – Definir critérios, parâmetros, indicadores e metodologia voltados à avaliação 
da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), sendo as 
informações geradas no interior dos vários planos, programas, projetos, ações e 
atividades decorrentes dessa política, agora Programa Nacional; 
II – Criar instrumentos adequados à mensuração de resultados para as diversas 
vertentes da PNPMF; 
III – Avaliar a ampliação das opções terapêuticas aos usuários e a garantia de 
acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia no 
SUS; 
IV – Acompanhar as iniciativas de promoção à pesquisa, desenvolvimento de 
tecnologias e inovações nas diversas fases da cadeia produtiva; 
V – Avaliar as questões relativas ao impacto de políticas intersetoriais sobre 
plantas medicinais e fitoterápicos, tais como: desenvolvimento sustentável das 
cadeias produtivas, fortalecimento da indústria farmacêutica, uso sustentável da 
biodiversidade e repartição dos benefícios decorrentes do acesso aos recursos 
genéticos de plantas medicinais e ao conhecimento tradicional associado; 
VI – Acompanhar o cumprimento dos compromissos internacionais assumidos 
pelo País no âmbito da PNPMF; 
VII – Acompanhar a consonância da política e do programa com as demais 
políticas nacionais. 
Atualmente, o Conselho Brasileiro de Fitoterapia (Conbrafito) faz parte deste 
Comitê representando a Agricultura como Titular por meio de seu presidente em 
exercício. 
O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos contempla todas 
as etapas de produção de fitoterápicos, desde o início, com as pesquisas que 
demonstrem evidências científicas da planta para um determinado tratamento, 
passando pelo cultivo, colheita, extração, produção e comercialização do produto. Por 
envolver também a sabedoria popular, o programa não poderia deixar de lado o 
conhecimento das comunidades tradicionais. 
 
27 
 
 
 
 
No Estado de São Paulo temos também o exemplo da Lei nº 12.739/07, 
proposta pelo deputado Rodolfo de Costa e Silva, que autorizou o Poder Executivo a 
criar o Programa Estadual de Fitoterápicos, Plantas Medicinais e Aromáticas. 
O Artigo 7º diz que o Programa Estadual de Fitoterápicos, Plantas Medicinais 
e Aromáticas deverá respeitar os seguintes princípios: 
I - A pesquisa científica voltada para a identificação e a classificação de plantas 
para análise de suas qualidades terapêuticas; 
II - O cultivo de plantas medicinais; 
III - A pesquisa científica voltada para o desenvolvimento do processo de 
produção de produtos fitoterápicos; 
IV - A produção de fitoterápicos; 
V – A distribuição dos produtos fitoterápicos; 
VI - A controle de qualidade dos produtos fitoterápicos; 
VII - A divulgação dos produtos fitoterápicos com vista a orientar a comunidade 
médico-usuário da saúde a respeito de sua utilização. 
A Lei nº 12.951, de 07 de outubro de 1999 (D.O. 15 de outubro de 1999) dispõe 
sobre a Política de Implantação da Fitoterapia em Saúde Pública no Estado do Ceará. 
O Artigo 1º dessa lei diz que fica o Estado do Ceará autorizado a implantar política de 
incentivo à pesquisa e à produção de produtos fitoterápicos, com o objetivo de facultar 
ao Sistema Único de Saúde – SUS, o uso de tais medicamentos na prevenção, no 
diagnóstico e no tratamento de enfermidades específicas. Em 2007 a Assistência 
Farmacêutica no Estado foi regulamentada como Coordenadoria (Coasf – 
Coordenadoria de Assistência Farmacêutica), se tornando divisão direta do 
organograma da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o Núcleo de Fitoterapia 
(Nufito) que vem desenvolvendo atividades que vão desde a capacitação de 
profissionais para o conhecimento e cultivo das plantas à orientação científica sobre 
a utilização desses medicamentos na Farmacologia da Saúde Pública na capital e no 
interior. 
Outros Estados, como o Rio de Janeiro e a Bahia, também apresentaram seus 
programas estaduais de fitoterápicos e plantas medicinais. 
 
28 
 
 
 
 
Alguns municípios também criam suas próprias políticas públicas que 
incentivam a utilização da prática da fitoterapia como a Lei Municipal nº 14.903, de 06 
de fevereiro de 2009, que dispõe sobre a criação do Programa de Produção de 
Fitoterápicos e Plantas Medicinais no Município de São Paulo e dá outras 
providências, agora regulamentada pelo Decreto nº 51.435, de 26 de abril de 2010. 
Segundo o Decreto nº 51.435: 
Art. 3º: O Programa tem por objetivo principal proporcionar a população o 
acesso seguro: 
I – Às plantas medicinais, com a adoção de boas práticas agrícolas relativas ao 
respectivo cultivo, manipulação e produção de mudas certificadas e validadas, para 
utilização de acordo com orientação sobre o uso correto; 
II – Aos fitoterápicos, produzidos segundo legislação específica, a fim de serem 
disponibilizados, mediante prescrição de profissionais autorizados 
legalmente, médicos e cirurgiões dentistas nas suas respectivas especialidades, nas 
unidades de saúde da Secretaria Municipal da Saúde. 
Outra Lei do município de São Paulo com o mesmo intuito é a Lei nº 13.717, 
de 8 de janeiro de 2004, Projeto de Lei nº 140/01, do Vereador Celso Jatene, D.O.U. 
do município de São Paulo de 9 de janeiro de 2004, que dispõe sobre a implantação 
das Terapias Naturais na Secretaria Municipal de saúde, e dá outras providências. O 
Artigo 1º diz que fica o Poder ExecutivoMunicipal incumbido da implantação das 
Terapias Naturais para o atendimento da população do Município de São Paulo. 
§ 1º - Entende-se como Terapias Naturais todas as práticas de promoção de 
saúde e prevenção de doenças que utilizem basicamente recursos naturais. 
§ 2º - Dentre as Terapias Naturais destacam-se modalidades, tais como: 
massoterapia, fitoterapia, terapia floral, acupuntura, hidroterapia, cromoterapia, 
aromaterapia, geoterapia, quiropraxia, ginástica terapêutica, iridiologia e terapias de 
respiração. 
Em 2005, a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos, por 
meio do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos 
(DAF/SCTIE/MS) elaborou, em parceria com outros ministérios e com colaborações 
de consultores e pesquisadores, uma lista de espécies vegetais considerando as já 
 
29 
 
 
 
 
utilizadas nos serviços de saúde estaduais e municipais, o conhecimento tradicional e 
popular e os estudos químicos e farmacológicos disponíveis. Esse documento 
subsidiou, em 2008, a elaboração da Relação Nacional de Plantas Medicinais de 
Interesse ao SUS (Renisus). 
A finalidade do Renisus é subsidiar o desenvolvimento de toda a cadeia 
produtiva, inclusive nas ações que serão desenvolvidas também pelos outros 
ministérios participantes no Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, 
relacionadas à regulamentação, cultivo, manejo, produção, comercialização e 
dispensação de plantas medicinais e fitoterápicos. Terá também a função de orientar 
estudos e pesquisas que possam subsidiar a elaboração da Renafito (Relação 
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos), o desenvolvimento e a inovação na 
área de plantas medicinais e fitoterápicos. 
O valor dos produtos naturais das plantas medicinais para a sociedade e para 
a economia do Estado é incalculável. Um em quatro produtos vendidos nas 
farmácias é fabricado a partir de materiais extraídos de plantas das florestas 
tropicais ou de estruturas químicas derivadas desses vegetais. (GARCIA, 
1995, apud SOUZA, 2010). 
As espécies vegetais foram pré-selecionadas por regiões que referenciavam 
seu uso, por indicações de uso e de acordo com as categorias do Código Internacional 
de Doenças (CID-10). Essa parte inicial do trabalho foi realizada por técnicos da 
Anvisa e do Ministério da Saúde (MS), profissionais de serviços e pesquisadores da 
área de plantas medicinais e fitoterápicos, vinculados à área da saúde, representando 
as diversas regiões brasileiras. 
Todas as políticas apresentadas estimulam a adoção da fitoterapia nos 
programas federais, estaduais e municipais de saúde pública, mostrando a 
importância do aperfeiçoamento dos profissionais da saúde nessa área, que vem 
crescendo, ganhando força e confiança da comunidade. 
Nos últimos anos uma grande parte da população passou a mudar seus hábitos 
de compra: o setor de produtos naturais vem despertando a atenção de consumidores 
preocupados com a saúde e que buscam alternativas de tratamento com o mínimo 
possível de efeitos colaterais. Da mesma forma, os profissionais da saúde estão 
 
30 
 
 
 
 
procurando cada vez mais alternativas aos produtos sintéticos e alopáticos para a 
melhoria dos sintomas e o tratamento de diversas patologias. 
O efeito placebo parece atuar sobre vários sistemas de neurotransmissores, 
como opiáceos e dopamina. Regiões do cérebro, incluindo o córtex cingulado 
anterior, córtex pré-frontal dorsolateral e gânglios basais podem ser ativados, 
após a administração de placebo. A expectativa de melhoria de um paciente, 
portanto, pode influenciar os resultados, tanto quanto algumas intervenções 
ativas, e este efeito pode ser maior para procedimentos. (OKEN, 2008, apud 
KUREBAYASHI, 2016). 
Este livro foi concebido para ajudar os profissionais interessados em aplicar a 
fitoterapia em equipes multidisciplinares, tanto no sistema único de saúde (SUS) como 
na rede privada, a recomendar e/ou prescrever fitoterápicos e plantas medicinais 
segundo a legislação. A utilização da fitoterapia está cada vez mais padronizada e 
segura, constituindo uma excelente terapêutica, se utilizada com o devido 
conhecimento e responsabilidade. 
Lembramos que as legislações estão sempre sendo atualizadas, modificadas 
e/ou revogadas. As leis, resoluções, instruções normativas e outros decretos já 
apresentados e os que ainda serão citados estão atualizados até a data da publicação 
deste livro. Recomendamos que os profissionais que se utilizarem da legislação oficial 
na prescrição ou recomendação de plantas medicinais e fitoterápicos verifiquem se 
essas leis não foram alteradas ou atualizadas por outras. 
O Conselho Brasileiro de Fitoterapia (Conbrafito) sinaliza a importância da 
busca constante do aprimoramento na prescrição e/ou recomendação segura de 
plantas medicinais e fitoterápicos através de cursos, congressos, leitura de artigos 
científicos e da filiação a instituições de classe que estabeleçam, definam, reciclem e 
fortaleçam essas regulamentações. 
Os conselhos de classe são os órgãos representativos das classes 
profissionais atuantes no Estado ou País, e têm por finalidade fiscalizar o exercício de 
cada profissão. Esses conselhos fiscalizam o mercado e as profissões no que diz 
respeito à sua regulamentação. Em relação à fitoterapia, cada conselho de classe 
deve se expressar, informando aos profissionais como proceder. Para tal eles se 
baseiam: na interface que cada profissão tem com a fitoterapia, no reconhecimento 
 
31 
 
 
 
 
que a fitoterapia vem obtendo através de sua inserção em políticas públicas no 
sistema único de saúde e nas evidências científicas de suas finalidades terapêuticas. 
Atualmente, ou seja, na data da publicação deste livro, os profissionais que 
estão habilitados a prescrever fitoterápicos e plantas medicinais são: 
Médicos: Segundo o artigo 14° do Código de Ética Médica (Resolução do 
Conselho Federal de Medicina nº 1.246/88, de 08 de janeiro de 1988), o médico deve 
empenhar-se para melhorar as condições de saúde e os padrões dos serviços 
médicos e assumir sua parcela de responsabilidade em relação à saúde pública, à 
educação sanitária e à legislação referente à saúde. 
De acordo com o mesmo código de ética, é direito do médico: 
Art. 21 - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas 
reconhecidamente aceitas e respeitando as normas legais vigentes no País. 
Considerando que a fitoterapia está inserida em políticas públicas no sistema 
único de saúde como a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares 
(Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006) e o Programa Nacional de Plantas Medicinais 
e Fitoterápicos (Decreto nº 5813, de 22 de junho de 2006), o profissional médico está 
apto a utilizá-la quando achar conveniente. 
Por outro lado, vale a pena lembrar que os Médicos brasileiros que 
prescreverem terapias com o objetivo específico de conter o envelhecimento (práticas 
conhecidas como Antiaging) estarão sujeitos às penalidades previstas em processos 
ético-profissionais, podendo serem punidos até com a perda do registro profissional. 
Resolução nº1.999/12, aprovada em outubro/2012 pelo plenário do Conselho Federal 
de Medicina (CFM). 
Cirurgiões dentistas: A lei nº 5081, de 24 de agosto de 1966, do Conselho 
Federal de Odontologia, regulamenta o exercício da odontologia4. Dessa lei, 
destacamos: 
Art. 6º - Compete ao cirurgião-dentista: 
I - Praticar todos os atos pertinentes à odontologia, decorrentes de 
conhecimentos adquiridos em curso regular ou em cursos de pós-graduação; 
II - Prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, 
indicadas em Odontologia; 
 
32 
 
 
 
 
VIII - Prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves 
que comprometam a vida e a saúde do paciente (...). 
Considerando que os fitoterápicos e as plantas medicinais são apresentados 
em diversas formas farmacêuticascomo tinturas, infusões, decoctos, extratos e 
outras, o cirurgião dentista está apto a prescrevê-las dentro da odontologia. 
Além disso, em reunião realizada a 25 de setembro de 2008, o Conselho 
Federal de Odontologia emitiu a Resolução CFO - nº 82/2008, em que reconhece e 
regulamenta o uso pelo cirurgião-dentista das seguintes práticas integrativas e 
complementares à saúde bucal: acupuntura, fitoterapia, terapia floral, hipnose, 
homeopatia e laserterapia. 
Médicos veterinários: Segundo a Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, que 
dispõe sobre o exercício da profissão de médico-veterinário e cria os Conselhos 
Federal e Regional de Medicina Veterinária, capítulo II, artigo 5º: 
É da competência privativa do médico veterinário o exercício das seguintes 
atividades e funções a cargo da União, dos Estados, dos Municípios, dos Territórios 
Federais, entidades autárquicas, paraestatais e de economia mista e particulares: 
A prática da clínica em todas as suas modalidades; 
O Artigo 6º desta mesma lei diz: 
Art. 6º -Constitui, ainda, competência do médico veterinário o exercício de 
atividades ou funções públicas e particulares, relacionadas com: 
... e) a responsabilidade pelas fórmulas e preparação de rações para animais e 
a sua fiscalização. 
Desde os tempos remotos o homem tem empregado uma variedade de 
produtos, inicialmente naturais e posteriormente também sintéticos, para 
aliviar dores e outros sintomas, curar ou prevenir enfermidades. Entretanto, 
foi só a partir de meados do século XX que começou de fato a se instituir um 
controle do Estado sobre a qualidade, segurança e eficácia de 
medicamentos. (SIMÕES, 2002, apud CARVALHO, 2012). 
Enfermeiros: Embora os enfermeiros pudessem prescrever apenas mediante a 
um protocolo médico o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), atento à 
utilização de ervas medicinais na cultura popular e reconhecendo que os enfermeiros 
precisam esclarecer e educar a clientela para o uso correto da fitoterapia, emitiu o 
Parecer Informativo 004/95, em que reconhece o caráter holístico da formação do 
 
33 
 
 
 
 
enfermeiro e os aspectos ético-legais da utilização das práticas alternativas no 
cuidado ao cliente. Em 1997, o COFEN, por meio da Resolução 197, estabeleceu e 
reconheceu as terapias alternativas, entre elas a fitoterapia, como especialidades e 
ou qualificações do enfermeiro. 
É possível, portanto, que os nossos ancestrais tenham aprendido através da 
observação da natureza o valor terapêutico das plantas. Na verdade, existem 
evidências históricas e arqueológicas de que as propriedades curativas das 
plantas medicinais já eram conhecidas desde o período Neolítico (cerca de 
10.000 anos atrás). (BHATTARAM, 2002, apud ALVES, 2013). 
Contudo em junho de 2014 o enfermeiro foi surpreendido pelo Tribunal 
Regional Federal (TRF) da 1ª Região (Brasília) que anulou a Resolução 272/2002 do 
Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que possibilitava ao 
enfermeiro diagnosticar doenças, prescrever medicação e solicitar exames com 
autonomia no âmbito dos programas ou rotinas aprovadas em instituições de saúde. 
Farmacêuticos: Na prática da fitoterapia o farmacêutico é o elo entre o popular 
e o científico. A assistência farmacêutica humaniza e amplia relação entre 
profissionais prescritores legalmente habilitados e o paciente. É o amigo de plantão 
com as portas abertas, que com dedicação, compromisso, conhecimento e 
responsabilidade transforma sua farmácia em um estabelecimento de saúde e não um 
simples comércio. 
Hoje além do farmacêutico trabalhar na farmácia que é uma unidade de 
prestação de serviços assistência farmacêutica, manipulação e/ou dispensação de 
medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, 
insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos. (Lei Nº 13.021, de 8 de 
agosto de 2014), o mesmo pode trabalhar com insumos e produtos fitoterápicos que 
serão utilizados na: 
Estética: Resolução CFF Nº 573 de 22 de maio de 2013. Dispõe sobre as 
atribuições do farmacêutico no exercício da saúde estética e da responsabilidade 
técnica por estabelecimentos que executam atividades afins. 
Acupuntura: Resolução CFF nº 516 de 26 de novembro de 2009. 
Veterinária: manipulação de formulas fito veterinárias. 
 
34 
 
 
 
 
Esporte: Analise de fitoterápicos em Doping esportivo, além de manipulação e 
produção de produtos de uso interno e externo e Fitofertilizantes. 
Como já havia sido previsto pelo Conselho Brasileiro de Fitoterapia (Panizza 
2010), hoje o farmacêutico já é um profissional prescritor legalmente habilitado através 
da Resolução CFF Nº 586 de 29/08/2013 (Regula a prescrição farmacêutica e dá 
outras providências). 
A prescrição farmacêutica constitui em uma atribuição clínica do farmacêutico 
e deverá ser realizada com base nas necessidades de saúde do paciente, nas 
melhores evidências científicas, em princípios éticos e em conformidade com as 
políticas de saúde vigentes. O ato da prescrição farmacêutica poderá ocorrer em 
diferentes estabelecimentos farmacêuticos, consultórios, serviços e níveis de atenção 
à saúde, desde que respeitado o princípio da confidencialidade e a privacidade do 
paciente no atendimento. O farmacêutico poderá realizar a prescrição de 
medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não 
exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações 
magistrais (alopáticos ou dinamizados, plantas medicinais, drogas vegetais e outras 
categorias ou relações de medicamentos que venham a ser aprovadas pelo órgão 
sanitário federal para prescrição do farmacêutico). O exercício deste ato deverá estar 
fundamentado em conhecimentos e habilidades clínicas que abranjam boas práticas 
de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia 
clínica e terapêutica. 
O grande segredo das plantas medicinais e fitoterápicos são os profissionais 
que trabalham em equipe multidisciplinar todos em conjunto visando à promoção, 
proteção e recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e de outros problemas 
de saúde. 
4.4 Farmacêutico e demais profissionais de saúde 
Encaminhar ao farmacêutico por escrito através da prescrição ou bloco de 
recomendação os produtos naturais, os fitoterápicos, cosméticos, Produtos da 
Medicina Tradicional Chinesa (RDC Nº 21, de 25 de Abril de 2014 - ANVISA) entre 
 
35 
 
 
 
 
outros, para ser orientado o Uso Seguro e Racional, nomenclatura botânica e popular, 
parte utilizada ,forma de utilização ,posologia e modo de usar, contra indicações, 
reações adversas, interação, forma farmacêutica, frequência de administração, 
duração do tratamento, dosagem, instruções adicionais, quando necessário ao Cliente 
ou Paciente. 
O registro de medicamentos é o instrumento através do qual o Ministério da 
Saúde, no uso de sua atribuição específica, determina a inscrição prévia no 
órgão ou na entidade competente, pela avaliação do cumprimento de caráter 
jurídico-administrativo e técnico-científico relacionada com a eficácia, segu-
rança e qualidade destes produtos, para sua introdução no mercado e sua 
comercialização ou consumo (BRASIL, 1967, apud NETO, 2013). 
A Resolução CFF nº 44, de 17 de agosto de 2009, que dispõe sobre boas 
práticas farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e 
da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em 
farmácias e drogarias e dá outras providências, autoriza que o farmacêutico, após ter 
realizado um serviço de atenção farmacêutica, entregue ao cliente a Declaração de 
Serviço Farmacêutico. 
A declaração de serviço farmacêutico é muito importante para registrar o 
serviço de atenção farmacêutica e pode ser muito útil por diversos motivos. Pode, por 
exemplo, funcionar como um histórico do paciente, que muitas vezes está passando 
por mais de um médico ou profissional da saúde. Pode também ser umdifusor de 
informações sobre fitoterápicos e reação adversa a medicamentos fitoterápicos 
(RAMF), produtos tradicionais fitoterápicos e proporcionar educação permanente para 
assegurar o uso racional de fitoterápicos. Isso traz mais segurança para a farmácia e 
para o farmacêutico. 
A RDC 67, de 8 de outubro de 2007, da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA), que dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de 
Medicamentos para Uso Humano em Farmácias, no item 5.17: 
5.17. Prescrição de medicamentos manipulados; 
5.17.1. Os profissionais legalmente habilitados, respeitando os códigos de seus 
respectivos conselhos profissionais, são os responsáveis pela prescrição dos 
medicamentos de que trata este regulamento técnico e seus anexos; 
 
36 
 
 
 
 
5.17.2 A prescrição ou indicação, quando realizada pelo farmacêutico 
responsável, também deve obedecer aos critérios éticos e legais previstos. (critérios 
este previstos na RDC 138/03 - ANVISA); 
Diante dessa resposta, entende-se que os fitoterápicos que constarem na 
Farmacopeia Brasileira, Formulário Nacional, Formulário de Fitoterápicos ou em obras 
equivalentes, ou ainda outro documento considerado oficial pela ANVISA, podem ser 
manipulados pela farmácia de manipulação, sem a necessidade da prescrição de um 
profissional legalmente habilitado. 
O farmacêutico poderá prescrever medicamentos cuja dispensação exija 
prescrição médica, desde que condicionado à existência de diagnóstico prévio e 
apenas quando estiver previsto em programas, protocolos, diretrizes ou normas 
técnicas, aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da 
formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de 
saúde. 
Para o exercício deste ato será exigido, pelo Conselho Regional de Farmácia 
de sua jurisdição, o reconhecimento de título de especialista ou de especialista 
profissional farmacêutico na área clínica, com comprovação de formação que inclua 
conhecimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia, 
semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica. 
É vedado ao farmacêutico modificar a prescrição de medicamentos do 
paciente, emitida por outro prescritor, salvo quando previsto em acordo de 
colaboração, sendo que, neste caso, a modificação, acompanhada da justificativa 
correspondente, deverá ser comunicada ao outro prescritor. 
O processo de prescrição farmacêutica é constituído das seguintes etapas: 
I - Identificação das necessidades do paciente relacionadas à saúde; 
II - Definição do objetivo terapêutico; 
III - seleção da terapia ou intervenções relativas ao cuidado à saúde, com base 
em sua segurança, eficácia, custo e conveniência, dentro do plano de cuidado; 
IV - Redação da prescrição; 
V - Orientação ao paciente; 
VI - Avaliação dos resultados; 
 
37 
 
 
 
 
VII - Documentação do processo de prescrição. 
No ato da prescrição, o farmacêutico deverá adotar medidas que contribuam 
para a promoção da segurança do paciente, entre as quais se destacam: 
I - Basear suas ações nas melhores evidências científicas; 
II - Tomar decisões de forma compartilhada e centrada no paciente; 
III - considerar a existência de outras condições clínicas, o uso de outros 
medicamentos, os hábitos de vida e o contexto de cuidado no entorno do paciente; 
IV - Estar atento aos aspectos legais e éticos relativos aos documentos que 
serão entregues ao paciente; 
V - Comunicar adequadamente ao paciente, seu responsável ou cuidador, as 
suas decisões e recomendações, de modo que estes as compreendam de forma 
completa; 
VI - Adotar medidas para que os resultados em saúde do paciente, decorrentes 
da prescrição farmacêutica, sejam acompanhados e avaliados. 
Para milhões de pessoas, as plantas, os tratamentos tradicionais e as 
práticas da medicina tradicional representam a principal fonte de atenção à 
saúde e às vezes a única (OMS, 2013, apud MACEDO, 2016). 
A prescrição farmacêutica deverá ser redigida em vernáculo, por extenso, de 
modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais, 
sem emendas ou rasuras, devendo conter os seguintes componentes mínimos: 
I - Identificação do estabelecimento farmacêutico ou do serviço de saúde ao 
qual o farmacêutico está vinculado; 
II - Nome completo e contato do paciente; 
III - Descrição da terapia farmacológica, quando houver, incluindo as seguintes 
informações: 
a) Nome do medicamento ou formulação, concentração/dinamização, forma 
farmacêutica e via de administração; 
b) Dose, frequência de administração do medicamento e duração do 
tratamento; 
c) Instruções adicionais, quando necessário. 
 
38 
 
 
 
 
IV - Descrição da terapia não farmacológica ou de outra intervenção relativa ao 
cuidado do paciente, quando houver; 
V- Nome completo do farmacêutico, assinatura e número de registro no 
Conselho Regional de Farmácia; VI - local e data da prescrição. 
A prescrição de medicamentos, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), 
estará necessariamente em conformidade com a Denominação Comum Brasileira 
(DCB) ou, em sua falta, com a Denominação Comum Internacional (DCI). 
A prescrição de medicamentos, no âmbito privado, estará preferentemente em 
conformidade com a DCB ou, em sua falta, com a DCI. 
É vedado ao farmacêutico prescrever sem a sua identificação ou a do paciente, 
de forma secreta, codificada, abreviada, ilegível ou assinar folhas de receituários em 
branco. 
Os fitoterápicos sempre se destacaram por representarem uma parcela 
significativa no mercado de medicamentos. Globalmente, o setor movimenta 
US$ 21,7 bilhões por ano. No entanto, não existem no Brasil dados oficiais 
atualizados, embora, estima- se que esse mercado movimente cerca de US$ 
160 milhões por ano. As vendas de fitoterápicos internamente tem crescido 
15% anuais, contra 4% das vendas dos medicamentos sintéticos. Em toda a 
cadeia produtiva, o setor de medicamentos fitoterápicos movimenta 
anualmente em torno de R$ 1 bilhão (CARVALHO et al., 2008, apud 
CARNEIRO, 2014). 
Será garantido o sigilo dos dados e informações do paciente, obtidos em 
decorrência da prescrição farmacêutica, sendo vedada a sua utilização para qualquer 
finalidade que não seja de interesse sanitário ou de fiscalização do exercício 
profissional. 
No ato da prescrição, o farmacêutico deverá orientar suas ações de maneira 
ética, sempre observando o benefício e o interesse do paciente, mantendo autonomia 
profissional e científica em relação às empresas, instituições e pessoas físicas que 
tenham interesse comercial ou possam obter vantagens com a prescrição 
farmacêutica. 
É vedado o uso da prescrição farmacêutica como meio de propaganda e 
publicidade de qualquer natureza. (Resolução CFF Nº 586 de 29/08/2013) 
Nutricionistas: A Resolução nº 525 do Conselho Federal de Nutrição, de maio 
de 2013, revogou a Resolução nº 402 do Conselho Federal de Nutrição, de 30 de julho 
 
39 
 
 
 
 
de 2007, que regulamentava a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de plantas in 
natura frescas, ou como droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas e dá 
outras providências. 
Desta forma, o nutricionista tem em mãos a oportunidade, tanto da prescrição 
de 2 a 4 gramas diárias de alho (Allium sativum) fresco na dieta do paciente 
hiperlipidêmico e hipertenso, como também prescrever o alho nas suas diversas 
formas farmacêuticas como tintura, extrato seco e óleo, de acordo com a necessidade 
e adequação ao caso. A fitoterapia pode ser utilizada na terapia nutricional como 
estratégia complementar à prescrição dietética elaborada, desde que os fitoterápicos 
prescritos tenham indicações de uso relacionadas com o campo de atuação do 
profissional nutricionista, ou seja, uso via oral, além de ter embasamento em estudos 
científicos ou em uso tradicional reconhecido da planta medicinal. Dessa maneira 
ficam não disponíveis as formulações tópicas e

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