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TEORIA GERAL DO PROCESSO U2- PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DO PROCESSO U2S2 – Princípios do processo II ÉTTORE DE LIMA Luta do homem contra o tempo... Pode-se dizer que antiga é a luta do homem contra o tempo. Tal luta se verifica de forma clara no processo, em que sempre haverá uma lesão ou ameaça de lesão necessitando de amparo jurisdicional. Instaurado o conflito entre as partes e tendo estas procurado o Poder Judiciário para resolvê-lo, tem-se que toda a máquina jurisdicional deverá atuar para que o tempo necessário ao deslinde do litígio não gere consequências ainda piores ao direito que está sendo violado ou ameaçado. Princípios da celeridade processual ❖ Qual o motivo da existência? ❖ Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica, de 22 de novembro de 1969), ratificado no país em 26 de maio de 1992; ❖ O que é uma duração razoável do processo? ❖ O Poder judiciário tem prazos para cumprir? E as partes? Princípios da celeridade processual ❖ CONCEITO: o direito da pessoa ser ouvida, com as devidas garantias, dentro de um prazo razoável. ❖MECANISMOS: Os arts. 115, 117 e 125, da Constituição Federal, ganharam novos parágrafos, no sentido de proporcionar descentralização de Tribunais Regionais Federais e Tribunais Regionais do Trabalho, além de Tribunais de Justiça, com o objetivo de otimizar os julgamentos. Outra questão que busca a agilização dos procedimentos é a adoção de Súmulas Vinculantes, e vinculação de juízes a decisões proferidas pelo STJ e STF, especialmente as súmulas e recursos repetitivos julgados. ❖PROBLEMAS: cultura de litigância no Brasil → adoção de tecnologias para julgamentos mais céleres. Princípios da celeridade processual O princípio da celeridade processual tanto pode ser analisado com o viés puramente econômico (não se condicionar o exercício do direito de ação a custas processuais elevadas, por exemplo) como também sob o ponto de vista da prestação jurisdicional em si (obtenção do máximo de resultado na atuação do direito com o mínimo emprego possível de atividade jurisdicional). ❖ CUIDADO: princípio da celeridade processual é diferente do princípio da razoável duração do processo, apesar de serem bastante parecidos. Princípio da instrumentalidade das formas • Atribui ao processo o caráter instrumental que efetivamente possui, concedendo maior relevância ao direito material discutido nos autos. Decorrência direta desse princípio é a sanabilidade de vícios que permeia todo o diploma processual. • [...] não é conveniente considerar o ato nulo somente porque praticado em desconformidade com a forma legal. O essencial é verificar se o desrespeito à norma legal para a prática do ato afastou-o de sua finalidade, além de verificar se o descompasso entre o ato como foi praticado e como deveria ser praticado segundo a forma legal causou algum prejuízo. Princípio da imparcialidade do juiz ✓ Deverá ser o julgador da causa imparcial, no sentido de não poder direcionar a solução do conflito para nenhuma das partes. • Assim, a imparcialidade é uma garantia de lisura para as partes. As partes, portanto, “têm o direito de exigir um juiz imparcial – e o Estado, que assumiu a responsabilidade do exercício da função jurisdicional, tem o correspondente dever de agir com imparcialidade na solução das causas que lhe são submetidas”. Princípio da isonomia entre as partes • O juiz – justamente por agir de forma imparcial – deverá tratar as partes com igualdade. Trata-se da aplicação, no campo processual, da garantia prevista no caput do art. 5º, da Constituição Federal, segundo o qual “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Princípio do contraditório e da ampla defesa • O princípio do contraditório manifesta-se no sentido formal e material. No sentido formal, proporciona a possibilidade da parte participar do processo. Contudo, essa participação não é apenas no sentido de poder se manifestar. Essa manifestação deve ser levada em consideração pelo juízo na prolação de sua decisão, e a participação das partes deve efetivamente ser considerada na fundamentação do juízo. • O princípio da ampla defesa, embora elencado no mesmo dispositivo que o art. 5º, inciso LV da Constituição Federal, não se confunde com o princípio do contraditório tratado acima. Princípio da disponibilidade e indisponibilidade • A liberdade que o jurisdicionado tem de exercer ou não seus direitos, noção essa que é inteiramente aplicável ao direito processual. Tal princípio somente sofrerá limitações quando o próprio direito material for de natureza indisponível.
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