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Livro artigo Psicoterapia e Coaching - L 73-2020

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S A Ú D E
E M D E B A T E
COLETÂNEA DE ARTIGOS
MULTITEMÁTICOS
VOLUME II
Frederico C. Barbosa
Editora Conhecimento Livre
Frederico Celestino Barbosa 
Saúde em debate: coletânea de artigos multitemáticos
1ª ed.
Piracanjuba-GO
Editora Conhecimento Livre
Piracanjuba-GO
Copyright© 2020 por Editora Conhecimento Livre
1ª ed.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Barbosa, Frederico Celestino
B238S Saúde em debate: coletânea de artigos multitemáticos
/ Frederico Celestino Barbosa. – Piracanjuba-GO
Editora Conhecimento Livre, 2020
287 f.: il
DOI: 10.37423/2020.edcl73
ISBN: 978-65-86072-91-4
Modo de acesso: World Wide Web
Incluir Bibliografia
1. Medicina 2. Enfermagem 3. Fisioterapia 4. Nutrição 5. Psicologia I. Barbosa, Frederico Celestino 
II. Título
CDU: 613
https://doi.org/10.37423/2020.edcl73
O conteúdo dos artigos e sua correção ortográfica são de responsabilidade exclusiva dos seus 
respectivos autores.
EDITORA CONHECIMENTO LIVRE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corpo Editorial 
 
 
 
 
 
 
 
Dr. João Luís Ribeiro Ulhôa 
 
 
Dra. Eyde Cristianne Saraiva-Bonatto 
 
 
 
MSc. Anderson Reis de Sousa 
 
 
 
MSc. Frederico Celestino Barbosa 
 
 
 
MSc. Carlos Eduardo de Oliveira Gontijo 
 
 
 
MSc. Plínio Ferreira Pires 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Editora Conhecimento Livre 
Piracanjuba-GO 
2020 
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 .......................................................................................................... 7
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D NA GESTAÇÃO: EVIDÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES
Tamires Cordeiro Borges
Eliane Correa da Silva
Alice Ruthe Mazutti
Erika Carolina Vieira-Almeida
DOI 10.37423/200802293
CAPÍTULO 2 .......................................................................................................... 24
A CORRELAÇÃO ENTRE AS QUEIXAS AUDITIVAS E O COMPORTAMENTO VOCAL EM 
PROFISSIONAIS DA VOZ CANTADA DEVIDO A EXPOSIÇÃO A RUÍDOS
João Vitor Lorite Caroli
Carolina Semiguen Enumo
Luciana Fracalossi Vieira
DOI 10.37423/200802347
CAPÍTULO 3 .......................................................................................................... 41
INTERFACES DA PSICOLOGIA ESCOLAR E O USO E ABUSO DE ÁLCOOL E OUTRAS 
DROGAS NA ADOLESCÊNCIA EM UM INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO
Jéssica Poliana de Oliveira Souza
Layane Machado Buosi
Renata Vilela Rodrigues
DOI 10.37423/200802359
CAPÍTULO 4 .......................................................................................................... 93
RELAÇÃO DAS CONSULTAS DE PRÉ-NATAL COM CARACTERÍSTICAS DOS DESFECHOS 
NEONATAIS
Heverty Aparecido Ribeiro
Diego Alcântara Alves
Endi Lanza Galvão
Helisamara Mota Guedes
DOI 10.37423/200802433
CAPÍTULO 5 .......................................................................................................... 104
TDAH: MITOS E VERDADES
Veridiana Catelan Mainardes
Mariana Tamy Marciano Harada
Sandra Cristina Catelan-Mainardes
DOI 10.37423/200802448
SUMÁRIO
CAPÍTULO 6 .......................................................................................................... 116
OSTEOARTROSE DO JOELHO
Antônio Saraiva da Silva Neto
Edite Alves de Souza Viana
Flávia Carolina Lasalvia da Silva
Ione Cristine Rocha Izídio
Jacqueline Iara dos Santos Xavier
Lílian Aparecida da Silva
Rafaela Gabriela Soares Pedrosa Simes
Vanessa Santos da Silva Rodrigues
Thiago Ubiratan Lins e Lins
DOI 10.37423/200802522
CAPÍTULO 7 .......................................................................................................... 132
MÉTODOS NÃO-FARMACOLÓGICOS NO CONTROLE DA DOR NO TRABALHO DE PARTO E 
PARTO: UMA AÇÃO DO ENFERMEIRO
Viviane Lourenço de Souza
Luana de Oliveira Silva
Suelen Garcia
Marjorie Max Elago Scotti
DOI 10.37423/200802532
CAPÍTULO 8 .......................................................................................................... 149
COACHING E PSICOTERAPIA: UMA ANÁLISE SOBRE AS HABILIDADES NECESSÁRIAS A 
ESSAS PRÁTICAS NA REALIDADE BRASILEIRA
Regienne Maria Paiva Abreu Oliveira Peixoto
Luane Macedo Souza Pereira
DOI 10.37423/200802538
CAPÍTULO 9 .......................................................................................................... 163
TRAUMA DE MAMILO: ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO
Beatriz Chagas Rodrigues de Almeida, Lenir Honório Soares, Lívia Keismanas de Ávila
DOI 10.37423/200802547
CAPÍTULO 10 .......................................................................................................... 166
SOFTWARE PARA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA OBSTÉTRICA: 
INTERFACE DO USUÁRIO ADMINISTRADOR
Ana Lúcia de Medeiros
Sérgio Ribeiro dos Santos
Rômulo Wanderley de Lima Cabral
Maria Bernadete Sousa Costa
DOI 10.37423/200802569
SUMÁRIO
CAPÍTULO 11 .......................................................................................................... 181
A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE VERSUS A JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE: ASPECTOS 
RELACIONADOS A TEMÁTICA
Perciliano Dias da Silva Neto
Bruno Oscar de Almeida Nogueira Schmidt
Ana Tereza Abreu Monteiro
Daniel Gustavo Guedes Pereira de Albuquerque
Ingridy Thaís Holanda de Almeida
Rafaela Leandro de Lima
Raphael Edson Dias Reginato
Willian Santos Dias
DOI 10.37423/200902575
CAPÍTULO 12 .......................................................................................................... 189
A IMPORTÂNCIA DA AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTOS REFERENTES À COVID-19 NO 
CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL
Márcia Isabel Gentil Diniz
Helena Gonçalves de Souza Santos
DOI 10.37423/200902576
CAPÍTULO 13 .......................................................................................................... 201
CONSTRUÇÃO DE CARTILHA PARA ORIENTAÇÃO À VIAJANTES
Dalila Augusto Peres
Gleudson Alves Xavier
Thays Helena Araújo da Silva
DOI 10.37423/200902581
CAPÍTULO 14 .......................................................................................................... 227
HABILIDADES NECESSÁRIAS À ENFERMAGEM PARA ATUAÇÃO EM TERAPIA INTENSIVA
Ana Patrícia Ricci
Vanessa Pinto Oleques Pradebon
Michele Batiston Borsoi
Leila Patrícia Dantas
DOI 10.37423/200902593
CAPÍTULO 15 .......................................................................................................... 248
CONSULTA DE ENFERMAGEM PUERPERAL AINDA NA MATERNIDADE: A CONSTRUÇÃO DO 
CONHECIMENTO NA VISÃO DOS ACADÊMICOS
Ana Cristina de Oliveira Abraão Santesso
Leticia Lopes Pereira
Luana Fortes Bastos
DOI 10.37423/200902616
SUMÁRIO
CAPÍTULO 16 .......................................................................................................... 250
O PAPEL DO ENFERMEIRO NA SAÚDE REPRODUTIVA E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Michele Batiston Borsoi
Isabela Cristina Fernandes de Souza
Laysa Maria Fernades de Souza
DOI 10.37423/200902659
SUMÁRIO
Saúde em debate: coletânea de artigos multitemáticos
10.37423/200802293
Capítulo 1
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D NA 
GESTAÇÃO: EVIDÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES
Tamires Cordeiro Borges Universidade de Gurupi
Eliane Correa da Silva Universidade de Gurupi
Alice Ruthe Mazutti Universidade de Gurupi
Erika Carolina Vieira-Almeida Universidade de Gurupi
http://lattes.cnpq.br/5580233329167567
 
 
Suplementação De Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
 1 
Resumo: A suplementação de vitamina D é importante para saúde materna, para desenvolvimento do 
feto e a vida pós-natal. O presente estudo teve como objetivo elucidar as complicações a saúde 
gestacional ocasionadas pela hipovitaminose D, delimitando as consequências para a gestante, para o 
concepto e para a criança, as causas que levam a essa deficiência e as recomendações do tratamento 
para manutenção da saúde materno-infantil. Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica do tipo 
exploratória, usando as bases de dados Scielo, Lilacs e PubMed, considerando os últimos 10 anos. 
Foram encontrados 25 artigos que relacionam a carência de vitaminaD na gestação com implicações 
para a gestante, para o concepto e/ou para as crianças, como pré-eclampsia, aumento da frequencia 
de parto cesárea e prematuro, diabetes mellitus gestacional, baixo peso ao nascer, pequeno para a 
idade gestacional, raquitismo, entre outros. É importante rever a deficiência de vitamina D nas mães e 
seus filhos para que sejam implantadas estratégias para a prevenção na gestação e na lactação, com o 
intuito de evitar o seu impacto no decorrer da infância 
Palavras-chave: Vitamina D; Suplementação; Saúde; Gestação; Criança 
 
 
8
 
 
Suplementação De Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
 2 
1 INTRODUÇÃO 
A gestação é um processo natural que acarreta em modificações fisiológicas no organismo feminino, 
gerando a necessidade de reposição de vitaminas e minerais, incluindo também proteínas, 
carboidratos e lipídeos. Essa suplementação é essencial para o desenvolvimento e crescimento do feto, 
uma vez que sua alimentação depende exclusivamente da ingestão nutricional materna (BASILE et al., 
2014). 
A vitamina D, ou colecalciferol, é um hormônio esteroide, cuja principal função incide na regulação da 
homeostase do cálcio, formação e reabsorção óssea, através da sua interação com as paratireoides, os 
rins e os intestinos. A principal fonte da vitamina D é representada pela formação endógena nos tecidos 
cutâneos após a exposição à radiação ultravioleta B. Entretanto, sua ingestão dietética é recomendada 
quando a exposição solar não é suficiente para alcançar as necessidades diárias (MARQUES et al., 
2010). Sua forma ativa é a 1,25-diidroxicolecalciferol, ou calcitriol, importante também na 
mineralização óssea (BUENO, 2008). 
A comunidade científica tem despertado grande interesse em evidenciar a importância da vitamina D 
no que diz respeito a homeostase, sendo que nessa última década houve um número expressivo de 
estudos relatando os aspectos moleculares da fisiologia dessa vitamina e o impacto dos distúrbios no 
sistema hormonal na saúde humana. Desse modo, diversas avaliações epidemiológicas revelam que 
boa parte da população mundial apresenta baixos níveis de vitamina D (DE CASTRO, 2011). 
De acordo Pereira e Solé (2015), a deficiência de vitamina D é considerada como um problema de 
saúde pública em diversos países, e as gestantes tem sido identificada como um grupo de alto risco, 
em que essa deficiência oscila entre 20-40% podendo causar variadas e graves complicações à gestação 
e a criança. 
A deficiência de vitamina D é crescentemente reconhecida como um importante fator na ocorrência 
de alterações metabólicas que interferem na saúde gestacional e do concepto. Por existirem poucos 
estudos que reúnem informações sobre a deficiência de vitamina D na gestação, o presente estudo 
teve como objetivo elucidar as complicações a saúde gestacional ocasionadas pela hipovitaminose D, 
delimitando as consequências para a gestante, para o concepto e para a criança, as causas que levam 
a essa deficiência e as recomendações do tratamento para manutenção da saúde materno-infantil. 
9
 
 
Suplementação De Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
 3 
2 METODOLOGIA 
Este trabalho trata-se de um estudo qualitativo/quantitativo de natureza exploratória, baseado em 
revisão de literatura, onde foi realizado um levantamento de dados científicos, por meio de artigos 
relacionados ao objeto de estudo. 
Para a seleção dos artigos empregados na presente revisão, foram utilizadas as bases de dados Scielo, 
Lilacs e PubMed, avaliando-se como período de busca os últimos 10 anos, porém não foram excluídos 
artigos mais antigos, que apresentaram fatores históricos e relevância. Foram empregados os seguintes 
termos de busca: vitamina D, 25-hidroxivitamina D, deficiência de vitamina D, hipovitaminose D, 
suplementação com vitamina D, isolados ou em associações com os termos gravidez, concepto e 
criança. Para a recuperação de um número maior de referências bibliográficas, os termos usados foram 
empregados nas línguas portuguesa e inglesa, 
O presente trabalho não implicou em riscos ao sujeito, pois se trata de uma pesquisa cujas informações 
foram obtidas em materiais já publicados e disponibilizados na literatura, não havendo, portanto, 
intervenção ou abordagem direta junto a seres humanos. Dessa forma, não foi preciso ser submetido 
para aprovação junto ao Comitê de Ética em Pesquisa, conforme a resolução CNS 466/2012. 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
A vitamina D é classificada como um hormônio secoesteroide (CHIELLINI, 2011). Também denominada 
como vitamina do sol. Para se tornar ativo, pelo fato de ser um pré-hormônio inerte, a vitamina D deve 
passar por duas hidroxilações (Figura 1): inicialmente o pré-hormônio sofre hidroxilação no fígado, no 
carbono 25 por ação da 25-vitamina D 1-hidroxilase (1-OHase), originando a 25-hidroxi-vitamina D 
(25(OH)D), chamada calcidiol. Como a 25(OH)D possui baixa atividade biológica, é transportada ao rim 
onde sofre a segunda hidroxilação, obtendo-se as formas ativas calcitriol (1-dihidroxivitamina 
D)(1,25(OH)2D) e a 24,25 dihidroxivitamina D (24,25(OH)2D), conhecido como 24-hidroxicalcidiol, pela 
ação respectiva das enzimas 1-OHase e da 24-vitamina D-hidroxilase (24-OHase), presentes nas 
mitocôndrias das células do túbulo contornado proximal (CHIELLINI, 2011). 
10
 
 
Suplementação De Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
 4 
 
Figura 1. Metabolismo resumido da vitamina D. (Fonte: Adaptada da National Academy of Sciences. 
Unraveling the Enigma of Vitamin D). 
As principais formas de vitamina D são a vitamina D2 conhecida como ergocalciferol e a vitamina D3 
como colecalciferol (Figura 2). A vitamina D2 é obtida por meio da irradiação ultravioleta do ergosterol, 
encontrado em leveduras e cogumelos. Já a vitamina D3 é obtida da irradiação ultravioleta do 
percussor do colesterol-7-dihidrocolesterol. Esta é sintetizada na pele, mas pode ser encontrada 
alimentos como peixes gordos (ex. salmão), ovo e no leite (HOLICK, 2008). Segundo Jones (2008), a 
vitamina D3 é três vezes mais eficiente em aumentar a concentração sérica da vitamina D e 
permanecer o nível desta por mais tempo, uma vez que sua vida média é de cerca de 15 dias (JONES, 
2008). 
11
 
 
Suplementação De Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
 5 
 
Figura 2. Estrutura química do ergocalciferol (vitamina D2) e do colecalciferol (vitamina D3). (Fonte: 
Adaptado de Holick, 1999). 
A principal origem da deficiência de vitamina D é a redução da sua produção endógena, ou seja, pela 
sintetização por radiação UVB. Qualquer fator que afete ou impeça a transferência de radiação causará 
a diminuição de 25(OH)D (CHICOTE; LORENCIO 2013). 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (2016), os mecanismos que levam a hipovitaminose 
D são: diminuição da síntese cutânea, através da exposição solar inadequada, pele escura, uso de 
protetor solar e roupas que cubram quase todo o corpo, poluição atmosférica e latitude; diminuição 
das atividades de hidroxilação no fígado e rins, devido a hepatopatia crônica e nefropatia crônica; 
diminuição da transferência materno-fetal, por prematuridade no parto e hipovitaminose D nas 
gestantes; e outros mecanismos, como diminuição da absorção e/ou aumento da degradação da 
vitamina D, pelo efeito de medicamentos, como anticonvulsivantes (ex: fenobarbital, fenitoína, 
carbama-zepina, oxcarbazepina, primidona), corticosteroides, antifúngicos azólicos (ex: cetoconazol), 
antirretrovirais,colestiramina, orlistat e rifampicina). 
Diversos aspectos podem ser levados em consideração quanto a exposição solar para a absorção de 
vitamina D, como radiação UVB, hora do dia, latitude, altitude, degradação do ar, pigmentação da pele 
e estação do ano (HOSSEIN et al., 2013). No verão, ao início e fim do dia, ou no inverno a qualquer 
horário do dia implicam na produção de vitamina D, devido as radiações UV-A e UV-B (GILCHREST, 
2008). 
12
 
 
Suplementação De Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
 6 
Até pouco tempo, as concentrações séricas de vitamina D (25-hidroxivitamina D ou 25-OHD) eram 
classificadas em três categorias: deficiência, insuficiência e suficiência (ELIZONDO et al., 2009), quando 
estas se apresentavam abaixo de 20 ng/mL, entre 20 e 30 ng/mL ou entre 30 e 100 ng/mL, 
respectivamente (HOLICK et al, 2011). Entretanto, recentemente a Sociedade Brasileira de Patologia 
Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia 
(SBEM) publicaram seu posicionamento oficial sobre os intervalos de referência da vitamina D (Tabela 
1), considerando valores de referência de 25(OH)D de acordo com a faixa etária e características clínicas 
individuais (FERREIRA et al., 2017). 
 
TABELA 1. Indicadores de diferentes concentrações séricas de 25(OH)D. 
Intervalos de referência 
25(OH)D 
Indicador 
> 20 ng/mL desejável para população saudável (até 60 anos) 
30 e 60 ng/mL 
 recomendado para grupos de risco, como: idosos (acima de 60 
anos), indivíduos com fraturas ou quedas recorrentes, gestantes e 
lactantes, osteoporose, doenças osteometabólicas, tais como 
raquitismo, osteomalácia, hiperparatireoidismo, doença renal 
crônica, síndromes de má-absorção, como após cirurgia bariátrica e 
doença inflamatória intestinal, medicações que possam interferir com 
a formação e degradação da vitamina D (terapia antirretroviral, 
glicocorticoides e anticonvulsivantes), neoplasias malignas, 
sarcopenia e diabetes. 
>100 ng/mL risco de toxicidade e hipercalcemia. 
Fonte: Adaptado de Ferreira et al., 2017 
A carência de vitamina D é classificada como problema de saúde pública mundial, sendo que as 
gestantes têm sido definidas como um grupo de grande risco, em que a predominância representa 
cerca de 20 a 40% (MULLIGAN, 2010). 
A gestação é um período no qual ocorrem profundas modificações endócrinas, somáticas e 
psicológicas no organismo da mulher, cujas alterações tornam a gestante passível a mudanças 
fisiológicas e patológicas. O prognóstico da gravidez é influenciado pelas condições nutricionais 
maternas, tanto no período pré-concepcional como também durante a gestação e amamentação. O 
13
 
 
Suplementação De Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
 7 
período gestacional é uma fase na qual as carências nutricionais são notáveis, resultante das 
adaptações fisiológicas da gestante e da busca de nutrientes para desenvolvimento do feto. Portanto, 
o estado nutricional materno atribui uma importância fundamental para o crescimento e 
desenvolvimento do recém-nascido (BASILE et al., 2014). 
No decorrer da gestação ocorrem modificações significantes no metabolismo do cálcio e vitamina D 
para fornecer o nutriente necessário para a mineralização óssea fetal. No percurso do primeiro 
trimestre, o feto acumula 2-3mg/dia de cálcio no esqueleto e essa taxa de acumulação dobra no último 
trimestre. No início da gravidez, a gestante adapta-se as necessidades fetais aumentando a absorção 
de cálcio, alcançando um nível máximo no último trimestre. A transferência é compensada pelo 
aumento da absorção intestinal e redução da excreção urinária de cálcio (MULLIGAN et al.,2010). 
Dados epidemiológicos têm demonstrado a existência de uma alta prevalência de deficiência de 
vitamina D em mulheres e recém-nascidos. A falta de vitamina D na gestação pode acarretar 
complicações tanto para a mãe, quanto para o concepto (QUERIDO et al., 2017). Dados da literatura, 
baseados nos últimos dez anos apresentam evidências associadas à hipovitaminose D gestacional e 
desfechos adversos que afetam tanto a saúde materna, como do concepto, estendendo-se ao decorrer 
da infância. Ao todo, foram encontrados 25 estudos que abordaram as consequências da 
hipovitaminose D associadas à gestação (Tabela 2). Restringindo-se as informações existentes, é nítido 
que está cada vez mais evidente uma relação causal entre baixos níveis de 25-OHD e conclusões 
maternos e neonatais adversas. 
Tabela 2: Consequências da hipovitaminose D em gestantes 
Autor/ano Consequências na gestação 
Mulligan et al., 2010; Shand et 
al., 2010; Hyppönen et al., 2013; 
Abedi et al., 2014; 
Pré- eclampsia 
Bodnar et al., 2009; Vaginose bacteriana 
Kumari et al., 2017 
Lapillonne, 2010 
Diabetes Mellitus Gestacional e pré- eclampsia 
Aghajafari et al., 2013; Weinert 
et al., 2015 
Diabetes Mellitus, gestacional, pré- eclampsia e vaginose 
bacteriana 
Burris et al., 2012 Diabetes Mellitus Gestacional 
Regil et al., 2016 Aumento da frequência de parto cesáreo e prematuro e pré- 
eclampsia 
14
 
 
Suplementação De Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
 8 
 
Kaushal et al., 2013 
Aumento da frequência de parto cesáreo e prematuro, 
Diabetes Mellitus Gestacional e vaginose bacteriana 
Merewood et al., 2009; Wagner 
et al., 2016 
Aumento da frequência de parto cesáreo e prematuro 
 
Wei et al., 2013 
Aumento da frequência de parto cesáreo e prematuro, 
Diabetes Mellitus Gestacional e 
pré- eclampsia 
Zhang et al., 2008 Diabetes Mellitus Gestacional 
 
Muitos estudos tem demonstrado que a deficiência de vitamina D no período gestacional está 
relacionada a complicações maternas, como pré-eclâmpsia, resistência à insulina, diabete gestacional, 
vaginose bacteriana e maior incidência de parto cesáreo (KAUSHAL, 2013). 
 A deficiência de vitamina D pode ser um marcador de comprometimento do sistema imunológico e 
maior risco de cesárea. Estudos recentes evidenciam que essa deficiência na gestante leva ao aumento 
da frequência de parto cesáreo e prematuro, provocando uma ligeira diminuição do cálcio sérico que 
está relacionado tanto ao musculo esquelético como à força muscular lisa (MEREWOOD et al.,2009; 
KAUSHAL et al.,2013; WEI et al., 2013). 
De acordo com Wagner et al. (2016), uma dosagem sérica de 25[OH]D de 40 ng/mL reduziu, 
consideravelmente, a ameaça de parto precoce em confronto com 20 ng/mL. Esses resultados 
apresentam a importância de manter os níveis de 25[OH]D acima de 20 ng/mL. Uma concentração 
sérica de 40 ng/mL durante a gestação limitaria o risco de parto imaturo e chegaria a concentrações 
sub-ótimas da vitamina ativa. 
A vitamina D tem a função de regular a secreção de insulina pelas células beta pancreáticas, sendo 
assim, afetam os níveis circulantes de glicose. Portanto, autores relatam que a deficiência de vitamina 
no início da gestação aumenta gradativamente o risco de diabetes gestacional já no final da gestação. 
Diversos fatores influenciam esse quadro, dentre eles pode-se citar: idade materna, IMC, histórico 
familiar, etnia e raça (ZHANG et al., 2008; KAUSHAL et al., 2013; WEI et al., 2013; WEINERT et al., 2015). 
A pré-eclâmpsia é um distúrbio da gestação caracterizado por hipertensão e pela presença de 
proteínas na urina. Estudos conduzidos com gestantes em que foram combinadas doses de vitamina D 
e cálcio, verificaram uma redução de até 20% do risco de desenvolver a pré-eclâmpsia, além de reduzir 
os níveis séricos de marcadores de inflamação e peroxidação lipídica. Esse efeito pode ser atribuído ao 
15
 
 
SuplementaçãoDe Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
 9 
aumento da ativação de enzimas antioxidantes e supressão do paratormônio, que influenciam a 
composição esquelética e a força da musculatura lisa (SHAND et al., 2010; MULLIGAN et al., 2010; 
KAUSHAL et al.,2013; WEI et al., 2013; KUMARI et al., 2017). 
 A vitamina D, também, é capaz intervir no desenvolvimento das doenças infecciosas no decorrer da 
gravidez. Níveis baixos de 25 (OH) D estão associados com o aumento dos casos de vaginose bacteriana 
no primeiro trimestre de gestação, apresentando resultados sobre o sistema imunológico, citocinas e 
peptídeos antibacterianos que certamente regulam a flora bacteriana. O estado nutricional de 
vitamina D foi recentemente relacionado ao sistema imunológico inato humano (BODNAR et al.,2009; 
KAUSHAL et al.,2013; WEINERT et al.,2015). 
Níveis favoráveis de vitamina D materna também são fundamentais para a saúde fetal e infantil. As 
concentrações de vitamina D no feto são sobretudo pertencentes da concentração materna, e a 
insuficiência materna pode levar a resultados desfavoráveis no concepto (Tabela 3). 
 Alguns estudos consideraram que as concentrações maternas de vitamina D estão associadas com 
o baixo peso ao nascer, pequeno para a idade gestacional, hipocalcemia e com o crescimento durante 
os anos pós-natais. A suplementação com vitamina D na gestação está relacionada com a redução do 
risco de sibilância e diabetes tipo I na criança (MULLIGAN et al., 2010; THORNE-LYMAN et al., 2012; 
AGHAJAFARI et al., 2013; SORENSEN et al., 2012). 
Tabela 2: Consequências da hipovitaminose D no concepto 
Autor/ano Consequências para o concepto 
Aghajafari et al., 2013 Pequeno para idade gestacional e baixo peso ao 
nascer 
Burris et al., 2012; Wei et al., 2013 Pequeno para idade gestacional 
Camargo et al., 2011; Dawodu et al., 
2012 
Infecções respiratórias agudas 
Chen et al., 2015; Regil et al., 2016; 
Leffelaar et al., 2010; Nobles et al., 
2015; Thorne-Lyman et al., 2012 
Baixo peso ao nascer 
Mulligan et al., 2010 Baixo peso ao nascer e hipocalcemia neonatal 
Weinert et al., 2015 Baixo peso ao nascer e infecções respiratórias agudas 
 
Níveis inferiores de 25 (OH) D3 no sangue do cordão umbilical foram associados a elevado risco de 
desenvolver doenças respiratórias agudas devido à carência imunológica. Estudos realizados em alguns 
16
 
 
Suplementação De Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
 10 
países como na Índia, nos Estados Unidos, em Bangladesh e Coreia mostraram que inúmeras crianças 
nascem com baixos níveis de 25(OH) D, em virtude da alta deficiência de vitamina D materna, variando 
de 22,3% a 73,6%. Nestes casos, foram observados um maior risco de desenvolvimento de raquitismo 
infantil (CAMARGO et al., 2011; JAIN et al., 2011). 
 A deficiência de vitamina D no decorrer da gravidez também está ligada a riscos de problemas de 
saúde mais tardiamente na infância, envolvendo doenças autoimunes e implicações significativas para 
o desenvolvimento neurológico da criança (MULLIGAN et al.,2010; CAMARGO et al.,2011; JAIN et 
al.,2011; WHITEHOUSE et al., 2012). 
É importante atentar-se aos fatores supracitados para prestar uma assistência de qualidade com vista 
à diminuição da morbimortalidade infantil ocasionada pela a deficiência da vitamina D. Portanto, a 
profilaxia deve ser iniciada desde os primeiros momentos de vida da criança, tendo em vista os 
benefícios referentes à prevenção de doenças e agravos nessa fase, principalmente relacionado a um 
relevante indicador da saúde infantil, que é o seu crescimento (LUIZ et al., 2018). 
A avaliação dos níveis séricos de 25(OH)D é o melhor indicador do estado nutricional de vitamina D. 
No diagnóstico laboratorial os métodos rotineiros mais utilizados são os imunoensaios e os 
radioimunoensaios, por serem procedimentos automatizados, mais rápidos e de baixo custo. Levando 
em consideração o método utilizado, é importante ressaltar que as exatidões dos testes variam entre 
laboratórios e entre os ensaios (CHICOTE; LORENCIO, 2013). 
Considera-se a Cromatografia Líquida Acoplada à Espectrometria de Massas (LC-MS) como método 
mais seguro na dosagem de 25(OH)D, sendo indicado pelo National Diet and Nutricion Survey (De LA 
HUNTY et al., 2010). De modo geral, todos os métodos disponíveis são aceitos para detectar deficiência 
de vitamina D grave. No entanto, nas deficiências moderadas há risco de erro que pode ser reduzido, 
levando em consideração os valores de referência de cada laboratório. Portanto é necessário que haja 
uma padronização dos métodos empregados para estudos mais aprofundados (MASVIDAL et al., 2012). 
Na maior parte dos países, a avaliação dos níveis séricos de 25(OH)D no período gestacional não é 
realizada. No entanto, em mulheres que apresentam fatores de risco para hipovitaminose D é 
recomendado que sejam avaliadas no início e na metade da gestação (PONSONBY, 2010). Sendo assim, 
diminuiria a incidência da deficiência de vitamina D na gravidez, evitando resultados negativos à saúde 
materna e fetal. Diversas organizações têm destacado e priorizado a importância de garantir níveis 
séricos de vitamina D superior a 30 ng/mL durante a gestação (PEREIRA; SOLÉ 2015; BENACHI, 2013). 
17
 
 
Suplementação De Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
 11 
Para que os níveis séricos de vitamina D se mantenham adequados, existem três fontes para a 
obtenção de 25(OH)D: a partir da exposição solar, dieta e suplementação (FRASER & MILAN, 2013). A 
exposição à luz solar fornece para a maioria das pessoas a quantidade necessária de vitamina D. A 
vitamina D produzida na pele pode durar, pelo menos, o dobro do tempo no sangue, comparada à sua 
forma ingerida (HADDAD et al., 1993). Quando um adulto é exposto a uma dose eritematosa mínima 
de radiação ultravioleta (aquela que causa uma ligeira coloração rosa na pele após 24 horas da 
exposição), a quantidade de vitamina D produzida é equivalente à ingestão de 10.000 a 25.000 UI 
(HOLICK e CHEN, 2008). 
Apesar da exposição solar constituir a principal fonte da vitamina D, devido à formação endógena nos 
tecidos cutâneos (MARQUES et al.,2010), a dieta adequada é fundamental para auxiliar a regularização 
dos níveis séricos ideias desta vitamina. Na sua forma natural, poucos alimentos contêm vitamina D. O 
óleo de fígado de peixe, os alimentos reforçados, como a margarina e os cereais matinais fortificados 
com vitamina D, peixes de águas profundas ricos em ômega-3 (salmão, atum, sardinha), ovo de galinha 
e fígado de boi são as principais fontes dietéticas de vitamina D (BUENO, 2008). 
Outra medida, de baixo custo e com grande relevância clínica é a suplementação oral, por meio de 
medicamentos contendo vitamina D isolada (PIRES, 2011). Existem várias marcas de medicamentos 
disponíveis no mercado para suplementação de vitamina D, com diferentes apresentações e 
concentrações. Quanto à dosagem da suplementação, é significativo analisar que se diferem de acordo 
com a necessidade e meta a ser atingida, faixa etária, riscos e alimentação (PIRES, 2011). 
A reposição das necessidades diárias de vitamina D, bem como o tratamento da deficiência, deve ser 
realizada para população de risco para hipovitaminose D. As crianças entre 0 a 18 meses precisam de 
uma dosagem de no mínimo 400 UI/dia de vitamina D. Da infância até aos 18 anos carecem de pelo 
menos 600 UI/dia para potencializar o desenvolvimento ósseo. Mas para manter níveis constante de 
25(OH)D, talvez seja necessário à suplementação de 1.000 UI/dia (ALVES et., 2013). 
Na fase adultaé necessária a ingestão de no mínimo 600 UI/dia de vitamina D, para o bom 
desempenho do sistema muscular e fortalecimento esquelético. Pode ser que seja necessário 
suplementar com doses de 1.500-2.000 UI/dia para manter níveis adequados de vitamina D. Acima de 
70 anos as carências de vitamina D aumentam para a escala de 800 UI/dia, atingindo doses de 1.500-
2.000 UI/dia. As gestantes e lactantes precisam de pelo menos de 600UI/dia de vitamina D para que 
possam manter níveis séricos superiores a 30ng/mL (ALVES et., 2013). 
18
 
 
Suplementação De Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
 12 
Atualmente, a Canadian Academy of Pediatrics recomenda a suplementação de 2.000 UI/dia de 
vitamina D durante a gestação e a lactação, enquanto o American College of Obstetricians and 
Gynecologists aconselha que a reposição seja feita de 1.000 a 2.000 UI/dia (CHEN et al., 2015; 
BARTOSZEWICZ et al., 2013). 
A suplementação de vitamina D é importante para saúde materna, para desenvolvimento do feto e a 
vida pós-natal, por este motivo tem sido sugerida como intervenção para proteger contra desfechos 
adversos materno-fetal. No entanto, mais estudos são necessários para avaliação dos efeitos da 
vitamina D bem como seus níveis séricos adequados para população em geral, gestantes e crianças 
(DE-REGIL et al., 2012). 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A deficiência de vitamina D é considerada um problema alarmante na saúde pública em vários países, 
trazendo consequências futuras. A carência materna de vitamina D tem sido uma das principais causas 
da hipovitaminose D em crianças e recém-nascidos, causando atrasos no desenvolvimento e chances 
de apresentar problemas que comprometem a qualidade e a expectativa de vida. No entanto, a 
deficiência de vitamina D é um estado corrigível, sendo importante assegurar que as recomendações 
existentes para a ingestão de vitamina D sejam sistematicamente garantidas. 
 Por fim, é importante rever a deficiência de vitamina D nas mães e seus filhos para que possivelmente, 
possam ser implantadas estratégias em sua prevenção na gestação e na lactação, com o intuito de 
evitar o seu impacto no decorrer da infância, visando uma possível diminuição no desenvolvimento 
futuro de doenças crônicas na fase adulta. 
 
 
19
 
 
Suplementação De Vitamina D Na Gestação: Evidências E Recomendações 
 
 
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23
Saúde em debate: coletânea de artigos multitemáticos
10.37423/200802347
Capítulo 2
A CORRELAÇÃO ENTRE AS QUEIXAS AUDITIVAS 
E O COMPORTAMENTO VOCAL EM 
PROFISSIONAIS DA VOZ CANTADA DEVIDO A 
EXPOSIÇÃO A RUÍDOS
João Vitor Lorite Caroli Centro Universitário de Maringá (Unicesumar)
Carolina Semiguen Enumo Centro Universitário de Maringá (Unicesumar)
Luciana Fracalossi Vieira Centro Universitário de Maringá (Unicesumar)
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8647554E7&tokenCaptchar=03AGdBq27AFdTFuJ
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4771436P4&tokenCaptchar=03AGdBq27Nh_cwlz
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4736349Z9&tokenCaptchar=03AGdBq24xsiH5YK
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 1 
Resumo: A exposição a sons e ruídos tem dificultado o bom desempenho de cantores, uma vez que 
eles passam horas expostos a intensidades sonoras elevadas, devido aos ensaios e apresentações 
frequentes, o que lhes causa danos à audição e, consequentemente, poderá leva-los a fazer uso 
abusivo da voz. Na prática clínica fonoaudiológica, os cantores atêm-se a cuidar da voz, esquecendo-
se, muitas vezes, de que é necessário um cuidado com a audição também. O objetivo desse trabalho 
foi de correlacionar as principais queixas auditivas e as alterações vocais devido à exposição a ruídos 
no ambiente de trabalho que podem interferir no bom desempenho dos cantores em suas 
performances. Para a realização deste estudo, foi realizada uma entrevista individual, junto à aplicação 
de um questionário com 17 questões objetivas referentes à prática musical, o histórico auditivo e o 
histórico vocal de 50 cantores, profissionais e amadores, de distintos segmentos musicais em uma 
cidade localizada no norte do Paraná. Concluiu-se que com a presença dos ruídos através de sons 
elevados no ambiente de trabalho houve correlação entre as queixas auditivas e extra-auditivas e as 
alterações vocais os quais apresentam tontura, ouvido tampado e algum tipo de zumbido referente 
aos sintomas auditivos e rouquidão, voz cansada e pigarro como as principais alterações de voz. 
Palavras-chave: Qualidade da voz, Transtornos da Audição, Ruído, Distúrbios da Voz 
 
 
25
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 2 
1 INTRODUÇÃO 
As doenças ocupacionais são aquelas que comprometem a saúde do trabalhador por meio de seu 
ambiente de trabalho (ASCARI et al., 2013). Desse modo, os cantores são expostos, com frequência, a 
elevados níveis de sons e ruídos, devido aos ensaios e apresentações, os quais têm dificultado o bom 
desempenho da profissão, uma vez que eles passam horas em contato com intensidades sonoras 
elevadas, o que pode lhes causar danos à audição e à voz. Em outras palavras, pode-se dizer que esses 
sujeitos são suscetíveis a desenvolveralguma patologia relacionada aos fatores do ambiente de 
trabalho (MENDES, MORATA e MARQUES, 2007). 
De acordo com a legislação brasileira, o art. 20 da Lei 8.213/91, as doenças ocupacionais podem ser 
classificadas como doença profissional, “produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho 
peculiar à determinada atividade e constante” e doença do trabalho, “adquirida ou desencadeada em 
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente” (LEI 
Nº 8.213, 1991). 
Na primeira década do século XXI, passou-se a estudar o adoecimento e as condições de trabalho dos 
músicos no Brasil, visando à interdisciplinaridade e à criação de programas de prevenção para a saúde 
dessa população (GERALDO E FIORINI, 2017). Em específico para os cantores, existem literaturas que 
abordam isoladamente a saúde auditiva e a saúde vocal, entretanto focar na influência que os ruídos 
possuem na audição e na voz do cantor é importante, porque o monitoramento auditivo resulta em 
uma importante ação do controle vocal, abordando os parâmetros de frequência, intensidade e 
qualidade de voz, isto é, a qualidade auditiva é influente na qualidade vocal (CALDEIRA, VIEIRA E 
BEHLAU, 2012). 
Diante desse contexto, a justificativa para a idealização desta pesquisa originou-se nas diversas queixas 
vocais dos cantores, pois muitos deles procuram o fonoaudiólogo referindo-se a problemas vocais, por 
estarem em ambientes com som intenso e fazerem uso abusivo da voz. Porém nota-se que a 
preocupação está focada na qualidade vocal e não na qualidade da audição. Além de que este tema 
aborda um problema de saúde importante na atualidade, no qual os profissionais da voz cantada estão 
inseridos constantemente, seja nos ambientes com níveis sonoros elevados, no uso frequente de fones 
de ouvido ou no abuso vocal (GERALDO E FIORINI, 2017). 
Assim, este trabalho tem como objetivo correlacionar as principais queixas auditivas e as alterações 
vocais em cantores, devido à exposição a ruídos em seu ambiente de trabalho. Para tanto, verificaram-
26
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 3 
se os recursos disponíveis para o retorno auditivo da voz do cantor, constatou-se tempo e frequência 
de exposição sonora e foi averiguado se os níveis elevados sonoros atrapalham no feedback auditivo 
da voz, durante o ato de cantar. 
2 MÉTODOS 
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Unicesumar (Centro Universitário de 
Maringá), sob o parecer nº 073045/2018. Todos os indivíduos envolvidos assinaram o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 
A amostra de conveniência foi de 50 sujeitos que se constituem cantores de diversos segmentos 
musicais, sendo eles profissionais ou amadores, em uma cidade localizada no norte do Paraná. 
Participaram do estudo 28 homens e 22 mulheres. O critério de inclusão foi baseado no fato do sujeito 
cantar com a frequência de pelo menos uma vez por semana, com banda e equipamentos de som, 
assim como fazendo uso de microfone e com público presente. Foram excluídos cantores que faziam 
parte de coral, grupos ou que cantassem a capella e/ou com frequência de apresentação inferior a 
uma vez por semana. 
O material para a coleta dos dados foi um questionário com 17 questões fechadas e múltiplas 
(Apêndice A), elaborado pelos próprios pesquisadores, adaptado da pesquisa de Reis e Semiguen 
Enumo (2015). 
Esse questionário foi dividido em três partes: a primeira delas é composta por quatro questões sobre 
as práticas musicais em relação ao tempo e à frequência dos ensaios e apresentações; a segunda, 
composta por sete questões, voltada somente à história auditiva; a terceira, constituída por seis 
questões, volta-se a aspectos relacionados à saúde vocal. As questões foram objetivas. 
A pesquisa foi realizada na Clínica de Fonoaudiologia da Unicesumar – Centro de Ensino Superior de 
Maringá –, localizada no bloco 05 da instituição, situada na Avenida Guedner, número 1610, no Jardim 
Aclimação, na cidade de Maringá–PR, com agendamento prévio dos cantores/pacientes por meio de 
contato telefônico. 
Foi realizado o contato com os candidatos à pesquisa para convidá-los a participar e, mediante a 
autorização, foi estabelecido um agendamento individual. 
27
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 4 
Esta pesquisa é de caráter quantitativo e qualitativo, e a coleta de dados aconteceu por meio de 
aplicação de questionário para obter informações da história auditiva, da história vocal e da história 
musical que cada sujeito apresenta. 
A coleta de dados deu-se após o início do agendamento, no qual cada sujeito comparecia à Clínica 
Escola de Fonoaudiologia da Unicesumar em seu horário agendado. Para cada participante, foi 
explicado o objetivo da pesquisa e foram esclarecidas todas as dúvidas quanto ao preenchimento do 
questionário. Em seguida, iniciou-se a aplicação deste, em que o indivíduo respondia as perguntas sem 
a intervenção ou a influência de terceiros. 
Os dados obtidos foram digitados em planilha do programa Microsoft Excel 2010 e analisados 
estatisticamente com o auxílio do Software Statistica Single User versão 13.2. Foram calculadas as 
medidas descritivas: média, desvio padrão, máximo e mínimo para a idade dos entrevistados. Os 
sujeitos foram numerados de um a cinquenta para que, em caso de necessidade de comparação dos 
dados, fossem identificados. 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Foram analisados dados de 50 cantores com idade média de 30,2±8,5 anos, a idade mínima foi de 18 
e a máxima de 57 anos (tabela 1). 
Metade dos entrevistados, 50,0% (n=25) têm entre 18 e 28 anos, 100% (n=50) deles participam de 
algum conjunto/banda/orquestra há três anos ou mais, 42,0% (n=21) afirmaram que o tempo médio 
de duração do ensaio é de duas horas e 30,0% (n=15) ensaiam com a banda uma vez por semana. 
42,0% (n=21) participam de apresentações semanais com a frequência de duas vezes na semana e 
38,0% (n=19) afirmaram que a duração dessas apresentações é de duas horas (tabela 1). 
Desse modo, o tempo médio que esses indivíduos passam expostos a elevados níveis de pressão 
sonora (ruídos) é de seis horas semanais com a periodicidade de três vezes na semana; entretanto, de 
acordo com as Normas Regulamentadoras (NR 15) – Atividades e Operações Insalubres (15.000-6) 
(anexo 1), os limites de tolerância para ruídos contínuos ou intermitentes, a exposição ao ruído com 
duração de duas horas não deve exceder a 95 dBNA, porque, ultrapassando tal intensidade, já traz 
malefícios à audição (TRT-2ª Região, 2010). Contudo, esta pesquisa não utilizou o decibelímetro, 
equipamento responsável por quantificar o nível de pressão sonora de um ambiente, impossibilitando 
quantificar qual a intensidade de ruído a que esses indivíduos estão sujeitos e quais são seus efeitos 
para a audição. 
28
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 5 
TABELA 1: Distribuição numérica e percentual dos indivíduos entrevistados em relação à faixa etária, 
ao gênero e ao tempo e à frequência de exposição ao ruído. 
Variáveis n % 
Faixa etária 
De 18 a 28 anos 25 50,0 
De 29 a 38 anos 19 38,0 
De 39 a 48 anos 3 6,0 
Mais de 49 anos 3 6,0 
Gênero 
Masculino 28 56,0 
Feminino 22 44,0 
Quanto tempo faz parte de algum conjunto/banda/orquestra 
Três anos ou mais 50 100,0 
Quantidade de ensaio com a banda 
Uma vez por semana 15 30,0 
Duas vezes por semana 14 28,0 
Três vezes porsemana 11 22,0 
Nunca 10 20,0 
Tempo médio de duração do ensaio 
Uma hora 13 26,0 
Duas horas 21 42,0 
Não ensaia 10 20,0 
Três horas ou mais 6 12,0 
Quantidade de apresentações semanais 
Uma vez por semana 14 28,0 
Duas vezes por semana 21 42,0 
Três vezes por semana ou mais 12 24,0 
Nunca 3 6,0 
Tempo médio de apresentação semanal 
Meia hora 9 18,0 
Uma hora 13 26,0 
Duas horas 19 38,0 
Três horas ou mais 6 12,0 
Não se apresenta 3 6,0 
 
A maioria dos cantores, 70,0% (n=35), não possui dificuldade para escutar, porém é importante 
ressaltar que 30,0% (n=15) afirmaram que possuem dificuldade. Verificou-se que 48,0% (n=24) já 
fizeram avaliação audiológica com resultado normal. Em contrapartida, observou-se que 38,0% (n=19) 
desses indivíduos nunca fizeram avaliação audiológica. 
 Diante desse contexto, dos sujeitos que possuem alguma dificuldade de escutar, nove nunca fizeram 
a avaliação audiológica, dois fizeram tal avaliação com resultado alterado, três fizeram com resultado 
29
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 6 
normal e uma pessoa fez, mas não lembra o resultado. Takishima et al. (2014) discutem dados 
semelhantes e consideram, referente ao não conhecimento da realização de avaliações audiológicas, 
que os motivos elencados por pacientes e familiares, quando questionados por não procurarem 
auxílio, são: falta de conhecimento, esquecimento, desinteresse e dificuldade financeira para realizar 
a avaliação. Mendes, Marota e Marques (2007) também constataram dados semelhantes, quando se 
referem ao cuidado com a saúde auditiva, porque de 34 indivíduos derivados em músicos, cantores e 
auxiliares de palco, “apenas 9 indivíduos (25,7%) afirmaram ter algum tipo de cuidado em relação à 
audição, e 25 (71,4%) não têm nenhum cuidado”. 
Foi possível observar que 62,0% (n=31) utilizam sistema de retorno vocal de palco, 18,0% (n=9) utilizam 
o sistema auricular individual/in ear e 12,0% (n=6) utilizam ambos. Verificou-se que 18,0% (n=9) 
possuem dificuldade de se ouvir cantando (feedback auditivo) durante apresentação/show, sendo que 
esses mesmos sujeitos são os que utilizam algum tipo de equipamento de retorno (tabela 2). Essa 
realidade descrita é justificada por Caldeira, Vieira e Behlau (2012) quando afirmam que “alguns 
parâmetros da produção vocal sofrem mudanças quando há impedimento ou interrupção do controle 
auditivo”, que, nesse caso, é o ruído, responsável por dificultar o ”monitoramento auditivo da voz, 
comprometendo a comunicação” (CALDEIRA, VIEIRA e BEHLAU, 2012). 
TABELA 2:Distribuição numérica e percentual dos indivíduos entrevistados em relação ao histórico 
auditivo, alterações auditivas e uso de retorno. 
Variáveis n % 
Percebe/possui dificuldade para escutar 
Não 35 70,0 
Sim 15 30,0 
Tem um ouvido melhor que o outro 
Sim (Orelha esquerda) 9 18,0 
Sim (Orelha direita) 10 20,0 
Não 31 62,0 
Fez avaliação audiológica 
Já fiz com resultado normal 24 48,0 
Nunca fiz esta avaliação 19 38,0 
Já fiz, mas não lembro o resultado 3 6,0 
Já fiz com resultado alterado 4 8,0 
Dificuldade de se ouvir cantando durante show/apresentação 
Não 41 82,0 
Sim 9 18,0 
Utiliza sistema de retorno vocal 
Sim (Auricular individual) 9 18,0 
Sim (Retorno de palco de chão) 31 62,0 
30
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 7 
Sim (Auricular individual e retorno de palco de chão) 6 12,0 
Não 4 8,0 
Quanto ao histórico vocal, 80,0% (n=40) dos entrevistados não possuem patologia vocal e 20,0% (n=10) 
possuem alguma patologia, sendo que três pessoas possuem mais de uma patologia vocal associada à 
outra (tabela 3). 
Um fator relevante é que 60,0% nunca fizeram o exame das pregas vocais, 68,0% (n=34) não tiveram 
acompanhamento fonoaudiológico e 40,0% (n=20) não tiveram professor de canto, mesmo utilizando 
a voz como instrumento de trabalho (tabela 3). 
Dentre os indivíduos que possuem patologia na voz, apenas um sujeito nunca realizou exame das 
pregas vocais; entretanto, assinalou a opção “outras”, por não saber qual patologia possui. Em 
contrapartida, três sujeitos assinalaram a opção de que realizaram o exame das pregas vocais e 
obtiveram resultado alterado, mas não assinalaram nenhum tipo de patologia (tabela 3). 
Observou-se também que o mesmo individuo que nunca realizou o exame das pregas vocais também 
nunca teve acompanhamento fonoaudiológico, mas está em acompanhamento com professor de 
canto. Dos demais nove sujeitos com patologia, seis já tiveram acompanhamento fonoaudiológico e 
três estão em tratamento. Quanto ao acompanhamento com professor de canto, seis já realizaram 
aulas, dois estão em acompanhamento e um sujeito nunca realizou tal acompanhamento (tabela 3). 
A maioria 72,0% (n=36) já teve alteração vocal após apresentação/show e 36,0% (n=18) têm esse tipo 
de sintoma após todo show/apresentação. 
TABELA 3: Distribuição numérica e percentual dos indivíduos entrevistados em relação ao histórico 
vocal, patologias e/ou alterações vocais. 
Variáveis N % 
Já teve/Tem patologia vocal 
Não possuo patologia vocal 40 80,0 
Fendas 3 6,0 
Outras 2 4,0 
Fendas, Cisto, Edema 1 2,0 
Fendas e cisto 1 2,0 
Nódulo 1 2,0 
Nódulo, Fendas e Sulco 1 2,0 
Cisto 1 2,0 
Fez exame da pregas vocais 
Nunca fiz avaliação 30 60,0 
Já fiz com resultado alterado 12 24,0 
Já fiz com resultado normal 8 16,0 
31
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 8 
Teve acompanhamento com fonoaudiólogo 
Não 34 68,0 
Sim (estou em acompanhamento) 5 10,0 
Sim (já estive em acompanhamento) 11 22,0 
Teve professor de canto 
Não 20 40,0 
Sim (já estive em acompanhamento) 18 36,0 
Sim (estou em acompanhamento) 12 24,0 
Alteração vocal após apresentação/shows 
Sim 36 72,0 
Não 14 28,0 
Frequência dos sintomas 
Após todo show/Apresentação 18 36,0 
Não tem sintomas 11 22,0 
Uma vez por semana 12 24,0 
Duas vezes por semana 6 12,0 
Três vezes por semana 3 6,0 
 
Referindo-se aos sintomas auditivos e extra-auditivos, a maioria dos entrevistados, 66,0% (n=33), não 
apresentou nenhum sintoma auditivo, porém, 64,0% (n=32) possuem algum tipo de zumbido. 
Referente aos sintomas auditivos, 24,0% (n=12) afirmaram ter ouvido tampado, 14,0% (n=7) 
apontaram ter tontura e ninguém apresentou infecção de ouvido (tabela 4). Quanto aos sintomas 
extra-auditivos, 36,0% (n=18) apresentam zumbido após shows e 16,0% (n=8) têm zumbido após o uso 
do fone auricular/in ear, uma vez que apenas dois indivíduos fazem uso apenas do in ear (tabela 4). 
Como consequência desses sintomas, Mendes, Marota e Marques (2007) afirmaram que “medidas de 
prevenção da perda auditiva a músicos têm sido sugeridas em diversas pesquisas científicas, tais como: 
tratamento acústico dos ambientes de ensaio, acompanhamento audiológico e uso de proteção 
individual (EPI’s)” devido ao fato de que existe “associação entre exposição ao ruído e perda auditiva 
ocupacional”, fato que foi confirmado através da pesquisa desses autores, que através de uma 
entrevista com 34 sujeitos constatou-se que “as queixas auditivas referidas pelos músicos, cantores e 
operador de mesa de som foram incômodo a sons (58,8%), zumbido (47%), perda auditiva (25,7%) e 
sensação de ouvido tapado (4%)” (MENDES, MOROTA e MARQUES, 2007). 
Quanto aos indivíduos que afirmaram ter alguma alteração vocal após shows/apresentação, as 
principais alterações observadas foram rouquidão em 28% (n=28) dos entrevistados. 60,0% (n=30) 
afirmaramter voz cansada e 22,0% (n=11), pigarro (tabela 4). Conforme Ribeiro et al. (2012), se uma 
população de cantores apresentar uma quantidade superior a três problemas vocais, esses, então, já 
são considerados sujeitos de risco e propensos ao desenvolvimento patológico. Tais autores 
32
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 9 
complementam que a maioria dos problemas relacionados à voz cantada está na falta de 
conhecimentos técnicos e na falta de orientações quanto aos cuidados de voz. 
TABELA 4: Distribuição numérica e percentual dos indivíduos entrevistados em relação aos sintomas 
auditivos, zumbidos e alterações vocais. 
Variáveis 
Sim Não 
n % n % 
Sintomas Auditivos 
Ouvido tampado 12 24,0 38 76,0 
Tontura 7 14,0 43 86,0 
Dor de ouvido 2 4,0 48 96,0 
Nenhum sintoma 33 66,0 17 34,0 
Apresentou infecção 0 0,0 50 100,0 
Zumbido 
Após cinema 1 2,0 49 98,0 
Em shows 18 36,0 32 64,0 
Após estudos 1 2,0 49 98,0 
Após ensaio 7 14,0 43 86,0 
Após apresentações 6 12,0 44 88,0 
Após barulho 2 4,0 48 96,0 
Música com fone 8 16,0 42 84,0 
Outras situações de zumbido 6 12,0 44 88,0 
Não sinto zumbido 18 36,0 32 64,0 
Alterações Vocais 
Rouquidão 28 56,0 22 44,0 
Voz cansada 30 60,0 20 40,0 
Ardência 6 12,0 44 88,0 
Bolo na garganta 6 12,0 44 88,0 
Sem voz 3 6,0 47 94,0 
Dor 5 10,0 45 90,0 
Pigarro 11 22,0 39 78,0 
Tosse 4 8,0 46 92,0 
Não houve associação estatisticamente significativa entre gênero e as variáveis avaliadas. 
80,0% (n=40) afirmaram que o som alto (ruído) e a dificuldade de se escutar cantando (feedback 
auditivo) são os fatores que levam ao maior esforço vocal (tabela 5). 
Houve também associação das faixas etárias, entre 18 e 38 anos, pois a maioria das pessoas que não 
tem patologia vocal acredita que a dificuldade em se escutar cantando (feedback auditivo) é devido ao 
ambiente onde trabalham possuir níveis elevados de ruído, responsável pelo abuso da voz. 
Com relação a essas afirmativas, Caldeira, Vieira e Behlau (2012) realizaram uma pesquisa na qual 
analisaram as modificações vocais em repórteres devido à situação de ruídos. Foram divididos dois 
grupos com 23 sujeitos respectivamente, um com repórteres e outro com indivíduos que não fazem 
uso da voz profissional (grupo controle), entretanto, as autoras concluíram que, na presença de ruídos, 
33
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 10 
qualquer indivíduo, profissional da voz ou não, apresenta alteração vocal, aumentando “loudness, 
pitch, tensão e precisão articulatória”. Isto constitui uma explicação para o fato dos quarenta cantores 
afirmarem que o ruído atrapalha no feedback auditivo, interferindo na qualidade vocal, porque “a 
ausência de monitoramento auditivo gera mudanças caracterizadas principalmente por descontrole 
na intensidade e deslocamento da frequência fundamental da voz” ( CALDEIRA, VIEIRA e BEHLAU, 
2012). 
TABELA 5: Distribuição numérica e percentual dos indivíduos entrevistados em relação aos sintomas 
auditivos, zumbidos e alterações vocais. 
Variáveis n % 
O som alto (ruído) e a dificuldade de se escutar cantando 
(feedback auditivo) são os fatores que fazem ter maior 
esforço vocal 
Sim 40 80,0 
Não 10 20,0 
Verificou-se que existe uma limitação na pesquisa, devido ao curto prazo de acompanhamento com a 
amostra. Para determinar se essa população desenvolverá alguma patologia de voz e de audição e 
quais são elas, seria necessária uma pesquisa de longo prazo, a qual permitiria qualificar e quantificar, 
de fato, quais são as influências que os níveis elevados de ruídos exercem na saúde auditiva e vocal 
desses sujeitos. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com a presença dos ruídos através de sons elevados no ambiente de trabalho, tanto nos ensaios 
quanto nas apresentações/show, houve correlação entre as queixas auditivas e as alterações vocais em 
cantores que passam a média de seis horas semanais, com frequência de três vezes na semana, 
expostos a altos níveis de pressão sonora. Os profissionais da voz cantada apresentaram tontura, 
ouvido tampado e algum tipo de zumbido referente aos sintomas auditivos e apresentaram rouquidão, 
voz cansada e pigarro como as principais alterações de voz. Esses sujeitos utilizam retorno de chão ou 
auricular/in ear como recurso disponível para o feedback auditivo da voz, entretanto, mesmo com o 
uso dos equipamentos de retorno, essa população afirma que os elevados níveis de ruído atrapalham 
no controle do feedback auditivo, dificultando o controle vocal durante ensaios, apresentações ou 
shows. 
 
 
34
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 11 
REFERÊNCIAS 
ASCARI, R. A. et al. Prevalência de doenças ocupacionais em profissionais da enfermagem: revisão de 
literatura. Resvista UNINGÁ Review, vol.15, n.2, p. 26-31, 2013. Disponível em: 
<http://revista.uninga.br/index.php/uningareviews/article/view/1449/1065>. Acesso em: jan. 2019. 
CALDEIRA, C. R. P.; VIEIRA V.P.; BEHLAU, M. Rev. Soc. Bras. Fonoaudiol., n. 17, p. 321-326, 2012. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsbf/v17n3/14>. Acesso em: jan. 2019. 
Descritores em Ciências da Saúde: DeCS. *. Ed.rev. e ampl. São Paulo: BIREME/OPAS/OMS, 2017. 
Disponível em:<http://decs.bvsalud.org>. Acesso em: jun. 2018. 
LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991. Disponível 
em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm> Acesso em 20 Fev. 2019 
MENDES, M. H.; MORATA, T. C.; MARQUES, J. M. Aceitação de protetores auditivos pelos componentes 
de banda instrumental e vocal. Rev. Bras. Otorrinolaringol., vol. 73, n. 6, p. 785-792, 2007. Disponível 
em: <http://unifesp.homolog.scielo.br/pdf/rboto/v73n6/a10v73n6.pdf>. Acesso em: jan. 2019. 
Normas Regulamentadoras. NR-15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES (115.000-6). Disponível em 
<http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/LEGIS/CLT/NRs/NR_15.html> Acesso em: fev. 2019. 
REIS, J. F.; SEMIGUEN_ENUMO C. Identificação de efeitos auditivos em músicos da orquestra 
filarmônica. TCC (Trabalho de Conclusão de Curso em Fonoaudiologia) - Unicesumar - Centro de Ensino 
Superior de Maringá. Maringá, 2015. 
RIBEIRO, V. V. et al. Problemas vocais em cantores de igreja. Rev. CEFAC, n. 14, v. 1, p. 90-96, 2012. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rcefac/2011nahead/134-10.pdf>. Acesso em: fev. 2019. 
TAKISHIMA, M. et al. Análise dos motivos da evasão do programa de triagem auditiva de um hospital 
publico universitário. Revista de Estudos Sociais, n. 31, v. 16, p. 157-170, 2014. Disponível em: 
<http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/res/article/viewFile/2093/pdf>. Acesso em: jan. 
2019. 
 
 
35
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 12 
ANEXO 1 
 
36
 
 
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 13 
 
37
 
 
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 14 
 
38
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos15 
 
39
 
 
A Correlação Entre As Queixas Auditivas E O Comportamento Vocal Em Cantores Devido À Exposição A Ruídos 
 16 
 
 
 
40
Saúde em debate: coletânea de artigos multitemáticos
10.37423/200802359
Capítulo 3
INTERFACES DA PSICOLOGIA ESCOLAR E O 
USO E ABUSO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS 
NA ADOLESCÊNCIA EM UM INSTITUTO FEDERAL 
DE EDUCAÇÃO
Jéssica Poliana de Oliveira Souza Centro universitário de Várzea Grande 
UNIVAG
Layane Machado Buosi Centro universitário de Várzea Grande 
UNIVAG
Renata Vilela Rodrigues Centro Universitário de Várzea Grande 
UNIVAG
http://lattes.cnpq.br/6431911439967926
http://lattes.cnpq.br/5268369638744395
 
 
Interfaces Da Psicologia Escolar E O Uso E Abuso De Álcool E Outras Drogas Na Adolescência Em Um Instituto Federal De Educação 
 1 
Resumo: Este projeto trata de uma pesquisa ação que foi desenvolvida em um instituto Federal de 
educação em Mato Grosso, com alunos do ensino médio. O objetivo deste trabalho foi realizar e 
coordenar oficinas abordando e discutindo o uso abusivo de álcool e drogas com os adolescentes do 
instituto, é essencial explorar os fatores que venham expor esses adolescentes ao uso dessas 
substancias e os motivos que os protegem. Inicialmente partimos de uma revisão bibliográfica sobre o 
tema Uso e abuso de álcool e outras drogas na adolescência relacionando com a psicologia escolar. 
Para a realização deste trabalho foi utilizada a metodologia interventiva das Oficinas Psicossociais. As 
oficinas psicossociais, pretendem investigar o que os alunos conhecem sobre o uso de drogas, 
fomentando reflexões a respeito das questões de conflitos descritas no questionário informal e nas 
rodas de conversas que serão utilizados como base para as oficinas. Este projeto parte da prática do 
Estagio supervisionado especifico I e II em Psicologia Escolar do curso de Psicologia do UNIVAG que é 
realizado em dois semestres nono e decimo. No nono semestre as atividades realizadas se referem a 
observação e escrita do projeto de intervenção que, por sua vez, é aplicado no decorrer do décimo 
semestre. 
Palavras-chaves: álcool, drogas, psicologia escolar, álcool e drogas na adolescência, álcool e drogas na 
escola. 
 
 
42
 
 
Interfaces Da Psicologia Escolar E O Uso E Abuso De Álcool E Outras Drogas Na Adolescência Em Um Instituto Federal De Educação 
 2 
INTRODUÇÃO 
Este projeto foi desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFMT) em Mato 
Grosso. Foi realizado uma revisão bibliográfica sobre o tema: Uso e abuso de álcool e outras drogas na 
adolescência, relacionando com a psicologia escolar, apresentando também uma pesquisa por meio 
de questionário e oficinas, tendo como foco os adolescentes que estudam no instituto. 
Esse assunto é relevante em todas as escolas e um problema na maioria delas, por conta disso, os 
profissionais da educação procuram estratégias que os ajudem a lidar com os adolescentes que fazem 
o uso dessas substancias, conciliando as normas e as regras vigentes das instituições com os atos dos 
adolescentes. 
Conforme Marques e Cruz (2000), até o início da década de 80, os estudos epidemiológicos não 
encontraram taxas de consumos alarmantes entre estudantes. Hoje, através da vivência dos 
profissionais da educação, essa realidade é diferente e mudou em todo território nacional. Elicker et 
al (2015), descrevem que o consumo de álcool atinge a 60,5% entre os adolescentes no brasil, de 
maneira que expõe o uso em alta predominância no país. Em países como Canadá e Espanha foram 
encontrados resultados semelhantes ao Brasil sendo eles de 59,1% (Canadá) e 84% (Espanha), em mais 
estudos realizados no Brasil citados pelos autores a prevalência de bebidas alcoólicas é de 86,8%, 
68,9% e 51,0%. 
Levando em consideração os dados apresentados pelos autores, torna-se relevante discutir sobre 
álcool e outras drogas nas escolas. Por esse motivo pretendemos elaborar um projeto de prevenção e 
promoção para orientar os adolescentes que frequentam o instituto. Para que um projeto de 
prevenção e promoção possa dar certo, precisamos entender que a “adolescência é um incômodo 
lugar de onde nunca acabamos de sair completamente e para onde voltamos todas as vezes que nos 
sentimos inseguros e vulneráveis” (TOZZI e BOUER, 1998, p. 114), ou seja, a partir do momento em 
que entramos na adolescência sempre estaremos em contato com ela, mesmo após atingir a idade 
adulta. 
Percebemos então a importância de conhecer a natureza do uso de álcool e drogas por parte dos 
adolescentes, mas o que acreditamos ser importante são os fatores que expõe o adolescente ao uso 
dessas substâncias e os motivos que os protegem. Entre os fatores que desencadeiam o uso de álcool 
e outras drogas pelos adolescentes, os mais importantes são as emoções e os sentimentos associados 
ao intenso sofrimento psíquico, como depressão, culpa, ansiedade exagerada e baixa autoestima 
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Interfaces Da Psicologia Escolar E O Uso E Abuso De Álcool E Outras Drogas Na Adolescência Em Um Instituto Federal De Educação 
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(PASSOS, 2008), através disso, procuramos adquirir uma visão compreensiva da complexidade dos 
fatores de risco e de proteção para o uso de drogas na adolescência e levantar a prevalência do uso. 
Tozzi e Bouer (1998) e Casela et al (2014) realçam que os primeiros passos para elaboração de um 
projeto de prevenção é conhecer a comunidade que participará, considerar e respeitar as necessidades 
e características especificas do grupo participante, os métodos a ser pensados precisam ser planejados 
de maneira compreensiva envolvendo dados referentes ao participante, o meio social no qual está 
incluído e o uso de substâncias. 
De acordo com Casela et al (2014), o programa de prevenção precisa fazer parte do cotidiano, ser 
intensivo, precoce e duradouro, com a intenção de envolver pais e comunidade em suas atividades, 
para atingir os resultados esperados. O programa ideal é desenvolvido durante toda a escolaridade dos 
alunos, fortalecendo e criando novas estratégias de proteção que engloba ações preventivas e 
promocionais visando a diminuição dos riscos que acompanham os adolescentes na conscientização e 
nas mudanças de princípios e comportamentos em relação ao tema. Nessa direção, esse projeto tem 
a finalidade de contribuir com um programa de prevenção eficaz, que consiste num conjunto de ações 
direcionadas a prevenção e promoção do uso e abuso de álcool e outras drogas. 
O objetivo deste projeto é realizar uma pesquisa sobre as questões que envolvem a frequência do uso 
abusivo de álcool e outras drogas pelos alunos da instituição e coordenar oficinas psicossociais acerca 
da temática estudada, é essencial explorar os fatores que venham expor esses adolescente ao uso 
dessas substancias e os motivos que os protegem. 
Andaló (1984), descreve o psicólogo escolar como agente de mudanças, o mesmo pode trabalhar com 
a coordenação de grupos com alunos, professores e a equipe técnica, trabalhando o ensino-
aprendizagem dos alunos, relação aluno-professor e as mudanças sociais que ocorrem dentro do 
ambiente escolar, o que inclui o assunto do uso e abuso de álcool e drogas. 
O Conselho Federal de Psicologia (2013), descreve que o psicólogo precisa conhecer o ambiente 
escolar e a comunidade que compõe a escola (professores, alunos, funcionários e pais), para assim, 
poder desenvolver melhor seu papel, é também relevante lembrar que qualquer atuação efetuada 
dentro da escola precisa ser pensada com o coletivo, tendo em vista o bem de todos

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