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A Vantagem da Felicidade

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1 
 
 
 
 
 
 
Resumo do livro 
 
A VANTAGEM DA FELICIDADE: 
Os Sete Princípios que Fomentam o 
Sucesso e Desempenho no Trabalho 
 
 
Shawn Achor 
 
 
 
 
 
2 
 
Sumário 
Sumário .....................……………………………………………………………………….............................. 2 
Parte 1: Psicologia Positiva no Trabalho: Descobrindo a vantagem da felicidade............. 3 
Princípio n 1: A Vantagem da Felicidade ..........................................................................10 
Princípio n 2: O Eixo Central e a Alavanca.........................................................................19 
Princípio n 3: O Efeito Tetris..............................................................................................31 
Princípio n 4: Caindo Para Cima.........................................................................................37 
Princípio n 5: O Círculo do Zorro........................................................................................43 
Princípio n 6: A Regra dos 20 Segundos.............................................................................49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Parte 1: Psicologia Positiva no Trabalho 
Descobrindo a Vantagem da Felicidade 
 
Se observarmos as pessoas ao nosso redor, veremos que a maioria delas 
segue a fórmula aprendida na escola, no trabalho e com os pais: Se você 
trabalhar muito terá sucesso, e somente então será feliz. Esse padrão de crença 
explica o que nos motiva: Se eu receber o aumento, ou alcançar a próxima meta 
de vendas, tirar notas altas, ou perder 3 quilos, então serei feliz. Primeiro o 
sucesso, e depois a felicidade. 
O único problema é que essa fórmula não funciona. Mais de uma década de 
pesquisas na área da psicologia positiva e da neurociência provou que a relação 
entre sucesso e felicidade funciona ao inverso. Agora sabemos que a felicidade é 
a precursora do sucesso, e não o resultado deste. E essa felicidade fomenta o 
desempenho – o que chamamos de Vantagem da Felicidade. 
Esperar para ser feliz limita o potencial do nosso cérebro para o sucesso, 
enquanto o cultivo de um cérebro mais positivo nos torna mais motivados, 
eficientes, criativos e produtivos. Essa descoberta foi confirmada por milhares de 
estudos científicos, por uma pesquisa com 1600 estudantes da Harvard, e com 
dúzias das melhores empresas do mundo listadas na Fortune 500. 
Shawn Achor, natural do Texas, jamais esperava passar no processo de 
seleção da Harvard, e quando ele passou se sentiu muitíssimo privilegiado. Ele 
concluiu a graduação e se tornou professor de mais de 15 disciplinas na 
instituição. Também foi contratado para ser inspetor ou mentor dos residentes 
recém-chegados, ajudando-os a se adaptarem e terem felicidade e sucesso no 
campus. Permaneceu na Harvard por 12 anos se sentindo agradecido por cada 
momento, até pelo estresse, exames e tempestades de neve. 
4 
 
Sua experiência de 12 anos de ensino e acompanhamento dos alunos 
residentes forneceu a ele uma visão de como milhares de estudantes da Harvard 
avançam através do estresse e desafios. Foi quando ele começou a perceber 
padrões. Muitos dos estudantes viam a Harvard como um privilégio, mas outros 
rapidamente perdiam o olhar dessa realidade e focavam apenas nas tarefas, na 
competividade e no estresse. Esses falavam incessantemente sobre 
preocupações com o futuro, esquecendo-se de que estavam ganhando um 
diploma que abriria muitas portas lá na frente. Sentiam-se sobrecarregados por 
pequeninos revezes em vez de energizados pelas possibilidades à sua frente. 
Após observar esses estudantes lutarem em sua caminhada, Shawn 
percebeu que eles eram os mais suscetíveis ao estresse e depressão e seu 
desempenho acadêmico era o mais prejudicado. Em 2009 Shawn visitou uma 
escola na África que não tinha luz e nem água corrente, e descobriu que as 
crianças de Soweto viam as tarefas escolares como um privilégio. Os estudantes 
de Harvard que viam o aprendizado como obrigação estavam lutando com notas 
baixas e focando no estresse. Aqueles que viam a Harvard como um privilégio 
pareciam brilhar cada vez mais, e tinham uma atitude positiva que os colocava em 
destaque em um ambiente competitivo. 
Pesquisando Felicidade na Harvard 
Apesar de a Harvard ter uma estrutura magnífica, um corpo docente 
espetacular, e um corpo de discentes composto pelos melhores e mais brilhantes 
estudantes do país, também abriga homens e mulheres cronicamente infelizes. 
Uma pesquisa de 2004 revelou que em cada 5 estudantes da Harvard, 4 sofrem 
de depressão tão debilitante que não conseguem funcionar. As taxas de 
depressão hoje são dez vezes maiores que em 1960. Shawn saiu a procura da 1 
pessoa em cada 5 que estava florescendo acima da curva em termos de 
desempenho, produtividade, humor, energia e resiliência. 
E ao mesmo tempo, outros professores da Harvard estavam estudando 
sobre o que faz as pessoas florescerem, ou sobre a psicologia positiva. Não se 
5 
 
trata de estudar a maioria, mas aqueles acima da média. A psicologia tradicional 
comete “o erro da média”, procurando a pessoa da média, e se esquece daquela 
que se comporta acima da média. Se estudamos a média, permanecemos na 
média. 
O Foco no Negativo 
De acordo com Tal Ben-Shahar, o segundo erro que a psicologia tradicional 
comete é estudar apenas aqueles abaixo da média. Claro, essas pessoas 
precisam de ajuda para aliviar a depressão ou estresse e voltarem ao normal, mas 
isso ainda representa apenas metade do grande total. Podemos aliviar depressão 
e estresse sem fazer alguém feliz, e perder a oportunidade de elevar essa pessoa 
acima da média. 
Até 1998 encontrávamos 1 estudo em felicidade para 17 estudos em 
depressão. Sabíamos tudo sobre depressão e pouco sobre florescimento. Nos 
noticiários ouvimos sobre desastres, crimes, corrupção e isso engana o cérebro 
sobre a realidade, como se a maior parte do que acontece na vida fosse negativo. 
Não é saudável ou cientificamente responsável estudar apenas a metade negativa 
da experiência humana. 
Em 1998, Martin Seligman, o então presidente da American Psychological 
Association (APA) anunciou que era hora de mudar o foco tradicional da psicologia 
e começar a focar no lado positivo da curva, e que precisávamos estudar o que 
funciona, e não apenas o que está quebrado. Então nasceu a psicologia positiva. 
Em 2006, Shawn auxiliou Tal Ben-Shahar a desenhar uma nova disciplina 
chamada psicologia positiva, ainda pouco conhecida. Em 2 semestres quase 1200 
alunos se inscreveram, isso é um em cada 6 estudantes da Harvard. 
Os estudantes da Harvard ficam sob muita pressão para serem os melhores, 
e se isolam socialmente para estudar, até deixando de comer. A maioria não têm 
sequer um envolvimento romântico durante os 4 anos de curso. Ao obterem uma 
educação, aprenderem outras línguas fluentemente, e leem ótimos livros. No 
entanto nunca aprendem como maximizar o potencial do cérebro para encontrar 
6 
 
felicidade e significado. Eles se isolam de seus amados enquanto constroem um 
currículo para preencher expectativas de outros. 
Essas pessoas brilhantes em meio ao estresse se distanciaram do maior 
indicador do sucesso e felicidade: sua rede social. Uma grande quantidade de 
estudos mostrou que os relacionamentos sociais são a melhor garantia de bem 
estar e menos estresse, antidotes para depressão e receita de alto desempenho. 
Mas, em vez disso, esses estudantes se isolam em um cubículo na biblioteca, pois 
aprenderam que sucesso traz felicidade. 
Na verdade, novas pesquisas em neurociência mostram que nos tornamos 
mais bem sucedidos quando estamos mais felizes e positivos. Por exemplo, os 
médicos que estão de bom humor antes de dar o diagnóstico mostram quase três 
vezes mais inteligência e criatividade que os médicos em estado neutro, e fazem 
diagnóstico 19 vezes mais rápido. Vendedores otimistas vendem56 por cento a 
mais. Nosso cérebro está programado para desempenhar seu melhor não quando 
estamos neutros ou negativos, mas quando estamos positivos. 
Ouvindo os Atípicos Positivos (Outliers) 
Quanto mais Shawn lia sobre estudos em psicologia positiva, mais se 
convencia do quanto nos enganamos sobre o caminho rumo às realizações 
pessoais e profissionais. Os estudos conclusivamente mostravam que o caminho 
para a grande realização não era a concentração no trabalho. Esses estudos 
estavam virando o mundo acadêmico e corporativo de cabeça para baixo. Ele viu 
então a oportunidade de testar essas ideias com seus alunos. Conduziu pesquisa 
com 1600 dos melhores alunos, o qual foi um dos maiores estudos em felicidade 
já feitos com estudantes da Harvard. Após ter colhido e analisado uma grande 
quantidade de dados Shawn agrupou-os em sete princípios específicos, que 
preveem sucesso e realização. 
 
 
7 
 
 
Os Sete Princípios 
A Vantagem da Felicidade – Porque os cérebros positivos têm uma 
vantagem biológica sobre cérebros neutros ou negativos, este princípio nos ensina 
a treinar nosso cérebro para potencializar a positividade e melhorar a 
produtividade e desempenho. 
O Eixo Central e a Alavanca – A maneira como experimentamos o mundo, 
e nossa habilidade para ter sucesso constantemente muda de acordo com nossa 
atitude mental. Esse princípio nos ensina como podemos ajustar nossa atitude 
mental (nosso eixo) de maneira a termos mais motivação (a alavanca) para 
realizar e ter sucesso. 
O Efeito Tetris – Quando nosso cérebro fica preso em um padrão que foca 
no estresse, negatividade e fracasso, nos programamos para fracassar. Esse 
princípio nos ensina como treinar nosso cérebro para encontrar padrões de 
possibilidades, assim podemos ver e aproveitar as oportunidades quando as 
vemos. 
Caindo Para Cima – Em meio à derrota, estresse e crise, nosso cérebro 
mapeia diferentes caminhos para nos ajudar a enfrentar as dificuldades. Esse 
princípio se refere a encontrarmos o caminho mental que nos eleva acima da 
derrota e sofrimento, e nos ensina a ser mais felizes e bem sucedidos. 
O Círculo do Zorro – Quando os desafios surgem e ficamos 
sobrecarregados, nosso cérebro racional é sabotado por emoções. Esse princípio 
nos ensina como retomar o controle ao focar primeiro nas metas pequenas e 
gerenciáveis, e então gradualmente expandir nosso círculo para alcançar metas 
maiores e melhores. 
A Regra dos 20 Segundos – Mudanças sustentáveis e duradouras parecem 
impossíveis porque nossa força de vontade é limitada. E quando a vontade falha, 
8 
 
voltamos para nossos velhos hábitos e para o caminho mais fácil. Esse princípio 
mostra como, por ajuste de energia, podemos reorientar o caminho mais fácil e 
substituir maus hábitos por bons hábitos. 
Investimento Social – Em meio a desafios do estresse, alguns se isolam. 
Mas as pessoas de sucesso investem em seus amigos, colegas e família para 
poderem continuar. Esse princípio nos ensina como investir mais em um dos 
maiores marcadores de sucesso e excelência – nossa rede de apoio social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
A Vantagem da Felicidade no Trabalho 
Ao palestrar para um grupo de líderes bilionários na cidade de Harare, 
Zimbabwe em 2008, Shawn se sentiu nervoso, pois o país acabara de ser 
devastado por um colapso econômico. E os sete princípios foram úteis para eles 
em tempos de crise, maximizando sua produtividade, energia e desempenho no 
trabalho. Dentro de um ano Shawn já havia visitado mais de 40 países em cinco 
continentes, e descobriu que os mesmos princípios marcadores de sucesso na 
Harvard funcionavam em todos os lugares que visitava. 
Cada pessoa tinha uma história diferente de felicidade, luta e resiliência. Ele 
aprendeu mais com suas visitas ao redor do globo do que com seus estudos 
durante 12 anos na Harvard. Com a crise na América no norte, ele falou a líderes 
que passavam por reestruturação e perdas em suas grandes empresas, e mesmo 
assim, eram receptivos com a psicologia positiva. Os executivos da American 
Express teriam com Shawn uma palestra de 90 minutos, mas cancelaram reuniões 
para ouvi-lo por 3 horas. Eles estavam famintos pelo assunto da felicidade. 
Os primeiros a abraçarem os sete princípios foram os diretores e CEOs de 
bancos, e instituições financeiras. E as pessoas quase universalmente estão 
abertas a usar a psicologia positiva para repensar a maneira como trabalham. 
Enquanto isso os pesquisadores em psicologia positiva concluíram um estudo de 
meta análise, envolvendo 200 estudos com 275 mil pessoas do mundo. Seus 
achados combinaram com os princípios que Shawn estava ensinando – que a 
felicidade leva ao sucesso em quase todo domínio, inclusive trabalho, saúde, 
amizades, sociabilidade, criatividade e energia. Isso o encorajou a aplicar os 
princípios em outras populações. 
Shawn testou esses princípios com auditores de impostos em 2008, e 
ofereceu um treinamento a 250 gestores da KPMG. Ao voltar, ele constatou que o 
treino os vacinou contra os efeitos negativos do estresse, e os auditores 
reportaram maior satisfação e menor estresse que o grupo que não recebeu o 
10 
 
treinamento. O mesmo ocorreu em empresas gigantes como a UBS, Credit 
Suisse, e Morgan Stanley. 
Logo as faculdades de direito e empresas começaram a bater na porta de 
Shawn. Advogados têm 3 vezes mais risco de depressão que outros profissionais. 
Ele ensinou a eles como construir e fortalecer sua rede de apoio social para 
diminuir a ansiedade e negatividade. Os resultados foram imediatos e 
impressionantes, e eles puderam usar a vantagem da felicidade para redução do 
estresse e alcance de mais realizações. 
Mas os achados em psicologia positiva ainda são praticamente um segredo 
no campo profissional e corporativo. As empresas da fortune 500 ainda usam 
programas de incentivo que são ineficazes já a uma geração. Um estudo mostrou 
que os CEOs se tornam 15 por cento mais produtivos, e os gerentes aumentam a 
satisfação do cliente em 42 por cento por usarem os princípios positivos. Essas 
sete ferramentas ajudarão você a vencer obstáculos, reverter maus hábitos, ser 
mais eficiente e produtivo, aproveitar as oportunidades e conquistar metas 
ambiciosas na vida e no trabalho. 
A vantagem da felicidade nos ajuda a cultivar a atitude mental e 
comportamentos que fomentam maior sucesso e realização. Ainda não sabemos 
os limites do enorme potencial de nosso cérebro para crescermos e nos adaptar a 
circunstâncias que mudam. Apenas ter o conhecimento dos princípios não é o 
suficiente para mudar nosso comportamento e criar mudança sustentável. 
Precisamos de foco e esforço para coloca-los em prática. 
 
 
 
 
 
11 
 
Princípio n 1 
A VANTAGEM DA FELICIDADE 
Como a Felicidade Acrescenta a Seu Cérebro e à Sua Organização – a 
Vantagem Competitiva. 
Em 1543 Copérnico argumentou que a terra girava em torno do sol, o que 
mudou a maneira como vemos o universo. Hoje, uma mudança semelhante no 
campo da psicologia está acontecendo. For gerações acreditamos que a felicidade 
gravitava ao redor do sucesso, e agora sabemos pelas pesquisas que o oposto é 
verdadeiro. Quando estamos felizes, com a mente e humor positivos somos mais 
criativos, motivados, e bem sucedidos. A felicidade é o centro, e o sucesso gira 
em torno dela. 
Apesar das pesquisas, ainda há líderes que insistem na fórmula inversa, e 
quando a seguimos, boicotamos nosso bem estar mental e emocional, diminuindo 
nossa chance de sucesso e realização. Aqueles com vantagem competitiva não 
procuram a felicidade como uma recompensa distante de suas realizações, e nem 
passam o dia com humor neutro ou negativo, eles capitalizam do positivo e 
colhem as recompensas sempre. 
A Ciência da Felicidade 
Os cientistas definem a felicidade como “bem estar subjetivo”, pois é relativo 
para a pessoa que a experimenta. É baseadaem como nos sentimos sobre nossa 
vida. Com o passar dos anos os cientistas desenvolveram auto avaliações 
métricas precisas e confiáveis de felicidade individual. Os cientistas também 
definem felicidade como a experiência de emoções positivas, sentimentos 
profundos de significado e propósito. Ela implica em humor positivo no presente e 
sentimento positivo em relação ao futuro. 
Martin Seligman, o pai da psicologia positiva, dividiu a felicidade em três 
componentes: prazer, engajamento e significado. Seus estudos confirmam que as 
12 
 
pessoas que buscam apenas prazer experimentam os benefícios que a felicidade 
pode trazer apenas parcialmente, enquanto aqueles que buscam todos os três 
componentes vivem a boa vida. Talvez o termo correto para felicidade seja 
florescimento. Para Shawn felicidade é a alegria que sentimos ao nos esforçarmos 
para desenvolver nosso potencial. 
O grande motor da felicidade são as emoções positivas ou positividade. 
Barbara Fredrickson, pesquisadora da Universidade de Carolina do Norte é líder 
mundial no tema, e descreve as dez emoções positivas mais estudadas: alegria, 
gratidão, serenidade, interesse, esperança, orgulho, surpresa, inspiração, 
reverência e amor. 
Os dados são abundantes mostrando que a felicidade leva ao sucesso em 
todo domínio da vida, incluindo casamento, saúde, amizades, envolvimento 
comunitário, trabalho, carreira e negócios. Trabalhadores felizes têm níveis mais 
altos de produtividade, desempenho e liderança, e têm menos faltas no trabalho. 
Um dos estudos longitudinais mais famosos em felicidade vem dos velhos 
diários de freiras católicas. Foi pedido a essas 180 freiras nascidas antes de 1917 
que escrevessem seus pensamentos em seus diários. Mais de cinco décadas 
depois, pesquisadores decidiram analisar os trechos com conteúdo de emoções 
positivas. Descobriram que o nível de positividade delas aos 20 anos de idade 
previu como seria o resto de suas vidas. As freiras que tiveram anotações mais 
positivas em seu diário viveram 10 anos a mais do que as que tiveram conteúdo 
mais negativo ou neutro. Aos 85 anos, 90 por cento das mais felizes, ainda 
estavam vivas, comparado a apenas 34 por cento das menos felizes. Estando 
felizes aos 20 anos, elas tiveram saúde superior e vida mais longa. 
A felicidade melhora a saúde, nos faz trabalhar mais rápido e por mais 
tempo. Essa revelação fornece às empresas um incentivo adicional para se 
preocuparem com a felicidade dos funcionários, pois estando felizes, eles serão 
mais produtivos no trabalho. Os funcionários infelizes faltam 15 dias mais que os 
funcionários felizes em um ano. 
13 
 
Seu Cérebro e a Felicidade 
As emoções positivas afetam a função de nosso cérebro e mudam nosso 
comportamento. Os psicólogos já sabem há muito tempo que as emoções 
negativas estreitam nosso pensamento e limitam a variedade de nossas ações. 
Barbara Fredrickson, em sua “teoria do construir e expandir” afirma que as 
emoções positivas alargam as fronteiras da mente, nos tornando mais criativos, 
inteligentes, sociáveis, com mais energia e abertos a novas ideias. Melhoramos 
nosso desempenho de diversas maneiras. Sentir emoções positivas permite que 
nosso cérebro armazene recursos para futuro, os quais servem de amortecedor. 
O efeito “expandir” é biológico. Positividade inunda nosso cérebro com 
dopamina e serotonina, e habilita o centro de aprendizado. Emoções positivas nos 
ajudam a organizar melhor nova informação, mantê-la por mais tempo e nos 
lembrar mais tarde. Elas nos ajudam a sustentar conexões nervosas, o que nos 
faz pensar mais rápido e de maneira mais eficiente, nos torna mais habilidosos em 
análises complexas e resolução de problemas, e também inventamos novos 
caminhos de fazer as coisas. 
Nosso humor, de acordo com um estudo da Universidade de Toronto, pode 
mudar como processamos informação visual. Foram mostradas aos participantes 
desse estudo muitas fotos. Os participantes com bom humor observaram todos os 
detalhes, enquanto aqueles com negatividade não viram o fundo, e nem detalhes. 
É por causa da vantagem da felicidade que a empresa Yahoo tem uma ala 
de massagem, e que os engenheiros do Google trazem seus cães para o trabalho. 
Empresas inteligentes cultivam esses ambientes de trabalho, pois quando os 
funcionários se sentem felizes, eles têm momentos de criatividade e a inovação, 
veem solução que não teriam visto em humor neutro, e geram grandes resultados. 
As emoções positivas abrem nossos olhos para novas soluções e ideias. Um 
estudo mostrou que crianças de apenas 4 anos de idade montaram seus blocos 
de maneira mais criativa e rápida quando foi pedido a elas que pensassem nas 
coisas que gostavam enquanto brincavam. 
14 
 
Capitalizando na Felicidade 
Algumas pessoas pensam que não são por herança do tipo “felizes” ou bem 
humoradas. Antes se pensava que a felicidade era hereditária. No entanto, os 
cientistas descobriram que de fato temos mais controle de nosso bem estar do 
que pensávamos. Enquanto todos nós temos uma linha de base de felicidade, 
podemos aumentar essa base permanentemente, mesmo com altos e baixos. 
Os cientistas afirmam que o mais crucial para a felicidade humana é buscar 
metas significativas na vida, sempre estar à procura de oportunidades, cultivar o 
otimismo e atitude de agradecimento, e fortalecer as relações sociais 
enriquecedoras. Tão importantes quanto as grandes mudanças em pensamento e 
comportamento para a vantagem da felicidade são os curtos momentos diários de 
positividade e alegria, tais como ver um curto vídeo engraçado, conversar com 
alguém ou com um amigo, ou mesmo dar um pequeno presente como uma 
balinha pode ativar nossa potência mental e desempenho no trabalho. 
Todos nós temos algumas atividades que aumentam nossas emoções 
positivas, talvez a sua seja ouvir uma música, jogar basquete, andar com o 
cachorro, ou limpar a casa. 
Tenha expectativas de concretização de algo. 
Um estudo mostrou que as pessoas que apenas pensaram em assistir seu 
filme preferido aumentaram seu nível de endorfinas em 27 por cento. A parte feliz 
de uma atividade é a antecipação. Se você não pode ver seus amigos, agende um 
tempo com eles, se não pode tirar férias agora, faça um planejamento, mesmo 
que seja para daqui a um ano. E quando precisar de uma injeção de energia 
lembre-se das expectativas. Antecipar recompensas futuras pode ativar o centro 
de prazer em seu cérebro tanto quanto viver o evento real. 
 
 
15 
 
Realize Ações ou Atos Conscientes de Bondade 
Uma pesquisa com 2000 pessoas mostrou que os atos de altruísmo, doar a 
amigos e estranhos igualmente – diminui o estresse e contribui fortemente para a 
saúde mental. Sonja Lyobomirsky, pesquisadora líder e autora de “O Como da 
Felicidade”, descobriu que as pessoas a quem foi pedido que realizassem 5 atos 
de bondade em um dia relataram se sentir muito mais felizes do que o grupo 
controle, e esses sentimentos duraram por dias após o exercício. Faça o exercício, 
escolhendo um dia da semana com o compromisso de fazer cinco atos bondosos. 
Um dos meus atos favoritos é pagar o pedágio para a pessoa atrás de mim. 
Inspire Positividade ao Seu Redor 
Nosso ambiente pode ter um impacto enorme em nosso bem estar e atitude. 
Nem sempre temos o controle do mesmo, mas podemos nos esforçar para difundir 
a positividade. Pense em seu trabalho: Que sentimentos ele te inspira? Aqueles 
que têm fotos de família na tela do computador estão garantindo momentos de 
positividade no seu dia a dia. Encontrar tempo para sair do escritório pelo menos 
por 20 minutos expande o pensamento e melhora a memória. Os gestores 
espertos permitem que seus funcionários respirem ar fresco 2 vezes por dia, e 
colhem os benefícios com melhor desempenho de sua equipe. 
Também podemos manter as emoções negativas bem distantes, assistindo 
menos TV. Estudos mostram que quanto menosassistimos os programas com 
conteúdo de violência, mais felizes somos. Isso não significa ignorar os problemas 
reais do mundo. Os psicólogos pesquisadores afirmam que na verdade, aqueles 
que assistem menos TV são juízes mais precisos dos riscos e recompensas da 
vida do que os que se sujeitam a ouvir histórias de crimes, tragédias e morte nos 
programas populares e jornais. Isso porque essas pessoas são menos prováveis 
de ver informação sensacionalista e veem a realidade com mais clareza. 
 
 
16 
 
Exercício Físico 
O exercício físico libera químicas que induzem a sensação de bem estar, 
como endorfinas, e melhora o humor. Também melhora o desempenho no 
trabalho por aumentar a motivação e sentimentos de domínio, reduzindo o 
estresse e ansiedade, e nos ajudando a ter mais “flow” – aquele sentimento de 
total engajamento que temos quando estamos em nosso melhor em termos de 
produção. Um estudo comprovou o quanto o exercício é poderoso. Três grupos de 
pacientes depressivos foram designados com diferentes estratégias de 
tratamento. O grupo 1 tomou antidepressivos, o grupo 2 fez exercícios, e o grupo 
3 fez uma combinação. Ao final do estudo, os 3 grupos haviam sido beneficiados. 
Mas, após seis meses 38 por cento do grupo 1 teve relapso e 31 por cento do 
grupo 3 também, enquanto o grupo do exercício teve apenas 9 por cento de 
relapso. Os efeitos da caminhada, andar de bicicleta, etc. são duráveis. 
Gaste Dinheiro (mas não com coisas) 
Contrário à crença popular, o dinheiro não traz necessariamente a felicidade. 
O prazer da compra é passageiro, enquanto os sentimentos positivos que temos 
ao viver experiências e proporcioná-las para outros é duradouro e significante. 
Gastar com um jantar entre amigos ou atividades com outros proporciona um 
prazer mais duradouro do que gastar com compras de roupas, sapatos, relógios 
caros ou TVs, segundo achados de um estudo sobre compras. 
Gastar dinheiro com outros, ou o “gasto pró-social” aumenta a felicidade. 
Quais são seus hábitos de gastos? Desenhe duas colunas no papel e calcule seus 
gastos do próximo mês. Seus gastos se concentram em coisas ou experiências? 
Ao final do mês olhe para cada coluna, e pense sobre o prazer que cada compra 
proporcionou a você, e por quanto tempo. 
Exercite Uma Força de Assinatura. 
Todos são bons com alguma coisa. Talvez em dar conselhos ou cozinhar, e 
seja qual for sua força, cada vez que você a usa toma uma injeção de 
17 
 
positividade. Use um talento que você não usa há muito tempo. Melhor ainda do 
que usar uma habilidade, é exercitar uma força de caráter. Uma equipe de 
psicólogos recentemente catalogou as 24 forças de caráter universais que mais 
contribuem para o florescimento humano. Eles desenvolveram então um 
questionário que identifica as cinco principais forças de assinatura da pessoa. 
Para aprender mais, visite o site: www.viame.org e faça o teste gratuito em 
português. 
Em um estudo, quando um grupo exercitou suas forças de assinatura de 
maneira nova a cada dia, isso aumentou seu nível de felicidade, e eles se 
tornaram menos depressivos e significantemente mais felizes do que o grupo 
controle. E esses benefícios duraram 6 meses após o experimento. Uma das 
forças de Shaw é o amor ao aprendizado. Ele aprende fatos históricos sobre todos 
os lugares que visita, e esse exercício mental faz uma enorme diferença em sua 
atitude e estado mental quando viaja entre continentes, afirma ele. Faça o teste 
VIA e use suas virtudes. 
Colocando os Bois na Frente na Carroça. 
Todos podem aumentar a positividade em seu trabalho. Mas isso é 
especialmente verdade para líderes, gerentes e pessoas em posições de 
autoridade, pois eles: (a) determinam as políticas e moldam a cultura do ambiente 
de trabalho; (b) esperam ser exemplo para todos; (c) tendem a interagir com todas 
as pessoas durante o dia. Infelizmente líderes modernos não querem perder 
tempo sendo positivos, e acabam honrando os funcionários que não tiram uns 
minutinhos para descansar ou socializar. 
No entanto, os novos executivos encorajam seus funcionários a tirar tempo 
do trabalho para fazer exercícios e meditar, ou os deixam sair 30 minutos antes 
uma noite por semana para fazer voluntariado local, e o investimento tem um 
retorno enorme. Os chefes que desencorajam momentos de positividade, piadas, 
risadas, um telefonema para a família, e a descontração estão em dupla 
http://www.viame.org/
18 
 
desvantagem, pois tendem a ser negativos, e a eficiência e gerenciamento do 
tempo dos funcionários na verdade decresce. 
Os melhores líderes usam a Vantagem da Felicidade como ferramenta para 
motivar suas equipes e maximizar o potencial dos funcionários. O Google é 
famoso por deixar patinetes no corredor, vídeo games na sala de café, e chefes 
gourmets na cafeteria. O fundador do Patagonia deixa pranchas de surf no 
armário para os funcionários surfarem. Muitas empresas têm academias, creches 
no local, e benefícios de saúde, as quais têm muito retorno. Uma empresa teve o 
retorno de $12.3 reais em cada $2 reais gastos com seu programa de fitness 
corporativo. A Toyota testemunhou um salto em produtividade em seu Centro de 
Partes Norte Americano quando implantou um treino baseado em forças com os 
funcionários. Todos os pequenos momentos de positividade no trabalho podem 
aumentar a eficiência, motivação, criatividade e produtividade. 
E quando o reconhecimento dos chefes ocorre em relação aos funcionários, 
através de elogios, isso aumenta mais o desempenho do que o dinheiro o faria, 
um estudo mostrou. Chip Conley, CEO de uma rede de hotéis de luxo permite que 
uma pessoa fale por um minuto ao final de cada reunião sobre um funcionário que 
merece reconhecimento, pode ser uma diarista ou um gerente, e após isso, outro 
executivo na reunião se voluntaria para ligar, enviar email ou visitar a pessoa 
elogiada e dizer a ela que está fazendo um trabalho excelente. 
Em ambiente militar, os líderes que expressam abertamente a positividade 
conseguem proezas com suas equipes. Na marinha americana, segundo uma 
pesquisa, os prêmios anuais por eficiência e preparo são dados para os 
esquadrões cujos oficiais comandantes são abertamente encorajadores. Por outro 
lado, os esquadrões com a pontuação mais baixa em desempenho são 
geralmente liderados por comandantes com uma conduta controladora, negativa e 
indiferente. Até no militarismo, um estilo de liderança positiva vence. 
 
 
19 
 
A Linha Losada 
Algumas pessoas não acreditam na vantagem da felicidade e acreditam que 
o encorajamento e reconhecimento deve ser usado como recompensa para bom 
desempenho, e não como uma ferramenta para despertar um melhor 
desempenho. O pesquisador Marcial Losada afirma em seu modelo matemático 
que 2.9 é a razão ou proporção de interações positivas para negativas 
necessárias para tornar uma equipe bem sucedida. Essa média significa que é 
preciso 3 comentários, expressões ou experiências positivas para reparar os 
efeitos de um evento negativo. Mantenha uma razão de 6 para a linha Losada e as 
equipes produzem o seu melhor. 
Isso não é apenas uma fórmula matemática, o próprio Losada trabalhou com 
uma empresa global de mineração, a qual sofria com um processo de perda maior 
que 10 por cento; ele descobriu que a razão Losada de positividade deles era 
1.15. Mas após os líderes da equipe terem sido instruídos a dar mais feedback 
positivo e ter interações mais positivas, a média da razão Losada da equipe 
aumentou para 3.56. Eles deram um pulo na produção, melhorando seu 
desempenho em mais de 40 por cento. O CEO confessou a Losada, “você 
desamarrou o nó que nos emprisionava: hoje olhamos uns para os outros de 
maneira diferente e aprendemos sobre nosso sucesso pessoal, mas também 
sobre o sucesso dos outros, e o mais importante, alcançamos resultados 
tangíveis”. 
A razão matemática Losada é a evidência da Vantagem da Felicidade,e ao 
aceitarmos essa nova ordem no universo do trabalho, mudamos nosso modo de 
trabalhar, de interagir com os colegas, e de liderar nossas equipes, para dar à 
nossa carreira e nossa organização a vantagem competitiva. 
 
 
 
20 
 
Princípio n 2 
O Eixo Central e a Alavanca 
Mudando Seu Desempenho por Mudar Sua Atitude 
 
Quando Shawn tinha 7 anos de idade, sua irmã de 5 anos caiu da beliche 
mais alta ao brincar com ele, e antes que ela chorasse Shawn disse a ela: Amy, 
nenhum ser humano cai assim de quatro, somente unicórnios. O maior desejo de 
Amy era ser um unicórnio e por isso ela não chorou, mas voltou a brincar sem 
acordar seus pais. Shawn cita essa experiência da infância para dizer que embora 
tenhamos limitações, podemos escolher usar nossos recursos para ver apenas a 
dor, negatividade, estresse e incertezas, ou usar nossos recursos para olhar para 
as coisas pelas lentes da gratidão, da resiliência, do otimismo e do significado. 
Enquanto não podemos mudar a realidade pela força de vontade, podemos 
usar nosso cérebro para mudar como processamos o mundo, e isso muda como 
reagimos a ele. A felicidade não é mentirmos para nós mesmos, ou ficarmos 
cegos para o negativo, mas ajustarmos nosso cérebro para ver maneiras de 
superar nossas circunstâncias. 
A Fórmula Arquimediana 
Arquimedes, o maior cientista e matemático grego da antiguidade disse, “Dê-
me uma alavanca longa o suficiente, e um eixo para coloca-la, e eu moverei o 
mundo.” Shawn teve seu momento Eureka no dormitório observando estudantes 
se prepararem para um exame, de acordo com a fórmula de Arquimedes. 
Nosso cérebro funciona como a fórmula arquimediana. Em uma gangorra, o 
eixo fica no centro. Se dois meninos de 50 quilos cada um se sentam com a 
mesma distância do eixo, eles se equilibram. Se dois meninos com peso de 50 e 
75 quilos se sentam, o menor ficará no ar até o maior dar um impulso com os pés. 
21 
 
Mas e se movermos o eixo? Se deixarmos o eixo próximo do menino mais 
pesado, ele se moverá com maior facilidade, e o mais leve pesará mais. 
O poder de maximizarmos nosso potencial é baseado em duas coisas 
importantes: (1) o comprimento da alavanca – quanta força potencial e 
possibilidade nós acreditamos ter, e (2) a posição do eixo central – a atitude com a 
qual geramos força para mudar. O que isso significa em termos práticos é que se 
você é um estudante lutando por notas melhores, um executivo júnior lutando por 
melhor salário, ou um professor que espera inspirar os alunos, você não precisa 
tentar demais para obter resultados. 
Quanto mais mudamos nosso eixo (atitudes), mais nossa alavanca aumenta 
e mais força geramos. Se movermos o eixo de modo que toda a vantagem vai 
para a atitude negativa, nunca saímos do lugar. Se movermos o eixo para uma 
atitude positiva, a força da alavanca aumenta, e move tudo para cima. 
Ao mudar o eixo de nossas atitudes e aumentar a alavanca da possibilidade, 
nós mudamos o que é possível. Não é o peso do mundo que determina o que 
podemos alcançar. É nosso eixo e a alavanca. 
Mova o Eixo, Mude a Realidade 
De acordo com a teoria da relatividade de Einstein, muitas leis 
aparentemente invioláveis do universo são alteradas baseadas no observador. 
Como resultado, algumas impossibilidades num mundo “objetivo e fixo” se tornam 
possíveis. A relatividade não termina com a física. Todo segundo de nossa 
experiência é medido por um cérebro relativo e subjetivo. A “realidade” é a relativa 
compreensão de mundo do nosso cérebro, baseada em como e onde estamos 
observando. 
O mais importante, podemos mudar essa perspectiva a qualquer momento, e 
ao fazer isso mudamos nossa experiência do mundo ao nosso redor. É isso que 
quero dizer quando falo em mudar oeixo. Essencialmente nossas atitudes, e por 
22 
 
sua vez nossa experiência de mundo nunca está gravada na pedra, mas 
constantemente em fluxo. 
Voltando o Relógio 
Se há algo do qual temos certeza, é de que o tempo corre apenas em uma 
direção. Essa era a visão de Shawn até sua mentora Ellen Langer provar o 
contrário com uma brilhante aula. Em 1979 Langer realizou um experimento com 
um grupo de homens de 75 anos. Eles foram para um retiro e não puderam levar 
nada datado depois de 1959, tais como fotos, jornais, revistas, etc. Ao chegarem 
lá, disseram a eles que todos fariam de conta que era o ano de 1959, quando 
esses homens tinham 55 anos de idade. 
Para reforçar, eles se vestiram e agiram como na época, e receberam fotos 
deles com 55 anos. Eles foram instruídos a falar sobre o presidente Eisenhower e 
sobre outros eventos de suas vidas, acontecidos na época. Alguns falaram sobre 
seus trabalhos no presente, como se não tivessem se aposentado. Foram 
colocados pôsteres da época nas mesas da cafeteria, e tudo foi desenhado para 
que eles vissem o mundo pelas lentes de seus 55 anos. 
Langer é psicóloga da fraude e por quarenta anos tem desafiado as 
expectativas da comunidade científica de maneiras inesperadas. Ela buscou 
mostrar por este experimento radical que nossa “construção mental” – a maneira 
como concebemos nós mesmos – tem influência direta sobre nosso processo de 
envelhecimento. Ao ela mover o eixo e a alavanca desses homens de 75 anos, ela 
poderia mudar a realidade “objetiva” de sua idade. 
Antes do retiro os homens foram testados em todo aspecto relativo à 
deterioração pela idade: força física, postura, percepção, cognição e memória de 
curta duração. Após o retiro, a maioria dos homens melhorou em todas as 
categorias; eles ficaram mais flexíveis, com melhor postura, e maior força nas 
mãos. A média de visão deles melhorou quase 10 por cento, assim como seu 
desempenho em testes de memória. Para a metade deles, a inteligência, que 
pensávamos ser fixa desde a adolescência, também aumentou. Até sua aparência 
23 
 
física mudou; pessoas que não sabiam sobre o experimento viram fotos dos 
homens antes e depois do experimento, e deram um palpite sobre suas idades. 
Os homens pareceram, em média, três anos mais jovens do que quando 
chegaram. 
Isso revelou novas implicações radicais sobre o poder da atitude de moldar a 
realidade. Nossa “realidade” externa é muito mais maleável do que pensamos, e 
mais dependente dos olhos pelos quais a vemos. Com a atitude certa, nosso 
poder de ditar esta realidade – e os resultados de nossas ações – aumenta 
exponencialmente. 
Executivos que Cantam, Placebos e Diaristas de Hotel 
Shawn olhou para os 70 diretores executivos da UBS em Connecticut antes 
da palestra e pediu que fechassem os olhos e cantassem no pensamento “Row, 
Row, Row Your Boat” (Reme, Reme, Reme Sua Canoa). A empresa estava 
fazendo cortes e se reestruturando após batalhas jurídicas e queda nos preços. 
Depois perguntou a eles quanto tempo pensavam que havia durado o exercício. 
Ele obteve 70 respostas diferentes, desde 35 segundos até 5 minutos. O exercício 
havia durado 70 segundos. 
Dependendo da atitude, cada pessoa vivencia a realidade objetiva do tempo 
de maneira diferente. Talvez os que acham a música chata e estão impacientes 
para voltar ao trabalho têm um palpite mais longo, enquanto os que estão 
relaxados ou interessados e engajados na conversa acham que passou menos 
tempo. E o tempo voa quando estamos nos divertindo. 
A psicologia tem mostrado que a atitude mental não apenas muda a maneira 
como sentimos uma experiência – mas muda o resultado da experiência. Estudos 
sem conta têm mostrado que quando os pacientes recebem uma pílula de açúcar 
e ouvem que é um bom remédio para aliviar sintomas, eles frequentemente 
melhoram tanto quanto com o remédio real. O Efeito Placebo tem um efeito 
poderoso para controlar a dor, sendo eficaz em 55 a 60 por cento, como a 
24 
 
aspirina. A simples crença de estar tomando um remédio é o suficiente para fazer 
o sintoma desaparecer. 
Há também o placebo reverso. Um grupo de pesquisadores japoneses 
vendouos olhos de 13 participantes e disse a eles que seu braço estava sendo 
friccionado com a planta da urticária. Todos os 13 participantes reagiram com os 
sintomas clássicos da urticária: coceira, bolhas e vermelhidão. A planta usada 
para o estudo não foi a urticária, mas a crença dos estudantes foi forte o suficiente 
para criar um efeito biológico de urticária. 
Em outro experimento, os pesquisadores japoneses friccionaram a 
verdadeira urticária no braço de outros 13 estudantes, e disseram a eles que era 
uma planta inofensiva. Todos eles eram alérgicos à urticária, mas apenas 2 
tiveram erupção cutânea. 
Nosso cérebro é organizado para agir de acordo com o que acreditamos que 
irá acontecer em seguida, isso é chamado por psicólogos de “Teoria da 
Expectativa”. O Dr. Kinsboune, neurocientista da Faculdade de Pesquisa Social de 
Nova York explica que nossa expectativa cria padrões mentais que podem ser tão 
reais como aqueles criados por eventos do mundo real. Os neurônios atuam 
como gatilho disparando uma cascata de reações no sistema nervoso que levam a 
várias consequências físicas. 
O que isso significa no trabalho é que nossas crenças podem mudar os 
resultados concretos de nossos esforços. Em um estudo da Universidade de Yale, 
foi dito a um grupo de diaristas de um hotel que em seu trabalho elas queimavam 
muitas calorias com exercícios cardiovasculares ao aspirar. Ao outro grupo isso 
não foi dito. Ao final do experimento, aquelas que pensaram estar gastando 
calorias perderam peso e tiveram seu nível de colesterol diminuído. A única 
diferença entre os grupos foi como seus cérebros perceberam o trabalho feito. 
Portanto, a construção mental de nossas atividades diárias, mais do que as 
atividades em si, define nossa realidade. 
 
25 
 
Mais que 24 Horas em Um Dia? 
Agora se pergunte: O quanto você poderia ser mais eficiente e produtivo se 
mudasse a maneira como vê as horas de trabalho do dia? Em um cenário onde a 
realidade pode ser experimentada de maneiras diferentes, dependendo de onde 
você coloca o eixo a pergunta é: “como posso usar minha experiência relativa do 
dia de trabalho para minha melhor vantagem”? 
As pessoas de muito sucesso adotam uma atitude que faz seus dias de 
trabalho mais agradáveis, trabalham mais e de maneira mais eficiente e rápida do 
que seus colegas com atitude negativa. Essas pessoas usam a atitude positiva 
para ganhar controle do tempo. Se no começo da reunião de trabalho você pensa 
que a reunião não vai resolver nada, você não se importa, ficará sem energia e 
motivação. Mas, se escolher ver a reunião como oportunidade e criar objetivos, 
tais como aprender 3 coisas: fazer apresentações melhores, lidar com perguntas 
difíceis e qual a melhor cor para power point, a produtividade aumentará. 
Quando nos reconectamos com o prazer do processo em vez de focar 
apenas nos resultados, adotamos uma atitude que facilita o alcance de resultados 
melhores. Nossa visão de trabalho afeta nossa experiência real. Se nossa visão 
de lazer, tempo com a família ou com um hobby, é de tempo desperdiçado, então 
estaremos perdendo tempo mesmo, e poderemos nos sentir culpados em ter 
lazer, nunca recarregando nossas baterias para o trabalho. 
Permitir-nos fazer atividades que gostamos pode aumentar nosso 
desempenho no trabalho. Mas se seu cérebro pensa que o encontro com os 
amigos é perder tempo, você não colherá os benefícios do encontro social. No 
entanto, se você pensar que seu tempo livre é uma chance de recarregar as 
baterias, de aprender e de praticar coisas novas, se conectando com outros, você 
voltará mais fortalecido do que antes. 
 
 
26 
 
A Alavanca de Possibilidades 
Assim como a atitude ou crença afeta o desempenho, ela afeta suas 
habilidades. Quanto mais você acreditar em suas habilidades de ter sucesso, mais 
provável você será de tê-lo. Os estudos mostram que simplesmente acreditar que 
você pode fazer mudanças positivas em sua vida aumenta a motivação e 
desempenho no trabalho, e o sucesso se torna uma profecia auto realizadora. Um 
estudo mostrou que os contadores que acreditavam que podiam alcançar o que 
determinassem fazer, dez meses depois tiveram a mais alta pontuação em 
desempenho no trabalho. Suas crenças em suas habilidades foram um forte 
previsor de desempenho, mais do que seu treino. 
Um exemplo fascinante da influência das crenças ocorreu em um estudo. 
Foi realizado um teste padrão de 20 perguntas, e repetido para 400 americanos, 
depois da eleição presidencial de 2008 nos E.U. Décadas de pesquisas mostram 
que internalizar estereótipos racistas contribui para uma lacuna entre estudantes 
brancos e afrodescendentes. Quando identificam sua raça antes dos testes, os 
estudantes de cor têm desempenho pior. Após Obama ter vencido as eleições, os 
estudantes de cor melhoraram tanto, que a lacuna desapareceu. O modelo que 
Obama projetou apagou autodúvidas que influenciavam o desempenho deles. 
Na empresa de treinamento IDology, os treinadores perguntam aos clientes: 
Que identidade você está vestindo hoje? Se for a autodúvida, você já prejudicou 
seu desempenho antes de começar. Então, quando se deparar com um desafio, 
uma tarefa difícil, dê a você mesmo uma vantagem competitiva imediata ao focar 
em todas as razões para ter sucesso, em vez de fracasso. Lembre-se das 
habilidades relevantes que você tem, e não das que faltam. Pense em quando 
você esteve em situação parecida no passado e foi bem. Anos de pesquisa 
mostram que um foco específico em suas forças durante tarefas difíceis produzem 
os melhores resultados. Isso não significa ignorar fraquezas ou dizer um mantra 
de afirmações vazias, mas focar nas forças de caráter da classificação VIA. 
 
27 
 
Alavancando a Inteligência 
Os estudos da psicóloga Carol Dweck da universidade de Stanford dividem 
as pessoas em duas categorias: Aquelas com “atitude fixa” acreditam que suas 
capacidades são fixas, enquanto aquelas com “atitude de crescimento” acreditam 
que podem melhorar suas qualidades básicas pelo esforço, e que podem mudar 
suas aptidões e interesses, e crescer pela experiência. As pesquisas de Dweck 
mostram que pessoas com “atitude fixa” perdem oportunidades de melhorar, e têm 
um desempenho ruim consistentemente. As pessoas com “atitude de crescimento” 
veem suas habilidades melhorarem. 
Quando acreditamos que haverá uma recompensa positiva de nossos 
esforços, trabalhamos mais em vez de perder a esperança. As crenças são 
poderosas, pois ditam nossos esforços e ações. Quando reconhecermos o quanto 
nossa realidade depende de como a vemos, não será surpresa que as 
circunstâncias externas predizem menos que 10 por cento de nossa felicidade 
total. Por isso Sonja Lyubomirsky, líder do estudo científico de bem estar, diz 
preferir a frase “criação ou construção da felicidade” em vez de “busca”, pois ao 
mudar a maneira como vemos a nós e nosso trabalho, melhoramos os resultados. 
Usando o Eixo e a Alavanca 
A psicóloga Amy Wrzesniewski da Universidade de Yale estuda por décadas 
como a percepção mental que temos do trabalho afeta nosso desempenho. Ela 
descobriu que os trabalhadores em qualquer ocupação têm três “orientações de 
trabalho” ou atitudes diferentes. Vemos nosso trabalho como Trabalho, Carreira, 
ou Chamado. As pessoas com um “trabalho” veem o trabalho como tarefa, seu 
pagamento como recompensa, e trabalham por obrigação, ansiosos pela hora de 
sair. Ao contrário, as pessoas que veem seu trabalho como carreira não trabalham 
apenas por necessidade, mas investem para avançar e ser bem sucedidas. 
Finalmente as pessoas com um chamado veem seu trabalho como uma 
contribuição para o bem maior, com significado e propósito. 
28 
 
As últimas trabalham mais, por mais tempo e avançam mais. Há médicos 
que veem sua profissão como trabalho e zeladores que a veem como um 
chamado. Funcionários infelizes nem sempre precisam mudar deprofissão, mas 
de visão. Ajustar a atitude envolve ver novas possibilidades abertas para o 
significado do “trabalho”. Reescreva sua “descrição de trabalho”, como no 
exercício que Tal Bem Shahar chama de “descrição do chamado”. Pense sobre 
maneiras diferentes de descrever as tarefas que faz como se tivesse que 
despertar em outro a vontade de pedir esse emprego. O objetivo é destacar o 
significado que o chamado pode trazer. 
Mesmo as pequenas tarefas podem ter maior significado quando conectadas 
a metas e valores pessoais. Quanto mais alinhamos tarefas diárias com nossa 
visão pessoal, mais provável seremos de ver nosso trabalho como chamado. 
Vire uma folha de papel na posição horizontal. Do lado esquerdo escreva as 
tarefas que não têm significado. Então se pergunte: Qual o propósito desta tarefa? 
O que ela alcançará? Desenhe uma seta para a direita e escreva a resposta. Se 
ainda parecer sem importância, pergunte: esse resultado leva a que? Desenhe 
outra seta e escreva a resposta até ver o todo e se sentir motivado e energizado 
para fazer o trabalho com mais dedicação. 
Antes de palestrar em uma empresa listada na Fortune 500 em Nova York, 
um executivo disse aos 80 ouvintes porque havia convidado Shawn. Ele disse que 
todos trabalhavam ali só para ganhar dinheiro e não deviam ver a palestra como 
sendo sobre felicidade, mas para ajuda-los a ganhar dinheiro: “Nós não estamos 
aqui salvando golfinhos”. A tradução poderia ser: salvar golfinhos é significante, e 
o trabalho de vocês não tem significado além do ganho de dinheiro. Todos 
mostraram frustração, vergonha e desinteresse. A forma mais rápida de 
desinteressar os funcionários é dizer a eles que seu trabalho vale só o salário. 
Shawn conheceu estudantes no Texas que embalavam compras no caixa de 
supermercado como se isso fosse seu chamado. Também trabalhou com 
29 
 
empreendedores que construíram empresas de $200 milhões de reais e que viam 
sua ocupação como enfraquecedora e sem significado. 
Mudando o Eixo e A Alavanca Daqueles ao Seu Redor. 
Como vimos, algumas palavras podem alterar a atitude da pessoa e suas 
conquistas. As diaristas do hotel precisaram ouvir apenas algumas palavras sobre 
como eram ativas, e perderem peso. A atitude muda o desempenho da pessoa e 
as palavras, positivas ou negativas, podem mudar o desempenho de outros ao 
nosso redor. Os gerentes se dão um tiro no pé ao lembrar seus subordinados de 
suas fraquezas. Mas quando um gerente expressa fé nas habilidades do 
funcionário, este melhora o humor e motivação, e a probabilidade de sucesso. 
Um experimento muito conhecido foi feito pela equipe do psicólogo Robert 
Rosenthal em uma escola. O grupo de pesquisadores mentiu às professoras que 
as crianças mais inteligentes e com potencial eram Sam, Sally e Sara e pediram 
sigilo. Ao final do ano, eles testaram todas as crianças novamente, e Sam, Sally e 
Sara se destacaram por suas habilidades intelectuais como estrelas acadêmicas. 
Este fenômeno é chamado de Efeito Pigmaleão: quando nossa crença ou 
expectativa no potencial de outra pessoa torna esse potencial em realidade, como 
alguém da família ou um colega de trabalho. 
Motivando Uma Equipe Com o Efeito Pigmaleão 
Em 1960, o professor McGregor da MIT falou sobre as teorias X e Y de 
motivação humana. A teoria X diz que as pessoas só trabalham se forem vigiadas. 
A teoria Y diz o oposto: que as pessoas trabalham por motivação interna e pela 
satisfação do bom trabalho, e trabalham mais se não forem observadas. Quando 
os pesquisadores tentam estudar essas teorias, observam o seguinte: Chefes que 
acreditam na teoria X têm trabalhadores que precisam de constante supervisão, e 
chefes que acreditam na teoria Y têm trabalhadores que trabalham por amor a sua 
ocupação. Os funcionários se tornam aquilo que os chefes esperam que eles 
sejam. Líderes otimistas e pessimistas têm funcionários tal qual eles. 
30 
 
Toda segunda feira os líderes devem se perguntar 3 coisas: (1) Acredito que 
a inteligência e habilidades de meus funcionários não são fixas, mas podem 
mudar pelo esforço?; (2) Acredito que meus funcionários querem se esforçar e 
encontrar propósito e significado em seu trabalho?; e (3) Como estou transmitindo 
essas crenças em minhas palavras diárias e ações? 
A Capa de Super-homem 
Em algumas lojas de fantasia, a capa de super homem é vendida com o 
aviso de que ela não ajuda a voar. Enquanto é importante mudar nosso eixo para 
o positivo, precisamos ter cuidado para não termos expectativas irrealistas sobre 
nosso potencial. Como sabemos qual é o nosso potencial e limites? Queremos 
ultrapassar os limites da possibilidade o máximo possível, e não limitá-los da 
maneira como muitos chefes, professores ou histórias da mídia desencorajadoras 
nos falam que deveriam ser limitadas. Mas se não acreditarmos que podemos 
fazer mais e alcançar mais, não teremos chances de avançar. 
O coração da mudança é parar de ver o mundo como fixo quando a 
realidade é relativa. Temos homens de 75 anos de idade que voltaram seu relógio 
biológico, e funcionários que encontraram seu chamado capitalizando seu 
potencial com uma atitude mais positiva. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Princípio n 3 
O Efeito Tetris 
Treinando Seu Cérebro Para Capitalizar a Possibilidade 
Shawn acordou uma manhã, viu um carro de polícia no campus e pensou em 
roubá-lo. Ele havia jogado o Grand Theft Auto até as 4 da madrugada na noite 
anterior e seu cérebro continuou no padrão de procurar carros para roubar. 
Felizmente ele não cometeu o crime. A mesma coisa ocorre com os jogadores de 
Tetris, um jogo que alinha formas. O jogador começa a ver o mundo em blocos 
caindo do céu e pensa em inverter prédios para encaixá-los no horizonte. Jogar 
Tetris modifica as conexões do cérebro, criando novos caminhos neurais e novas 
conexões. Com o tempo eles ficam presos involuntariamente a um padrão 
cognitivo não adaptativo e viciante. Eles veem formas Tetris em todos os lugares. 
O Efeito Tetris no Trabalho 
Às vezes as pessoas não conseguem quebrar um padrão negativo de pensar 
e agir. Reclamar do chefe e focar nos defeitos do colega ou subordinado se torna 
um hábito. Seus cérebros são treinados por anos para achar defeitos, como os 
jogadores de Tetris encontram formas. Infelizmente nossa sociedade, no trabalho 
e na vida pessoal, nos recompensa por acharmos os problemas, o estresse e as 
injustiças. Ás vezes isso ajuda, mas ver o negativo pode se tornar um padrão e até 
deixamos de ver o positivo – as coisas que nos trazem felicidade e sucesso. 
Certas pessoas não conseguem ver o positivo no trabalho, as oportunidades 
e chances de crescer. Ver constantemente o negativo tem um alto preço. Custa 
nossa criatividade, aumenta o estresse, e diminui nossa motivação e habilidade de 
conquistar metas. Pessoas que trabalham com correção de erros, como 
contadores, auditores de imposto de renda e fiscais às vezes desenvolvem o 
32 
 
padrão de ver erros com as pessoas da família. Eles são 3.6 vezes mais prováveis 
de ter depressão, assim como advogados, que aprendem a fazer análise crítica. 
As faculdades de direito os ensinam a procurar falhas em argumentos e a 
serem críticos. Essa prática continua para além do fórum, e ela é o caminho mais 
rápido para a depressão e ansiedade, até interferindo em sua habilidade de fazer 
seu trabalho. Muitos advogados têm o hábito de depor seus filhos quando chegam 
em casa. Ninguém está imune, em qualquer profissão, de cair no padrão de 
encontrar faltas nos outros, o que nos deixa mais vulneráveis a depressão, a 
saúde física ruim e até ao abuso de substância. Essa é a essência do Efeito 
Tetris: um padrão cognitivo que diminui nossa taxa de sucesso. 
Seu Cérebro Como Filtro de Spam 
Somos bombardeados diariamente com informação. E nosso filtro de 
atenção é como o bloqueador de spam do e-mail. Os cientistas estimam que nos 
lembramos de 1em cada 100 fragmentos de informação que recebemos, o resto é 
filtrado no arquivo de spam do cérebro. Se programamos nosso filtro cerebral para 
deletar o positivo, esse dado cessará de existir para nós, como as mensagens de 
spam que não entram na caixa de entrada do e-mail. Vemos o que queremos, e 
perdemos o resto. 
Gorilas e Toyotas Prius 
Em um dos experimentos mais conhecidos na psicologia, os voluntários 
assistem a um vídeo de dois times de basquete, um deles veste roupa branca, e o 
outro veste roupa preta. Eles têm que contar quantas vezes o time branco passa a 
bola. Após 25 segundos do vídeo, uma pessoa fantasiada de gorila passa de um 
lado para outro. Ao ser perguntado se viram algo de estranho, apenas 46 por 
cento relata ter visto um gorila. Os outros insistem que não havia gorila. 
Esse experimento destaca a chamada, pela psicologia, “cegueira da falta de 
atenção”. Eles estavam tão focados em contar os passes, que seu filtro natural 
enviou o gorila para a pasta de spam. Nossa habilidade de ver o que está bem a 
33 
 
nossa frente falha, pois não estamos focados nisso, e não percebemos coisas 
consideradas óbvias. Essa percepção seletiva também explica o porquê vemos o 
que estamos procurando em todos os lugares. Você ouve uma música uma vez e 
ela está sempre no rádio. Lembro-me que quando comprei um Toyota Prius, de 
repente as ruas estavam cheias deste carro. Nada havia mudado, apenas meu 
foco. Feche os olhos e imagine a cor vermelha, abra os olhos e procure por essa 
cor. Não está em todo lugar? 
Um estudo mostra que duas pessoas podem olhar a mesma foto juntas e ver 
duas expressões faciais diferentes. Se nós estamos programados para ver sempre 
o negativo nas pessoas, isso pode nos prejudicar nos relacionamentos e no 
trabalho. Pense sobre o prejuízo de ler a expressão de desinteresse no cliente em 
potencial, quando ela é de satisfação. Ou ler a atitude do colega como arrogância, 
quando é realmente de ajuda. O objetivo do Efeito Positivo Tetris é treinar o 
cérebro para fazer uma varredura no mundo por oportunidades e ideias que 
permitem que nosso sucesso cresça. 
O Poder do Efeito Positivo Tetris 
Quando nosso cérebro foca e faz uma varredura constante em busca do 
positivo, nos beneficiamos de três ferramentas disponíveis para nós: a felicidade, 
a gratidão e o otimismo. O papel que a felicidade tem devia ser óbvio – quanto 
mais você busca o positivo ao seu redor, melhor você se sente e isso traz 
vantagens. O segundo mecanismo é a gratidão, pois quanto mais oportunidades 
para o positivo nós vemos, mais agradecidos nos tornamos. O psicólogo Robert 
Emmons estuda gratidão por décadas e descobriu que poucas coisas na vida são 
integrais como o nosso bem estar. 
Diversos estudos mostraram que as pessoas agradecidas têm mais energia, 
são mais inteligentes emocionalmente, perdoam, e são menos prováveis de ter 
depressão e ansiedade, e de sentir solidão. A gratidão é a causa significante de 
resultados positivos. Quando os pesquisadores escolhem voluntários 
randomizados e os treinam para ser mais agradecidos, em algumas semanas eles 
34 
 
se tornam mais felizes e otimistas, se sentem mais conectados socialmente, 
dormem melhor e tem menos dor de cabeça que os grupos controle. 
O terceiro fator do Efeito Positivo Tetris é o otimismo. Um otimista é um bom 
previsor do desempenho no trabalho. Estudos mostram que os otimistas traçam 
mais metas (e mais difíceis) que os pessimistas, e se esforçam mais para alcançar 
essas metas, ficam mais engajados frente a dificuldades e transpõe obstáculos 
mais facilmente. Otimistas também mantêm um alto nível de bem estar durante 
dificuldades e lidam melhor com situações altamente estressantes – todas essas 
são habilidades cruciais para o alto desempenho em um ambiente de trabalho. 
Para a ciência não existe sorte. O pesquisador Richard Wiseman perguntou 
a voluntários se eles se achavam sortudos ou azarados. Então pediu a eles que 
lessem um jornal e contassem quantas fotos viam. Os que se consideravam 
sortudos levaram alguns segundos e pararam, enquanto os que se achavam sem 
sorte levaram dois minutos. Na segunda página do jornal havia uma mensagem 
grande: “Pare de contar, há 43 fotos neste jornal”. A resposta estava lá, mas os 
“azarados” não viram. Como bônus, havia outra mensagem no jornal dizendo: 
“Pare de contar, diga ao experimentador que você viu isso e ganhe $500 reais”. 
As pessoas que se diziam sem sorte na vida não viram essa oportunidade. 
Presas no Efeito Negativo Tetris, elas foram incapazes de ver o óbvio para outras 
e seu desempenho foi prejudicado. Havia a mesma possibilidade de recompensa 
no ambiente de todos. Em um estudo 69 por cento dos estudantes de ensino 
médio e superior disseram que suas decisões sobre carreira dependeram de 
chances de encontros. Alguns aproveitam as chances e outros as deixam passar. 
Com a positividade o cérebro fica aberto a possibilidades. Esperar resultados 
favoráveis ajuda o cérebro a reconhecer oportunidades quando elas surgem. 
Ficando Preso no Efeito Positivo Tetris 
Treinar seu cérebro para perceber mais oportunidades requer prática em 
focar no positivo. A melhor maneira de começar é com o exercício de fazer uma 
lista diária das coisas boas em seu trabalho, em sua carreira e em sua vida. 
35 
 
Parece simples, mas uma década de pesquisa tem mostrado que isso resulta em 
um efeito profundo em nosso cérebro. Quando você faz uma lista de três coisas 
boas acontecidas no dia, seu cérebro faz uma varredura das últimas 24 horas 
buscando por coisas positivas – sentimentos bons de conquistas no trabalho, uma 
conexão fortalecida com a família, ou um raio de esperança no futuro. Com a 
prática, seu cérebro passa a ser mais habilidoso em notar e focar nas 
possibilidades para crescimento pessoal e profissional, e busca oportunidades 
para agir. Ele tira as frustrações para fora do campo visual. 
Os itens escritos não precisam ser complicados, mas específicos. Pode ser 
uma comida que você gostou, o abraço do seu filho ou o reconhecimento do 
chefe. Outra variação das três coisas positivas é fazer um diário sobre 
experiências positivas. Cair em um Efeito Positivo Tetris ajuda líderes a dar 
reconhecimento e encorajamento com mais frequência, o que eleva sua equipe 
acima da linha Losada. 
Prática, Prática, Prática. 
Shawn trabalhou com os funcionários da American Express, e os encorajou a 
colocarem um alerta para as 11 da manhã para lembra-los de escreverem as três 
coisas boas. Os banqueiros de Hong Kong preferiam escrever sua lista antes de 
abrirem o e-mail pela manhã. Os CEOs treinados por Shawn na África levaram a 
atividade para seus filhos cada noite. Não importa quando você faz sua lista, 
contanto que a faça com regularidade. Quanto mais você envolve outros, mais 
multiplica benefícios. O apoio social aumenta as chances de esses hábitos 
positivos continuarem. Por isso Shawn diz aos líderes de empresas para fazerem 
essa atividade com suas esposas à noite e pela manhã. Esse exercício funciona 
para crianças e adultos. 
Óculos Cor de Rosa 
A positividade excessiva pode ser prejudicial. Pode nos cegar para os 
problemas que precisam ser corrigidos ou áreas que precisam de melhoras. A 
36 
 
chave é não ignorarmos por completo as coisas ruins, mas ter um senso realista 
de otimismo. 
Quando treinamos nosso cérebro com um Efeito Positivo Tetris estamos 
melhorando nossas chances de felicidade e estabelecendo uma cadeia de 
eventos que nos ajudam a colher todos os benefícios de um cérebro positivo. 
Focar no que é bom abre nossa mente para as ideias e oportunidades que nos 
ajudam a ser mais produtivos, eficientes e bem sucedidos no trabalho e na vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Princípio n 4 
Caindo Para Cima 
Mapeando o Caminho Para o Sucesso 
O cérebro humano está sempre criando e revisando mapas mentaisque nos 
ajudam em um mundo complexo. Isso é crucial para a sobrevivência e vital para 
sermos bem sucedidos no mundo corporativo. Ao falarmos com um cliente o 
cérebro está procurando dois mapas de caminhos e tenta prever o melhor deles. 
Todas as decisões envolvem esse tipo de mapa mental: no ponto “Estou aqui”, de 
onde saem vários caminhos dependendo da complexidade da decisão e clareza 
de pensamento. As decisões mais bem sucedidas ocorrem quando pensamos 
com clareza e criatividade. 
Quando estão estressadas ou em crise, muitas pessoas perdem o caminho 
mais importante: para cima. Em todo mapa mental pós-crise, há três caminhos. 
Aquele que anda em círculos não traz mudanças. Outro caminho mental leva a 
consequências mais negativas, e ao medo do conflito e dificuldades. O terceiro 
caminho nos leva do fracasso a um lugar onde nos tornamos mais fortes do que 
antes da queda. Na crise formamos mapas mentais incompletos e o caminho que 
não conseguimos ver é geralmente o mais positivo e produtivo. Ás vezes nós 
acreditamos que esse caminho nem existe e paramos de procurar. 
Crescimento Pós Traumático 
Quando os soldados vão para a guerra os psicólogos dizem a eles que 
poderão voltar “normais” ou com Transtorno de Estresse Pós Traumático. Isso dá 
a eles a alternativa de dois mapas mentais. Mas um grande corpo de estudos 
prova a existência de um terceiro e melhor caminho: o Crescimento Pós 
Traumático. O luto, um diagnóstico de câncer, um enfarto, ou um desastre natural 
parecem ser algumas das piores coisas que podem acontecer a alguém. Mas 
38 
 
esses também fazem a lista dos eventos que os pesquisadores observaram ser a 
causa de um crescimento profundo para muitas pessoas. 
Os psicólogos chamam essa experiência de Crescimento na Adversidade ou 
Crescimento Pós Traumático. Nos últimos vinte anos o psicólogo Richard 
Tedeschi e colegas fizeram do estudo do Crescimento Pós Traumático a sua 
missão. E por seu estudo hoje podemos dizer que o sofrimento e trauma podem 
levar a mudanças positivas em uma variedade de experiências. Após o atentado 
no trem de Madri em 2004, os psicólogos observaram que muitos residentes 
tiveram crescimento psicológico. O mesmo ocorre com pacientes com câncer. Há 
o aumento da espiritualidade, da compaixão por outros e da abertura. Após um 
trauma, as pessoas relatam um aumento de força pessoal e de autoconfiança, 
assim como maior valorização das relações sociais. 
Isso não ocorre com todos. A atitude tem um papel central para as 
habilidades de encontrar o terceiro caminho. A reinterpretação positiva da 
situação, o otimismo, a aceitação, e os mecanismos de enfrentamento que 
incluem focar no problema de frente em vez de negar sua existência levam ao 
Crescimento Pós Traumático. Tan Ben Shahar afirma que “as coisas não 
acontecem para o melhor, mas algumas pessoas são capazes de tirar o melhor 
das coisas que acontecem.” As pessoas de maior sucesso veem a adversidade 
não como uma pedra de tropeço, mas como um degrau para a grandeza. 
Alguns exemplos de fracassos são: Michael Jordan que foi cortado do time 
de basquete no ensino médio, e Walt Disney perdeu o emprego no jornal porque 
não era criativo. Os autores da Harvard Business Review concluem que errar é 
“uma maneira poderosa de acelerar o aprendizado e aumentar a competitividade”. 
Em seu livro “A busca pelo Perfeito” Tal Bem-Shahar diz que “podemos aprender 
a lidar com o fracasso apenas ao experimentar o fracasso e sobreviver”. 
Como o Terceiro Caminho Fica Escondido 
Shawn iria dar uma palestra em Manhattan após a crise financeira de 2008 e 
percebeu que a audiência parecia paralisada e em silêncio. Os funcionários 
39 
 
haviam sido informados sobre reestruturação e cortes massivos por causa do 
colapso econômico, minutos antes. E foi assustador para Shawn falar sobre 
felicidade nessas circunstâncias. Ele experimentou o mesmo desafio nos meses 
seguintes ao falar em empresas da lista Fortune 500 em Hong Kong, Tokio, e 
outros países, as quais haviam reduzido sua força trabalhista pela metade. 
Os funcionários pareciam congelados de medo. Seus mapas mentais 
pareciam focados nos caminhos de desemprego e falência. Bem quando um 
esforço extra era necessário, eles evitavam o trabalho, parecendo prontos para 
desistir. Quando eliminamos qualquer opção de crescimento do nosso mapa 
mental, eliminamos nossa motivação de procurar alternativas. E quando as 
pessoas se sentem sem esperança em uma área, elas aplicam isso a outras 
áreas, como nos relacionamentos, etc. A desesperança fica fora de controle 
impedindo o sucesso em todas as áreas da vida. Essa é a definição de 
pessimismo e depressão, e de um círculo negativo. 
Encontrando o Caminho Para Cima 
Você provavelmente já ouviu a história de dois vendedores que foram 
enviados para a África em 1900. Um deles mandou um telegrama que dizia ao 
chefe: “Situação sem esperança, eles não usam sapatos”, e o outro escreveu: 
“Gloriosa oportunidade! Eles ainda não têm sapatos”. O ponto é que quando 
algumas pessoas encontram dificuldades, elas param de tentar encontrar 
maneiras de transformar fracassos em oportunidades. Outras – as pessoas de 
sucesso – sabem que o que fazemos com as dificuldades determinam nosso 
destino. Algumas se sentam sem esperança e outras juntam os pedaços e as 
forças para se levantar e seguir em frente. 
A Crise como Catalizadora 
Assim como as crises pessoais podem ser a fundação do crescimento, as 
crises econômicas também. Elas impulsionam empresas para maior sucesso. A 
Hewlett-Packard – (HP) foi lançada durante a Grande Depressão. Da mesma 
forma, as maiores empresas americanas usaram a recessão para reavaliar e 
40 
 
melhorar suas práticas de negócios. A adversidade econômica força as empresas 
a encontrar meios criativos de cortar custos, e inspiram gerentes a encorajar seus 
funcionários. O presidente de uma empresa admitiu que passar pela recessão 
melhorou as operações, e as revisões resultaram em melhor funcionamento. 
Os melhores líderes revelam suas verdadeiras cores nos tempos de crise. E 
na crise seus esforços devem ser redobrados para catalisar a criatividade. 
Aqueles que ficam paralisados com a crise perdem grandes oportunidades, e a 
falta de esperança dos líderes piora o desempenho dos funcionários. Os que 
encontram energia nos desafios colhem as recompensas. Indra Nooyi, CEO da 
PepsiCo viu a recessão como oportunidade de viajar o mundo para fortalecer 
pessoalmente a confiança dos funcionários. O desempenho melhorou e ela foi 
apontada pela Fortune 500 como a mulher empresária mais poderosa em 2009. 
Quando confrontados com fracassos, se entregar à desesperança nos 
mantém para baixo, enquanto olhar para oportunidades nos ajuda a nos reerguer. 
Mude Seu Estilo Explicativo 
A vida de um vendedor é, por definição, cheia de fracassos e de rejeição. Em 
alguns ramos, apenas uma em dez tentativas acabam em venda, e eles 
experimentam rejeição em 90 por cento dos casos. Em 1980 na seguradora 
MetLife a rotatividade era enorme. Metade dos vendedores pedia desligamento 
ao ano. A empresa perdia $140 milhões de reais por ano com custos de 
contratação. Eles contrataram Martin Seligman para mudar a situação. Ele 
observou que alguns vendedores tinham uma visão positiva para interpretar a 
adversidade, enquanto outros ficavam angustiados com os reveses sucessivos. O 
que os pesquisadores chamam de “estilo explicativo”. 
Décadas de estudo mostraram que o estilo explicativo – como escolhemos 
explicar a natureza dos eventos passados – tem um impacto crucial em nossa 
felicidade e sucesso futuro. Pessoas com um estilo explicativo positivo interpretam 
a adversidade como sendo local e temporária (ex., “não é tão ruim assim e vai 
melhorar”), enquanto aqueles com estilo explicativo negativo veem esses eventos 
41 
 
como globais e permanentes (ex., “isso é a pior coisa e nunca vai mudar”).Suas 
crenças então afetam suas ações. Os últimos param de tentar enquanto os 
primeiros melhoram seu desempenho e seus esforços. Agora sabemos por 
estudos que todas as vias do sucesso são ditadas pelo estilo explicativo. 
Então, quando Seligman foi trazido para resolver o problema dos vendedores 
da MetLife, ele procurou saber o estilo explicativo deles. Os testes revelaram que 
os agentes com estilos otimistas vendiam 37 por cento mais seguros que os 
pessimistas, e os mais otimistas deles vendiam 88 por cento mais do que os 
pessimistas. A MetLife decidiu contratar uma força trabalhista inteiramente com 
base no estilo explicativo. Os resultados: em poucos anos a rotatividade ficou 
zerada, enquanto sua participação de mercado aumentou quase 50 por cento. 
Aprenda Seu ABCD 
Transformar a adversidade em oportunidade é uma habilidade natural para 
muitos. Algumas pessoas têm um estilo explicativo otimista. Mas essas técnicas 
podem ser aprendidas. Uma maneira de ver oportunidade na adversidade é 
praticar o modelo ABCD de interpretação: Adversidade, Crença (Belief), 
Consequência e Disputa. Adversidade é o evento que não podemos mudar. 
Crença é nossa reação ao evento; porque aconteceu, e o que ele significa para o 
futuro. É um problema temporário e local, ou insolúvel e geral? Há soluções? Se 
nós cremos que o problema é uma oportunidade de crescimento, aumentamos a 
chance de uma Consequência positiva. 
Mas se a Crença nos levou a um caminho pessimista, a desesperança e 
inércia podem levar a Consequências negativas. Então é hora de colocar o D para 
trabalhar. A Disputa envolve dizer a outros que sua crença é apenas – crença, não 
um fato – e então desafiá-la. Os psicólogos recomendam que externalizemos a 
voz (fazer de conta que está vindo de outra pessoa), para parecer que estamos 
argumentando com outra pessoa. Qual a evidência para essa crença? 
Deixaríamos um amigo manter esse raciocínio? Quais são outras interpretações 
42 
 
do evento? Quais são outras reações mais adaptativas? Há outra visão que eu 
posso adotar? E finalmente, o problema é tão grave quanto pensei ser a princípio? 
 Esse método é chamado de descatastrofizar: mostrar a nós mesmos que 
apesar de o problema ser real, talvez não seja tão horrível quanto pensamos. Nos 
esquecemos do quanto nosso sistema imunológico psicológico é bom em nos 
ajudar a vencer a adversidade. Daniel Gilbert, autor de Tropeçando na Felicidade, 
fez muitos estudos mostrando a negligência imunológica em ação. Universitários 
exageram sobre o quanto ficariam devastados com o término de um 
relacionamento amoroso. Mas a adversidade não nos devasta na extensão que 
imaginamos. Saber que o medo das consequências é sempre pior do que as 
consequências nos ajuda a ter uma interpretação mais otimista. 
O sucesso não é nunca cair, mas cair e se levantar repetidamente. Shawn 
participou de um experimento em seus tempos de Harvard, só para ganhar $40 
reais. Foi dito que esse era um estudo sobre ajudar idosos. Ele teve que ficar sem 
camisa e de shorts no corredor. Quando ele tentava andar o chão se movia do 
lado esquerdo ou do direito. Ele caiu e se levantou mais de 120 vezes por 3 horas, 
e ficou exausto e machucado. Após o término, a estudante disse que havia se 
esquecido de filmar sua participação, e perguntou se ele poderia repetir tudo. Ele 
aceitou pelos $40 reais. Então o professor foi imediatamente chamado e lhe disse 
que esse era na verdade um estudo em resiliência e motivação, e que ninguém 
jamais havia chegado aonde ele chegou. Ele recebeu 400 reais. O sucesso é mais 
que resiliência. É usar a queda para se levantar e se motivar. É cair para cima. 
 
 
 
 
 
43 
 
Princípio n 5 
O Círculo do Zorro 
Como Limitar Seu Foco Em Metas Gerenciáveis Pode Expandir Sua 
Esfera de Poder 
De acordo com a lenda, um herói mascarado chamado Zorro lutava pelos 
injustiçados. Ele tinha disciplina e coragem, e se tornou popular nos livros, na TV e 
nos filmes. Mas há um capítulo pouco conhecido da história do Zorro. Ele nem 
sempre pulava dos lustres vencendo lutas de espada com dez homens. No 
começo, ele era jovem, sem disciplina nem paciência. Ele queria lutar com os 
vilões mais fortes e logo se tornou um escravo da bebida e do desespero. Mas 
Don Diego viu o potencial dele e o treinou, ao desenhar um círculo na areia. Disse 
a ele que poderia lutar apenas dentro do círculo, que era seu mundo e sua vida. 
Quando Zorro dominou o círculo, Don Diego aos poucos o deixou sair e 
expandiu o treino. Antes de dominar o pequeno círculo, Alejandro não tinha 
controle de suas emoções e ações, nem senso de suas habilidades, ou senso de 
controle. Após isso Alejandro ele se torna o Zorro, a lenda. 
Círculo de Controle 
O conceito do Círculo do Zorro é uma poderosa metáfora sobre como 
podemos atingir nossas metas mais ambiciosas no trabalho, na carreira e na vida 
pessoal. Uma das coisas importantes para o sucesso é acreditar que nosso 
comportamento importa, e que temos controle do futuro. Mas quando tentamos 
fazer demais e o estresse chega, os sentimentos de controle se vão. Se nós 
concentramos nossos esforços nas pequenas metas, ganhamos sentimentos de 
controle, os quais são muito importantes para o desempenho. 
Precisamos limitar o âmbito de nossos esforços, acumular recursos, 
conhecimento e confiança para expandir o círculo, e depois gradualmente 
44 
 
conquistar uma área maior. O Zorro começou pequeno então pouco a pouco foi 
dominando seu crescente círculo. Seu sucesso lendário o seguiu a partir de então. 
Cultivando Plantas e Carreiras: A Importância do Controle 
Ter sentimentos de estar em controle, de que somos mestres de nosso 
destino no trabalho e em casa é um dos maiores fatores de bem estar e 
desempenho. Funcionários que sentem que têm controle no trabalho relatam mais 
satisfação no trabalho. Em um estudo com 3 mil assalariados, os sentimentos de 
controle previram maior satisfação na família, no trabalho e nos relacionamentos, 
além de menores níveis de estresse, de conflitos e rotatividade. Mas esses tipos 
de ganhos em produtividade, felicidade e saúde estão menos relacionados a 
quanto controle temos, e mais relacionados a quanto controle pensamos ter. 
Lembremo-nos de que a maneira como experimentamos o mundo molda 
nossa atitude. As pessoas bem sucedidas têm o “lócus interno de controle”, a 
crença de que suas ações têm um efeito direto em seus resultados. As pessoas 
com lócus externo são mais prováveis de ver eventos diários como resultados de 
forças externas. O primeiro é mais adaptativo no trabalho, pois a pessoa com 
lócus interno irá se esforçar para fazer seu melhor e promover boas 
consequências. As pessoas com lócus externo culpam outros por fracassos, e não 
se dão crédito por seus sucessos. Isso mina a confiança e dedicação. Eles sentem 
que suas ações não têm impacto algum no meio e não se engajam no trabalho. 
No mundo dos esportes, os atletas são um bom exemplo de lócus interno. Ao 
serem entrevistados após uma vitória eles aceitam os créditos, e ao perderem, 
eles parabenizam o time adversário pelo bom desempenho. Nossas ações 
determinam nosso destino. Um lócus interno leva a mais motivação, compromisso 
organizacional e melhores relacionamentos. Estudos mostram que os “internos” 
são melhores com a comunicação, resolução de problemas e alcance de metas. 
Um estudo com 7500 funcionários mostrou que aqueles que pensam ter 
pouco controle sobre prazos impostos por outros tiveram 50 por cento de mais 
risco para doenças cardíacas do que seus colegas. 
45 
 
Perder o Controle: O Cérebro do Duelo 
Algumas pessoas são propensas a ter um lócus externo, e outras podem ter 
essa atitude quando se sentem sobrecarregadas pelas muitas demandas de 
tempo e habilidades. Nossas ações são determinadas por dois componentes do 
duelo no cérebro: o sistema emocional (límbico), e o sistema racional. Quando

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