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o Soldado de Polícia Militar é responsável por garantir a segurança e a integridade física e moral de todos os cidadãos (civis ou militares). Ele é responsável por prisões em flagrante, busca e apreensão com mandado judicial, autuação em caso de crimes e contravenções, revistas, blitzes e controle da população em situações de aglomeração pública – passeatas, manifestações, eventos de rua de grande porte (como carnaval, micaretas e afins). Toda a parte de atuação junto à população e controle dos ânimos é feita pela Polícia Militar. A parte de investigação e delimitação processual é de responsabilidade da Polícia Civil de cada estado e da Polícia Federal no caso da União. A Polícia é a guardiã da sociedade e da cidadania. No seu cotidiano o Policial investiga, protege o bem, combate o mal, gerencia crises, aconselha, dirime conflitos, evita o crime, faz a paz e regula as relações sociais. O Policial é também o sustentáculo das Leis Penais e deve seguir sempre o princípio primordial de jamais colocar as conveniências da sua carreira acima da sua trajetória moral. Em nossa sociedade, para condicionar o uso e o gozo dos bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade e do próprio Estado, os agentes encarregados de aplicar a lei podem recorrer ao atributo administrativo da coercibilidade, diante do seu entendimento da conveniência e oportunidade de agir, independente de ordem judicial. Entre esses agentes, estão incluídos principalmente aqueles ligados à segurança pública, uma vez que estes portam a permissão para o uso da força e das armas, o que lhe confere natural e destacada autoridade para a pacificação social. A este poder, denomina-se Poder de Polícia. Para o âmbito da presente pesquisa, adaptando o conceito utilizado por Wilquerson Felizardo Sandes (2007b, p. 2), poder de polícia é a imposição coativa aos cidadãos das medidas adotadas pelo Estado, de modo a buscar a preservação da ordem pública, admitindo-se o uso da força pela polícia quando aqueles opuserem resistência ao devido cumprimento da ordem, inclusive aplicando as medidas punitivas previstas em lei. Assim, a polícia intervém com violência legítima, quando um cidadão usa a violência para atacar outros cidadãos, de forma a garantir a tranqüilidade. Todavia, é sabido que tal poder não é ilimitado. Ora, zelar pela segurança pública é dever da polícia, como também o é zelar pelo direito do cidadão de ir e vir e pela integridade física e moral, liberdades públicas estas garantidas pela Constituição da República e consideradas como limites à atuação do poder mencionado, o que torna forçoso concluir que o policial só pode empregar a força quando estritamente necessário e na medida certa ao cumprimento de seu dever. A dúvida é quando e como usar a força policial em nome da proteção da coletividade, a fim de evitar que tal poder-dever se torne arbitrário e desviado, questões estas que vem sendo estudadas por especialistas e instituições policiais, os quais se preocupam em traçar protocolos de atuação e treinar seus componentes para atuarem de acordo com normas de Direitos Humanos. O objetivo geral do presente estudo é explicar o Uso Legal da Força, mencionar as legislações nacionais e internacionais que justificam sua utilização e contextualizar a doutrina do Uso da Força na atividade policial. O objetivo específico é apresentar, aos policias, posturas adequadas de como fazer o uso da força, aplicando-a de modo eficaz, sem romper com princípios éticos de legalidade, necessidade, proporcionalidade e conveniência na ação. Da mesma maneira, é proporcionar uma visão geral sobre as técnicas do Uso Progressivo da Força pela polícia, demonstrando que uma crise na qual se exija a atuação policial pode ser contida de maneira eficaz, sem ter a necessidade da utilização de meios letais. A escolha do tema se justifica pela necessidade de divulgar o Uso Legal da Força pela Polícia e de uniformizar os procedimentos de atuação, na medida em que o aprendizado e o correto uso da força pelo policial o eximem de uma posterior responsabilização pelo excesso ou abuso cometido. Este estudo não tem a pretensão de esgotar o tema, mas sim estimular o policial a aprender a doutrina do Uso Progressivo da Força e demonstrar ao público que o Uso Legal da Força pela polícia não se confunde com arbitrariedade. O presente trabalho se caracteriza pelo tipo de pesquisa teórica, considerando a área da ciência, uma vez que a sua elaboração foi embasada em livros, documentos e legislações. Trata-se de pesquisa exploratória, pois o levantamento de dados foi realizado por meio de pesquisa documental, legislativa e pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica deu-se por meio da coleta de material já elaborado e publicado sobre o tema da pesquisa. A busca foi suplementada por pesquisa em revistas científicas, artigos e legislações relacionadas com o uso da força na atividade policial, além do exame das referências bibliográficas dos artigos selecionados. A forma de abordagem foi a qualitativa, eis que essencialmente descritiva.
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