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AULA 3 TGP UFES - Fases Metodológicas do Processo

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Teoria Geral do Processo – Aula 3 
AULA 3: FASES 
METODOLÓGICAS DO 
PROCESSO. ELEMENTOS 
ESTRUTURAIS DA TEORIA DO 
PROCESSO (AÇÃO/DEFESA, 
JURISDIÇÃO E PROCESSO. 
CONCEITO E NATUREZA 
JURÍDICA DO PROCESSO 
 
Ideia-chave: O processo é o polo 
metodológico da ciência processual no 
Estado Democrático Constitucional. 
Processo é procedimento em 
contraditório, consistindo no direito, das 
partes, de influenciar a decisão e no dever, 
de quem decide, de debater com os 
destinatários do ato decisório, 
 
FASES METODOLÓGICAS DO DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL 
As fases metodológicas lidam com diversos 
elementos relevantes para o estudo do 
direito processual: norma válida, 
autoridade competente de determinar as 
normas que vinculam o direito processual, 
os três elementos da teoria geral do 
processo, planos do direito material e 
processual. 
A evolução histórica do direito processual 
costuma ser dividida nas seguintes fases: 
 
FASE SINCRÉTICA 
(PRAXISMO) 
 
 
 
 
 
 
Durante essa fase não havia a distinção 
entre o processo e o direito material: o 
processo era estudado apenas em seus 
aspectos práticos, sem preocupações 
científicas (Fredie Didier Jr.). 
O processo era considerado apenas um 
procedimento influenciado pelo Direito 
Material. Logo, ação era considerada como 
o direito material em movimento. O 
processo percebido como um conjunto e 
formas para o exercício do direito material, 
deste modo, o processo só possuía 
existência quando ligado ao direito 
substantivo (Lourenço). 
Direito Material 
Procedimento 
Teoria Geral do Processo – Aula 3 
O direito de ação era decorrente do direito 
material. A prática judiciária determinava 
qual era o processo. 
 
A jurisdição era encarada como um 
sistema posto para tutela dos direitos 
subjetivos particulares, a ação era 
compreendida como um desdobramento do 
direito subjetivo e o processo como 
simples procedimento. 
A teoria da ação predominante nessa época 
era a Teoria Imanentista da Ação: a ideia de 
ação como direito armado e preparado 
para a guerra. A ação é tida como direito 
de pedir em juízo o que nos é devido. 
Essa teoria gerou debates. O mais famoso 
é o debate envolvendo Muther e Windscheid. 
 
WINDSCHEID X MUTHER 
Windscheid considerava que actio se 
referia a pretensão material em oposição 
ao réu, argumentando que o direito 
material age de modo que eclode uma 
predileção do seu titular de fazer-se vale 
da própria vontade, vinculando a vontade 
alheia, que é denominada de pretensão. 
Muther pensava que o actio era o direito 
público de demandar algo contra o Estado. 
Windscheid não cede, porém, também, não 
contesta mais a possibilidade do direito 
público de litigar versus o Estado. 
 
 
 
 
 
 
“Os conhecimentos eram puramente 
empíricos, sem qualquer consciência de 
princípios, sem conceitos próprios e sem a 
definição de um método. O processo mesmo, 
como realidade de experiência perante os 
juízos e tribunais, era visto apenas em sua 
realidade física exterior e perceptível aos 
sentidos: confundiam-no com o mero 
procedimento quando o definiam como 
sucessão de atos, sem nada se dizerem sobre 
a relação jurídica que existe entre seus 
sujeitos, nem sobre a conveniência política de 
deixar caminho aberto para a participação 
dos litigantes” 
- Cândido Rangel Dinamarco 
Teoria Geral do Processo – Aula 3 
FASE AUTONOMISTA 
(PROCESSUALISMO) 
 
 
 
 
 
Esta fase afirmou o direito processual, 
cientificamente, como ramo autônomo do 
direito, dotado de princípios próprios e uma 
deontologia específica na seara jurídica 
(Zaneti Jr.). Nasce, daí, o conceito de 
relação jurídica processual e o processo 
passa a ser visto como relação jurídica. 
Ocorre então a divisão mais clara entre o 
direito material e o direito processual, 
trazendo mais autonomia a este, com o 
desenvolvimento científico das categorias 
processuais. 
O processo passa a permitir a autonomia 
entre a relação jurídica de direito material 
e processual. 
A fase processualista trouxe à tona a 
compreensão entre dois planos: direito 
subjetivo material, ação material e 
pretensão material ao lado de direito 
subjetivo processual, ação de direito 
processual e pretensão processual. 
 
A AÇÃO 
Teoria da ação concreta: Wach e 
Chiovenda defendem a ação de direito 
material como um direito potestativo, 
formativo, gerador. Quem tem direito a 
uma determinada tutela de direitos pelo 
Poder Judiciário é aquele que tem o direito 
material. 
Teoria da ação abstrata: Para Degenkolb 
e Plósz, teríamos o direito de ação 
independentemente de termos o direito ou 
não. Enquanto a ação concreta dependerá 
da existência do direito, a ação abstrata 
seria apenas uma afirmação da existência 
do direito. 
Teoria eclética da ação: Criada por Enrico 
Tullio Liebman, essa teoria define que a 
ação nem seria incondicionada (como na 
teoria abstrata) e nem tampouco daria 
direito a uma resposta necessariamente 
favorável (como na teoria concreta). 
Haveria condições para o exercício do 
direito de ação: 
 Legitimidade 
 Interesse de agir 
Direito Material Direito Processual 
Teoria Geral do Processo – Aula 3 
 Possibilidade jurídica 
Atendidas essas condições, passaria o seu 
titular a ter contra o Estado direito a uma 
sentença quanto ao mérito de sua 
demanda, a essência do que foi pedido e os 
fundamentos sobre os quais esse pleito se 
alicerça. O CPC/1973 adotou as condições 
de ação. 
A JURISDIÇÃO 
Chiovenda acreditava que a jurisdição era 
atuação concreta da lei, portanto, o direito 
material deveria existir antes do 
ajuizamento da ação, sendo o dever do 
Poder Judiciário apenas garantir o direito. 
Carnelutti acreditava que a ação seria 
autônoma e abstrata, resultando na 
jurisdição como justaposição da lide, que 
permitiria de quem era de fato o direito no 
caso concreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FASE 
INSTRUMENTALISTA 
 
 
 
 
 
Nesta fase é estabelecida uma relação 
circular de interdependência entre o 
direito processual e o direito material: o 
direito processual concretiza e efetiva o 
direito material, que confere ao primeiro o 
seu sentido. 
O Direito Processual é entendido como 
instrumento de realização do Direito 
Material. Assim, o processo deve conferir 
instrumentos processuais aptos ao 
proferimento de tutelas jurisdicionais 
adequadas, tempestivas e efetivas. 
O processo é visto como relação jurídica 
complexa. Essa perspectiva assume o 
processo civil como um sistema que tem 
escopos sociais, políticos e jurídicos a 
alcançar, rompendo com a ideia de que o 
processo deve ser encarado apenas pelo 
Direito Processual Direito Material 
Teoria Geral do Processo – Aula 3 
seu ângulo interno (Cândido Rangel 
Dinamarco). 
 
FORMALISMO 
VALORATIVO 
 
 
 
Esta fase busca analisar o processo a 
partir de perspectivas constitucionais, e, 
em consequência disso, entender sua 
configuração como um direito fundamental 
e a democracia constitucional como uma 
democracia de direitos. Nesse sentido, o 
processo não é um fim em si mesmo, uma 
vez que está orientado por valores que 
estão de acordo com as normas 
constitucionais. 
O processo passa então a ser visto e 
entendido como instrumento de realização 
e efetivação em concreto da Constituição e 
dos valores que dela se originam. 
Essa fase é caracterizada por alguns 
pontos importantes: 
 
 Força direta e normativa da 
Constituição: a Constituição passa a 
ostentar natureza normativa e a 
vincular obrigatoriamente a atuação 
do legislador, do administrador e de 
todo destinatário de qualquer norma 
inserta em seu texto. 
 Forma normativa dos princípios: 
outrora visto com funções 
meramente inspiradoras, 
integrativas e interpretativas, os 
princípios passam a ganha força 
normativa suficiente para serem 
aplicados em casos concretos. O 
julgador deve semprerealiza a 
atividade de interpretação das 
normas à luz dos princípios 
irradiados no ordenamento jurídico 
para a sua concretização. 
 Papel criativo da atividade 
jurisdicional: o Poder Judiciário 
finalmente deixa de ser a “boca da 
lei”, para concretizá-la de modo a 
criar norma jurídica sempre à luz da 
interpretação do caso concreto. 
Direito Material
Direito 
Processual
Teoria Geral do Processo – Aula 3 
 O processo passa a ter o 
contraditório como um valo-fonte. 
 
QUADRO-RESUMO 
 
 Fase Sincrética Processualismo Instrumentalismo Formalismo 
Valorativo 
Polo 
Metodológico 
 
Não há. 
 
Ação 
 
Jurisdição 
 
Processo 
 
 
 
Modelos de 
Estado 
 
Idade Média (Formação 
dos Estados), 
Absolutista, Liberal 
 
 
 
 
 Liberal, Social 
 
 
 
Social 
 
 
Estado 
Democrático 
Constitucional 
 
 
Predominância 
das Fontes 
 
Direito comum 
(Doutrina e Grandes 
opções dos Tribunais) 
 
 
 
Lei 
 
 
 
Lei e Constituição 
 
 
Constituição, 
Lei e 
Precedentes 
Conceito de 
Ação 
 
Imanentista 
 
Teorias da ação 
 
Ação Abstratata 
 
Ação no 
Estado 
Constitucional 
Validade do 
Direito 
 
Justiça/Jusnaturalismo 
 
Lei e vontade da 
lei 
 
Lei e Constituição 
 
Constituição 
Papel do Juiz 
Isonômico 
 
Assimétrico 
 
Assimétrico 
 
Cooperativo 
 
 
Teoria Geral do Processo – Aula 3 
TEORIA CIRCULAR DOS PLANOS 
O processo é coprotagonista, atuando ao 
lado do direito material, para realiza-lo. 
Trata-se de instrumento para a realização 
do direito material, mas não deve ser visto 
como inferior a ele. 
 
Essa teoria permite a interpretação 
operativa que reconstrói o ordenamento 
jurídico gerando precedentes normativos. 
 
 
O direito material se realiza por meio do 
processo, mas o direito material também 
serve o processo, dando-lhe o conceito, o 
destino, o projeto, o sentido. 
 
O direito material leva conteúdo para dentro 
do processo e o processo devolve conteúdo 
reconstruído para o direito material. 
Direito Material
Direito 
Processual
Teoria Geral do Processo – Aula 3 
REFERÊNCIAS 
Sobre a Teoria do Processo, Essa 
Desconhecida – Fredie Didier Jr 
Colaboração no Processo Civil – Daniel 
Mitidiero 
A constitucionalização do processo – 
Hermes Zanetti Jr. 
O processo coletivo e o formalismo-
valoriativo – Hermes Zanetti Jr., Camilla de 
Magalhães Gomes 
Justiça e Constituição na América Ibérica – 
Andrea Slemian

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