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AAS - rastreamento, notificação e vigilancia de obitos infaltil e materno

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Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
ABRANGÊNCIA DAS 
AÇÕES DE SAÚDE - 
AAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
AAS – Problema 4 (abertura) 
 
 Elucidar como ocorre o 
rastreamento, notificação e 
vigilância dos óbitos infantis e 
materno. 
 
 Explicar assistência em saúde da 
população indígena abordando 
aspectos historicos. 
 
 Descrever os mecanismos 
preventivos para diminuição da 
mortalidade infantil e materna. 
 
 Explanar sobre os tipos de 
mortalidade materna no Brasil 
comparando com grupos sociais do 
problema. 
 
 Comparar os índices de 
mortalidade infantil no Brasil, 
Nordeste e Bahia. 
 
 
 Elucidar como ocorre o 
rastreamento, notificação e 
vigilância dos óbitos infantis e 
materno. 
Notificação do óbito infantil e fetal: 
 A Declaração de Óbito – DO, 
documento padrão do Sistema de 
Informações sobre Mortalidade, que tem 
como finalidade cumprir as exigências 
legais de registro de óbitos, atender 
princípios de cidadania e servir como fonte 
de dados para as estatísticas de saúde. É 
o instrumento que notifica o óbito e 
desencadeia o processo de investigação. 
Considerando-se as diferentes realidades 
do País ainda é um desafio erradicar a 
subnotificação dos óbitos infantis em 
algumas áreas, sendo necessário levar em 
conta as diversas possibilidades de 
captação dos óbitos, para ampliar a 
cobertura do Sistema de Informações 
sobre Mortalidade (SIM). 
 As DO são registradas no município em 
que ocorreu o óbito para emissão da 
Certidão de Óbito, o que permite identificar 
os casos por município de ocorrência e de 
residência. Por este motivo, a Secretaria 
Municipal de Saúde deve definir o fluxo da 
DO, enviando cópia ao setor de Vigilância 
Epidemiológica e ao Comitê de Prevenção 
da Mortalidade Infantil e Fetal, para 
investigação, análise e conclusão do caso. 
Os dados da DO são digitados no Sistema 
de Informação sobre Mortalidade – SIM – 
pelas Secretarias Municipais de Saúde ou 
pela Secretaria de Estado de Saúde que 
encaminha os dados consolidados para a 
Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS. 
 É importante a integração entre os 
diversos sistemas de informação em 
saúde, de modo que a captação do óbito 
por um deles seja reconhecida e 
incorporada aos demais sistemas de 
informações disponíveis. Como exemplo, 
a identificação de um óbito pelo Sistema 
de Informação da Atenção Básica (SIAB), 
pelo Programa de Agentes Comunitários 
de Saúde (PACS) ou Estratégia Saúde da 
Família (ESF) ou pelo Sistema de 
Informação Hospitalar (SIH) permite a 
recuperação desta informação para 
alimentação do SIM. 
 Recomenda-se priorizar os óbitos fetais 
ou de crianças que, por terem peso ao 
nascer adequado (maior ou igual que 
2.500 gramas) e/ou compatível com a vida 
(maior ou igual que 1.500 gramas), alertam 
para a possibilidade de um óbito 
potencialmente evitável, ou seja, são 
considerados eventos sentinelas. Os 
municípios com maior capacidade de 
operacionalização podem estender esses 
critérios, assumindo, por exemplo, a 
investigação de óbitos de crianças 
menores de 5 anos, como já acontece em 
alguns municípios do País. Se o peso de 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
nascimento da criança não está disponível 
na DO, pode ser necessário o 
levantamento de dados da Declaração de 
Nascidos Vivos – DNV (para crianças 
nascidas vivas) ou do prontuário 
hospitalar, para seleção do caso para 
investigação segundo o critério de 
inclusão. 
 
Vigilância epidemiológica do óbito infantil e 
fetal: 
 Salienta-se que os responsáveis pela 
vigilância de óbitos, identificados pelo 
gestor, tem um conceito amplo e flexível, 
adequado ao contexto local. A equipe do 
município deve envolver os profissionais 
da assistência com a participação de 
profissionais da Equipe de Saúde da 
Família e da Atenção Básica, 
principalmente na realização da entrevista 
domiciliar e levantamento dos dados de 
prontuários ambulatoriais referentes à 
assistência em saúde sexual e 
reprodutiva, de planejamento familiar, pré-
natal, puerpério e atenção em saúde da 
criança e adolescente. 
 Recomenda-se igualmente a 
participação de profissionais de saúde 
como os técnicos do Núcleo Hospitalar de 
Epidemiologia (NHE), do Comitê de Óbitos 
Hospitalar e/ou da Comissão de Controle 
de Infecção Hospitalar (CCIH), dentre 
outros, na investigação hospitalar. 
 Ressalta-se a importância da 
participação integrada dos setores de 
vigilância epidemiológica e dos setores 
responsáveis pela assistência à saúde 
(atenção básica, secundária e terciária), 
bem como dos Comitês e NHE, uma vez 
que os objetivos principais do trabalho não 
se restringem à melhoria das estatísticas 
vitais, mas também à qualidade e 
organização do cuidado à saúde. 
 A vigilância do óbito compreende as 
seguintes etapas: 
• Identificação do óbito. 
• Aplicação dos critérios de inclusão / 
exclusão. 
• Entrevista domiciliar. 
• Levantamento de dados dos serviços de 
saúde. 
–– prontuários de unidades básicas de 
saúde (UBS), dos serviços de urgência, de 
ambulatório de especialidades. 
–– prontuários hospitalares. 
–– laudos de 
necropsia/anatomopatológico. 
• Resumo, discussão e conclusão sobre o 
caso. 
• Análise de evitabilidade. 
• Identificação dos problemas relacionados 
aos óbitos. 
• Identificação das medidas de 
prevenção/intervenção necessárias. 
 
 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO 
ÓBITO MATERNO: 
 A notificação também é feita assim 
como a do infantil, que é a partir da 
declaração de óbito. 
 A vigilância epidemiológica da morte 
materna deve ser realizada por 
profissionais de saúde, designados pelas 
autoridades de vigilância em saúde das 
esferas federal, estadual, municipal e do 
Distrito Federal. Assim, as secretarias 
municipais de saúde devem instituir um 
grupo técnico responsável pela 
investigação. Salienta-se que a equipe de 
vigilância de óbitos, a ser designada pelo 
gestor, tem um conceito amplo e flexível, 
adequada ao contexto local. A equipe de 
vigilância epidemiológica do município 
pode ser complementada por outros 
profissionais de saúde como os técnicos 
do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia 
(NHE) ou da Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH), da Equipe 
Saúde da Família, dentre outros. O 
envolvimento da equipe da atenção básica 
responsável pela área de abrangência do 
local de residência da família é da maior 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
relevância na investigação domiciliar e 
ambulatorial dos óbitos de forma a garantir 
o acesso aos registros dos serviços de 
saúde e a realização das entrevistas 
domiciliares em tempo oportuno. 
 A equipe de vigilância de óbitos de 
referência do município, qualquer que seja 
sua composição, deve estar articulada 
com os Comitês Hospitalares, Municipal, 
Regional ou 
Estadual. Ressalta-se a importância da 
participação integrada dos setores de 
vigilância epidemiológica e dos setores 
responsáveis pela assistência à saúde 
(atenção básica, secundária e terciária), 
bem como dos Comitês e NHE, uma vez 
que os objetivos principais do trabalho não 
se restringem à melhoria das estatísticas 
vitais, mas também à qualidade e 
organização do cuidado à saúde. 
 
 2 - Discorrer sobre os 
indicadores de saúde 
(mortalidade infantil e materna). 
Obs: materna está no 6. 
Indicadores de mortalidade infantil e fetal: 
- Taxa de Mortalidade Infantil: 
• Conceituação: Número de óbitos de 
menores de um ano de idade, por mil 
nascidos vivos, na população residente em 
determinado espaço geográfico, no ano 
considerado. 
• Interpretação 
–– Estima o risco de morte dos nascidos 
vivos durante o seu primeiro ano de vida. 
–– Reflete de maneira geral, as condições 
de desenvolvimento socioeconômico e 
infraestrutura ambiental, bem como o 
acesso e a qualidade dos recursosdisponíveis para atenção à saúde materna 
e da população infantil. 
• Usos 
–– Contribuir na avaliação dos níveis de 
saúde e de desenvolvimento 
socioeconômico da população, prestando-
se para comparações nacionais e 
internacionais. 
–– Subsidiar processos de planejamento, 
gestão e avaliação de políticas e ações de 
saúde voltadas para a atenção pré-natal e 
ao parto, bem como para a proteção da 
saúde infantil. 
• Limitações 
–– Pode haver necessidade de 
informações adicionais sobre a 
composição do indicador, que podem 
sinalizar a adoção de intervenções 
diferenciadas sobre a qualidade da 
atenção à saúde (mortalidade neonatal) ou 
sobre o ambiente (mortalidade pós-
neonatal). 
–– Requer correção da subenumeração de 
óbitos e de nascidos vivos (esta em menor 
escala), para o cálculo direto da taxa a 
partir de dados de sistemas de registro 
contínuo, especialmente nas regiões Norte 
e Nordeste. 
Essas circunstâncias impõem o uso de 
estimativas indiretas baseadas em 
procedimentos demográficos específicos, 
que podem oferecer boa aproximação da 
probabilidade de morte no primeiro ano de 
vida. 
–– Envolve, no caso das estimativas, 
dificuldades metodológicas e imprecisões 
inerentes às técnicas utilizadas, cujos 
pressupostos podem não se cumprir por 
mudanças da dinâmica demográfica. A 
imprecisão é maior no caso de pequenas 
populações. 
• Método de cálculo 
–– Direto: 
–– Indireto: estimativa por técnicas 
demográficas especiais. Os dados 
provenientes deste método têm sido 
adotados para os estados que apresentam 
cobertura do SINASC inferior a 90% ou 
que não atingem o valor de 80% de um 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
índice composto, especialmente criado, 
que combina a cobertura de óbitos infantis 
com a regularidade do SIM. 
 
- Taxa de Mortalidade Neonatal Precoce: 
• Conceituação: Número de óbitos de 
crianças de 0 a 6 dias de vida completos, 
por mil nascidos vivos, na população 
residente em determinado espaço 
geográfico, no ano considerado. 
• Interpretação 
–– Estima o risco de um nascido vivo 
morrer durante a primeira semana de vida. 
–– Reflete de maneira geral, as condições 
socioeconômicas e de saúde da mãe, bem 
como a inadequada assistência pré-natal, 
ao parto e ao recém-nascido. 
• Usos 
–– Analisar variações populacionais, 
geográficas e temporais da mortalidade 
neonatal precoce, identificando tendências 
e situações de desigualdade que 
demandem ações e estudos específicos. 
–– Contribuir na avaliação dos níveis de 
saúde e de desenvolvimento 
socioeconômico da população, prestando-
se para comparações nacionais e 
internacionais. 
–– Subsidiar processos de planejamento, 
gestão e avaliação de políticas e ações de 
saúde direcionadas para a atenção pré-
natal, ao parto e ao recém-nascido. 
• Limitações 
–– Requer correção da subenumeração de 
óbitos e de nascidos vivos (esta em menor 
escala), para o cálculo direto da taxa a 
partir de dados de sistemas de registro 
contínuo, especialmente nas regiões Norte 
e Nordeste. Essas circunstâncias impõem 
o uso de cálculos indiretos, baseados na 
mortalidade proporcional por idade, em 
relação à taxa de mortalidade infantil 
estimada por métodos demográficos 
específicos. 
–– A mortalidade neonatal precoce ainda 
pode estar subestimada pela exclusão de 
óbitos declarados como natimortos, mas 
ocorridos, na verdade, pouco após o parto. 
Esse viés é também uma das causas de 
subenumeração de nascidos vivos. 
–– Com relação às estimativas da 
mortalidade infantil, envolve dificuldades 
metodológicas e imprecisões inerentes às 
técnicas utilizadas, cujos pressupostos 
podem não se cumprir, por mudanças na 
dinâmica demográfica. A imprecisão é 
maior no caso de pequenas populações. 
• Método de cálculo 
–– Direto: 
–– Indireto: Aplica-se, sobre a taxa de 
mortalidade infantil estimada pelo IBGE, a 
proporção de óbitos de crianças de 0 a 6 
dias de vida completos informados no SIM 
(percentual em relação ao total de óbitos 
de menores de um ano, excluídos os de 
idade ignorada). Este método é aplicado 
para os estados que apresentam cobertura 
do SINASC inferior a 90% ou que não 
atingem o valor de 80% de um índice 
composto, especialmente criado, que 
combina a cobertura de óbitos infantis com 
a regularidade do SIM. 
 
- Taxa de Mortalidade Neonatal Tardia: 
• Conceituação: Número de óbitos de 
crianças de 7 a 27 dias de vida completos, 
por mil nascidos vivos, na população 
residente em determinado espaço 
geográfico, no ano considerado.. 
• Usos 
–– Contribuir na avaliação dos níveis de 
saúde e de desenvolvimento 
socioeconômico da população, prestando-
se para comparações nacionais e 
internacionais. 
–– Subsidiar processos de planejamento, 
gestão e avaliação de políticas e ações de 
saúde direcionadas para a atenção pré-
natal, ao parto e ao recém-nascido. 
• Limitações 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
–– Com relação às estimativas da 
mortalidade infantil, envolve dificuldades 
metodológicas e imprecisões inerentes às 
técnicas utilizadas, cujos pressupostos 
podem não se cumprir, por mudanças na 
dinâmica demográfica. A imprecisão é 
maior no caso de pequenas populações. 
• Método de cálculo 
–– Direto: 
–– Indireto: Aplica-se, sobre a taxa de 
mortalidade infantil estimada pelo IBGE, a 
proporção de óbitos de crianças de 7 a 27 
dias de vida completos informados no 
SIM. Este método é aplicado para os 
estados que apresentam cobertura do 
SINASC inferior a 90% ou que não 
atingem o valor de 80% de um índice 
composto, especialmente criado, que 
combina a cobertura de óbitos infantis 
com a regularidade do SIM. 
 
- Taxa de Mortalidade Pós-Neonatal: 
 • Conceituação: Número de óbitos de 
crianças de 28 a 364 dias de vida 
completos, por mil nascidos vivos, na 
população residente em determinado 
espaço geográfico, no ano considerado. 
–– De maneira geral, denota o 
desenvolvimento socioeconômico e a 
infraestrutura ambiental, que condicionam 
a desnutrição infantil e as infecções a ela 
associadas. O acesso e a qualidade dos 
recursos disponíveis para atenção à saúde 
materno-infantil são também 
determinantes da mortalidade nesse grupo 
etário. 
–– Quando a taxa de mortalidade infantil é 
alta, a mortalidade pós-neonatal é, 
frequentemente, o componente mais 
elevado. 
• Usos 
–– Analisar variações populacionais, 
geográficas e temporais da mortalidade 
pós-neonatal, identificando tendências e 
situações de desigualdade que demandem 
ações e estudos específicos. 
–– Contribuir na avaliação dos níveis de 
saúde e de desenvolvimento 
socioeconômico da população, prestando-
se para comparações nacionais e 
internacionais. 
–– Subsidiar processos de planejamento, 
gestão e avaliação de políticas públicas 
– sobretudo na área ambiental – e de 
ações de saúde voltadas para a atenção 
pré-natal e ao parto, bem como para a 
proteção da saúde infantil. 
• Limitações 
–– Requer correção da subenumeração de 
óbitos e de nascidos vivos (esta em menor 
escala), para o cálculo direto da taxa a 
partir de dados de sistemas de registro 
contínuo, especialmente nas regiões Norte 
e Nordeste. Essas circunstâncias impõem 
o uso de cálculos indiretos, baseados na 
mortalidade proporcional por idade, em 
relação à taxa de mortalidade infantil 
estimada por métodos demográficos 
específicos. 
–– Com relação às estimativas da 
mortalidade infantil, envolve dificuldades 
metodológicas e imprecisões inerentes às 
técnicas utilizadas, cujos pressupostos 
podem não se cumprir, por mudanças na 
dinâmica demográfica. A imprecisão é 
maior no caso de pequenas populações. 
• Método de cálculo 
–– Direto: 
–– Indireto: Aplica-se, sobre a taxa de 
mortalidade infantil estimada pelo IBGE, a 
proporção de óbitos de crianças de 28 a 
364 dias de vida completos informados no 
SIM (em relação ao total de óbitos de 
menores de um ano, excluídos os de idade 
ignorada). Este método é aplicado para os 
estados que apresentamcobertura do 
SINASC inferior a 90% ou que não atingem 
o valor de 80% de um índice composto, 
especialmente criado, que combina a 
cobertura de óbitos infantis com a 
regularidade do SIM. 
 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
- Taxa de Mortalidade Perinatal: 
• Conceituação 
–– Número de óbitos ocorridos no período 
perinatal por mil nascimentos totais, na 
população residente em determinado 
espaço geográfico, no ano considerado. 
–– O período perinatal começa em 22 
semanas completas (ou 154 dias) de 
gestação e termina aos sete dias 
completos após o nascimento, ou seja, de 
0 a 6 dias de vida (período neonatal 
precoce). Os nascimentos totais incluem 
os nascidos vivos e os óbitos fetais. Para 
efeito de comparação internacional a OMS 
/ CID-10 utiliza a taxa de mortalidade fetal 
tardia, que considera os fetos acima de 28 
semanas de gestação. 
• Interpretação 
–– Estima o risco de um feto nascer sem 
qualquer sinal de vida ou, nascendo vivo, 
morrer na primeira semana. 
–– De maneira geral, reflete a ocorrência 
de fatores vinculados à gestação e ao 
parto, entre eles o peso ao nascer, bem 
como as condições de acesso a serviços 
de saúde e a qualidade da assistência pré-
natal, ao parto e ao recém-nascido. 
• Usos 
–– Analisar variações populacionais, 
geográficas e temporais da mortalidade 
perinatal, identificando situações de 
desigualdade e tendências que 
demandem ações e estudos específicos. 
–– Subsidiar a avaliação da qualidade da 
assistência prestada à gestação, ao parto 
e ao recém-nascido. Tem grande 
aplicação nas áreas de ginecologia e 
obstetrícia, por agrupar os óbitos ocorridos 
antes, durante e logo depois do parto. 
–– Contribuir na avaliação dos níveis de 
saúde e de desenvolvimento 
socioeconômico da população, prestando-
se para comparações nacionais e 
internacionais. 
–– Subsidiar processos de planejamento, 
gestão e avaliação de políticas e ações de 
saúde voltadas para a atenção pré-natal e 
ao parto, bem como para a proteção da 
saúde infantil. 
• Limitações 
–– Exige aplicação precisa da definição de 
período perinatal, que é prejudicada pela 
frequente omissão do tempo de gestação 
na Declaração de Óbito. Imprecisões são 
também devidas ao uso do conceito 
anterior à CID-10, que considerava 28 
semanas de gestação como limite inferior 
do período perinatal. 
–– Requer correção da subenumeração de 
óbitos fetais e neonatais precoces, 
especialmente nas regiões Norte e 
Nordeste. A subenumeração dos óbitos 
fetais tende a ser maior e é difícil de ser 
estimada. Requer correção, embora em 
menor escala da subenumeração de 
nascidos vivos informados em sistemas de 
registro contínuo. Impõe-se, nesses casos, 
o uso de estimativas indiretas que podem 
oferecer boa aproximação da 
probabilidade de morte no primeiro ano de 
vida, mas que envolvem dificuldades 
metodológicas e imprecisões inerentes às 
técnicas utilizadas, sobretudo em 
pequenas populações. 
• Método de cálculo 
 
- Taxa de Mortalidade Fetal: 
• Conceituação 
–– Número de óbitos fetais (ocorridos a 
partir da 22ª semana completa de 
gestação, ou 154 dias ou fetos com peso 
igual ou superior a 500g ou estatura a 
partir de 25cm) por mil nascimentos totais, 
na população residente em determinado 
espaço geográfico, no ano considerado. 
Para efeito de comparação internacional a 
OMS / CID-10 utiliza a taxa de mortalidade 
fetal tardia, que considera os fetos acima 
de 28 semanas de gestação. 
–– Os nascimentos totais incluem os 
nascidos vivos e os óbitos fetais. 
• Interpretação 
–– Estima o risco de um feto nascer sem 
qualquer sinal de vida. 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
–– De maneira geral, reflete a ocorrência 
de fatores vinculados à gestação e ao 
parto, entre eles o peso ao nascer, bem 
como as condições de acesso a serviços 
de saúde e a qualidade da assistência pré-
natal e ao parto. 
• Usos 
–– Analisar variações populacionais, 
geográficas e temporais da mortalidade 
fetal, identificando situações de 
desigualdade e tendências que 
demandem ações e estudos específicos. 
–– Subsidiar a avaliação da qualidade da 
assistência prestada à gestação e ao 
parto. Tem grande aplicação nas áreas de 
ginecologia e obstetrícia, por agrupar os 
óbitos ocorridos antes e durante o parto. 
–– Contribuir na avaliação dos níveis de 
saúde e de desenvolvimento 
socioeconômico da população, prestando-
se para comparações nacionais e 
internacionais. 
–– Subsidiar processos de planejamento, 
gestão e avaliação de políticas e ações de 
saúde voltadas para a atenção pré-natal e 
ao parto, bem como para a proteção da 
saúde infantil. 
• Limitações 
–– Exige aplicação precisa da definição de 
óbito fetal, que é prejudicada pela 
frequente omissão do tempo de gestação 
na Declaração de Óbito. Imprecisões são 
também devidas ao uso do conceito 
anterior a CID-10, que considerava 28 
semanas de gestação como limite inferior 
do óbito fetal. 
• Método de cálculo 
 
 3- Explicar assistência em saúde 
da população quilombola e 
negros, abordando aspectos 
históricos e comparativos. 
 As reivindicações da população negra e 
de movimentos sociais - especialmente o 
Movimento de Mulheres Negras e do 
Movimento Negro - por mais e melhor 
acesso ao sistema de saúde participaram 
da esfera pública ao longo dos vários 
períodos da história das mobilizações 
negras, principalmente no período pós-
abolição, e se intensificaram na segunda 
metade do século XX, com forte expressão 
nos movimentos populares de saúde, 
chegando a participar dos processos que 
geraram a Reforma Sanitária e a criação 
do Sistema Único de Saúde. No entanto, é 
possível verificar que essa presença, 
apesar de ter contribuído para a 
concepção de um sistema universal de 
saúde com integralidade, equidade e 
participação social, não foi suficiente para 
inserir, no novo Sistema, mecanismos 
explícitos de superação das barreiras 
enfrentadas pela população negra no 
acesso à saúde, particularmente aquelas 
interpostas pelo racismo. 
 A inserção da temática nas proposições 
das Conferências Nacionais de Saúde 
(especialmente a partir da 11º Conferência 
realizada em 2000 e as subsequentes); e 
a criação de uma vaga para o Movimento 
Negro no Conselho Nacional de Saúde 
(CNS), em 2005. A participação da 
representação negra no CNS permitiu as 
articulações e ações necessárias para 
instituição da Política Nacional de Saúde 
Integral da População Negra (PNSIPN), 
aprovada pelo CNS em novembro de 
2006. A PNSIPN reitera a relação entre 
racismo e vulnerabilidade em saúde, tendo 
como objetivos: 
I – garantir e ampliar o acesso da 
população 
negra residente em áreas urbanas, em 
particular nas regiões periféricas dos 
grandes 
centros, às ações e aos serviços de saúde. 
II – garantir e ampliar o acesso da 
população 
negra do campo e da floresta, em 
particular 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
as populações quilombolas, às ações e 
aos 
serviços de saúde. 
III – incluir o tema Combate às 
Discriminações 
de Gênero e Orientação Sexual, com 
destaque para as interseções com a saúde 
da 
população negra, nos processos de 
formação 
e educação permanente dos trabalhadores 
da saúde e no exercício do controle social. 
IV – identificar, combater e prevenir 
situações 
de abuso, exploração e violência, incluindo 
assédio moral, no ambiente de trabalho. 
V – aprimorar a qualidade dos sistemas de 
informação em saúde, por meio da 
inclusão do quesito cor em todos os 
instrumentos de coleta de dados adotados 
pelos serviços públicos, os conveniados 
ou contratados com o SUS. 
VI – melhorar a qualidade dos sistemas de 
informação do SUS no que tange à coleta, 
processamento e análise dos dados de 
segregados por raça, cor e etnia. 
VII – identificar as necessidades de saúde 
da 
população negra do campo e da floresta e 
das áreas urbanas e utilizá-las como 
critério 
de planejamento e definição de 
prioridades. 
VIII – definir e pactuar, junto às três esferas 
dego verno, indicadores e metas para a 
promoção da equidade étnico-racial na 
saúde. 
IX – monitorar e avaliar os indicadores e as 
me 
tas pactuados para a promoção da saúde 
da 
população negra visando reduzir as 
iniquidades macrorregionais, regionais, 
estaduais e municipais. 
X – incluir as demandas específicas da 
população negra nos processos de 
regulação do sistema de saúde 
suplementar. 
XI – monitorar e avaliar as mudanças na 
cultura institucional, visando à garantia dos 
princípios antirracistas e não-
discriminatório; 
XII – fomentar a realização de estudos e 
pesquisas sobre racismo e saúde da 
população negra. 
Destaque-se que a PNSIPN, através de 
seu objetivo específico III, busca inserir a 
interseccionalidade de gênero e raça como 
aspecto importante da saúde da 
população negra, permitindo apontar para 
um campo de ação específico na área de 
saúde da mulher, entre outros. 
 
 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
 Explicar assistência em saúde da 
população indígena abordando 
aspectos historicos. 
 
História: 
 Em 1967, com a criação da FUNAI, os 
serviços de saúde passaram a ser 
oferecidos à população indígena através 
de uma divisão de saúde existente dentro 
deste órgão. O modelo de atenção foi 
organizado através de 
Equipes Volantes de Saúde (EVS), que 
deveriam prestar serviços de atenção 
primária na região sob sua 
responsabilidade. Cada equipe era 
composta por médico, enfermeiro, 
odontólogo e técnico de laboratório. Esse 
modelo, além de ter um alto custo, foi 
pouco eficiente devido à escassez crônica 
de medicamentos e equipamentos básicos 
e à alta rotatividade profissional. 
 Devido à crise institucional da FUNAI, 
nas décadas de 1980 e 1990 a atenção à 
saúde dos povos indígenas passa por um 
período de muita instabilidade, quando até 
os serviços mais básicos, como a 
vacinação da população, sofrem 
descontinuidade. Os autores apontam que 
até o final da década de 1990 não havia no 
país uma política de saúde indígena. As 
ações oferecidas pelo governo consistiam 
em iniciativas isoladas, sem integração 
aos serviços e programas nacionais 
coordenados pelo Ministério da Saúde. 
 Simultaneamente à 8ª CNS, ocorreu a 
1ª Conferência Nacional de Proteção à 
Saúde do Índio, que indicou a necessidade 
da criação de uma política pública 
específica para atender os povos 
indígenas, a ser coordenada pelo 
Ministério da Saúde por meio de um 
subsistema de serviços vinculado ao SUS. 
Em 1992, na 9ª CNS foi reafirmada essa 
proposta e aprovado um modelo 
diferenciado de atenção à saúde indígena, 
articulado ao SUS e organizado na forma 
de Distritos Sanitários Especiais Indígenas 
(DSEI). A proposta dispõe sobre as 
condições de assistência à saúde dos 
povos indígenas, e pela Lei nº 9.836/99, de 
23 de setembro de 1999 – conhecida como 
Lei Arouca –, que estabelece o 
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena 
no âmbito do SUS. 
Como os direitos indígenas têm sede 
constitucional e são de competência 
federal, cabe ao Ministério da Saúde a 
responsabilidade pela gestão e direção da 
Política Nacional de Atenção à Saúde dos 
Povos Indígenas (PNASI), que passa a 
integrar a Política Nacional de Saúde, 
compatibilizando a Constituição Federal e 
as determinações das Leis Orgânicas da 
Saúde, que reconhecem aos povos 
indígenas suas especificidades étnicas e 
culturais e seus direitos territoriais. Desse 
modo, cabe à FUNASA a responsabilidade 
por compreender os DSEI em sua 
estrutura orçamentária e administrativa e, 
por consequência, é a autarquia do 
Ministério da Saúde que responde pela 
execução da atenção primária nas aldeias 
indígenas. 
PNASI: 
 Esta dispõe sobre as condições de 
assistência à saúde dos povos indígenas, 
e trata da organização da Presidência da 
República e dos Ministérios, onde está 
incluída a transferência de recursos 
humanos e outros bens destinados às 
atividades de assistência à saúde da 
FUNAI para a FUNASA. O acesso à 
atenção integral à saúde, de acordo com 
os princípios e diretrizes do Sistema Único 
de Saúde, contemplando a diversidade 
social, cultural, geográfica, histórica e 
política de modo a favorecer a superação 
dos fatores que tornam essa população 
mais vulnerável aos agravos à saúde de 
maior magnitude e transcendência entre 
os brasileiros, reconhecendo a eficácia de 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
sua medicina e o direito desses povos à 
sua cultura. 
DIRETRIZES: 
Para o alcance desse propósito são 
estabelecidas as seguintes diretrizes, que 
devem orientar a definição de 
instrumentos de planejamento, 
implementação, avaliação e controle das 
ações de atenção à saúde dos povos 
indígenas: 
• organização dos serviços de atenção à 
saúde dos povos indígenas na forma de 
Distritos Sanitários Especiais e Pólos-
Base, no nível local, onde a atenção 
primária e os serviços de referência se 
situam; 
• preparação de recursos humanos para 
atuação em contexto intercultural; 
• monitoramento das ações de saúde 
dirigidas aos povos indígenas; 
• articulação dos sistemas tradicionais 
indígenas de saúde; 
• promoção do uso adequado e racional de 
medicamentos; 
• promoção de ações específicas em 
situações especiais; 
• promoção da ética na pesquisa e nas 
ações de atenção à saúde envolvendo 
comunidades indígenas; 
• promoção de ambientes saudáveis e 
proteção da saúde indígena; 
• controle social; 
DISTRITO SANITÁRIO ESPECIAL 
INDÍGENA (DSEI): 
O Distrito Sanitário Especial Indígena 
(DSEI) é a unidade gestora 
descentralizada do Subsistema de 
Atenção à Saúde Indígena. Trata-se de um 
modelo de organização de serviços – 
orientado para um espaço etno-cultural 
dinâmico, geográfico, populacional e 
administrativo bem delimitado –, que 
contempla um conjunto de atividades 
técnicas, visando medidas racionalizadas 
e qualificadas de atenção à saúde, 
promovendo a reordenação da rede de 
saúde e das práticas sanitárias e 
desenvolvendo atividades administrativo-
gerenciais necessárias à prestação da 
assistência, com o Controle Social. 
 
 
 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
 Descrever os mecanismos 
preventivos para diminuição da 
mortalidade infantil e materna. 
 
Comitês de prevenção do óbito infantil e 
fetal: 
 Os Comitês de Prevenção do Óbito 
Infantil e Fetal são organismos 
interinstitucionais, de caráter 
eminentemente educativo e formativo, 
com atuação sigilosa. 
 Em meados da década de 90, o 
Ministério da Saúde instituiu o Projeto de 
Redução da Mortalidade Infantil (PRMI) 
com ações e metas definidas para cada 
estado, que contemplava o incentivo e 
apoio à estruturação de comitês e à 
investigação de óbitos, principalmente na 
Região Nordeste, considerando as 
iniquidades regionais do País. 
 Em 2004 o Ministério da Saúde 
elaborou o Manual dos Comitês de 
Prevenção do Óbito Infantil e Fetal, que 
sistematizou as experiências de vigilância 
ao óbito infantil e fetal e dos comitês, com 
o objetivo de ampliar a mobilização e o 
comprometimento dos gestores e 
profissionais de saúde do País para a 
organização de um sistema de 
acompanhamento dos óbitos com maior 
potencial de prevenção. Essa proposta vai 
ao encontro das recomendações dos 
gestores do SUS, representados em suas 
três esferas, que assumiram o Pacto pela 
Saúde, durante a reunião da Comissão 
Intergestora Tripartite – CIT (2006). O 
Pacto pela Saúde está fundamentado em 
três eixos: Pacto pela Vida, 
Pacto em Defesa do SUS e Pacto de 
Gestão. A terceira meta do Pacto pela Vida 
estabelece que os estados, e municípios 
devem pactuar reduções mínimas das 
mortalidade materna, a neonatal e a 
infantil. 
 
 Algumas classificações de evitabilidade 
têm sido utilizadas para análise dos óbitos 
infantis e fetais de acordo com a 
possibilidade de sua prevenção, com 
enfoque nas mortes causadas porproblemas potencialmente tratáveis. 
Classificação de evitabilidade da 
Fundação Sistema Estadual de Análise de 
Dados – SEADE: 
• Grupo 1 – Redutíveis por 
imunoprevenção 
• Grupo 2 – Redutíveis por adequado 
controle na gravidez 
• Grupo 3 – Redutíveis por adequada 
atenção ao parto 
• Grupo 4 – Redutíveis por ações de 
prevenção, diagnóstico e tratamento 
precoces 
• Grupo 5 – Redutíveis através de 
parcerias com outros setores 
• Grupo 6 – Não evitáveis 
• Grupo 7 – Mal definidas 
• Grupo 8 – Não classificadas / outras 
Lista de mortes evitáveis por intervenções 
do SUS: 
Em 2007 foi proposta uma Lista de Causas 
de Mortes Evitáveis por Intervenções no 
Âmbito do Sistema Único de Saúde do 
Brasil. 
Causas evitáveis 
-Reduzíveis por ações de 
imunoprevenção. 
- Reduzíveis por adequada atenção à 
mulher na gestação e parto e ao recém 
nascido. 
- Reduzíveis por adequada atenção à 
mulher na gestação. 
- Reduzíveis por adequada atenção à 
mulher no parto. 
- Reduzíveis por adequada atenção ao 
recém-nascido. 
- Reduzíveis por ações adequadas de 
diagnóstico e tratamento. 
- Reduzíveis por ações adequadas de 
promoção à saúde, vinculadas a ações 
adequadas de atenção à saúde. 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
- Causas mal-definidas. 
- Demais causas (não claramente 
evitáveis). 
 
COMITÊS DE MORTALIDADE 
MATERNA: 
 Os Comitês de Morte Materna são 
organismos interinstitucionais, de caráter 
eminentemente educativo, com atuação 
sigilosa, não coercitiva ou punitiva. 
Congregam instituições governamentais e 
da sociedade civil organizada, contando 
com participação multiprofissional, visam 
analisar todos os óbitos maternos e 
apontar medidas de intervenção para a 
sua redução na região de abrangência. 
Constituem-se como importantes 
instrumentos de gestão que permitem 
avaliar a qualidade da assistência à saúde 
prestada à mulher, para subsidiar as 
políticas públicas e as ações de 
intervenção. 
Embora municípios e instituições de saúde 
tenham autonomia para organizar Comitês 
de Morte Materna, é mais frequente que 
eles se estabeleçam a partir da formação 
do Comitê Estadual de Morte Materna 
(CEMM). É imprescindível a organização 
de comitês hospitalares que representem 
um espaço para discussão entre os 
profissionais de saúde e gestores do 
hospital e que viabilize, por meio da 
reflexão e da análise crítica dos óbitos 
ocorridos no estabelecimento de saúde, a 
identificação das responsabilidades e de 
medidas para evitar novos óbitos. Esses 
comitês podem contribuir, sobremaneira, 
para o levantamento de dados nas 
instituições hospitalares. Vale ressaltar 
que esta organização é requisito para 
funcionamento de maternidades que 
fazem parte do Programa de Gestação de 
Alto Risco e de Humanização do Pré-natal 
e Nascimento do Ministério da Saúde e da 
Iniciativa Hospital Amigo da Criança. É de 
suma importância que as Secretarias de 
Saúde Estaduais e Municipais e seus 
comitês atuem de forma articulada, 
buscando a superação de eventuais 
limitações, de forma a garantir o 
cumprimento de suas atribuições. 
 Em se tratando de Comissão ou 
Comitês de Estudo dos Óbitos 
Hospitalares recomenda-se a seguinte 
composição: Núcleos hospitalar de 
epidemiologia (NHE), Chefe da obstetrícia, 
chefe da enfermagem, enfermeiros e 
demais categorias profissionais envolvidas 
com a atenção ao parto. 
 
Análise de evitabilidade do óbito materno: 
 Na análise do óbito sugerimos a 
aplicação de critérios de evitabilidade que 
não se limitam as medidas terapêuticas 
adotadas, mas que levem em conta os 
seguintes fatores: 
• Da comunidade e da mulher: considerar 
os casos em que ocorreu uma recusa em 
procurar a assistência necessária ou em 
seguir as orientações dos profissionais de 
saúde por questões culturais e religiosas. 
Ou, ainda, por falta de reconhecimento do 
problema. 
• Profissionais: considerar os casos em 
que, por falta de capacitação ou 
capacitação imprópria, ocorreu 
negligência, imperícia ou imprudência por 
parte dos profissionais de saúde que 
atenderam à mulher. São exemplos disso 
a não identificação de risco reprodutivo, a 
falha diagnóstica e a inadequação de 
procedimentos e tratamentos, entre 
outros. Nesses casos, devem-se tomar 
como referência as diretrizes dos manuais 
técnicos. 
• Institucionais: considerar os casos em 
que problemas político-administrativos 
contribuíram para o óbito, tais como falta 
de captação precoce e busca ativa da 
mulher, carência de leitos obstétricos, falta 
de sangue, hemoderivados ou 
medicamentos e inexistência de sistema 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
de referência e contra-referência 
formalizado para tratamento clínico-
ginecológico e obstétrico, entre outros. 
• Sociais: considerar os casos em que as 
condições socioeconômicas desfavoráveis 
da mulher contribuíram para o óbito, tais 
como desemprego, baixa renda familiar e 
baixa escolaridade da mulher, entre 
outros. 
• Intersetoriais: considerar os casos em 
que a falta de equipamento social 
contribuiu para o óbito. Como exemplos, 
pode-se citar a disponibilidade limitada de 
meios de transporte, a inexistência de 
estradas, a segurança pública ineficiente e 
a falta de saneamento básico, entre outros. 
 
 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
 Explanar sobre os tipos de 
mortalidade materna no Brasil 
comparando com grupos sociais 
do problema. 
 
 A mortalidade materna é uma das mais 
graves violações dos direitos humanos das 
mulheres, por ser uma tragédia evitável em 
92% dos casos e por ocorrer 
principalmente nos países em 
desenvolvimento. 
 Deve-se analisar a natureza do óbito 
(materno,. materno tardio, não obstétrico, 
obstétrico direto, obstétrico indireto, não 
relacionado à gravidez, materno declarado 
ou 
não) 
Morte materna (óbito materno): 
 Morte Materna é a morte de uma 
mulher durante a gestação ou até 42 dias 
após o término da gestação, 
independentemente da duração ou da 
localização da gravidez. É causada por 
qualquer fator relacionado ou agravado 
pela gravidez ou por medidas tomadas em 
relação a ela. Não é considerada Morte 
Materna a que é provocada por fatores 
acidentais ou incidentais. 
Morte materna obstétrica: 
 As mortes maternas por causas 
obstétricas podem ser de dois tipos: as 
obstétricas 
diretas e as obstétricas indiretas. Morte 
Materna Obstétrica Direta é aquela que 
ocorre por complicações obstétricas 
durante gravidez, parto ou puerpério 
devido a intervenções, omissões, 
tratamento incorreto ou a uma cadeia de 
eventos resultantes de qualquer dessas 
causas. Morte Materna Obstétrica Indireta 
é aquela resultante de doenças que 
existiam antes da gestação ou que se 
desenvolveram durante esse período, não 
provocadas por causas obstétricas diretas, 
mas agravadas pelos efeitos fisiológicos 
da gravidez. 
Morte materna não obstétrica: 
 Morte Materna Não Obstétrica e a 
resultante de causas incidentais ou 
acidentais não relacionadas a gravidez e 
seu manejo. Também chamada por alguns 
autores como Morte Não Relacionada. 
Esses óbitos não são incluídos no cálculo 
da razão de mortalidade materna. 
Morte materna tardia: 
 Morte Materna Tardia é a morte de uma 
mulher, devido a causas obstétricas 
diretas 
ou indiretas, que ocorre num período 
superior a 42 dias e inferior a um ano após 
o fim 
da gravidez. 
Morte materna declarada: 
 A Morte Materna é considerada 
Declarada quando as informações 
registradas na Declaração de Óbito (DO) 
permitem classificar o óbito como materno. 
Morte materna não declarada: 
A Morte Materna é considerada como Não 
Declarada quando as informações registra 
Das na DO não permitem classificar o óbito 
como materno. Apenas com os dados 
obtidos 
na investigação é que se descobre tratar-
se de morte materna. 
Cálculo: 
 
 
Lucas Gustavo Novaes Gonçalves 
 Comparar os índicesde 
mortalidade infantil no Brasil, 
Nordeste e Bahia. 
 
 De 1990 a 2007, a Taxa de Mortalidade 
Infantil (TMI) no Brasil apresentou 
tendência de queda, passando de 
47,1/1000 nascidos vivos em 1990 para 
19,3/1000 em 2007, com uma redução 
média de 59,0%. Diversos fatores têm 
contribuído para a mudança no perfil de 
mortalidade infantil, entre os quais se 
destacam: aumento do acesso ao 
saneamento básico, queda da taxa de 
fecundidade, grau de instrução das 
mulheres, maior acesso aos serviços de 
saúde e ampliação da cobertura da 
Estratégia de Saúde da Família, entre 
outros. 
 As diferenças regionais da mortalidade 
infantil podem ser observadas pelas taxas. 
A maior queda da TMI nas últimas décadas 
ocorreu na Região Nordeste, cerca de 
5,5% ao ano entre 1990 e 2007. No 
entanto, as regiões Nordeste e Norte 
permanecem com os níveis mais elevados 
de mortalidade infantil no país. A TMI no 
Nordeste em 2007 (27,2/1000) é 40% 
maior do que a taxa nacional e 2,1 vezes 
maior do que a taxa da Região Sul. 
 Há ainda diferenças substanciais e 
preocupantes nas taxas de mortalidade 
infantil entre grupos populacionais: as 
crianças pobres têm mais do que o dobro 
de chance de morrer do que as ricas e, a 
mortalidade infantil entre as crianças 
negras e indígenas é, respectivamente, 
cerca de 40% e 138% maior, quando 
comparadas com as da população de 
crianças brancas.

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