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Conforto Ambiental - Acústica RESUMO DO CONTEÚDO APRESENTADO PROFª ADRIANA SEKEFF UNIPLAN – Nádia Pamela A. Aguiar RA:02410034572 NP1 Arquitetura e os espaços A arquitetura como espaço planejado e construído tem como objetivo principal garantir o conforto ambiental para seus usuários. Através do ato de projetar, o arquiteto e urbanista assume o principal papel de delineador do espaço natural, por ser responsável pela transformação e adequação dos espaços criados em função da necessidade humana de proteção contra intempéries, saúde, bem-estar (conforto de forma geral). Desde os primórdios da civilização é constatado que a arquitetura surge em função da constante necessidade do homem (necessidades humanas de proteção, segurança, religiosa, artística e ideológica) e talvez a principal delas seja o convívio em sociedade, através da cidade. O som está presente em todas as atividades humanas, e atualmente está sendo motivo de várias divergências judiciais, pelas consequências físicas e psicológicas que apresentam no homem urbano como, stress, fadiga, dores de cabeça, doenças ocupacionais, perda auditiva, distúrbios cardiovasculares, dentre outros. Quanto aos aspectos psicológicos, a exposição ao ruído pode levar à perda de concentração e de reflexos, irritação permanente, perturbações do sono, sensação de insegurança, entre outros. Entendendo o som O som é uma energia mecânica que se movimenta em forma de onda. Isso quer dizer que aquilo que escutamos é o resultado da vibração de moléculas que se propaga em um meio. Seja este o ar, a água, o chão etc. Sendo assim, quando algo faz barulho, isso tira as moléculas daquele espaço do ponto de equilíbrio, agitando-as. Essa agitação ocorre em forma de vai e vem gerando uma oscilação. À medida que o movimento continua, mais partículas entram nesse balanço até que alcancem a área mais próxima aos nossos ouvidos, gerando o som audível. Entendendo o som São caracterizadas como ondas mecânicas, ou seja, necessitam de um meio para se propagar. Podem ser classificadas de acordo com a altura, intensidade (volume), e o timbre (forma). Além disso, são tridimensionais, pois conseguem se propagar em todas as direções. A partir do som que ouvimos, é possível sentir calma ou identificar situações de perigo, por exemplo. Assim, os seres humanos conseguem ouvir frequências sonoras entre 20 e 20.000 hertz (Hz). Neste caso, quando o som é menor que 20 Hz é denominado de infrassom. Já ondas maiores que 20.000 Hz são chamadas de ultrassom. A história da acústica dos ambientes em projetos arquitetônicos O som é um fenômeno físico qualificador dos espaços, uma vez que alguns aspectos, quando cuidadosamente observados, podem garantir que o espaço projetado não resulte em um ambiente de baixa qualidade acústica. A observação sonora pode auxiliar a própria inserção do projeto arquitetônico no contexto urbano para que ele se integre ao entorno, de maneira a não o desqualificar acusticamente. A história da acústica dos ambientes em projetos arquitetônicos A acústica vem mostrando seu valor projetual desde a antiguidade, a exemplo dos teatros ao ar livre (gregos e romanos). Sem entrar na questão de ter havido ou não intenção acústica, pois a prioridade dos efeitos visuais nesses teatros parece evidente, os resultados obtidos são lições extremamente valiosas. A forma semicircular destinada aos espectadores, o bom aproveitamento da topografia tendo como resultado maior proximidade do público com o palco e consequentemente maior captação sonora do espectador. A história da acústica dos ambientes em projetos arquitetônicos Dos romanos, observou-se a possibilidade de reforço sonoro, através do aumento das superfícies verticais da edificação construída atrás do palco e de reflexões laterais. Construíram muitos edifícios de dimensões monumentais e com espaços internos mais amplos do que os erguidos pelos gregos, porque o desenvolvimento dos arcos permitiu a diminuição do número de colunas e o aumento do pé direito. A história da acústica dos ambientes em projetos arquitetônicos Cientificamente, o valor da acústica dos ambientes foi comprovado somente no século XX. Apesar de a segunda metade do século XIX contar com alguns contribuidores importantes para os estudos acústicos, como Lord Rayleigh e sua Teoria do Som, por exemplo, foi só a partir do século XX que os problemas acústicos passaram a ser tratados com maior embasamento científico. A partir do estudo de Wallace C. Sabine, correlacionando o volume, os materiais e o tempo de reverberação dos ambientes, os princípios acústicos se desenvolveram rapidamente. Definições básicas e conceitos de acústica A acústica só se torna um dado de projeto a partir do momento em que se entende o que é o fenômeno chamado som e como ele se propaga, pois este é um conhecimento elementar para promover a qualidade acústica do ambiente. Quando ouvimos algum som que possui baixa frequência, dizemos que a vibração é grave, como a voz masculina. Por outro lado, o som que vibra com alta frequência é denominado ajudo, por exemplo, a voz feminina. Neste caso, estamos falando da altura do som. Definições básicas e conceitos de acústica Agora, quando o som é caracterizado pela vibração em relação à propagação, temos a intensidade sonora, ou seja, o volume do som. A intensidade da onda é representada em dB (decibéis), perceptível ao ouvido humano entre 0 dB e 120 db. Já, a forma da onda, ou seja, a distinção entre os sons emitidos por uma frequência; é chamada de timbre. Assim, conseguimos diferenciar, por exemplo, qual a característica sonora que está sendo transmitida. Definições básicas e conceitos de acústica Além disso, o som sofre fenômenos denominados ondulatórios, como reflexão, refração, difração (como corre com a luz) e interferência. A maioria das fontes sonoras contém várias frequências, determinando a percepção sonora da característica chamada tom. Definições básicas e conceitos de acústica Cada fonte sonora tem sua capacidade própria de vibrar em determinada faixa de frequência. Para que seja audível ao ouvido humano, as frequências devem se situar entre 20 e 20.000Hz. As frequências mais altas, com maior número de oscilações temporais, correspondem aos sons mais agudos, enquanto as frequências mais baixas, com menor número de oscilações temporais, aos sons mais graves. A forma como as frequências se combinam, constituindo o espectro sonoro, é chamada timbre. Essa característica é a responsável por nosso ouvido conseguir distinguir sons de mesma frequência e mesma amplitude, porém emitidos por diferentes fontes. Fontes de ondas sonoras A distância que o som percorre em cada ciclo completo de vibração demonstra uma característica de importância fundamental para o desempenho acústico de um ambiente: o comprimento de onda. Essa grandeza física do som caracteriza seu comportamento perante as superfícies, revelando se elas têm dimensões adequadas para que ocorra a distribuição sonora desejada para o ambiente. A correlação entre frequência e comprimento de onda é que quanto maior a frequência, menor o comprimento de onda, pois, quanto maior o número de vezes que se completa um ciclo em determinado intervalo de tempo, menor a distância existente entre esses ciclos. Fontes de ondas sonoras Em função da dimensão de uma superfície, os sons de baixa frequência poderão ignora-la ou contorna- la, enquanto os de alta frequência tenderão a sofrer grande interferência em sua direção de propagação. Além da amplitude, do comprimento de onda e da frequência, a maioria das fontes sonoras apresentam direcionalidade. Ou seja, existe uma tendência de as fontes sonoras irradiarem mais energia em determinada direção que em outras. Esse fato explica a perda de inteligibilidade do som experimentadapor um receptor ao se afastar desse eixo longitudinal, pois, na verdade, ocorre alteração na própria constituição do padrão sonoro. Fontes de ondas sonoras É essencial o arquiteto considerar que, em ambientes com fonte sonora de interesse, por exemplo os auditórios, os melhores lugares de recepção do som direto correspondem aqueles localizados próximo ao eixo longitudinal. Considera-se que, para a voz humana, o padrão sonoro não é alterado se mantido um ângulo e 90º em relação ao mesmo eixo longitudinal, 45º para cada lado da fonte. O som que chega ao receptor é a composição do som direto com as reflexões sonoras Comportamento das ondas sonoras A unidade de medida decibel (dB) é usada para medir a intensidade do som, chamado de “volume” ou “altura”, por medir a relação entre os picos e depressões de uma onda sonora. Funciona assim: quanto mais alta a onda, maior será o volume e consequentemente, maior será a quantidade de decibéis. Considerando apenas o som direto, sem influências das superfícies e obstáculos, a onda sonora tende a propagar-se esfericamente, em todas as direções. Comportamento das ondas sonoras Comportamento das ondas sonoras O eco e a reverberação são dois efeitos sonoros causados pela reflexão do som. Podemos dizer que eco é o som refletido que é percebido com intervalo de tempo suficiente para ser distinguido do som original. Quando o intervalo de tempo não é suficiente para distinguir o som refletido do original, temos o efeito de reverberação. Normalmente, podemos perceber o eco em locais onde há algum objeto muito grande e maciço, como uma parede, uma montanha ou uma caverna. Comportamento das ondas sonoras Para que possamos ouvir o som refletido nesses objetos, eles devem estar a uma distância tal que o tempo de ida e volta do som seja maior que sua duração. Por exemplo, se gritarmos a palavra “alô” com uma duração igual a 0,2 segundos, será necessário que a distância até o objeto seja maior que 32 metros. Dessa forma, quando terminarmos de pronunciar “alô”, o som do “a” chegará de volta aos nossos ouvidos. Para ouvir completamente palavras ou frases maiores, devemos estar posicionados a distâncias maiores, correspondentes ao tempo que levamos para pronunciar essas frases. Comportamento das ondas sonoras Comportamento das ondas sonoras Difração é a capacidade das ondas de desviar ou contornar os obstáculos que encontram durante sua propagação, bem como o espalhamento ou alargamento das ondas após atravessar fendas e orifícios. A difração acontece tanto com as ondas mecânicas quanto com as ondas eletromagnéticas. Comportamento das ondas sonoras Som muda de direção ao incidir numa extremidade e pode gerar uma sombra acústica. A difusão proporciona um espalhamento das ondas sonoras Em um ambiente difuso, todos os pontos do ambiente recebem a mesma quantidade de energia sonora, isto é, possuem a mesma pressão sonora. Comportamento das ondas sonoras A transmissão sonora ocorre quando as ondas sonoras encontram superfícies por onde são transmitidas. Comportamento das ondas sonoras A ressonância é a vibração de determinado corpo por influência da vibração de outro, na mesma faixa de frequência. Superfícies rígidas de pequenas massas, ao vibrarem por esta influência, tendem a se quebrarem. O fator solo É importante salientar que o solo age como uma superfície em que parte do som é absorvida e outra, refletida. Assim, a parte refletida pode ser uma componente do som recebido, desde que a conformação topográfica do solo possibilite seu percurso até o receptor. No caso do perfil convexo do solo, o som se distribui diferenciadamente, e são geradas duas regiões distintas: a região de reflexão acústica e a região de sombra acústica. A região de reflexão é aquela na qual os raios sonoros incidem diretamente sobre o solo e são difundidos conforme a curvatura do perfil topográfico (som mais intenso) tende a voltar em direção à fonte. No topo do perfil, os sons de baixo comprimento de onda tendem a sofrer o fenômeno de difração, e a região de sombra acústica não é alcançada pelos raios emitidos pela fonte. O fator solo A absorção sonora Os ruídos externos são capazes de se propagar para o interior de edificações em função: da forma como a fonte é projetada/meio/receptor se integram espacialmente. Ocorre quando as ondas sonoras encontram superfícies onde são absorvidas, ou seja, deixam de se propagar. Acústica dos recintos Um projeto de isolamento ou controle de som/ruído inicia-se no planejamento, considerando: - Localização e classificação do som: objetiva e física; - Níveis sonoros adequados às diferentes situações, horários e locais; - Custo: opções técnicas reduzem a utilização de materiais isolantes (caros): - Determinar o nível de ruído produzido por fontes e dependências, classificando-os conforme o nível aceitável; - A locação: edificações, fontes e cômodos, segundo a função e silêncio necessários - ruidosos e silenciosos o mais distante possível; - A locação de fontes e máquinas que transmitam seus ruídos através da estrutura e diretamente acima das fundações (DE MARCO, 1982); - Adequar aberturas (portas e janelas) aos interesses do isolamento.
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