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Resumo PRF

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1 
ATUALIZADO EM 11.02.21 
Parte 2
Edileide do Espírito Santo Rocha
edileide.rochaa2014@gmail.com
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
NOTA ............................................................................................................................... 4 
DIREITO PENAL ............................................................................................................. 5 
PRINCÍPIOS BÁSICOS ............................................................................................................ 5 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL .................................................................................................... 7 
O FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS .................................................................................. 8 
ILICITUDE .............................................................................................................................. 11 
CULPABILIDADE ................................................................................................................... 15 
PUNIBILIDADE E CAUSAS DE EXTINÇÃO .......................................................................... 17 
CRIMES CONTRA A PESSOA ............................................................................................... 18 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ...................................................................................... 19 
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE PESSOAL (O MAIS RELEVANTE) ................................. 20 
CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA ................................................................ 22 
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ........................................................................................ 23 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................................................. 25 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ................................................................................. 28 
AÇÃO PENAL ......................................................................................................................... 28 
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA (LEI Nº 9.099/1995) .............................. 30 
DAS PROVAS ......................................................................................................................... 32 
PRISÃO ................................................................................................................................... 35 
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL ................................................................................................. 37 
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS ........................................................................................ 38 
LEGISLAÇÃO ESPECIAL ............................................................................................. 39 
LEI Nº 5.553/1968 (APRESENTAÇÃO E USO DE DOCUMENTOS E LEI Nº 12.037/2009 
(IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL DO CIVILMENTE IDENTIFICADO) ....................................... 39 
LEI Nº 8.069/1990 (ECA – PRINCIPAIS ASPECTOS PARA A PRF) .................................... 40 
LEI Nº 8.072/1990 (CRIMES HEDIONDOS - ASPECTOS ESSENCIAIS) ............................. 41 
DECRETO N. 1.655/1995 E DECRETO 8.662/2019 (COMPETÊNCIA DA PRF) ................. 42 
LEI 9.099 (JUÍZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS) – ASPECTOS RELEVANTES ... 45 
LEI 9.455/98 (CRIMES DE TORTURA) .................................................................................. 46 
LEI Nº 9.605/1998 E SUAS ALTERAÇÕES: CAPÍTULOS III E V. ......................................... 47 
LEI Nº 10.826/2003 (ESTATUTO DO DESARMAMENTO) ................................................... 48 
LEI Nº 11.343/2006 (DROGAS) .............................................................................................. 51 
Edileide do Espírito Santo Rocha
edileide.rochaa2014@gmail.com
 
 
3 
LEI Nº 12.850/2013 (ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA) ............................................................ 55 
LEI 13.675/2018 (ORGANIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS DA SEGURANÇA PÚBLICA) ............... 57 
LEI Nº 13.869/2019 (ABUSO DE AUTORIDADE – PRINCIPAIS DISPOSITIVOS COM 
PERTINÊNCIA PARA A PRF) ................................................................................................ 58 
DIREITOS HUMANOS .................................................................................................. 62 
DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ....................................................... 62 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS 
HUMANOS ............................................................................................................................. 63 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS ................................................... 64 
CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS ............................................... 65 
LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................................................... 69 
INFORMÁTICA ............................................................................................................. 71 
ÉTICA E CIDADANIA ................................................................................................... 81 
ÉTICA X MORAL .................................................................................................................... 81 
POLÍTICA DE GOVERNANÇA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL (DECRETO Nº 
9.203/2017) – PRINCIPAIS ASPECTOS ................................................................................ 81 
PROMOÇÃO DA ÉTICA E DE REGRAS DE CONDUTA PARA SERVIDORES. CÓDIGO DE 
ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO 
FEDERAL (DECRETO Nº 1.171/1994) ................................................................................... 83 
SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL E COMISSÕES DE 
ÉTICA (DECRETO Nº 6.029/2007) ......................................................................................... 84 
CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL (EXPOSIÇÃO DE 
MOTIVOS Nº 37/2000) – PRINCIPAIS PONTOS ................................................................... 86 
ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA. PROMOÇÃO DA 
TRANSPARÊNCIA ATIVA E DO ACESSO À INFORMAÇÃO (LEI Nº 12.527/2011 E 
DECRETO Nº 7.724/2012). .................................................................................................... 88 
DECRETO Nº 7.724/2012 ...................................................................................................... 90 
TRATAMENTO DE CONFLITOS DE INTERESSES E NEPOTISMO (LEI Nº 12.813/2013 E 
DECRETO Nº 7.203/2010) – PRINCIPAIS REGRAMENTOS ................................................ 91 
DECRETO Nº 7.203/2010 (PRINCIPAIS REGRAMENTOS) ................................................. 93 
GEOPOLÍTICA .............................................................................................................. 94 
LÍNGUA ESTRANGEIRA .............................................................................................. 99 
INGLÊS ................................................................................................................................... 99 
ESPANHOL ........................................................................................................................... 100 
 
 
Edileide do Espírito Santo Rocha
edileide.rochaa2014@gmail.com
 
 
4 
NOTA 
1. O Resumão é um material desenvolvido para elevar sua nota em até 30 pontos 
líquidos na prova da PRF, focando em um texto objetivo e enxuto, que deve ser 
memorizado pelo candidato. Na última prova da PRF, acertamos dezenas de 
questões da prova como Resumão. 
2. Nesta edição, colocamos apenas os tópicos mais relevantes das matérias mais 
relevantes. O objetivo não é abordar tudo, mas sim o que for relevante para a prova. 
3. O material foi elaborado focando, principalmente, na pertinência temática do cargo 
da PRF e naquilo que tem maior chance de ser cobrado em prova. 
4. Trata-se de ummaterial que tem por objetivo fazer com que você estude 
rapidamente os tópicos com maior probabilidade para a prova da PRF, sobretudo 
quando restam poucos dias para a prova. 
5. Leia, releia e faça anotações. Preocupe-se em memorizar os conceitos, mesmo que 
não façam sentido para você. 
 
Feitas essas considerações, vamos aos estudos. 
 
Possui alguma observação a fazer sobre o material? Deixe aqui seu comentário: 
https://forms.gle/z9ZrDdmn3VNBnnGY8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Edileide do Espírito Santo Rocha
edileide.rochaa2014@gmail.com
 
 
5 
DIREITO PENAL 
 
PRINCÍPIOS BÁSICOS 
 
Princípio da retroatividade penal benéfica: 
§ Em regra, aplicam-se ao fato as leis vigentes na época do fato. 
§ Contudo, lei posterior benéfica poderá retroagir para beneficiar o réu. 
§ Súmula 711 do STF – A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao 
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência. 
Veja a questão abaixo: 
Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fevereiro de 2011 e 
fim em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve alteração legislativa que 
agravou a pena do crime por ele cometido. 
Assertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê pena mais benéfica em atenção 
ao princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa. 
Resposta: ERRADO, pois trata-se de crime permanente, devendo ser aplicada a lei mais 
grave, conforme S. 711 do STF. 
 
 
Princípio da insignificância: 
§ Se a conduta do agente lesar ou expuser a perigo de lesão de forma insignificante 
os bens jurídicos, cabe a aplicação do princípio da insignificância. 
§ O princípio da insignificância atua como causa de exclusão da tipicidade penal 
(tipicidade material). 
§ Para o STF, temos os seguintes requisitos para aplicação do princípio da 
insignificância (MARI): 
ü Mínima ofensividade da conduta; 
ü Ausência de periculosidade social da ação; 
ü Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; 
ü Inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
§ Insignificância no descaminho – tanto para o STF como o STJ: 20 mil reais o valor 
limite para que o fato seja considerado insignificante. 
§ O princípio da insignificância é também conhecido como o princípio da bagatela 
própria. 
§ Diferença entre bagatela própria x imprópria: 
A bagatela imprópria não afasta o crime, mas sim a aplicação da pena. Já a 
bagatela própria afasta o próprio crime (é como se o crime não tivesse existido), 
ao excluir a tipicidade material do fato. 
 
 
 
Edileide do Espírito Santo Rocha
edileide.rochaa2014@gmail.com
 
 
6 
Princípio da continuidade típico normativa: 
§ Ocorre apenas um redirecionamento de um tipo para outro, não havendo sua 
descriminalização. 
§ Difere da abolicio criminis, a qual trata da hipótese em que uma lei nova destipifica, 
em parte ou totalmente, um fato que era anteriormente definido como crime. 
§ Exemplo: de continuidade típico-normativa – atentado violento ao pudor (art. 214 do 
antigo Código Penal), que foi revogado pela lei 12.015/09. Podemos dizer que tal 
conduta não deixou de ser considerada crime, mas sim que ela apenas “migrou” 
para o tipo penal do crime de estupro, disciplinado pelo artigo 213 do atual Código 
Penal. 
 
Princípio da Intervenção mínima: 
§ O princípio da intervenção mínima é aquele segundo o qual o direito penal só deve 
atuar quando os demais ramos do direito forem insuficientes para proteção do bem 
jurídico tutelado. 
§ O CEBRASPE considerou correto que: “O direito penal só deve se preocupar com a 
proteção dos bens jurídicos mais essenciais à vida em sociedade, constituindo a sua 
intervenção a ultima ratio, ou seja, tal intervenção somente será exigida quando não 
se fizer suficiente a proteção proporcionada pelos demais ramos do direito. Tal 
conceito tem relação com o princípio da intervenção mínima”. 
 
Princípio da fragmentariedade: 
§ Princípio segundo o qual o Direito Penal deve tipificar apenas um pequeno número 
de condutas, especialmente aquelas que forem mais graves e praticadas contra 
bens jurídicos mais relevantes. Esse princípio atua conjuntamente com o da 
intervenção mínima. 
 
Princípio da legalidade: 
§ Não há crime sem lei anterior que o defina. Portanto, medida provisória ou decreto 
não podem criar crime, apenas lei emanada do Congresso Nacional. 
§ É o princípio segundo o qual as leis devem obedecer às formas e aos 
procedimentos exigidos na criação da lei penal, bem como na elaboração de 
seu conteúdo normativo. 
**Medida provisória não pode criar crime, pois viola o princípio da reserva legal. Apenas a lei pode criar crime. 
Contudo, admite-se que medida provisória seja criada para beneficiar o infrator em matéria penal. 
 
Princípio da taxatividade: 
§ O princípio da taxatividade é um dos corolários do princípio da legalidade, pregando 
que a lei penal deve ser clara, precisa e determinada, não cabendo 
incriminações vagas ou genéricas. 
 
Edileide do Espírito Santo Rocha
edileide.rochaa2014@gmail.com
 
 
7 
Princípio da adequação social: 
§ O princípio da adequação social preconiza que não se pode reputar criminosa 
uma conduta tolerada pela sociedade, ainda que se enquadre em uma 
descrição típica (ou seja, em um crime previsto em lei). Trata-se de condutas que, 
embora formalmente típicas, porquanto descritas num tipo penal, são materialmente 
atípicas porque socialmente adequadas, isto é, estão em consonância com a ordem 
social. 
§ Em outras palavras, o princípio da adequação social busca afastar a tipificação de 
condutas consideradas socialmente adequadas. Por meio da interpretação, ele limita 
a aplicação do tipo penal. O princípio em questão também se dirige para o legislador, 
servindo como norte na criação de leis. 
**Exemplo: mãe que fura orelha da filha para colocação de brinco – pelo princípio da adequação social, não irá 
responder criminalmente pelo crime de lesão: 
Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
A conduta da mãe é formalmente típica, foi de fato ofendeu a integridade corporal de outrem. Contudo, pelo 
princípio da adequação social, não é materialmente típica, ou seja. 
Para existir o crime, a conduta deve ser formalmente típica e materialmente típica. 
 
Princípio da alteridade: 
§ Segundo o princípio da alteridade, para haver crime, a conduta humana deve 
colocar em risco ou lesar bens de terceiros. É proibida a incriminação de atitudes 
que não excedam o âmbito do próprio autor. Você não pode ser vítima de si próprio. 
Exemplo: não é crime se matar. 
**Indo além: a criminalização do uso da droga não viola o princípio da alteridade? Afinal, o usuário estaria 
causando mal a si próprio. Conforme doutrina, o uso de drogas, além de causar mal para o próprio usuário, causa 
mal à saúde pública como um todo. 
 
 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
Aplicação da lei penal (LUTA): 
§ Lugar: teoria da Ubiquidade 
Considera-se como lugar do crime tanto o da ação ou omissão quanto o daquele 
em que se verificar o resultado. 
 
§ Tempo: teoria da Atividade 
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro 
seja o momento do resultado. 
 
§ Leis excepcionais temporárias: no que diz respeito à eficácia temporal da lei penal, 
o término da vigência das leis denominadas temporárias e excepcionais não 
depende de revogação por lei posterior. Consumado o lapso da lei temporária ou 
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8 
cessadas as circunstâncias determinadoras das excepcionais, cessa, então, a 
vigência dessas leis. 
Atenção: 
Ultratividade diz-se de uma lei quando ela é aplicada posteriormente ao fim de sua 
vigência (revogação). É o caso das leis excepcionais e temporárias, pois estas são 
ultrativas. 
As leis excepcionais e temporárias também são intermitentes (são revogadas em curto 
período, de forma “automática”).Súmula 711 do STF: 
§ A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a 
sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
§ Exemplo de aplicação da Súmula 711 do STF: imagine que João sequestre Maria no 
dia hoje e que o sequestro perdure por 30 dias. Se antes do fim do sequestro vier 
uma nova lei, agravando a pena para o crime de sequestro, deverá ela ser aplicada? 
O sequestro se encaixa no chamado “crime permanente”. Crime permanente é 
aquele cujo momento consumativo se prolonga no tempo de acordo com a vontade 
do criminoso, de modo que o agente tem o domínio sobre o momento de 
consumação do crime, tal como acontece no crime de sequestro, previsto no artigo 
148 do Código Penal, que se consuma com a retirada da liberdade da vítima, mas o 
delito continua consumando-se enquanto a vítima permanecer em poder do agente. 
Desse modo, de acordo com a S. 711 do STF, a pena mais grave será aplicada a 
João, pois ela começou a vigorar antes do fim da consumação do crime de 
sequestro. 
§ Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fevereiro 
de 2011 e fim em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve 
alteração legislativa que agravou a pena do crime por ele cometido. 
ü Assertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê pena mais 
benéfica em atenção ao princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa. 
Isso está correto ou errado? 
• Resposta: ERRADO, pois trata-se de crime permanente, 
devendo ser aplicada a lei mais grave, conforme S. 711 do STF. 
 
 
O FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS 
 
Erro de tipo: 
§ O erro sobre o elemento do tipo exclui o dolo, mas admite a punição por crime 
culposo, se previsto em lei. 
§ Exemplo: você sai para caçar e dispara contra um suposto animal. Mais tarde, 
verifica que não era um animal, mas uma pessoa fantasiada de urso. Nesse caso, 
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9 
não houve o dolo no sentido de matar uma pessoa. Trata-se de erro de tipo, o qual 
exclui o dolo. 
 
Atos preparatórios x crime tentado: 
§ Nos atos preparatórios, a execução do crime não foi iniciada ainda, pois o indivíduo 
não está praticando ainda os atos de execução (exemplo: indivíduo compra corda 
para realizar um sequestro). Na tentativa, a execução do crime foi iniciada. O crime 
será tentado quando, iniciada a execução, não se consuma o crime por 
circunstâncias alheias à vontade do agente (exemplo: polícia chega e impede que o 
bandido fuga com o bem furtado). 
§ Ato preparatório: em regra, não é punível. Esses atos somente são puníveis quando 
constituírem, por si só, infração penal. Um exemplo de ato preparatório punível é o 
delito de petrechos para falsificação de moeda (art. 291 do Código Penal), que seria 
um ato preparatório do crime de moeda falsa. 
§ Crime tentado: salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena 
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
 
 
Tipos de tentativa: 
§ Branca/Incruenta: O agente não conseguiu nem mesmo atingir o objeto pretendido. 
Ex.: Ao atirar, os projéteis desviaram da vítima. 
§ Vermelha/Cruenta: O agente conseguiu atingir o objeto, mas não conseguiu 
consumar o delito. Ex.: O projétil somente perfurou o braço da vítima. 
§ Perfeita/Acabada: O agente utilizou todos os meios que estavam ao seu alcance, e 
mesmo assim não consumou o crime. Ex.: O agente lesionou a vítima com socos e 
disparou 4 tiros na mesma, mas foi preso em flagrante antes que a vítima pudesse 
vir a falecer. 
§ Imperfeita/Inacabada: O agente não consegue utilizar todos os seus meios de 
execução para a prática delituosa. Ex.: O agente tem a possibilidade objetiva desferir 
cinco disparos, mas só consegue efetuar um disparo, pois é preso em flagrante 
antes. 
 
Crimes que não admitem a forma tentada: 
§ CCHOUPA: 
Contravenções; 
Culposos; 
Habituais; 
Omissivos próprios, 
Unissubsitentes, 
Preterdolosos; e 
Atentado (crimes de atentada). 
§ Teoricamente, seria possível existir a tentativa de uma contravenção penal. 
Contudo, por disposição legal, estabeleceu-se que: 
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10 
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção (Lei das Contravenções). 
Assim sendo, teoricamente, a tentativa existe nas contravenções, ela apenas não é 
considerada (não sendo punível). 
 
O conceito analítico de crime: 
§ Para o nosso ordenamento jurídico, crime é o fato 
típico, ilícito e culpável. 
§ Só podemos falar que ocorreu o crime se o tripé 
todo estiver completo. Faltando um desses 
elementos, não há crime. 
 
Fato típico: 
 
 
 
 
 
§ Conduta: sem a conduta, não há falar em crime. A conduta pode ser dolosa (quando 
há intenção de cometer o crime) ou culposa (não há intenção). Quando falamos que 
alguém agiu sem dolo ou sem culpa, não há conduta. Não havendo conduta, não há 
crime. 
§ Resultado: todo crime tem resultado jurídico (ou normativo), pois sempre há lesão 
ao bem jurídico tutelado ou perigo de lesão, quando um crime é cometido. Todavia, 
nem todo crime resultado naturalístico (modificação física do mundo exterior), como 
acontece no crime de homicídio (alguém morre). Quando estudamos resultado do 
crime, é importante saber sobre os crimes formais, materiais e de mera conduta. 
ü Crimes materiais: o resultado naturalístico descrito no tipo é indispensável 
para a consumação. Exemplo: homicídio – “Art. 121 - Matar alguém”. 
ü Crimes formais: o resultado naturalístico descrito no tipo é dispensável. A 
consumação acontece com a prática da conduta em si (por isso, também se 
chama de delito de consumação antecipada). Ex.: “Extorsão – Art. 158 - 
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de 
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar 
que se faça ou deixar de fazer alguma coisa”. O mero “constranger” com o 
intuito de obter vantagem já faz o crime se consumar, ainda que nenhuma 
vantagem venha a ser obtida com o crime. 
ü Crimes de mera conduta: não há resultado naturalístico no tipo (crime de 
mera atividade). Exemplo: porte ilegal de armas, pois o mero ato de portar a 
arma em si não gera nenhuma consequência no mundo, mas já consuma o 
crime. 
§ Nexo causal: é o elo que une a conduta praticado pelo autor ao resultado. É o elo 
causal que possibilita a atribuição de responsabilidade penal. 
 
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11 
§ Tipicidade (formal ou material). 
ü Tipicidade formal: é a conformidade do fato ao tipo penal, ou seja, a 
adequação do ato praticado pelo agente àquilo que está previsto 
abstratamente na norma. Exemplo: homicídio – “fulano matou ciclano”. Nesse 
caso, a tipicidade formal se encaixa no delito de homicídio. 
ü Tipicidade material: é a valoração da conduta e do resultado. O bem jurídico 
deve ser efetivamente lesado. Aqui entra o princípio da insignificância, pois o 
delito foi praticado, mas não houve lesão ao bem jurídico de forma 
significativa. 
 
 
ILICITUDE 
 
§ A melhor forma de estudar a ilicitude, é estudando o que a afasta, pois é isso que irá 
cair na prova da PRF. Existindo qualquer uma das causas que excluem a ilicitude, 
não há crime. 
§ Além das causas previstas acima, há uma supralegal (ou seja, não está nas leis): 
seria o consentimento do ofendido. Para que o consentimento da vítima exclua o 
crime, alguns requisitos devem estar presentes: 
ü a disponibilidade do bem jurídico tutelado pela norma, 
ü a validade do consentimento, 
ü a necessidade de este último ser manifestado de forma livre e por pessoa 
capaz, 
ü a anterioridade ou simultaneidade entre o crime e o consentimento. 
§ ESTADO DE NECESSIDADE É: “Considera-se em Estado de necessidade quem 
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem 
podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, nãoera razoável exigir-se”. 
ü Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar 
o perigo. 
ü Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena 
poderá ser reduzida de um a dois terços. 
ü O Código Penal adotou a teoria unitária, não reconhecendo o estado de 
necessidade exculpante (que excluiria a culpa), mas apenas o estado ne 
necessidade justificante (que exclui a ilicitude). 
ü Se o bem jurídico sacrificado for de maior valor que o bem jurídico protegido 
há uma redução da pena apenas. 
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edileide.rochaa2014@gmail.com
 
 
12 
ü A teoria diferenciadora foi adotada apenas no Código Penal Militar (o que não 
importa para a PRF). 
ü Exemplo de caso envolvendo estado de necessidade: 
§ Para salvar sua filha que está prestes a ser atacada por um pitbull, o 
pai mata o animal. 
§ Marido, para salvar a esposa, dirige em alta velocidade, gerando perigo 
de dano, sem ser habilitado, para levá-la ao hospital. Ou seja, comete 
um crime de trânsito para salvar a vida de sua esposa. 
§ LEGÍTIMA DEFESA É: “Entende-se em legítima defesa quem, usando 
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, 
a direito seu ou de outrem” (é também conhecida como legítima defesa real). 
ü Muito importante: observados os requisitos acima, também se considera em 
legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco 
de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crime. Lembre-se do 
caso do “sniper”, no RJ. 
ü Atenção: a justificativa para um PRF que mata uma pessoa em serviço, 
obedecendo aos requisitos legais, é legítima defesa (não há estrito 
cumprimento do dever legal de matar ou exercício regular de direito). 
§ Legítima defesa putativa: 
ü Trata-se de uma hipótese que imaginária. É aquela que o agente, por erro, 
acredita existir uma agressão injusta, atual ou iminente, a direito seu ou de 
outrem. 
ü Ex: A foi jurado de morte por B. Em determinada noite, em uma rua escura, 
encontram-se. B coloca a mão no bolso, e A, acreditando que ele iria pegar 
uma arma, mata-o. Posteriormente, descobre-se que B iria lhe oferecer uma 
Bíblia, pois havia se convertido. 
ü A legítima defesa putativa não exclui a ilicitude da conduta, mas pode isentar 
de pena, se o erro for inevitável. Se for evitável, pode responder por crime 
culposo. 
§ Legítima defesa sucessiva: havendo excesso, permite-se a defesa legítima do 
agressor inicial. O agressor inicial, contra o qual se realiza a legítima defesa, tem o 
direito de defender-se do excesso, uma vez que o agredido, pelo excesso, 
transforma-se em agressor injusto. Ocorre uma troca de papel entre agressor e 
agredido, em razão do excesso de defesa da vítima inicial. 
ü CEBRASPE considerou correta a seguinte assertiva: “Nos termos do Código 
Penal e na descrição da excludente de ilicitude, haverá legítima defesa 
sucessiva na hipótese de excesso, que permite a defesa legítima do agressor 
inicial”. 
§ Estrito cumprimento de dever legal: toda obrigação que for extraída direta ou 
indiretamente de LEI. Podem agir em estrito cumprimento de dever legal os PRF’s, 
por exemplo, ao efetuarem uma prisão de alguém com mandado de prisão expedido 
pelo juiz competente. Outro exemplo de estrito cumprimento do dever legal: em 
abordagem de elevada suspeita criminal, o PRF pede ao condutor que desça do 
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13 
veículo. Caso o PRF retire o condutor de dentro do veículo usando a força, estará 
ele amparado pelo estrito cumprimento do dever legal. 
§ Exercício regular do direito: são aquelas situações relacionadas à pessoa comum, 
em que essas exercem todos os seus direitos que a lei franqueia. 
 
 
Excesso punível: 
§ No caso de excesso nas excludentes de ilicitude, o sujeito responderá pelo excesso 
doloso ou culposo. 
§ O CEBRASPE cobrou esse tópico da seguinte forma: 
ü “A responsabilidade penal do agente nas hipóteses de excesso doloso ou 
culposo aplica-se a todas as seguintes causas de excludentes de ilicitude 
previstas no CP: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento 
de dever legal ou exercício regular de direito”. Questão correta. 
ü Segundo o Código Penal, o agente que tenha cometido excesso quando da 
análise das excludentes de ilicitudes será punido apenas se o tiver cometido 
dolosamente. Questão incorreta. 
§ O excesso pode ser: 
ü Intensivo: a defesa acontece enquanto ainda está sofrendo agressão. O meio 
utilizado é desproporcional: uma pessoa franzina agride com tapas um lutador 
faixa preta de 2m de altura, e, enquanto os tapas estão sendo dados, o lutador 
se defende com uma bazuca, explodindo a vítima (exemplo ridículo ajuda a 
memorizar). 
ü Extensivo: acontece quando a agressão já acabou. Aqui, a duração da defesa 
é desproporcional, perdurando após a agressão já ter acabado (lembre-se 
do(a) que acabou com você). 
§ O CEBRASPE cobrou o tópico da seguinte forma em prova da PF: “Considere que 
João, maior e capaz, após ser agredido fisicamente por um desconhecido, também 
maior e capaz, comece a bater, moderadamente, na cabeça do agressor com um 
guarda-chuva e continue desferindo nele vários golpes, mesmo estando o 
desconhecido desacordado. Nessa situação hipotética, João incorre em excesso 
intensivo”. Questão errada, pois a agressão já havia terminado. Logo, é excesso 
extensivo. 
§ Comentário do CEBRASPE sobre a questão acima: “Conforme preleciona a doutrina, 
a referida situação hipotética configura “excesso extensivo, o qual ocorre quando o 
agente, tendo atuado nos limites impostos pela legítima defesa, depois de ter feito 
cessar a agressão, dá continuidade à repulsa praticando, assim, neste segundo 
momento, uma conduta ilícita. O excesso extensivo é, pois, um excesso na duração 
da defesa, enquanto o excesso intensivo é um excesso em sua virtualidade lesiva”. 
 
 
 
 
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14 
Culpa consciente x culpa inconsciente x dolo eventual: 
§ Na culpa consciente, o agente prevê o resultado, mas acredita que ele não irá ocorrer 
(lembre-se do atirador de facas). 
§ Na culpa inconsciente, o agente não prevê o resultado, mas ele ocorre por 
imprudência, negligência ou imperícia. 
§ No dolo eventual, o agente prevê a possibilidade de ocorrência do resultado, mas 
pouco se importa se vai ocorrer ou não. 
 
Crime consumado x crime tentado: 
§ Consumado: quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. 
§ Tentado: quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias 
à vontade do agente. 
ü O nosso Código adotou, como regra, a teoria OBJETIVA, punindo-se a 
tentativa com a mesma pena do crime consumado, reduzida de 1/3 a 2/3. 
§ Desistência voluntária e arrependimento eficaz: o agente que, voluntariamente, 
desiste de prosseguir na execução (desistência voluntária) ou impede que o 
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados (arrependimento eficaz). 
ü Nesses casos, não responde pela tentativa, mas pelo que praticou. 
§ Arrependimento posterior: nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça 
à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou 
da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
 
Crime impossível: 
§ O crime é dito impossível quando não há, em razão da ineficácia do meio 
empregado, violação, tampouco perigo de violação, do bem jurídico tutelado pelo 
tipo penal (entendimento do CESPE). 
§ O que diz o CP: “Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do 
meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”. 
§ Exemplo de ineficácia absoluta do meio: tentar matar por meio de disparo de arma 
de fogo utilizando uma arma de brinquedo (por desconhecimento). 
§ Exemplo de absoluta impropriedade do objeto: tentar matar uma pessoa que já estámorta. 
 
Omissão: 
§ Omissão própria: a omissão vem descrita na própria lei. Não admite tentativa. 
Exemplo: omissão de socorro (art. 135 do CP). 
§ Omissão imprópria: o agente tem o dever de agir para evitar o resultado. Não o 
fazendo, responderá pela sua omissão (art. 13, parágrafo segundo, do CP). O dever 
de agir advém das seguintes situações: 
ü Quando tenha por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
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15 
ü Quando, de outras formas, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado 
(garantidor – exemplo: enfermeira); 
ü Quando, com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do 
resultado. 
 
CULPABILIDADE 
 
 
Causas de Exclusão da Culpabilidade 
 
Excludentes da imputabilidade: 
§ Imputabilidade é aptidão para recebimento da pena. 
§ São excludentes legais da imputabilidade: 
ü Ser menor de idade: os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis. 
Trata-se de critério biológico. 
§ Menor de idade não pratica crime, mas ato infracional (ECA). 
§ A emancipação civil não tem relevância. 
ü Embriaguez acidental completa: é isento de pena o agente que, por 
embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao 
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
CULPABILIDADE
IMPUTABILIDADE
ABAIXO, AS 
EXCLUDENTES
MENORIDADE
DOENÇÅ MENTAL OU 
DESENVOLVIMENTO 
MENTAL RETARDADO
EMBRIAGUEZ 
COMPLETA POR CASO 
FORTUITO OU FORÇA 
MAIOR
EXIGIBILIDADE DE 
CONDUTA DIVERSA
ABAIXO, AS 
EXCLUDENTES
OBEDIÊNCIA 
HIERÁRQUICA
COAÇÃO MORAL 
IRRESISTÍVEL
POTENCIAL 
CONSCIÊNCIA DA 
ILICITUDE
EXCLUDENTE: 
ERRO DE PROIBIÇÃO 
INEVITÁVEL
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16 
§ Exemplo de caso fortuito: o agente ignora a natureza inebriante daquilo 
que ingere. 
§ Exemplo de força maior: o agente é forçado a beber. 
ü É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento. Trata-se de critério biopsicológivo. 
§ A inimputabilidade deverá ser analisada de acordo com o caso 
concreto através do incidente de insanidade. 
 
Não excluem a imputabilidade: 
§ Semi-imputabilidade: apena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, 
em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do 
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
§ Emoção e paixão: podem funcionar como circunstâncias atenuantes apenas ou 
como causa de diminuição da pena (a exemplo do homicídio). 
§ Embriaguez não acidental: 
o Dolosa: o agente ingere substância inebriante de forma voluntária com o 
objetivo de embriagar-se. O CP adotou a teoria da actio libera in causa (ação 
livre na causa), não afastando a culpabilidade. 
o Culposa: ingere sem o intuito de embriagar-se. Não afasta a culpabilidade. 
o Se a embriaguez for patológica, poderá se comparar à doença mental. 
§ Embriaguez acidental incompleta: o agente mantém sua capacidade de 
entendimento e de autodeterminação. Não afasta a culpabilidade. A sanção aplicada 
poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3. 
 
Embriaguez preordenada: 
§ O agente se embriaga de forma voluntária para praticar um crime. Configura situação 
agravante. 
 
Excludentes da exigibilidade de conduta diversa: 
§ Só há culpabilidade (e, portanto, crime) se fosse exigível do sujeito que praticasse 
conduta diversa daquela realizada. Há situações em que o sujeito é “forçado” a 
praticar o crime. 
§ Coação moral irresistível (vis compulsiva): 
ü Mediante emprego de grave ameaça, o agente é pressionado a realizar o 
crime. É afastada a culpabilidade do agente. Exemplo: gerente do banco 
passa a senha do cofre sob a ameaça de ter a família refém. 
ü Não confunda com a coação física irresistível (vis absoluta), a qual afasta a 
conduta humana, tornando o fato atípico. 
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17 
§ Na coação física, não há dolo. Exemplo: alguém força o dedo de uma 
pessoa a puxar o gatilho e matar outra pessoa. Conduta atípica para 
aquele que sofreu coação física. 
§ Na coação moral irresistível, há dolo. 
ü Se a coação moral for resistível, haverá apenas atenuação da pena. 
§ Obediência hierárquica: 
ü Se o fato é cometido em estrita obediência a ordem, não manifestamente 
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 
ü Se a ordem for manifestamente ilegal, responderão o superior e o 
subordinado pelo crime. 
Excludentes da potencial consciência da ilicitude: 
§ Uma pessoa só pode ser culpabilizada se o autor do crime tiver ou puder conhecer 
as circunstâncias que conferem caráter de ilicitude ao fato. 
§ Vamos a um exemplo: Ciclano, pessoa muito pobre, que vive isolado nas montanhas, 
com a esposa doente, corta uma lasca de um tronco de uma árvore medicinal para 
um chá, cometendo crime ambiental. Ciclano não tinha aptidão nenhuma para 
adquirir a consciência da ilicitude da conduta. Nesse caso, resta caracterizado o que 
se chama de erro de proibição invencível (inevitável), ficando isento de pena. 
 
§ Erro de proibição: 
 
INEVITÁVEL EVITÁVEL 
O agente não era capaz de conhecer o 
caráter ilícito da conduta 
O agente era capaz de conhecer o 
caráter ilícito da conduta. 
Exclui a potencial consciência da 
ilicitude. 
Não exclui a potencial consciência da 
ilicitude. 
O agente é isento de pena. O agente é punível, com pena reduzida 
de 1/6 a 1/3. 
 
§ Não confunda erro de tipo com erro de proibição: no erro de tipo, o agente não 
sabe o que faz, tendo falsa percepção da realidade. Ele não tem dolo. Afeta a 
tipicidade da conduta. Exemplo: depois de um jantar com colegas da empresa, ao ir 
embora, pega o celular de outra pessoa, pensando ser o seu. Em tese, cometeu 
crime de furto. Contudo, o crime é afastado pelo erro de tipo. 
 
PUNIBILIDADE E CAUSAS DE EXTINÇÃO 
§ A extinção da punibilidade é a perda do direito do Estado de punir o agente autor de 
fato típico e ilícito, ou seja, é a perda do direito de impor sanção penal. 
§ O art. 107 do CP trata das seguintes causas de punibilidade: 
ü pela morte do agente; 
ü pela anistia, graça ou indulto; 
§ Anistia: concedida por lei, apagando os efeitos penais (efeitos civis 
permanecem). 
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18 
§ Graça: concedida por decreto do Presidente da República (é 
individual). 
§ Indulto: concedido por decreto do Presidente da República (é coletivo, 
não tendo destinatário certo). 
ü pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso 
(abolitio criminis); 
ü pela prescrição, decadência ou perempção; 
ü pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação 
privada; 
ü pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
§ Extinção da punibilidade no crime de peculato culposo: a reparação do dano, se 
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de 
metade a pena imposta. 
§ A Lei 9.099 também trata da extinção da punibilidade, por meio dos institutos da 
transação penal e da suspensão condicional do processo. 
 
 
CRIMES CONTRA A PESSOA 
 
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (art. 122): 
§ Tipo penal: induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou 
prestar-lhe auxílio material para que o faça. 
§ A pena é duplicada nos seguintes casos: 
ü se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; 
ü se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de 
resistência. 
§ A pena é aumentada até o dobro se a condutaé realizada por meio da rede de 
computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. 
§ Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de 
rede virtual. 
§ Se o crime for cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a 
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, e 
resulta lesão corporal de natureza gravíssima, o agente irá responder domo se 
tivesse praticado lesão corporal gravíssima. 
§ Se o crime for cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a 
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, e 
resulta morte, o agente irá responder como se tivesse praticado homicídio. 
 
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19 
Feminicídio (qualificadora do homicídio – maior gravidade da pena): 
§ É crime a prática de homicídio contra mulher por razões de sua condição de sexo 
feminino. 
§ É necessário que envolva: violência doméstica e familiar ou fato motivado por 
menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 
Homicídio contra autoridades (qualificadora do homicídio – maior gravidade da 
pena): 
§ É crime a prática de homicídio contra autoridade ou agente das forças armadas, das 
polícias, dos bombeiros militares, dos do sistema prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu 
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição. 
 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
Roubo (art. 157): 
§ Tipo penal: subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave 
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência. 
§ Importante saber: se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de 
fogo, a pena aumenta-se de dois terços. Segundo a jurisprudência, não é necessário 
que a arma seja apreendida e periciada, desde que o seu uso no roubo seja provado 
por outros meios de prova, tais como a palavra da vítima e testemunhas. 
§ Para o STJ, é desnecessário o exame pericial para que possa ser aplicada a 
majorante do emprego de arma no crime de roubo. 
Extorsão (art. 158): 
§ Tipo penal: constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o 
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar 
que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. 
§ No crime de roubo e no crime de extorsão, o agente pode-se utilizar dos mesmos 
modos de execução, consistentes na violência ou grave ameaça. A diferença 
fundamental existente entre os dois delitos consiste em que, no crime de extorsão, 
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20 
pretende-se um comportamento da vítima, restando um mínimo de liberdade de 
escolha, enquanto, no crime de roubo, o comportamento não é essencial. 
§ Exemplo: o agente, empregando uma arma de fogo, constrangendo a vítima a 
efetuar uma transferência de dinheiro para a sua conta digitando a senha no caixa 
eletrônico. 
§ 
Estelionato (art. 171): 
§ Tipo penal: obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, 
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro 
meio fraudulento. 
§ O crime não depende de representação nos casos em que a vítima for: 
ü Administração Pública, direta ou indireta; 
ü Criança ou adolescente; 
ü Pessoa com deficiência mental; 
ü Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. 
§ Aplica-se a pena em dobro se o crime é cometido contra idoso. 
 
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE PESSOAL (O MAIS 
RELEVANTE) 
 
Nos crimes contra a dignidade pessoal: 
ü A pena é aumentada de metade a 2/3 se do crime resulta gravidez. 
ü A pena é aumentada de 1/3 a 2/3 se o agente transmite doença sexualmente 
transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. 
ü A pena é aumentada de 1/3 a 2/3 se a vítima é idosa ou pessoa com 
deficiência. 
ü Os processos correm em segredo de justiça. 
Corrupção de menores: 
Ação penal pública incondicionada. 
 
CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL: 
Em tais crimes a ação penal é pública incondicionada (independe de representação da 
vítima). 
 
Importunação sexual: praticar contra alguém e sem a sua anuência 
ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de 
terceiro (crime bastante comum em transportes rodoviários de 
passageiros – imagem ao lado extraída do site do TJDF). 
 
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21 
Assédio Sexual: constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento 
sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou 
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. A pena é aumentada 
em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. 
 
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL: 
Em tais crimes a ação penal é pública incondicionada (independe de representação da 
vítima). 
 
Registro não autorizado da intimidade sexual: produzir, fotografar, filmar ou registrar, 
por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter 
íntimo e privado sem autorização dos participantes. 
Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer 
outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso 
de caráter íntimo. 
 
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEIS (A PRF TEM COMO FOCO O 
COMBATE A ESSE TIPO DE CRIME): 
Em tais crimes a ação penal é pública incondicionada (independe de representação 
da vítima). 
 
Estupro de vulnerável: ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor 
de 14 (catorze) anos. 
Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática 
do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
Aplicam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter 
mantido relações sexuais anteriormente ao crime. 
 
Corrupção de menores: induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a 
lascívia de outrem. 
§ Veja crime previsto no ECA: Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como 
tais definidos no caput do art. 2º desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: 
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além (...). 
 
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança 
ou adolescente ou de vulnerável: submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra 
forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a 
prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone. 
§ Incorre nas mesmas penas: 
ü I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 
18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita neste crime; 
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22 
ü II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem 
as práticas referidas neste crime. constitui efeito obrigatório da condenação 
a cassação da licença de localização e de funcionamento do 
estabelecimento. 
 
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de 
sexo ou de pornografia: oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à 
venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de 
comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou 
outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de 
vulnerável ou que faça apologia ou induza a suaprática, ou, sem o consentimento 
da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia. Não há crime quando o agente 
pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de natureza 
jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que 
impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso 
seja maior de 18 (dezoito) anos. 
 
 
CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA 
Difusão de doença ou praga: difundir doença ou praga que possa causar dano a 
floresta, plantação ou animais de utilidade econômica. 
§ Modalidade culposa: no caso de culpa, a pena é de detenção. 
Arremesso de projétil: arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado 
ao transporte público por terra, por água ou pelo ar. Se do fato resulta lesão corporal, 
a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 
121 (homicídio), § 3º, aumentada de um terço. 
Epidemia: causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos. Se do 
fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. No caso de culpa, a pena é de 
detenção. 
Infração de medida sanitária preventiva: infringir determinação do poder público, 
destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa. A pena é 
aumentada de 1/3, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de 
médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro. 
§ Quem não utilizou máscara durante o auge da pandemia, pode ser classificado neste 
crime. 
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23 
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos 
alimentícios: corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto 
alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor 
nutritivo. 
§ Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem em 
depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a 
substância alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado. 
 
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins 
terapêuticos ou medicinais: falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto 
destinado a fins terapêuticos ou medicinais: 
§ Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito 
para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto 
falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. 
§ Incluem-se entre os produtos a que se refere este crime os medicamentos, as 
matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de 
uso em diagnóstico. 
 
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
Não se aplica o princípio da insignificância aos crimes contra a fé pública. 
Moeda falsa (principais aspectos): 
§ Responde pelo crime (pena de reclusão) de moeda falsa quem falsificar, fabricando-
a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no 
estrangeiro. 
§ Nas mesmas penas incorre quem: por conta própria ou alheia, importa ou exporta, 
adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda 
falsa. 
§ IMPORTANTE: quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou 
alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com 
detenção. 
 
Falsidades (principais aspectos): 
§ Caracteriza o crime da falsidade ideológica omitir que está empregado ao 
preencher cadastro público para obtenção de benefício social. O crime de omitir 
declaração em documento (público ou particular) que dele devia constar, 
configura o crime de falsidade ideológica se com o fim de prejudicar direito, criar 
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. 
ü As condutas da falsidade ideológica são: omitir, inserir e fazer inserir. 
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24 
ü Utilizar a CNH do irmão para dirigir não comete o crime de falsidade 
ideológica, mas de falsa identidade. 
§ Trocar a foto do documento de identificação por outra, própria, mais recente: 
não é crime, mas fato atípico. 
§ Na CNH, alterar por conta própria o nome que lá consta: é crime de falsificação 
de documento público. 
§ Falsificação de documento público: “falsificar, no todo ou em parte, documento 
público, ou alterar documento público verdadeiro”. Nas mesmas penas incorre quem 
insere ou faz inserir: 
ü I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja 
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua 
a qualidade de segurado obrigatório; 
ü II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em 
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, 
declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
ü III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado 
com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa 
ou diversa da que deveria ter constado. 
** Esse assunto foi abordado em prova do CEBRASPE para agente da PCDF, em prova de 
2013. A afirmativa a seguir foi considerada ERRADA: “O empresário que inserir na carteira de 
trabalho e previdência social de seu empregado declaração diversa da que deveria ter escrito 
cometerá o crime de falsidade ideológica”. 
 
 
Adulteração de sinal identificador do veículo automotor: 
§ Trata-se de crime combatido pela PRF (você terá aulas específicas contra fraude 
veicular no curso de formação). 
§ O crime consiste em adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal 
identificador do veículo automotor, de seu componente ou equipamento. 
§ A pena é aumentada em 1/3 se o crime for cometido por servidor no exercício da 
função pública ou em razão. 
§ Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento 
ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material 
ou informação oficial. 
§ Segundo o STJ, colocar fita adesiva para alterar a placa do veículo, é crime 
enquadrado neste delito. 
§ Ainda para o STF, é conduta atípica a alteração de placa de semirreboque, pois não 
é veículo automotor. 
 
 
 
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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Peculato (art. 312): 
§ Tipo penal: apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-
lo, em proveito próprio ou alheio. 
§ Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do 
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito 
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário. 
§ Peculato culposo: ocorre quando funcionário concorre culposamente para o crime 
de outrem. 
§ No peculato culposo, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, 
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 
Concussão (art. 316): 
§ Tipo penal: exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. 
 
Advocacia administrativa (art. 321): 
§ Tipo Penal: patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário. 
§ Se o interesse é ilegítimo, a pena é maior. 
§ Ainda que o interesse seja legítimo, há crime; ainda que use uma pessoa interposta 
para realizar a advocacia, há crime. 
§ Veja como o CESPE já cobrou (assertiva correta): Funcionário público que utilizar o 
cargo para exercer defesa de interesse privado lícito e alheio perante a administração 
pública, ainda que se valendo de pessoa interposta, cometerá o crime de advocacia 
administrativa. 
 
 
Corrupção (art. 333 e 317): 
§ A corrupção ativa é crime comum (particular contra a administração), podendo 
qualquer pessoa praticar. 
§ Corrupçãopassiva é crime próprio, praticado por funcionário público (em sentido 
amplo), contra a administração. 
§ Corrupção passiva: 
ü Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 
12 (doze) anos, e multa. 
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ü A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou 
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou 
o pratica infringindo dever funcional. 
ü Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com 
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena 
- detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
§ Corrupção ativa: 
ü Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para 
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 2 
(dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
ü A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever 
funcional. 
 
Prevaricação (art. 319): 
§ Fato típico: retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-
lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
 
Condescendência criminosa (art. 320): 
§ Fato típico: deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado 
que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não 
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. 
 
Contrabando (art. 334-A): 
§ Fato típico: Importar ou exportar mercadoria proibida. 
§ A pena é aplicada em dobro se o contrabando é praticado em transporte aéreo, 
marítimo ou fluvial. 
§ Sofre a pena do contrabando quem: 
ü Importa ou exporta clandestinamente mercadoria que depende de 
registro/análise (é mercadoria permitida, mas sem registro). 
ü Reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação. 
§ A jurisprudência do STF afasta a aplicação do princípio da insignificância aos crimes 
de contrabando, independentemente do valor do bem. 
 
 
Descaminho (art. 334): 
§ Fato típico: Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido 
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. 
§ Significa não pagar os tributos devidos. 
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§ A pena é aplicada em dobro se o descaminho é praticado em transporte aéreo, 
marítimo ou fluvial. 
§ Sofre a pena do descaminho quem pratica navegação de cabotagem, fora dos casos 
permitidos em lei. 
§ No descaminho, pode ser aplicado o princípio da insignificância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
AÇÃO PENAL 
Conceito 
§ Quando uma pessoa comete um delito, há uma obrigação do Estado em punir (ius 
puniendi). Em resumo, grosso modo, o desencadeamento da punição acontece da 
seguinte forma: alguém comete um crime; o crime é investigado (inquérito) ou é 
lavrado o TCO (nos casos de crimes de menor potencial ofensivo); o Ministério 
Público promove a ação Penal; e o Judiciário aplica a punição. 
 
Condições da ação (principais assertivas cobradas em prova): 
§ Legitimidade para propor a ação penal pública (legitimidade ativa): como regra, 
o MP é que tem a legitimidade ativa para promover a ação penal pública. Será 
admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no 
prazo legal. 
o Exemplo: Rita mata a facadas seu marido. Trata-se de crime de homicídio, 
cuja ação é pública incondicionada, ou seja, será promovida pelo Ministério 
Público. Contudo, se a ação não for promovida no prazo legal, será permitida 
a ação privada (exemplo: os sogros de Rita promovem a ação penal contra 
ela, para fazer justiça à morte do filho). 
§ Nas ações privadas, quem promove a ação é o ofendido (vítima), que é denominado 
de querelante. 
§ Pessoa jurídica pode tanto promover ação penal quanto responder ação penal. 
ü PJ pode responder ação penal (sujeito passivo) em ação penal por crime 
ambiental. 
 
 
Espécies de ação penal: 
§ Ação penal pública incondicionada: 
ü Independe de representação. 
ü É a regra em nosso ordenamento. 
ü Quando o crime for praticado em detrimento de patrimônio ou interesse da 
União (Estado ou Município tb), a ação será pública. 
ü Quando há indícios de autoria e materialidade do delito, o MPF deve oferecer 
a denúncia (peça inicial da ação penal) contra o indivíduo. Tratando-se de 
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crime de menor potencial ofensivo, poderá ser oferecida a transação penal e 
não iniciar a ação penal (conforme Lei 9.099/95). Existe também o acordo de 
não persecução penal. 
 
§ Ação penal pública condicionada (à representação): 
ü Depende de representação do ofendido ou de Requisição do Ministro da 
Justiça. 
§ Exemplo de requisição do Ministro da Justiça: crime contra a honra do 
Presidente da República (não há prazo decadencial na requisição do 
Ministro). 
ü Sem a representação, o MP não pode dar início à ação. 
ü Sobre a representação da vítima: 
§ Deverá representar no prazo de 06 meses contados da data em que a 
vítima tomou conhecimento do autor do delito. 
§ Passado o prazo, há a decadência do direito (gerando extinção da 
punibilidade). 
§ Em caso de morte da vítima, o direito passa a (memorize essa ordem): 
cônjuge, ascendente, descendente e irmão. 
§ Retratação (desistir da representação): é possível até o oferecimento 
da denúncia (é comum a pegadinha de substituir oferecimento por 
recebimento – cuidado!). 
§ A retratação da retração é aceita? Sim, desde que respeitado o prazo 
de 6 meses. 
§ Se a vítima/ofendido for menor ou incapaz: a representação é feita pelo 
representante legal ou curador nomeado pelo juiz (se o interesse do 
representante colidir com o do menor ou se não tiver representante). 
 
§ Ação penal privada: 
ü Há casos em que o interesse público é baixo, sendo a ação penal movida pela 
própria vítima (exemplo: calúnia). 
ü O prazo para ajuizamento da ação penal privada (chamada de queixa) é de 6 
meses (prazo decadencial), contado da ciência de quem foi o autor do delito. 
ü O ofendido não é obrigado a ajuizar a ação. 
ü Caso o ofendido morra, poderão ajuizar a ação: cônjuge, ascendente, 
descendente e irmão. 
ü Se o ofendido renunciar ao exercício do direito de queixa em relação a um 
dos autores do crime, a renúncia se estenderá a todos. 
§ Renúncia tácita: praticar um ato que demonstre “perdão”, como 
convidar o ofensor para ser padrinho de seu filho. 
§ Renúncia expressa: informa formalmente que não deseja processar. 
§ Também existe o perdão, que pode ocorrer dentro e fora do processo 
– o perdão, para ser válido, deve ser aceito pela outra parte. Oferecido 
o perdão a um dos réus, ele se estende a todos. 
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30 
§ Ação penal privada subsidiária da pública: 
ü É o caso que apresentamos acima, da Rita. 
ü Se o MP não oferecer a denúncia no prazo de 15 dias, em regra, (indiciado 
solto) ou de 05 dias (indiciado preso), o ofendido tem direito de ajuizar a 
queixa-crime. 
§ Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não 
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a 
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos 
os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso 
e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação 
como parte principal. 
§ O ofendido tem 6 meses a partir do dia em que se esgota o prazo do 
MP. 
 
 
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA(LEI Nº 
9.099/1995) 
 
§ A Lei 9.099 tem aplicação às infrações de menor potencial ofensivo. São elas: 
ü Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos 
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
ü Entenda: contravenção é diferente de crime. Infração penal é gênero do qual 
são espécies a contravenção e o crime. 
 
§ O que é TCO – Termo Circunstanciado de Ocorrência Criminal? 
ü Para entender, vamos a um exemplo bem corriqueira da atividade da PRF: ao 
abordar um veículo, em consulta aos sistemas policiais, verificou-se que o 
condutor estava com direito de dirigir suspenso por condenação criminal. 
Assim sendo, praticou o crime previsto no art. 307 do CTB (violar a 
suspensão). Por tratar-se de um crime de menor potencial ofensivo (pena de 
6 meses a 1 ano), o PRF não necessita encaminhar o indivíduo para a polícia 
judiciária, podendo, ali no mesmo local, lavrar o TCO que, posteriormente, 
será encaminhado ao judiciário. 
ü Segundo a Lei 9.099: “A autoridade policial que tomar conhecimento da 
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao 
Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos 
exames periciais necessários”. 
ü Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente 
encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não 
se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência 
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31 
doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu 
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. 
 
§ Fluxo do TCO: 
ü Alguém comete uma infração criminal de menor potencial ofensivo. 
ü É lavrado o TCO e encaminha-se imediatamente ao juizado o autor do 
fato e a vítima ou o autor assume o compromisso de comparecer em 
juízo. 
 
§ O que é relevante sobre atos processuais para a PRF: 
ü A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi 
praticada a infração penal. 
ü Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno 
e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de 
organização judiciária. 
ü Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades 
para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 
desta Lei: oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e 
celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos 
pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. 
ü Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo. 
ü A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por 
qualquer meio hábil de comunicação. 
ü Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por 
essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento 
poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente. 
ü A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou 
por mandado. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará 
as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto 
em lei. 
ü A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento 
pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante 
entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente 
identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, 
independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer 
meio idôneo de comunicação. 
 
 
 
 
 
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32 
DAS PROVAS 
 
O que é prova: 
§ O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente 
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
ü Inquérito policial colhe elementos informativos (não é prova, como regra). 
ü Prova é aquela produzido sob contraditório judicial. 
ü O Brasil NÃO adotou o sistema taxativo da prova (como regra) no CPP. 
§ O CPP traz uma lista de provas. Porém, a doutrina admite outras 
provas, como vídeos (provas inominadas), desde que respeitem as 
regras constitucionais. 
§ Há determinados fatos que não precisam ser provados: 
ü Fatos evidentes: decorrem do raciocínio lógico. 
ü Fatos notórios: todos sabem. 
ü Presunção legal: a lei presume que tenha sido de tal forma. 
 
Requisitos da prova e ônus da prova: 
§ A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de 
ofício: 
ü ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de 
provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, 
adequação e proporcionalidade da medida; 
§ Há quem diga que esta medida está tacitamente revogada, pois o juiz 
não poderia mais agir de ofício (sem quem alguém peça a ele) desde o 
pacote anticrime. 
ü determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização 
de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
 
Provas ilícitas: 
§ São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, 
assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
ü Exemplo: busca e apreensão sem ordem judicial. 
§ São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas (teoria dos frutos da 
árvore envenenada), salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre 
umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte 
independente das primeiras. 
§ Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos 
e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir 
ao fato objeto da prova. 
§ Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será 
inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. 
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§ O CEBRASPE considerou correta as seguintes assertivas: 
ü CPP não admite as provas ilícitas, determinando que devem ser 
desentranhadas do processo as obtidas com violação a normas 
constitucionais ou legais, inclusive as derivadas, salvo quando não 
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras ou quando as 
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente. 
ü Provas obtidas por meios ilícitos podem excepcionalmente ser admitidas se 
beneficiarem o réu. 
ü A gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores pode ser 
usada como prova, mesmo que tenha sido feita sem qualquer autorização ou 
sem o conhecimento de quem estava na outra ponta da linha. 
ü A teoria dos frutos da árvore envenenada, de origem norte-americana e 
consagrada na CF, proclama a mácula de provas supostamente lícitas e 
admissíveis, obtidas, todavia, a partir de provas declaradas nulas pela forma 
ilícita de sua colheita. 
 
 
Meios de Prova (os mais relevantes): 
 
Cadeia de custódia 
§ Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados 
para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou 
em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu 
reconhecimento até o descarte. 
§ A cadeia de custódia tem início: 
ü Com a preservação do local do crime; 
ü Ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a 
existência de vestígio. 
§ O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a 
produção da prova pericial fica responsável por sua preservação. 
ü É o caso do PRF que se depara com uma cena de crime. Ele deverá isolar o 
local para preservar o ambiente. 
§ Vestígio é todoobjeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, 
que se relaciona à infração penal. 
§ A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, 
que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando 
for necessária a realização de exames complementares 
ü É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer 
vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito 
responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. 
 
 
 
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Exame de corpo de delito e perícias 
§ Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, 
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
§ Não sendo possível o exame de corpo de delito, por terem desaparecido os 
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
ü Para a jurisprudência, não só a prova testemunhal, mas qualquer prova pode 
suprir o exame, quando desaparecidos os vestígios. 
§ Nos crimes de menor potencial ofensivo, o exame de corpo de delito está 
dispensado quando a inicial acusatória vier acompanhada de boletim médico (ou 
prova equivalente) atestando o fato. 
§ Será dada prioridade ao exame de corpo de delito quando se tratar de crime 
que envolva: 
ü Violência doméstica e familiar contra a mulher; 
ü Violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. 
§ Exige-se no exame de corpo e delito: 
ü Um perito oficial ou 
ü Dois peritos não oficiais. 
§ O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em 
parte (sistema liberatório de apreciação da prova pericial). 
 
 
Confissão 
§ A confissão não pode ser feita por procurador. 
§ Não se admite confissão tácita. 
§ Pode ser extrajudicial, mas terá menor valor probatório. 
§ A confissão será divisível (pode valer só para uma parte da conduta) e retratável, sem 
prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto. 
 
 
Prova documental 
§ A fotografaria do documento, devidamente autenticada, tem o mesmo valor do 
original. 
 
 
Indícios: 
§ Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com 
o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras 
circunstâncias. 
 
 
Busca e apreensão 
§ A busca e apreensão é utilizada por se obter uma prova. 
§ Pode ocorrer na fase judicial ou na investigação policial. 
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§ Pode ser determinada de ofício (pelo juiz) ou a requerimento de qualquer das 
partes. 
§ A carta aberta pode ser objeto de busca e apreensão (segundo doutrina 
majoritária). 
§ As buscas domiciliares serão executadas de dia (do nascer ao por do sol), salvo se 
o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os 
executores mostrarão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-
o, em seguida a abrir a porta. Vale a mesma ideia quando se tiver de proceder a 
busca em compartimento habitado ou em aposento ocupado de habitação coletiva 
ou em compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou 
atividade (exemplo: consultório particular, quarto de hotel, etc). 
o Boleia de caminhão: segundo o STJ, arma apreendida no interior da boleia do 
caminhão tipifica o crime de porte ilegal de arma de fogo, não considerando 
o veículo como casa (se considerasse como casa, o crime seria de posse). 
§ Quando ausentes os moradores, qualquer vizinho, se houver presente, será intimado 
para assistir a diligência. 
 
Busca pessoal (muito importante para PRF, pois faz parte do dia a dia) 
§ É realizada quando há fundada suspeita para encontrar arma proibida ou 
determinados objetos. 
§ Não se exige ordem judicial. Exemplo: equipe da PRF em ronda visualiza uma pessoa 
suspeita, com um volume na cintura com contornos de uma pistola, em um local de 
alto índice de criminalidade. Será feita a busca pessoal no indivíduo e em seus 
pertences, e inclusive no veículo de eventual suspeito (havendo fundada suspeita). 
§ A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou 
prejuízo da diligência. 
 
 
 
PRISÃO 
Temos dois tipos de prisão: a prisão pena (punição após sentença condenatória) e a 
prisão de natureza cautelar (que não é pena). Para PRF, a única prisão com relevância 
é a prisão em flagrante, já que se trata de uma polícia ostensiva. 
 
§ Prisão em flagrante: 
ü Quando alguém pratica um crime, será ele preso se a polícia o pegar em 
flagrante. 
ü O que é flagrante? 
§ Flagrante próprio (ou real ou verdadeiro ou propriamente dito): o 
indivíduo está cometendo a infração ou acaba de cometer o fato. 
§ Flagrante impróprio: o indivíduo não é encontrado no local do fato, 
mas se inicia uma busca imediata ao indivíduo (perseguição), 
acabando ao final por ser preso. 
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§ Flagrante Presumido: o indivíduo é encontrado com objetos do crime 
que fazem presumir que foi o autor do delito. Não necessita ter ocorrido 
perseguição. 
§ Flagrante Provocado: é um flagrante inválido, tratando-se de crime 
impossível. 
§ Flagrante Forjado: é um flagrante inválido que se refere a um fato que 
não ocorreu, mas criado para incriminar o indivíduo. 
ü Quem deve efetuar a prisão em flagrante? 
§ Qualquer do povo poderá (flagrante facultativo) e as autoridades 
policiais e seus agentes deverão prender (flagrante obrigatório) quem 
quer que seja encontrado em flagrante delito. 
ü Não podem ser presos em flagrante: 
§ Menores de 18 anos (entre 12 e 18 podem ser apreendidos, mas não 
presos – ECA). 
§ Presidente da República. 
§ Deputados Federais e Senadores: só podem ser presos em flagrante 
de crime inafiançável. 
§ Juiz e membro do MP: só podem ser presos em flagrante de crime 
inafiançável. 
§ Diplomatas estrangeiros. 
§ Aquele que, após cometer o delito, apresenta-se espontaneamente à 
autoridade policial. 
§ O autor de crime de menor potencial ofensivo só será preso se recusar 
comparecer ao juizado ou se negar a assumir o compromisso de 
comparecer em juízo. 
ü Disposições legais: 
§ Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor 
(aquele que efetuou a prisão) e colherá, desde logo, sua assinatura, 
entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em 
seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e 
ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, 
colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a 
autoridade, afinal, o auto. 
§ A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em 
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo 
menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do 
preso à autoridade. 
§ Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-
lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, 
que tenham ouvido sua leitura na presença deste. 
§ A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público 
e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
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37 
ü Uso de algemas, conforme STF (P-R-F): Perigo – Resistência – Fuga 
§ Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por 
parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do 
agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual 
a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL 
 
Prevê a CF: 
§ O civilmente identificado

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