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28/07/2014 1 Sistemas de Esgoto e Drenagem - 1703217 Prof. Leonardo Vieira Soares Universidade Federal da Paraíba Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Civil e Ambiental INTRODUÇÃO À DRENAGEM URBANA CICLO HIDROLÓGICO Fonte: Braga et al. (2005) P = I + ES + evap. 28/07/2014 2 PRECIPITAÇÃO Altura Pluviométrica (h): altura que a água caída atingiria sem infiltração e escoamento superficial. Medida através de pluviômetros ou pluviógrafos. Duração (t): é o intervalo de tempo de observação de uma chuva. Intensidade (i): é a relação altura/duração; Frequência (f): é um número de vezes que uma dada chuva (intensidade e duração) ocorre ou é superada num tempo determinado; Recorrência (T): ou retorno, é o inverso da frequência, ou seja, é o período em que uma dada chuva pode ocorrer ou ser superada . PRECIPITAÇÃO O tratamento estatístico dos dados pluviométricos mostra que a intensidade (i) é diretamente proporcional à recorrência (T) e inversamente proporcional à duração (t), ou seja, chuvas mais intensas são mais raras e tem menor duração. Onde a, b, m e n devem ser determinados para cada local. Equação para cidade de João Pessoa (Eng. J. A. Souza). i (mm/h); T (anos); e t (minutos). 28/07/2014 3 PRECIPITAÇÃO “Chuvas Intensas no Brasil”. DNOS (1957). “Chuvas Intensas no Brasil”. DNOS (1957). PRECIPITAÇÃO 28/07/2014 4 ESCOAMENTO SUPERFICIAL Do total precipitado, apenas uma parcela escoa sobre a superfície e a superfície e sucessivamente constitui as enxurradas, os córregos, os rios e os lagos. O objetivo prático dos estudos de escoamento superficial pode ser assumido como a necessidade de se estimar as vazões de projeto das obras de engenharia. Os principais métodos utilizados para determinação dessas vazões são: a) Empíricos; b) Estatísticos; c) Hidrometeorológicos; d) Método Racional Utilizado para bacias que não apresentam complexidade e que tenham no máximo 1 km2. Consiste na aplicação da seguinte expressão: Q = C . i . A Onde: Q = vazão de enchente na seção de drenagem, em m3/s; C = coeficiente de escoamento superficial (tabelado); i = intensidade média de precipitação sobre toda a área da bacia, com duração igual ao tempo de concentração, em m3/s por hectare; A = área da bacia, em hectare. MÉTODO RACIONAL 28/07/2014 5 Coeficiente de escoamento superficial (C): relação entre a vazão de enchente de certa frequência e a intensidade média da chuva de igual frequência. ESCOAMENTO SUPERFICIAL Tempo de concentração (tc): é o intervalo de tempo da duração da chuva necessário para que toda a bacia hidrográfica passe a contribuir para a vazão na seção de drenagem. Onde: tc = tempo de concentração, em minutos; L = extensão do talvegue, em km; I = declividade média do talvegue, em m/m; H = diferença de cotas entre a seção de drenagem e o ponto mais alto do talvegue, em m. ESCOAMENTO SUPERFICIAL 28/07/2014 6 EXEMPLO 01 Uma área de loteamento, na zona sul da cidade de João Pessoa, com 200 ha, tem suas vertentes para um talvegue de 2,7 km de extensão e diferença de cotas entre o ponto mais alto e a seção de drenagem igual a 98 m. Determinar a vazão máxima na seção de drenagem para a recorrência de 25 anos. Considerar C = 0,30. 1. Calcula-se tempo de concentração tc 2. Para retorno de 25 anos e duração de 30 minutos resulta: Pela Tabela DNOS h = 42,9 mm i = h/tc = 1,431 mm/min = 0,2385 m 3/s.ha (1 mm/min = 1/6 m3/s.ha) 3. Vazão de enchente Q = C . i . A = 0,30 x 0,2385 x 200 = 14,31 l/s DRENAGEM URBANA Conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas (Lei Federal 11.445/07). As soluções de engenharia da drenagem urbana são tratadas em duas partes distintas: a) Microdrenagem: que se inicia nas edificações, seus coletores pluviais, prossegue no escoamento das sarjetas e entra nos bueiros e galerias. Neste caso, os estudos voltam-se para os traçados das ruas, seus detalhes de largura, perfis transversais e longitudinais, para a topografia, declividade e utilização viária. b) Macrodrenagem: o interesse é a área total da bacia, seu escoamento natural, sua ocupação, cobertura vegetal, os fundos de vale e os cursos d’água, bem como os aspectos sociais envolvidos nas soluções adotadas. 28/07/2014 7 MICRODRENAGEM FATORES HIDROLÓGICOS a) Recorrência (T): para fins de dimensionamento de estruturas de microdrenagem são adotados os valores da tabela abaixo. Tipo de Ocupação da Área T (anos) Residencial 2 Comercial 5 Áreas com edifícios de serviço ao público 5 Aeroportos 2 – 5 Áreas comerciais e artérias de tráfego 5 – 10 Fonte: CETESB (1980) MICRODRENAGEM FATORES HIDROLÓGICOS b) Tempo de Concentração (tc): quando se aplica o método racional, tem-se que a duração (t) da chuva é igual ou superior ao tempo de concentração (tc). OBS.: para cada um dos trechos de galeria a área a ser considerada é sempre a sua extremidade de montante, pois aí se concentra a vazão a ser conduzida no trecho; para o primeiro trecho da galeria, tc é o mesmo da área a montante do início da galeria. Para os trechos seguintes, o tempo de concentração será: tc = tc (anterior) + tp. onde: tp = L/v = (comp. trecho anterior/velocidade) 28/07/2014 8 MICRODRENAGEM FATORES HIDROLÓGICOS c) Coeficiente de escoamento superficial (C): sugere-se a adoção de um único valor para toda a bacia, resultante da média ponderada das parcelas da área total com seus respectivos coeficientes , como pesos, conforme as características fisiográficas. Observação: Pode-se calcular médias ponderadas sucessivas, à medida que novas áreas passem a contribuir na galeria. ELEMENTOS DE CAPTAÇÃO E TRANSPORTE a) Sarjetas e sarjetões; b) Bocas de lobo; c) Tubos de Ligação; d) Caixas de ligação; e) Poços de visita; e f) Galerias. MICRODRENAGEM 28/07/2014 9 são calhas formadas por faixas da via pública e o meio fio (guia), ou somente, por faixas nos cruzamentos de ruas (sarjetões) e que são coletadoras das águas caídas ou lançadas nessas vias. funcionam como canais de seção triangular e sua capacidade máxima de transporte pode ser calculada pela fórmula de Manning. Onde: A é seção da sarjeta; RH é o raio hidráulico e I é a declividade longitudinal da rua. Importante: quando a vazão de enxurrada superar esse valor são necessárias bocas de lobo. SARJETAS E SARJETÕES Seção Tipo. Fonte: Botelho (1998). Tipos de Guias. Fonte: Botelho (1998). GUIAS E SARJETAS 28/07/2014 10 Guia e Sarjeta de Concreto. Fonte: Botelho (1998). GUIAS E SARJETAS Rasgo e Sarjetão. Fonte: Botelho (1998). RASGOS E SARJETÕES 28/07/2014 11 Rasgo e Sarjetão. Fonte: Botelho (1998). RASGOS E SARJETÕES Para a sarjeta apresentada na figura abaixo, determinar a sua capacidade hidráulica para uma rua com declividade longitudinal (I) de 5%. 1. Seção “A” e raio hidráulico “RH” A = 4,30 x 0,13 ÷ 2 = 0,280 m2 Pm = 0,13 + (4,3 2 + 0,132)1/2 = 4,432 m RH = 0,063 m 2. Capacidade da sarjeta Considerando os dois lados Da rua Q = 0,400 m3/s. EXEMPLO 02 28/07/2014 12 “Para aproximar o resultado teórico das condições reais de escoamento, recomenda-se a adoção dos fatores de redução: SARJETAS E SARJETÕES Continua → SARJETAS E SARJETÕES 28/07/2014 13 SARJETAS E SARJETÕES São dispositivos localizados nas sarjetas para a captação das águas em escoamento nas mesmas, quando se esgota sua capacidade hidráulica. Podem ser de guia, de sarjeta ou mistas, com grelhas ou não. Devem ser localizadas em ambos os lados das ruas e nos pontos baixos das quadras. A capacidade hidráulica das bocas de lobo tipo guia pode ser considerada como a de um vertedor de parede espessa, cuja expressão é: Q = 1,71 . L . H3/2 (m3/s) Onde: L = comprimento da abertura (m); H = altura da água nas proximidades (m).BOCAS DE LOBO (BL) 28/07/2014 14 BOCAS DE LOBO (BL) BOCAS DE LOBO (BL) 28/07/2014 15 Boca de Lobo Múltipla. Fonte: Botelho (1998). BOCAS DE LOBO (BL) Observações: 1. Para boca de lobo de sarjeta pode ser utilizada a expressão anterior substituindo L por P = perímetro da área livre do orifício. 2. Para boca de lobo mista, a capacidade hídrica é a soma das vazões calculadas para a guia e para a sarjeta. 3. Fatores de Redução: BOCAS DE LOBO (BL) 28/07/2014 16 CLASSIFICAÇÃO DE VIAS PÚBLICAS Tubos de Ligação: são ligações entre as bocas de lobo e os poços de visita ou caixas de ligação. Caixas de Ligação: são utilizadas para receber tubos de ligação de bocas de lobo intermediárias ou para evitar excesso de ligações no mesmo poço de visita (máximo de quatro). Não são câmaras visitáveis. Poços de Visita: são câmaras visitáveis cuja função principal é permitir o acesso ás galerias para inspeção e desobstrução. OUTROS DISPOSITIVOS 28/07/2014 17 vazões de projeto de cada trecho definidas pelo método racional, observando os seguintes princípios: 1. a duração da chuva que resulta na vazão máxima é igual ao tempo de concentração; 2. a intensidade permanece constante na duração da chuva; 3. a impermeabilidade não se altera na duração da chuva; 4. o escoamento nas galerias é o do conduto livre em regime permanente e uniforme. GALERIAS Critérios a serem observados no seu dimensionamento, segundo Azevedo Netto: 1. nas seções circulares, o diâmetro mínimo de 300 mm; 2. nas seções retangulares, altura mínima de 500 mm; 3. as seções circulares são dimensionadas a seção plena (Y/D = 1) ou para Y/D = 0,95, e nas seções retangulares com altura livre mínima de 0,1 H; 4. a velocidade mínima de 0,75 m/s; 5. a velocidade máxima de 5,00 m/s; 6. recobrimento mínimo de 1,0 m; 7. os diâmetros não devem decrescer de montante para jusante; 8. nas mudanças de diâmetro (ou dimensões), as geratrizes superiores internas devem estar alinhadas. GALERIAS 28/07/2014 18 GALERIAS GALERIAS 28/07/2014 19 Roteiro de dimensionamento: 1. Cálculo da vazão a ser captada pelo primeiro trecho; 2. Definir o diâmetro (começar pelo mínimo recomendado); 3. Definir a declividade do trecho em função da declividade do terreno, observando o recobrimento mínimo e a profundidade máxima recomendados; 4. Calcular a vazão e velocidade plenas (Y/D = 1): 5. Comparar a vazão do trecho com a vazão plena: se Q<Qp está ok!; se Q>Qp aumenta-se o diâmetro ou declividade. 6. Com a relação Q/Qp determina-se os valores de v, A, RH e Y/D. GALERIAS Galerias circulares 28/07/2014 20 BIBLIOGRAFIA • Azevedo Netto, J. M. de. 1998. Manual de Hidráulica. 8ª Edição – São Paulo: Editora Blucher, 1998. • BOTELHO, MANOEL HENRIQUE CAMPOS. Águas de Chuva: Engenharia das águas pluviais nas cidades. 2ª Edição – São Paulo: Edgard Blücher, 1998. 238 p.
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