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Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 1 Catalogação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Arte da capa Alexandre Yoshiaki Sawaguchi 3 Sumário Apresentação ................................................................................................................ Prefácio ......................................................................................................................... Perguntas frequentes sobre ética em pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil .............................................................................................................................. Otávio Goes de Andrade Atitudes linguísticas e ensino de línguas .................................................................. Maria Luisa Ortiz Alvarez La formación de profesores de una “lengua fácil”: el delicado caso del español en Brasil ........................................................................................................................ Sabrina Lafuente Gimenez O processo de formação docente na licenciatura em Letras – Espanhol: um estudo sobre os saberes docentes a partir de análise de relatórios de estágio supervisionado ............................................................................................................. Anelise Copetti Dalla Corte Cibele Krause Lemke Interfaces de estudo na formação de professores para ensino de línguas estrangeiras para crianças ........................................................................................... Jozélia Jane Corrente Tanaca “Muito bem!” Bem para quem? A avaliação de crianças aprendendo uma língua estrangeira .................................................................................................................... Juliana Reichert Assunção Tonelli Lívia de Souza Pádua Material didático: autonomia no processo de seleção e de adoção ...................... Valdirene F. Zorzo-Veloso Manual didático: das concepções teóricas à concretização do material. Uma análise de Agencia ELE Brasil .................................................................................. Nylcéa Thereza de Siqueira Pedra Thays Camila Voluz Autoria e produção de livros artesanais como práticas culturais: a extensão em espanhol/LE.................................................................................................................. Deise Cristina de Lima Picanço Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 4 A variação linguística no livro didático de espanhol: análise da coleção “Enlaces” – ensino médio – PNLD 2015 .................................................................................. Regiane de Fátima Siqueira Alberti Valeska Gracioso Carlos Por uma abordagem da variação linguística na aula de língua espanhola ........... Vanessa Cruz Mantoani Joyce Elaine de Almeida Baronas L’importance des activités ludiques dans le processus d’enseignement/ apprentissage des langues de spécialité aux jeunes adolescents et aux adultes. Présentátion des résultats d’une enquête .................................................................. Grzegorz Markowski La fonética y la fonología del español en las clases de ELE en Brasil – conceptos importantes y estrategias de trabajo ......................................................................... Egisvanda Isys de Almeida Sandes Novos tipos de dicionários bilíngues pedagógicos elaborados com fundamento científico são necessários. Que venha, pois, o Dicionário Contrastivo Português- Espanhol! ....................................................................................................................... Adja Balbino de Amorim Barbieri Durão Protótipo de registro de unidades fraseológicas num dicionário bilíngue na direção espanhol-português ....................................................................................... Arelis Felipe Ortigoza A presença de expressões idiomáticas e provérbios em materiais didáticos de língua espanhola para o ensino médio/técnico ....................................................... Kleber Eckert As expressões idiomáticas em preparatórios e exames de proficiência em língua inglesa ........................................................................................................................... Aline Yuri Kiminami Tatiana Helena Carvalho Rios Ferreira El Huevo de Colón: unidades fraseológicas no processo de ensino e aprendizagem de espanhol como língua estrangeira e/ou adicional ............................................. Ana Paula Mantovani Vieira Cláudia Cristina Ferreira Echando un cable: contribuições da fraseologia para o ensino de espanhol, o glossário em sala de aula ............................................................................................ Thalita Aguiar Molin Miguel Cláudia Cristina Ferreira Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 5 Glossário de locuções para aprendizes brasileiros de espanhol como língua estrangeira .................................................................................................................... Marco Luiz Mendes de Oliveira Tatiana Helena Carvalho Rios Ferreira Fome de cultura: O componente (inter)cultural à luz da culinária no ensino de línguas ........................................................................................................................... Natália Araújo da Fonseca Denise de Andrade Santos Oliveira Cláudia Cristina Ferreira Mais um abacaxi para descascar ou uma mão na roda? Os culturemas no processo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras/adicionais .............. Cláudia Cristina Ferreira Culturemas: um breve histórico e as possibilidades de ressignificação na tradução ....................................................................................................................... Mirella Nunes Giracca Myrian Vasques Oyarzabal Tradução e ensino: a legendagem e o tratamento dos marcadores discursivos da língua inglesa em seriados americanos .................................................................... Vanessa Hagemeyer Burgo Nayra Modesto dos Santos Nunes Traduções de unidades fraseológicas com zoônimos e algumas funções comunicativas .............................................................................................................. Rosana Budny Paratexto e tradução da prosa wildiana: ensaios ..................................................... Mirian Ruffini Claudia Borges de Faveri Rodrigo Alexandre de Carvalho Xavier Eduardo Francisco Ferreira Relações retóricas no ensino de versões de resumos de artigos científicos no par de línguas português-espanhol .................................................................................. Viviane Cristina Poletto Lugli Juliano Desiderato Antonio O diário de leitura como ferramenta metodológica para a (re)educação das relações étnico-raciais e para o letramento literário: Mzungu, de Meja Mwangi ......................................................................................................................... Ana Paula Franco Nobile Brandileone Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 6 Contexto Teletandem de aprendizagem de línguas e a formação de professores Daniela Nogueira de Moraes Garcia Lizandra Caroline Alves Micheli Gomes de Souza Balanço de dissertações e teses sobre ensino de espanhol para alunos com deficiência em programas de pós-graduação de letras/linguística e educação no Brasil (2000-2016) ....................................................................................................... Vinícius Neves de Cabral Silvia Márcia Ferreira Meletti O programa inglês sem fronteiras na UFES e o ensino de inglês no Brasil ......... Daniel de Mello Ferraz; Kyria Rebeca Finardi Francês com objetivos profissionais: um desafio .....................................................Fábio Lucas Pierini O ensino de literaturas hispânicas no Curso de Letras: reflexões sobre seu papel .............................................................................................................................. Antonio Ferreira da Silva Júnior; Raquel de Castro dos Santos Saberes literários em questão: reflexões da literatura fantástica no contexto do espanhol como língua estrangeira moderna ............................................................ Caio Vitor Marques Miranda Amanda Pérez Montañez O texto literário no ensino de línguas estrangeiras: o saboreio das palavras ...... Gustavo Figliolo A história revisitada nas metaficções em Liberdade, de Silviano Santiago, e Respiração artificial, de Ricardo Piglia ...................................................................... Letycia Fossatti Testa Wellington Ricardo Fioruci A cor púrpura, a cor de todos nós.............................................................................. Fernandes Ferreira de Souza Wagner Corsino Enedino 7 Apresentação A Especialização em Ensino de Línguas Estrangeiras (EELE) teve sua primeira turma em 2001, na Universidade Estadual de Londrina, da qual tive o imenso prazer de fazer parte como aluna. Desde 2008, tenho a alegria de integrar o corpo docente, atuando também na coordenação ou vice- coordenação do curso. A EELE tem como uma de suas ações publicar um livro com produções de professores atuantes no corpo docente do curso ou do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas, bem como de profissionais de outras instituições de ensino. No decorrer de dezessete anos, a EELE teve a satisfação de publicar quatro obras voltadas ao processo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras/adicionais, contemplando variadas temáticas, a saber: Contribuições na área de línguas estrangeiras (GIMENEZ, 2005); Reflexões sobre o ensino das línguas estrangeiras (DURÃO; ANDRADE; REIS, 2008); Tessituras teórico-metodológicas sobre o ensino e a aprendizagem de línguas estrangeiras: conjugação entre saberes e fazeres (FERREIRA; LOPES; REIS; NOGUEIRA, 2012); Conjecturas, diálogos e perspectivas sobre o processo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras/adicionais (FERREIRA, 2014)1. O Vade mecum das línguas estrangeiras/adicionais é, portanto, a quinta obra que contempla uma coletânea voltada a aspectos teórico-práticos no que tange ao processo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras/adicionais. Esperamos que os leitores (alunos, professores de graduação e pós-graduação) desse exemplar possam se beneficiar das reflexões e propostas pedagógicas compartilhadas por renomados pesquisadores nessa área do saber. Agradeço aos colegas pesquisadores que contribuíram para compor esta coletânea e desejo uma boa leitura! Cláudia Cristina Ferreira 1 GIMENEZ, Kilda Maria Prado (org.). Contribuições na área de línguas estrangeiras. Londrina: Moriá, 2005. DURÃO, Adja Balbino de Amorim Barbieri; ANDRADE, Otávio Goes de; REIS, Simone. Reflexões sobre o ensino das línguas estrangeiras. Londrina: UEL, 2008. FERREIRA, Cláudia Cristina; LOPES, Silvana Salino Ramos; REIS, Marta A. de Oliveira Balbino dos; NOGUEIRA, Sônia Regina. Tessituras teórico-metodológicas sobre o ensino e a aprendizagem de línguas estrangeiras: conjugação entre saberes e fazeres. Londrina: UEL, 2012. FERREIRA, Cláudia Cristina. Conjecturas, diálogos e perspectivas sobre o processo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras/adicionais. Londrina: Midiograf, 2014. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 8 9 Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais Prefácio “A qualidade da educação em línguas adicionais pode significar melhores condições de acesso ao mundo do conhecimento”. (SCHLATTER; GARCEZ, 2012, p.40) O convite... Receber um convite para prefaciar uma obra é algo irrecusável, ainda mais quando se trata de um libro que reúne aspectos teóricos e práticos de ensino de línguas estrangeiras/adicionais. Minhas impressões... Esta publicação caracteriza-se essencialmente pelo rigor da informação que fornece, pela sua atualidade e facilidade de manuseio e consulta. O foco principal desta empreitada são as línguas adicionais, razão pelo qual esscolhemos a citação de Schlatter e Garcez que encabeça a prefação. Essa nova nomenclatura (língua adicional no lugar de língua estrangeira), tem sido utilizada nas últimas décadas como uma forma de tentar desestrangeirizar as línguas que não a materna para assim incorporá-las a nossa realidade e inseri- las no nosso meio, nas nossas vivências sociais. Pois como afirmam Leffa & Irala (2009, p. 31), “o fato de não ser apenas uma língua, mas outra língua, cria relações com a língua que já temos e de como devemos conceituá-la”. Nesse sentido, Schlatter & Garcez (2009) acreditam que, Falar uma língua adicional em vez de uma língua estrangeira enfatiza o convite aos educandos (e educadores) para que usem essas formas de expressão para participar na sua própria sociedade [...]. Esse convite também envolve a reflexão sobre que língua é essa, de quem ela é e de quem pode ser, a que ela serve, o que cada um tem a ver com ela. (SCHLATTER & GARCEZ, 2009, p. 127) De acordo com Leffa & Irala (2009, p. 31), Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 10 Língua adicional trata-se de uma língua que o aluno aprende por acréscimo, além das que ele sabe e que, por isso, pode ter como ponto de partida outras línguas, o que sugere possivelmente uma convivência pacífica entre as línguas, já que o domínio de cada uma atende os objetivos diferentes; são conhecimentos que, a priori, não competem entre si, ma se complementam. Como se observa, os autores tentam mostrar que as línguas adicionais permeam os nossos ambientes, e aprendê-las significa perceber de que forma ela é vivida e é vista e como fazer uso dela para poder estabelecer relações e interações com aqueles que também as practicam, sejam nativos, falantes de herança, ou aqueles que também as adotam como línguas adicionais. A coletânea intitulada Vade Mecum do ensino das línguas estrangeiras/ adicionais, é fruto de um trabalho árduo realizado pela organizadora e pelos colaboradores - autores dentro do ambiente de sala de aula e por meio das práticas referentes à Especialização em ensino de línguas estrangeiras (EELE) da UEL. O título faz jus ao seu objetivo, pois a expressão latina vademecum, vade (vamos) mecum (juntos) significa que é de uso frequente, seu conteúdo é prático e útil, é um manual, uma guia, de fácil manuseio e, principalmente, uma importante ferramenta que trará benefícios para quem a leve consigo. Ao mesmo tempo, é um obra em que os leitores podem consultar assuntos de forma prática e rápida. A obra é uma compilação de 37 artigos que contou com a colaboração de 60 autores (professores e pesquisadores) que trata sobre diversos temas relacionados ao ensino e aprendizagem de línguas adicionais. Assuntos como a fraseodidática que traz as unidades fraseológicas, características das línguas - culturas adicionais e que são recuperadas na sala de aula para que o aluno tenha uma noção do significado das imagens que cada comunidade idealizou e possa compreender a língua – cultura do Outro e assim praticar a interculturalidade. A literatura também é contemplada, a partir de uma reflexão sobre seu papel nos cursos de Letras. Questões como o ensino da fonética e da fonologia, o ensino da leitura, das variações linguísticas, das atitudes linguísticas e o ensino de línguas, das relações retóricas em textos científicos, assim como outros tópicos que incluem a formação de professores de línguas, a tradução, o programa línguas sem fronteiras, o ensino de línguas para alunos com deficiência, a aprendizagem no contexto Teletandem dentre outros, são debatidas no livro e convidam o leitor para a reflexão. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 11 Isso me faz lembrar as palavrasde Geraldi (2005, p.19) quem afirma que os textos, [...] Buscam integrar o trabalho com a linguagem em sala de aula, através da leitura ou da produção de textos que levem o aluno a assumir crítica e criativamente a sua função de sujeito do discurso, seja enquanto falante ou escritor, seja enquanto ouvinte ou leitor intérprete. Verdadeiramente, os textos que integram a coletânea serão de grande valia para os alunos de graduação e de pós-graduação, pois abrem caminhos para que eles interajam com os textos, reflitam e se posicionem de forma crítica e criativa. E desse modo se transformem de receptores para produtores, pois colocarão seus pontos de vista, apoiados nos conhecimentos e experiências adquiridos ao longo da sua trajetória acadêmica, das relações interpessoais estabelecidas e das práticas sociais mantidas no dia a dia com seus pares. O livro em tela fala sobre o ensino que, na visão de Freire (1992, p 81), significa Ensinar é assim a forma que toma o ato do conhecimento que o (a) professor (a) necessariamente faz na busca de saber o que ensina para provocar nos alunos o seu ato de conhecimento também. Por isso ensinar é um ato criador, um ato crítico e não mecânico. O autor destaca ainda: “a educação autêntica, repitamos, não se faz de ‘A’ para ‘B’ ou de ‘A’ sobre ‘B’, mas de ‘A’ com ‘B’, mediatizados pelo mundo.” (FREIRE, 1975, p. 78). Isso significa que o ensino e a aprendizagem são vias de mão dupla, pois a questão da interatividade e da dialogicidade deverá permear o processo formativo. Assim, as aulas de LE/LA devem “ajudar o[a] educando[a] a não virar as costas para os textos do mundo nos quais essa língua se fez e se faz relevante” (SCHLATTER; GARCEZ, 2012, p.39). O Vade Mecum oferece-nos a oportunidade de conhecer diferentes visões e práticas dentro do novo paradigma de ensino e aprendizagem de línguas adicionais, nos coloca nas mãos a possibilidade de enxergar nesses textos a nossa própria práxis e, quem sabe, ajude-nos a transformá-la de acordo com as demandas da sociedade atual. Portanto, é uma obra que, com certeza foi pensada para alunos e profissionais de línguas e que estará a nossa Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 12 disposição para refletir e produzir conhecimento a partir da sua leitura. Sem dúvida é uma obra de referência para a área de Linguística Aplicada. Meus agradecimentos... Agradeço à organizadora da coletânea, Claudia Cristina Ferreira, professora dedicada, uma profissional com vocação, uma pesquisadora com uma visão pragmática do ensino. O convite seu, Claudia, foi aceito. No meu prefácio, procurei honrar o compromisso, descrevendo minhas impressões sobre o livro e enfatizando suas principais qualidades. Ele foi só como uma vitrine, por isso concluo com as palavras de Herberto Helder, “Todo o livro vai sendo o seu prefácio, e o posfácio, / a inacessível e pronta acessível evidência”. (Edoi Lelia Doura) Referências FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 3 ed. Rio de Janeiro:Paz e Terra,1975. ______. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. GERALDI, J. W. (org). O texto na sala de aula. 3 ed. São Paulo: Ática, 2005. LEFFA, V. J.; IRALA, V. B. O vídeo e a construção da solidariedade na aprendizagem da LE. In: SCHEYERL, D.; SIQUEIRA S. (Orgs.). Materiais didáticos para o ensino de línguas na contemporaneidade: contestações e proposições. Salvador: EDUFBA, 2012, p. 83-108 SCHLATTER, M; GARCEZ, P. M. Línguas Adicionais (Espanhol e Inglês). In: Rio Grande do Sul, Secretaria de Estado da Educação, Departamento Pedagógico. (Orgs.). Referências curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: linguagem, códigos e suas tecnologias. Porto Alegre: Secretaria de Estado da Educação, Departamento Pedagógico, 2009, v. 1, p.127-17 ______. Línguas Adicionais na escola: aprendizagens colaborativas em inglês. Erechim, RS: Edelbra, 2012. Profa. Dra. Maria Luisa Ortiz Alvarez Professora Associada III Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução Instituto de Letras Universidade de Brasília Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 13 PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE ÉTICA EM PESQUISAS ENVOLVENDO SERES HUMANOS NO BRASIL Otávio Goes de Andrade1 Introdução Geralmente, um vade mecum possui caráter propedêutico. Sendo uma obra que serve como introito a vários assuntos, sua consulta deve sanar dúvidas iniciais, levando seu consulente a buscar referências mais sólidas por meio das quais possa ser ampliado o escopo da pesquisa a ser realizada. Nesse sentido, o presente capítulo oferece respostas a uma série de dúvidas que são frequentes na seara da ética em pesquisas envolvendo seres humanos. Para tanto, consultamos a página inicial da Plataforma Brasil2, na qual há um ícone intitulado “Perguntas e Respostas”, de onde extraímos os conteúdos aqui compilados, com pequeníssimas alterações e/ou correções, conforme demonstrado na figura a seguir: Figura 1: Página inicial da Plataforma Brasil. Fonte: Plataforma Brasil. 1 Advogado. Docente Associado da Universidade Estadual de Londrina. 2 Disponível em: <http://plataformabrasil.saude.gov.br/login.jsf>. Acesso: 9 set. 2017. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 14 Ao clicar no ícone “Perguntas e Respostas”, é disponibilizada uma busca pautada em “assunto”, “palavras-chave” e “glossário”. Ao ser selecionado o campo “assunto”, abrem-se 07 (sete) possibilidades de buscas: “cadastro da pesquisa”, “cadastro de instituições”, “cadastro de usuários”, “diversos”, “glossário”, “projetos multicêntricos” e “recursos”. A figura a seguir demonstra essa possibilidade de busca: Figura 2: Campo “Assunto” nas “Perguntas e Respostas”. Fonte: Plataforma Brasil. Ao ser selecionada a busca por meio de “palavras-chave”, abre-se a possibilidade do consulente digitar a palavra-chave que deseja buscar. Ressalte-se que, neste campo de busca, é o consulente quem deve indicar a palavra-chave a ser consultada, posto que o sistema não as oferece de antemão, conforme demonstrado a seguir: Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 15 Figura 3: Campo “Palavras-chave” nas “Perguntas e Respostas”. Fonte: Plataforma Brasil. Por sua vez, quando a busca é realizada por meio da opção “glossário”, abre-se um leque de opções dentro de um novo campo intitulado como “identificador”. Nesse campo, a busca pelo termo desejado é realizada por meio das letras do alfabeto latino: Figura 4: Campo “Glossário” nas “Perguntas e Respostas”. Fonte: Plataforma Brasil. Feitos estes esclarecimentos iniciais, cumpre-nos explicitar a estrutura do presente capítulo: Primeiramente, são compiladas da Plataforma Brasil as “Perguntas e Respostas” relativas aos seguintes assuntos: “cadastro da pesquisa” Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 16 (37 registros), “cadastro de instituições” (04 registros), “cadastro de usuários” (04 registros), “diversos” (13 registros), “glossário” (14 registros), “projetos multicêntricos” (06 registros) e “recursos” (03 registros). Posteriormente, são compilados os termos usuais no campo da ética em pesquisas envolvendo seres humanos, por meio do alfabeto latino composto por 26 (vinte e seis letras), todos oriundos do “Glossário” disponível na Plataforma Brasil, relativos às seguintes letras: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y, Z. Ao final, são oferecidas algumas referências que podem ser úteis aos que se iniciam nos estudos sobre a ética em pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil. Perguntas e Respostas pertinentes ao campo “Assunto” Cadastro da pesquisa (37 registros) A data do colegiado que é inserida no parecer pode ser diferente da data de emissão deste parecer pelo coordenador? qual data deve ser considerada como a da aprovação do projeto? A data do parecer do colegiado pode ser diferente do parecer do coordenador,caso o coordenador não confirme o parecer do colegiado na mesma data em que ele foi emitido. A data de aprovação do projeto é a data do parecer consubstanciado. A partir do momento que o relator é indicado, e acata a indicação de relatoria, ele pode executar a relatoria do projeto. Tal relatoria será registrada por meio do parecer do relator. O parecer do relator será discutido durante a reunião do CEP, e o parecer do colegiado será o fruto de tal discussão. O parecer do consubstanciado do CEP só é emitido quando o(a) coordenador(a) do CEP acata o parecer do colegiado. Portanto, não é possível que o parecer do colegiado tenha data anterior ao do relator. O projeto só é considerado aprovado após a emissão do parecer do consubstanciado do CEP. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 17 folha de rosto terá a mesma numeração que tinha antes? qual o prazo de validade da folha de rosto? Não. A folha de rosto agora é gerada durante o processo de submissão do projeto e não segue mais o padrão de numeração do Sisnep3. Não existe prazo de validade da folha de rosto. Como contatar o CEP? Para contatar o seu CEP para questões relativas à análise ética e que não tenham necessariamente a ver com o uso da Plataforma Brasil, por favor, contate o CEP diretamente por meio dos contatos do CEP presentes no rodapé do último parecer de consubstanciado liberado por esse CEP. Caso ainda não tenha nenhum parecer emitido e disponível na lista de documentos do projeto de pesquisa, por favor, entre em contato pelo e-mail plataformabrasil@saude. gov.br. Como fica a inclusão de uma pesquisa qualitativa na plataforma Brasil? O fato de a pesquisa ser qualitativa ou quantitativa será explicitado na metodologia do projeto. Caso algum dos campos de preenchimento obrigatório não seja pertinente para a pesquisa, no momento do cadastrado o pesquisador responsável poderá informar que, para o projeto em questão, não é aplicável informar tal campo. O procedimento para submissão de projeto está descrito no manual “Submeter Projeto de Pesquisa” disponível na Central de Suporte (canto superior direito do portal www.saude.gov.br/plataformabrasil). Como proceder quando meu projeto recebe pendências? Quando um protocolo recebe parecer de pendente, o pesquisador deve verificar no parecer consubstanciado as considerações feitas pelo Comitê de Ética e alterá-las dentro das 6 páginas para submissão do projeto de pesquisa no sistema, em seguida, deve clicar em “ENVIAR PROJETO AO CEP”, na etapa final da submissão. Só assim o CEP receberá o projeto novamente para verificar as alterações realizadas. 3 O Sistema Nacional de Informação sobre Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos (SISNEP) é um sistema de informações via Internet sobre pesquisas envolvendo seres humanos. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 18 Como é o processo de indicação do CEP a projetos de instituições que não possuem CEP? Na Etapa 1 do cadastramento do projeto na Plataforma Brasil, há um campo dedicado a Instituição Proponente. Se o(a) pesquisador(a) não possuir vínculo com nenhuma Instituição, deve marcar o campo “Sem proponente”. Por outro lado, se não houver CEP cadastrado na Instituição com a qual o(a) pesquisador(a) responsável possui vínculo para fins da pesquisa, a Instituição Proponente deve ser selecionada normalmente. Em ambos os casos, após o preenchimento de todas as informações relativas à pesquisa, deve-se clicar em “Enviar Projeto ao CEP” e o protocolo será automaticamente redirecionado à CONEP, que indicará um CEP para analisar e acompanhar o desenvolvimento do projeto. Se o(a) pesquisador(a) desejar que o estudo seja direcionado a um CEP específico para avaliação, imediatamente após clicar em “Enviar Projeto ao CEP” deve enviar e-mail conep.indicacao@saude.gov.br com a solicitação, devidamente justificada. Desfecho primário e desfecho secundário Os desfechos primários e secundários são entendidos como resultados estimados com a realização da pesquisa. Diferentemente de uma hipótese, que é entendida como um questionamento levantado que direciona a realização da pesquisa. Estudos que receberam pendências da conep, após envio das respostas, entram novamente na fila de checagem documental, juntamente com os estudos que ainda não tiveram a documentação checada? Estes estudos entrarão novamente na fila juntamente com os estudos que ainda não tiveram a documentação checada, porém, a Plataforma Brasil traz a informação da primeira submissão do projeto ao CEP, então, ficará a critério do CEP dar a preferência ou seguir normalmente a fila. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 19 Estudos que receberam questionamentos durante a fase de checagem documental e foram devolvidos, após esclarecimentos das dúvidas, entram novamente na fila, juntamente com os estudos que ainda não tiveram a documentação checada ou estes estudos são identificados de alguma forma e vão para outra lista de checagem? Estes estudos entrarão novamente na fila juntamente com os estudos que ainda não tiveram a documentação checada, porém, a Plataforma Brasil traz a informação da primeira submissão do projeto ao CEP, então, ficará a critério do CEP dar a preferência ou seguir normalmente a fila. No caso de não termos hipótese de pesquisa, por uma questão de perspectiva teórico-epistemológica, o que escrever no espaço destinado? Caso a pesquisa não possua uma hipótese definida, pode ser informado que “[não há hipótese]” durante o preenchimento. Não consigo selecionar a instituição proponente do meu estudo, como proceder? Para que as opções de Instituições Proponentes fiquem disponíveis, é preciso se vincular à Instituição como PESQUISADOR. Esse vínculo é feito na aba “Alterar meus Dados”. Para maior detalhamento dessa ação, consulte na Central de Suporte o manual: “Alterar meus Dados”. A investigador principal consegue abrir os documentos anexados (pareceres) de outros ceps (principalmente de recomendações da CONEP que tenham sido analisadas pelo CEP coordenador)? O Pesquisador Principal somente poderá abrir os documentos anexados do CEP que analisou o seu projeto de pesquisa. E os pareceres consubstanciados do CEP e da CONEP. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 20 O Investigador principal pode delegar parte do preenchimento dos dados de seu estudo na plataforma Brasil a demais profissionais e, nesse caso, como ele deve fazer para nomear todos os envolvidos? O pesquisador responsável deve iniciar a submissão dos projetos de pesquisa na Plataforma Brasil e pode, caso deseje, autorizar o preenchimento/ alteração de determinado projeto a outras pessoas que também estejam cadastradas no sistema, preenchendo o item ASSISTENTE. O procedimento para submissão de projeto está descrito no manual “Submeter Projeto de Pesquisa”, disponível na Central de Suporte (canto superior direito do link www.saude.gov.br/plataformabrasil). O campo <tamanho da amostra no Brasil> requer o que exatamente? por exemplo, uma das pesquisas tem entrevistas com técnicos de enfermagem e enfermeiros: como vou calcular este valor? Tendo em vista que o cadastramento de um projeto de pesquisa traz informações esperadas ou estimadas, tais como uma previsão orçamentária (onde o pesquisador informa o quanto se prevê que será gasto com a realização da pesquisa) e o cronograma (onde o pesquisador informa uma previsão de datas para a realização das etapas da pesquisa), o <Tamanho da amostra no Brasil> deve trazer uma PREVISÃO do número de amostras que se espera alcançar para a realização da pesquisa. O cálculo do tamanho amostral é de competência do pesquisador responsável que deverá saber qual o tamanho adequado da amostra para que a proposta do estudo seja respondida de maneira estatisticamente satisfatória. Sugere-se que a pesquisadora entre em contato com um estatístico para maiores informações. O parecer emitido pelo CEPprecisa ter assinatura do coordenador ou seu delegado? como o patrocinador terá acesso ao parecer devidamente assinado? Cabe ao pesquisador passar as informações do estudo para o patrocinador, pois o patrocinador não tem acesso ao projeto na Plataforma. Considerando que o parecer foi emitido pelo(a) coordenador(a) do CEP, que entrou no sistema com seu login e sua senha, não há obrigatoriedade de que o parecer seja fisicamente assinado pelo(a) coordenador(a), dado que o mesmo já foi emitido pela Plataforma Brasil de forma segura. Caso o pesquisador Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 21 necessite de um parecer impresso e com a assinatura, deverá realizar tal solicitação ao CEP, que irá entregar ao pesquisador responsável, o parecer emitido pela Plataforma Brasil, impresso e assinado pelo(a) coordenador(a). O que a plataforma entende como assistente e equipe de pesquisa? No campo do assistente, o pesquisador responsável pode autorizar a delegação de preenchimento do projeto a outra pessoa. O assistente é a pessoa que visualiza e auxilia no processo de submissão e acompanhamento do projeto de pesquisa. Equipe de pesquisa é a equipe que irá desenvolver a pesquisa, mas não poderá visualizar e nem realizar alterações no projeto de pesquisa na Plataforma Brasil, no centro em que está sendo realizada a submissão. O que significa submeter emenda? Cumpre esclarecer que é denominada de Emenda, qualquer proposta de modificação no projeto original, apresentada sempre com a justificativa que a motivou. A apresentação de emendas deve ser clara e objetiva, especificando as alterações relativas ao protocolo inicial e suas justificativas. Devem ser entregues ao CEP todos os documentos cabíveis à emenda, ou seja, as versões atualizadas de todos os documentos em que foi realizada alteração. A opção “Submeter Emenda” é para pesquisas que se encontram em situação “Aprovada”. O sistema deverá permitir o envio de somente uma submissão de emenda por vez, apresentando a opção novamente somente quando a submissão da emenda anterior tiver sido finalizada. O procedimento para submissão de emenda no projeto está descrito no manual “Submeter Emenda ao Projeto” disponível na Central de Suporte (canto superior direito do portal www.saude. gov.br/plataformabrasil). O que significa a sigla TCLE? Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A definição de TCLE pode ser consultada na Resolução CNS nº 466/2012 e na Resolução CNS nº 510/2016, cujos atalhos também se encontram na Central de Suporte, na seção de Resoluções. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 22 O que significa manter sigilo da pesquisa? Na última tela de cadastro da pesquisa, a Plataforma Brasil questiona se deseja “Manter o sigilo da integra do projeto de pesquisa?”. A resposta vai ser meramente informativa e usada pelo próprio CEP ou CONEP. A Plataforma Brasil não usará essa informação para ocultar ou divulgar qualquer informação. 2.1.20 O que significa prontuários? Prontuários são os históricos de saúde dos participantes da pesquisa. O que significa washout? É o tempo que o sujeito de pesquisa fica sem tomar o medicamento para que o mesmo seja eliminado de seu organismo. Por exemplo: Uma pesquisa com uma substância para uma determinada patologia para a qual o sujeito já usa um remédio aprovado, o estudo com washout estabelece que o sujeito deva suspender a medicação para eliminação total da mesma de seu organismo para iniciar tratamento com a substância a ser estudada. O que é desenho de estudo? O conceito de desenho de estudo envolve a identificação do tipo de abordagem metodológica que se utiliza para responder a uma determinada questão, implicando, assim, a definição de certas características básicas do estudo, quais sejam, a população e a amostra a serem estudadas, a unidade de análise, a existência ou não de intervenção direta sobre a exposição, a existência e tipo de seguimento dos indivíduos, entre outras. Tendo como base as características básicas do estudo criaram-se uma série de padrões terminológicos que definem, à partida, algumas dessas características e que constituem aquilo que se designa como tipos ou desenhos de estudo. Exemplos de desenhos de estudo frequentemente encontrados são: os ensaios clínicos, os estudos de coorte, os estudos de casos e controles, os estudos transversais, entre outros. O que é a fase 1, 2, 3 e 4 do projeto? Na 3ª etapa do projeto de pesquisa, Desenho de Estudo/Apoio Financeiro, existe um campo chamado “fase” onde é possível selecionar os valores 1, 1/2, 2, 2/3, 3, 4 ou outros aplicáveis a projetos de pesquisa clínica. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 23 Para uma definição de cada uma das fases, por favor, consultar a Resolução nº 251/1997 disponível na lista de Resoluções desta central de suporte. O que é uma instituição coparticipante? A Instituição coparticipante é aquela na qual haverá o desenvolvimento de alguma fase/etapa da pesquisa e não o procedimento completo de ponta a ponta como descrito na pesquisa. Confrontar com definição de instituição participante. O que é uma instituição participante (na pesquisa)? Instituição participante na pesquisa é uma instituição onde será executado o procedimento completo descrito na pesquisa. Confrontar com definição de instituição coparticipante. Os projetos multicêntricos, que já foram analisados pelo cep do centro coordenador, mas ainda não foram analisados pelos demais centros participantes podem ser registrados na plataforma Brasil? Sim. Para isso basta que o pesquisador responsável, do centro coordenador do estudo, faça a submissão do projeto na Plataforma Brasil, da mesma forma que faria para um novo protocolo de pesquisa, porém, observando alguns pontos adicionais: I) É obrigatório informar o número do CAAE fornecido pelo SISNEP, recebido pelo projeto após a apresentação do mesmo ao CEP do Centro Coordenador do estudo no campo ID SECUNDARIO (localizado na Tela 2 campo Múltiplos IDs Secundários). II) É obrigatório anexar o parecer do CEP coordenador do estudo, que analisou e aprovou o projeto. III) Caso o projeto tenha sido apreciado pela CONEP, o parecer da CONEP também devera ser apresentado. IV) É necessário informar todo o cronograma do projeto, incluindo as etapas já cumpridas do projeto. V) É necessário que todos os Centros Participantes e Pesquisadores Responsáveis dos mesmos estejam previamente cadastrados na Plataforma Brasil. Os projetos que tiveram seus trâmites iniciados no SISNEP poderão ser registrados na plataforma Brasil? Sim. Para isso basta que o pesquisador responsável faça a submissão do projeto na Plataforma Brasil, observando alguns pontos: I) É obrigatório Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 24 informar o número do CAAE, como ID secundário (localizado na Tela 2 campo Múltiplos IDs Secundários) que foi atribuído ao projeto quando do seu recebimento pelo CEP após cadastro no SISNEP. II) É obrigatório anexar o parecer do CEP que aprovou o projeto. III) Caso o projeto tenha sido apreciado pela CONEP, o parecer da CONEP também devera ser anexado. IV) É necessário informar todo o cronograma do projeto, incluindo as etapas já cumpridas do mesmo. Por que a instituição coparticipante não pode indicar pendências no projeto? Tal assunto foi amplamente discutido na Plenária da CONEP, e verificou- se que não podem haver pendências em um parecer do CEP da coparticipante. Ao CEP da coparticipante cabe aprovar ou não aprovar, caso não considere o projeto apto a ser executado na sua Instituição, sem a opção de emitir pendências. Imagine-se, por exemplo, um estudo com 50 coparticipantes, onde 05 deles já tivessem iniciado sua participação na versão inicial do projeto, e a sexta resolvesse fazer adaptações, isso invalidaria a padronização do projeto. Portanto, é o cuidado ético de que os resultados sejam aproveitáveis, válidos, que impede acoparticipante de emitir pendências. O CEP da instituição coparticipante tem a prerrogativa de analisar e aprovar, ou não, o estudo, tal qual ele foi aprovado pela instituição proponente, mas não deve emitir pendências. Caso a coparticipante não aprove o estudo, o pesquisador deverá buscar outras instituições coparticipantes para realizar seu estudo. Quais tipos de ensaios clínicos devem ser cadastrados na plataforma Brasil? Todas as pesquisas envolvendo seres humanos devem ser cadastrados na Plataforma Brasil, de acordo com o que está definido na Resolução CNS Nº 466/12, observada, também, a Resolução CNS nº 510/2016. Qual a diferença entre fazer uma emenda e fazer uma notificação? A Emenda deverá ser feita quando houver alteração no conteúdo do projeto (número de sujeitos de pesquisa, instituições coparticipantes, sigilo, cronograma, etc.). Já a Notificação deverá ser utilizada quando houver necessidade de encaminhar algum documento (Comunicação de Início do Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 25 Projeto, Carta de Autorização da Instituição, Envio de Relatório Parcial, etc.), sem alteração no conteúdo do projeto. Qual é a rota de recebimento e aprovação de uma pendência emitida pela CONEP? a pendência vai diretamente ao investigador principal ou, primeiramente, passa pelo cep? a resposta, submetida pelo investigador principal, vai diretamente para a CONEP ou deve passar pela avaliação do CEP antes? Quando a CONEP coloca a pendência, a resposta da pendência é enviada para a CONEP. Quando o CEP coloca a pendência, a resposta da pendência é enviada para o CEP. A CONEP também pode aprovar um estudo com recomendação e o CEP, então, envia a pendência para o pesquisador, assim o estudo só será aprovado após a resolução dessa pendência. Quando inserimos em cronograma na plataforma pode ser que o mesmo sofra alterações, ou seja, não ocorra no tempo previsto. o que fazer nesta situação? Alterações no projeto de pesquisa após a sua aprovação devem ser tramitadas no CEP por meio de Emendas. O procedimento para submissão de emenda ao projeto está descrito no manual “Submeter Emenda ao Projeto” disponível na Central de Suporte (canto superior direito do portal www.saude. gov.br/plataformabrasil). Quando um estudo (pesquisa) for finalizado, haverá a necessidade de anexar o relatório final ou algum outro documento específico? O relatório final deverá ser enviado utilizando-se da opção “Enviar Notificação”. Essa opção está descrita no manual “Submeter Notificação” disponível na Central de Suporte (canto superior direito do portal www.saude. gov.br/plataformabrasil). Quando é criado na plataforma brasil o nº CAAE? O nº CAAE é gerado no momento em que o projeto é recebido pelo CEP após validação documental. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 26 Título principal O título principal nunca será disponibilizado ao público em geral por poder conter informação crítica e confidencial relativa ao seu Projeto de Pesquisa. Título público O título público poderá ser disponibilizado em consultas públicas para referenciar seu Projeto de Pesquisa depois de receber parecer de relatoria como aprovado. No título público, não deverá ser incluída qualquer informação com caráter confidencial ou sensível para seu Projeto de Pesquisa. Um centro participante de um estudo multicêntrico, pode registrar o projeto na plataforma Brasil? Não. Esse registro deverá ser feito pelo Centro Coordenador do estudo. O pesquisador responsável pelo centro participante receberá sua réplica quando o projeto for aprovado pelo CEP do centro coordenador e pela CONEP, quando necessário. Cadastro de instituições (04 registros) Como cadastrar instituição ou indústria estrangeira sem base no Brasil? O cadastro para instituição ou indústria do exterior deve ser feito pelo mesmo procedimento utilizado para o cadastro das instituições ou indústrias nacionais. O procedimento para solicitação de cadastro de instituição está disponível no manual “Solicitar Cadastro de Instituição” disponível na Central de Suporte (canto superior direito do portal www.saude.gov.br/ plataformabrasil). Como vincular uma instituição proponente? O pesquisador deve clicar na aba ALTERAR MEUS DADOS, em seguida, ADICIONAR INSTITUIÇÃO, responder a pergunta: “Deseja vincular alguma Instituição de pesquisa?” (Sim), clique em BUSCAR INSTITUIÇÃO para encontrar a Instituição Desejada, pelo NOME ou CNPJ. O seu perfil deverá Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 27 ser de Pesquisador para que a instituição possa ser usada como proponente em cadastro de projeto de pesquisa. O que é uma instituição coparticipante? A Instituição coparticipante é aquela na qual haverá o desenvolvimento de alguma fase/etapa da pesquisa e não o procedimento completo de ponta a ponta como descrito na pesquisa. Confrontar com definição de instituição participante. Qual o prazo de análise das solicitações de cadastro de instituição? A análise das solicitações de cadastro de Instituição será feita em até 05 dias úteis. Cadastro de usuários (04 registros) Como o patrocinador pode ver as informações do projeto que foi cadastrado na plataforma? O patrocinador não tem acesso às informações do projeto cadastradas na Plataforma, tais informações devem ser informadas pelo próprio pesquisador responsável. Como recupero minha senha? Para recuperar sua senha, clique no atalho “Esqueceu a senha?” na página principal do sistema (em http://www.saude.gov.br/plataformabrasil) e informe o email que foi cadastrado na Plataforma Brasil e para o qual é necessária uma nova senha. O sistema irá enviar nova senha automaticamente para esse e-mail. No item pesquisador principal da pesquisa deve constar eu, que sou o(a) professor(a) orientador(a) da pesquisa, ou o(a) meu(minha) orientando(a)? O Sistema CEP/CONEP admite apenas que profissionais já graduados sejam considerados como pesquisadores. Portanto, caso o(a) orientando(a) seja aluno(a) de graduação em conclusão de curso, o(a) mesmo(a) não poderá figurar como pesquisador(a) principal da pesquisa. Caso o(a) aluno(a) Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 28 seja graduado(a) e a orientação dada seja uma especialização, mestrado ou doutorado, tanto o(a) orientador(a) quanto o(a) orientando(a) poderão realizar o cadastro da pesquisa. Quanto tempo leva para o sistema enviar a senha após o cadastro? O envio da senha é imediato após a conclusão do cadastro. Caso a senha não chegue na caixa de entrada do seu e-mail, verifique na caixa de spam ou lixo eletrônico. E-mails institucionais geralmente têm regras que podem bloquear o e-mail enviado pela Plataforma Brasil. Diversos (13 registros) A CONEP/plataforma, já preparou material para multiplicadores ou ainda nem pensou nesta possibilidade? Exatamente por tal possibilidade ser amplamente pensada e discutida, é que tal material ainda não foi disponibilizado, dado que o sistema da Plataforma Brasil ainda está em uma fase de constantes mudanças e aprimoramento, o que implicaria em revisões e correções constantes caso fosse publicado um material para multiplicadores. Para que seja estabelecido um canal dinâmico e passível de modificações constantes, foram disponibilizada a Central de Suporte na Plataforma Brasil. Além disso, existe a Plataforma de treinamento, em que é possível submeter projetos e realizar todas as funcionalidades da Plataforma Brasil de produção para treinar os pesquisadores, membros e funcionários dos CEP, disponível no link: http://189.28.128.37/plataformabrasil-treina/login.jsf. Como acrescentar membros ao CEP? O próprio Coordenador do CEP poderá atribuir perfil de membro do CEP. Para isso, deverá, na aba CEP, clicar em Administrativo, escolher a opção “Perfil de Acesso” e buscar o nome desejado e atribuir em seguida o perfil. Como contatar o CEP? Para contatar o seu CEP para questões relativasà análise ética e que não tenham necessariamente a ver com o uso da Plataforma Brasil, por favor, contate o CEP diretamente por meio dos contatos do CEP presentes no rodapé Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 29 do último parecer consubstanciado liberado por esse CEP. Caso ainda não tenha nenhum parecer emitido e disponível na lista de documentos do projeto de pesquisa, por favor, entre em contato pelo e-mail plataformabrasil@saude. gov.br. Como contato a CONEP? Para contatar a CONEP ou ter acesso aos seus informes, por favor, consulte o atalho http://conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/index. html. Como faço para acessar a plataforma Brasil para treinamento da minha equipe? A versão de treinamento da Plataforma Brasil está disponível em http://189.28.128.37/plataformabrasil-treina e tem seu uso liberado para o público em geral. Para utilizar esta versão basta que o usuário acesso o endereço acima e faça o seu cadastro clicando no link “Cadastre-se”. Como saio da aplicação com segurança? Do lado direito superior tem o botão sair, clique nele para fechar sua sessão. O que significa a sigla EAS? EAS significa Evento Adverso Grave. A comunicação de EAS não é feita por meio da Plataforma Brasil. Para mais informações, por favor, consulte o atalho http://conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/index.html onde poderá localizar referências a Evento Adverso, sua comunicação e formulário. O que é nota técnica? Documento elaborado por corpo técnico de assessores do CEP (ou da CONEP) que serve para auxiliar na análise de um protocolo de pesquisa pelo relator designado. O que é REBEC? O ReBEC (REGISTRO BRASILEIRO DE ENSAIOS CLÍNICOS), é o nome pelo qual é conhecido o portal que funciona como uma transição entre o Projeto Aprovado via Plataforma Brasil e o primeiro recrutamento Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 30 da pesquisa. Para maiores informações sobre o sistema, favor acessar http:// www.ensaiosclinicos.gov.br/. No atual momento o ReBEC, está passando por manutenção e aprimoramento para melhor atender os pesquisadores, intervenções que impedem que os mesmos continuem submetendo registros de seus ensaios clínicos neste período de atualização. Qual a diferença entre os endereços: http://189.28.128.37/plata- formabrasil-treina/login.jsf e www.saude.gov.br/ plataformabrasil? O link http://189.28.128.37/plataformabrasil-treina/login.jsf trata-se de um AMBIENTE DE TREINAMENTO, onde é possível submeter projetos e conhecer/realizar todas as funcionalidades da Plataforma Brasil para treinar os pesquisadores, membros e funcionários dos CEP’s. O que é postado nesse link funciona apenas como TESTE, não tem validade. Existe um selo azul, escrito AMBIENTE DE TREINAMENTO, no canto superior direito da tela para facilitar sua identificação. Exemplo: Caso o pesquisador se cadastre no link de treinamento, esse cadastro não terá validade no endereço www. saude.gov.br/plataformabrasil, pois se tratam de sites distintos e os dados não se correlacionam. Assim, terá, também, que se cadastrar no ambiente de produção: www.saude.gov.br/plataformabrasil. O link de produção/oficial do sistema, que tem validade para tramitação da pesquisa nos CEP’s, CONEP, e que deverá ser utilizado é: www.saude.gov.br/plataformabrasil. Quando a pesquisa é encaminhada à CONEP? I) .Quando o projeto for de área temática especial, exceto fármaco; II) Quando o projeto não for de área temática especial, mas o CEP gostaria que a CONEP apreciasse o projeto; III) Quando o projeto tiver como Instituição Proponente o Ministério da Saúde, o projeto irá direto para a CONEP; IV) Quando o projeto não tiver Instituição Proponente, irá para a CONEP para que ela indique um CEP para avaliar a pesquisa (geralmente é usado critério regional para essa escolha); V) Quando o projeto tiver uma Instituição Proponente que não esteja vinculada a nenhum CEP, nem as instituições a que esteja vinculada a Instituição Proponente (instituições “mães” da instituição proponente) estejam vinculadas a um CEP. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 31 Quando um estudo (pesquisa) for finalizado, haverá a necessidade de anexar o relatório final ou algum outro documento específico? O relatório final deverá ser enviado utilizando-se da opção “Enviar Notificação”. Essa opção está descrita no manual “Submeter Notificação” disponível na Central de Suporte (canto superior direito do portal www.saude. gov.br/plataformabrasil). É preciso que a plataforma defina melhor quais tipos de ensaios clínicos devem entrar em sua base. vocês poderiam citar exemplos? De acordo com a Resolução nº 466/2012 [observada também a Resolução CNS nº 510/2016), toda pesquisa envolvendo seres humanos deve ser submetida à apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), de forma que, caso receba sua aprovação, possa ser iniciada. Portanto, considerando que a Plataforma Brasil é, desde o dia 15/01/2012, a única forma para submissão de pesquisas ao Sistema CEP/CONEP, todos os ensaios clínicos envolvendo seres humanos devem ser cadastrados na Plataforma Brasil. Glossário (14 registros) Em recepção e validação documental Estado do Projeto de Pesquisa, Emenda, Recurso ou Notificação que aguarda início da validação documental por parte do CEP ou CONEP conforme a sua localização. O que significa PI? PI é o acrônimo inglês para Principal Investigator. Esse termo pode ser traduzido para português como Pesquisador Responsável pela pesquisa. O que significa a sigla CAAE? CAAE significa Certificado de Apresentação de Apreciação Ética. Verifique o histórico da versão 2.20, liberada em 2014/04/07, para saber como é constituído o n. CAAE do projeto de pesquisa. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 32 O que significa a sigla EAS? EAS significa Evento Adverso Grave. A comunicação de EAS não é feita por meio da Plataforma Brasil. Para mais informações, por favor, consulte o atalho http://conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/index.html onde poderá localizar referências a Evento Adverso, sua comunicação e formulário. O que significa a sigla TCLE? Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A definição de TCLE pode ser consultada na Resolução CNS nº 466/2012 e na Resolução CNS nº 510/2016, cujos atalhos também se encontram na Central de Suporte, na seção de Resoluções. O que significa prontuários? São os históricos de saúde dos participantes da pesquisa. O que significa washout? É o tempo que o sujeito de pesquisa fica sem tomar o medicamento para que o mesmo seja eliminado de seu organismo. Por exemplo: Uma pesquisa com uma substância para uma determinada patologia para a qual o sujeito já usa um remédio aprovado, o estudo com washout estabelece que o sujeito deva suspender a medicação para eliminação total da mesma de seu organismo para iniciar tratamento com a substância a ser estudada. O que é desenho de estudo? O conceito de desenho de estudo envolve a identificação do tipo de abordagem metodológica que se utiliza para responder a uma determinada questão, implicando, assim, a definição de certas características básicas do estudo, quais, a população e a amostra a serem estudadas, a unidade de análise, a existência ou não de intervenção direta sobre a exposição, a existência e tipo de seguimento dos indivíduos, entre outras. Tendo como base as características básicas do estudo criaram-se uma série de padrões terminológicos que definem, à partida, algumas dessas características e que constituem aquilo que se designa como tipos ou desenhos de estudo. Exemplos de desenhos de estudo frequentemente encontrados são: os ensaios clínicos, os estudos de coorte, os estudos de casos e controles, os estudos transversais, entre outros. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 33 O que é nota técnica? Documento elaborado por corpo técnico de assessores do CEP (ou da CONEP) que servepara auxiliar na análise de um protocolo de pesquisa pelo relator designado. O que é REBEC? O ReBEC (REGISTRO BRASILEIRO DE ENSAIOS CLÍNICOS), é o nome pelo qual é conhecido o portal que funciona como uma transição entre o Projeto Aprovado via Plataforma Brasil e o primeiro recrutamento da pesquisa. Para maiores informações sobre o sistema, favor acessar http:// www.ensaiosclinicos.gov.br/. No atual momento o ReBEC, está passando por manutenção e aprimoramento para melhor atender os pesquisadores, intervenções que impedem que os mesmos continuem submetendo registros de seus ensaios clínicos neste período de atualização. O que é parecer ad referendum? Trata-se de comunicação feita pelo relator/membro do CEP (ou CONEP) que fez a análise das respostas e adequações enviadas pelo pesquisador responsável para pendências apontadas em parecer inicial emitido pelo CEP (ou pela CONEP) ou do recurso enviado pelo pesquisador para parecer de não aprovação emitido pelo CEP (ou pela CONEP), informando à coordenação do CEP (ou da CONEP) que não há necessidade de colocar o parecer do relator em discussão plenária em razão da indicação de aprovação, podendo a coordenação emitir o parecer consubstanciado. A comunicação Ad referendum somente pode ser utilizada nos casos de análise de respostas de pendências e para análises de recursos, jamais nas análises iniciais. A análise inicial de um protocolo de pesquisa deve sempre ser discutida em reunião com os demais membros do CEP, não sendo aceitável que o relator proponha a tramitação Ad referendum nas análises iniciais de protocolos. O que é um consultor ad hoc? Trata-se de consultor externo ao corpo de membros do CEP (ou da CONEP), que pode ser consultado para esclarecer dúvidas levantadas durante as análises e que demandem o entendimento específico de alguma área do Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 34 conhecimento. O consultor Ad hoc não pode e não deve receber as informações do protocolo na íntegra, pois o mesmo não faz parte do corpo permanente de membros do CEP que requisita a consultoria Ad hoc. O consultor Ad hoc deve receber apenas questionamentos pontuais e específicos que geraram dúvidas durante a análise do CEP (ou da CONEP) e os respectivos trechos do projeto de pesquisa que geraram os questionamentos não respondidos durante a análise do CEP (ou da CONEP). O consultor Ad hoc nunca deve ser informado sobre o título da pesquisa, o nome do pesquisador responsável, o patrocinador do estudo, a instituição proponente da pesquisa, assim como quaisquer outras informações que identifiquem a pesquisa ou seus responsáveis. O que é uma instituição coparticipante? A Instituição coparticipante é aquela na qual haverá o desenvolvimento de alguma fase/etapa da pesquisa e não o procedimento completo de ponta a ponta como descrito na pesquisa. Confrontar com definição de instituição participante. O que é uma instituição participante (na pesquisa)? Instituição participante na pesquisa é uma instituição onde será executado o procedimento completo descrito na pesquisa. Confrontar com definição de instituição coparticipante. Projetos multicêntricos (06 registros) 2.6.1 Caso os centros não-coordenadores tenham acesso à plataforma Brasil antes do CEP do centro coordenador aprovar as recomendações da CONEP, como os centros não-coordenadores são informados da aprovação destas recomendações pelo CEP coordenador? o que eles visualizam? Os pesquisadores dos centros participantes não tem acesso ao estudo antes da aprovação do estudo no centro coordenador. Se isso ocorreu é porque o centro participante fez o cadastro do estudo, isso é errado, ele deve aguardar a replicação feita pelo sistema. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 35 Como os centros participantes poderão submeter o projeto de pesquisao ao cep de sua instituição? Em todas as submissões de projetos na Plataforma Brasil, quem deverá fazer o cadastro inicial e de raiz do projeto de pesquisa é o pesquisador responsável do centro coordenador. No momento do cadastro do projeto devem ser fornecidas as informações sobre a instituição proponente, o patrocinador e demais centros envolvidos (participantes e coparticipantes, caso aplicável). O número do CAAE é gerado automaticamente quando o projeto é aceito pelo CEP e o estudo é replicado automaticamente para todos os demais centros envolvidos (participantes e coparticipantes) APENAS após a aprovação do centro coordenador (e da CONEP, caso aplicável). Para os centros participantes, os respectivos pesquisadores responsáveis receberão a réplica do projeto para edição antes de enviarem para os CEPs correspondentes. As réplicas de coparticipantes serão enviadas diretamente para os CEPs correspondentes. Instituições de centros participantes que não tenham CEP vinculado na Plataforma Brasil serão automaticamente encaminhados para a CONEP indicar CEP. Instituições coparticipantes que estejam vinculadas a um CEP na Plataforma Brasil simplesmente não serão replicadas nem enviadas para a CONEP indicar CEP. ATENÇÂO: centros participantes e coparticipantes NÃO deverão cadastrar seus projetos independentemente da instituição proponente! Centros participantes e coparticipantes devem aguardar a recepção das suas réplicas geradas pela aprovação do centro coordenador. O centro coordenador (quando aplicável) registra o projeto na plataforma e as demais instituições envolvidas? quais os procedimentos? O projeto é registrado pelo pesquisador responsável do centro coordenador, que deverá também informar todos os demais centros participantes e coparticipantes. O procedimento para submissão de projeto está descrito no manual “Submeter Projeto de Pesquisa” disponível na Central de Suporte (canto superior direito do link http://www.saude.gov.br/ plataformabrasil). Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 36 O cadastro de um projeto multicêntrico deve ser feito pelo centro coordenador ou pode ser feito por qualquer um dos centros participantes? O cadastro de um projeto multicêntrico deve ser feito pelo pesquisador responsável do centro coordenador. No projeto deverão ser informados todos os centros participantes (e coparticipantes) e os pesquisadores responsáveis de cada centro. Os pesquisadores responsáveis pelos centros participantes receberão uma réplica do centro coordenador (após aprovação do CEP e, caso necessário, da CONEP) que poderão editar antes de enviar para o seu CEP correspondente. Os documentos incluídos na plataforma brasil pelo centro coordenador não podem ser abertos pelos demais centros, o que gera a necessidade de duplicação de documentos dentro da plataforma Brasil. é possível que os centros não-coordenadores consigam abrir estes documentos, evitando duplicidade de arquivos na plataforma Brasil e retrabalho dos centros de pesquisa? Documentos Postados do Projeto estarão disponíveis para visualização por parte dos centros participantes, após a aprovação no Centro Coordenador. Caso isso não esteja ocorrendo favor relatar o suporte da Plataforma Brasil para que seja analisado o caso. Um centro participante de um estudo multicêntrico, pode registrar o projeto na plataforma brasil? Não. Esse registro deverá ser feito pelo Centro Coordenador do estudo. O pesquisador responsável pelo centro participante receberá a sua réplica quando o projeto for aprovado pelo CEP do centro coordenador e pela CONEP, quando necessário. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 37 Recursos (03 registros) Após a aprovação da CONEP com recomendação, quando os demais centros, que não o coordenador, conseguirão acessar o estudo através da plataforma brasil? O Parecer de aprovação da CONEP com recomendação é enviado ao CEP Coordenador e este tem a responsabilidade de transformar estas recomendações em pendências para o Pesquisador Principal. O Pesquisador principal terá a responsabilidade deresolver e reenviar as alterações ao CEP Coordenador, que analisará e, se houver parecer aprovado, as alterações e tais pareceres serão replicados aos demais centros. Como enviar um recurso? Quando uma pesquisa retorna da apreciação como não aprovada, o pesquisador pode enviar um recurso ao CEP através da funcionalidade cadastrar recurso, onde um ícone é disponibilizado ao lado da pesquisa. Basta clicar no ícone e será exibida uma tela para inserir a justificativa, inclusive você poderá incluir algum arquivo que ajude a subsidiar seu recurso. Após o preenchimento submeta o recurso através do botão “Enviar recurso”. Como vejo o resultado do meu recurso? A pesquisa passará por uma nova apreciação, então você deve aguardar seu retorno como aprovado ou não aprovado. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 38 Termos pertinentes ao campo “Glossário”4 A AGUARDANDO APRECIAÇÃO DO COLEGIADO: Situação do projeto visível apenas para os membros do CEP, neste caso o projeto de pesquisa já passou pela relatoria e o parecer foi liberado e fica no aguardo da sinalização para elaboração do parecer do colegiado. AGUARDANDO CONFIRMAÇÃO DE INDICAÇÃO DE RELATORIA: Situação do projeto visível apenas para os membros do CEP, neste caso a secretaria indicou o relator e o coordenador do CEP deve confirmar esta indicação para então o projeto de pesquisa ser encaminhado a um membro do CEP para relatoria. AGUARDANDO INDICAÇÃO DE RELATORIA: Situação do projeto visível apenas para os membros do CEP, neste caso a secretaria aceitou o projeto de pesquisa e o mesmo fica aguardando a secretaria indicar um membro do CEP para relatoria. AGUARDANDO LIBERAÇÃO DO PARECER DO COLEGIADO: Situação do projeto visível apenas para os membros do CEP, neste caso o projeto de pesquisa já passou pela apreciação do colegiado e parecer do colegiado foi liberado e fica no aguardo do aceite ou recusa do coordenador do CEP. AGUARDANDO PARECER DO COLEGIADO: Situação do projeto visível apenas para os membros do CEP, neste caso o projeto de pesquisa já está com o parecer do relator e foi sinalizado ao colegiado a emissão do parecer. AGUARDANDO REVISÃO DO PARECER DO COLEGIADO: Situação do projeto visível apenas para os membros do CEP, neste caso o parecer do colegiado do projeto de pesquisa foi recusado pelo coordenador e volta ao colegiado para revisão. B BLOQUEIO ÉTICO: Motivo pelo qual membros do CEP deverão se isentar de tomada de decisão, quando diretamente envolvidos na pesquisa em análise (CNS, 1996). 4 Do total de letras do alfabeto latino, 14 (quatorze) delas não possuem definições na Plataforma Brasil, quais sejam: F, H, J, K, L, O, Q, T, U, V, W, X, Y, Z. Para indicar essas ausências utilizamos o símbolo “Ø”. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 39 C CEP: Comitê de Ética em Pesquisa CIÊNCIA DO DOCUMENTO: Documento sem a necessidade de apreciação pelo CEP, somente incorporado ao Projeto de Pesquisa. CIÊNCIA DO PESQUISADOR: Significa que o pesquisador está ciente sobre a informação. CNS: Conselho Nacional de Saúde CONEP: Comissão Nacional de Ética em Pesquisa COORDENADOR: Pessoa física, membro do CEP, que coordena as atividades dentro do CEP, assina pareceres e responde legalmente pelo CEP. D DANO ASSOCIADO OU DECORRENTE DA PESQUISA: Agravo imediato ou tardio, ao indivíduo ou à coletividade, com nexo causal comprovado, direto ou indireto, decorrente do estudo científico (CNS, 1996) E EM RECEPÇÃO E VALIDAÇÃO PELO CEP: Estado do Protocolo de Pesquisa / Gestão de Pesquisa / Recurso no qual o mesmo ainda não passou pela triagem da Secretária e não se encontra distribuído dentro do CEP para os tramites de apreciação. EM RELATORIA: Esse termo estará visível para os membros do CEP e significa que o projeto está sendo analisado. Para o pesquisador ficará visível a mensagem: “Em apreciação pelo CEP”. F Ø G GESTÃO DE PESQUISA: Documentos enviados para o CEP após a aprovação do PP. Os documentos, conforme suas características, serão analisados pelo CEP ou somente indicados para ciência do documento. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 40 GESTOR DE SEGURANÇA DO CEP: Pessoa física, membro do CEP, investida institucionalmente do poder de autorização para nomeação e exoneração de perfis de acesso ao módulo CEP. GP: Ver Gestão de Pesquisa. H Ø I INCAPACIDADE: Refere-se ao possível sujeito da pesquisa que não tenha capacidade civil para dar o seu consentimento livre e esclarecido, devendo ser assistido ou representado, de acordo com a legislação brasileira vigente (CNS,1996). INSTITUIÇÃO PROPONENTE: É a Instituição que está propondo o projeto de pesquisa. J, K, L Ø M MEMBRO DO CEP: Perfil que participa do âmbito do CEP, designado pelo Gestor de Segurança do CEP. MÓDULO CEP: Ferramenta que auxilia os CEPs no recebimento, análise, gestão e emissão de pareceres sob o viés da pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil. N NOME FANTASIA: É a designação popular de Título de Estabelecimento utilizada por uma instituição (empresa, associação, etc.), seja pública ou privada, sob a qual ela se torna conhecida do público. Esta denominação opõe- se à razão social, que é o nome utilizado perante os órgãos públicos de registro das pessoas jurídicas. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 41 NOME SOCIAL: Nome Social é aquele pelo qual travestis e transexuais se identificam e são identificadas pela sociedade. Fonte: PORTARIA 233, DE 18 DE MAIO DE 2010, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Art. 1 Parágrafo Único. NOTIFICAÇÃO: Um pesquisador pode enviar ao CEP uma notificação que lhe permite anexar um arquivo ao projeto de pesquisa quando ela está com a situação de Aprovado. A secretária recepciona o arquivo anexado e dá ciência sobre o mesmo, neste momento o arquivo é aceito pelo CEP e agrega ao conteúdo do projeto de pesquisa. NT - NOTA TÉCNICA: Trata-se de um documento que os assessores da CONEP fazem para os Relatores da pesquisa. O coordenador do CEP não poderá visualizar a NT, apenas os relatores da CONEP (membros da CONEP). O Ø P PARECER: Opinião expressa em resposta a uma consulta. / Juízo técnico sobre questão jurídica ou administrativa, emitido em processo por jurista, órgão do ministério público, ou funcionário especializado. PARECER DO CEP EMITIDO: Parecer final do CEP/CONEP (Parecer Consubstanciado). Pode assumir as seguintes situações: aprovado, não aprovado, pendente e retirado. PARECER DO COLEGIADO: Parecer emitido pelos membros do CEP em consenso após uma reunião para apreciação de um Protocolo de Pesquisa / Gestão de Pesquisa / Recurso. PARECER DO RELATOR: Parecer emitido por um relator após analise de um Protocolo de Pesquisa / Gestão de Pesquisa / Recurso. Este parecer posteriormente será apreciado pelos membros do CEP em reunião própria para emissão em consenso do parecer do colegiado. PATROCINADOR: Pessoa física ou jurídica que apoia financeiramente a pesquisa. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 42 PESQUISA: Classe de atividades cujo objetivo é desenvolver, ou contribuir para, o conhecimento generalizável. O conhecimento generalizável consiste em teorias, relações ou princípios, ou no acúmulo de informações sobre as quais estão baseadas, que possam ser corroborados por métodos científicos aceitos de observação e inferência (CNS, 1996). Q Ø R RECEPÇÃO RECUSADA: Ocorre quando o CEP recusa a RECEPÇÃO do projeto, por motivos de erro de preenchimento ou por não ser o CEP que irá analisar o projeto. RECURSO: Ocorre quando existe uma não concordância do pesquisador com o parecer dado a apreciação de um projeto de pesquisa, justificando e solicitando revisão do parecer emitido. RELATOR: Membro do CEP que analisa projeto de pesquisa e documentos da gestão da pesquisa emitindo um parecer sobre a conformidade ética. RELATORIA RECUSADA: Quando o relator recusa a execução de relatoria do projeto. REVISOR: Membrodo CEP que analisa o parecer do relator, e expressa sua opinião. RISCO DA PESQUISA: Possibilidade de danos à dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em qualquer fase de uma pesquisa e dela decorrente (CNS,1996). S SECRETÁRIA(O): Membro do CEP que atua no papel de secretariado do CEP. T, U, V, W, X, Y, Z Ø Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 43 Considerações finais Em Andrade (2015b), defendemos a ideia da existência de uma “proficiência científica”, a qual, para ser desenvolvida e consolidada, depende do domínio de questões atinentes à ética em pesquisas envolvendo seres humanos, considerando sua vulnerabilidade e hipossuficiência. Violações aos direitos humanos na primeira metade do século XX deram ensejo à discussão sobre a necessidade ética de se valorizar a dignidade humana, sendo o Código de Nuremberg, de 1947, um dos primeiros documentos a atingir tal finalidade. A partir desse documento seminal, muitos outros viram a luz, entre eles, as quatro gerações de dispositivos legais em contexto pátrio: as resoluções CNS nº 01/1988, nº 196/1996, nº 466/2012 e nº 510/2016. Destarte, tanto na formação inicial como na formação continuada do professor de línguas estrangeiras / adicionais advogamos pela urgência do amplo conhecimento das Resoluções CNS nº 466/2012 e nº 510/2016, assim pela importante incorporação do Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos como parte integrante do referido contexto de formação. Referências ANDRADE, Otávio Goes de. A construção do princípio jurídico da dignidade da pessoa humana e seus desdobramentos na ética em pesquisa com seres humanos. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Direito) – Pontifícia Universidade Católica de Londrina, Londrina, 2015a. ANDRADE, Otávio Goes de. A ética em pesquisa envolvendo seres humanos como elemento fundamental da proficiência científica na formação de professores de línguas estrangeiras/adicionais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO, 5., 2015, Bauru. Anais... Bauru: Unesp, 2015b. p.3258-3271. Disponível em: <http://www.cbe- unesp.com.br/2017/pages/anais_V_CBE.pdf>. Acesso em: 3 ago. 2017. ______. “Porque gado a gente marca, tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente”: da ética em pesquisa com seres humanos. In: REIS, Simone. História, políticas e ética na área profissional da linguagem. Eduel: Londrina, 2017. p. 191- 223. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 44 CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Diretrizes e normas regulamentadoras para pesquisas envolvendo seres humanos. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf>. Acesso em: 16 mar. 2015. ______. Resolução nº 510, de 17 de abril de 2016. Normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/ resolucoes/2016/Reso510.pdf>. Acesso em: 10 set. 2017. NEVES, Maria do Céu Patrão. Comissões de ética: realidades e desafios. In: Bioética nos países de língua oficial portuguesa: justiça e solidariedade. Conselho Nacional de ética para as Ciências da vida: Europress: Lisboa, 2014. PAIVA, V. L. M. de O. Reflexões sobre ética na pesquisa. Revista Brasileira de Lingüística Aplicada, Belo Horizonte, v. 5, n. 1. p. 43-61, 2005. RSB: Revista Brasileira de Sociologia / Sociedade Brasileira de Sociologia – SBS – vol. 03, n. 05, jan. / jun. 2015. SIQUEIRA, José Eduardo de; ZOBOLI, Elma; SANCHES, Mário; PESSINI, Leo (org.). Bioética médica: memórias do XI Congresso Brasileiro de Bioética, III Congresso Brasileiro de Bioética Clínica e II Conferência Internacional Sobre o Ensino da Ética. CFM/SBB: Brasília, 2016. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA. Resolução CA nº 065/2013. Regulamenta a carga horária das atividades do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos na UEL. Disponível em: <http://www.uel.br/comites/cepesh/>. Acesso em: 16 mar. 2015. ______. Resolução CEPE nº 063/2013. Cria e regulamenta as atividades do Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos na UEL. Disponível em: <http:// www.uel.br/comites/cepesh/>. Acesso em: 16 mar. 2015. Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 45 ATITUDES LINGUÍSTICAS E ENSINO DE LÍNGUAS Maria Luisa Ortiz Alvarez1 “A linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base última e mais profunda da sociedade humana”. (LOUIS HJELMSLEV, 1975) “Cada língua existe, pois, em função das necessidades sociais de designar ou nomear a realidade”. (MONTEIRO, 2000) Introdução Segundo Labov (1972, apud Severo 2007, p. 187), a definição de língua deve levar em consideração, necessariamente, o contexto social, o que implica atribuir à língua uma função comunicativa. A estrutura da língua, para este autor, é passível de ser estudada pela fala dos indivíduos; tal estrutura é variável, há uma correlação entre o uso lingüístico e a estratificação social; os indivíduos, em alguma medida, possuem consciência do processo de mudança da língua e, por último, há forças sociais que atuam na mudança linguística (SEVERO, p. 140). A partir dessa perspectiva faz- se necessário atentar para um tema que tem muito a ver com a definição de Labov, as atitudes linguísticas. Moreno Fernández (1998) afirma que já em 1970, Agueyisi e Fishman chamavam a atenção para a importância que os estudos de atitudes têm no campo da Sociolinguística, pois permite conhecer de forma mais profunda assuntos como a eleição de uma língua em sociedades multilíngues, a inteligibilidade, o planejamento linguístico, o ensino de línguas, dentre outros aspectos. Por outro lado, as atitudes têm uma influência decisiva nos processos de variação e 1 Docente da Universidade de Brasília (UNB). Vade mecum do ensino das línguas estrangeiras/adicionais 46 mudança linguísticos que se produzem nas comunidades de fala. Uma atitude favorável ou positiva pode fazer que uma mudança linguística se cumpra mais rapidamente, que em certos contextos predomine o uso de uma língua em detrimento de outra, que o ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira seja mais eficaz, que certas variantes linguísticas se confinem aos contextos menos formais e outras predominem nos estilos cuidadosos. Uma atitude desfavorável ou negativa pode levar ao abandono e ao esquecimento de uma língua ou impedir a difusão de uma variante ou uma mudança linguística (MORENO FERNÁNDEZ, 1998, p. 179). Nesse sentido, é válida a observação de Blanco (2007, p. 20) ao apontar para o fato de que na Linguística Aplicada este tema não parece ocupar um lugar relevante, questão que deve ser analisada e discutida, devido à sua importância e ao que representa para a área de ensino aprendizagem de LE e LM. Mas antes de falarmos sobre atitude linguística é necessário trazer à tona o conceito de atitude. O conceito de Atitude No dicionário Larousse (1992) atitude é definida como ação, conduta, procedimento. Já no sentido figurado, significa exteriorização de um intento ou propósito. Allport (1935, p. 810) traz a seguinte definição: Atitude é um estado mental e psicológico de disposição, organizado através da experiência, que exerce uma influência direta ou dinâmica na relação do indivíduo diante de todos os objetos e todas as situações com que se encontra relacionado. Este autor além de apresentar a sua definição, destaca nela alguns elementos essenciais da atitude, que também veremos em outros autores que investigam essa área, a saber: a) são organizações duradouras de crenças e cognições em geral; b) possuem uma carga positiva ou negativa (pró ou contra); c) são predisposições à ação; d) são direcionadas a um objeto social. O enfoque principal de Allport está relacionado à natureza das atitudes, a sua definição é global e integradora,