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FARMÁCIA INTRODUÇÃO À PRÁTICA FARMACÊUTICA (IPF) POSTAGEM 2 ATIVIDADE 2 – RELATÓRIO FINAL Janaina Pierrot Martins – 2080517 Polo Tucuruvi 2020 1 Resumo A farmácia comunitária refere-se à atuação do profissional farmacêutico em estabelecimentos de saúde não hospitalar, diante disso o presente trabalho tem como objetivo investigar a percepção dos profissionais farmacêuticos em sua área de atuação. Para o desenvolvimento do estudo foi utilizado uma pesquisa de campo com profissionais que atuam em farmácia comunitária, onde foi abordado questões do cotidiano relacionando-as à conceitos vivenciados durante sua formação acadêmica, dificuldades e necessidades que o profissional identificou que fossem necessárias para a realização de sua práticas. O trabalho conclui se os profissionais farmacêuticos aplicam seu conhecimento e reconhecem a importância dos conceitos adquiridos nas disciplinas de Biologia, Fisiologia, Anatomia Humana, Química Geral e Bioestatística. Palavras-chave: Farmácia Comunitária, Atribuições do Farmacêutico, Dispensação, Intercambialidade. 2 1. INTRODUÇÃO Durante a formação o profissional farmacêutico é apresentado a diversas áreas de habilitação, dentre elas a Farmácia Comunitária. Ao ingressar ao mercado de trabalho o farmacêutico se depara com uma realidade diferente da qual ele vivenciou em sua formação, como as práticas que ele deveria executar em seu dia a dia e outras atribuições relacionadas à farmácia comunitária. A Farmácia Comunitária mais conhecida como Drogaria é a área de atuação mais comum de escolha entre os profissionais, atualmente o grande varejo tem evoluído na geração de empregos no mercado farmacêutico, segundo a Abrafarma, Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias, em julho de 2019 já se identificava um crescimento com cerca de quatro mil Farmacêuticos em relação ao ano de 2017. Considera-se farmácia comunitária o estabelecimento de saúde e de interesse público com o objetivo de assegurar a continuidade dos cuidados prestados ao paciente. De acordo com a Lei nº 13.021 de 08 de agosto de 2014, onde as Farmácias e Drogarias são reafirmadas como Estabelecimentos de saúde destacando-se: [...] Art. 3º Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva, na qual se processe a manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos. Parágrafo único. As farmácias serão classificadas segundo sua natureza como: I – Farmácia sem manipulação ou Drogaria: estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais; II – Farmácia com manipulação: estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica. (BRASIL, LEI Nº 13.021, DE 8 DE AGOSTO DE 2014, Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas). As atribuições do Farmacêutico em Farmácia Comunitária são diversas, desde atendimento ao público até soluções mais burocráticas. O farmacêutico deve estar atento ao conceito de logística farmacêutica onde ele deverá fazer a 3 aquisição dos medicamentos, recebê-los e armazená-los de forma correta. Outra atribuição muito encontrada em Farmácia Comunitária é a de intercambialidade de medicamentos, onde permite o farmacêutico substituir um medicamento de referência pelo seu medicamento genérico, esta prática e um ato privativo do farmacêutico. [...] A intercambialidade de medicamentos é regulamentada pelas RDC Anvisa n 16/2007 e 58/2014. Elas permitem ao farmacêutico substituir o medicamento de referência pelo seu medicamento genérico correspondente e vice-versa, e o medicamento de referência pelo seu medicamento similar intercambiável e vice-versa. Em ambos os casos, é importante observar se não existe qualquer restrição por parte do prescritos quanto à substituição, pois, se houver, inviabilizará a intercambialidade. A intercambialidade de medicamentos é um ato privativo do farmacêutico. De acordo com a RDC ANVISA n° 16/2007, ao realizar a intercambialidade, o farmacêutico deverá indicar a substituição realizada na prescrição, apor seu carimbo com nome e número de inscrição do Conselho Regional de Farmácia, datar e assinar. (MELLO, Andressa R. N. Assistência Farmacêutica. 1. ed. São Paulo: Clube de Autores, 2019. p. 16). Dentre todas as atribuições do Farmacêutico, o principal objetivo da farmácia comunitária é a dispensação de medicamentos, onde o farmacêutico busca passar todas as informações ao paciente de forma correta possibilitando melhorar o processo de uso, assim reduzindo possíveis resultados negativos e reações adversas [...] Dispensação é o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente, como resposta à apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado. Neste ato o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento. São elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de conservação dos produtos. (BRASIL, PORTARIA Nº 3916, DE 30 DE OUTUBRO DE 1998, Dispõe sobre a política nacional de medicamentos) O presente trabalho objetiva apresentar questões sobre a atuação dos farmacêuticos na área de Farmácia Comunitária, identificando se conceitos aprendidos em sua formação são usados em seu dia a dia profissional, dessa forma trazendo ao nosso conhecimento a percepção desse profissional sobre sua área de atuação. 4 2. MATERIAL E MÉTODOS Com o objetivo de avaliar a percepção dos profissionais farmacêuticos em sua área de atuação, foi realizado uma pesquisa de campo com os profissionais que atuam em farmácia comunitária. O intuito era que o farmacêutico demonstrasse como é o seu ambiente de trabalho, se a sua escolha de atuação foi satisfatória e se ele identificou em seu dia a dia a presença de conceitos aprendidos em sua formação. O questionário para a pesquisa foi elaborado de forma objetiva, com questões fechadas e com base em práticas que o farmacêutico vivência diariamente em Farmácia Comunitária. Foram entregues 30 questionários para profissionais de drogarias situadas em um bairro da Zona Norte de São Paulo, onde foi obtido retorno de 27 profissionais. Os dados coletados foram repassados para uma ferramenta do site Google denominada formulários, assim obtendo com mais clareza os resultados obtidos. O questionário utilizado na pesquisa de campo encontra-se em anexo. 5 3. RESULTADOS Os resultados da pesquisa de campo podem ser observados nos gráficos 3.1 a 3.10. GRÁFICO 3.1 - Nível de escolaridade. GRÁFICO 3.2 - Tempo de atuação na área de Farmácia Comunitária. 6 GRÁFICO 3.3 - Satisfação com a área de atuação. GRÁFICO 3.4 - Necessidade dos profissionais em buscar especialização. 7 GRÁFICO 3.5 – Justificativa dos profissionais de atuar em Farmácia Comunitária. GRÁFICO 3.6 - Dificuldades identificadas pelos profissionais em Farmácia Comunitária. 8 GRÁFICO 3.7 – Importância da prática de dispensação de medicamentos. GRÁFICO 3.8– Presença das disciplinas de Anatomia Humana, Fisiologia e Biologia, em práticas diárias dos profissionais. 9 GRÁFICO 3.9 – Importância do farmacêutico para uso racional de medicamentos. GRÁFICO 3.10 - Presença de Bioestatística à sua rotina dos profissionais. 10 4. DISCUSSÕES Através dos dados obtidos com a pesquisa pode-se verificar que 78% dos profissionais farmacêuticos que atuam em farmácia comunitária estão satisfeitos com sua escolha, sendo comum entre eles a necessidade de buscar especialização. Porém, foi relatado como a maior dificuldade enfrentada por eles o atendimento ao público, quando questionados sobre a importância do farmacêutico para o uso racional de medicamentos aproximadamente 45% afirmou não ser necessário à presença do farmacêutico uma vez que a automedicação tem tomado grande força. Foi observado que 85% dos profissionais farmacêuticos defendem a necessidade de se fazer a dispensação dos medicamentos, uma vez que muitas dúvidas ficam para o paciente após sair dos consultórios médicos. Quando questionados sobre a presença dos conceitos aprendidos ao longo de sua formação 33% acham esses conceitos fundamentais para a dispensação dos medicamentos, houve relatos de profissionais que não conseguem aplicar seus conhecimentos de Biologia e Fisiologia no atendimento ao paciente, encontram dificuldades em fazer com que o paciente compreenda o porquê ele está fazendo uso daquela medicação, já 67% acham que esses conceitos os auxiliam quando é necessário fazer a venda dos medicamentos sem prescrição médica, pois é necessário que se compreenda o que está acontecendo no corpo humano para que se dispense uma medicação adequada até que o paciente possa buscar auxilio médico. 11 5. CONCLUSÃO Pode ser concluir que a cada dia os profissionais reafirmam a importância do farmacêutico, buscam apresentar ao paciente que o trabalho do farmacêutico é um complemento ao atendimento médico, para que o paciente tenha um tratamento eficaz. Como estudante, observei que a percepção dos profissionais sobre as práticas na farmácia comunitária é que eles ainda buscam aplicar no seu cotidiano as disciplinas desenvolvidas durante sua formação, atendendo o paciente da melhor forma possível com ética e discernimento para honrar sua escolha de área de atuação. 12 6. REFERÊNCIAS ABRAFARMA. Grandes Números Abrafarma 2019. Disponível em: https://dedddc6a-a78f-4ab9-a66f- 7e257251578b.filesusr.com/ugd/03661a_d96b2c8db2cd42ab9a432b1f47e1b00a.pdf. Acesso em: 15 set. 2020. BRANDÃO, Aloísio. Entrevista com Amilson Álvares: Os mil e um rumos da farmácia comunitária. Pharmacia Brasileira , Brasília, v. 73, n. 12, p. 24-30, dez./2009. Disponível em: https://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/123/024a030_entrevista_com_amils on.pdf. Acesso em: 17 set. 2020. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Encarte Farmácia Comunitária - Manual II. Disponível em: http://www.farmaceuticos.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/69/encarte_farmAcia_com unitAria.pdf. Acesso em: 17 set. 2020. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Encarte Farmácia Comunitária - Manual III. Disponível em: https://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/122/encarte_farmAcia_comunitAria.p df . Acesso em: 17 set. 2020. FARMACÊUTICAS. Análise Estatística para a Indústria Farmacêutica. Disponível em: https://www.farmaceuticas.com.br/analise-estatistica-para-a-industria- farmaceutica/. Acesso em: 16 set. 2020. MELLO, Andressa R. N. Assistência Farmacêutica. 1. ed. São Paulo: Clube de Autores, 2019. p. 1-43. CORRER, Cassyano J.; OTUKI, Michel F. A Prática Farmacêutica na Farmácia comunitária. 1. ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2013. p. 1-453. 13 ANEXO Questionário – A Percepção dos Profissionais Farmacêuticos Sobre as Práticas Farmacêuticas na Farmácia Comunitária. 1) Qual seu nível de escolaridade? ( ) Graduação ( ) Pós-graduação ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2) Há quanto tempo você está atuando na área de Farmácia Comunitária? ( ) Até 1 Ano ( ) De 2 a 3 anos ( ) Acima de 3 anos 3) Você está satisfeito com sua área de atuação? ( ) Sim ( ) Não 4) Você sentiu necessidade de buscar especialização para atuar em Farmácia Comunitária? Sim, em legislação. Sim, em logística farmacêutica. Sim, em intercambialidade e Dispensação de medicamentos. Não, acredito que conhecimento que possuo já é o suficiente. 5) Você optou por atuar em Farmácia Comunitária. Assinale abaixo o porquê você fez esta escolha. ( ) Essa sempre foi minha vocação. ( ) Acredito que seja a área com mais retorno financeiro. ( ) Atualmente estou atuando nessa área, mas não é minha decisão final. 6) Você concorda com as dificuldades listadas abaixo na Farmácia Comunitária? Reconhecimento Salário Uso irracional de medicamentos 14 Atendimento ao público 7) Você acredita que a prática de dispensação de medicamentos seja fundamental no dia a dia da Farmácia Comunitária? ( ) Sim, pois é fundamental que o paciente adquira todas as informações necessárias sobre sua prescrição, além de reafirmar a importância do profissional farmacêutico. ( ) Não, acredito que o paciente deve buscar todas as informações anteriormente com o Médico. 8) Ao longo de sua formação, você teve as disciplinas de Anatomia Humana, Fisiologia e Biologia, em sua opinião essas disciplinas estão mais presentes em que práticas do seu dia a dia? ( ) Esses conceitos me auxiliam na dispensação e intercambialidade de medicamentos. ( ) São conceitos fundamentais para a venda de medicamentos isentos de prescrição. 9) Você acredita que o farmacêutico tem um papel muito importante para uso racional de medicamentos? ( ) Sim. Ao longo da minha atuação na Farmácia Comunitária acredito que seja fundamental a presença do farmacêutico, pois assim é possível aviar a receita de forma correta para o paciente, evitando o uso irracional e excessivo de medicamentos. ( ) Não. Apesar da presença do farmacêutico ainda é difícil evitar a automedicação inapropriada e o uso excessivo de medicamentos. 10) A Estatística é utilizada em diversas áreas com o objetivo de realizar pesquisas, colher dados e processá-los, a bioestatística é a estatística aplicada às ciências. Você consegue identificar a presença de Bioestatística à sua rotina? 15 ( ) Sim, em logística farmacêutica, faturamento entre outras práticas. ( ) Não, acredito que seja direcionado ao setor administrativo e gerência.
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