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IMUNOLOGIA – HISTOLOGIA (Ross) Gabriela Chioli Boer – T9 IMUNOLOGIA – HISTOLOGIA VASOS LINFÁTICOS Constituem a via pela qual células e grandes moléculas passam dos espaços de tecido de volta ao sangue. Os vasos linfáticos começam como redes capilares de fundo cego no tecido conjuntivo frouxo e são mais numerosos abaixo do epitélio da pele e mucosas. À medida que a linfa circula través dos vasos linfáticos, ela passa pelos linfonodos. Dentro dos linfonodos, as substâncias estranhas (antígenos) transportadas na linfa são aprisionadas pelas DCs foliculares. O antígeno exposto na superfície das DCs foliculares pode então ser processado pelas APCs dentro do linfonodo Obs: os linfócitos circulam através dos vasos linfáticos e sanguíneos. Os linfócitos transportados na linfa entram nos linfonodos por meio dos vasos linfáticos aferentes, enquanto os transportados pelo sangue entram nos linfonodos através das paredes das vênulas pós- capilares (vênulas de endotélio alto – HEV). As células B e T migram e ocupam diferentes regiões no interior do linfonodo. Alguns linfócitos atravessam o linfonodo e o deixam através dos vasos linfáticos eferentes, que levam ao tronco linfático direito ou ao ducto torácico. TECIDO LINFÁTICO DIFUSO E NÓDULOS O tecido linfático difuso e os nódulos linfáticos protegem o corpo contra substâncias patogênicas e constituem o local da reposta imune inicial O canal alimentar, as vias respiratórias e o sistema geniturinário são protegidos por acúmulo de tecido linfático, que não estão envolvidos por uma cápsula. Os linfócitos e outras células livres desse tecido são encontrados na lâmina própria (tecido subepitelial) desses tratos. Essa forma de tecido linfático é denominado tecido linfático difuso ou associado à mucosa (MALT). Essas células estão estrategicamente localizadas para interceptar antígenos e iniciar uma resposta imune. Após entrar em contato com o antígeno, essas células seguem o seu trajeto até os linfonodos regionais, em que sofrem proliferação e diferenciação. Em seguida, a progênie dessas células retorna à lâmina própria com linfócitos B e T efetores. Além do tecido linfático difuso, concentrações localizadas de linfócitos são comumente encontradas nas paredes do canal alimentar, das vias respiratórias e do sistema genitourinário. Essas concentrações, denominadas nódulos linfáticos ou folículos linfáticos, embora sejam nitidamente definidas, não são encapsuladas. O nódulo primário é um nódulo linfático que consiste principalmente em pequenos linfócitos. No entanto, os nódulos são, em sua maioria, nódulos secundários, onde ocorrem as reações de centro germinativo. No centro germinativo há: células foliculares dendríticas, linfócitos T foliculares e linfócitos B que irão se diferenciar em plasmócitos de vida longa com produção de anticorpos de alta afinidade após troca de isotipo. Os nódulos podem estar dispersos pelo organismo todo ou concentrado em regiões específicas do TGI – tonsilas faríngea, palatina lingual, das criptas e placas de Peyer. LINFONODO – LÂMINA 18 Os linfonodos são pequenos órgãos encapsulados, localizados ao longo do trajeto dos vasos linfáticos, que filtram a linfa Dois tipos de vasos linfáticos saem do linfonodo: ▪ Vasos aferentes: vários; região próxima à cortical → transportam a linfa para o linfonodo e penetram nele em vários pontos na borda convexa da cápsula ▪ Vaso eferente: apenas um; região próxima à medular → transportam a linfa para fora do linfonodo através do hilo, uma depressão existente na superfície côncava. Os elementos de sustentação do linfonodo são os seguintes: ▪ Cápsula de tecido conjuntivo denso modelado: envolve o órgão; há células adiposas em seu interior ▪ As trabéculas, também compostas de tecido conjuntivo denso, se estendem desde a cápsula até o centro do linfonodo, formando um arcabouço distinto IMUNOLOGIA – HISTOLOGIA (Ross) Gabriela Chioli Boer – T9 ▪ Tecido reticular: composto de células e fibras reticulares, que formam uma fina rede de sustentação em todo o restante do órgão. Células desse tecido: reticulares – produzem colágeno tipo III; DCs (região da zona T no Paracórtex); macrófagos – funcionam como APCs; FDCs (não expressam MHC – apresentam o antígeno para a célula B no folículo) ▪ Região cortical: periferia do órgão; face convexa; possui folículos linfoides (primário – sem centro germinativo; secundário – com centro germinativo); possui sub-região denominada cortical profunda ou paracortical, situada no limite com a região medular o Paracórtex: região de linfócitos T “soltos”, provenientes do timo e DCs; vênulas do endotélio alto – HEV (entrada de linfócitos pela circulação/células cúbicas); córtex dependente de timo ▪ As vênulas do endotélio alto (HEV) especializadas constituem o local de absorção de líquido e de entrada de linfócitos B e T circulantes no linfonodo. ▪ Região medular: face achatada do órgão; cordões e seios medulares; tecido conjuntivo e vasos; não há folículos linfoides o Cordões medulares: estruturas mais coradas; possuem grande concentração de linfócitos e plasmócitos o Seios medulares: espaços situados entre os cordões medulares; concentração celular menor que nos cordões; são menos corados; linfócitos, macrófagos e células reticulares; locais preferenciais para o fluxo de linfa no interior do linfonodo ▪ Folículos linfoides: locais em que se concentram linfócitos B; folículos em atividade (secundários) possuem centro germinativo, que é envolvido por manto o Folículo primário: linfócitos B não sensibilizados/ativados o Folículo secundário: linfócitos B que sofreram sensibilização de um antígeno e diferenciam-se em plasmócitos para produção de anticorpos e células de memória ▪ Seio subcapsular: espaço achatado; pouco celularizado, situado abaixo da cápsula, por onde entra a linfa. TIMO – LÂMINA 21 É um órgão bilobado linfo epitelial localizado no mediastino superior ▪ Cápsula de tecido conjuntivo: envia septos (trabéculas) para o interior do órgão, dividindo-o em lóbulos; leva vasos para a nutrição do parênquima do timo ▪ Possui córtex e medula. o O córtex é a camada mais externa e escura (possui mais linfócitos); presença da barreira hematotímica (ERC I); presença das células reticulares epiteliais (ERCs) I, II e III; timócitos imaturos o A medula é a camada mais interna e clara (degradação linfocitária); local de ocorrência da seleção negativa; há macrófagos e células reticulares epiteliais (ERCs) IV, V e VI; timócitos maduros ▪ Corpúsculo de Hassall = ERC VI; acidófilos; núcleos picnóticos; rodeados por linfócitos; secretam citocinas (IL-4 e IL-7) ▪ Células reticulares epiteliais (ERCs): formam redes e delimitam espaços no timo; importantes para maturação de linfócitos. Possuem núcleo grande concentrado e citoplasma claro o Tipo I: participam do isolamento do parênquima e do tecido conjuntivo – barreira hematotímica o Tipo II: compartimentalizam o córtex em áreas isoladas para as células T em desenvolvimento. Expressam moléculas MHC I e II, envolvidas na seleção das células tímicas o Tipo III: barreira funcional entre córtex e medula; contém MHC I e II IMUNOLOGIA – HISTOLOGIA (Ross) Gabriela Chioli Boer – T9 o Tipo IV: barreira de junção corticomedular o Tipo V: os prolongamentos das células adjacentes são unidos por desmossomos para proporcionar o arcabouço celular da medula e para compartimentalizar grupos de linfócitos o Tipo VI: formam os corpúsculos de Hassall ▪ Linfócitos já comprometidos são degradados por apoptose no timo (seleção negativa) ▪ Barreira hematotímica: formado pelo ERC I, macrófagos, lâmina basal, pericito e endotélio do vaso sanguíneo; localiza no córtex; função de evitar que linfócitos imaturos entrem emcontato com antígeno. o De dentro pra fora: endotélio → lâmina basal → pericito → tecido conjuntivo com macrófagos → lâmina basal da ERC I → ER I Educação do timo: O processo de maturação e diferenciação das células tronco em células T imunocompetentes é denominado processo de educação, mais tradicionalmente conhecido como processo de seleção das células tímicas – caracteriza-se pela expressão e deleção de moléculas CD específicas de superfície. O processo de seleção das células tímicas é promovido por moléculas secretadas pelas células reticulares epiteliais e inclui as interleucinas (IL4 e IL7), fatores de estimulação de colônias e a interferon γ. BAÇO – LÂMINA 22 Filtra o sangue e reage imunologicamente aos antigenos transportados pelo sangue. ▪ Cápsula de tecido conjuntivo denso: revestimento do baço; epitélio simples pavimentoso; constituída de tecido conjuntivo denso modelado; populações de fibras musculares lisas ▪ Folículos linfoides: espalhados pelo órgão todo; constituídos por linfócitos B ▪ Trabéculas de tecido conjuntivo/ miofibroblastos: prolongamento do tecido conjuntivo da capsula; população de fibras musculares lisas (contração para liberar maior quantidade de sangue); esponja ▪ Polpa branca: porção imunológica - linfócitos organizados em torno das bainhas periarteriolares (PALS); folículos linfóides; revestimento endotelial contínuo; plasma (com antígenos) permeável, mas hemácias não o Bainha periarteriolar: bainha linfocitária; local onde há linfócitos T ▪ Polpa vermelha: hemocaterese - composta por cordões e sinusóides esplênicos; possui capilares sinusóides; locais de entrada e saída de hemácias IMUNOLOGIA – HISTOLOGIA (Ross) Gabriela Chioli Boer – T9 o Cordões esplênicos: situam-se entre os sinusóides; há predomínio de linfócitos e macrófagos o Sinusóides: capilares sanguíneos de lúmen dilatado e irregular; paredes delgadas com interrupções que facilitam a passagem de conteúdo celular através da parede As funções do sistema imune no baço incluem: I. Apresentação do antígeno pelas APC (principalmente células dendríticas e macrófagos) e iniciação da resposta imune II. Ativação e proliferação dos linfócitos B e T Produção de anticorpos contra antígenos presentes no sangue circulante III. Remoção de antígenos macromoleculares do sangue. IV. A ativação e a proliferação das células T e a diferenciação das células B e dos plasmócitos, bem como a secreção de anticorpos, ocorrem na polpa branca do baço; nesse aspecto, a polpa branca é o equivalente de outros órgãos linfáticos. As funções hemocitopoéticas do baço incluem as seguintes: I. Remoção e destruição dos eritrócitos e das plaquetas senescentes, danificados e anormais II. Recuperação do ferro da hemoglobina dos eritrócitos III. Formação de eritrócitos no início da vida fetal IV. Armazenamento do sangue, particularmente dos eritrócitos, em algumas espécies.
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