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Antinomia Jurídica-Glaucio-UCAM BANGU-IEDII

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Antinomia Jurídica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso: Direito – UCAM Bangu 
Disciplina: Introdução ao Estudo do Direito II 
Professor: Sérgio Correia 
Aluno: Glaucio de Almeida Amador 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
 
Dizem que "o direito ama a dúvida, e a faz musa na controvérsia". Vamos 
analisar um tema que é um dos que mais atormentam o doutrinador e o cientista do 
Direito, posto que ainda não se delineou, e nunca o farão, uma solução pacífica e 
geral para as colisões de segundo grau, os chamados conflitos de critérios, 
definidores das antinomias reais. 
Com o surgimento de qualquer lei nova, ganha relevância o estudo das 
antinomias, também denominadas lacunas de conflito. Isso porque devemos 
conceber o ordenamento jurídico como um sistema aberto, em que há lacunas. Dessa 
forma, a antinomia é a presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas de 
autoridade competente, sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação em 
determinado caso concreto. 
O presente trabalho visa mostrar o conceito e classificação das antinomias, 
assim como, os critérios para solucionar essas lacunas de conflito. 
 
2. Antinomia Jurídica: Conceito e Classificação 
 
 A situação de normas compatíveis entre si é uma dificuldade tradicional 
frente à qual se encontramos juristas de todos os tempos, e tem uma denominação 
própria característica: antinomia. 
 Antinomia está associada a consistência do ordenamento jurídico e 
pode ser caracterizada como o conflito entre duas normas, dois princípios ou de uma 
norma e um princípio geral de direito em sua aplicação prática a um caso particular. 
É a presença de duas normas conflitantes, sem que possa saber qual delas deverá 
ser aplicada ao caso singular. 
Com o surgimento de qualquer lei nova, ganha relevância o estudo das 
antinomias, também denominadas lacunas de conflito. Isso porque devemos 
conceber o ordenamento jurídico como um sistema aberto, em que há lacunas. Dessa 
forma, a antinomia é a presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas de 
autoridade competente, sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação em 
determinado caso concreto. 
 2.1 – Classificação das Antinomias 
 
Seria inconcebível classificar as antinomias sem falar a respeito de tais 
condições. Faz-se indispensável, a presença de duas condições para que ocorra o 
processo antinômico. O primeiro deles é que as normas pertençam a um único 
ordenamento, do contrário subsistirá, ainda sendo as normas independentes entre si, 
uma relação de coordenação ou subordinação. Um exemplo disto é o caso de Direito 
positivo e Direito natural, onde se considera o primeiro subordinado ao segundo. A 
segunda, que pertençam ao mesmo âmbito de validade, ressaltando que quatro são 
os âmbitos- o temporal, espacial, pessoal e material; isto é, uma antinomia surge 
quando normas valem: em um mesmo lapso temporal; num mesmo local; para os 
mesmos indivíduos; ou ainda, abordando a mesma matéria de distintas formas. 
As antinomias são agrupadas pela doutrina em classes diversas, infra 
esboçadas: 
 2.1.1 Antinomias reais e aparentes 
Antinomia real: Quando não houver na ordem jurídica qualquer critério 
normativo para solucioná-la, sendo, então, imprescindível à sua eliminação a edição 
de uma nova norma ou extirpação de uma daquelas normas conflitantes. 
Antinomia aparente: São aquelas para as quais o ordenamento encontra forma 
sistêmica de solução. Os critérios para solução estão no próprio ordenamento. 
2.1.2 Antinomias próprias e impróprias 
Antinomias próprias: As que se perfazem por vias formais normativas; aquelas 
que ocorrem por motivos formais: por exemplo, uma norma permite o que outra 
obriga. 
Antinomias impróprias: as que se dão em virtude do conteúdo material das 
normas. Nas antinomias improprias o conflito é mais entre o comando estabelecido 
e a consciência do aplicador. 
 2.1.3 A classificação quanto à extensão do contraste 
Antinomia total-total: Ocorre quando uma das normas não pode ser aplicada 
em nenhuma circunstância, sem entrar em conflito com outra em todos os seus 
termos. Ocorre entre normas com âmbitos de validade idênticos, caso em que a 
aplicação de qualquer das duas necessariamente elimina inteiramente a aplicação da 
outra; 
Antinomia total-parcial: quando uma das normas não pode ser aplicada em 
nenhuma hipótese, sem entrar em conflito com outra, enquanto a outra tem um 
campo de aplicação que entra em conflito com a anterior apenas em parte; 
Antinomia parcial-parcial: quando as duas normas têm um campo de 
aplicação que em parte entra em conflito com o da outra, em parte não entra. O 
conflito permanece apenas em parte do âmbito de validade das normas, havendo 
ainda espaços de regulação exclusiva para ambas fora desta área cinzenta. Cada 
uma das normas tem um campo de aplicação em conflito com a outra, e um campo 
de aplicação no qual o conflito não existe. 
2.1.4 classificação quanto ao âmbito. 
Antinomia de direito interno: O ocorre entre normas de um mesmo ramo do 
direito ou entre aquelas de diferentes ramos jurídicos, num dado ordenamento 
jurídico. 
Antinomia de direito internacional: a que aparece entre normas de direito 
internacional, como convenções internacionais, costumes internacionais, princípios 
gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas, etc. 
Antinomia de direito interno-internacional: que surge entre norma de direito 
interno de um país e norma de direito interno de outro país, também ocorrendo entre 
norma de direito interno e norma de direito internacional. Resume-se no problema das 
relações entre dois ordenamentos, na prevalência de um sobre o outro. 
Em geral, se o juízo que vai decidir é internacional, a jurisprudência consagra a 
superioridade de norma internacional sobre a interna. Se o juízo é interno, temos 
diferentes soluções. A Primeira reconhece a autoridade relativa do tratado e de outras 
fontes na ordem interna, entendendo que o legislador não quer ou não quis violar o 
tratado, salvo os casos em que o faça claramente, caso em que a lei interna 
prevalecerá. A segunda reconhece a superioridade do tratado sobre a lei mais recente 
em data. A terceira também reconhece essa superioridade, mas liga-se a um controle 
jurisdicional da constitucionalidade da lei. 
 
3. Critério para solução 
A partir de agora abordaremos formas para solucionar as antinomias. A 
jurisprudência elaborou alguns critérios, mas é mister ressaltar que essas regras não 
servem para solucionar todos os conflitos. 
3.1 O critério cronológico “Lex posterior derogat legi priori”, remonta ao período 
que as normas entram em vigor. Tendo duas normas incompatíveis será mantida a 
norma posterior (Lex posterior). 
 
3.2 O critério hierárquico “Lex superior derogat legi inferiori”, tem por 
baseamento a superioridade que uma norma tem em relação à outra. Como é sabido, 
as normas de um ordenamento são escalonadas, ou seja, são colocadas em ordem 
hierárquica. Assim, entre duas normas incompatíveis, a norma superior revoga a 
inferior, mas a recíproca não é verdade. Uma norma constitucional revoga uma norma 
ordinária, mas uma lei ordinária jamais poderá revogar uma lei constitucional, pois 
seu poder normativo é inócuo ante a norma constitucional. 
 
3.3 O critério de especialidade “Lex specialis derogat legi generali”, como 
presume, trata das normas especiais e das normas gerais. Havendo conflito entre 
essas normas, prevalece à primeira. 
 
4. Insuficiência e Conflitos 
A busca pela solução desses tipos de antinomia é feita pelo próprio intérprete, 
que empregará todas as técnicas de interpretação usadas pelos juristas e não se 
limitará a aplicar apenas uma regra. No caso da insuficiência dos critérios de solução, 
o intérprete terá três possibilidades de soluções: 
1. Eliminar uma; 
2. Eliminar duas; 
3. Conservar ambas 
 
A primeira solução trata-se de uma ab-rogação, todavia, essa deve ser 
considerada imprópria, pois é feita pelo jurista ou juiz, que não possui poder normativopara tal- este tem o poder de apenas aplicar a norma que considerar compatível, 
descartando a outra, não significando que estará eliminando-a do sistema. Verifica-
se no segundo caso, a eliminação de duas normas em conflito, somente, quando o 
caso for de contrariedade. Falar-se-á de uma dupla ab-rogação, nesse caso uma 
norma suprime a outra, sendo que nenhuma pode sobejar. A terceira solução é a mais 
recorrida pelo intérprete, que, nesse caso, corroborará que as normas não são 
incompatíveis, que se trata de uma incompatibilidade aparente. Os juízes e juristas 
tendem a utilizar mais o último caminho, ou seja, tendem à conservação das normas 
dadas. 
E quando ocorre conflitos entre os critérios? Urge saber da probabilidade de 
aparição de normas conflitantes em que, concomitantemente, se aplicam dois ou até 
três critérios. São os cognominados conflitos entre critérios. 
Um deles, o conflito entre o critério hierárquico e o cronológico, é caso de uma 
norma anterior ser antinômica em relação à outra posterior-inferior. O conflito se 
encontra no fato de que se for aplicado o primeiro critério prevalece à norma anterior 
e de for aplicado o segundo critério prevalece à norma posterior – inferior. Nesse caso 
sobressai o critério hierárquico, que tem como implicação eliminar a norma inferior. 
Outro conflito, entre o critério cronológico e o de especialidade, ocorre quando 
uma norma anterior especial entra em conflito com uma norma posterior geral. O 
conflito entre critério de especialidade e critério cronológico deve ser resolvido em 
favor do primeiro. 
O último conflito se dá entre o critério hierárquico e o de especialidade, uma 
resposta segura de qual critério usar é impossível, então a solução dependerá do 
intérprete, o qual poderá aplicar ao seu talante, ora um critério ora outro, conforme as 
circunstâncias. 
 
5. Conclusão 
 
 
A respeito de que tratamos no trabalho sobre as antinomias jurídicas, há de 
se concordar do mal em tê-las ao ordenamento, tendo a percepção da necessidade 
imprescindível de elaboração de formas ou meios para extingui-las. 
Um sistema jurídico com normas incompatíveis torna-se prejudicial tanto 
aqueles cujas atividades estão relacionadas a produção de normas quanto aqueles 
relacionados ao devem do cumprimento legal. É prejudicial para na produção de 
normas, pois com a discrepância normativa, uma das normas incompatíveis terá que 
soçobrar, e consequentemente com ela, a violação legislativa na qual se originou, e 
prejudicial para aqueles com o dever do cumprimento das regras legais, pois 
encontrarão um mix de normas e no contraditório escolher e obedecer a uma única 
norma, violando necessariamente, outra. 
 
 
Bibliografia: 
 
Bobbio, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico, 6º edição. Editora Universidade 
de Brasília. 
 
http://genjuridico.com.br/2015/02/25/breve-estudo-das-antinomias-ou-lacunas-de-
conflito/ 
 
https://jus.com.br/artigos/6014/antinomias-juridicas 
 
https://www.passeidireto.com/arquivo/25643817/resumo-sobre-antinomia-juridica-1-
semestre 
 
https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/artigos/121820125/o-que-e-antinomia-juridica 
 
https://jus.com.br/artigos/80964/antinomias-juridicas 
 
https://www.tjrs.jus.br/export/poder_judiciario/historia/memorialdopoder_judiciario/m
emorial_judiciario_gaucho/revistajusticaehistoria/issn_1677_Bruno_Boaventura.pdf 
 
 
http://genjuridico.com.br/2015/02/25/breve-estudo-das-antinomias-ou-lacunas-de-conflito/
http://genjuridico.com.br/2015/02/25/breve-estudo-das-antinomias-ou-lacunas-de-conflito/
https://jus.com.br/artigos/6014/antinomias-juridicas
https://www.passeidireto.com/arquivo/25643817/resumo-sobre-antinomia-juridica-1-semestre
https://www.passeidireto.com/arquivo/25643817/resumo-sobre-antinomia-juridica-1-semestre
https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/artigos/121820125/o-que-e-antinomia-juridica
https://jus.com.br/artigos/80964/antinomias-juridicas

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