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DIREITO PENAL I- RESUMO - Marcelo

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RESUMO AV1 DIREITO PENAL I 
 
Conceito do Direito Penal: É o conjunto de normas jurídicas que tem como objetivo a determinação das 
infrações penais e suas sanções respectivas (pena e medida de segurança) , além de prever princípios e 
valores para aplicação e interpretação das normas penais . 
 
Direito criminal x Direito Penal : O Direito criminal foi utilizado no brasil no código penal do império em 1890, 
e dava um maior enfoque ao crime e suas consequências jurídicas . O direito penal é a terminologia mais 
moderna e passou a ser utilizada no Brasil a partir do CP de 1890, sendo também utilizado pelo atual CP de 
1940. No direito penal se privilegia o estudo da punição. 
 
Direito penal Objetivo X Subjetivo: O Direito Penal objetivo é o conjunto de preceitos legais que 
regulam a atividade estatal de definir crimes e cominar sanções. Já Direito Penal subjetivo, ou 
simplesmente ius puniendi (direito de punir), é o direito (ou poder-dever, melhor dizendo) de punir 
os cidadãos que cometem crimes. 
 
Fontes do Direito Penal: As fontes do Direito Penal se dividem em: Fontes Materiais, Formais, Formais 
Imediatas e Formais Mediatas. 
 
Fontes Materiais: Quando pensamos em fonte da criação da norma, ou seja, provinda da União, estamos nos 
referindo à matéria. A exteriorização e produção do Direito são responsabilidade deste ente estatal. 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. 
 
Isso quer dizer que apenas a União pode ditar normas gerais de direito penal, proibir ou impor determinadas 
condutas – sejam elas comissivas/ação ou omissivas - ameaçando aplicar uma sanção caso haja a violação 
das leis penais. 
 
Então, quem pode propor leis em matéria penal? 
Podem propor a criação de leis penais: 
a) Os membros do Congresso Nacional (art. 61, caput, CF); 
 
b) O Presidente da República (art. 61, caput, CF); 
 
c) A iniciativa popular através da apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei (art. 61, § 2º CF). 
 
Isso porque, em um regime democrático, somente a vontade do povo conjugada com a vontade dos Estados 
pode inovar em matéria penal, criando ou revogando leis penais. 
 
Fontes Formais: O modo e a forma de como o Direito é exteriorizado. 
 
Fontes Formais Imediatas: Diz respeito a lei penal, ou seja, a norma; ou seja, as leis penais que existem. 
Segundo o princípio de legalidade, descrito abaixo, não há crime sem definição da lei anterior, nem pena sem 
prévio aviso legal. 
 
Fontes Formais Mediatas: De maneira geral, quando se trata de princípios gerais do direito e costumes. 
Quando a lei se omite, abre a possibilidade da aplicação desses princípios gerais do Direito, a jurisprudência, 
a doutrina e os costumes, que são fontes formais imediatas. A lei autoriza esses princípios. 
Doutrina: É o resultado da 
atividade intelectual dos 
doutrinadores, que facilita a 
evolução da jurisprudência e da 
própria lei . Mas igualmente não 
criam ou revogam leis penais. 
 
 
 
 
 
 
Jurisprudência: Consiste na repetição de decisões judiciais no mesmo sentido, tendo grande importância na 
consolidação e pacificação das decisões dos tribunais, mas não cria direito, servindo apenas de elemento 
interpretativo da norma penal. 
 
Direitos fundamentais e Garantismo penal: as normas de um ordenamento jurídico não estão com as normas 
constitucionais , que não dependem de nenhuma outra norma e sobre os quais repousa todo o ordenamento 
jurídico , e é justamente essa hierarquia de normas existente no chamado estado constitucional de direito , que 
Luis Ferrajoli buscou o fundamento de seu modelo garantista. 
 
A partir da CRFB/88 podemos afirmar, sem dúvidas que o direito penal brasileiro deve der concebido 
através de uma concepção democrática de estado de direito respeitando os direitos e garantias individuais 
reconhecidos na nossa Carta Magna. Significa dizer que o direito de punir do estado é substituído a lei editada 
de acordo com as regras democráticas, colaborando o direito penal à serviço da sociedade particularmente na 
proteção dos bens jurídicos fundamentais. 
 
A finalidade do Direito Penal: é proteger os bens mais importantes e necessários para a própria 
sobrevivência da sociedade, ou, nas precisas palavras de Luiz Regis Prado, "o pensamento jurídico moderno 
reconhece que o escopo imediato e primordial do Direito Penal radica na proteção dos bens jurídicos - 
essenciais ao indivíduo e à comunidade". Nilo Batista também aduz que "a missão do direito penal é a proteção 
de bens jurídicos, através da cominação, aplicação e execução da pena". A pena, portanto, é simplesmente o 
instrumento de coerção de que se vale o Direito Penal para a proteção dos bens, valores e interesses mais 
significativos da sociedade. 
 
Princípios Constitucionais e Infraconstitucionais do Direito Penal 
 
Anterioridade da Norma ou Princípio da Legalidade 
 
Dentro desse princípio, há a exigência de uma lei anterior que defina a prática de um ato reprovável como crime. Caso 
o ato não seja caracterizado crime, então o praticante não será condenado. “Não existe crime, ou pena, sem lei prévia 
que o defina.” 
 
Devido Processo Legal 
 
Não há possibilidade do juiz condenar um acusado qualquer, de maneira arbitrária, sendo que quem praticou o crime 
tem o direito de ter um julgamento justo. Os tribunais de exceção, no caso, estão proibidos. Eles são característicos 
daqueles em que o acusado já tem conhecimento prévio da condenação, mesmo antes do veredicto. Logo, o julgamento 
passa a ser definido como farsa que justifica a pena, embora aparente um caráter justo e isento. 
Princípio da Inocência 
 
Presumidamente, todo cidadão é inocente, salvo quando se prova o contrário. Logo, quem precisa provar a culpa do 
acusado é o Estado, e não ele provar sua inocência. “Para o direito penal, na dúvida, é melhor que um culpado seja solto, 
do que um inocente punido. 
 
Retroatividade da Lei mais Benéfica 
 
“Quando o fato não é mais considerado crime pela nova lei, ocorre o fenômeno da abolitio criminis.” O acusado pode 
ser beneficiado caso a sua pena seja diminuída, ou o crime ser descriminalizado (ou seja, deixarem de ser crimes, como 
foi o caso do adultério e da sedução), após a condenação. Entretanto, em caso contrário, se a lei se tornar mais severa, 
não será aplicada ao réu. 
 
Direito à Defesa 
 
“Se a pessoa não tiver recurso para contratar um defensor, o Estado proporcionará a defesa.” Independentemente do 
crime praticado e das suas circunstâncias, qualquer acusado tem direito à defesa. 
 
Princípio da Legalidade 
Limita o poder punitivo do Estado, não havendo crime, caso não haja lei que defina a infração 
penal e lhe imponha uma pena. A lei penal é fundamentada formalmente pela previsão da 
infração penal, e é dela que se retira a fonte exclusiva da aplicação da pena. 
Art.5° ,XXXIX CF- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 
 
 
Princípio da Intervenção Mínima 
 
Sua principal função é orientar e limitar o poder incriminador do Estado. Considera um ato como crime, somente se 
constituir proteção a determinado bem jurídico. Se recorre ao Direito Penal, apenas quando os meios de controle estatal 
e jurídicos foram insuficientes. 
 
Princípio da Fragmentariedade 
 
Estabelece que nem toda ameaça de lesão ou lesão são proibidos de acordo com a lei penal, como da mesma forma, nem 
tudo tem sua proteção. O Código Penal se limita aos fatos mais graves e que sugerem maior importância, tendo caráter 
seletivo de ilicitude. 
 
Princípio da Culpabilidade 
 
Habilidade detornar alguém incapaz de praticar infração penal, possibilitando a aplicação de uma pena com limites de 
individualização. Ou seja, àquele autor de um fato considerado antijurídico, não pode ser responsabilizado pelo seu 
resultado, caso não tenha agido com culpa ou dolo. 
 
Princípio da Humanidade 
 
O poder punitivo estatal é vedado por esse princípio, que proibe a aplicação de penas crueis como a capital e a prisão 
perpétua, pois são sanções que atingem a dignidade da pessoa humana. Prioriza-se a ressocialização do condenado 
através da execução penal, e não a sua degradação. 
 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana 
 
Previsto na Constituição Federal de 1988, esse princípio defende a dignidade do homem, protegendo-o das ações 
indevidas e arbitrárias do Estado. A razão deve prevalecer acima da emoção, no momento de se julgar a criminalidade 
do pior dos deliquentes, jamais intervindo como instrumento repugnante ou vexatório. 
Princípio da Insignificância 
 
Também conhecido como bagatela, o princípio da insignificância analisa a proporção entre a gravidade da conduta do 
criminoso, e a necessidade da intervenção estatal sobre isso. 
 
EX :Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
§ 6º Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
Aumento de pena. 
Art . 155/CP 
Princípio da Adequação Social 
 
Condutas socialmente permitidas, adequadas ou até mesmo toleradas não devem ser tipificadas pela lei penal, mas 
somente aquelas condutas de relevância social. O princípio seleciona os comportamentos, além de determinar valores 
aos mesmos. 
 
Princípio do in dúbio pro reo 
 
Na dúvida sobre a acusação da prática de uma infração penal, o acusado, em seu julgamento final, deverá ser absorvido. 
Quando não houver provas suficientes, havendo dúvidas, acata-se a interpretação mais favorável ao réu. 
 
Princípio da Igualdade 
 
Princípio que rege a aplicação da lei penal de maneira igualitária a todos os cidadãos. Prioriza-se a igualdade material 
acima da formal, buscando a não discriminação e proibido diferenças de tratamento, como está prescrito na Constituição 
Federal de 1988. 
 
Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos 
 
Tanbém conhecido como da ofensividade ou da lesividade, ocorre quando há lesão ou ameaça ao bem jurídico protegido 
por lei. Esse bem jurídico poder ser a vida, integridade física, propriedade, etc. 
 
Princípio da Efetividade 
 
De acordo com esse princípio, o Direito Penal, quando na sua intervenção, deve sempre ser eficaz e agindo de maneira 
preventiva e, quanto necessário, repreensiva. 
 
Princípio da Proporcionalidade 
 
Destina-se ao legislador, quando for criar uma norma com base na previsão de um fato abstrato, que leve em 
consideração a constituição de uma pena proporcional a prática antijurídica. Num segundo momento, quando se tratar 
de fatos concretos, o Estado-juiz, aplicador da lei penal, deve ter em mente aplicar pena proporcional, dentro dos critérios 
objetivos e subjetivos, ao injusto praticado. 
 
Princípio do ne bis in idem 
 
Para a prática de uma única infração penal, deverá haver somente uma punição criminal, impossibilitando a existência 
de duas ou mais punições. 
 
Princípio da Lesividade 
O Princípio da Lesividade, ou Princípio da Ofensividade como ele também é conhecido, parte do 
preceito de que não haverá crime se não houver lesão, ou ao menos um perigo de lesão a um 
bem jurídico 
Teoria da Norma Penal: De Acordo com o princípio da reserva legal, em matéria penal, pelo fato de lidarmos com o 
direito de liberdade de dos cidadãos, pode-se fazer tudo aquilo que não esteja expressamente proibido em lei, uma vez 
que,segundo o incido XXXIX do Art 5° da CF e o Art 1° do CP , não há crime sem lei anterior que o defina , nem pena 
sem previa cominação legal. 
 
A lei, portanto, é a única fonte formal das normas penais, proibindo ou impondo condutas, sob ameaça de sanção. A 
proibição e o mandamento, que vem inseridos na lei, são reconhecidos como normas penais, espécie do gênero normas 
jurídicas que, na definição de Bobbio são aquelas cuja execração é garantida por uma sanção externa e institucionalizada 
. 
 
Teoria de Binding: Art 121 do CP – Matar Alguém – pena de 12 a 30 anos. 
 
Essa técnica de redação fez com que Biding chegasse a conclusão de que os criminosos, na verdade, quando praticava 
a conduta descrita no núcleo do tipo (q é seu verbo), não infringia a lei – Pois seu comportamento se amoldava 
perfeitamente ao tipo penal incriminador- mas, sim, a norma que se encontra contida na lei e que dizia ,não matarás. 
 
a) Imperatividade: impõe-se a todos independentemente de sua vontade ou concordância; 
b) Exclusividade: somente a ela cabe a tarefa de definir infrações penais; 
c) Generalidade: incide sobre todos, generalizadamente; 
d) Impessoalidade: Projeta-se a fatos futuros, sem indicar a punição a pessoas determinadas. 
 
É possível diferenciar lei penal de norma penal. A primeira de signa o enunciado legislativo, ou 
seja, o fato descrito e a pena a ele comi nada (ex .: no crime de homicídio na forma simples — 
art. 121, caput, d o CP — a lei penal é: “Matar alguém. Pen a — reclusão, de seis a vinte anos ”). 
A segunda refere-se ao comando normativo implícito na lei, isto é, a norma de conduta 
imposta a todos ( ex. : no caso do homicídio simples : “não matarás”) . 
 
As normas penais podem ser incriminadoras e não incriminadoras. 
As normas penais incriminadoras definem as infrações penais proibindo a prática de condutas (crimes 
comissivos) ou impondo a prática de condutas (crimes omissivos), sob a ameaça expressa e específica de 
uma pena. As normas incriminadoras compõem-se de dois preceitos: um preceito primário e um preceito 
secundário. O preceito primário descreve com objetividade, clareza e precisão, a infração penal. Já o 
preceito secundário representa a cominação abstrata e individualizada da respectiva sanção penal. 
 
As normas penais não incriminadoras estabelecem regras gerais de interpretação e de aplicação das normas 
penais em sentido estrito, incidindo tanto na delimitação da infração penal como na determinação da sanção 
penal correspondente. São normas que delimitam o exercício do ius puniendi estatal. A função da norma 
penal não incriminadora é interpretar e delimitar o alcance da norma penal incriminadora. 
 
 
Interpretação Analógica 
Processo de averiguação do sentido da norma jurídica, valendo -se de elementos fornecidos pela própria lei, 
através de método de semelhança. 
Ex: Art.121, I V, CP - à traição, de emboscada, ou me diante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou 
torne impossível a defesa do ofendido; 
 
ANALOGIA IN BONAM PARTEM: 
 
É o uso da analogia em benefício do réu, pois permite a sua absolvição ou aplicação de pena 
mais branda a uma situação fática não prevista expressamente em lei. Em face do princípio da 
legalidade, somente se admite a analogia benéfica em casos excepcionais. Ilustrando, pode-se 
aceitar o aborto de mulher vítima de violação sexual mediante fraude por analogia ao estupro, 
previsto no art. 128, II, CP. Em processo penal, admite-se livremente o uso de analogia para suprir 
lacunas (art. 3.º, CPP). 
 
ANALOGIA IN MALAM PARTEM: 
 
Em caso de omissão do legislador quanto à determinada conduta, aplica-se a analogia, sendo que a analogia 
in malam partem é aquela onde adota-se lei prejudicial ao réu, reguladora de caso semelhante. Trata-se de 
medida com aplicação impossível no Direito Penal moderno, pois este é defensor do Princípio da Reserva 
Legal, e ademais, lei que restringe direitos não admite-se analogia. 
 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS:SUBSIDIARIEDADE: descreve um grau menor de violação de um mesmo bem jurídico, um fato menos 
grave, que embora definido como autônomo, encontra-se compreendido noutro tipo como fase normal de 
execução. DIVIDI-SE EM: 
EXPRESSA: a própria norma admite ser subsidiária. Somente incide se não ficar caracterizado o fato mais 
grave; Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer 
em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, 
se o fato não constitui crime mais grave. 
 
TÁCITA: a norma silencia. Somente pode ser percebido através da análise do caso concreto. 
 
ESPECIALIDADE: aqui a lei especial prevalece sobre a geral. Um exemplo corrente é o infanticídio, que 
contem todos os requisitos da norma que tipifica o homicídio (matar alguém) além de outros especializantes 
(próprio filho, durante o parto ou logo após). 
 
CONSUNÇÃO: conhecido também como o princípio da "absorção". Aqui o crime mais grave absorve o 
menos grave. Apenas é possível saber sobre a possibilidade de absorção analisando o caso concreto. 
 
ALTERNATIVIDADE: se violar mais de um dever jurídico será apenado apenas uma vez. Um bom 
exemplo: normas do Direito Ambiental, é comum que determinem várias modalidades de 
conduta para a mesma infração, por exemplo: caçar e matar um silvestre é apenado com X 
anos, independe se caçou/matou etc. 
 
Lei Penal no Tempo 
Há três teorias aplicáveis ao tempo do crime. A teoria da atividade, segundo a qual o momento do crime é 
aquele em que houve a ação ou omissão. A teoria do resultado, que estabelece que o momento do crime é 
aquele em que houve o resultado. E há também a teoria da ubiquidade, para a qual o momento do crime tanto 
é o da ação como o do resultado. 
 
O Brasil adotou, no art. 4º do Código Penal, a teoria da atividade. 
 
Código Penal 
 
Art. 4º – Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado. 
 
Normalmente, há coincidência entre o momento da ação e do resultado, como na hipótese em que o autor 
dispara um tiro que mata instantaneamente a vítima. No entanto, se houver se o resultado ocorrer depois da 
ação, vale o momento da ação. Esse momento será usado para qualquer questão temporal: prescrição, lei penal 
no tempo, imputabilidade. 
 
Exemplos: Jovem com 17 anos e 11 meses dispara, com intenção de matar, contra a vítima, que vem a morrer 
depois de 60 dias. Como no momento da ação ele tinha menos que 18 anos, era adolescente e, portanto, 
inimputável. 
 
Indivíduo pratica a fraude mediante o envio de e-mail, induz a erro a vítima, que faz um depósito 6 meses 
depois do e-mail. A data do crime será a da ação, ou seja, quando o autor do crime enviou o e-mail. Para todos 
os efeitos vale o momento da ação (prescrição, lei penal no tempo, imputabilidade) 
 
O Princípio tempus regit actum prescreve que em regra a lei rege os fatos praticados durante sua 
vigência, combinando de forma harmoniosa com os princípios da reserva legal e da Anterioridade 
da Lei Penal, respectivamente artigos 1º do CP e 5º, XXXIX da Constituição Federal. MIRABETE (1999) 
entende que, apesar do que define o princípio tempus regit actum, por disposição expressa do 
próprio Código Penal Brasileiro, é possível a ocorrência da retroatividade e da ultratividade da lei 
penal. 
Pelo Princípio da Anterioridade da Lei Penal a regra é a Irretroatividade da Lei Penal, entrando em 
vigor lei mais severa que a lei anterior, a lei posterior não vai alcançar o fato praticado 
anteriormente, continuando a ser aplicada a lei anterior, ocorrendo a ultratividade da lei penal 
mais benigna. É o que diz o artigo 5º, inciso XL da Constituição Federal: “a lei penal não retroagirá, 
salvo para beneficiar o réu”. A retroatividade e a ultratividade são, portanto, fenômenos que 
excepcionam o princípio da irretroatividade. Magalhães Noronha (1991) fala com maestria do 
assunto ao explicar que é o próprio Direito Penal que estabelece a exceção: “a lei penal que 
beneficiar o acusado (lex mitior) retroage”. 
 
 
 
 
I. NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA 
O crime permanente é aquele 
cuja consumação se protrai 
(ou prolonga) no tempo. Já o 
crime continuado, repita-se, 
são vários delitos, porém 
ligados um ao outro devido a 
condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras 
semelhantes, de forma que os 
subsequentes devem ser 
havidos como continuação do 
primeiro. 
 
É a hipótese da lei nova que vem a tornar fato anteriormente não incriminado pelo direito penal como fato 
incriminado, como fato típico. [4] A lei nova que incrimine o praticante de fato que ao tempo da prática não era típico, 
não poderá ser aplicada, pois é irretroativa. Ao tempo da prática, determinado fato não era considerado crime pelo 
Direito. Concluímos que a conduta não era socialmente nem legalmente reprovável. Isso premia o princípio da 
segurança nas relações jurídicas a nosso ver. 
 
II. ABOLITIO CRIMINIS 
 
Ocorre o fenômeno da abolitio criminis (recentemente verificado com a promulgação da Lei n. 11.106, de 28 de março 
de 2005, que remodelou bastante o Capítulo VI do Código Penal – Dos Crimes Contra os Costumes, e aboliu os 
crimes de sedução, rapto e adultério), sempre que uma lei nova deixa de incriminar fato anteriormente considerado um 
ilícito penal. É agraciado pelo artigo 2º, “caput’ do CP. 
 
MIRABETE ensina que se trata de aplicação do princípio da retroatividade da lei mais benigna. [5] O Estado, 
exclusivo detentor do ius puniendi, se desinteressa na punição de determinado fato. Por isso, a abolitio criminis 
retroage, alcançando o autor de determinado fato, anteriormente tido como típico. Esse deverá ser posto em liberdade 
(se preso) e sua folha de antecedentes criminais liberta do fato não mais considerado delituoso. O delito desaparece, 
juntamente com todos os seus reflexos penais (persistem os cíveis). 
 
III. NOVATIO LEGIS IN PEJUS 
 
O fenômeno jurídico da novatio legis in pejus refere-se à lei nova mais severa do que a anterior. Ante o princípio da 
retroatividade da lei penal benigna, a novatio legis in pejus não tem aplicação na esfera penal brasileira. 
 
Conforme ensina, mais uma vez, MIRABETE: 
 
“nessa situação (novatio legis in pejus) estão as leis posteriores em que se comina pena mais grave em 
qualidade (reclusão em vez de detenção, por exemplo) ou quantidade (de 02 a 08 anos, em vez de 01 a 
04, por exemplo); se acrescentam circunstâncias qualificadoras ou agravantes não previstas 
anteriormente; se eliminam atenuantes ou causas de extinção da punibilidade; se exigem mais 
requisitos para a concessão de benefícios, etc.”. 
 
Dentre esses preceitos, podemos acrescentar que, as medidas de segurança também se encontram abarcadas. Medidas 
que majorem ou agravem as medidas de segurança também não podem retroagir para alcançar fatos pretéritos. As 
regras sobre medida de segurança são também leis penais. 
 
IV. NOVATIO LEGIS IN MELLIUS 
 
É a lei nova mais favorável que a anterior. Essa tem plena aplicação no Direito Penal Brasileiro, prevista pelo Código 
Penal, em seu artigo 2º, parágrafo único e pela Magna Carta, em seu artigo 5º, XL. Vale dizer que, não importa o 
modo pelo qual a lei nova favoreça o agente, ela será aplicada a fatos pretéritos a sua entrada em vigor. É a lex mitior. 
Deverá ser aplicada tanto ao réu em sentido estrito (aquele que está sendo acusado em processo penal) quanto ao réu 
em sentido lato (sujeito passivo na ação penal, aqueles submetidos à execução de pena e/ou medidas de segurança). 
 
V. COMPETÊNCIA PARA A APLICAÇÃO DA LEI PENAL BENÉFICA 
 
Conforme a Súmula 611 do STF e o artigo 66, I da Lei de Execução Penal,a competência para aplicar a lei penal mais 
benéfica é do Juiz de Execuções Penais. 
 
A lei Excepcional é criada para vigorar sob determinadas condições excepcionais (calamidade, guerra etc). 
Sua vigência se dá, apenas, no período de tais condições, ou seja, fora dos períodos “normais” 
 
A lei Temporária, é aquela que já “nasce” sabendo quando vai “morrer”. É certa a data do seu término. 
 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua 
vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)” 
 
Lei Penal no Espaço 
– Teoria da atividade: (também conhecida como “teoria da ação”) – considera como lugar do crime o lugar 
onde se pratica a ação ou omissão, ou seja, é aquele onde ocorre a conduta delituosa. 
 
– Teoria do resultado: considera como lugar do crime o local em que o resultado foi produzido, não se 
levando em consideração o local da ação ou da omissão. 
 
– Teoria Mista ou da Ubiquidade: esta teoria é um misto das duas teorias anteriores e assim, considera 
como lugar do crime tanto o local onde foi praticada a ação ou omissão, como o lugar em que se produziu o 
resultado. 
 
De acordo com o artigo 6º do Código Penal: “ Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a 
ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. 
 
Da análise deste artigo, percebemos claramente que o Código Penal adotou a TEORIA MISTA OU DA 
UBIQUIDADE, que considera como LUGAR DO CRIME tanto o local onde foi praticada a ação ou 
omissão, como o lugar em que se produziu o resultado. 
Art. 5º - CP: 
 
Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território nacional. 
 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro 
onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes 
ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente 
ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no 
território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil. 
A regra em estudo só terá relevância nos chamados crimes a distância ou de espaço que são aqueles cuja 
execução se inicia no território de um país e a consumação se dá ou deveria dar-se em outro . 
Se rá competente o foro do local em que o crime se consumou!!!!! 
Territorialidade 
Quando a lei penal se aplica ao fato cometido dentro do território nacional A lei penal brasileira aplica-se e 
m todo o território nacional , ressalvado o disposto em tratados, 
convenções ou regras de direito internacional. Trata - se do princípio da territorialidade 
temperada ou mitigada. 
Por território , no sentido jurídico, deve -se compreender todo o espaço em que o Brasil exerce 
sua soberania, que abrange : 
a) os limites compreendidos pelas fronteiras nacionais; 
b) o mar territorial brasileiro; 
c) todo o es paço aéreo subjacente ao nosso território físico e ao mar territorial nacional ; 
d) as aeronaves e embarcações: 
— brasileiras privadas, e m qual que r lugar que se encontrem, salvo em mar territorial 
estrangeiro ou sobrevoando território estrangeiro; 
— brasileiras públicas, onde que r que se encontrem; 
— estrangeiras privadas, no mar territorial brasileiro. 
Extraterritorialidade 
É o fenômeno pelo qual a lei penal brasileira se aplica a fatos ocorridos fora do território nacional. 
TEORIA DO DELITO 
INTRODUÇÃO 
O alicerce do Direito Penal está na teoria do crime, sendo importante ter conhecimento sobre sua origem e 
principais doutrinadores, para melhor entender e abordar os conceitos, as teorias, os caracteres e os 
elementos do delito. A teoria do delito ou do crime estuda os elementos e pressupostos para que se possa 
reconhecer que foi praticado um crime. Por isso, far-se-á uma breve análise sobre os principais conceitos e 
teorias em busca de um melhor entendimento sobre o tema. Também é importante estudar os pressupostos 
ou requisitos do crime ou delito que são três: conduta típica, antijurídica e culpável. Para reconhecer o 
acontecimento criminoso, na teoria do delito é necessário estudar esses três elementos, com suas respectivas 
características: o fato típico, a ilicitude e a culpabilidade do agente. 
 
Conceito de Crime 
 
Para Franz Von Liszt (1899. p. 183), o conceito de crime é: “Crime é o injusto contra o qual o Estado 
comina pena e o injusto, quer se trata de delito do direito civil, quer se trate do injusto criminal, isto é, do 
crime, é a ação culposa e contraria o direito. ” 
 
2.3 Conceito Material (substancial) do Crime 
 
O conceito material do crime é a violação de um bem jurídico penalmente protegido, é o conteúdo do ilícito 
penal, com análise da conduta danosa e sua consequência social. Assim, para Noronha (2007. p. 82) o 
conceito material do crime é: “Crime é a conduta humana que lesa ou expõe a perigo um bem jurídico 
protegido pela lei penal. ” 
 
Conceito Sintomático do Crime 
 
Considera o crime como um comportamento humano que lesa ou ameaça bens jurídicos protegidos pela 
norma penal de forma que revela o índice de periculosidade do agente. 
 
3.1 Classificação tripartida e bipartida 
 
As infrações penais podem ser classificadas como tripartida, dividindo-as em crimes, delitos e 
contravenções, segundo a gravidade que apresentem. No Brasil, no entanto, utiliza a classificação bipartida 
ou dicotômica, onde as condutas puníveis são divididas em crimes ou delitos e contravenções (condutas que 
apresentam menor gravidade em relação aos crimes). 
 
No Brasil, aplica-se pena de prisão, para os crimes, nas modalidades de reclusão e detenção, e, para as 
contravenções, a de prisão simples, assim a distinção entre crime e contravenção é a natureza da pena 
privativa de liberdade aplicada. 
 
3.2 Crime doloso, culposo e preterdoloso 
 
Crime doloso ocorre quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de causar; culposo, quando o 
agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia; preterdoloso é o crime onde o 
resultado final é mais grave do que o pretendido pelo agente. 
 
2.3 Crime comissivo, omissivo e comissivo-omissivo 
 
O crime comissivo ocorre quando uma ação positiva visa fazer o que a lei proíbe. 
Já o crime omissivo próprio, ocorre quando o agende deixa de realizar determinada conduta, tendo 
obrigação jurídica de fazê-la; Ex. omissão de socorro. 
 
No crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão, é o meio do qual o agente produz um resultado, 
nesses crimes, o agente responde não só pela omissão, mas também pelo resultado desta. 
 
3.4 Crimes instantâneo e permanente 
 
Instantâneo é o crime que acaba com o resultado. Ex. crime de lesão corporal. Permanente é aquele crime 
onde a consumação se prolonga no tempo, dependente da atividade do agente, que só acaba quando ele 
quiser. Ex. cárcere privado, sequestro. 
 
3.5 Crime de dano e de perigo 
 
Crime de dano é aquele que para se consumar, o bem jurídico deve ser efetivamente lesado, caso não haja a 
lesão, pode ocorrer a tentativa ou um indiferente penal. Crime de perigo, é aquele que se consuma com 
apenas o perigo ao bem, ou seja, basta a situação de perigo, ou seja, o dolo ou vontade do agente a criar a 
situação de perigo, mesmo que não queira o dano. O perigo pode serconcreto ou abstrato. Concreto, aquele 
onde deve ser demostrado a situação de risco do bem jurídico protegido. O perigo abstrato é presumido, não 
precisa ser provado. 
 
2.9 Crimes comum, próprios e de mão própria 
 
Crime comum é o praticado por qualquer pessoa. Crime próprio ou especial, é o que exige determinada 
qualidade ou condição pessoal do agente. Crime de mão própria é o que só pode ser praticado pelo agente 
pessoalmente, não podendo usar outras pessoas. 
 
Segundo Damásio, a distinção entre crime próprio e crime de mão própria consiste no fato de que “nos 
crimes próprios, o sujeito ativo pode determinar a outrem a sua execução (autor), embora possam ser 
cometidos apenas por um número limitado de pessoas; nos crimes de mão própria, embora possam ser 
praticados por qualquer pessoa, ninguém os comete por intermédio de outrem. ” 
 
3.10 Crimes de ação única, de ação múltipla e de dupla subjetividade 
 
Crime de ação única é o que possui uma modalidade de conduta no verbo do núcleo do tipo (matar, subtrair) 
 
Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado é o que possui vários tipos de condutas no tipo penal, e 
mesmo que seja praticada mais de uma vez haverá um único crime. 
 
Crime de dupla subjetividade passiva, quando há mais de uma vítima ao mesmo tempo, Ex.: violação de 
correspondência, onde são vítimas o remetente e o destinatário. 
 
4 SUJEITO ATIVO E PASSIVO 
 
4.1 Sujeito Ativo 
 
Sujeito ativo é quem realiza o verbo do tipo penal ou possui o domínio finalista do fato como quem de 
qualquer forma concorre para o crime. 
 
A pessoa jurídica, nos termos do artigo173, § 5º e 225, § 3º, também pode ser sujeito ativo de infração penal. 
 
4.2 Sujeito Passivo 
O sujeito passivo pode ser classificado da seguinte forma: 
 
a) Material ou eventual: titular do bem jurídico violado ou ameaçado; 
 
b) Formal ou constante: titular do mandamento proibitivo, ou seja, o Estado. 
 
O Estado pode ser passivo eventual. A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo em alguns crimes. Considera 
prejudicado quem sofre algum prejuízo com a prática do crime. Ninguém pode ser ao mesmo tempo sujeito 
ativo e passivo por sua própria conduta. 
 
FATO TÍPICO 
 
Elementos do fato típico 
 
Os elementos do fato típico são: a conduta, o resultado, o nexo causal e a tipicidade. 
 
O sistema jurídico criminal brasileiro adotou o sistema finalista, ou seja, para haver um delito deve haver 
uma conduta voluntária (dolosa ou culposa), um resultado naturalístico (nos crimes materiais), o nexo de 
causalidade (entre a conduta e o resultado naturalístico) e a tipicidade formal e material. 
 
Conduta 
 
Conduta é ação ou omissão humana consciente e voltada a uma finalidade. 
 
Existem três teorias sobre a conduta: a) teoria naturalista ou causal, onde a ação é efeito da vontade e causa 
do resultado no mundo exterior; b) teoria social, a ação nada mais é que a realização de uma conduta 
socialmente relevante. A vontade estaria na culpabilidade; c) teoria finalista, na qual todo comportamento 
humano é finalista, ou seja, toda conduta é voluntária e dirigida a um determinado fim. 
 
A Conduta pode ser uma ação (atuação humana positiva voltada a um fim) ou uma omissão (ausência de 
comportamento, inatividade) 
 
Lembrando que a omissão é penalmente relevante quando a pessoa devia e podia agir para evitar o resultado. 
Resultado 
Resultado é a consequência de uma conduta humana. Ex. morte por um disparo de ama de fogo efetuado por 
alguém. 
 
Existem duas teorias sobre a natureza jurídica do resultado: a) teoria naturalística, que diz que resultado é 
toda modificação do mundo exterior provocada pelo comportamento humano voluntário e b) teoria jurídica 
ou normativa, que afirma que resultado é a lesão ou perigo de lesão de um interesse pela norma penal. 
 
Nexo de causalidade 
 
Nexo de causalidade ou nexo causal é a ligação que existe ente a conduta e o resultado. É a relação de causa 
e efeito entre ação ou omissão do agente e a modificação no mundo exterior. 
 
Teorias da ação e omissão como causa do crime: 
 
Teoria da causalidade adequada – a causa é a condição mais adequada a produzir o evento. Usa o critério da 
previsibilidade do que normalmente ocorre na vida humana. 
Tipicidade 
 
Tipicidade é a correspondência exata, a adequação perfeita entre o fato natural, concreto e a descrição 
contida na norma penal. 
 
Para que ocorra a tipicidade é necessário que haja o fato, a conduta e o resultado. 
 
ANTIJURIDICIDADE 
 
Segundo o professor Rogério Greco, ilicitude ou antijuridicidade “é aquela relação de antagonismo, de 
contrariedade entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico”, ou seja, contrária as normas jurídicas. 
 
Causas de excludentes de antijuridicidade 
 
As causas de exclusão da antijuridicidade estão previstas no artigo 23 do Código Penal: o estado de 
necessidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de direito. 
 
Estado de necessidade (artigo 24, caput, do Código Penal) 
 
Estado de necessidade é uma situação de perigo atual de interesses legítimos e protegidos pelo Direito, em 
que o agente, para afastá-la e salvar um bem próprio ou de outro, não tem outro meio senão lesar o interesse 
legitimo de terceiro. Ex.: o agente para socorrer pessoa gravemente enferma, furta automóvel para 
transportá-la ao hospital. 
 
Os requisitos para o estado de necessidade são: a) ameaça a direito próprio ou alheio; b) a existência de um 
perigo atual, c) inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado, d) situação não causada voluntariamente 
pelo sujeito; e) inexistência de dever legal de enfrentar o perigo; f) conhecimento da situação de fato 
justificante. 
 
Quanto a forma, o estado de necessidade pode ser: a) quanto à titularidade do interesse protegido; b) quanto 
ao aspecto subjetivo do agente; c) quanto ao terceiro que sofre a ofensa. 
 
Legítima defesa (artigo 25 do Código Penal) 
 
Legítima defesa é a repulsa a agressão injusta, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, usando 
moderadamente os meios necessários. 
 
Seus requisitos são: agressão injusta, atual ou iminente; b) direito próprio ou de terceiros; c) utilização dos 
meios necessários; d) utilização moderada de tais meios; e) conhecimento da situação de fato justificante; 
 
Quanto à forma a legítima defesa pode ser classificada: a) quanto à titularidade do interesse protegido; b) 
quanto ao aspecto subjetivo do agente; c) quanto à reação do sujeito agredido. 
 
Ocorre quando a lei impõe ao agente um comportamento, ou seja, quando existe um dever imposto pelo 
direito, seja em regulamento, decreto ou qualquer ato do poder público. 
 
Exercício regular de direito: É a realização de uma faculdade de acordo com as normas jurídicas. Ex. O 
pugilista que desfere golpes no adversário em uma luta de boxe não poderá ser processado por Lesão 
corporal, pois exerce um direito legal de praticar o esporte. 
 
O agente deve obedecer rigorosamente aos limites do direito exercido, sob pena de abuso. Quando há 
excesso, doloso ou culposo, o agente responderá pelo mesmo. 
CULPABILIDADE 
 
Culpabilidade é o juízo de reprovação social e tem a função de preceder a aplicação da pena. Para Capez, “a 
culpabilidade é a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática de uma infração penal. Por essa 
razão, costuma ser definida como juízo de censurabilidade e reprovação exercido sobre alguém que praticou 
um fato típico e ilícito. Não se trata de elemento do crime, mas pressuposto para imposição de pena, porque, 
sendo um juízo de valor sobre o autor de uma infração penal, não se concebe possa,ao mesmo tempo, estar 
dentro do crime, como seu elemento, e fora, como juízo externo de valor do agente. Para censurar quem 
cometeu um crime, a culpabilidade deve estar necessariamente fora dele.” 
 
Os elementos da culpabilidade são: a) imputabilidade – capacidade para o agente ser responsabilizado 
criminalmente; b) potencial consciência da ilicitude – o agente deve ter possibilidade de conhecer as normas 
de proibição e mandamentais e as normas justificativas; c) exigibilidade de conduta diversa - consiste na 
possibilidade de exigir do agente que ele haja de forma legal, ou seja, conforme o direito diante de uma 
determinada situação. 
 
Causas excludentes da imputabilidade 
 
São quatro as causas que excluem a imputabilidade: a) doença mental – toda doença que cause alteração na 
saúde mental do agente; b) desenvolvimento mental incompleto – aquele que ocorre nos inimputáveis em 
razão da idade, e os silvícolas inadaptados; c) desenvolvimento retardado – o agente em razão do retardo 
mental, for incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com as leis; d) 
embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior – deve faltar ao agente capacidade de 
entendimento do caráter ilícito do fato ou capacidade de determinação de acordo com esse entendimento, em 
razão de caso fortuito (quando o agente desconhece o efeito da substância que ingere ou alguma condição 
particular dela) ou força maior (quando o agente não é responsável pela ingestão da substância alcoólica ou 
de efeitos análogos, com nos casos de ser forçado a fazer uso). 
 
DOLO 
 
A ausência de dolo ou culpa acarreta na ausência de conduta e a ausência de conduta gera fato atípico. 
Artigo 18, inciso I do CP. É a vontade de concretizar os elementos objetivos do tipo. 
 
a) Teorias do dolo: 
 
1. Teoria da vontade: dolo é querer o resultado. 
 
2. Teoria da representação: dolo é prever o resultado 
 
3. Teoria do consentimento: dolo é assumir o risco de produzir o resultado. 
 
O CP adotou duas teorias, no caso vontade e consentimento. 
 
Em relação à classificação dogmática do dolo, pode-se mencionar a existência das seguintes espécies: 
 
a) Dolo direto ou determinado: vontade consciente de praticar uma conduta para alcançar um resultado 
pretendido (teoria da vontade). 
 
b) Dolo indireto ou indeterminado: dividido em outras duas espécies, o dolo alternativo e dolo eventual. 
 
b.1) Dolo alternativo: vontade consciente de praticar uma conduta para alcançar qualquer um dos resultados 
previstos. 
 crime preterdoloso caracteriza-se quando o agente pratica uma conduta dolosa, menos grave, porém obtém um 
resultado danoso mais grave do que o pretendido, na forma culposa. Explicando: um sujeito pretendia praticar um roubo 
porém, por erro ao manusear a arma, acaba atirando e matando a vítima.
b.2) Dolo eventual: vontade consciente de praticar uma conduta assumindo o risco de alcançar um resultado 
previsto, em relação ao qual se é indiferente. 
 
TIPO CULPOSO 
 
IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA E NEGLIGÊNCIA 
 
Pelo fato de haver em todo delito culposo uma inobservância a um dever geral de cuidado, 
parte da Doutrina refere-se aos delitos culposos como “direito penal da negligência”. 
 
IMPRUDÊNCIA – conduta positiva, praticada sem os cuidados necessários, que causa resultado 
lesivo previsível ao agente. É a prática de um ato perigoso sem os cuidados que o caso requer. É 
exteriorizado em um fazer. 
 
NEGLIGÊNCIA – é uma conduta negativa, uma omissão. É deixar de fazer o que a diligência 
normal impunha. 
 
IMPERÍCIA – é uma inaptidão, momentânea ou não, de o agente praticar exercer uma arte ou 
profissão. A imperícia deve necessariamente estar ligada a uma atividade profissional do 
agente. 
 
Crime Culposo e Tipo Aberto 
 
Os crimes culposos, por sua natureza, são considerados tipos penais abertos. Isto porque não 
existe uma definição precisa no texto legal para que se possa adequar a conduta do agente ao 
modelo abstrato previsto na lei. 
 
De acordo com WELZEL, nos delitos culposos a ação típica não está determinada legalmente. 
 
Isso, na verdade, não implica qualquer lesão ao Princípio da Legalidade, isto que a própria 
natureza das coisas impede que se possam descrever com exatidão todos os comportamentos 
negligentes suscetíveis de realizar-se. 
 
Culpa Inconsciente – o agente deixa de prever o resultado que lhe era previsível; 
 
Culpa Consciente – o agente, embora preveja o resultado, não deixa de praticar a conduta 
acreditando, sinceramente, que esse resultado não venha a ocorrer. 
 
A culpa inconsciente, ou culpa comum, é a culpa sem previsão. A culpa consciente é a culpa 
com previsão. 
 
 
As teorias da relação de causalidade no direito penal. 
No campo penal, a doutrina aponta, essencialmente, três teorias a respeito da relação de causalidade, a saber: 
a) da equivalência das condições ou equivalência dos antecedente ou conditio sine que non, segundo a qual 
quaisquer das condutas que compõem a totalidade dos antecedentes é causa do resultado, como, por exemplo, a 
venda lícita da arma pelo comerciante que não tinha idéia do propósito homicida do criminoso do comprador. 
Essa teoria costuma ser lembrada pela frase a causa da causa também é causa do que foi causado. Contudo, 
recebe críticas por permitir o regresso ao infinito já que, em última análise, até mesmo o inventor da arma seria 
causador do evento, visto que, se arma não existisse, tiros não haveria; 
b) da causalidade adequada, que considera causa do evento apenas a ação ou omissão do agente apta e idônea 
a gerar o resultado. Segundo o que dispõe essa corrente, a venda lícita da arma pelo comerciante não é 
considerada causa do resultado morte que o comprador produzir, pois vender licitamente a arma, por si só, não 
é conduta suficiente a gerar a morte. Ainda é preciso que alguém que efetue os disparos que causarão a morte. É 
censurada por misturar causalidade com culpabilidade; 
c) da imputação objetiva, pela qual, para que uma conduta seja considerada causa do resultado é preciso que: 
1) o agente tenha, com sua ação ou omissão, criado, realmente, um risco não tolerado nem permitido ao bem 
jurídico; ou 2) que o resultado não fosse ocorrer de qualquer forma, ou; 3) que a vítima não tenha contribuído 
com sua atitude irresponsável ou dado seu consentimento para o ocorrência do resultado. 
Note-se que são alternativas – e não cumulativas – as 3 hipóteses citadas, de modo que a presença de qualquer 
uma delas faz com que a conduta do agente fique fora da relação de causalidade, isto é, não será reputada causa 
do resultado. Assim, mesmo que o agente não tenha criado um risco não tolerado nem permitido ao bem 
jurídico e a vítima não tenha se comportado de forma irresponsável de modo a contribuir para o resultado, se 
este resultado fosse ocorrer de qualquer forma, a conduta do agente não será considerada causa. 
 
Espécies de Causas 
1. Causa Dependente: Aquela em que causa e efeito (resultado) estão intimamente ligados. Exemplo: conduta de atirar 
em direção à vítima X. Em relação à causa, insere-se na linha de desdobramento da causa da conduta de atirar em X os 
seguintes efeitos: hemorragia de algum órgão vital de X, morte de X... Logo, conclui-se que há uma relação de 
interdependência entre conduta e resultado e só existe o posterior se existir o anterior e vice-versa. 
 
2. Causa Independente: Aquela em que o resultado ocorre independente da conduta do agente. 
 
Segundo Fernando Capez (2006): é aquela que foge ao desdobramento causal da conduta, produzindo, por si só, o 
resultado. Seu surgimento não é uma decorrência esperada. Lógica natural do fato anterior, mas, ao contrário, umfenômeno totalmente inusitado, imprevisível. (CAPEZ, 2006, p.). 
É exemplo de causa independente a pessoa que vem a falecer de parada cardíaca em razão de um susto. Inserida como 
subespécies das causas independentes, são: 
1ª) Causa absolutamente independente: Não possui nenhuma relação com a conduta; 
2ª) Causa relativamente independente: Tem relação com a conduta. 
 
Em seguida, para ocorrer um aproveitamento maior no curso, serão introduzidos exemplos esclarecedores como forma 
prática de aprendizagem: 
 
Espécies de Causa Absolutamente Independente 
São as seguintes as espécies de causa absolutamente independente: 
1. Preexistente (existe causa que atuou antes da conduta): Exemplo: Fulano A atira em Fulano B, mas este não vem a 
morrer dos tiros e, sim, de uma causa anterior que poderia ser um envenenamento provocado pelo Fulano C. 
 
2. Concomitante (existe causa que atuou juntamente com a conduta): Exemplo: Fulano A está envenenado por Fulano B, 
de repente outro Fulano C surge no mesmo instante, atira e mata o Fulano A. 
 
3. Superveniente (existe causa que atuou depois da conduta): Exemplo: Fulano A envenenou Fulano B, antes do Fulano 
B falecer em razão do envenenamento o Fulano C atira e mata o Fulano B. 
 
Consequências das Causas Absolutamente Independentes: Por romperem totalmente com o nexo causal o sujeito ativo 
do fato só responderá pelos atos até então praticados. Nos três exemplos acima, o Fulano A não foi responsável pela 
morte do Fulano B; assim, não pode ser tipificada sua conduta no artigo 121 (homicídio) do Código Penal. A conduta do 
Fulano A é tipificada no artigo 121 combinado com o artigo 14, parágrafo único, do Código Penal (tentativa de 
homicídio). Espécies de Causa Relativamente Independente 
São as seguintes as espécies de causa relativamente independente: 
1ª) Preexistente: Exemplo: Fulano A desfere golpes de facadas em Fulano B e este, que é hemofílico, vem a falecer em 
razão do golpe de faca desferido pelo Fulano A, somado à sua condição de saúde. 
 
2ª) Concomitante: Exemplo: Fulano A atira em Fulano B e ele vem a falecer em razão de uma parada cardíaca. 
 
3ª) Superveniente: Exemplo: Fulano A atira no Fulano B e imediatamente o Fulano B é socorrido e transportado em uma 
ambulância, no trajeto para o hospital a ambulância colide com um poste e o Fulano B vem a falecer. 
 
 
Consequências das Causas Relativamente Independentes: 
1ª) Preexistente e Concomitante: Não há eliminação do nexo causal. Nos exemplos das causas Preexistente e 
Concomitante com base na Teoria da Equivalência dos Antecedentes o Fulano A responderá pelo resultado (morte). 
 
Teoria da Equivalência dos Antecedentes (conditio sine qua non): Toda e qualquer conduta que, de algum modo, tiver 
contribuído para a produção do resultado deve ser considerada sua causa. Está é a teoria adotada pelo Código Penal 
Brasileiro. 
2ª) Superveniente: Neste caso o Código Penal adotou o artigo 13, § 1º: 
 
Artigo 13: O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se 
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. § 1º - A superveniência de causa relativamente 
independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a 
quem os praticou. (CÓDIGO PENAL, art. 13, § 1º). 
Crimes de atividade e de resultado 
Os crimes de atividade são aqueles que não exigem o resultado naturalístico para sua consumação e contentam-
se com a ação humana, que é suficiente para esgotar o tipo penal. São também chamados de crimes formais ou 
de mera conduta. Exemplo: prevaricação (art. 319 do CP), em que o agente é punido mesmo que não haja 
efeitos no mundo naturalístico. Alguns doutrinadores entendem que os crimes formais são aqueles que 
comportam a ocorrência de resultado, embora este não seja necessário para configuração do delito. Já os crimes 
de mera conduta seriam aqueles que não comportam resultado naturalístico, em que se pune somente a conduta 
do agente por si só. 
Já o crime exaurido é aquele que continua produzindo efeitos danosos mesmo depois de consumado, como 
ocorre na prevaricação quando há efetivo prejuízo à vítima (mero exaurimento do tipo). Os crimes de resultado 
(materiais/causais) são aqueles que exigem a ocorrência de resultado naturalístico, sem o qual não há 
consumação e sim tentativa. Exemplo: homicídio, furto, roubo etc. 
 
 
 
 
Imputação objetiva e imputação subjetiva: os dispositivos que acabam de ser elencados constituem 
prova de que nosso Código Penal não adotou a teoria da imputação subjetiva (o sujeito responde pelo que 
queria). No exemplo da ambulância é certo que o agente queria a morte da vítima (dando-lhe uma facada no 
braço). A vítima acabou mesmo morrendo, porém, no acidente e por causa do acidente. 
Se o nosso código fosse subjetivista, o agente deveria em qualquer situação responder pela morte desejada. O § 
1º do art. 13, no entanto, não diz isso. Ao contrário, determina a exclusão da imputação do resultado, 
imputando-se, todavia, os fatos anteriores. Cada um responde pelo risco criado, nos limites do risco criado. De 
outro lado, já não existe (ou não pode existir) no Direito penal a responsabilidade objetiva.
Iter Criminis ou “caminho do crime” 
é o conjunto de etapas que se sucedem no desenvolvimento de um crime. 
Do início ao fim da infração penal, o sujeito caminha por várias etapas, para ter sucesso em seu plano 
criminoso. 
O iter criminis é um instituto verificado apenas nos crimes dolosos. 
Não há que se falar em “caminho do crime” em crimes de natureza culposa, pois nestes o agente não tem a 
intenção de produzir nenhum resultado criminoso. 
 
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Assim, o iter criminis é composto pelas seguintes etapas: 
 Cogitação; 
 Preparação; 
 Execução; 
 Consumação; 
 Exaurimento. 
Na cogitação, o agente vai definir o crime que deseja praticar, antecipando mentalmente o resultado que quer 
alcançar com sua conduta. 
 
Uma vez definido o crime que deseja praticar, o indivíduo começa a se preparar para a empreitada criminosa. 
Em seguida, dá início à execução do crime. 
Depois de ingressar na etapa de execução, pode ocorrer a consumação ou a não consumação da infração penal. 
Podemos verificar, também, uma última etapa chamada de exaurimento. 
Esta etapa, em regra, ocorre simultaneamente à consumação. Mas, em determinados crimes, ocorre após a 
consumação. 
Cogitação 
A cogitação, como mencionado anteriormente, é a etapa interna que passa na mente do agente. 
Não existe ainda a preparação do crime, pois o agente apenas planeja em sua mente qual delito praticar e como 
praticar. 
A cogitação, em hipótese alguma, poderá ser punida pelo Direito Penal. 
Imagine se todos nós fossemos punidos por pensar em matar alguém, não é? rsrs 
 
Preparação 
A preparação é a etapa em que o indivíduo começa a preparar o crime. O agente escolhe os meios e o lugar 
para praticar o delito. 
Exemplo: comprar a arma do crime. 
Em regra, os atos preparatórios não são punidos pela lei penal. 
No entanto, em algumas situações o legislador resolveu punir algumas condutas que poderiam ser consideradas 
como preparatórias. 
Podemos citar como exemplo o crime de associação criminosa, prevista no art.288 do Código Penal. 
Conforme o mencionado artigo, constitui crime de associação criminosa a associação de 3 ou mais pessoas, 
para o fim específico de cometercrime. 
Essa associação, nada mais é do que um ato preparatório para praticar crime. 
Nesse caso, o legislador resolveu punir de forma autônoma esse ato, que pode ser considerado de natureza 
preparatória. 
Então, bastará a associação (para o fim de cometer crimes) para a configuração da infração penal - mesmo que 
o grupo ainda não tenha cometido crimes. 
 
Execução 
Depois de cogitado e preparado o plano criminoso, o agente dá início à execução do crime. Execução é a etapa 
externa que se dirige diretamente à prática do delito. 
Exemplo: atirar com arma de fogo contra a vítima. 
Ou seja, é a realização dos elementos que constituem o tipo penal do crime. 
Fim do ato preparatório e início da execução 
Existem atos que certamente visualizamos como preparatórios. Como por exemplo, comprar a arma de fogo 
para matar outra pessoa. 
Existem atos que certamente visualizamos como executórios. Como por exemplo, atirar com a arma de fogo 
contra a vítima. 
No entanto, a linha que separa os atos de execução e os atos de preparação, pode ser tênue... 
Por causa disso, surgiram diversas teorias para poder resolver esse problema. 
Definir um ato como preparatório ou de execução é muito importante, pois, como vimos, os atos preparatórios, 
em regra, não são punidos. 
Já os atos de execução, em regra, são punidos. 
Ou seja, a lei penal, se interessa mais em punir o agente que deu início à execução do crime, podendo-se falar, 
pelo menos, em tentativa (realização incompleta do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente). 
Quando o agente ingressa na etapa de execução podem ocorrer outras situações que não a consumação da 
infração penal. 
Como por exemplo, podemos verificar a possibilidade de ocorrência da tentativa, da desistência voluntária e do 
arrependimento eficaz. 
 O crime será considerado tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias 
alheias à vontade do agente - responderá pelo crime na sua forma tentada. 
 A desistência voluntária é constatada quando o agente, voluntariamente, desiste de prosseguir na 
execução do crime - não responderá pelo crime antes querido, mas responderá pelos atos já praticados. 
 O arrependimento eficaz é constatado quando o agente, voluntariamente, impede que o resultado se 
produza - não responderá pelo crime antes querido, mas responderá pelos atos já praticados. 
A execução, em regra, será punida pelo Direito Penal. 
Mesmo se o crime não for consumado, o agente poderá ser punido pela tentativa, quando for possível sua 
punição na forma tentada. 
Mas existem infrações penais que não admitem a tentativa. 
Como por exemplo, podemos citar os crimes unissubsistentes. Crime unissubsistente é o crime em que a 
conduta do agente é exaurida em um único ato. 
Nesse tipo de infração o iter criminis não pode ser fracionado, e por isso não admite a tentativa. 
A título de exemplo de crime unissubsistente podemos citar o crime de injúria verbal (CP. Art.140). 
Perceba que, ao ofender verbalmente uma pessoa, o crime é consumado. Um ato único consumou o delito, no 
caso, a ofensa verbal. 
Se o agente não proferir uma ofensa verbal à vítima, não há que se falar em crime de injúria. Se o agente 
proferir uma ofensa verbal à vítima há que se falar em crime de injúria. 
Não há espaço para a tentativa. Ou haverá crime ou não haverá crime. 
 
Consumação 
Conforme o art.14, inciso I do CP, o crime restará consumado quando nele se reunirem todos os elementos de 
sua definição legal. 
Nem todos os crimes possuem o mesmo momento de consumação. Assim, a consumação varia conforme a 
infração penal escolhida pelo agente. 
Veja exemplos abaixo: 
 Nos crimes materiais ocorre a consumação do crime quando se verifica o resultado naturalístico 
(modificação no mundo exterior). Ex.: homicídio. 
 Nos crimes formais ocorre a consumação do crime com a prática da conduta descrita no tipo penal, 
independentemente do resultado esperado pelo agente. Ex.: extorsão mediante sequestro - o pagamento 
do resgate, será mero exaurimento. 
 Nos crimes permanentes ocorre a consumação do crime enquanto durar a permanência, pois neste tipo 
de crime a consumação se prolonga. Ex.: cárcere privado. 
 Nos crimes omissivos próprios ocorre a consumação do crime com a abstenção do comportamento 
imposto ao agente. Ex.: omissão de socorro. 
Lembrando que, quando o agente ingressa na etapa de execução pode ocorrer não só a consumação da infração 
penal, como também a tentativa, a desistência voluntária e o arrependimento posterior. 
 
Exaurimento 
O exaurimento é a última etapa do iter criminis, mas é verificada apenas em determinadas infrações penais. 
Em regra, o exaurimento do crime ocorre simultaneamente com a consumação. O crime de homicídio, por 
exemplo, se consuma e se exaure com o resultado morte. 
Em outros crimes, o exaurimento está situado após a consumação e outros resultados lesivos ocorrem. 
Exemplos: 
 Crime de corrupção passiva: se consuma com a solicitação de vantagem indevida. Exaure-se com o recebimento 
da vantagem indevida. 
 Crime de extorsão mediante sequestro: se consuma com o ataque à vítima. Exaure-se com o recebimento do 
resgate. 
 
- TEORIAS 
 
A teoria subjetiva entende que o agente ingressa nos atos de execução quando revela sua intenção 
criminosa através de atos inequívocos - não faz distinção entre atos preparatórios e atos de execução. 
Ex.: o agente ingressa nos atos de execução quando busca a arma em casa para matar seu desafeto, vai 
até o local em que ele estava e percebe que ele foi embora - o agente responderá por homicídio tentado. 
 
A teoria objetiva formal (adotada pelo Brasil)entende que o agente ingressa nos atos de 
execução quando pratica a conduta descrita no tipo penal. Ex.: no crime de homicídio com arma de 
fogo, o ato executório se iniciaria no momento do acionamento do gatilho da arma, carregada, apontada 
para vítima - o agente responderá por homicídio tentado. 
 
A teoria objetiva material entende que o agente ingressa nos atos de execução quando pratica a 
conduta descrita no tipo penal, colocando o bem jurídico em perigo. Ex.: no crime de homicídio com 
arma de fogo, o ato executório se iniciaria no momento que o agente aponta a arma para vítima - o 
agente responderá por homicídio tentado. 
Antijuridicidade 
Estrito Cumprimento do Dever Legal 
Os agentes públicos, no desempenho de suas atividades, não raras vezes, devem agir na esfera privada 
dos cidadãos, exatamente para assegurar o cumprimento da lei. Essa intervenção redunda em agressão a 
bens jurídicos como a liberdade, a integridade física e até a própria vida. Dentro de limites aceitáveis, tal 
intervenção é justificada pelo estrito cumprimento do dever legal. 
Primeira parte do inciso III do Código Penal. Apesar de o Código Penal não trazer a definição, só com a 
expressão é possível o entendimento. É preciso que haja um dever legal imposto ao agente. 
Esse dever deve constar de lei, decretos, regulamentos ou atos administrativos fundados em lei. Ex: oficial de 
justiça que apreende bens para penhora. Policial que lesionar assaltante em fuga. Como a excludente exige o 
Strito cumprimento do dever legal, haverá crime quando o agente extrapolar. 
Exercício Regular do Direito 
O exercício regular do direito compreende as ações do cidadão comum autorizadas pela existência de direito 
definido em lei e condicionadas a regularidade do exercício desse direito. 
São requisitos a indispensabilidade e a proporcionalidade. 
Definição também ausente no código penal. Ficou a cargo da doutrina. Esse direito pode surgir de situações 
expressas em regulamentações legais ou até mesmo dos costumes. O sujeito não comete crime por estarexercitando prerrogativa a ele conferida pela lei. Ex: Intervenção cirúrgica (com o consentimento), lesões 
esportivas (desde que dentro das regras do esporte). Correção aplicada pelos pais a seus filhos menores. 
- Ação juridicamente permitida 
- O exercício de um direito nunca é antijurídico. 
Estado de Necessidade 
Leitura do Artigo - Estado de necessidade 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não 
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois 
terços. 
Causa de diminuição de pena 
O Estado de Necessidade exclui a ilicitude da conduta de quem, não tendo o dever legal de enfrentar uma 
situação de perigo atual, a qual não provocou por sua vontade, sacrifica um bem jurídico ameaçado por este 
perigo para salvar outro, próprio ou alheio, cuja perda não era razoável exigir. 
No estado de necessidade existem dois bens jurídicos postos em perigo, de modo que a preservação de um 
depende da destruição de outro 
Elemento Subjetivo 
Para que possa ser erigida uma causa de justificação, é preciso que o agente tenha conhecimento de que atua ou, 
no mínimo, acredite que atua nessa condição. Caso contrário, não poderá por ela ser beneficiado. 
Exemplo: Um médico casado tenta convencer sua amante a abortar o filho que ela gerava. Após insistência no 
pedido, a amante atende, e, ele na qualidade de obstetra realiza a curetagem. Depois de realizado o aborto, 
constata-se que a gravidez era de alto risco de vida para gestante. Poderá ele ser beneficiado pelo art. 128, I, 
LEGITIMA DEFESA 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
Como o Estado não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, permite que em determinadas situações 
possa agir em sua própria defesa. É preciso que o agente se veja diante de uma situação de total impossibilidade 
de recorrer ao Estado, responsável constitucionalmente por nossa segurança pública. 
Bens jurídicos amparados – Qualquer bem jurídico. Vida, integridade física, patrimônio, costumes... Desde que 
presentes os requisitos. Contudo deve-se frisar que somente será passível de defesa se não for possível socorrer-
se do Estado para a sua proteção. 
Espécies de Legítima Defesa 
Temos 2 espécies de Legítima Defesa: 
Legítima defesa autêntica (real) e legítima defesa putativa 
Diz-se autêntica ou real quando a situação de agressão injusta está efetivamente ocorrendo no mundo concreto. 
Já a legítima defesa putativa quando a situação de agressão é imaginária, ou seja, só existe na mente do agente. 
Só o agente acredita, por erro, que está sendo ou virá a ser agredido injustamente. É um caso clássico das 
chamadas discriminantes putativas, previstas no § 1º do artigo 20 do Código Penal. Exemplo do bar – sentado 
perto do banheiro. (greco) 
Injusta agressão 
Agressão deve-se entender como ameaça humana de lesão de um interesse juridicamente protegido. Agressão 
aqui, é entendida como um ato do homem. Injusta, entende-se como aquela que não pode, de qualquer modo, 
ser amparada pelo nosso ordenamento jurídico. Exemplo – liberdade. Se alguém quiser privar minha liberdade, 
posso defender-me. A menos que a pessoa que estiver privando minha liberdade esteja em posse de um 
mandado de prisão. Nesse caso, não posso agredir o policial e alegar legitima defesa. 
Não é necessário também que a conduta praticada seja criminosa. Aquele que defende um bem irrisório que 
esta sendo subtraído por outrem. Mesmo que este fato não constitua crime, pode agir em defesa de seu bem. 
Importante diferenciar agressão injusta de provocação injusta. Isso porque cabe legitima defesa de agressão 
injusta, mas não de provocação injusta. Embora a agressão possa ser uma provocação (um tapa, um empurrão) 
nem toda provocação constitui uma agressão (desafios, insultos). Nesta hipótese é que não se deve 
supervalorizar a provocação e permitir a legítima defesa, quando o revide do provocado ultrapassar o mesmo 
nível e grau da primeira. Assim, o que para alguns poderá ser considerada mera provocação, para outros se 
tratará de agressão. A distinção é extremamente subjetiva em algumas situações. Comentar exemplo do greco, 
com relação aos beijos mandados pelo vizinho. Comentar com relação ao 121, § 1º, que trata de causa de 
redução de pena “logo seguida de injusta provocação”. 
Pode ocorrer também de o agente provocador, almejando produzir a morte do provocado, crie uma situação na 
qual este último pratique um ato de agressão, para, somente após, sob pretexto da legítima defesa, levar adiante 
o seu propósito de matá-lo. Nesse caso não se aceitará a legitima defesa, pois trata-se de abuso de direito e de 
manipulação do agressor. 
Meios Necessários 
São todos aqueles eficazes e suficientes à repulsa da agressão que está sendo praticada ou prestes a ocorrer. 
Costuma-se afirmar que necessário “é aquele que o agente dispõe no momento em que rechaça a agressão, 
podendo até desproporcional ao usado no ataque, desde que seja o único a disposição”. 
Novamente, o principio da proporcionalidade e razoabilidade deve prosperar. Exemplo do menino que entra 
comer manga no pé do vizinho. 
Pode-se afirmar que quando o agente tiver a sua disposição vários meios aptos a ocasionar a repulsa à agressão, 
deverá optar sempre pelo menos gravoso. 
Moderação no uso dos meios necessários 
Além do meio necessário é preciso que aja com moderação, sob pena de incorrer no excesso. Assim, sempre 
que, utilizando os meios necessários, atue de forma imoderada, ultrapassando o suficiente para cessar a 
agressão, responderá pelo excesso. Não é o número de golpes ou de disparos que caracterizará a imoderação. 
Atualidade e iminência da agressão 
A atual é aquela que está acontecendo e a iminente é aquela que está prestes a acontecer. Ocorre que em 
determinadas situações práticas estes conceitos não conseguem solucionar. Porque quando esta prestes a 
ocorrer?? Mas quando?? 
Comentar caso da rebelião no presídio. Código ético. Começam a matar outros presos. Era iminente. Não. 
Entende-se que não porque devemos compreender que agressão iminente é aquela que, embora não esteja 
acontecendo, irá acontecer quase que imediatamente. Deve existir uma relação de proximidade. Se a agressão é 
futura não se pode falar em legítima defesa. 
Ressalte-se que nesse caso, embora o agente não esteja amparado pela legítima defesa, poderá arguir em seu 
favor a dirimente inexigibilidade de conduta diversa. Por se tratar, portanto, de agressão futura. 
Excesso na legítima defesa 
A legítima defesa, assim como todas as demais causas de excludentes de ilicitude, deve obedecer aos limites 
legais, não podendo o agente exceder do seu direito. 
Excesso é a desnecessária intensificação de um fato típico inicialmente amparado por uma causa de 
justificação. Pressupõe, portanto, uma excludente da ilicitude, a qual desaparece em face de o agente 
desrespeitar os seus limites legalmente previstos, suportando a punição pelas abusivas e inúteis lesões 
provocadas ao bem jurídico penalmente tutelado. [2] O artigo 23 do Código Penal em seu parágrafo único 
preceitua que: 
Exclusão de ilicitude 
 
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I – em estado de necessidade; 
II – em legítima defesa; 
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou 
culposo. 
Culpabilidade 
Inimputáveis 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do 
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era 
inteiramente capaz de en 
QUEM SÃO OS INIMPUTÁVEIS? 
 Os doentes mentais ou os que possuem o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, e que no 
momento do delito, se encontravam em estado incapaz de compreender a ilicitude do ato. 
 Os menores de 18 anos. 
 Os que cometeram crime em estado de embriaguez completa, desde que seja proveniente de caso 
fortuito ou força maior. 
 Os maiores de setenta anos, que possuem benefícios para cumprir a pena tendo em vista a idade 
avançada. 
OS MENORES DE 18 ANOS 
“Art. 27 - Os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas 
na legislação especial.” 
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) foi criado com a finalidade de estipular os direitos e as 
responsabilidades dos menores, inspirado nas diretrizes da Constituição Federal de 1988. E considera criança, 
os menores de doze anos, e adolescentes, os que têm entre doze e dezoito anos. 
Pelo estatuto, o menor, seja em qualquer situação, não comete crime, e sim atos infracionais, e atos infracionais 
não possuem caráter penal e sim administrativo. Sendo assim, um menor que comete delito, não é considerado 
um criminoso e sim um infrator, e as penas a ele estabelecidas são correspondentes. Nos casos dos menores 
infratores, o legislador levará em consideração o critério ou os critérios para a aplicação das medidas ao menor. 
EMBRIAGUEZ 
É o estado de alteração psicológica causado pelo consumo excessivo de algumas drogas, sobretudo o álcool. A 
embriaguez de acordo com a quantidade de substância ingerida pode ser completa ou incompleta. 
Completa: Quando o sujeito perde totalmente a consciência da realidade. 
 
Incompleta: Quando o sujeito possui mesmo embriagado, alguma consciência. 
CLASSIFICAÇÃO DA EMBRIAGUEZ 
Não acidental: 
a) Voluntária: se dá quando o agente ingerir por vontade própria a substância alcoólica que lhe causará a 
embriaguez, não se utilizando de qualquer impedimento para isso. 
b) Culposa: o agente por quis ingerir a substância, mas não pretendia embriagar-se, neste caso a embriaguez é 
derivada de culpa, muito embora o consumo da bebida tenha se dado por vontade própria e consciente. 
c) Preordenada: o agente ingere a substância com a intenção de embriaga-se a fim de cometer uma conduta 
típica, ou seja, a ingestão de bebidas se dá exatamente em razão da finalidade previamente planejada. 
Acidental: 
a) Caso Fortuito: acontece quando o agente embriaga-se sem o seu próprio consentimento, porém, sem a prever 
nem desejar. Aqui ocorre o erro e o desconhecimento, pois o sujeito ignora os efeitos que tal produto pode 
causar-lhe ou mesmo a sua própria intolerância orgânica. 
b) Força Maior: acontece quando o agente é obrigado a ingerir a substância que lhe causará a embriaguez, sem 
que possa esquivar-se. Nessa circunstância, é do seu conhecimento o efeito que lhe causará o consumo, 
entretanto, não é possível resistir. 
Patológica ou crônica: 
O agente embriaga-se ininterruptamente, não conseguindo voltar ao estado de sobriedade. Seu sistema nervoso 
é tomado por deformação, não mais sendo capaz de voltar ao estado normal. Na medicina, costuma ser 
equiparada a doença mental. 
Habitual: 
Neste estado o sujeito embriaga-se com habitualidade, mas a interrupção o faz voltar ao estado de sobriedade, 
isto é, os efeitos da intoxicação desaparecem com a eliminação do álcool do organismo 
A EMBRIAGUEZ NO DIREITO PENAL 
No Direito Penal a embriaguez tem como base as diferentes classificações já apresentadas acima e pode, ou 
não, eximir a responsabilidade do que cometer um delito neste estado de alteração psicológica. 
Se a embriaguez for voluntária ou culposa a perda de noção dos fatos não servirá como desculpa para eximir a 
responsabilidade do indivíduo autor de um ato delituoso, ele responderá de forma integral pelas consequências. 
Porém, se a embriaguez for acidental, causada por caso fortuito ou força maior, a responsabilidade do autor do 
delito será excluída se houver a ausência total de entendimento do ato delituoso, e se a perda for apenas parcial, 
haverá redução da pena. 
Há também um outro lado, que se a embriaguez for preordenada, haverá o agravante do artigo 61, II, alínea l, 
do Código Penal. 
“Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: 
 
 
(...) 
II - ter o agente cometido o crime: 
(...) 
l) em estado de embriaguez preordenada.” 
DOENTES MENTAIS 
Conceito: 
Não existe um conceito ou teoria a ser seguida sobre loucura, porém, a OMS (Organização Mundial de Saúde) 
define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de 
doenças”. 
Doença Mental, é uma variação mórbida de comportamento considerado ‘’Normal’’, ou seja, o indivíduo não 
age e nem pensa como a maioria, e assim sente dificuldades para se relacionar e se expressar, se isso passa a 
prejudicar ele ou outras pessoas o indivíduo passa a fugir dos padrões, avaliado por um especialista, passa a ser 
observado como um doente mental. 
Atualmente existem duas classificações básicas para as doenças mentais. A Neurose e a Psicose. 
Neurose: 
A Neurose de desenvolve em pessoas aparentemente normais, mas que possuem dificuldades em se adaptar ao 
meio em que vive e às situações a elas impostas, como passar por dificuldades, sofrimentos e problemas 
estressantes. 
Ciúmes, ansiedade, angústia, tristeza e traumas, podem desencadear Neurose Histérica ou Neurose Obsessiva, 
podendo deixar o indivíduo incontrolável. 
Pertencem ao grupo das Neuroses: o TOC (transtorno Obsessivo, Síndrome do Pânico, Depressão, Fobias, 
Transtorno de ansiedade e Distúrbio Bipolar. 
As Neuroses podem ser tratadas com a administração de medicamentos como calmantes e antidepressivos, e 
Psicoterapia. Em casos mais graves é necessário a internação do paciente. 
Psicose: 
As Psicoses são alterações dos chamados ‘’Fenômenos Psíquicos’’. Consideradas mais graves que as Neuroses, 
pois neste caso a pessoa não possui um comportamento aparentemente normal, o indivíduo perde o contato com 
a realidade, tem alucinações, delírios, sentimento de perseguição, paranoia entre outros sintomas. 
Pertence ao grupo de Psicoses, a Esquizofrenia e o Transtorno de Afeto Bipolar. 
O tratamento além de medicamentos, exige cuidado hospitalar para garantir a segurança do paciente. 
O Doente Mental e a Inimputabilidade 
Para a Teoria Finalista da Ação, a conduta é composta de ação/omissão somada ao dolo perseguido pelo autor, 
ou à culpa em que ele tenha incorrido por não observar dever objetivo de cuidado. Então, conforme a "Teoria 
Finalista" de Hans Welzel, os elementos formais do delito são o fato típico e a antijuridicidade, ficando a culpa 
excluída, por tratar-se do pressuposto da pena, diferente da doutrina tradicional, onde esta integra os elementos 
formais. 
O fato de o agente não compreender plenamente que sua conduta é criminosa, o exclui de sofrer as punições 
previstas no Código Penal, isto é, mesmo que o ato praticado, seja típico e antijurídico, ele não responde por 
isso. Segundo Tourinho Filho,

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