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APS – ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS A QUÍMICA DOS POVOS INDÍGENAS DA AMÉRICA DO SUL Questão 1: Explique o mecanismo da contração muscular nos músculos estriados esqueléticos. Resposta: Os músculos estriados esqueléticos é caracterizado por ter uma contração voluntária, só ocorre a movimentação dos músculos de acordo com a nossa vontade (comando). A contração dos músculos esqueléticos é um processo que ocorre o encurtamento das fibras musculares, estruturas alongadas que apresentam duas proteínas contráteis: a miosina e a actina. A miosina compõem os filamentos grossos e é classificada como uma proteína motora, porque ela é capaz de converter a energia química em energia mecânica, vantajoso para o mecanismo de contração muscular. Já a actina é o principal elemento dos filamentos finos da célula musculares. Essa proteína pode se apresentar de duas maneiras distintas: sob a forma de actina G, de caráter globular que apresenta menor força iônica e a actina F, de caráter fibroso que apresenta maior força iônica. Com a elevação da força iônica, a actina G se polimeriza, formando a actina F. Esses dois filamentos juntos são chamados de miofibrilas (miosina + actina = miofibrilas). Para que ocorra a contração de fibras musculares esqueléticas, elas devem sofrer estímulos nervosos. Esses estímulos provocam a liberação de acetilcolina na fenda sináptica, que leva à despolarização da membrana da célula muscular. Esse processo resulta na abertura dos canais de Ca²+, fazendo com que eles sejam lançados no citoplasma pelo retículo endoplasmático. Também denominado, nessas células, de sarcoplasmático. Na região do citoplasma, o cálcio forma um complexo com proteínas responsáveis pela contração. Esse processo desencadeia a interação entre miosina e actina. Na presença de Ca²+, as extremidades dilatadas da miosina fazem ligação com as moléculas de actina próximas e dobram-se com rapidez. Isso faz com que o filamento de actina seja deslocado para o centro, levando a aproximação das duas linhas Z, o que diminui o tamanho do sarcômero. Se vários sarcômeros contraem-se ao meio tempo, observa-se a contração de todo um músculo. Concluído o estímulo, o cálcio é bombeado para o interior do retículo sarcoplasmático, diminuindo-se, assim, os níveis dessa substância no citoplasma da célula. Com isso, observa-se o relaxamento do músculo e o fim do processo de contração muscular. Questão 2: Qual a estrutura e composição da junção neuromuscular? Resposta: O fuso muscular é uma estrutura sensorial pequena e alongada (cerca de 100 μm diâmetro e 10 mm comprimento), em forma de fuso, disposto entre as fibras musculares. É formado por 3 à 12 fibras musculares modificadas, as fibras intrafusais, circundadas por uma cápsula de tecido conjuntivo. As fibras musculares regulares fora fuso são muitas vezes denominadas de extrafusais. A região central da fibra intrafusal é envolta por neurônio sensitivo e não contrai, já as extremidades têm capacidade contrátil e são inervadas por neurônios motores (motoneurônios). O fuso responde a variações no comprimento das fibras musculares; assim, no alongamento muscular o neurônio sensitivo, na região central da fibra intrafusal, envia impulsos à medula espinhal, fazendo sinapse com motoneurônio. Este, por sua vez, envia impulsos para as fibras musculares estriadas, encurtando o mesmo músculo. Esta ação reflexa evita a ruptura da fibra muscular, gerando uma resposta protetora. A junção neuromuscular é a região de sinapse entre fibra muscular estriada esquelética e axônio motor; cuja função é a transmissão do impulso nervoso. A junção é constituída por ramificações de axônios motores na superfície da célula muscular, cada ramificação forma um botão pré-sináptico, separado do terminal pós-sináptico, correspondente à membrana sarcoplasmática, pela goteira sináptica. O axônio e todas as fibras musculares que ele inerva formam uma unidade motora. Questão 3: Qual o mecanismo de ação do curare? Resposta: O curare tem o mecanismo de fazer com que aconteça o relaxamento muscular. É usado em várias situações crônicas: traumas musculares ou espasmos, artrite aguda, poliomielite e em pacientes que necessitam ser imobilizados durante uma cirurgia muito delicada, como a de catarata ou em pacientes que precisam ser mantidos vivos em máquinas, etc. É usado em larga escala desde 1942, permitindo ao anestesista controlar a respiração. Curare é um termo coletivo para designar venenos para flechas, esse veneno pode ser obtido do suco de cipós de várias Strichnaceae, como a S. toxifera, S. Schomburghii, S. Castelnaea, S. Cogens, S. uraniana. A concentração e o cozimento deste suco fornece uma substância resinosa, negra ou vermelho escura que, quando reduzida a pó, apresenta-se de cor pardacenta e sabor amargo e é solúvel na água. Esse veneno é feito pelos indígenas das áreas da bacia hidrográfica do Orinoco e Amazonas. É um alcalóide e atua como um agente bloqueador neuromuscular para produzir paralisia nos músculos. Primeiro, afeta os músculos dos dedos dos pés, orelhas e olhos, depois os do pescoço, braços e pernas e os envolvidos na respiração. Em doses fatais, a morte é causada por paralisia respiratória. Curare entra no sistema sanguíneo para que ele funcione. Ele é um potente inibidor, que relaxa o músculo estriado. Atuando como competidor da acetilcolina pela ligação aos receptores nicotínicos (um dos dois tipos de receptores pós- sinápticos para o neurotransmissor acetilcolina, o outro receptor é o muscarínico) da placa motora. Assim, ao bloquear os receptores de acetilcolina,os quais são ionotrópicos para cátions, esses não se abrem. Desse modo, não ocorre o influxo de Sódio desencadeado pela atividade normal da placa motora, que provocaria a despolarização da membrana pós- sináptica. O potencial gerado pela ligação, em condições fisiológicas, da acetilcolina ao seu receptor na placa motora é chamado de potencial de ação da placa motora, o qual é responsável por estimular a abertura de canais de sódio dependentes de voltagem, os quais contribuirão para a amplificação do potencial despolarizante que se espalha pela fibra muscular, desencadeando a contração. Questão 4: Sabe-se que Vigilância Sanitária tem como missão precípua a prevenção de agravos à saúde, a ação reguladora de garantia de qualidade de produtos e serviços, bem como a fiscalização de sua aplicação. Considerando que os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes devem ser seguros sob as condições normais ou previsíveis de uso, qual a portaria da ANVISA que proíbe a utilização de curare e seus derivados nos produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes? Resposta: RESOLUÇÃO-RDC Nº 48, DE 16 DE MARÇO DE 2006. Nesta resolução, no art. 109 está expressamente proibido o uso do curare em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes.
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