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Dimensionamento e Restauração de Pavimentos TEMA 1: INTRODUÇÃO Fonte (1) HISTÓRIA DAS ESTRADAS Egito Estradas pavimentadas destinadas a trenós para transporte de cargas para construção das pirâmides (2600-2400 AC) As vias foram construídas com lajões justapostos sobre uma base com boa capacidade de suporte O atrito era suavizado com umedecimento constante (água, azeite, musgo molhado) As primeiras estradas Fonte (1) HISTÓRIA DAS ESTRADAS Estrada da Seda (300 a.C.) uma das rotas de comércio mais antigas da Ásia servia para transporte de seda, ouro, marfim, animais e plantas exóticas, mas também para disseminação do budismo As primeiras estradas Fonte (4) HISTÓRIA DAS ESTRADAS Vias Romanas (século I d.C.): aproveitaram a experiência de etruscos e cartagineses 80 mil km de rodovias pavimentadas e com drenagem expansão militar e integração regional primeira a empregar a pavimentação como meio de alcançar objetivos semelhantes aos buscados no mundo moderno aproveitamento de materiais locais era conceito da arquitetura romana havia o entendimento de que rodovias faziam parte de sociedades desenvolvidas, sofriam degradação ao longo dos anos e sua manutenção era imprescindível Fonte (4) HISTÓRIA DAS ESTRADAS Exemplo de pavimento das estradas romanas Fonte (1) HISTÓRIA DAS ESTRADAS Vias Romanas Via Appia próximo a Roma Via urbana em Pompéia Via Ostiense Ligando Roma a Ostia Fonte (4) HISTÓRIA DAS ESTRADAS 1820: proposta do engenheiro escocês John Mac-Adam Pedras de tamanho uniforme (40 a 75 mm) As pedras seriam então espalhadas em camadas sobrepostas Camada de rolamento com agregados de 25 mm Fonte (4) HISTÓRIA DAS ESTRADAS 1820: proposta do engenheiro escocês John Mac-Adam Não havia a necessidade de aglomerantes, apenas água Espessura final de 15 a 25 cm No Reino Unido, mais de 2.200 km foram construídos com essa técnica Fonte (1) • Consistem em pedras britadas e acabadas no formato de paralelepípedos • Primeiros usos em Nova Iorque e Mississippi • Bastante empregado no início do século XX no Brasil até os dias de hoje Estrada da Graciosa (Paraná, Brasil) Construção da 28th Street Nova Iorque (E.U.A.) HISTÓRIA DAS ESTRADAS Fonte (1) • Foram testados em cidades Europeias na década de 1860 • O objetivo era reduzir o ruído produzido pelas rochas • A sua construção era mais econômica • Os bloques de madeira eram ligados com morteiro • As chuvas provocavam rápida deterioração Construção de uma rua com bloques de madeira de pinus em Chicago, Estados Unidos no ano 1859 HISTÓRIA DAS ESTRADAS Fonte (1) • Primeiras aplicações datam em Paris (França) no ano 1858 • Na cidade de Londres (Inglaterra) também no ano 1870 • Nos E.U.A. as aplicações datam depois do ano 1870 • Na época não se atribuía contribuição estrutural do asfalto Primeira aplicação de asfalto em uma via pública de Newmark, Nova Jersey, (EUA) na década de 1870 HISTÓRIA DAS ESTRADAS • Primeiras aplicações registradas na Escócia na década de 1870 • Os trechos construídos foram do tipo experimental • Depois de 10 anos da construção foram notados muitos defeitos na superfície • Na I Guerra Mundial ressurgiu na construção de portos Wayne County Michigan (EUA), considerada a primeira estrada construída em concreto no ano 1909 HISTÓRIA DAS ESTRADAS Fonte (4) Década de 1920 advento da Mecânica dos Solos Porter (1929), engenheiro do California Division of Highways, realizou pesquisas que permitiram definir algumas das principais causas de ruptura de pavimentos flexíveis Porter apresenta a primeira curva empírica para dimensionamento com base em um critério de resistência ao cisalhamento do subleito indiretamente obtido pelo ensaio de CBR (California Bearing Ratio) contemporaneamente, estabelecia-se o ensaio de Proctor para a compactação de solos tais trabalhos influenciaram os critérios de projeto de pavimentos do USACE Em 1927, o imigrante sueco Harald Malcom Westergaard publicava a sua Teoria para Projetos de Pavimento de Concreto nos anais da HRB (Highway Research Board) A evolução da pavimentação nos últimos 100 anos HISTÓRIA DAS ESTRADAS Fonte (4) Década de 1940 devido à Segunda Guerra Mundial, o USACE formalizou seu procedimento para dimensionamento de pavimentos para aeroportos, baseado no trabalho de Porter, consolidando o critério do CBR o HRB (Highway Research Board) publica a classificação de solos para fins rodoviários do BPR, conhecida como classificação HRB Década de 1950 concepção de grande plano de pavimentação nos EUA (Interstate System), que culminou no planejamento dos experimentos da AASHO A. C. Benkelmen introduz a viga Benkelmen para a medida de deformações em pavimentos sob ação de carga de eixo de caminhão conceito da medida de deflexões como critério de avaliação estrutural, incorporado a equipamentos mais modernos (FWD) A evolução da pavimentação nos últimos 100 anos HISTÓRIA DAS ESTRADAS Fonte (4) AASHO Road Test (1958-1961) A evolução da pavimentação nos últimos 100 anos HISTÓRIA DAS ESTRADAS Fonte (4) AASHO Road Test (1958-1961) pesquisa sobre o desempenho de pavimentos seis pistas experimentais 836 seções de pavimento (asfáltico e de concreto) diversos materiais conceito de ruptura do pavimento associado à opinião dos usuários (conceito serventia-desempenho) estabelecimento de conceitos de equivalência entre cargas A evolução da pavimentação nos últimos 100 anos HISTÓRIA DAS ESTRADAS Fonte (4) Década de 1970 Banco Mundial financia estudos de gerência de pavimentos, posteriormente empregados em análises técnico-econômicas de alternativas de pavimentação modelos de desempenho de pavimentos e de custos de operação de veículos Décadas de 1980/90 - EUA programa SHRP, que levou ao desenvolvimento de novos métodos de ensaio e especificações para materiais e projeto de misturas asfálticas (especificação SUPERPAVE) A evolução da pavimentação nos últimos 100 anos HISTÓRIA DAS ESTRADAS Fonte (4) 1990 HDM-4: novos modelos de custos operacionais dos veículos e de degradação de pavimentos, incluindo pavimentos de concreto, aspectos ambientais, congestionamentos e acidentes em rodovias 1993 Publicação de novo método da AASHTO Década de 1990 expansão do uso de concreto de elevada resistência em pavimentação desenvolvimento de várias tecnologias pelo mundo (asfaltos modificados, SMA, etc) A evolução da pavimentação nos últimos 100 anos HISTÓRIA DAS ESTRADAS Fonte (4) PANORAMA DAS ESTRADAS NO BRASIL Evolução da malha rodoviária total por ano segundo a situação física - 2001 - 2017 Planejada Não Pavimentada Pavimentada 2001 149,930.2 1,427,394.4 170,902.9 1,748,227.5 2002 149,443.1 1,425,945.0 172,879.8 1,748,267.9 2003 141,615.0 1,415,612.1 181,762.8 1,738,989.9 2004 141,786.1 1,413,982.0 196,093.9 1,751,862.0 2005 143,925.2 1,391,868.3 205,706.1 1,741,499.6 2006 144,032.6 1,392,005.1 205,698.6 1,741,736.3 2007 143,961.4 1,389,222.8 208,463.4 1,741,647.6 2008 131,207.3 1,422,391.8 211,678.9 1,765,278.0 2009 131,233.3 1,368,368.0 212,491.4 1,712,092.7 2010 131,331.4 1,368,226.8212,738.0 1,712,296.2 2011 130,322.8 1,364,242.4 219,089.1 1,713,654.3 2012 129,765.5 1,359,060.6 202,389.8 1,691,215.9 2013 129,094.5 1,358,829.0 203,598.7 1,691,522.2 2014 154,192.4 1,353,184.7 213,229.9 1,720,607.0 2015 157,560.9 1,352,463.5 210,618.8 1,720,643.2 2016 157,309.0 1,350,784.6 212,818.3 1,720,911.9 2017 157,309.0 1,349,938.5 213,452.8 1,720,700.3 Ano Malha rodoviária total (km) Total Fonte: Anuário CNT do Transporte 2018 PANORAMA DAS ESTRADAS NO BRASIL Fonte: Anuário CNT do Transporte 2018 PANORAMA DAS ESTRADAS NO BRASIL Densidade da Malha Rodoviária por país (km/1000 km2) PANORAMA DAS ESTRADAS NO BRASIL Programa de Concessões Rodoviárias PANORAMA DAS ESTRADAS NO BRASIL Programa de Concessões Rodoviárias Fonte: RELATÓRIO ANUAL ABCR | 2018 PANORAMA DAS ESTRADAS NO BRASIL Programa de Concessões Rodoviárias Fonte: RELATÓRIO ANUAL ABCR | 2018 PANORAMA DAS ESTRADAS NO BRASIL Programa de Concessões Rodoviárias Fonte: Site da ABCR Mapa das concessões rodoviárias do estado de SP PANORAMA DAS ESTRADAS NO BRASIL Fonte: Anuário CNT do Transporte 2018 Programa de Concessões Rodoviárias PANORAMA DAS ESTRADAS NO BRASIL O QUE É PAVIMENTO? É uma estrutura de camadas sobrepostas, construída após a terraplenagem e destinada, técnica e economicamente, a resistir aos esforços oriundos do tráfego e a melhorar as condições de rolamento. Para que serve? ▪ Suportar as cargas do TRÁFEGO, com conforto, segurança e economia durante o PERÍODO DE PROJETO. ▪ Receber e distribuir de forma atenuada as tensões às camadas inferiores. ▪ Proteger as camadas inferiores das intempéries. Ex: ÁGUA DA CHUVA. subleito sub-base base revestimento O QUE É PAVIMENTO? DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS Dimensionar é: Calcular espessuras de um conjunto de camadas que trabalham juntas, “compatibilizar materiais” • tráfego esperado (período de projeto) • clima • condicionantes particulares (subleito, topografia, drenagem, técnicas construtivas, disponibilidade) • critérios de ruptura (como definir a vida útil) Seleção de materiais e espessuras DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS • As espessuras eram selecionadas pela experiência • Espessuras similares eram usadas independentemente da qualidade dos solos nos quais se apoiava o pavimento • A experiência adquirida ao longo dos anos motivou o desenvolvimento de metodologias para o dimensionamento Aspinwall, Pennsylvania, 1908 Fonte (2) TIPOS DE PAVIMENTOS FLEXÍVEL RÍGIDO É aquele com uma estrutura constituída de uma ou mais camadas de espessura finita, assente sobre um semi-espaço infinito, cujo revestimento é betuminoso É aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas inferiores e, portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado Fonte (3) TIPOS DE PAVIMENTOS FLEXÍVEL RÍGIDO Fonte (3) Nomenclatura tradicionalmente empregada TIPOS DE PAVIMENTOS FLEXÍVEL RÍGIDO Fonte (3) Grande área de distribuição de carga Pequena pressão na fundação do pavimento Pequena área de distribuição de carga Grande pressão na fundação do pavimento TIPOS DE PAVIMENTOS SEMIRÍGIDO É aquele constituído por revestimento asfáltico sobre base ou sub-base cimentada ou estabilizada quimicamente com cimento, cal, ou ambos, ou ainda por algum produto que atue como aglomerante Fonte (3) TIPOS DE PAVIMENTOS BLOCOS INTERTRAVADOS Resposta estrutural do pavimento dependerá do tipo de base • base de concreto compactado ou vibrado: rígido, com baixas deflexões e baixas pressões na fundação • base de brita graduada, macadame hidráulico, bica corrida, solo brita: flexível, com pressões altas na fundação Fonte (3) BIBLIOGRAFIA CONSULTADA (1): Liedi Bariani Bernucci, Laura Maria Goretti da Motta, Jorge Augusto Pereira Ceratti, Jorge Barbosa Soares. 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