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17/04/2016 1 Dinâmica Capilar: Permuta de fluidos entre o plasma sanguíneo e o líquido intersticial Profa. Dra. Camila Freitas Batista Sistema circulatório • Sete aulas • Introdução à fisiologia cardíaca, Leis gerais da circulação e Tipos de fibras cardíacas • Ciclo cardíaco, bulhas cardíacas e ruídos cardíacos anormais • Eletrofisiologia cardíaca, eletrocardiograma • Pressão arterial, pressão de pulso e pulso de pressão • Mecanismos neurais de regulação da PA • Mecanismos hormonais de regulação da PA • Dinâmica capilar 17/04/2016 2 O suprimento, da maioria das células do organismo, com substâncias nutritivas, ocorre através do liquido tissular, cujos componentes são constantemente trocados com o sangue. Na alça arterial dos capilares, o líquido plasmático passa para os tecidos, e concomitantemente são fornecidos oxigênio e substâncias nutritivas. Na porção venosa dos capilares ocorre um retorno do liquido tissular para a corrente sanguínea. 17/04/2016 3 Outra parte do liquido tissular entra nos capilares linfáticos que existem em grandes quantidades na maioria dos órgãos dos animais. Os capilares linfáticos formam redes fechadas, a partir das quais a linfa sai por meio de vasos linfáticos. Força de Starling São as forças que regulam a disposição dos líquidos nos meios intracelular e extracelular. Em outras palavras, são os mecanismos que controlam a quantidade de volume dentro e fora de cada célula do nosso corpo. Essa força é essencial para a manutenção do volume sanguíneo, filtração glomerular no rim e prevenção de edemas. Para entendermos como tudo funciona, precisamos compreender os conceitos de pressão hidrostática e oncótica. 17/04/2016 4 Pressão Hidrostática Pressão hidrostática (PH) é a força que um líquido exerce contra uma determinada superfície. De uma maneira mais prática, a PH é a força que empurra o líquido. A PH ocorre o tempo todo no nosso organismo, especialmente nos nossos vasos sanguíneos. No capilar, a PH é a pressão que o líquido plasmático exerce na parede capilar, em direção ao meio extravascular. Pressão Oncótica Pressão oncótica (PO) é pressão que os solutos exercem num determinado meio atraindo o líquido para si. De maneiro mais simples, a PO é a força que puxa o líquido. Ela é também chamada de pressão coloidosmótica. No capilar, as proteínas plasmáticas, especialmente a albumina exercem grande parte da PO. Elas “atraem” o líquido que está contido no meio extracelular para dentro do vaso capilar. 17/04/2016 5 Dinâmica Capilar – Permuta de Fluidos entre o Plasma Sanguíneo e o Líquido Intersticial Forças de Starling Pressão hidrostática do plasma (pressão capilar - Pc) Pressão oncótica do plasma (p) Pressão oncótica do líquido intersticial (li) Pressão do líquido intersticial (Pli) Extremidade arteriolar Extremidade venular Pc = 25 mmHg Pc = 17 mmHg Pc = 10 mmHg Pressão Capilar ou Pressão Hidrostática do Plasma (Pc) 17/04/2016 6 πp = 28 mmHg Pressão coloidosmótica ou Pressão Oncótica do plasma (πp) Força de atração da água dada pelas proteínas plasmáticas confinadas no capilar πLi = 5 mmHg Pressão coloidosmótica ou Pressão Oncótica do líquido intersticial (πLi) Força da ação da água dada pelas proteínas plasmáticas que acidentalmente extravasaram do capilar Na inflamação πLi aumenta 17/04/2016 7 PLi = -6,3 mmHg Pressão do líquido intersticial (PLi) Os vasos linfáticos “chupam” o líquidos que saiu do vaso sanguíneo e também as proteínas Vaso linfático Somatório das forças de Starling no início do capilar 17/04/2016 8 Na extremidade arterial o gradiente de pressão hidrostática é maior que o gradiente de pressão osmótica Fluídos deixam os capilares Somatório das forças de Starling no meio do capilar 17/04/2016 9 Somatório das forças de Starling no final do capilar Na extremidade venosa o gradiente de pressão hidrostática é menor que o gradiente de pressão osmótica Fluídos voltam para os capilares 17/04/2016 10 Extremidade arteriolar 8,3 mm Hg Extremidade venular -6,7 mm Hg 0,3 mm Hg Ficou uma ≠ de 1,9 mmHg para fora, por isso existe o sistema linfático. 17/04/2016 11 Nos vasos linfáticos encontramos nódulos linfáticos intercalados que agem como estações de filtro e defesa contra infecções. Os nódulos linfáticos são compostos por uma porção cortical e uma medular. A linfa é transportada para seio marginal, logo após a cápsula, no qual se encontra grande número de macrófagos. O sistema linfático não possui somente uma função importante de transporte, mas também uma importante função de defesa contra lesões; ele representa aproximadamente 1 % do peso corporal. No tecido linfoide ocorre a formação de linfócitos e imunoglobulinas. Os corpos estranhos que entram no organismo são transportados para os nódulos linfáticos com o auxílio do sistema vascular, onde são degradados ou depositados. 17/04/2016 12 Microrganismos que entram nos vasos linfáticos também são transportados para nódulos linfáticos regionais e são degradados. 17/04/2016 13 Aumento da Permeabilidade Vascular Causas: • Inflamações, • intoxicações, • toxemias, • alergias, • hipóxia. O mediadores químicos da inflamação causam vasodilatação e aumento da Pc Migração de leucócitos e extravasamento de proteínas plasmáticas (diminuição da πp e aumento da πLi) Aumento da Pc Obstáculos ao fluxo venoso (Trombose; embolia; compressão venosa por abscessos, granulomas, tumores, útero gravídico, cirrose hepática; força da gravidade x postura) ICC (Hipertensão venosa sistêmica) Acúmulo de sódio no interstício Ocorre quando há ingestão de sódio maior do que sua excreção pelo rim 17/04/2016 14 Diminuição da πp Se diminuída a PH intersticial, o líquido não retorna para o meio intravascular, acumulando- se intersticialmente. Ocorre em situações de hipoproteinemia Ex.: desnutrição, distúrbio de absorção de aa, hepatopatias, nefropatias com proteinúria Distúrbios de drenagem linfática Hipoplasia do sistema linfático Remoção de linfonodos em cirurgias de retirada de tecido canceroso Elefantíase (Wuchereria bancrofti) filária inoculada por picada de mosquito 17/04/2016 15 Causas da circulação do sangue nas veias Causas da circulação do sangue nas veias 1) Diferença de Pressão 17/04/2016 16 Causas da circulação do sangue nas veias 2) Presença de Válvulas Veias varicosas ou varizes 17/04/2016 17 Causas da circulação do sangue nas veias 3) Inspiração (auxilia o sangue a retornar para o coração) 17/04/2016 18 Causas da circulação do sangue nas veias 4) Contrações musculares Causas da circulação do sangue nas veias 5) Onda de Pulso 17/04/2016 19 Fluxo sanguíneo normal = fluxo laminar No centro tem maior velocidade, pois tem menor resistência e é onde estão as células Qualquer fluxo diferente desse será anormal Regulação do Fluxo Sanguíneo pelos Próprios Tecidos 17/04/2016 20 O fluxo sanguíneo para os tecidos é controlado intrinsecamente em resposta às necessidades do tecido Auto regulação Quando o sangue chega aos capilares ocorrem trocas entre estes e as células Auto-Regulação (Conceito) É o processo pelo qual os vários tecidos do corpo regulam o fluxo sanguíneo para ele mesmo 17/04/2016 21 Analogia • Estação de bombeamento de uma cidade distribui água para todas as casas • Cada casa consome uma quantidade de água de acordo com as necessidades dos moradores Analogia • Dentro da casa cada pessoa regula o consumo de água de acordo com suas necessidades • Se a pressão de bombeamento é normal todos podem ter água à vontade 17/04/2016 22 Quanto maior o metabolismo de um tecido, maior será seu fluxo sanguíneo • Fígado – 27 % do débito cardíaco (após alimentação 33 %) • Rins - 21 % • Cérebro – 21 % (No auge da capacidade mental) Leito Capilar • Aregulação ocorre no leito capilar • Uma arteríola nutridora conduz o sangue até o leito • Um capilar shunt conecta a arteríola nutridora diretamente na vênula de drenagem • As trocas de substâncias ocorrem nos capilares verdadeiros • Nos capilares verdadeiros há esfíncteres de musculatura lisa, chamados de pré-capilares • Funcionam como válvulas 17/04/2016 23 Leito Capilar Esfíncteres Abertos Leitos Capilares Esfíncteres Fechados 17/04/2016 24 Vasomotilidade – Abertura e fechamento cíclicos de metarteríolas e esfíncteres pré-capilares. O SN autônomo não interfere Sinais Para o Esfíncter Pré-Capilar • Oxigênio • Oxigênio tecidual baixo abre o esfíncter pré- capilar • Oxigênio tecidual alto fecha o esfíncter pré- capilar • Gás Carbônico • CO2 tecidual alto abre o esfíncter pré-capilar • CO2 tecidual baixo fecha o esfíncter pré-capilar • pH • pH tecidual ácido abre o esfíncter pré-capilar • pH tecidual alcalino fecha o esfíncter pré- capilar 17/04/2016 25 Sinais Para o Esfíncter Pré-Capilar • Nutrientes • Glicose, AA, Gorduras, Eletrólitos, etc • Em quantidade elevada fecham o esfíncter pré-capilar • Em quantidade baixa abrem o esfíncter pré-capilar • Temperatura • Temperatura corporal alta abre o esfíncter pré- capilar • Temperatura corporal baixa fecha o esfíncter pré- capilar • Pressão arterial • Diminuição local da pressão arterial abre o esfíncter pré-capilar • Aumento local da pressão arterial fecha o esfíncter pré-capilar Por onde saem as substâncias Fenestrações celulares (poros) Cobertas por uma delicada membrana Fendas entre as células Vesículas citoplasmáticas Transporte transcelular Vesículas Fenestrações Fendas Endotélio LEC Membrana Celular M.Basal 17/04/2016 26
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